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Padronização de Centros de Operações

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  • PADRONIZAO DOS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO DOS CENTROS

    DE OPERAES DO CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA MILITAR DO

    PARAN

    DORNELAS, Alecsander Aparecido1 [email protected]

    MELLO, Adriano de 2 [email protected]

    RESUMO

    O presente artigo aborda a padronizao dos procedimentos de atendimento dos centros de operaes do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran. A problemtica encontrada a falta de padres pr-estabelecidos para nortear esses procedimentos. O centro de operaes tem papel estratgico, sendo como um carto de visitas da instituio, pois por ali que a populao faz o primeiro contato solicitando os servios da corporao, por isso a busca de um padro de procedimentos de suma importncia e passo decisivo na busca de qualidade total. O objetivo geral do presente artigo analisar qual a importncia de uma padronizao dos procedimentos de atendimento nos centros de operaes do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran, e como objetivos especficos identificar quais unidades utilizam algum tipo de procedimento padro de atendimento em seu centro de operaes, bem como registrar quais padronizaes possam estar sendo usadas pelas unidades. Neste estudo foi realizado uma reviso bibliogrfica sobre o tema e uma pesquisa junto s unidades do Corpo de Bombeiros. Concluiu-se que o Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Paran no possui uma padronizao de procedimentos para os centros de operaes, contudo existem algumas iniciativas isoladas que podem ser revisadas e validadas pela corporao para serem adotadas institucionalmente.

    Palavras-chave: Padronizao. Centro de operaes. Procedimentos. Emergncia.

    1 Oficial Bombeiro-militar, bacharel em Educao Fsica pela Universidade do Norte Pioneiro, Oficial Aluno do Curso de Aperfeioamento de Oficiais da Academia Policial-Militar do Guatup da Polcia Militar do Paran. 2 Oficial Bombeiro-militar, bacharel em Administrao de Empresas pela Faculdade de Cincias Econmicas e Tecnolgicas do Paran.

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    PADRONIZAO DOS PROCEDIMENTOS DE ATENDIMENTO DOS CENTROS

    DE OPERAES DO CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA MILITAR DO

    PARAN

    DORNELAS, Alecsander Aparecido [email protected]

    MELLO, Adriano de [email protected]

    1 INTRODUO

    O primeiro contato da populao que necessita do servio de emergncia

    feito atravs de ligao para o nmero 193, assim existe a necessidade que o

    Bombeiro Militar, responsvel pelo atendimento de emergncia possua maturidade

    institucional, haja vista que sero demandados dos seus conhecimentos tcnicos nas

    reas de preveno de incndios e acidentes, primeiros socorros, combate a

    incndios, vistoria, salvamento e resgate e defesa civil, bem como conhecimento de

    relaes humanas para interagir com as pessoas e transmitir uma imagem positiva da

    corporao atravs dos mais diversos tipos de informaes, mesmo que no sejam

    afetas a atividade da corporao. Essas caractersticas ajudaro no momento do

    atendimento, fazendo com que ele consiga discernir e identificar, com a menor

    margem de erro, se o solicitante do outro lado da linha est repassando uma situao

    real ou se trata de um trote, alm de orientar as primeiras medidas que devem ser

    tomadas por este at a chegada das equipes de emergncia. No basta o atendente

    possuir essas caractersticas se os procedimentos desencadeados por ele no

    possurem um padro previamente estabelecido. No Corpo de Bombeiros da Polcia

    Militar do Paran, apesar da existncia dos POPs (Procedimento Operacional

    Padro), no temos nenhum roteiro padro institucionalizado para o atendimento dos

    centros de operaes.

    O objetivo geral do presente artigo analisar qual a importncia de uma

    padronizao dos procedimentos de atendimento nos centros de operaes do Corpo

    de Bombeiros da Polcia Militar do Paran, e como objetivos especficos identificar

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    quais unidades utilizam algum tipo de procedimento padro de atendimento em seu

    centro de operaes, bem como registrar quais padronizaes possam estar sendo

    usadas pelas unidades.

    Para nortear as aes deste estudo realizamos uma reviso bibliogrfica

    acerca do tema proposto e uma pesquisa junto s unidades do Corpo de Bombeiros

    buscando informaes sobre os procedimentos adotados em cada uma das unidades

    pelos seus centros de operaes, bem como a realizao de uma anlise dos

    procedimentos executados atualmente nos centros de operaes do Corpo de

    Bombeiros da Polcia Militar do Paran. O estudo ser restrito ao Centro de Operaes

    Bombeiro Militar (COBOM) e centros de operao das sedes de Grupamentos de

    Bombeiros e Subgrupamentos de Bombeiros Independente3, por entendermos que

    esses locais os mais relevantes para o desenvolvimento da pesquisa em virtude da

    demanda de ocorrncias atendidas.

    2 O SERVIO DE EMERGNCIA

    Os servios de emergncias tm por caracterstica histrica a necessidade do

    acionamento, seja ela presencial ou distncia. Na Roma antiga, o Imperador

    Augusto, preocupado com vrios incndios que vinham assolando a cidade, criou os

    Vigiles Urbani, que era um grupo que fazia a vigilncia da cidade atravs de patrulhas

    nas ruas e em caso de alguma emergncia acionavam os demais.

    Desde ento vrias formas de acionamento foram utilizadas para alertar os

    servios de emergncia. Em se tratando do Corpo de Bombeiros, que o foco de

    nosso artigo, as formas de acionamento que se tem histria, vo desde o acionamento

    de sinos de igrejas ou at mesmo pela visualizao da fumaa dos incndios atravs

    de torres de observao instaladas nos quarteis de bombeiros.

    Com a inveno do telefone, os modelos de centrais de emergncia

    comearam a tomar forma. De acordo com Julia Layton, redatora-chefe da revista

    3 Grupamentos e Subgrupamentos de Bombeiros Independente so Organizaes de Bombeiro Militar (OBM) que realizam as atividades-fim do Corpo de Bombeiros do Paran. As OBMs esto subordinadas ao Comando do Corpo de Bombeiros (CCB PMPR), o qual responsvel pelo cumprimento das atividades de Defesa Civil, preveno e combate a incndios, buscas, salvamentos e socorros pblicos, no mbito do Estado do Paran.

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    HowStuffWorks (EUA), em 1957, nos Estados Unidos, a Associao Nacional de

    Comandantes dos Bombeiros quis estabelecer um nmero nacional para que as

    pessoas pudessem notificar incndios. Ao longo da dcada seguinte, vrias

    associaes, recomendaes e debates no congresso determinaram que um nico

    nmero para a notificao de todas as emergncias era mais sensato do que um

    nmero diferente para cada tipo de emergncia. Haleyville, no Alabama, criou o

    primeiro sistema 911 do pas, em 1968.

    Com o passar dos anos, a evoluo constante dos meios de comunicao e

    o aumento desenfreado dos centros urbanos, novos desafios foram aparecendo para

    uma comunicao eficiente entre a populao e os servios de emergncia, por isso

    a necessidade de um centro de operaes onde as informaes possam ser tratadas

    com medidas padronizadas, a fim de iniciar o atendimento de situaes emergenciais

    e, o quanto antes desencadear aes de resposta para garantir o eficaz atendimento

    da situao de emergncia informada.

    2.1 O SERVIO DE EMERGNCIA NO CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA

    MILITAR DO PARAN

    A funo do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran, conforme

    legislao vigente, garantir populao a prestao de servios de natureza

    emergencial, como a execuo de atividades de defesa civil, preveno e combate a

    incndios urbanos e ambientais, buscas, salvamentos e socorros pblicos, alm de

    servios de atendimento a primeiros socorros em situaes de trauma e emergncia,

    conforme definido na Constituio Estadual do Paran:

    Artigo 48: Polcia Militar, fora estadual, instituio permanente e regular, organizada com base na hierarquia e disciplina militares, cabe a polcia ostensiva, a preservao da ordem pblica, a execuo de atividades de defesa civil, preveno e combate a incndio, buscas, salvamentos e socorros pblicos, o policiamento de trnsito urbano e rodovirio, o policiamento ferrovirio, de florestas e de mananciais, alm de outras formas e funes definidas em lei. (PARAN, 2006, p. 29)

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    Segundo disposto na Lei n 16.575, de 28 de setembro de 2010, que trata da

    organizao bsica da Polcia Militar do Paran, no seu artigo 2, que tambm elenca

    as atribuies destinadas ao Corpo de Bombeiros:

    Art. 2. Compete Polcia Militar, alm de outras atribuies estabelecidas em leis peculiares ou especficas: (...) IV- realizar servios de busca, salvamento, preveno e combate a incndio; V - executar as atividades de defesa civil (PARAN, 2010, p. 01)

    Ainda conforme o artigo 42 da Lei n 16.575, de 28 de setembro de 2010, o

    Corpo de Bombeiros do Paran estruturado em rgos de direo, rgos de apoio

    e rgos de execuo, conforme organograma abaixo.

    Figura 01 - Organograma do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran.

    Fonte: CCB/BM3

    O Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran est presente em 119

    municpios do Estado, com a distribuio geogrfica de forma a atender de forma

    minimamente satisfatria todos os municpios. Dos 119 municpios, 57 so atendidos

    por Bombeiros Militares e 62 por Bombeiros Comunitrios4.

    4 Os Postos de Bombeiros Comunitrios (PBC) so postos de primeira resposta para o combate a incndios no Estado do Paran; cujo atendimento dado por funcionrios pblicos municipais, sob a coordenao de um bombeiro militar estadual. Esse servio prestado em cidades com populao superior a quinze mil habitantes, mas que ainda no possuem destacamento de bombeiros militares profissionais, ou outro servio similar disponvel.

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    Sendo todas as atividades da Corporao voltadas para seu objetivo

    institucional, todas as aes e operaes devem possuir suporte de procedimentos

    voltados para o cumprimento da misso fim.

    3 O CENTRO DE OPERAES

    O centro de operaes do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran

    um dos setores mais importantes dentro da estrutura da corporao e possui papel

    estratgico, pois assume a condio de porta de entrada que a sociedade tem para

    requisitar os servios prestados pela instituio, por isso a importncia em buscarmos

    a excelncia, sendo esse atendimento responsvel pela primeira impresso percebida

    da instituio, e por vezes, a mais duradoura.

    Todo centro de operaes deve ser dotado de uma infraestrutura mnima

    destinada gesto operacional, tendo sua misso a coordenao das operaes de

    emergncia, servindo como ligao entre as equipes que se deslocam para

    atendimento das ocorrncias e o comando.

    No Paran, como o Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran o brao

    operacional da Defesa Civil, os centros de operaes tambm tm que estar

    preparados para a demanda decorrente das aes de Defesa Civil que venham a

    acontecer na rea de abrangncia da unidade.

    Considerando a importncia estratgica do centro de operaes, a corporao

    sempre est procura de se aperfeioar atravs da padronizao dos procedimentos

    adotados por essas centrais, para que o atendimento populao seja feito da melhor

    forma possvel e os recursos colocados disposio sejam canalizados

    estrategicamente objetivando o sucesso da misso.

    Mundo afora, no existe modelo nico ou ideal de centro de operaes, o que

    vemos so algumas premissas encontradas principalmente nos pases desenvolvidos,

    como a adoo de um nico nmero para os servios de emergncia, que

    direcionado a uma central de servios de emergncia, polcia, bombeiros ou servios

    de atendimento mdico, visando a assistncia imediata. Como exemplo nos Estados

    Unidos o nmero de emergncia o 911 e na Unio Europeia o 112.

  • 7

    No Brasil no temos um nmero nico de servio de emergncia, cada rgo

    conta com seu nmero especifico, o que pode gerar atrasos no atendimento, ou

    mesmo a dificuldade do solicitante buscar o servio correto para o tipo de emergncia

    que possui.

    No Paran, mais especificamente em Curitiba e Regio Metropolitana, houve

    uma tentativa da unificao dos nmeros de emergncia, constituindo um centro nico

    de comunicaes. O cidado com a necessidade de chamar o Corpo de Bombeiros

    ou Polcia Militar ligava para o nmero 190, e mesmo quem ligasse para o 193, essa

    ligao era redirecionada para a central 190, sendo que o atendente repassava a

    ligao para o atendente do Corpo de Bombeiros quando era o caso.

    Essa unificao dos nmeros se deu pela Lei Estadual n 12.120, de 15 de

    abril de 1998:

    Smula: Unifica a Central de Atendimento Telefnico de Emergncia de 3 dgitos do Estado, no nmero 190. A Assemblia Legislativa do Estado do Paran decretou e eu sanciono a seguinte lei: Art. 1. Fica unificada a Central de Atendimento Telefnico de Emergncia de 3 dgitos do Estado, no nmero 190. (PARAN, 1998)

    Antes mesmo de ser regulamentada, em 2003, entrou em funcionamento a

    unificao das linhas, centralizadas no nmero 190, fato que fez com que o tempo de

    espera das ligaes se elevasse absurdamente.

    Segundo Veloso (2008) em determinado momento, a mdia do tempo de

    espera dos solicitantes de servio de bombeiros chegou a onze minutos e sete

    segundos de espera, e aps maro de 2004, as linhas de atendimento do telefone

    193, voltaram a ser disponibilizadas e o tempo mdio de atendimento da chamada

    voltou a ser entre dez e quinze segundos.

    Em 2004 a Lei Estadual n 12.120 foi regulamentada atravs do Decreto

    Estadual n. 2.832 de 22 de abril:

    Art. 1 A Central de Atendimento Telefnico de Emergncia do Estado fica unificada, no mbito da Secretaria de Estado da Segurana Pblica - SESP, sob o nome de Centro Integrado de Operaes de Segurana Pblica - CIOSP. 1 O CIOSP ter responsabilidade territorial inicial na rea Metropolitana de Curitiba, devendo estender-se posteriormente s maiores cidades do Estado do Paran. 2 O CIOSP constitui-se em um centro nico de comunicaes, e responder ao nmero 190. (PARAN, 2004)

  • 8

    Alm da unificao dos nmeros de emergncia, o Decreto Estadual n 2.832

    determinou que o Centro de Operaes Bombeiro Militar passasse a fazer parte do

    Centro Integrado de Operaes de Segurana Pblica CIOSP, deixando a estrutura

    existente no quartel do Comando do Corpo de Bombeiros.

    A Diretriz de Servio Operacional N 001, de 14 de fevereiro de 2007, que

    estabelece normas e procedimentos para a execuo do servio operacional no

    mbito do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran traz as seguintes

    definies acerca dos centros de operaes e assuntos correlatos ao tema aqui

    estudado:

    4. DEFINIES I. REA OPERACIONAL: aquela entregue a um Posto de Bombeiros para fins de atendimento de emergncia, cujos limites constituem a rea de responsabilidade da Unidade Operacional. II - CENTRO DE OPERAES: So as instalaes onde esto reunidos

    todos os recursos e informaes necessrias coordenao geral do servio operacional a nvel de Grupamentos de Bombeiros e Subgrupamentos de Bombeiros Independentes. III CENTRO DE OPERAES BOMBEIRO MILITAR COBOM: So as instalaes onde esto reunidos todos os recursos e informaes necessrias coordenao geral do servio operacional, no Estado do Paran. (...) X - SALA DE OPERAES: So as instalaes onde esto reunidos todos os recursos e informaes necessrias coordenao geral do servio operacional a nvel de Posto de Bombeiros. (...) 5. DEVERES E ATRIBUIES: Alm do que prescrevem as demais normas e regulamentos vigentes na corporao, compete: (...) e. Chefe de Operaes: Chefe de Operaes o servio exercido por Oficial intermedirio, responsvel pelo comando do servio operacional no atendimento s emergncias em sua rea operacional, em coordenao com o Chefe de Operaes da Capital do Estado, devendo tambm exercer a superviso de servio. (...) m. Atendente

    Atendente o servio exercido por Cabo, Soldado, bombeiro-militar, ou Civil, para atender o pedido de socorro no Centro de Operaes, via telefone. n. Radio operador

    Radio operador o servio exercido por Cabo ou Soldado, bombeiro-militar, para operar o sistema de comunicao no Centro de Operaes. (CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA MILITAR DO PARAN, 2007)

    O Centro de Operaes Bombeiro Militar (COBOM), integrado ao CIOSP,

    atende a rea das unidades do 1, 6 e 7 Grupamentos de Bombeiros, sendo que

    toda ligao realizada para o telefone de emergncia 193 recepcionada pelo

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    COBOM, feita a triagem e repassada para a unidade responsvel pela rea da

    ocorrncia para o devido atendimento.

    Nas demais sedes de GB(s) e SGBI(s) das unidades do Corpo de Bombeiros

    da Polcia Militar do Paran o atendimento realizado pelo Centro de Operaes e

    nos Subgrupamentos de Bombeiro (SGB), Sees de Bombeiro (SB) e Postos

    Avanados de Bombeiro o atendimento se d nas salas de operaes.

    4 A IMPORTNCIA DA PADRONIZAO

    A padronizao o processo de desenvolvimento e implementao de

    normas tcnicas e tem como objetivo auxiliar na maximizao da qualidade de

    determinado processo, produto ou servio. (RODRIGUES, 2006).

    Dentro das atividades do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Paran a

    padronizao tem se tornado palavra de ordem, e a instituio de padres no

    atendimento dos centros de operaes passo decisivo na busca da qualidade total

    e excelncia de nosso servio.

    O Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran, no perodo de 1992 a

    1994, lanou vrios Boletins Tcnicos abordando vrios assuntos de interesse da

    corporao. No ano de 2006, atravs da criao de comisses de estudo, foram

    produzidos 132 Procedimentos Operacionais Padronizados (POP)5, contudo esses

    POPs no foram devidamente homologados oficialmente pelo Comando do Corpo de

    Bombeiros da Polcia Militar.

    Em se falando nos Procedimentos Operacionais Padronizados produzidos

    pelo Corpo de Bombeiros, temos o POP 001 - Atendimento do 193 e Despacho de

    Socorro, que traz de forma bem resumida e genrica os passos de como se deve

    realizar o atendimento do telefone de emergncia 193 e o consequente despacho das

    viaturas para o socorro, no trazendo em seu bojo a padronizao de aes que o

    atendente deve ter para as situaes mais variadas.

    5 Procedimento Operacional Padronizado (POP) uma descrio detalhada de todas as operaes necessrias para a realizao de uma atividade, ou seja, um roteiro padronizado para realizar uma atividade.

  • 10

    Com esse artigo, como j explicitado anteriormente, identificaremos quais

    unidades do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran usam algum tipo de

    padronizao, seja o POP acima citado ou outra desenvolvida pela prpria unidade

    de forma individualizada.

    No mundo contemporneo, a exigncia por servios pblicos de qualidade

    constante, e a atuao do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran tem que

    se pautar na melhoria permanente para que o servio seja feito de forma eficiente,

    respeitando um tempo mximo de atendimento, diminuindo o tempo de resposta s

    chamadas, o que pode salvar vidas, e como isso manter o grau de confiana6 que

    dado pela populao.

    Quando as aes e procedimentos so padronizados, seja de um centro de

    operaes ou de qualquer outro setor da administrao pblica, possvel avanar

    na qualidade do produto oferecido populao e melhorar o desempenho da

    instituio.

    Podemos afirmar que os centros de operaes do Corpo de Bombeiros tm

    procedimentos para atuarem de maneira padronizada?

    5 INDICADORES DE DESEMPENHO E QUALIDADE NO SERVIO

    Indicadores de desempenho so instrumentos de gesto essenciais nas

    atividades de monitoramento e avaliao das organizaes e so necessrios para

    estabelecer metas e identificar as causas de problemas que venham a acontecer e,

    ainda, ajudar a encontrar a soluo (DAS NEVES, 2001, p. 3).

    Para a Associao Brasileira das Normas Tcnicas (ABNT,2000), qualidade

    pode ser definida como a totalidade de caractersticas de um produto ou servio que

    lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades implcitas ou explcitas.

    Nenhuma organizao existe por si s, nem constitui um fim em si mesma,

    pois todas so rgos sociais, e assim, existem em razo da sociedade,

    particularmente aquelas pertencentes ao Estado, que tm natureza pblica e sobre

    6 Bombeiros so os profissionais mais confiveis no Brasil, diz pesquisa. Os bombeiros so os profissionais que tm mais confiana da populao no Brasil, segundo uma pesquisa do instituto alemo GfK Verein. Folha de So Paulo. 7 de maio de 2014.

  • 11

    elas impe-se obrigao legal de atendimento ao bem comum. Uma organizao

    produtiva atende com princpios de excelncia, os quais devem ser orientados por

    indicadores de qualidade e indicadores de desempenho.

    Para Eurpedes Barsanulfo Lima (2004), que elaborou uma proposta de um

    sistema de indicadores de desempenho para o centro de operaes policiais militares

    da Polcia Militar de Gois, a qualidade no servio necessita do diagnstico dos

    defeitos dos processos das organizaes produtivas, e que medidas para a reparao

    e aperfeioamento sejam adotadas de forma continua a fim de que a organizao

    possa alcanar seu objetivo. Os defeitos, que venham a ser diagnosticados, devem

    ser resolvidos com solues simples, mediante a utilizao de raciocnio inteligente e

    metodologia prpria, impedindo as concluses por intuio, decises orientadas pelo

    caminho mais curto, problemas mal dimensionados, solues de nica opo,

    desprezo de detalhes ou negao de problemas.

    Takashima e Flores (1996) afirmam que os indicadores so essenciais ao

    planejamento e controle dos processos das organizaes. So essenciais ao

    planejamento porque possibilitam o estabelecimento de metas quantificadas e o seu

    desdobramento na organizao, e essenciais ao controle porque os resultados

    apresentados atravs dos indicadores so fundamentais para a anlise crtica do

    desempenho da organizao, para as tomadas de decises e para o replanejamento.

    Ainda segundo Eurpedes Barsanulfo Lima (2004): As Ferramentas da

    Qualidade constituem-se no instrumental estatstico necessrio para a anlise, reparo

    e aperfeioamento dos processos produtivos das organizaes geridas com

    qualidade.

    Nos centros de operaes, os indicadores de desempenho e a qualidade do

    servio tm uma importncia essencial, afinal o telefone o principal meio de contato

    que nosso cliente tem com a empresa, e se ele no for bem atendido, ou o

    atendimento for demorado, ou ainda, se o atendimento no tiver uma padronizao

    dos procedimentos a serem adotados pelo atendente, a tendncia que o cliente

    fique insatisfeito com o resultado.

    Mais do que isso, o importante que todas os centros de operao do Corpo

    de Bombeiros da Polcia Militar do Paran atuem de maneira padronizada e com

    agilidade, e ainda tenham monitoramento de suas metas e da qualidade do servio

    prestado populao.

  • 12

    6 TEMPO RESPOSTA

    Ainda consultando Eurpedes Barsanulfo Lima (2004), em um centro de

    operaes uma das melhores maneiras de avaliar o desempenho o tempo resposta:

    Desta forma deveremos estabelecer critrios para o gerenciamento do TR, visando na prtica, reduzi-lo e proporcionando comunidade um atendimento de qualidade. (p. 25). (...) Por outro lado, tambm ficou patenteado (93% dos pesquisados) que esse Tempo Resposta o processo que mais buscado pelos Comandos ou Gerncias desses Centros de Operaes, pois permitem uma maior avaliao da satisfao dos clientes, salientando-se que as urgncias deixam os envolvidos numa situao de bastante estresse, transformando minutos de espera em verdadeiras horas de agonia. (p. 92).

    Em pesquisa bibliogrfica realizada no foi detectada norma regulamentadora

    no Brasil sobre tempo resposta, especificamente, de centro de operaes. Ainda

    sobre a pesquisa bibliogrfica, deparou-se com conceitos diversos do que vem a ser

    tempo resposta.

    Para o Corpo de Bombeiros de Braslia (2011) o tempo resposta ser o tempo

    decorrido do atendimento da chamada at a chegada da primeira viatura operacional

    cena do socorro.

    Para o Corpo de Bombeiros de So Paulo (2006) o tempo resposta o tempo

    que corresponde notificao das equipes de socorro at a chegada ao local da

    emergncia.

    Para o SYSBM, que o sistema de registro de ocorrncias do Corpo de

    Bombeiros da Polcia Militar do Paran, tempo resposta o tempo decorrido do horrio

    da solicitao at o horrio de sada da viatura.

    Como o objetivo do artigo verificar a importncia de uma padronizao

    apenas no atendimento do centro de operaes, esse conceito de tempo resposta do

    SYSBM ser o utilizado para fins de comparativo e anlise da pesquisa realizada e

    apresentada logo frente.

    A NFPA7 a referncia mundial mais prestigiada em normas e regulamentos

    tcnicos de segurana contra incndio. A sua norma 1221 (Padro para a instalao,

    7 National Fire Protection Association, instituio estadunidense voltada proteo contra incndios e instalaes eltricas prediais e industriais.

  • 13

    manuteno e utilizao dos sistemas de comunicao nos servios de emergncia

    Edio 2002)8 traz regulamentaes sobre centrais de emergncia e indica um tempo

    resposta ideal para o atendimento.

    6.4 Procedimentos Operacionais. 6.4.1 Quando os alarmes so recebidos, eles devem ser registrados e tabulados para indicar a origem da chamada. 6.4.2 Noventa e cinco por cento dos alarmes devem ser respondidas dentro de 15 segundos, e 99 por cento dos alarmes devem ser respondidos dentro de 40 segundos. 6.4.3 Noventa e cinco por cento do despacho de emergncia deve ser concluda dentro de 60 segundos. 6.4.4 Para fins de aplicao da lei, a jurisdio autoridade com determinar tempo quadros para a concluso da expedio.9 (NFPA 1221, 2012, p. 29)

    Para a NFPA, 95 por cento das ocorrncias recebidas pelo centro de

    operaes devem ser atendidas em at 15 segundos, e 99 por cento em at 40

    segundos. Este tempo considerado bem exguo e se a central no tiver padres em

    seus procedimentos, o que pode elevar o tempo e comprometer o bom atendimento

    da populao.

    Uma vez recebidas as ocorrncias, segundo a NFPA 1221, o despacho de 99

    por cento das ocorrncias tem que estar concludos dentro de 60 segundos.

    Na Coletnea de Manuais Tcnicos de Bombeiros do Estado de So Paulo,

    Volume 13, Comunicaes Operacionais (2006, p.76), traz como indicador de

    desempenho a questo do tempo resposta:

    Indicadores de qualidade Os tempos mximos para execuo das atividades sero de: Triagem: 130; Despacho de ocorrncias: 1. Os Centros de Operaes devero perseguir a meta de responder no primeiro toque telefnico a 90% da demanda dos chamados sob sua jurisdio. (CORPO DE BOMBEIROS DE SO PAULO, 2006, p. 76)

    Observa-se que o tempo estipulado pelo Corpo de Bombeiros de So Paulo,

    para o despacho de ocorrncias, no est dentro do proposto pela NFPA, mas j tem

    um norte para seguir, uma padronizao de tempo resposta estipulado.

    Importante ressaltar que atrs de tudo que foi citado at aqui em relao ao

    desempenho, qualidade do servio, tempo resposta, padronizao dos procedimentos

    8 Traduo livre do autor. 9 Traduo livre do autor.

  • 14

    dos centros de operao, est intrinsicamente relacionado com o fator humano. Uma

    escala adequada, valorizao do profissional e treinamento so itens relevantes para

    a busca da excelncia no atendimento.

    O atendente do centro de operaes deve ser visto como um profissional que

    possui deveres e responsabilidades muitas vezes acima da sua capacidade de

    autonomia e de gerenciamento dos variados tipos de ocorrncias que recepciona.

    Deve ter habilidades para lidar com determinadas situaes, e at mesmo para

    controlar distncia por meio do telefone e de instrues ao solicitante uma situao

    de desespero, e, justamente por isso, esse profissional deve ser mais bem qualificado,

    e tambm mais valorizado e respeitado.

    Alm do fator humano deve-se verificar a estrutura fsica disponibilizada para

    os atendentes, pois no adianta termos profissionais qualificados, motivados, mas

    com equipamentos, mveis, acessrios, softwares defasados e obsoletos.

    7 APRESENTAO E ANLISE DA PESQUISA

    7.1 TEMPO RESPOSTA NO CORPO DE BOMBEIROS DA POLCIA MILITAR DO

    PARAN

    Foi realizada uma pesquisa do tempo resposta dos atendimentos de todas as

    unidades do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran, para as ocorrncias de

    incndio em edificao no ano de 2014.

    A pesquisa se restringiu nas cidades sedes de Grupamentos e

    Subgrupamentos de Bombeiros Independente, pois o local que foi realizada a

    pesquisa de campo que ser apresentada no prximo item.

    Tal pesquisa foi realizada atravs do SYSBM, utilizando a gerao de

    relatrios estatsticos para o tipo de ocorrncia que se deseja. Os dados esto

    apresentados na Tabela 01.

  • 15

    Tabela 01 Tempo Resposta Mdio das ocorrncias de incndio em edificao no ano de 2014 no Paran.

    Unidade Cidade Pesquisada Total de Deslocamentos

    Consultados Tempo Resposta Mdio

    1GB Curitiba (Sul) 877 00:01:57

    2GB Ponta Grossa 377 00:01:49

    3GB Londrina 372 00:02:38

    4GB Cascavel 370 00:02:03

    5GB Maring 425 00:02:33

    6GB So Jos do Pinhais 696 00:02:12

    7GB Curitiba (Norte) 412 00:01:49

    8GB Paranagu 162 00:01:19

    9GB Foz do Iguau 231 00:03:05

    1SGBI Ivaipor 78 00:02:00

    2SGBI Pato Branco 68 00:02:04

    3SGBI Francisco Beltro 195 00:02:47

    4SGBI Apucarana 128 00:02:40

    5SGBI Guarapuava 194 00:02:15

    6SGBI Umuarama 79 00:03:36

    FONTE: Banco de Dados do Sistema de Registro de Ocorrncias e Estatstica do Corpo de Bombeiros (SYSBM).

    Como no foi detectada normatizao no Brasil a respeito de indicao de

    tempo resposta para centro de operaes, e considerando que os conceitos utilizados

    pela NFPA e SYSBM consideram momentos distintos para a contagem do tempo,

    adaptamos o conceito da NFPA com o proposto pelo SYSBM.

    Para definir uma medida, consideramos o somatrio dos tempos mximos

    estipulados pela NFPA para a resposta da ocorrncia (15 segundos) e o despacho

    (60 segundos), chegando ento ao tempo de 75 segundos, como tempo resposta

    mximo, tempo este medido do momento do atendimento da ligao at o despacho

    da viatura, sendo a nica medio de tempo considerada para a anlise dos dados.

    Importante ressaltar que durante a realizao da pesquisa junto ao SYSBM,

    foi constatado que em praticamente todas as unidades existiam lanamentos de

    dados de ocorrncias com informaes erradas, principalmente nos horrios da

    solicitao e sada da viatura, justamente os mais importantes para obteno do

    tempo resposta, e que acaba gerando relatrios estatstico com informaes erradas

    tambm. Para sanar esse problema foi feito um levantamento minucioso em todo o

  • 16

    relatrio, sendo feita a eliminao dos deslocamentos que possuam lanamentos da

    de forma errada.

    Diante disso, e considerando os dados apresentados na Tabela 01,

    conseguimos identificar quais unidades esto apresentando um tempo resposta

    dentro, ou prximo, do parmetro que foi adaptado da NFPA.

    7.2 PESQUISA DE CAMPO

    Entre os dias 14 e 30 de abril de 2015 foi aplicado um questionrio (Apndice

    A Questionrio) direcionado ao Chefe do COBOM e aos comandantes das

    subunidades das sedes de Grupamentos e Subgrupamentos de Bombeiros

    Independente, que so os responsveis pelos centros de operaes das unidades.

    O questionrio foi encaminhado via e-mail para as 12 unidades operacionais

    do Corpo de Bombeiros e para o COBOM. Importante ressaltar que as unidades da

    Capital e Regio Metropolitana (1, 6 e 7 GB), tem o seu atendimento dos telefones

    de emergncia centralizado no COBOM, portanto o total da populao da pesquisa foi

    de 13.

    Diante da tabulao das respostas obtidas no questionrio, concatenado com

    os dados de tempo resposta obtidos na Tabela 01, passamos a anlise dos resultados

    encontrados.

    7.2.1 Padronizao de Procedimentos do Centro de Operaes

    Conforme dados levantados no questionrio sobre a existncia de algum tipo

    de padronizao de procedimentos, 03 centros de operaes COBOM, 4 GB e 8

    GB , que corresponde a aproximadamente 23% da amostra, informaram que

    possuem algum tipo de padronizao, sendo que tais procedimentos foram

    elaborados localmente, ou recepcionadas de outras unidades.

    Cruzando essa informao com o tempo resposta da Tabela 01, verificamos

    que uma das unidades da populao pesquisada (8GB) que informaram que

  • 17

    possuem padronizao, est muito prximo do tempo resposta que foi adaptado pelo

    autor, com uma diferena de apenas 4 segundos acima do estipulado. No 4 GB o

    tempo resposta encontrado est 48 segundos acima do tempo resposta adaptado

    proposto pelo autor, necessitando alguns pequenos ajustes para atingir o tempo

    resposta indicado.

    Como o COBOM atende as 3 unidades de Curitiba e Regio Metropolitana,

    temos que no 7 GB o tempo resposta est apenas 34 segundos acima, no 1 GB est

    42 segundos acima e no 6 GB est 57 segundos acima do tempo resposta adaptado

    proposto pelo autor. Apesar dos atendimentos telefnicos de emergncia das

    unidades acima citadas serem realizadas pelo COBOM, observamos uma variao

    considervel no tempo resposta, fator esse que carece de uma pesquisa mais pontual

    para apontar qual seria a causa da diferena apresentada.

    Pelo COBOM e pelo 4 GB foi informado que o tipo de padronizao utilizado

    so os procedimentos e cartes de despacho propostos por chefes de operaes,

    atravs da chefia do COBOM. Pelo 8 GB no foi informado que tipo de padronizao

    utilizam.

    O restante dos centros de operaes, 10 centros, ou aproximadamente 77%,

    informaram que no usam nenhum tipo de padronizao. Essa uma informao

    preocupante pois revela que a maioria das unidades no possuem, ou no

    informaram, qualquer tipo de padronizao, e quando cruzamos essa informao com

    os dados da Tabela 01, observa-se que, em algumas unidades, o tempo resposta est

    bem acima do mnimo proposto, chegando a praticamente o triplo em um dos centros

    de operaes pesquisado.

    7.2.2 Atendimento e despacho

    Em outra questo foi solicitada a informao se o atendimento e despacho

    possua alguma ferramenta ou programa especifico para tal finalidade, obtendo como

    resposta que apenas o COBOM conta com tal ferramenta, no caso o Sistema de

    Controle Operacional (SISCOPWEB)10.

    10 um programa desenvolvido para abertura e despacho de ocorrncia proporcionando um controle sistemtico. focado no atendimento telefnico emergencial e no despacho de viaturas.

  • 18

    Algumas unidades citaram o SYSBM, contudo o objetivo do mesmo no

    controlar em tempo real o deslocamento das viaturas e a disponibilidade dos recursos

    existentes, e sim o registro e armazenamento de dados para que esses possam gerar

    relatrios, grficos e estatsticas para tomadas de decises futuras. RIBEIRO (2005).

    7.2.3 Perfil dos Atendentes

    Conforme informado por 100% da populao pesquisada, os atendentes dos

    centros de operaes so exclusivamente militares, no tendo nenhum tipo de servio

    terceirizado. Questionados se os atendentes, para assumir a funo, passam por

    algum tipo de treinamento, a resposta foi que os militares que so escalados na funo

    no COBOM, 4 GB e 8 GB, passam por um treinamento especifico, sendo que no 4

    GB, foi citado que j foram realizados estgios sobre atendimento e despacho de

    ocorrncias.

    Cabe relembrar, que as unidades que informaram que realizam treinamentos

    com seus atendentes antes de escal-los na funo so as mesmas que possuem

    uma padronizao de procedimentos em seus centros de operaes, o que louvvel,

    pois demonstra a preocupao dessas unidades com a qualidade do servio prestado

    a comunidade.

    Ainda sobre os atendentes, os pesquisados foram unnimes em afirmar a

    importncia da institucionalizao de curso, estgios, estgios, bem como instrues

    de manuteno, a fim de capacitar aqueles que venham a assumir to importante

    funo.

    Vlido lembrar que o Decreto Estadual 11.869, de 11 de agosto de 2014,

    aprovou a realizao de 28 cursos de especializao para os integrantes da Polcia

    Militar do Estado do Paran e do Corpo de Bombeiros, sendo um deles, o de

    Telefonista de Emergncia, que ainda no foi regulamentado pelo Comandante Geral

    da PMPR.

  • 19

    8 CONSIDERAES FINAIS

    Diante do exposto at aqui, conclui-se que o Corpo de Bombeiros da Polcia

    Militar do Paran, no possui procedimentos padronizados para a atuao dos centros

    de operaes. O que se tem so iniciativas isoladas, e isso indiscutvel e est

    devidamente registrado nos resultados da pesquisa de campo realizada.

    Pode-se concluir tambm que a padronizao dos procedimentos para um

    centro de operaes de suma importncia, pois essa padronizao ir servir como

    referencial para a sistematizao de um indicador de desempenho da instituio

    atravs do monitoramento e controle do tempo resposta. Com um padro

    procedimental estabelecido e aplicado em todas as unidades de forma uniforme, com

    certeza teremos uma diminuio drstica nos tempos resposta encontrados neste

    artigo, conforme Tabela 01.

    Como discorrido no artigo, no foi identificado no Brasil, uma medida de tempo

    resposta mnimo ou ideal para centro de operaes de unidades do Corpo de

    Bombeiros, sugere-se ento a adoo, no Paran, do tempo resposta adaptado pelo

    autor, usando conceitos da NFPA e do SYSBM, bem como a sedimentao junto a

    todo o efetivo, do conceito de tempo resposta j definido pelo prprio SYSBM.

    Na pesquisa de campo realizada ficou evidente a necessidade de que

    priorizemos o atendimento do telefone de emergncia 193, afinal nosso carto de

    visitas, que hoje est deficiente em procedimentos. Necessrio tambm o

    investimento em estrutura fsica adequada e informatizao do atendimento e

    despacho com programas de gerenciamento de ocorrncias em tempo real, para que,

    em conjunto com a padronizao dos procedimentos, possamos ter centros de

    operaes com excelncia de atendimento em todo o Estado.

    Os pesquisados foram unnimes em afirmar a necessidade de uma

    capacitao para os atendentes, e essa possibilidade se mostra vivel de realizao,

    pois j temos modelos a serem seguidos, s necessitando de uma anlise pelo setor

    competente da instituio e aval do Comando do Corpo de Bombeiros.

    Por conseguinte, ressalta-se a existncia de um procedimento desenvolvido

    pelo ento 1 SGBI, atual 9GB, com sede em Foz do Iguau, intitulado Protocolo

    Regional Para Centrais de Operaes (1 SGBI, 2007), sendo esse procedimento

    citado por dois dos centros que informaram seguir um procedimento padronizado.

  • 20

    Pontua-se, tambm, que foi desenvolvido pelos chefes de operaes e validado pelo

    Chefe do COBOM, uma coletnea com procedimentos para os mais variados tipos de

    ocorrncias denominado Cartes de Despacho.

    Diante disso oportuno que seja designada uma comisso para que esses

    materiais citados sejam objeto de anlise, melhorias, se for o caso, e ento

    referendado a fim de que o mesmo seja adotado como material oficial e institucional

    do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran.

  • 21

    ABSTRACT

    This article discusses the standardization of care procedures of the operations centers of the Fire Department of Paran Military Police. The found problems is the lack of established standards to guide these procedures. The operations center has a strategic role, being as a business card the institution, it is that way that the population makes first contact requesting the corporation's services, therefore the standardization of procedures is very important and decisive step in finding total quality. The overall objective of this paper is to analyze what is the importance of standardization of procedures in centers of operations of Fire Department of Paran Military Police, and specific objectives identify which units use some kind of standard of care procedure at its operations center, as well as register which standardization may be being used by units. In this study was carried out a literature review on the topic and a survey at units of the Fire Department. We conclude that the Fire Department of Paran Military Police does not have a standardization of procedures for the operations centers, but there are some isolated initiatives that can be reviewed and validated by the corporation to be adopted institutionally. Keywords: Standardization. Operations center. Procedures. Emergency.

  • 22

    REFERNCIAS

    BRASIL. Associao Brasileira de Normas Tcnicas. NBR. 9000: 2000Sistemas de gesto da qualidadeFundamentos e Vocabulrio. Rio de Janeiro: ABNT, 26p, 2000. COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS. Coletnea de Manuais Tcnicos de Bombeiros Comunicaes Operacionais. So Paulo, 2006. COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS. Diretriz n 001, de 14 de fevereiro de 2007. Diretriz de Servio Operacional do Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Paran. Curitiba, 2007. COMANDO DO CORPO DE BOMBEIROS. Plano De Emprego Operacional do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. 2011. DAS NEVES, Cesar; GUIMARES, Mariana Alvarenga; ANTONIO, Tdea Maria Yunes. Anlise de Desempenho de Centrais de Atendimento (Call Centers). 2001. FOLHA DE SO PAULO. Bombeiros so os profissionais mais confiveis no Brasil, diz pesquisa; veja lista. So Paulo, 7 maio 2014. Disponvel em: < http://classificados.folha.uol.com.br/empregos/2014/05/1450649-bombeiros-sao-os-profissionais-mais-confiaveis-no-brasil-diz-pesquisa-veja-lista.shtml >. Acesso em: 08/05/2015. LAYTON, Julia. How ebay Works. How Stuff Works website, 2005. Disponvel em: < http://pessoas.hsw.uol.com.br/911-emergencia-eua.htm>. Acesso em 08/05/2015. LIMA, Eurpedes Barsanulfo. Elaborao de um Sistema de Indicadores de Desempenho para o Centro de Operaes Policiais Militares COPOM/PMGO. 130 p. Trabalho Final de Mestrado Profissional, Universidade Estadual de Campinas, 2004. NATIONAL FIRE PROTECTION ASSOCIATION et al. NFPA 1221, Standard for the Installation, Maintenance, and Use of Emergency Services Communication Systems. National Fire Protection Association, 2002. PARAN. Constituio do Estado do Paran. Curitiba: Imprensa Oficial, 2006.

  • 23

    PARAN. Decreto Estadual n 2.832, 22 de abril de 2004. A Central de Atendimento Telefnico de Emergncia do Estado fica unificada. Curitiba, 2004. PARAN. Decreto Estadual n 11.869, de 11 de agosto de 2014. Aprova realizao dos cursos de especializao para os integrantes da Polcia Militar do Estado do Paran e do Corpo de Bombeiros. Curitiba, 2014. PARAN. Lei Estadual n 12.120, de 15 de abril de 1998. Unifica a Central de Atendimento Telefnico de Emergncia de 3 dgitos do Estado, no nmero 190. Curitiba, 1998. PARAN. Lei Estadual n 16.575, de 28 de setembro de 2010. Lei de Organizao Bsica da Policia Militar do Paran, Curitiba, 2010. PRIMEIRO SUBGRUPAMENTO DE BOMBEIROS INDEPENDENTE (4 GB). Protocolo Regional Para Centrais de Operaes. Foz do Iguau. 2007. 20p. QUARTO GRUPAMENTO DE BOMBEIROS (4 GB). Banco de dados do sistema de registro de ocorrncias e estatstica do corpo de bombeiros (SYSBM). Cascavel: 4 Grupamento de Bombeiros, 2015. Disponvel em: . Acesso em: 12/05/2015. RIBEIRO, A. R. Sistema de Registro de Ocorrncias de bombeiros - Anlise e Projeto Orientado a Objetos do Sistema Existente. Monografia (Curso de Tecnologia em Processamento de Dados), Unio Educacional de Cascavel UNIVEL, Faculdade de Cincias Sociais Aplicadas de Cascavel. 2005. RODRIGUES, Eduardo Azeredo. O princpio da padronizao. Revista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de JaneiroEMERJ, p. 147-157, 2006. Disponvel em:. Acesso em 09/05/2015. TAKASHIMA, N. T. FLORES, M. C. X. Indicadores da Qualidade e do Desempenho. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora Ltda, 1996, 100p. VELOSO, Garcia. Terceirizao de Servios Administrativos: Telefonistas. 69 p. Monografia (Curso de Aperfeioamento de Oficiais), Academia Policia Militar do Guatup, 2008.

  • 24

    APNDICE A - QUESTIONRIO

    Ao Senhor Chefe do COBOM e comandantes das subunidades das sedes de Grupamentos e Subgrupamentos de Bombeiros Independente:

    Solicito, dentro das possibilidades, a gentileza de responderem as questes abaixo, que tem por objetivo coletar os dados para embasar artigo cientifico visando a concluso do CAO 2015.

    O tema definido como estratgico da Capacidade Operacional das Instituies Padronizao dos procedimentos de atendimento das Centrais de Operao do Corpo de Bombeiros.

    No h necessidade de identificao, porm, solicito informar a unidade e devolver respondido at 30 de abril de 2015, no endereo de e-mail: [email protected] ou [email protected].

    Grato, Cap. QOBM Alecsander Aparecido Dornelas

    NOME: NO OBRIGATRIO UNIDADE/SUBUNIDADE: Se alguma questo no se encaixar na realizada de sua unidade ou funo favor desconsiderar.

    1. Existe na unidade uma padronizao de atendimento para as centrais de operao?

    2. Se existir uma padronizao informar quando foi instituda, e se possvel encaminhar cpia para anlise.

    3. Em possuindo uma padronizao, qual a forma de fiscalizao para o cumprimento da mesma?

    4. O Processo de atendimento e despacho de viaturas informatizado?

    5. O sistema de Informtica permite alguma medio?

    6. realizado um controle de tempo resposta de atendimento nas ocorrncias atendidas? De que forma?

    7. Qual o tempo mdio de atendimento ou tempo resposta?

    8. Os atendentes so exclusivamente militares ou existem civis que fazem o servio?

    9. Os atendentes passam por algum tipo de treinamento para serem escalados na funo? 10. Na sua opinio os atendentes deveriam passar por um curso oferecido pela corporao?

    11. Comente aqui algum aspecto que julgue necessrio para complementar as questes anteriores ou algum aspecto importante no mencionado.