Artigo joão seixas público cidades 24 abril

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2 • Cidades • Domingo 24 Abril 2011

A cidade da conquista

a É delicioso saber que o nome Atenas provém de atenienses (os adoradores da deusa Athena) e não o contrário. Portanto, primeiro os cidadãos. Conquistar a cidade para o cidadão é aproximar a política da cidade. E vice-versa. Desde Platão que deveríamos saber que a Polis – a cidade e a política – é, antes de tudo, a cidadania. E desde Aristóteles que deveríamos saber que só nos tornamos verdadeiramente humanos através da participação e da acção na comunidade.

Com as suas mil redes e energias, as nossas cidades pulsam por entre a esquizofrenia dos seus – e dos nossos – caos, dos pequenos afectos que nos salvam diariamente, das janelas das redes sociais e económicas, das estupefacções e desorientações da crise. A cidade é, mais que nunca, metáfora viva dos nossos paradoxos, dilemas e possibilidades. Dos nossos anseios e desejos.

Muitas cidades foram, muitas vezes, conquistadas. Mas alguma vez pelos seus próprios cidadãos? O que signifi ca conquistar uma cidade? Atrevimento revolucionário, acto isolado, ou atitude permanente? Estratégia esporádica ou espírito e princípio de construção e de longa aprendizagem? E possível, num país e sociedade centralista, atomista e redutora, nos territórios e espaços de poder, de cultura e de conhecimento?

Sim, é possível. Mais que nunca, na verdade. Conquista assim a tua cidade, cidadão, por entre este caos. Cria e lança hipóteses, laços e redes. Abre espaço público, outra essência da cidade. Desmonta mitos, teias de aranha e injustiças; constrói propostas, novas e arrojadas. Refunda e qualifi ca a própria República, tão necessitada. Descobrirás, com fascínio, que afi nal não estarás propriamente a conquistar a cidade – mas sim a construir a cidade da conquista. De direitos, oportunidades, inclusão e justiça. De democracia e de futuro.

Geógrafo

João Seixas

24.04.11

Antes & Agora História do Espinheiro também se escr

A lenda na origem da construção deste convento de Évora relata que a Virgem Maria apareceu sobre um espinheiro em chamas. Em 1458, dada a importância do local como destino de peregrinações, foi fundada uma igreja e posteriormente o mosteiro, que chegou a receber visitas reais.

Durante quatro séculos, a sua monumentalidade impôs-se nas vastas planícies alentejanas, mas terminou com a extinção das ordens religiosas, no fi nal das

guerras liberais (1828-1834). O Estado manteve a posse da igreja e vendeu o mosteiro a particulares por uma quantia insignifi cante. A degradação tomou conta do convento até que foi comprado por Manuel Gabriel Lopes, que o restaurou quase na totalidade, tornando-o habitável. A igreja, onde descansa Garcia de Resende, era suportada por personalidades locais que celebravam pontualmente festas religiosas.

O convento foi recentemente considerado, pela entidade

regional de turismo, como o melhor empreendimento turístico do Alentejo. Transformado num hotel de cinco estrelas, o edifício mantém a mesma traça arquitectónica, como se constata pela foto datada de fi nais do século XIX e pela actual, respeitando a história de muitos que ali encontraram a paz interior. A antiga adega deu lugar a um restaurante gourmet, a cozinha antes utilizada pelos monges foi convertida num piano bar e a cisterna gótica adaptada

Tribuna dos cidadãosO que fazer para evitar os estragos provocados pelos cães abandonados?A pergunta que quero fazer é a seguinte: o que fazer para evitar a invasão e os respectivos estragos nas vedações da minha moradia e outros prejuízos, provocados por cães vadios? Há longos meses que tenho vindo a alertar, repetidamente, a Junta da Freguesia de S. Paio de Oleiros: pessoalmente, por SMS e até por email, no próprio site da autarquia, sendo objectivamente indicado onde se concentravam os animais e se multiplicavam, constituindo família. Quando é que vai ser possível resolver o problema? Maria Lucila Almeida, S. Paio de Oleiros

Responde Emídio Sousa, vereador com o pelouro das Obras Municipais, Protecção Civil e Ambiente da Câmara Municipal de Santa Maria da FeiraA câmara municipal tem serviço de recolha de animais errantes ou abandonados, que actua conforme as situações de que tem conhecimento ou quando alertado pelos munícipes. No entanto, este problema não é de fácil resolução, porque, apesar de estarmos permanentemente disponíveis para tratar destes problemas com os donos dos animais que os queiram entregar no canil, muitas pessoas optam por abandoná-los, sendo que, em muitos casos, nem são residentes no município de Santa Maria da Feira. A recolha dos animais abandonados não é uma tarefa fácil, que se agrava em situações de crise, onde os abandonos se multiplicam. A situação descrita será tratada nos moldes habituais.

Escreva-nos para [email protected]