Artigo cultura

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texto sobre cultura antropológica, restrita e cultural

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Cultura no sentido antropológico, em sentido restrito, cultura e educação

Vinicius Loiola Beserra1

1Discente do Curso de Licenciatura em Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão.

Introdução

É comum ouvi falar que certa pessoa tem cultura enquanto outras não têm, assim como também ouvimos que ter cultura é sinônimo de acúmulo de conhecimento.

Mas, o que é cultura na verdade, em um mundo cheio de realidades diferentes, nações que tem uma grande variedade lingüística e modos de viver e ver a vida? A cultura pode ser definida como “1.Acervo cultural e espiritual; 2. Conjunto de conhecimento adquiridos (...); 4.Conjunto de estruturas sociais, religiosas, etc., de manifestações culturais e artísticas, etc., que caracterizam uma sociedade.1

Para a UNESCO a cultura pode ser definida como: “... o conjunto das características distintivas, espirituais e materiais, intelectuais e afetivas que caracterizam uma sociedade ou um grupo social”2

Agora lancemos mão de uma definição acadêmica feita por Malinowski, em seu livro uma teoria cientifica da cultura, que define cultura como “o todo global consistente de implementos e bens de consumo, de cartas institucionais para os vários grupamentos sociais, de idéias e ofícios, de crenças e de valores.3”

É bem verdade que a cultura pode até ser definida que seja no dicionário, que seja pelo homem, mas a grande verdade é que não existe somente uma definição de cultura, assim como também não são poucas as variações de cultura presentes em uma sociedade.

A cultura seria assim um modus vivendi de uma sociedade, um saber fazer de cada grupo humano, das civilizações que ora já existiram ou que foram criadas pela aglutinação de outros povos (Povo brasileiro), decerto que seja por um processo de simbiose cultura ou pela

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evolução geográfico-histórica, cada nação tem sua visão de mundo, das Leis, da educação.

1.Cultura no sentido antropológico

Para ilustrar a questão da cultura em seu aspecto antropológico vamos citar Confúcio que escreveu, “a natureza dos homens é a mesma, são seus hábitos que os mantém separados.4”

Assim podemos dizer que o homem tem certos aspectos considerados universais em termos culturais, tais como a família, a propriedade, as trocas econômicas, mas o que distinguiria um grupo de homens dos outros é a cultural em seu aspecto antropológico.

Confúcio afirma uma grande verdade, os homens são iguais em sua essência, mas diferentes nas suas práticas de vida, no modo como vivem e isso eles se separam.

Nesse sentido o homem tem produzido através da cultura dependendo do lugar onde está, uma arquitetura, um modo de vestir, e muitas vezes toda uma tecnologia material própria que lhe permitir viver, nas mais diferentes partes do globo.

Assim cultura antropológica é tudo aquilo que o “ser humano produz para construir sua existência e atender suas necessidades e desejos”3

Nisso, nós brasileiros somos uma cultura e também uma civilização, nascida da aglutinação das culturas de outros povos, o branco europeu, o índio que aqui já estava e o negro escravo.

Dessa forma somos uma civilização cultural e antropologicamente falando original, pois somente aqui encontramos a casa de taipa, as expressões lingüísticas utilizadas no português, a nossa moral que é extremamente relativística.

Também somente aqui encontramos um sistema político onde o privado e o público se confundem na mente dos administradores da coisa pública, onde a estética de um rosto oriental não faz sentindo como beleza, onde amamentar uma criança em público é tido como normal.

Cultura também é identificação, porque quer queiramos ou não ela tem o poder de nos identificar com esse ou com aquele grupo, com esse ou com aquele povo, que tem uma linguagem comum, um modo de ser e de ver a vida.

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Essa identificação cultural nos remete ao lugar de onde viemos e isso acontece muitas vezes quando estamos fora de nosso habitat. Por exemplo, em um país continental como o Brasil, um nordestino pode se sentir um estrangeiro no Rio Grande do Sul.

2.Cultura no sentido restrito.

Como já foi dito existe um pensamento de ordem geral onde ter cultura e ter muito conhecimento, mas isso é um conceito errado, pois todas as pessoas tem a sua cultura pessoal e comungam valores culturais comuns em sociedade.

A cultura em sentido restrito estar associada à produção intelectual presente em diferentes épocas entre os diferentes povos e que pela natureza de sua elaboração e criação se restringe na maioria das vezes a um pequeno grupo de pessoas.

Dentro disso se estabelece uma diferenciação entre um grupo que produz os bens culturais e os que não produzem bens culturais, nesse caso o segundo grupo consome esse artigos culturais não participando de seu processo de criação.

Nesse aspecto se torna oportuno falar da cultura de massas, do homem médio que a sociedade ocidental pós industrializada criou pela necessidade de a tudo se padronizar, pois nessa sociedade tecnocrata capitalista ocidental dever existe um padrão para muitos com a finalidade de se economizar nos custos de produção.

Essa cultura de massas foi e é criada por um pequeno grupo de pessoas que tem em seu poder os meios de comunicação, primeiramente no rádio e hoje a televisão.

Seja ela convencional, a cabo ou via satélite e que, mesmo com revolução da internet, ainda tem um grande poder de influenciar hábitos de consumo, de moda e do comportamento das pessoas.

A televisão de todas as formas de expressão cultural é, e ainda será por um bom tempo, mesmo em um mundo globalizado de celulares e internet um poderoso meio comunicação dirigida pelos chamados barões da mídia.

Portanto vários são os processos dos quais esse homem médio não é chamado a participar, como por exemplo, na elaboração do livro didático, na produção de jornais, telejornais, novelas, filmes e até mesmo das próprias leis de um país.

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Essa dinâmica da não participação do homem médio na produção cultural na verdade é conseqüência da própria divisão do trabalho, que tem origem na Revolução Industrial.

Essa divisão do trabalho levou a especialização das pessoas em diferentes tarefas, como conseqüência tanto do acúmulo do conhecimento (especialização do conhecimento) como da dinâmica do capital e do trabalho que levou a alienação do trabalhador.

3.Cultura e educação

De todos os tópicos aqui abordados a educação é o mais importante, pois ao homem não bastar produzir cultura, seja ela no sentido material, antropológico e cultural, pois essa mesma cultura precisa ser repassada as futuras gerações.

Do repasse de informações, depende o futuro do homem enquanto ser que existe, porque tudo o que sabemos e na verdade tudo o que somos como cultura vem daquilo que criamos como povo e das invenções de outros povos.

A mesa onde comemos a cama onde dormimos o avião, o carro que nos leva até o trabalho, a caneta com a qual escrevemos e até mesmo o computador - a lista é infindável - com o qual esse artigo é escrito dependeram em uma última análise de um longo processo educacional.

Processo esse de acúmulo e repasse de conhecimento que seu deu através da educação sem a qual o homem não teria realizado algumas façanhas como ter chegado a Lua, ou ter enxergado estrelas nos confins do Universo.

E para que existamos culturalmente na forma complexa que hoje a sociedade se delinear, a educação tem um importante papel, seja para a criança que aprende as primeiras letras ou para o adulto que busca a especialização em um ramo de conhecimento.

Nesse processo a educação é responsável pela socialização do homem, pela sua humanização em um continuum que nunca se acabar.

Agora é preciso pensar que, a educação não pode ser feita levando-se em contas critérios mercantilistas, onde novas universidade particulares são abertas como se isso fosse uma melhoria qualitativa do processo educacional.

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A melhoria qualitativa se dar quando somos levados a uma análise de nossa realidade enquanto aprendizes desse conhecimento que ainda está em construção, para que não nos tornemos meros reprodutores de conhecimento.

Assim dessa forma a educação e cultura andam lado a lado em um processo simbiótico, onde temos de um lado o conhecimento já alcançado e do outro o desafio de se produzir conhecimento com qualidade e que melhoria a qualidade de vida e a cultura das pessoas.

Referências Bibliográficas

1 Cultura. In: Larousse. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. São Paulo: Ática, 2001. p.262

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2ARANHA, Maria L. de, Arruda. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 1996.

3MARCONI, Marina de Andrade. PRESOTTO, Zélia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001.

4LARAIA, Roque de Barros, Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editores, 2007. Cap.1, p.10

SANTOS, José Luiz dos, O que é cultura Editora brasiliense, 2006

www.sicoda.fw.uri.br/revistas/artigos/1_3_34.pdf acessado em 18/05/2010 às 08:30

http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1691.pdf acessado em 18/05/2010 às 08:48

http://www.fundaj.gov.br/geral/educacao_foco/falcon.pdf acessado em 18/05/2010 às 09:30

www.scielo.br/ pdf /rbedu/n23/n23a01. pd acessado em 18/05/2010 às 10:36

http://www.universia.com.br/mit/21/21A218J/PDF/basicconcepts.pdf acessado em 19/05/2010 às 23:48

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