Artigo - Bordieu e a Educação
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Universidade Estadual do Maranhão
Centro de Estudos Superiores de Imperatriz
Departamento de História e Geografia
FELIPE JOSÉ DA SILVA PIMENTEL
PEDRO DA SILVA PEREIRA
DIEGO DA SILVA ARAÚJO
"Bordieu e a Sociologia da Educação"
Imperatriz – Maranhão
2015
Bordieu e a Sociologia da Educação
Biografia acadêmica
Pierre Bourdieu nasceu em Denguin, em 1º de agosto de 1930. Morreu em Paris, em 23
de janeiro de 2002. Foi um sociólogo francês com trajetória como direitor, em 1965, da VI
Seção da École pratique des hautes études, que em 1975 se tornou École des hautes études en
sciences sociales, continuando como membro intengral após integrar no Collège de France, em
1982, onde se aposentou em 2001. Dirigiu, a partir de 1968, no Collège de France, o Centro de
Sociologia Européia. Como veterano da Assembleia de Professores, presidiu a cerimônia
consagrada à eleição do presidente da École, em junho de 2000. Um ano antes de sua morte,
em 2002, presidiu a Assembleia para a eleição anual dos diretores.
Introdução à teoria geral bourdieusiana.
Bourdieu nos seus estudos sociais, voltou-se para o campo da socialização e seus
aspectos fundamentados na desigualdade social. Incorpora em suas teorias os mecanismos de
segregação institucional e a relação individuo e sociedade, a partir da reprodução da estrutura
social. O autor elabora uma significativa tendência sociológica que observa os individuos e
sociedade como interdependentes de condicionamentos materiais simbólicos e físicos.
Segundo Bordieu, a posição social de cada individuo não é definida pelo acumulo de capital
financeiro, mas que há sob o sujeito um condicionamento histórico e cultural. A partir disso, o
sociólogo elabora três conceitos fundamentais para a interpretação da sociedade, são eles:
campo, habitus e capital cultural. A seguir procuraremos descrever estes conceitos em forma
de tópicos.
Campo é o conceito de um espaço social em que há uma lógica de funcionamento
próprio, com hierarquias e disputas internas. Há vários campos sociais, mas todos
seguem esta mesma caracteristica e mesmo havendo uma relação entre si. Há uma
estruturação que lhes dão objetivos específicos, ou seja, não são comuns entre si, mas
também não são conflitantes. Essa estrutura é estabelecida pelos autores, tomando como
referência o exterior à este campo e seu interior.
Habitus é, a grosso modo, a incorporação da estrutura social pelo indivíduo. Ou seja,
nossa forma de agir e reagir no mundo é baseado em preferências e detestações que são
constituídas socialmente, e nisso há a reprodução da lógica social de modos de perceber,
pensar e agir. A transposição dos condicionamentos sociais para o indivíduo, faz com
que ele mesmo tenha seu modo de reproduzir a estrutura social, o que lhe dá condições
de se encaixar no mundo e dá importância para isso.
Capital Cultural é sob este conceito que Bourdieu procura distinguir de capital
financeiro e capital social. Entre diplomas, proximidades com a cultura "erudita" e boas
maneiras, Bordieu demonstra que há uma relação entre capital cultural e as
desigualdades escolares. Como a escola é um espaço segregador e seletivista, quem
tiver mais "competências" tem maior possibilidade de ascenso social. Ou seja,
estudantes da classe média e da classe média alta, por terem contato com a "alta cultura
letrada", as artes e a erudição, algo tranferido pelo seio familiar, lhes dão diferenciação
em relação aos estudantes que tem uma formação reduzida neste campo. Por fim, se
cria a "necessidade cultural" por meio da escola, mas não lhe é dada subsidios para
satisfazê-la.
Aplicação na Sociologia da Educação
Para Bordieu, a escola funciona como um mecanismo opressor e elitista, distanciando
as culturas específicas (elitista, média, de massa). A cultura é fundamental para o processo de
dominação. A cultura da classe dominante é imposta como sendo o padrão de uma sociedade,
o que leva as classes subalternizadas à naturalizar sua condição por serem deficientes de capital
cultural e não por imposição da classe dominante puramente. A instituição escolar desempenha
um papel fundamental para o aprofundamento das desigualdades. Ou seja, a escola não realiza
o papel de libertação dos indivíduos, mas de conservação da estrutura social vigente. Mantendo
a dominação dos dominantes sobre os dominados (classes populares), reproduzindo a cultura
da situação e reforçando o caráter de classe da educação, pois seleciona o acesso à cultura
segundo a origem de classe.
Assim, a instituição escolar é vista pelo autor, como um local de trasferência de visão
de mundo comum à uma classe para se fazer filtro de percepção, apreciação e ação na
sociedade, por via da internalização da cultura dominante. Nesta via de esquematização é
possível afirmar que há uma transposição das relações de dominação e de submissão que torna
carismático um sistema que incorpora uma estrutura social desigual. Portanto, o sistema
educativo reforça a divisão na sociedade e seleciona os "capacitáveis" de "receberem" cultura,
o que gera um capital diferenciado para outros que inserem sua posição social como se fossem
predestinados.
Considerações finais
O sociólogo francês, Pierre Bordieu, fez destaque entre os mais notáveis pensadores da
educação. Tornando-se leitura indispensável para quem quer compreender as estruturas das
relações de dominação, institucionalizada ou não, na sociedade. É salutar sua esquematização
de análise de estudos sociológicos, que em linhas gerais é de: analisar os mecanismos
propriamente pedagógicos por meio dos quais a escola contribui para reproduzir a estrutura das
relações de classes reproduzindo a desigual repartição entre as classes do capital cultural
(Bourdieu, 1975, p. 222).
Referência bibliográfica:
FERREIRA, N. Tuiuti: Ciência e Cultura, n. 28., pp. 111-125. 2002.
SETTON, Maria da Graça J. Revista Brasileira de Educação v. 14. n. 41. 2009.
______________________. "Uma introdução a Pierre Bourdieu".
http://revistacult.uol.com.br/. Web. 16 de Novembro de 2015.
HEY, Ana Paula e CATANI, Afrânio M. "Bourdieu e a educação."
http://revistacult.uol.com.br/. Web. 16 de Novembro de 2015.