ARTIGO Jose Henrique Lopes da Silva Practognosia Espacial Contribuições da Prova de Piaget-Head...
-
Upload
henrique-lopes -
Category
Documents
-
view
242 -
download
15
Transcript of ARTIGO Jose Henrique Lopes da Silva Practognosia Espacial Contribuições da Prova de Piaget-Head...
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Coordenadoria de Pós-graduação Latu Sensu – CPGLS
Curso de Especialização em Neuropsicologia
Practognosia Espacial: Contribuições da Bateria
de Piaget-Head para a Avaliação Neuropsicológica
José Henrique Lopes da Silva
Sandra de Fátima Barboza Ferreira
Orientadora
Goiânia, 2010
Practognosia Espacial: Contribuições da Bateria de Piaget-Head para a Avaliação Neuropsicológica1
Jose Henrique Lopes da Silva2
Sandra de Fátima Barboza Ferreira3
Helenides Mendonça4
Daniela Sacramento Zanini5 Maria das Graças Nunes Brasil6
Resumo
A Bateria Piaget-Head tem sido referida como um instrumento útil na avaliação da Practognosia Espacial; atividade complexa que envolve estruturas occipto-parietais, frontais e, sob comando verbal envolve também estruturas temporais. O objetivo deste artigo é estudar comparativamente o desempenho de crianças e adolescentes sem queixas de problemas neurológicos e crianças e adolescentes com diagnóstico de disfunção neurológica. Participaram deste estudo 124 crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, divididas em dois grupos: clínico e não-clínico. Os resultados apontaram diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos dois grupos indicando desempenho prejudicado do grupo clínico. Discutiu-se que a Bateria Piaget-Head mostrou-se, sensível à disfunções neurológicas.
Palavras-chave: Practognosia espacial, Bateria Piaget-Head, Avaliação Neuropsicológica
Galifret-Granjon, na década de 50, desenvolveu a Bateria Piaget-Head com a
proposta de verificar o grau de desenvolvimento da orientação direita - esquerda em
crianças de 6 a 13 anos (Zazzo, 1981).
O teste de Piaget-Head se fundamenta no desenvolvimento neuropsicomotor
na assimetria direita – esquerda baseando-se em princípios de que a maturação
psicomotora ocorre da extremidade cefálica em direção a extremidade caudal
(Fonseca, 1998; Guillarme, 1983; Defontaine, 1978). Seguindo o mesmo princípio a
coordenação motora global (ombro, joelho, cotovelo) antecede a coordenação motora
fina (punhos, mãos, pés, dedos). Segundo Guillarme (1983) por volta dos 6-7 anos de
1 Artigo apresentado à Coordenadoria de Pós-graduação lato sensu da Universidade Católica de Goiás como requisito parcial à obtenção de titulo de especialista em Neuropsicologia.2 Aluno do Curso de Especialização em Neuropsicologia da Universidade Católica em Goiás – PUC3 Orientadora. Especialista em Neuropsicologia.mestre em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica em Goiás – PUC.4 Doutora em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica em Goiás – PUC.5 Daniela Sacramento Zanini. Pós-doutora em Psicologia. Pontifícia Universidade Católica em Goiás – PUC.6 Maria das Graças Nunes Brasil. Neuropediatra. Mestre em Saúde Mental. Pontifícia Universidade Católica em Goiás – PUC.
2
vida a lateralização está praticamente concluída resultando na orientação direita-
esquerda.
A conceituação direita – esquerda exige uma decodificação verbal da noção
simbólica de hemicorpo e consciência da linha média corporal (Fonseca, 1995). Esta
capacidade de descentralização e a manipulação das noções de direita e esquerda
sobre o outro, sobre o mundo exterior independente da própria situação só estará
completa a partir dos 10 anos conforme Coste (1981).
De acordo com Zazzo (1981) o teste de Piaget-Head é uma junção do teste de
Piaget direita-esquerda, originalmente desenvolvido por Nadine Galifret-Granjon
denominado teste de orientação direita-esquerda. A ideia inicial era avaliar o
reconhecimento das coordenadas espaciais, alto e baixo e sobretudo direita-esquerda.
Para Piaget de acordo com Zazzo (1981) não se tratava especificamente de uma
prova de orientação espacial, mas de testagem da lógica das relações.
Como destaca Zazzo (1981), a prova de Head, inicialmente denominada Teste
de Head mão-olho-orelha, foi publicada no livro Aphasia and Kindred Disorders of
Speech (1926) contendo avaliações de praxia ideatória, baseado na deficiência da
verbalização interior e não na incapacidade de executar determinados
comportamentos solicitados.
Barbiziet & Duizabo, (1985), mencionam os distúrbios da execução gestual
dentro de uma categoria ampla denominada apractoagnosias ou desorganizações do
saber-fazer. Estes distúrbios relacionam-se a má execução de gestos na ausência de
um déficit motor. A inabilidade na produção do gesto adequado resulta de atividade
multimodal visto que o conhecimento da ação bem como, intenção e ação estão
integradas nesta função e ainda esses autores destacam que esta atividade resulta de
3
uma integração sensório-motora jamais passível de redução, pois a atividade em si
refere-se a integração do saber-fazer.
Praxia (intenção e gesto) e Gnosia (conhecimento) integram-se visto que o
gesto intencional não é apenas uma atividade motora e a produção gestual e o
conhecimento são acessados pela ação do sujeito, sob imitação (praxia ideomotora) e
sob instrução verbal (praxia ideatória). Do ponto de vista neuro-anatômico há um
amplo envolvimento de estruturas cerebrais bem como de estruturas corporais. Nas
provas de reconhecimento há evidencias de envolvimento do córtex occipital,
participação da gnosia visual, bem como, solicitação da participação do córtex
parietal direito no que se refere a propriocepção ou somatognosia e ao conhecimento
do espaço de acordo com Barbiziet & Duizabo (1985).
Nas provas que envolvem praxia ideatória há amplo envolvimento dos
córtices occipto-temporo-parietal esquerdo visto que a instrução da prova é dada
verbalmente, em ambas situações o lobo frontal participa de forma inequívoca, pois
organiza a intenção (pré-frontal) e organiza o gesto adequado recrutando área motora
primaria e suplementar motora ou seja, todo lobo frontal no envio e modulação do
gesto implicado na tarefa.(Cristensen, 1986)
Apraxia é associada a lesões no lobo parietal, que interage com as áreas
motoras frontais na orientação sensorial do movimento, por esta razão o lobo frontal
e o parietal tem sido referidos como o córtex sensório-motor.
Especificamente, para um movimento ser corretamente planejado e
executado, sinais devem ser direcionados para os grupos musculares bem como com
base em fluxos de eferentes visuais, somestésicos, bem como a entrada auditiva. Isso
inclui informações sobre a posição do corpo e os membros no espaço. Em caso de
4
lesões, o movimento torna-se extremamente difícil, sem feedback sensorial e
orientação, devido a isso, as lesões parietais podem resultar em paralisia unilateral.
Assim o córtex somestésico parietal é muito importante para a orientação do
movimento, e na verdade, alguns neurônios disparam antes de fazer um movimento
(Lefèvre, 2004).
Para avaliação de agnosias, Rotta, Ohlweiller e Riesgo (2006), sugerem como
instrumento a Bateria Piaget-Head. Barbizet & Duizabo (1995) explicam a agnosia
espacial como um distúrbio da apreensão visuoespacial, ou seja, uma desorganização
topográfica.
A Bateria Piaget-Head foi normatizada por Toni (2006), para a população
brasileira, através de uma pesquisa com amostragem em Curitiba-PR, com 327
sujeitos, desenvolvendo tabelas e percentis com parâmetros de precisão e validade
que indicam coeficientes altos de fidedignidade e validade do Construto.
Padronização Brasileira Realizada por Toni (2006)
Idade 6 7 8 9 10 11 12 13
Mínimo 25,5 22,5 31,5 28,0 30,0 48,5 50,0 58,0
Máximo 76,0 79,0 80,0 80,0 80,0 80,0 81,0 81,0
Média 45,0 50,1 61,6 61,8 64,3 69,5 68,4 74
Desvio-Padrão
11,2 13,4 13,3 13,7 13,4 8,6 8,8 6,1
Mediana 44,3 50,5 64,3 66,5 64,5 71,5 69,8 78,0
Contudo a avaliação da capacidade de lateralização ou practognosia dispõe de
poucos instrumentais padronizados para população brasileira. O presente estudo
buscou estudar comparativamente, através da Bateria Piaget-Head, o desempenho de
5
crianças e adolescentes sem queixas neurológicas com crianças e adolescentes com
diagnóstico de problemas neurológicos. A hipótese é que existam diferenças na
produção de crianças e adolescentes com e sem problemas neurológicos
Método
Participantes
Participaram deste estudo 124 sujeitos com idade superior a 6 (seis) anos e
inferior a 17 (dezessete) anos, não sendo aceitos sujeitos que não tinham 6 anos
completos ou jovens com idade acima de 16 anos e 11 meses. Estavam assim
distribuídos:
Grupo Sem Queixa Clínica: 70 sujeitos, cursando o período letivo correspondente
a sua idade, sem queixas de alterações cognitivas, comportamentais e atraso escolar
ou histórico de doença psiquiátrica. Não foram aceitos sujeitos que já tenham feito
uso ou que relatem uso atual de substâncias psicotrópicas.
Grupo Clínico: 54 sujeitos, com diagnóstico de doença neurológica (epilepsia,
TDA/H, TCE, Síndromes neurológicas) documentado em laudo médico ou
psicológico. Não foram aceitos sujeitos que não tinham laudos neurológicos ou
neuropsicológicos ou exames laboratoriais comprobatórios de alterações
neurológicas e psiquiátricas.
Ambiente e Material
6
Para o presente estudo foram utilizados os instrumentos descritos abaixo:
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido onde os pais e/ou responsáveis
autorizam a utilização dos dados anônimos para a realização da pesquisa e tabulação
dos mesmos;
Folha de resposta do Self Report Questionary – SRQ (Mari & Willians,
1986).
Folha de registro contendo entrevista dirigida exploratória e questões
relativas aos dados sócio-demográficos tais como escolaridade, ocupação, uso de
medicamentos e condições gerais de saúde e lateralidade;
Protocolo Piaget-Head com registro em folhas de resposta e correção dos
instrumentos;
Software para análise de dados: Pacote Estatístico para Ciências Sociais
(SPSS versão 12.0)
Relógio, chaves, caneta e a Prova Piaget-Head com a folha de registro das
respostas dos sujeitos
Procedimento
Os sujeitos referentes ao Grupo Sem Queixa Clínica foram recrutados em escolas
públicas e particulares da cidade de Goiânia e entorno e Organizações Não
Governamentais da mesma região. Realizou-se contato com as escolas, uma vez
autorizada a realização da pesquisa, foi pedido aos participantes e seus responsáveis
a assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido.
7
O Grupo Clínico foi recrutado nas clínicas-escolas de Psicologia e seguiram o
mesmo procedimento do Grupo Sem Queixa Clínica: uma vez feito o contato com o
participante, foi pedido ao seu responsável legal a assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os pacientes participaram da prova Piaget-Head
receberam as seguintes instruções:
Prova de Piaget2:
1. Diga-me qual a sua mão direita?
2. Sua mão esquerda? Bem agora atenção!
3. Qual é a minha mão direita?
4. E minha mão esquerda?
Agora você vai cruzar os braços sobre a mesa, um instante apenas, como se
estivesse na aula. Bem vou colocar diante de você três objetos: a caneta, as chaves e
o relógio. (Colocar os objetos alinhados diante da criança, numa distância
aproximada de 15 cm). Sem descruzar os braços, sem mexer as mãos, você vai
responder, o mais depressa possível, às questões seguintes:
5. A caneta está à direita ou à esquerda das chaves?
6. A caneta está à direita ou à esquerda do relógio?
7. As chaves estão à direita ou à esquerda da caneta?
8. As chaves estão à direita ou à esquerda do relógio?
9. O relógio está à direita ou à esquerda das chaves?
10. O relógio está à direita ou à esquerda da caneta?
Prova de Head
Imitação dos movimentos do observador face a face:
(A criança fica sentada frente a frente com o examinador)
2 Instruções transcritas na íntegra Zazzo, 1981.
8
“Eu vou fazer alguns movimentos que consistem em levar uma mão até um olho
ou uma orelha, assim (demonstração rápida). Você vai olhar bem o que faço e cada
vez você fará o mesmo. Atenção fazer o mesmo quer dizer se eu coloco, por
exemplo, minha mão direita sobre meu olho esquerdo é preciso que você também, de
seu lado, coloque sua mão direita sobre seu olho esquerdo.
Compreendeu bem? Vamos então! Faça a mesma coisa que eu.”
Se a criança reproduzir em espelho os dois primeiros movimentos diga:
“Não, não estou de acordo com você. Olhe bem.” Questionar qual a mão
esquerda e direita da criança e mostrar em você cada mão.
Execução dos movimentos mediante ordem oral:
“Agora você vai fazer a mesma coisa, mas, em vez de lhe mostrar o que é preciso
fazer, vou simplesmente dizer.”
Você pode, se quiser, repetir o que eu digo na sua mente, não em voz alta. Eu não
devo escutar nada, nem vê-lo mexer os lábios.
Reprodução dos movimentos mediante figura esquemática:
“Para acabar você vai fazer a mesma coisa que o ‘boneco’ representa no desenho,
está vendo? Faça o mesmo que ele.
Caso a criança faça espelhado dizer: “Faça o mesmo gesto que ele” - alterando a
entonação de voz, não é necessário fazer as orientações anteriores quanto direita e
esquerda.
O registro das respostas foi realizado em formulário próprio e foram atribuídas
pontuações conforme preconizadas no manual.
9
Resultados
Participaram deste estudo, 124 sujeitos distribuídos em dois grupos: Grupo Sem
Queixa Clinica de problemas neurológicos e Grupo Clinico com diagnostico
formalizado de disfunção neurológica. Para a analise dos dados a seguir os grupos
foram subdivididos por faixa etária.
70
54
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Não Clínico Clínico
Para a analise a seguir os grupos ficaram compostos da seguinte forma: Grupo
Sem Queixa Clínica e Grupo Clínico compostos de sujeitos com faixa etária de 7
(sete) anos a 10 (dez) anos e posteriormente, Grupo Sem Queixa Clinica e Grupo
Clinico compostos por sujeitos com faixa etária de 11 (onze) anos a 16 (dezesseis)
anos (sete) a 10 (dez) anos. Observe-se a diferença nas pontuações entre sujeitos dos
grupos não clínico e clinico após a analise dos dados através do teste-t.
Tabela 1. Total de pontos da Bateria Piaget-Head entre os grupos clínico e não clínico com idade entre 7 e 10 anos, utilizando-se a técnica de t student
VariávelTotal Bateria Piaget-Head
Grupo 7-10 anos
T p≤Não ClínicoMédia(DP)
ClínicoMédia (DP)
65,27(13,16) 46,37 3,080 ,006
10
Os resultados apresentados referem ao subgrupo de sujeitos com faixa etária
entre 7 (sete) anos a 10 (dez) anos. Observa-se diferença na pontuação entre sujeitos
dos grupos não clínico e clínico após a analise dos dados através do teste-t.
Note-se diferença entre os grupos. O teste de comparação entre médias t-teste
apontou diferenças estatisticamente significativa.
Tabela 2. Total de pontos da Bateria Piaget-Head entre os grupos clínico e não clínico com idade entre 7 e 10 anos, utilizando-se a técnica de t student
VariávelTotal Bateria Piaget-Head
Grupo 11-16 anos
T p≤Não ClínicoMédia(DP)
ClínicoMédia (DP)
74,55(10,68) 55,43(27,43) 4,004 ,000
Os resultados apresentados referem ao subgrupo de sujeitos com faixa etária
entre 11 (onze) a 16 (dezesseis) anos. Observa-se a diferença na pontuações entre
sujeitos dos grupos não clínico e clinico após a analise dos dados através do teste
onde compara cão entre médias teste-t.
Discussão
11
O presente trabalho teve por objetivo investigar comparativamante os
resultados alcançados de crianças e adolescentes com e sem problemas neurológicos,
na Bateria Piaget-Head (Zazzo, 1981) buscando-se estabelecer se este instrumento é
sensível a problemas neurológicos. Conforme os resultados apresentados foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas nos dois grupos pesquisados,
clinico e não clinico. Corroborando dados que apontam a Bateria Piaget-Head como
instrumento útil na avaliação neuropsicológica, Barbiziet & Duizabo, (1985) e Rotta,
Ohlweiller e Riesgo (2006)
Os dados encontrado também reforçam os estudos de Toni(2006), que
utilizou esta Bateria no Sul do País
Na tabela 2 a pontuação média do grupo não clinico é de 74,55 dentro da
media esperada para adolescentes de 13 anos na padronização brasileira realizada por
Toni (2006), onde a media para a mesma idade é de 74.
Ressalta-se que no atual estudo foram submetidos a Bateria Piaget-Head
sujeitos com faixa etária superior a 13 anos, mas ao analisarmos a estatística
descritiva para o escore total da Bateria Piaget-Head onde é considerado toda a
amostra para a padronização brasileira proposta por Toni (2006), a média para a
faixa etária entre 11 (onze) anos e 13 (treze) anos ficaria dentro de um intervalo entre
69,5 e 74, intervalo este acima do escore médio alcançado pelo grupo clinico descrito
na tabela 2 que foi 55,76.
Ao compararmos os escores médios obtidos pelos sujeitos com faixa etária
entre 6 (seis) anos a 11 (onze) anos expostos na tabela 1 e os escores obtidos pela
padronização brasileira proposto por Toni (2006), para a mesma faixa etária
realizada em Curitiba , observamos que os resultados médios alcançados em Curitiba
12
ficaram dentro do intervalo entre 45,0 a 64,3, enquanto o escore médio obtido pelo
atual estudo no grupo clinico e não clinico foram respectivamente 46,37 e 65,27.
Note-se que a pontuação alcançada pelo grupo não clinico é ligeiramente
superior e do grupo clinico encontra-se dentro do intervalo obtido pelo estudo
realizado em Curitiba.
Ao analisarmos e compararmos as médias do clinico e não clinico das tabelas
1 e 2 constatamos a sensibilidade da Bateria Piaget-Head à practognosia pois há um
diferença significativa entre os grupos clínicos e não clínicos.
Observa-se que a diferença entre as médias são diferentes tal oscilação pode
estar ligado a maturação cortical diferenciada, aqui sugere-se novas investigações
para um maior entendimento desta diferença.
Conclui-se que a Bateria Piaget-Head mostrou-se um instrumento sensível
para discriminar sujeitos com e sem transtornos neurológicos. Para invetigações
futuros sugerem-se estudos onde se divida a amostra em faixas etárias anuais afim de
que estabeleça-se em qual faixa etária ocorre a maturação cortical da função
practognósica, sugere-se ainda um estudo em separado das subprovas Piaget/Head,
outra indicação de aprofundamento dos estudos aponta para a investigação desta
função em sujeitos com lesões cerebrais conhecidas, mormente sujeitos com lesões
occipto parietais, frontais e em sujeitos afásicos com lesões temporais conhecidas,
visto que a teoria aponta a participação destas áreas na construção da atividade
gnósico gestual.
Referências:
13
Barbizet, J. e Duizabo, Ph. (1985). Apractoagnosias ou Desorganizações do Saber-Fazer (pp. 66-71). Em: Manual de Neuropsicologia. Porto Alegre, Artes Médicas; São Paulo, Masson.
Coste, J. C. (1981). A psicomotricidade. Rio de Janeiro: Zahar
Cristensen, A-L. (1986). El Diagnóstico Neuropsicológico De Luria. Madri: Visor Libros.
Defontaine, J. (1978). Manual de reeducacion psicomotriz: primer año. Barcelona: Editorial Médica e Técnica.
Fonseca, V. (1995). Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas.
Fonseca, V. (1998). Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogênese.Porto Alegre: Arte Médicas.
Guillarme, J. J. (1983). Educação e reeducação psicomotoras. Porto Alegre: Arte Médicas.
Lefèvre, B. H. W. F. (2004). Avaliação Neuropsicológica Infantil. Andrade, V. M., Santos, F. H. e Bueno, O. F. A.(org.). Em: Neuropsicologia Hoje. São Paulo: Artes Médicas.
Mari, J., & Willians, P.A. (1986). A validity study of a psychiatric screening
questionnaire (SRQ-20) in primary care in the city of São Paulo. British Journal of Psychiatry, 148, 23-26.
Pasquali, L. (2003). Psicometria. Teoria dos Testes da Psicologia e na Educação. Rio de Janeiro: Vozes.
Rotta, N. T., Ohlweiller, L. e Riesgo, R. S. (2006). Semiologia Neuropediátrica (pp. 76-80). Em: Transtornos da Aprendizagem: Abordagem Neurológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed
Toni, P. M. (2006) Bateria Piaget-Head de Orientação Direita-Esquerda. São Paulo, Vetor Editora.
Zazzo, R., e Stambak, M., (1981). Seriação (Bateria) Piaget-Head. (pp. 49 - 84) Em: Manual Para O Exame Psicológico Da Criança. São Paulo: Mestre Jou.
14