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Em que grau a queda de Adão no pecado afetou a natureza humana de cristo, uma natureza como a nossa? Antes que essa questão possa ser respondida, devemos entender a natureza do pecado. Perto da palavra Deus, a palavra pecado é a mais estreitamente compactada com significado para a raça humano e para o universo. “Contra ti, e contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista” (Sl. 51:4). Pecado é mais do que a violação de princípios morais. Ele envolve a permanência do homem com Deus e é portanto religioso em sua natureza. Ele se refere primariamente ao que aconteceu na relação pessoal do homem com Deus, seu Senhor e Criador. A falha do homem diante de seu Criador envolve seu destino eterno. Há outros aspectos do pecado além do pensamento ou ato cometidos no ato pecaminoso? Há dois aspectos: os atos de transgressão pessoais do homem pelos quais ele é responsável, e o estado ou condição pecaminosa no qual ele nasce como um membro de uma raça pecadora. O ato do pecado nasce desta disposição, esta direção da vontade e de todo o ser, que é contrária à vontade de Deus. O homem não nasce livre para fazer a coisa certa por si só. Este estado de pecado em que todos os homens nascem é chamado de pecado original — não no sentido de culpa herdada, mas de uma disposição para o pecado herdada. Ela remonta a uma fonte original, o pecado de Adão e Eva, os primeiros pais da raça humana. Está incluída a condição pecaminosa de todos os membros da raça humana antes que eles sejam realmente culpados de cometer pecados por si mesmos. Transgressões efetivas são pecados particulares que procedem do pecado original. Eles são atos de pecado individuais, em distinção de sua natureza ou inclinação herdada. O pecado original é um; os pecados efetivos são múltiplos. — WILLIAM G. T. SHEEDD, Dogmatic Theology, vol. 2, p. 256. A Escritura não deixa dúvidas de que a natureza do homem desde a queda de Adão é degenerada e inclinada para o pecado. Este defeito de nossa natureza no nascimento não se deve de forma alguma ao nosso consentimento voluntário. Ele envolve a independência humana de Deus com um egoísmo e amor próprio inevitáveis, que é a consequência do pecado de Adão. Este é o estado de todos os infants que ainda não chegaram à idade quando eles começarão a excercer suas faculdades racionais e voluntárias. Assim a Bíblia faz uma clara distinção entre o pecado original e os pecados efetivos. Por pecado original nos referimos àquela participação no pecado comum da raça com o qual Deus nos acusa, em virtude de nossa descendência de Adão, seu primeiro pai e cabeça.A. H. Strong, Systematic Theology, p. 594. A evidência para a universalidade do pecado no mundo é sobrepujante e inescapável. Além disso, a Bíblia o afirma. “Não há um justo, nenhum sequer” (Rm. 3:10). Como descendentes de Adão nós herdamos dele o estado pecaminoso e, consequentemente, a morte que afeta todos os homens sem exceção. A pecaminosidade da raça humana repousa sobre uma identificação real com Adão e Eva. Nossa união com Adão e o que o pecado trouxe à raça humana não deve ser levianamente descartada ou ignorada. “Foi por um homem que o pecado entrou no mundo, e através do pecado a morte, e assim a morte

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Um artigo que discute acerca do pecado e seus efeitos para a natureza humana de uma perspectiva teológica adventista.

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Em que grau a queda de Adão no pecado afetou a natureza humana de cristo, uma natureza

como a nossa? Antes que essa questão possa ser respondida, devemos entender a natureza do

pecado.

Perto da palavra Deus, a palavra pecado é a mais estreitamente compactada com significado

para a raça humano e para o universo. “Contra ti, e contra ti somente pequei, e fiz o que é mal

à tua vista” (Sl. 51:4). Pecado é mais do que a violação de princípios morais. Ele envolve a

permanência do homem com Deus e é portanto religioso em sua natureza. Ele se refere

primariamente ao que aconteceu na relação pessoal do homem com Deus, seu Senhor e

Criador. A falha do homem diante de seu Criador envolve seu destino eterno.

Há outros aspectos do pecado além do pensamento ou ato cometidos no ato pecaminoso? Há

dois aspectos: os atos de transgressão pessoais do homem pelos quais ele é responsável, e o

estado ou condição pecaminosa no qual ele nasce como um membro de uma raça pecadora. O

ato do pecado nasce desta disposição, esta direção da vontade e de todo o ser, que é contrária

à vontade de Deus. O homem não nasce livre para fazer a coisa certa por si só.

Este estado de pecado em que todos os homens nascem é chamado de pecado original — não

no sentido de culpa herdada, mas de uma disposição para o pecado herdada. Ela remonta a

uma fonte original, o pecado de Adão e Eva, os primeiros pais da raça humana. Está incluída a

condição pecaminosa de todos os membros da raça humana antes que eles sejam realmente

culpados de cometer pecados por si mesmos.

Transgressões efetivas são pecados particulares que procedem do pecado original. Eles são

atos de pecado individuais, em distinção de sua natureza ou inclinação herdada. O pecado

original é um; os pecados efetivos são múltiplos. — WILLIAM G. T. SHEEDD, Dogmatic

Theology, vol. 2, p. 256.

A Escritura não deixa dúvidas de que a natureza do homem desde a queda de

Adão é degenerada e inclinada para o pecado. Este defeito de nossa natureza

no nascimento não se deve de forma alguma ao nosso consentimento

voluntário. Ele envolve a independência humana de Deus com um egoísmo e

amor próprio inevitáveis, que é a consequência do pecado de Adão. Este é o

estado de todos os infants que ainda não chegaram à idade quando eles

começarão a excercer suas faculdades racionais e voluntárias. Assim a Bíblia

faz uma clara distinção entre o pecado original e os pecados efetivos.

Por pecado original nos referimos àquela participação no pecado comum da raça com o qual Deus nos acusa, em virtude de nossa descendência de Adão, seu primeiro pai e cabeça.—A. H. Strong, Systematic Theology, p. 594.

A evidência para a universalidade do pecado no mundo é sobrepujante e inescapável. Além disso, a Bíblia o afirma. “Não há um justo, nenhum sequer” (Rm. 3:10). Como descendentes de Adão nós herdamos dele o estado pecaminoso e, consequentemente, a morte que afeta todos os homens sem exceção. A pecaminosidade da raça humana repousa sobre uma identificação real com Adão e Eva. Nossa união com Adão e o que o pecado trouxe à raça humana não deve ser levianamente descartada ou ignorada. “Foi por um homem que o pecado entrou no mundo, e através do pecado a morte, e assim a morte

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passou a toda a raça humana, porquanto todos os homens pecaram”. (Rm. 5:12, NEB).

Adão e Eva foram criados em um estado de inocência, em unidade e harmonia com Deus. Mas eles pecaram. Assim, se tornaram alienados de Deus e foram expulsos do Jardim do Éden. Sua relação com Deus foi perdida, não apenas para eles mesmos mas para todos os seus descendentes. Como resultado, todos os homens nascem em um estado de separação de Deus, sujeitos ao pecado e à morte, incapazes de eles mesmos retornarem à inocência.

Este estado do pecado original do homem no nascimento é claramento ensinado na Escritura. “Tu… foste chamado transgressor no ventre” (Is. 48:8); “Os ímpios se alienam desde o ventre: se extraviam assim que nascem” (Sl. 58:3); “Em iniquidade eu nasci e minha mãe me concebeu em pecado” (Sl. 51:5). O significado no Hebraico é que a mão comunicou este estado de pecado. Davi está aplicando isso a si mesmo. Desde os períodos iniciais de sua existência ele afirma que o princípio do pecado era potencial nele, antecedente a toda transgressão voluntária. “E vocês… estavam mortos em ofensas e pecados;… e eram por natureza filhos da ira” (Ef. 2:1-3).

O termo “por natureza” designa a condição não regenerada e pecaminosa de todos os homens. Eles não possuem justiça que seja aceitável a Deus. A tendência predominante de suas propensões é o contrário do que era antes de Adão cair. Estas propensões aumentam e se fortalecem à medida que o homem cresce, e o leva ao pecado a menos e até que os homens sejam renovados pelo poder do Espírito Santo.

Os textos bíblicos centrais para a doutrina do pecado original são encontrados em Romanos

5:12-21. A passagem inteira, que é uma unidade, ensina a solidariedade que existe entre um

homem, Adão, e todos os outros homens. A razão pela qual a morte passou para todos os

homens é que todos são pecadores em virtude da queda de Adão.

Através da ofensa de um muitos foram mortes... Pela ofensa de um homem a morte reinou...

Pela ofensa de um o julgamento veio sobre todos os homens para a condenação... Pela

desobediência de um homem muitos foram feitos pecadores (Rm. 5:15-19);

Este é um grande estorvo para a fé de muitas pessoas. Que as crianças nascem em pecado

como resultado da transgressão de um homem parece À PRIMEIRA VISTA muito injusto.

“Como Deus pode imputar pecado ou culpa sobre uma pessoa que nunca, por escolha própria,

desobedeceu conscientemente a Ele nem foi contrária à Sua vontade?”, pergunta-se. “Como

pode Deus estrutura toda a rala humana como envolvida no pecado de Adão, que viveu

milhares de anos antes que eles nascessem? Como Deus pode fazer bilhões de pessoas

sofrerem pelo pecado de Adão? Neste ponto, Dr. Wm. G. T. Shedd faz uma observação

significativa: “Sofrer em consequência do pecado de outro não é a mesma coisa que ser

punido por ele.” -—Dogmatic Theology, vol. 2, p. 187.

Através dos séculos a Igreja Cristã tem quase que invariavelmente sustentado

a solidariedade da raça humana no pecado de Adão. Há concordância

substancial que todos os membros da raça humana se constituem pecadores

como consequência do pecado de Adão. A diferença na interpretação aparece

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ao se buscar explicar como o pecado de Adão fez todos os homens se

envolverem em seu pecado. Várias visões são oferecidas para explicar isso e

fazer justiça ao caráter de Deus.

Posições Históricas sobre o Pecado Original

1. A Visão Pelagiana

Esta interpretação foi proposta em Roma, no ano 409 d.C. por Pelágio, um monge

britânico. Ele argumentou que todos os seres humanos são criados inocentes, livres do

pecado original. O pecado na própria experiência da pessoa entra no coração humano

de fora, ele insiste. Na verdade, não existe queda da raça humana inteira. O primeiro

ato pecaminoso de qualquer homem é sua própria queda. O efeito do pecado de Adão

não foi nada mais do que um mau exemplo. Portanto, cada homem repete a triste

história da Queda no Éden, por isso todos os homens pecam. A Queda de Adão não

corrompeu a natureza humana. O pecado não é herdado do pai da raça.

Quando Adão pecou ele afetou apenas a si mesmo, dizia Pelágio. Deus não imputa ou

culpa a posteridade de Adão com seu pecado. O homem é culpado apenas pelos

pecados pelos quais ele é pessoalmente responsável. Todos os homens têm o poder

de escolha; o pecado é seu próprio ato voluntário. Visto que o homem nasce livre, ele

é perfeitamente capaz de obedecer a Deus e guardar Seus mandamentos. A morte

acontece em virtude da transgressão do próprio homem e não devido ao pecado de

Adão.

Se o Pelagianismo é verdadeiro, qual a natureza da salvação? Se o homem nasce bom

por natureza ele não é capaz de salvar a si mesmo sem Cristo? — isto é, se ele vivesse

apenas pela trustworthy luz interna da justiça na qual ele nasce.

Entretanto, a posição Pelagiana é contrária à Escritura. Paulo afirma especificamente

que o pecado e a morte são passadas a todos os homens em virtude do pecado de

Adão contra Deus. Além disso, crianças podem morrer antes de chegarem à idade da

consciência ou antes que eles transgridam voluntariamente à lei de Deus. Sua morte

pode ser responsabilidade apenas pelo resultado do pecado de Adão, como a Palavra

de Deus declara.

Paulo compara o primeiro Adão e Jesus Cristo, o segundo Adão. Ambos estão como

cabeças da raça e afetam a raça inteira. Pelo pecado de Adão, o pecado e a morte

entraram nas vidas de todos os homens. Por Jesus Cristo, a justiça, vida e obediência

entraram nas vidas de todos os que creem nEle. Em ambos os casos os destino da raça

está envolvido. A visão de Pelágio é contrária a esta analogia.

Há realmente muito pouco a ser dito em favor da posição de Pelágio quanto ao pecado

original. Através dos séculos este ensino foi condenado pela igreja e particularmente

pelos Reformadores.

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“Nós ouvimos que a impureza dos pais é assim transmitida às crianças que sem exceção alguma são DEFILED em suas CONCEPÇÃO/BEGETTING?... Devemos sustentar firmemente que Adão não foi apenas o progenitor, mas, como tal, a raiz da natureza humana; e que portanto em sua corrupção a humanidade merecia ser VITIATED... Que coisa sem sentido os Pelagianos CHATTER aqui? Que o pecado de Adão foi propagado por imitação? Que a justiça de Cristo nos beneficia apenas como um exemplo estabelecido para nos intimar? Quem pode sustentar tal sacrilégio?

?—JOHN CALVIN, Institutes of the Christian Religion, Vol. 11, i, 6.

2. A visão Agostiniana

O pai da igreja Agostinho, que surgiu no quarto século, ensinava que toda a raça pecou

em Adão. Ele era o cabeça da raça; sua natureza era nossa natureza. Portanto, quando

ele pecou, tornou nossa natureza corrupta. Estávamos envolvidos no pecado de Adão,

não conscientemente, mas como sementes. Sua natureza pecaminosa estava

individualizada em bilhões de pessoas por herdarem sua natureza pecaminosa.

O ensino de Agostinho sustenta que Deus imputa o pecado de Adão imediatamente a toda sua posteridade em razão da unidade orgânica da humanidade pela qual a raça inteira na época da transgressão de Adão existia, não individualmente, mas seminalmente, nele como cabeça. A vida total da humanidade estava então em Adão; a raça como tinha sua existência apenas nele... No ato livre de Adão, a vontade da raça se revoltou contra Deus e a natureza da raça se corrompeu... O pecado de Adão nos é imputado imediatamente, portanto, não como algo FOREIGN a nós, mas porque é nosso— nós e todos os outros homens tendo existido como uma pessoa moral ou um todo moral, nele, e como resultado dessa transgressão, possui a natureza

destituída do amor a Deus e propensa ao mal. .—A. H. STRONG, Systematic

Theology, pp. 619, 620.

Agostinho deduziu o pecado original do pecado do primeiro casal. Ele o viu como um

pecado universalmente herdado da raça humana. Sua interpretação de Romanos 5:12

é obviamente falsa. Paulo não diz que todos pecaram na pessoa de Adão, que todos os

descendentes de Adão consequentemente começam suas vidas individuais herdando o

pecado em si. Paulo fala das consequências do pecado e morte que surgiram de Adão.

Como um resultado do pecado todos os homens têm um BIAS irreligioso e egoísta.

Paulo não explica como isso passou a ser.

A Igreja Católica Romana veio a aceitar a posição de que o pecado é transmitido por

geração. Ele não é simplesmente imputado mas realmente geneticamente herdado.

Assim, o pecado original é veiculado pela geração natural a todos os homens. Se essa

posição fosse verdadeira, isso significaria que Jesus Cristo herdou o pecado original por

geração natural.

A fim de manter a natureza impecaminosidade de Cristo, a Igreja Católica inventou e

ensina a doutrina da imaculada concepção. De acordo com este ensino, a mão de

nosso Senhor nasceu livre de pecado. Na concepção ela escapou de todas as formas de

depravação humana, sendo imaculada e sem pecado desde o início de sua existência.

Isso possibilitou que Jesus nascesse sem pecado. Isso foi ensinado pela primeira vez no

século vinte por Peter Lombard. Desde então cresceu a HOMAGE e veneração passou

a ser prestada a Maria.

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Esta doutrina também falha em encontrar a verdade da Escritura. “Por um homem o

pecado entrou no mundo, e a morte pelo pecado.” Maria, a mãe de nosso Senhor,

morreu. Não há evidência de que ela tenha sido transladada. Sua mortalidade pode ser

ACCOUTED apenas sobre a base de que ela era uma pecadora. Ela também precisava

de salvação e expiação feita pelo seu Filho, Jesus Cristo. Se ela fosse sem pecado

nenhum julgamento de morte seguiria. “Porque assim como em Adão todos

morreram, da mesma forma em Cristo todos serão vivificados” (1 Co. 15:22).

A Bíblia fala da concepção miraculosa e nascimento de Jesus Cristo, nosso Salvador,

não da imaculada concepção de Sua mãe. Não há na Escritura evidência de que Maria

tenha nascido fora do curso ordinário do resto da humanidade. Há apenas uma pessoa

que nasceu sem pecado, não duas. Jesus somente é o Ser Santo nascido separado dos

pecadores. Em lugar algum na Bíblia Sua mãe é colocada em igualdade com Ele.

3. A visão de João Calvino

João Calvino estava consciente das implicações do pecado original para o caráter de

Deus. Ele também SOUGHT para explicar como o pecado de Adão poderia envolver a

raça em ruína: como sua posteridade poderia ser culpada com o pecado sem sua

participação real nele.

Calvino considera Adão a fonte corrupta de todo pecado. Entretanto, a culpa de Adão

não é transmitida a sua posteridade. Geneticamente, o homem se tornou depravado

por causa do pecado de Adão; pelo seu pecado Adão corrompeu nossa natureza.

Nossas naturezas corruptas não são resultado de depravação adquirida ou pecados de

nossos ancestrais. Mas nós trazemos depravação inata desde o ventre de nossa mãe.

Enquanto a visão Católica Romana fala da transmissão do pecado real de Adão

hereditariamente, Calvino fala de uma depravação que é resultado do pecado de

Adão.

Adão, ao pecar, não apenas tomou sobre si infortúnio e ruína, mas também afundou

nossa natureza na destruição. Isso não se deve apenas à própria culpa dele, que não

pertenceria a todos nós, mas foi porque ele infectou toda a sua posteridade com

aquela corrupção na qual ele houvera caído.

Quando Adão foi DESPOILED, a natureza humana foi deixada nua e destituída,

TRADUZIR RESTO DA FRASE. Assim, os ramos podres saíram de uma raiz podre, a qual

transmitiu sua podridão aos galhos procedentes dela. sa