Artigo-manual de Especificacao Estacas_pre_concreto-ABEF

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C04 Estacas Pré-Moldadas de Concreto

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C04

Estacas

Pré-Moldadas de Concreto

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Manual de Especificações de Produtos e Procedimentos ABEF 3ª Edição 2

Estacas Pré-Moldadas de Concreto Sumário

1. Objetivo 2. Referências

• Normas • Documentos complementares

3. Definições 4. Equipamentos, acessórios e ferramentas

• Generalidades • Descrição e requisitos • Equipamentos de proteção individual EPI’s

5. Equipe 6. Requisitos do elemento estrutural da estaca

• Material constitutivo, dimensionamento e processo de produção • Programa da qualidade • Marcação • Dados para projeto e cálculo do elemento estrutural

7. Procedimentos executivos e responsabilidades • Montagem do bate-estacas • Descarga e manuseio dos elementos de estacas na obra • Içamento • Instalação • Suplemento das estacas • Emendas dos elementos das estacas • Avaliação do desempenho da fundação • Preparo da cabeça das estacas

8. Procedimentos para verificação e avaliação dos serviços • Montagem do bate-estacas • Descarga e manuseio dos elementos das estacas na obra e içamento • Instalação • Emendas dos elementos das estacas • Preparo da cabeça das estacas

9. Avaliação do desempenho das fundações Anexos

A - Esquema do bate-estacas B - Medição da nega e repique C - Procedimento para avaliação do desempenho das fundações profundas em

estacas pré-moldadas de concreto D - Listagem sintética

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1. Objetivo Este documento :

a) Estabelece as diretrizes e condições básicas de execução, verificação e avaliação de fundações profundas projetadas com estacas pré-moldadas de concreto para atender e garantir as capacidades de carga especificadas em projeto;

b) Descreve e fixa os equipamentos, as ferramentas e os acessórios mínimos necessários; c) Define equipe, tarefas e responsabilidades; d) Especifica o elemento estrutural da estaca; e e) Estabelece metodologia para avaliação do desempenho da fundação.

2. Referências 2.1 Normas NBR 6118:2003 - Projeto de estruturas de concreto armado - Procedimento NBR 6122: 1996 - Projeto e execução de fundações - Procedimento NBR 6484:2001 - Execução de sondagens de simples reconhecimento dos solos - Método de Ensaio NBR 8681:2003 - Ações e segurança nas estruturas - Procedimento NBR 9062:1985 - Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado - Procedimento NBR 12131:1991- Estacas - Prova de carga estática - Método de ensaio NBR 13208:1994 - Estacas - Ensaio de carregamento dinâmico - Método de ensaio

2.2 Documentos complementares Na aplicação deste manual, é necessário consultar os seguintes documentos:

2.2.1 Documentos referentes aos dados e especificações do projeto Os documentos listados a seguir devem estar disponíveis na obra:

a) Relatório de sondagens; b) Desenhos e tabelas contendo:

− Locação das estacas; − Características das estacas; − Capacidade de carga das estacas como elemento de fundação; e − Previsão de comprimento das estacas

2.2.2 Documentos referentes ao controle da execução dos serviços Os documentos listados a seguir são previstos para atender às especificações do projeto e devem estar disponíveis na obra:

a) Boletim de previsão de negas e repiques; e b) Boletim de controle da cravação de cada estaca.

2.2.3 Relatórios para avaliação do desempenho das fundações profundas em estacas pré-moldadas de concreto

Distinguem-se dois tipos, em função dos métodos para avaliação da capacidade de carga da fundação, a saber:

a) Para obras com avaliação e capacidade de carga, através dos registros das negas e dos repiques de cada estaca; estima-se a carga mobilizada e o deslocamento máximo correspondentes à energia máxima do impacto do martelo.

b) Para obras com avaliação da capacidade de carga através dos registros de negas, repiques e ensaios de carregamento dinâmico; mede-se a carga mobilizada e o deslocamento máximo correspondentes à energia máxima do impacto do martelo.

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3. Definições 3.1 fundação profunda em estacas pré-moldadas de concreto: Sistema formado pelo conjunto do elemento estrutural de estaca pré-moldada de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado e o maciço de solo envolvente, ao longo do fuste e sob a base, com ampla faixa de capacidade de carga, desde 100 kN até 5000 kN, com dimensões da seção transversal variando entre 15cm a 80cm.

3.2 nega: Penetração permanente de uma estaca, causada pela aplicação de um golpe do martelo. Em geral é medida por uma série de dez golpes; ao ser fixada ou fornecida, deve ser sempre acompanhada do peso do martelo e da altura de queda ou da energia de cravação no caso de martelos automáticos.

3.3 repique: Parcela elástica do deslocamento máximo de uma seção da estaca, decorrente da aplicação de um golpe do martelo.

Recomenda-se a execução do repique em todas as estacas da obra.

3.4 cepo: Elemento de madeira dura, com fibras dispostas paralelamente ao eixo da estaca, colocado sobre o capacete metálico sobre o qual se deixa cair o martelo, conforme indicado no Anexo B.

3.5 capacete: Elemento metálico, instalado no topo da estaca (cabeça) conforme indicado no Anexo B, cuja função é distribuir uniformemente as tensões dinâmicas que surgem em decorrência do impacto do martelo sobre a cabeça das estacas.

3.6 coxim: Chapa de madeira de espessura variável, colocada entre a cabeça da estaca e o capacete, conforme indicado no Anexo B, com dimensões em planta e forma, compatíveis com as das estacas a serem cravadas.

3.7 martelo: Componente do equipamento de cravação o qual fornece a energia necessária à instalação da estaca. Constitui-se de uma massa que cai, sobre a estaca, em queda livre ou de modo automático.

3.8 suplemento ou prolonga: Elemento metálico ou de concreto, desligado da estaca propriamente dita, utilizado para cravação da estaca no caso em que a cota de arrasamento estiver abaixo do plano de cravação, sendo retirado após a cravação.

3.9 carga característica: Carga, num determinado lote de estacas com mesmas características e comportamento semelhante, cuja probabilidade de ocorrência de valor menor seja igual a 5 % .

3.10 capacidade de carga: Carga admissível das estacas constando nos documentos referentes aos dados e às especificações do projeto, os quais devem estar disponíveis na obra. Poderá ser, alternativamente, entendida como a carga característica requerida pelo projeto se dele constarem, necessariamente, os coeficientes de ponderação das resistências (cargas) e de majoração das solicitações

3.11 capacidade de carga na ruptura: Capacidade de carga última, verificada através de ensaio de carregamento dinâmico, definido como aquele que utiliza uma instrumentação fundamentada na aplicação da teoria da “Equação da Onda” conforme a NBR 13208 e a NBR 6122.

3.12 diagrama de cravação: Documento de registro do número de golpes necessários para a penetração, em geral de 0,50 m ou 1,00 m de estaca, para uma determinada altura de queda do martelo.

3.13 ensaio de carregamento dinâmico: Ensaio realizado durante ou após a cravação da estaca, com carregamento dinâmico, com energia obtida a partir da queda do martelo, utilizando uma instrumentação fundamentada na aplicação da teoria da “Equação da Onda” conforme a NBR 13208.

3.14 boletim de previsão de negas e repiques: Documento que utiliza métodos baseados nas fórmulas dinâmicas e na teoria da “Equação da Onda” elaborados a partir das sondagens, do estudo de cravabilidade e da capacidade de carga especificada no projeto.

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3.15 boletim de controle da cravação de cada estaca: Documento que deve ser preenchido durante a cravação de todas as estacas, registrando:

a) Data da cravação; b) Identificação da estaca; c) Características da estaca; d) Número de referência de fabricação da estaca; e) Cota de cravação; f) Composição dos elementos da estaca; g) Comprimento cravado; h) Peso do martelo; i) Altura de queda; j) Peso do capacete; k) Altura do cepo; l) Altura do coxim; m) Diagrama de cravação1; n) Nega2; o) Repique2; p) Observações pertinentes; q) Nome e assinatura do engenheiro supervisor da empresa de estaqueamento; r) Nome e assinatura do Contratante.

4. Equipamentos, acessórios e ferramentas 4.1 Generalidades O sistema de cravação deve ser dimensionado de modo a levar a estaca até a profundidade prevista para a sua capacidade de carga, sem danificá-la. Com esta finalidade, o uso de martelos3 mais pesados, com menor altura de queda, é mais eficiente do que martelos mais leves, com grande altura de queda, mantido o mesmo conjunto de amortecedores. O sistema de cravação deve estar sempre bem ajustado e com todos os elementos constituintes, tanto estruturais quanto acessórios, em perfeito estado, a fim de evitar quaisquer danos às estacas durante a cravação. No caso de estacas com capacidade de carga até 1 MN4, quando empregado martelo de queda livre, a relação entre o peso do martelo e o peso da estaca deve ser a maior possível, não se devendo adotar martelos cujo peso seja inferior a 15 kN, nem relação entre o peso do martelo e o peso da estaca inferior a 0,7.

1 Deve ser executado em no mínimo 10 % da quantidade total de estacas da obra 2 As negas e os repiques devem ser registrados no final da cravação, e comparados com os valores estabelecidos no boletim de previsão. 3 No uso de martelos automáticos ou vibratórios, devem-se seguir as recomendações dos fabricantes. 4 No caso de estacas com capacidade de carga superior a 1 MN, a escolha do sistema de cravação deve ser analisada em cada caso, mediante estudos de cravabilidade, e no caso de dúvidas os resultados devem ser controlados através de ensaios de carregamento dinâmico.

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4.2 Descrição e requisitos São os seguintes:

a) Bate-estacas para estacas pré-moldadas de concreto, o qual movimenta sobre rolos, pranchas ou esteiras, (ver Anexo A) constituído de chassis reforçado e torre rígida, ou guindastes com torres adaptadas para uso de martelo do tipo “queda livre”, automático ou vibratório;

b) Torre guia (ver Anexo A) com altura mínima compatível com os maiores elementos de estacas a serem cravados;

c) Guinchos5 movimentados por motores diesel ou elétricos, providos de, no mínimo, dois tambores com capacidades determinadas em função do peso do martelo e dos elementos de estacas a serem cravados;

d) Martelos; que podem ser de queda livre, automáticos (diesel ou hidráulicos) ou vibratórios; e) Máquina de solda; f) Capacete6 para estaca; g) Coxins; h) Cepos; e i) Suplementos (quando necessários).

4.3 Equipamentos de proteção individual São de uso obrigatório durante o processo de execução dos serviços:

a) Capacete de segurança; b) Máscara de solda, avental e perneiras; c) Luva; d) Cinto de segurança; e) Óculos de segurança; f) Botas de segurança; e g) Protetores auriculares

5. Equipe O equipamento para a execução de fundações profundas com estacas pré-moldadas de concreto deve ser operado por equipe básica constituída de:

a) Engenheiro supervisor7; b) Operador (pode ser o chefe de equipe); c) Soldador (pode ser empregado para mais de um equipamento); e d) Frente de máquina

As responsabilidades estão descritas no item 7.

5 Fichas de controle de lubrificação ou de inspeção devem estar disponíveis na obra. 6 Os capacetes, coxins e suplementos, devem possuir geometria adequada à seção da estaca e não apresentar folgas maiores que aquelas necessárias ao encaixe das estacas, a fim de não danificá-las. 7 Participante efetivo da equipe e por ela responsável, o qual supervisiona, orienta, fiscaliza e controla os procedimentos

executivos, com visitas regulares à obra, e a devida anotação no boletim de controle dos fatos e medidas técnicas observadas.

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6. Requisitos do elemento estrutural da estaca 6.1 Material constitutivo, dimensionamento e processo de produção As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, e concretadas em formas horizontais ou verticais. Devem ser executadas com concreto adequado e submetidas à cura necessária para que possuam resistência compatível com os esforços decorrentes do transporte, manuseio e da instalação bem como resistência a eventuais solos agressivos, atendendo as NBR 6118 e NBR 9062. Nas extremidades recomenda-se um reforço da armação transversal para levar em conta as tensões que surgem durante a cravação.

6.2 Programa da qualidade O fabricante de estacas pré-moldadas de concreto deve manter um programa da qualidade assegurada, que permita a produção de elementos pré-moldados que satisfaçam às especificações:

a) De resistência dos materiais de concreto e aço; b) Da forma e das dimensões dentro das tolerâncias; c) Referentes aos critérios para aceitação ou rejeição; e d) Das curvas de interação de flexão composta do elemento estrutural.

6.3 Marcação Em cada estaca deve constar uma identificação da data de sua moldagem.

6.4 Dados para projeto e cálculo do elemento estrutural Os esforços resistentes devem ser calculados conforme NBR 6122, que prescreve entre outros:

a) Levar sempre em conta os esforços de tração que podem decorrer da cravação da própria estaca ou de estacas vizinhas;

b) Dimensionar, não só para suportar os esforços nelas atuantes como elemento estrutural de fundação, como também aqueles que decorram do seu manuseio, transporte, levantamento ou içamento e cravação.

c) Para a fixação da carga estrutural admissível, deve-se adotar coeficiente de minoração da resistência característica do concreto γc = 1,3 quando se utiliza controle sistemático, caso contrário, utilizar γc = 1,4.

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7. Procedimentos executivos e responsabilidades 7.1 Montagem do bate-estacas

Atividade Responsável a) Escolher e justificar o equipamento8 Engenheiro supervisor b) Deslocar o bate-estacas até o local da cravação Equipe c) Posicionar o bate-estacas no piquete indicador do centro da estaca a

cravar, e aprumar a torre Frente de máquina

7.2 Descarga e manuseio dos elementos de estacas na obra Atividade Responsável

a) Descarregar por meio de guincho ou de corda b) Manusear elementos pré-moldados na obra Equipe

7.3 Içamento Atividade Responsável

a) Içar a estaca por meio do cabo auxiliar e trazê-la para junto da torre, colocando-a na posição vertical; em seguida, o pé da estaca é assentado sobre o piquete da estaca a ser cravada

Equipe

b) Colocar o coxim de madeira Frente de máquina c) Acoplar conjunto martelo - capacete, levantando-o acima do topo da

estaca, e descendo até que o capacete se encaixe na cabeça da estaca Equipe

d) Encaixar a estaca no capacete Frente de máquina

7.4 Instalação9

Atividade Responsável a) Assentar o pé da estaca sobre o piquete Frente de máquina b) Iniciar a cravação Operador c) Acompanhar a operação Frente de máquina d) Preencher boletim de previsão de negas e repiques. Engenheiro supervisor e) Preencher boletim de controle da cravação de cada estaca Chefe da equipe f) Posicionar outro elemento de estaca Frente de máquina

7.5 Suplemento das estacas No caso em que a cota de arrasamento estiver abaixo da cota do plano de cravação, pode-se utilizar um componente suplementar, denominado prolonga ou suplemento, desligado da estaca propriamente dita. Este suplemento deve ser retirado após a cravação. Caso não sejam utilizados dispositivos especiais devidamente comprovados, que garantam o posicionamento da estaca e a eficiência da cravação, a utilização do suplemento fica limitada no máximo até a profundidade de 2,50 m da cota do plano de cravação.

8 A cravação pode ser feita por percussão, prensagem ou vibração. 9 A cravação de estacas através de terrenos resistentes à sua penetração pode ser auxiliada com jato d’ água ou ar (processo denominado “lançagem”) ou através de perfurações. Estas perfurações podem ter suas paredes suportadas ou não, e o suporte pode ser um revestimento recuperado ou a ser perdido, ou lama estabilizante. Este emprego deve ser devidamente levado em consideração na avaliação da capacidade de carga das estacas, e também na análise do resultado da cravação.

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7.6 Emendas dos elementos de estacas As estacas pré-moldadas podem ser emendadas, desde que resistam a todas as solicitações que nelas ocorram durante o manuseio, a cravação e a utilização da estaca. Quando emendadas devem ser através de solda.

Atividade Responsável a) Posicionar o componente10 a ser soldado sobre a estaca já cravada,

devendo o elemento superior seguir a inclinação do elemento inferior, buscando-se bom assentamento perimetral dos anéis de chapas das estacas, e axialidade das partes emendadas

Frente de máquina

b) Verificar o estado do topo do elemento inferior; se danificado, deve ser recomposto, retomando à cravação só após decorrido o tempo necessário à cura da recomposição

Chefe da equipe

c) Limpar os anéis com escova metálica apropriada, retirando-se terra, óleo ou graxa que eventualmente possam existir

d) Proceder à soldagem perimetral dos anéis de emenda, utilizando-se eletrodos de diâmetro máximo igual ao da espessura da chapa. Os eletrodos utilizados podem ser da classe E 6010 ou E 7018 ou conforme especificação do projetista ou fabricante

Soldador

e) Cravar novos componentes quando necessários até que se obtenha as negas e repiques previstos no boletim

f) Registrar os valores no boletim de controle de cravação de cada estaca

Chefe da equipe

Quando previstos ou observados esforços significativos de tração decorrentes da cravação, o processo de cravação deve ser ajustado de modo a minimizar tais esforços, para não colocar em risco a estaca

7.7 Avaliação do desempenho da fundação Atividade Responsável

a) Elaborar relatório conclusivo dos resultados das análises dos boletins de controle de cravação, inclusive das negas e repiques

b) Elaborar relatório conclusivo dos resultados das análises dos boletins de controle de cravação, negas, repiques e dos ensaios de carregamento dinâmico

Engenheiro supervisor

10 É permitido o aproveitamento das sobras das estacas, resultantes da diferença entre a estaca efetivamente levantada e a estaca arrasada, desde que o corte do elemento seja feito de modo a evitar danos na ponta, quando da cravação

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7.8 Preparo da cabeça das estacas Atividade Responsável

a) Demolir o topo11 da estaca danificado durante a cravação ou acima da cota de arrasamento, utilizando-se ponteiros ou martelos leves, trabalhando-se com pequena inclinação, para cima, em relação à horizontal, conforme indicado a figura 1

b) Demolir uma parte suficiente da estaca, de forma a expor um comprimento de traspasse da armadura, para em seguida recompô-la até a cota de arrasamento naquelas situações nas quais o topo está situado abaixo da cota de arrasamento, como também nas situações em que o topo resultou abaixo da cota de arrasamento prevista

c) Prolongar a armadura da estaca dentro deste trecho, e utilizar na sua recomposição concreto que apresente resistência não inferior à do concreto original da estaca

d) Deixar um comprimento12 de armadura suficiente para penetrar no bloco a fim de transmitir os esforços

Normalmente executado por terceiros

Figura 1 – Preparo da cabeça das estacas

11 Para estacas cuja seção de concreto for inferior a 2000 cm2, o preparo da cabeça somente pode ser feito com ponteiro. 12 Naquelas estacas cujas armaduras não têm função resistente após a cravação, não há necessidade de sua penetração no bloco de coroamento, não significando que necessariamente devam ser cortados os ferros das estacas que penetram no bloco.

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8. Procedimentos para verificação e avaliação dos serviços 8.1 Montagem do bate-estacas

Número do Item Item de Verificação Avaliação dos Serviços Tipo e dimensão da estaca Características do solo Condições de vizinhança Características do projeto

7.1a)

Peculiaridades locais

Confrontar com o projeto Analisar as justificativas

7.1c) Prumo da torre 1:80

8.2 Descarga e manuseio dos elementos de estacas na obra e içamento Número do Item Item de Verificação Avaliação dos Serviços

7.2 a) b) Segurança dos operários e ausência de esforços indesejáveis na estaca

Índice de acidentes e índices de quebras

7.3 a) Especificações do fabricante Confrontar 7.3 b) e c) Coxim e capacete Estado, dimensões e posição 7.3 d) Encaixe Ajuste adequado

8.3 Instalação Número do Item Item de Verificação Avaliação dos Serviços

7.4 a) Prumo da estaca Aceitar desvio de até 1:100

7.4 d) Preenchimento do boletim de previsão de negas e repiques

Comparar com outros métodos conforme item 3.14 e experiência local anterior

Preenchimento do boletim de controle da cravação de cada estaca

Conforme prescrito em 3.15 ou conforme documento padronizado da empresa, adotando-se como critério para término da cravação de cada estaca os valores (registrados) das negas, os quais devem ser ≤ aos especificados, e dos repiques os quais devem ser ≥ aos especificados

7.4 e)

Com registro de negas e repiques

Conforme esquema do Anexo B, negas e repiques serão registrados no final da cravação, quando da obtenção de valores estabelecidos no boletim de previsão. Caso se constate, durante a cravação, que estes parâmetros estão discrepantes com a previsão, os mesmos devem ser registrados, e o engenheiro responsável (ou o consultor de fundação) deve proceder à nova análise e revisão

8.4 Emendas dos elementos de estacas Número do Item Item de Verificação Avaliação dos Serviços

7.6 a) Componentes emendados Axialidade Assentamento

7.6 b) c) Anéis Limpeza 7.6 d) Eletrodos Tipos de eletrodos 7.6 e) Negas e repiques Conforme especificado 7.6 f) Registros Conforme boletim

8.5 Preparo da cabeça da estaca

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Número do Item Item de Verificação Avaliação dos Serviços

7.8 a)

Seção da estaca, emprego de ponteiros ou martelos leves e seu posicionamento em relação à horizontal

A seção resultante deve ser plana e perpendicular ao eixo da estaca e a operação de demolição deve ser executada de modo a não causar danos à estaca

7.8 c) Armação e concretagem Comprimento e fck do concreto

7.8 d) Concretagem do bloco quando existirem estacas vazadas Furo central tamponado

9. Avaliação do desempenho das fundações em estacas pré-moldadas O desempenho da fundação com estacas pré-moldadas de concreto é considerado satisfatório quando a execução atende e garante as capacidades de carga especificadas no projeto, atende às tolerâncias executivas e aos coeficientes de segurança mínimos, preconizados pela NBR 6122. A avaliação é feita a partir da análise dos documentos complementares, a saber:

a) Boletim de previsão de negas e repiques; b) Boletim de controle de cravação de cada estaca, com respectivos registros de negas e repiques

obtidos; c) Eventuais relatórios de ensaios de carregamento dinâmico; e d) Seguindo-se os procedimentos do Anexo C.

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Anexo A (Informativo) Esquema do bate-estacas

Figura A.1 - Esquema do bate estaca sobre rolos

MarteloQueda livre

Torrerígida

Tambores

Rolo

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Figura A.2 - Esquema do guindaste sobre esteira

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Anexo B (Normativo) Medição da nega e repique

Figura B.1 - Esquema

Suporte

Estaca

Capacete

Martelo

Cepo

Coxim

Papel Régua Sentido

Papel

Lápis

Fixação

Repique

Nega

Obs.: Mover o lápis lenta e continuamente ao longo do topo da régua durante

aplicação dos golpes.

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Anexo C (Normativo) Procedimento para avaliação do desempenho das fundações profundas em estacas pré-moldadas de

concreto

C.1 Objetivo Este anexo estabelece o procedimento para avaliação do desempenho das fundações profundas em estacas pré-moldadas de concreto.

C.2 Requisitos C.2.1 Excentricidades

No caso de estacas isoladas não travadas, quando a excentricidade exceder o limite de 10% do diâmetro da estaca, deve ser feita uma verificação estrutural devido à nova solicitação de flexão composta. Caso o dimensionamento da estaca seja insuficiente para esta nova solicitação, deve-se corrigir a excentricidade total mediante recurso estrutural. No caso de conjunto de estacas não alinhadas, quando a excentricidade conduzir a um acréscimo de carga superior a 15% da carga admissível da estaca, deve-se proceder à correção mediante recurso estrutural ou o acréscimo de estacas. O mesmo procedimento deve ser adotado no caso de conjunto de estacas alinhadas, quando a excentricidade, na direção do plano das estacas, conduzir a um acréscimo de carga superior a 15% da carga admissível da estaca.

C.2.2 Desaprumos Os desvios maiores que 1:100 requerem detalhe especial e verificação estrutural. No caso de grupo de estacas, a verificação deve ser feita para o conjunto levando-se em conta a contenção do solo e as ligações estruturais.

C.2.3 Quebras de estacas As estacas quebradas devem ser substituídas de tal modo que a nova disposição das estacas atenda às verificações do item 7.7.

C.3 Avaliação da capacidade de carga da fundação A capacidade de carga da fundação é avaliada através dos registros das negas e dos repiques de cada estaca e / ou da realização de ensaios de carregamento dinâmico, utilizando instrumentação fundamentada na teoria da “Equação da Onda” conforme a NBR 13208. Os registros de negas e repiques para cada estaca, bem como os resultados dos ensaios de carregamento dinâmico estimam e medem o valor da carga mobilizada de cada estaca e o deslocamento máximo correspondentes à energia máxima fornecida pelo impacto do martelo. A obtenção da carga mobilizada de cada estaca permite a determinação da capacidade de carga na ruptura da mesma.

C.3.1 Carga admissível a) Nas obras onde não é feita a verificação da capacidade de carga, através de prova de carga ou

de ensaio de carregamento dinâmico, pode-se adotar como carga admissível aquela equivalente à obtida a partir de tensão média, máxima, de 6,0 MPa atuante na seção efetiva da ponta da estaca. A capacidade de carga de estacas, sem comprovação da carga durante a execução, deve atender ao fator de segurança mínimo de 2,0. A capacidade de carga na ruptura, estimada através de negas e repiques, deve ser maior ou igual a duas vezes a carga admissível do projeto.

b) Nas obras onde é feita a verificação da capacidade de carga, através de prova de carga ou ensaio de carregamento dinâmico, a carga admissível máxima é aquela calculada como peça estrutural de concreto armado ou protendido, restringindo-se à 35 MPa a resistência característica do concreto. A capacidade de carga de estacas, comprovada durante a execução, deve atender ao fator de segurança mínimo de 1,6 sobre o menor valor, de ruptura, obtido. A capacidade de carga média na ruptura estimada e medida através de negas / repiques e ensaios de carregamento dinâmico deve ser maior ou igual a 2 vezes a carga admissível de projeto.

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C.3.2 Carga característica Nos estaqueamentos com verificação da capacidade de carga, a carga característica é obtida pela medição da carga de ruptura, por meio de provas de carga estática ou ensaios de carregamento dinâmico, numa quantidade de amostras não menor do que 1 % ou 3 %, respectivamente, de estacas de comportamento semelhante na obra, determinando-se estatisticamente a carga cuja probabilidade de ocorrência de valor menor seja igual a 5 % .

C.3.3 Carga admissível a partir do recalque admissível Quando a verificação da capacidade de carga é feita a partir da carga admissível para atender ao recalque admissível, deve-se adotar como admissível o valor da carga que corresponde a 1/1,5 daquela que produz o recalque admissível de projeto, medido no topo da estaca, a partir do repique ou ensaio de carregamento dinâmico. Considera-se que esta carga é satisfatória quando o seu valor medido é maior ou igual ao valor acima determinado.

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Anexo D (Informativo) Listagem Sintética

Documentos • Referentes a dados e especificações do projeto; • Referentes ao controle de execução do serviço; e • Relatórios para avaliação do desempenho.

Equipamentos • Bate-estacas para estacas pré-moldadas de concreto; • Capacete para estaca; • Cepos; • Coxins; • Guinchos; • Máquina de solda; • Martelos; e • Torre guia.

Equipe • 1 engenheiro supervisor; • 1 operador; • 1 soldador; e • 1 frente de máquina.

Materiais • Estacas pré-moldadas de concreto