Artigo Crise Grécia

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Um artigo a respeito da Grise na Grécia

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Page 1: Artigo Crise Grécia

Universidade do Vale do Itajaí

Campus Balneário Camboriú

Curso de Relações Internacionais

Disciplina: História das Relações Internacionais III

Professor: Márcio R. Voigt

Acadêmicos: Alessandra Schindler

Flávia Helena Ribeiro

João Alberto Vieira Jr.

Priscilla Santos da Silva

A CRISE FINANCEIRA NA GRÉCIA

Balneário Camboriú, 09 de Junho de 2010.

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Resumo: Há algum tempo a Grécia já apresentava problemas financeiros. Com a crise

financeira mundial que teve seu auge em setembro de 2008 agravou os problemas

financeiros de alguns países da União Européia, sendo a Grécia o mais complicado.

Palavras-chave: Grécia, Crise Ecônomica, União Européia, Bolsa de Atenas.

Abstract: For some time Greece has been showing financial problems. With the Global

Financial Crises that peaked in September 2008 has exacerbated the financial problems

of some EU countries, Greece has being the most complicated case.

Keywords: Greece, Economic Crisis, European Union, Athens Stock Market

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Introdução

A Grécia acumula déficit nas suas contas públicas equivalente a 12,7 a 14% do

PIB segundo analistas de mercado. Ela possui a maior dívida da região, neste

ano deve atingir cerca de 125% do PIB (Jornal Estadão, 2010).

Por ser um país com uma economia pouco competitiva, se comparada a média

dos países da zona do euro, e tem gastos públicos em grande escala e é acusada

constantimente de ser “mal gerenciada”.

A pesquisa tem como relevância estudar e compreender como a crise na Grécia

pode comprometer alguns países da zona do euro.

Dentre os temas selecionados para analise, destacamos como a crise afeta a

política (a relação entre o governo grego com a União Européia), o aspecto

social (como a crise atinge as pessoas em seu dia-a-dia) e econômico (a relação

entre a bolsa de Atenas e a interferência do FMI nos bancos centrais do país).

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Política: Crise grega e União Européia

A crise na Grécia não teve somente efeito econômico e social. Para entender

como este acontecimento afetou a política grega, temos que observar alguns

aspectos que ajudaram a eclodir está grave crise.

O Banco estadunidense Goldman Sachs, em conjunto com os políticos gregos,

escondeu desde 2008 uma enorme dívida pública de aproximadamente 300

bilhões de euros. O motivo desta dívida é conseqüência da demasia de

endividamento para cobrir gastos públicos e principalmente devido ao excesso

de funcionalismo público.

Para tentar estagnar a dívida, o governo de Atenas propôs o congelamento de

salários de servidores públicos até 2013, aumento de impostos, redução do

funcionalismo público, corte em planos de aposentadoria e planos de benefícios.

Além disto, os ministros das finanças da zona do euro criaram um plano de ajuda

à Grécia, que receberá 110 milhões de euros por três anos consecutivos.

Segundo Angela Merkel (Chanceler Alemã), caso a Grécia aceite a ajuda dos 27

países, a mesma perde os privilégios de votação no conselho europeu. E caso

eles não aceitem a ajuda européia, as chances da Grécia não sobreviver à crise

são enormes. E neste caso teria que entrar em concordata internacional.

Caso a crise se alastre, países como Portugal, Espanha e Itália serão os primeiros

a sofrerem perdas financeiras por terem arrecadado cerca de 116 bilhões de

euros (em conjunto com a Alemanha e França) para a Grécia. Os países poderão

ser apoiados por instituições européias, porém, caso isso ocorra, a autonomia nas

políticas orçamentais e fiscais, comandadas pelo Parlamento e Conselho

Europeu será perdida.

O risco da crise se espalhar pela Europa implica no aumento das dívidas, na

perca dos “prêmios financeiros” (altos juros em curto prazo), agravamento das

contas públicas, podendo assim gerar uma nova crise mundial como ocorreu em

2008.

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Desvalorização contínua do euro e a ameaça de uma nova crise mundial

A preocupação no mercado externo com a dívida pública da Grécia fez o dólar

subir em várias ocasiões no decorrer dos últimos meses. Muito recentemente,

neste mesmo mês de junho, o euro caiu abaixo de US$ 1,21, representando,

desta maneira, a mínima da moeda em um pouco mais de quatro anos.

Simultaneamente o euro atingiu o menor patamar da história em relação ao

franco suíço. Evidentemente vemos que a crise econômica que afeta a Grécia e

outros países da Europa, tais como Espanha, Irlanda, Islândia, Itália, Portugal e

muito recentemente está havendo especulações de que a Hungria seja a mais

nova integrante deste grupo, ressoando assim na cotação do euro.

Problemas causados por dívidas públicas da Grécia e outros países da zona do

euro começam a gerar temor entre investidores sobre uma possível nova crise

econômica mundial. Especialistas no assunto andam preocupados e o euro vem

se desvalorizando de forma drástica ante o dólar.

Há receio dos investidores de que as medidas antidéficit econômico, que

ocorrem nestes países travem a retomada econômica da região e traga

novamente um temor de uma nova crise econômica mundial que foi

recentemente amenizada em 2009. E que, ao contrário dos estadunidenses que

gostam de gastar, os europeus preferem poupar, e isso pode travar mais ainda a

economia. Um dos motivos que os levam a acreditar nisto é que a EU é

interligada e os países importam e exportam entre si. Somente no mês de maio

de 2010, o euro caiu 7% em relação ao dólar, que é a sexta queda mensal em

seqüência, a maior série de declínio em dez anos.

Segundo o economista Cláudio Ferreira de Lima, a desvalorização da moeda já

era esperada pelo mercado financeiro internacional, ainda segundo ele fica claro

que, com a depreciação da economia européia a procura pelo dólar aumenta e

isso afeta a cotação do euro. E mais, segundo o diretor do Instituto Brasileiro de

Executivos de finanças (Ibef), Martônio Freitas, isso explicita esta situação

como o início de uma nova crise internacional, para eles ficava claro que após os

Estados Unidos o efeito recairia sobre a Europa, mais lá a situação segundo eles

é bem mais grave, porque além da falta de crédito, existe uma dívida pública

imensa, que é o caso da Grécia.

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Aspecto Social

Para a população grega, a culpa da crise é dos próprios políticos. Ladrões é o que

os masnifestantes gritam na frente do parlamento de Atenas. Nos diversos

protestos que vem abalando a Grécia nas últimas semanas. O povo quer que os

responsáveis sejam punidos, que os políticos corruptos e incopetentes sejam

condenados a ir para a cadeia, ou pelo menos afastados da vida pública.

Segundo o economista George Pagoulatos, a crise é fruto de mais de 20 anos em

que os governos não controlaram o déficit público. Os grandes responsáveis,

porém, seriam os membros do gabinete do ex-primeiro ministro conservador

Kostas Karamanlis (2004-2009), do partido Nova Democracia. Eles teriam

abusado das baixas taxas de juros de abundância de crédito após a entrada da

Grécia na Zona do euro em 2002.

Os dois maiores sindicatos do país classificaram as medidas de austeridade como

anti-populares e barbaras. Várias greves atingiram escolas e hospitais e

praticamante paralizaram o transporte público. A maioria dos servidores

públicos acreditam que a crise foi criada por forças externas, como

especuladores internacionais e banqueiros da Europa central.

Uma greve geral parou a Grécia, o país passou por violentos protestos em que

prédios foram incendiados, deixando 3 mortos e 12 feridos e 4 gravemente

feridos, vitimas de um incêndio provocado por coquetéis de Molotov atirado por

manifestantes em um banco. Uma passeata com mais de 100 mil pessoas, que

tomaram conta das ruas de Atenas, em protesto contra as medidas de autoridade

do governo para tentar reduzir o déficit público. A greve paralizou os aeroportos

do país suspendendo voos atrações turísticas e os serviços em geral.Os

confrontos mais violentos foram em frente ao Parlamento grego, onde os

manifestantes incendiaram uma van da TV turca, dois carros privados e um

caminhão. O líder socialista Giorgos Papandreou foi ao Parlamento, onde

condenou a violência e as mortes dos três trabalhadores: "A violência leva à

violência", declarou consternado pelo que qualificou como "tragédia" e

"assassinato".

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"É preciso que todas as forças políticas enviem uma mensagem de

responsabilidade política. Ninguém tem o direito de jogar com a sorte da pátria e

com as vidas dos cidadãos. Ninguém está livre das responsabilidades" disse.

A greve havia sido convocado pelos sindicatos do setor privado e dos

funcionários públicos para um protesto de 48 horas. Porém, o sindicato dos

bancários falaram que iriam continuar mais 24 horas devido as mortes e feridos.

Pela tragédia e as mortes é o governo responsável. Analistas observão que os

protestos que começaram com algumas milhares de pessoas vem ganhando

adesões. Pesquisas de opinião confirmam a oposição da maioria da população

ao pacote acertado com a UE e com o FMI.

Sob o lema “Tirem a Mão Da Segurança Social” no último sábado em uma

manifestação organizada pelas duas principais sindicais do país a, GSEE (com

um milhão de membros), e representando o setor privado a ADEDY (375 mil

membros) pela função pública.

Em Atenas, os manifestantes erguiam faixas em defesa dos serviços públicos,

em resposta ao pacote de privatizações, recentemente anunciado pelo governo

grego, que afetam o setor dos transportes ferroviários e os correios, marcharam

até ao Parlamento. Em Salónica (norte do país), os manifestantes desfilaram pelo

centro da cidade.

A manifestação era um ensaio para a greve que acontecerá quando for entregue,

neste mês, o projeto de reforma da Segurança Social no Parlamento, anunciado

em Maio que aumentará para os 65 anos a idade da reforma. A GSEE

denunciou as “disposições anti-sociais” da reforma e a ADEDY indicou que são

“medidas antipopulares do Governo, do FMI e da União Européia”.

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