Artigo patologias e tratamento de fachadas

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PATOLOGIAS E TRATAMENTO DE FACHADAS: revisão de literatura 1 Jefferson Geraldo Albuquerque Adriano da Silva 2 Joabi Nascimento de Oliveira 3 Francisco Mateus Gomes Lopes 4 RESUMO As fachadas dos edifícios, por sua posição estratégica, recebem agressões externas, respondendo aos efeitos dos ventos e mudança de temperatura, interagindo com as estruturas que as suportam e degradando-se com o tempo, o que pode ocasionar em uma perda de ligação física com o prédio. Logo, estas alterações nestes revestimentos podem prejudicar o desempenho e funções básicas, como a valorização estética e econômica do edifício, melhoria de estanqueidade da vedação, regularização e acabamento final da fachada. Alterações nas construções são mais conhecidas como patologias. As patologias são modificações estruturais e ou funcionais causadas por doença no organismo, ou seja, tudo que promove a degradação do material ou de suas propriedades físicas e ou estruturais o qual esteja sendo solicitado. Assim, para tratar e recuperar as construções que foram acometidas por patologias, faz-se necessário realizar o diagnóstico das mesmas. No diagnóstico das patologias deve-se detectar e localizar as manifestações, e identificar em que etapa do processo construtivo teve origem. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de literatura sobre as principais patologias em fachadas, bem como formas de tratar e recuperar estas patologias, permitindo a disseminação de conceitos que possam evitar ou minimizar os problemas decorrentes destas patologias. Por fim, foi constatada a necessidade de um correto diagnóstico da patologia, para seguir com um tratamento eficaz. Além disso, a manutenção das fachadas é fundamental para evitar o desenvolvimento de patologias graves. Palavras-chave: Diagnóstico. Fachadas. Manutenção. Patologias. Prédios. 1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar UNP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil. 2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar [email protected]. 3 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar [email protected]. 4 Orientador. Mestre em Engenharia em Civil. Professor da Universidade Potiguar [email protected].

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PATOLOGIAS E TRATAMENTO DE FACHADAS: revisão de literatura1

Jefferson Geraldo Albuquerque Adriano da Silva2

Joabi Nascimento de Oliveira3

Francisco Mateus Gomes Lopes4

RESUMO

As fachadas dos edifícios, por sua posição estratégica, recebem agressões

externas, respondendo aos efeitos dos ventos e mudança de temperatura,

interagindo com as estruturas que as suportam e degradando-se com o tempo, o

que pode ocasionar em uma perda de ligação física com o prédio. Logo, estas

alterações nestes revestimentos podem prejudicar o desempenho e funções

básicas, como a valorização estética e econômica do edifício, melhoria de

estanqueidade da vedação, regularização e acabamento final da fachada.

Alterações nas construções são mais conhecidas como patologias. As patologias

são modificações estruturais e ou funcionais causadas por doença no organismo, ou

seja, tudo que promove a degradação do material ou de suas propriedades físicas e

ou estruturais o qual esteja sendo solicitado. Assim, para tratar e recuperar as

construções que foram acometidas por patologias, faz-se necessário realizar o

diagnóstico das mesmas. No diagnóstico das patologias deve-se detectar e localizar

as manifestações, e identificar em que etapa do processo construtivo teve origem.

Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de

literatura sobre as principais patologias em fachadas, bem como formas de tratar e

recuperar estas patologias, permitindo a disseminação de conceitos que possam

evitar ou minimizar os problemas decorrentes destas patologias. Por fim, foi

constatada a necessidade de um correto diagnóstico da patologia, para seguir com

um tratamento eficaz. Além disso, a manutenção das fachadas é fundamental para

evitar o desenvolvimento de patologias graves.

Palavras-chave: Diagnóstico. Fachadas. Manutenção. Patologias. Prédios.

1 Artigo apresentado à Universidade Potiguar – UNP, como parte dos requisitos para obtenção do título de

Engenheiro Civil. 2 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – [email protected].

3 Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – [email protected].

4 Orientador. Mestre em Engenharia em Civil. Professor da Universidade Potiguar – [email protected].

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1 INTRODUÇÃO

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), constando os dados

respectivos ao ano de 2011, revelou um aumento nas atividades de construção civil

de 4,5%, comparado ao ano de 2010 (IBGE, 2011). Esta mesma pesquisa registrou

que o valor de incorporações, obras e serviços da construção atingiu o valor de R$

286,6 bilhões. Estes dados sugerem um ritmo elevado no aumento de novas

construções, somando-se às construções mais antigas. Assim, sejam as edificações

novas ou antigas, deverão passar por processos de manutenção para evitar o

desgaste natural.

Nas edificações, as fachadas têm grande valor estético, ao mesmo tempo em

que são a parte mais exposta às intempéries naturais, passando por mecanismos de

degradação (CHAVES, 2009). A fachada pode ser caracterizada como cada uma

das faces de qualquer construção, sendo que a fachada da frente é denominada de

fachada principal, e as demais, fachada posterior e fachadas laterais, ou seja, é o

envoltório da edificação que limita dois espaços distintos: o interior e o exterior

(BRAGA, 2010).

As fachadas dos edifícios, por sua posição estratégica, recebem agressões

externas, respondendo aos efeitos dos ventos e mudança de temperatura,

interagindo com as estruturas que as suportam e degradando-se com o tempo, o

que pode ocasionar em uma perda de ligação física com o prédio (BRAGA, 2010).

Estas fachadas podem ser revestidas de diversas formas, destacando-se as

pastilhas cerâmicas, argamassas decorativas, pinturas, tijolos aparentes, pedras

assentadas, painéis de vidro e alumínio, entre outros (ANTUNES, 2010).

A NBR 13755 (ABNT, 1996) trata do revestimento de paredes externas e

fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante –

Procedimento. Esta norma define o revestimento externo como sendo o conjunto de

camadas superpostas e intensamente ligadas, composto pela estrutura-suporte,

alvenarias, camadas sucessivas de argamassas e revestimento final, cujo papel é

proteger a edificação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste mecânico

oriundo da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento

estético.

No entanto, alterações nestes revestimentos podem prejudicar o desempenho

e funções básicas, como a valorização estética e econômica do edifício, melhoria de

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estanqueidade da vedação, regularização e acabamento final da fachada

(ANTUNES, 2010).

Logo, destaca-se a necessidade de realização de manutenção das

construções, sendo esta descrita pela NBR 5674 (ABNT, 1999) como um conjunto

de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade

funcional da edificação e de suas partes constituintes de atender as necessidades e

segurança dos seus usuários.

A manutenção tem a finalidade de preservar ou recuperar as condições

adequadas da edificação, para o uso e o desempenho previsto em seus projetos.

Assim, as inspeções, a conservação, as ações preventivas e a reabilitação são

formas de manutenção (ROSCOE, 2008). Destaca-se que ao adotar medidas

preventivas os custos são bem menores do que para reparar danos, o que torna a

atividade de manutenção essencial e prática. Por isso, deve-se antecipar um plano

de manutenção eficiente, que determine a periodicidade das vistorias e as

intervenções preventivas, como limpeza, revisão do rejuntamento e desobstrução de

drenos etc. Este plano deve considerar ainda os padrões de manutenção exigidos, o

envelhecimento natural dos materiais, a escala de prioridades e a disponibilidade

financeira (ROSCOE, 2008).

Alterações nas construções são mais conhecidas como patologias. As

patologias são modificações estruturais e ou funcionais causadas por doença no

organismo, ou seja, tudo que promove a degradação do material ou de suas

propriedades físicas e ou estruturais o qual esteja sendo solicitado (IANTAS, 2010).

As edificações também podem apresentar patologias, comparáveis as doenças:

trincas, rachaduras, fissuras, manchas, descolamentos, deformações, rupturas,

corrosões, oxidações, entre outros, assim chamada de Patologia da Construção

(IANTAS, 2010). Também pode ser entendida como o baixo ou o fim do

desempenho da estrutura, em relação à estabilidade, estética, servibilidade e,

principalmente, durabilidade da mesma com relação às condições que está

submetida (ROSCOE, 2008).

Para tratar e recuperar as construções que foram acometidas por patologias,

faz-se necessário realizar o diagnóstico das mesmas. No diagnóstico das patologias

deve-se detectar e localizar as manifestações, e identificar em que etapa do

processo construtivo teve origem. Deve-se detectar a origem do problema e de que

foi a falha. Se o problema originou-se no projeto, falha é do projetista; se a origem

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está na qualidade do material, o fabricante falhou; quando se teve origem na

execução, há falha na mão-de-obra, na fiscalização ou na construtora, sendo

omissos; durante o uso, houve falha na operação e manutenção. O prognóstico

estará completo se consideradas as conseqüências do problema no comportamento

geral da obra (IANTAS, 2010).

Para obter êxito no tratamento, é necessário um bom estudo precedente, o

diagnóstico bem conduzido e conhecer as características e funcionamento do local a

ser tratado, para que ocorra a melhor escolha dos materiais e técnicas a serem

utilizados neste procedimento. Recomenda-se que, após uma intervenção, sejam

tomadas medidas de proteção, a partir de um programa de manutenção,

considerando a vida útil prevista, a agressividade e condições do ambiente e a

natureza dos materiais (IANTAS, 2010).

Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão de

literatura sobre as principais patologias em fachadas, bem como formas de tratar e

recuperar estas patologias, permitindo a disseminação de conceitos que possam

evitar ou minimizar os problemas decorrentes destas patologias. Para isso, a revisão

ocorreu em textos científicos, como monografias, dissertações, teses e artigos, além

de pesquisas em normas técnicas vigentes no país.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 REVESTIMENTO DE FACHADAS

O revestimento de fachadas cumpre um papel importante no desempenho

global dos edifícios. Contribui na estanqueidade aos gases e líquidos, no isolamento

termo-acústico das vedações verticais e também na estética da edificação (JUNIOR,

2008).

O sistema de revestimento pode ser entendido como um conjunto de

subsistemas. As funções de um sistema de revestimento vão desde a proteção da

alvenaria, regularização das superfícies, estanqueidade, até funções de natureza

estética, uma vez que se constitui do elemento de acabamento final das vedações.

Normalmente, os sistemas de revestimento atuam em suas funções e propriedades

em conjunto com o substrato. Desta forma, quando se faz referência à aderência,

não se fala somente da aderência da argamassa e sim da aderência

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argamassa/substrato. As funções atribuídas à utilização dos sistemas de

revestimento variam enormemente de edifício para edifício, ou seja, dependem em

grande parte da concepção da edificação, suas fachadas, paredes e sistema de

revestimento (JUNIOR, 2008).

2.1.1 Revestimentos argamassados

Conforme definida pela NBR 7200 (ABNT, 1995), a argamassa consiste em

uma mistura de aglomerantes, agregados, adições, aditivos e água, possuindo

capacidade de endurecimento e aderência. As argamassas utilizadas em obras são

comumente compostas de areia natural lavada e os aglomerantes são normalmente

a cal e cimento, com ou sem aditivos. Também podem ser utilizadas argamassas de

revestimento industrializadas.

As argamassas passaram a exercer a função de proporcionar estanqueidade à

água das fachadas, para o conforto térmico e acústico do ambiente construído, para

a segurança ao fogo e para o bom aspecto da edificação (COSTA, 2005).

Os revestimentos de argamassa podem se constituir de uma ou duas camadas

cujas denominações variam em emboço (massa grossa), reboco (massa fina) ou

massa única (emboço paulista). De tal maneira que revestimentos de argamassa de

uma camada se dividem em: massa única, quando tiverem acabamento em pintura e

emboço quando for base para outros revestimentos. E os revestimentos em duas

camadas têm usualmente acabamento em pintura e são constituídos pelo emboço e

pelo reboco (SABBATINI, 1990).

2.1.2 Revestimentos cerâmicos

O revestimento cerâmico é definido pela NBR 13816 (ABNT) como sendo o

conjunto formado pelas placas cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo

rejunte.

Medeiros e Sabbatini (1999) tratam os revestimentos cerâmicos de fachada

aderidos como o conjunto monolítico de camadas (inclusive o emboço) aderidas à

base suportante da fachada do edifício (alvenaria ou estrutura), cuja capa exterior é

constituída de placas cerâmicas, assentadas e rejuntadas com argamassa ou

material adesivo.

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2.1.3 Revestimentos com pintura

Sabbatini et al (2003) define o sistema de pintura como um conjunto de tintas

de fundo (seladores, primers anticorrosivos, fundos preparadores de superfície),

massas de nivelamento (massa corrida, massa a óleo, massa para madeira) e tinta

(e vernizes) de acabamento, que são formulados a partir de uma mesma resina.

Acrescentam que os principais sistemas de pintura utilizados na construção

imobiliária são os baseados nas resinas PVA, acrílicas e alquídicas.

Segundo Sabbatini et al (2003), a pintura tem duas funções principais: a de

proteção do substrato e a função decorativa ou estética. A pintura aplicada exerce a

função de camada de sacríficio que evita a degradação precoce do susbtrato.

Quando aplicada sobre revestimentos de argamassa, protege o mesmo contra o

esfarelamento e a ação da umidade, diminui a absorção de água e inibe o

desenvolvimento de fungos e bolores. Quando aplicada sobre alvenaria aparente,

reduz a absorção de água. A sua aplicação altera significativamente o aspecto final

do edifício.

2.2 PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO

2.2.1 Tipos de patologias

Manifestações patológicas segundo Campante e Sabbatini (2001), são

situações nas quais, os sistemas de revestimento deixa de apresentar o

desempenho esperado, em determinado momento da sua vida útil, ou seja, não

cumpre suas funções, deixando de atender às necessidades dos usuários. Uma

manifestação patológica acontece com a queda de desempenho precocemente,

diante de erros no planejamento, especificação, execução e/ou mesmo em uso, que

podem ou não ser cumulativos.

Helene (1988) apresenta uma definição mais detalhada e oportuna para

patologia, em que esta pode ser entendida como parte da engenharia que estuda os

sintomas, os mecanismos, as causas e as origens dos defeitos das construções

civis, ou seja, é o estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.

Conforme classificação de Verçosa (1991), as manifestações patológicas de

uma edificação dividem-se em:

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- Patologia das fundações e alvenarias;

- Patologia do concreto armado;

- Patologia das obras de madeira;

- Patologia das pinturas;

- Patologia da umidade.

Pedro et al (2002), por sua vez, classifica as patologias em virtude de suas

origens:

a) Congênitas: originárias da fase de projeto, em função da não observância

das Normas Técnicas, ou de erros e omissões dos profissionais, que resultam

em falhas no detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos.

b) Construtivas: têm origem relacionada à fase de execução da obra, resultante

do emprego de mão de obra despreparada, produtos não certificados e

ausência de metodologia para assentamento das peças.

c) Adquiridas: ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, sendo resultado

da exposição ao meio em que se inserem, podendo ser naturais, decorrentes

da agressividade do meio, ou decorrentes da ação humana, em função de

manutenção inadequada ou realização de interferência incorreta nos

revestimentos, danificando as camadas e desencadeando um processo

patológico.

d) Acidentais: caracterizam-se pela ocorrência de algum fenômeno atípico,

resultado de uma solicitação incomum, como a ação da chuva com ventos de

intensidade superior ao normal, recalques e, até mesmo incêndio. Sua ação

provoca esforços de natureza imprevisível, especialmente na camada de base

e sobre os rejuntes, quando não atinge até mesmo as peças, provocando

movimentações que irão desencadear processos patológicos em cadeia.

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2.2.2 Causas e origem

Normalmente os agentes causadores de patologias, são: cargas, variação de

umidade, variações térmicas intrínsecas e extrínsecas, além de agentes biológicos,

incompatibilidade de materiais, agentes atmosféricos entre outros. (IANTAS, 2010)

As patologias são originadas por falhas que incidem durante a realização de

uma ou mais das atividades do processo da construção civil. Conforme HELENE

2003, “o processo de construção e uso pode ser dividido em cinco etapas:

planejamento, projeto, fabricação dos materiais e componentes fora do canteiro,

execução e uso”. As quatro primeiras etapas dispõem um tempo relativo curto, em

relação ao quinto - uso, etapa mais longa que envolve a operação e manutenção

das edificações, que geralmente são utilizadas mais de cinquenta anos.

2.2.3 Patologias em revestimentos argamassados

Segundo Vieira (2007):

a) Deslocamento por empolamento: caracteriza-se pelo destacamento da

camada de reboco da camada de emboço, formando bolhas cujo diâmetro

aumenta progressivamente. A cal está diretamente envolvida com este tipo de

patologia, portanto, tal anomalia ocorre nas camadas com maior proporção de

cal.

b) Descolamento em placas: as placas do revestimento de argamassa que se

descolam englobam o reboco e o emboço e a ruptura ocorre na ligação entre

essas camadas e a base (alvenaria). A placa pode se apresentar endurecida,

quebrando com dificuldade, ou então quebradiça, podendo se partir com certa

facilidade. Em ambos os casos o som produzido quando a superfície é

submetida à percussão é cavo.

c) Descolamento com pulverulência ou argamassa friável: os sinais de

pulverulência mais observados são a desagregação e consequentemente

esfarelamento da argamassa ao ser pressionada manualmente. A argamassa

se torna friável, ocorrendo descolamento com pulverulência.

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d) Fissuras: a fissuração é função de fatores intrínsecos, como o consumo de

cimento, o teor de finos, quantidade de água de amassamento, fissuras

relacionadas ao cobrimento deficiente do concreto, deficiência de encubamento

da alvenaria, deformação lenta do concreto, ausência de vergas e

contravergas.

2.2.4 Patologias em revestimentos cerâmicos

Roscoe (2008) classifica algumas das patologias em revestimentos cerâmicos

como:

a) Destacamentos ou deslocamentos: são caracterizados pela perda de

aderência das placas cerâmicas do substrato, ou da argamassa colante,

quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a

capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa

colante e/ou emboco.

Figura 1: Deslocamento com empolamento de um grupo de ladrilhos em parede exterior (SILVA, 2010).

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Figura 2: Desprendimento junto a canto saliente de uma fachada de um edifício recente (SILVA, 2010).

Figura 3: Desprendimento do revestimento na zona corrente de uma fachada (SILVA, 2010).

b) Eflorescências: esse fenômeno se caracteriza pelo aparecimento de

formações salinas sobre algumas superfícies, podendo ter caráter pulverulento

ou ter forma de crostas duras e insolúveis em água. O fenômeno resulta da

dissolução dos sais presentes na argamassa, ou nos componentes cerâmicos

ou provenientes de contaminações externas e seu posterior transporte pela

água através dos materiais porosos. Se, durante esse transporte, a

concentração dos sais na solução aumentar (por perda de agua ou aumento da

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quantidade de sais), eles poderão entrar em processo de cristalização e dar

origem ao fenômeno.

c) Manchas e bolor: O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos

ou de fachadas causa alteração estética de tetos e paredes, formando

manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou

ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas. Normalmente

sao provocadas por infiltrações de água e freqüentemente estão associados

aos descolamentos e desagregação dos revestimentos.

d) Trincas e fissuras: Estas patologias aparecem por causa da perda de

integridade da superfície da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um

defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluir para um

destacamento (no caso de trincas). As trincas sao rupturas no corpo da placa

cerâmica provocadas por esforços mecânicos (ex.: tração axial, compressão

axial ou excêntrica, flexão, cisalhamento ou torção), que causam a separação

das placas em partes, com aberturas superiores a 1 mm. As fissuras são

rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 mm e que nao

causam a ruptura total das placas. Variações de temperatura também podem

provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos, devidas as

movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases.

e) Gretamento: o gretamento constitui-se de uma serie de aberturas inferiores a

1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma

aparencia de teia de aranha. A expansão por umidade pode ser responsável

pelo gretamento das placas cerâmicas para revestimento, quando provoca

aumento nas dimensões da sua base, forçando a dilatação do esmalte,

material que e menos flexível. Sem absorver a variação de tamanho da placa

cerâmica provocada pela expansão por umidade, a camada esmaltada sofre

tensões progressivas de tração, originando as fissuras capilares características

do gretamento.

f) Deterioração das juntas: Este problema, apesar de afetar diretamente as

argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de

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movimentação, compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos

como um todo, ja que estes componentes são responsáveis pela

estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver

deformações. Os sinais de que esta ocorrendo uma deterioração das juntas

sao: perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de

preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua

execução, através de procedimentos de limpeza inadequados.

Figura 4: Aparecimento de manchas de bolor, fungos ou vegetação (SILVA, 2010).

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Figura 5: Desprendimento de frações de ladrilhos em canto saliente de fachada (SILVA, 2010).

Figura 6: Manchas esbranquiçadas dos ladrilhos (SILVA, 2010).

2.2.5 Patologias em revestimentos com pintura

Segundo Vieira (2007):

a) Eflorescências: manchas esbranquiçadas que surgem nas superfícies

pintadas. Ocorre quando a tinta foi aplicada sobre reboco úmido, ainda não

curado completamente. A secagem do reboco acontece por eliminação de

água sob forma de vapor, que arrasta materiais alcalinos solúveis do interior

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para a superfície pintada, onde se deposita, causando manchas. O problema

pode ocorrer também em superfícies de cimento-amianto, concreto, tijolo, entre

outros.

b) Desagregação: é a destruição da pintura, que se esfarela e destaca-se da

superfície junto com partes do reboco. O problema ocorre quando a tinta é

aplicada antes da cura completa do reboco.

c) Saponificação: é o aparecimento de manchas na superfície pintada e

retardamento indefinido da secagem de tintas à base de resinas alquídicas. A

patologia é causada pela alcalinadade. Na presença de certo grau de umidade,

o substrato reage com a acidez característica de alguns tipos de resina,

acarretando a saponificação. Para evitar o problema é necessário, antes de

pintar o reboco, aguardar até que o mesmo esteja seco e curado, o que

demora cerca de 28 dias.

d) Descascamentos: pode ocorrer quando a pintura for executada sobre

caiação, sem que se tenha preparado a superfície. Qualquer tinta aplicada

sobre a caiação está sujeita a descascar rapidamente. Para que isto não

ocorra, antes de pintar devem ser eliminadas as partes soltas ou mal aderidas,

raspando ou escovando a superfície. Em centros industriais, com grande

concentração de poluentes ou regiões à beira mar, os sais da superfície devem

ser removidos com água sob pressão.

e) Manchas causadas por pingos de chuvas: os pingos ao molharem a pintura

recém executada, trazem à superfície os materiais solúveis da tinta, surgindo

as manchas. Para eliminá-las basta lavar o local com água, sem esfregar.

f) Enrugamento: ocorre quando a camada de tinta se torna muito espessa

devido à aplicação excessiva de produto, seja em uma ou mais demãos,

quando a temperatura no momento da pintura se encontra elevada ou, ainda,

quando se utiliza solvente diverso de aguarrás como diluente de esmalte

sintético.

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Figura 7: Enrugamento em revestimento de pintura (CHAVES, 2009).

Figura 8: Tinta escorrida em revestimento de pintura (CHAVES, 2009).

Figura 9: Fissuras em revestimento de pintura (CHAVES, 2009).

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Figura 10: Eflorescências em revestimento de pintura (CHAVES, 2009).

Figura 11: Destacamento em revestimento de pintura (CHAVES, 2009). (CHAVES, 2009).

2.3 TRATAMENTO DE FACHADAS

No trabalho de Chaves (2009) foram identificadas diversas patologias e

propostas algumas soluções para o tratamento, destacando-se:

a) Empolamentos e deslocamentos

Quando estamos na presença de descolamentos de peças do revestimento,

haverá que, numa primeira fase, remover o revestimento do local afetado que não

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apresente boa aderência ao suporte, através de corte em esquadria, delimitando

preferencialmente áreas retangulares.

Depois haverá que repor o revestimento idêntico ao existente, garantindo a

compatibilidade entre a capacidade de deformação do mesmo e a elasticidade da

camada de colagem, conjugada com as juntas, precedido de um tratamento prévio

nas superfícies expostas do suporte. Nessas zonas, pode tornar-se necessário

aplicar um produto que favoreça a aderência.

As juntas entre ladrilhos devem ter a espessura definida pelo fabricante (> 4

mm) e preenchidas com produto flexível (módulo de elasticidade < 8000 MPa),

devendo ainda ser criadas juntas de fracionamento (> 6 mm) e juntas em

correspondência com as juntas de dilatação da construção. O seu preenchimento

deve ser feito com talocha de borracha, efetuado na diagonal, pressionando a

argamassa para o seu interior por forma a que fiquem bem preenchidas. Depois de

endurecida deverá proceder-se à sua limpeza com esponja umedecida. O cimento-

cola deve ser também criteriosamente escolhido em função das características do

revestimento e do suporte.

b) Desprendimento da pintura

O modo de solucionar a presente patologia passa por uma raspagem

superficial da pintura e posterior aplicação de nova pintura. No entanto, deve-se dar

uma demão com produto impermeabilizante depois de a base se encontrar

devidamente seca.

Entretanto, antes de iniciar à reparação da patologia é necessário que o tubo

de queda das águas pluviais sejam devidamente reparados, encaminhando as

águas diretamente para a sarjeta.

c) Fissuras

Sempre que estamos em presença de dois elementos com funções distintas,

deve garantir-se a sua liberdade individual. Liberdade essa, que em edifícios já

construídos passa pela introdução de juntas de retração.

Embora este tipo de fissuras não apresente qualquer tipo de ameaça para a

estrutura, a forma de evitar o aparecimento de novas fissuras, poderá passar pela

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aplicação de armadura resistente à tração, recorrendo nomeadamente à fibra de

vidro ou rede sintética, na zona do revestimento onde a fissura se encontra. Se por

ventura, se recorrer a uma malha de aço, convém que este esteja galvanizado, para

evitar problemas de corrosão. Com a aplicação da referida armadura, haverá uma

distribuição de esforços gerados pelo movimento da estrutura.

Assim, quando temos elementos construtivos com funções diferentes, unidos

fisicamente com revestimento superficial comum, deve aproveitar a fissura que se

abriu e marcar uma junta construtiva nessa zona, demolindo todo o material de

revestimento contíguo à fissura, realizando para o efeito, um corte no revestimento

com cerca de 10 cm de largura e 1 cm de profundidade, selando-a posteriormente

com um mástique de poliuretano, enchendo o corte com uma argamassa de

reparação. Assim, é permitido o movimento dos materiais e cria-se uma barreira

contra a penetração de água.

d) Eflorescência

Quando estamos na presença deste tipo de patologia, deve-se, em primeiro

lugar proceder à limpeza da fachada, de modo a que posteriormente se permita a

sua restauração. Os sistemas de limpeza não devem ser demasiado dado que

podem causar deteriorações subsequentes, nem excessivamente brandos por não

proporcionarem uma limpeza completa.

Assim, quando estamos perante rebocos de cimento, como é o caso, recorre-

se a uma limpeza com água fria ou quente a baixa pressão, quando estamos

perante fachadas pouco sujas ou a mesma técnica com a adição de detergentes

neutros em situações de grande sujidade. Existem vários sistemas de limpeza das

eflorescências, dependendo do tipo de sal que cristalizou da sua solubilidade e do

material de revestimento onde cristalizou. Por outro lado, podem ter origens variadas

e ser compostas por numerosos elementos. E ainda incorporar-se através dos

materiais, provir da própria decomposição do material ou resultar de fontes externas.

Em paredes de alvenaria de tijolo, os sais que aparecem com mais frequência

são dos devidos a sulfatos e a carbonatos de cálcio, magnésio, sódio e potássio. No

entanto, a maioria das lesões é devida à presença de sulfato de magnésio que pode

cristalizar fora ou perto da superfície e mediante a sua solubilidade o sal pode ser

transportado por ação da água da chuva para o interior da alvenaria, reduzindo a

Page 19: Artigo patologias e tratamento de fachadas

19

destruição dos materiais de revestimento, mas ocasionando maiores problemas no

seu interior. Dado que, este tipo de sais é solúvel em água e as operações de

limpeza limitam-se à sua dissolução, é importante, após a aplicação da água,

proceder a uma secagem artificial por sucção direta, no sentido de extrair desta, a

água absorvida.

Com a lavagem da fachada, não se controla a absorção superficial, o que pode

ser propício ao aparecimento de novas eflorescências e estabelecer-se um sistema

cíclico de lesão-limpeza. Quando estamos perante sais que não são solúveis

diretamente em água, tem que se recorrer a uma limpeza química com 10% de

ácido clorídrico. No entanto, se houver um conhecimento concreto do tipo de sal

presente no revestimento, determinar-se-á o tipo de solvente a utilizar, para o qual

se utilizará o mesmo sistema de aplicação e secagem. Posteriormente à limpeza da

fachada deverá verificar-se o estado do suporte e executar-se o novo acabamento

final.

e) Destacamento

A resolução da presente patologia, tendo em conta a sua presença em grande

parte da fachada, passa necessariamente pela remoção de todo o revestimento de

pintura envelhecido. Após essa remoção, terá que se analisar, se o suporte não se

encontra danificado e se está apto e estável para receber o novo acabamento. Caso

contrário, se nomeadamente existirem fissuras no suporte, deverão ser previamente

tratadas.

É conveniente, antes da aplicação de um novo produto de pintura, averiguar a

sua compatibilidade com as condições de exposição e com a natureza do suporte

existente, é de todo importante, a aplicação de um primário promotor de aderência

sobre o suporte.

f) Manchas

Na remoção de manchas que resultam de sujidades provenientes da ação do

meio ambiente, como é o caso, terá que se proceder à lavagem com água, do

paramento exterior. No entanto, é aconselhável uma raspagem prévia, de forma a

eliminar as sujidades mais significativas.

Page 20: Artigo patologias e tratamento de fachadas

20

Com o intuito de evitar o aparecimento de sujidades nas fachadas, devido ao

arrastamento das poeiras pela água através dos paramentos horizontais, deverá

controlar-se a velocidade com que a água os poderá alcançar, mediante a utilização

de superfícies lisas proporcionando sobre estes uma certa inclinação. Seria ainda

aceitável a aplicação de um rufo em zinco sobre o peitoril de granito.

g) Descoloração

A solução para a reparação desta patologia, que se deve ao envelhecimento

natural do material de revestimento, passa pela sua eliminação, efetuando-se uma

decapagem integral do produto de pintura existente. Após decapagem deverá

assegurar-se que o suporte se encontra limpo, isento de decapantes e poeiras,

deverá certificar-se da sua aderência para receber o novo produto de pintura.

2.4 MANUTENÇÕES DE FACHADAS

A conservação dos revestimentos de fachadas é essencial para preservar os

aspectos estéticos relacionados à imagem de cidades, prédios e monumentos, bem

como por questões econômicas, uma vez que a conservação das fachadas em boas

condições reduz os gastos com recuperação.

Assim, a manutenção de fachadas envolve uma série de fatores, como por

exemplo, evitar o contato da água com a fachada, estabilizar componentes

desprendidos e trocar componentes que estejam em más condições e sem

possibilidades de serem restaurados.

Deve-se ressaltar que a água por si só não é um problema para a manutenção

de boas condições das fachadas. Porém, condições em que a água consegue

penetrar a fachada, devem ser evitadas, pois podem ocasionar em patologias. Logo,

é necessário prever a instalação de sistemas eficazes de evacuação de águas

provenientes da cobertura dos prédios, solo, e de outros elementos construtivos.

Além disto, a manutenção de fachadas prevê ainda operações de limpeza, que

podem adotar uma série de procedimentos dependentes do tipo de revestimento ou

dano existente na fachada.

Quando se pretende proceder à limpeza de uma fachada, tem que se ter em

conta, que deve haver um equilíbrio entre a eliminação das sujidades nela presentes

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e a preservação do suporte e do revestimento existente. Assim, antes de qualquer

operação de limpeza é necessário efetuar uma análise ao paramento exterior, de

modo a averiguar a composição dos materiais de revestimento e elementos da

fachada, conhecer o estado de conservação das argamassas de preenchimento das

juntas e do próprio revestimento e ainda, perceber a natureza e o grau de incidência

das sujidades e a sua origem (CHAVES, 2009).

É fundamental que qualquer que seja o método de limpeza usado, este não

seja prejudicial para a fachada, pelo que, a quando da sua seleção não deve

prevalecer o critério de menor custo nem o que produza efeitos mais rápidos.

No seguimento dos procedimentos referidos anteriormente, é necessário

particulariza-los, defini-los com maior pormenor, identificando os cuidados a ter em

conta na utilização dos mesmos e o seu âmbito de aplicação.

Nesse sentido, são a seguir descritos os procedimentos de limpeza que podem

ser utilizados, segundo Chaves (2009):

a) Lavagem: é recomendável para suportes de calcário, mármore e pedra

artificial e também quando estamos em presença de sujidades hidrossolúveis.

Existem várias técnicas de lavagem.

b) Limpeza mediante procedimentos químicos: neste tipo de operação de

limpeza é aconselhável o controlo do pH, quer do produto, quer das superfícies

antes de serem submetidas ao tratamento. Existem vários processos de

limpeza com produtos químicos, destacando-se produtos a base de ácido

fluorídrico, ácido clorídrico, ácido acético e outros.

c) Limpeza mediante pastas absorventes e gel: utilizam, principalmente, pastas

à base de argila que amolecem as sujidades em calcários.

d) Limpeza com sabões: Neste tipo de limpeza devem usar-se os do tipo não

iônico, uma vez que, os iônicos podem depositar sais solúveis. São diluídos em

água fria ou quente quando estamos perante sujidades superficiais e gorduras

pouco incrustadas. Usam-se com frequência na limpeza de envidraçados e o

seu efeito é melhorado quando combinado com vapor.

Page 22: Artigo patologias e tratamento de fachadas

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e) Limpeza mediante projeção de abrasivos: os abrasivos podem ser lançados

a seco ou com água, destacando-se os óxidos de alumínio e bicarbonatos de

sódio.

g) Limpeza mecânica: Atua eliminando uma parte da camada superficial

mediante o uso de ferramentas manuais ou discos abrasivos. Provoca a

deterioração de planos e alteração de esquinas e relevos.

h) Limpeza de sujidades de origem biológica: Os métodos de biocidas

polivalentes não são satisfatórios. Atualmente usam-se sais de amônio e cobre

e sulfato de cobre. Na sua aplicação deve evitar-se unidades, para não haver

absorção de água no suporte.

i) Limpeza de depósitos de cimento e argamassa: O ácido clorídrico é o

principal ingrediente ativo. Antes da aplicação química, deve retirar-se o maior

depósito com auxílio a espátulas e molhar-se com abundância a superfície.

j) Limpeza de manchas de óleo, gorduras e produtos betuminosos: Os

produtos mais usados são os detergentes não iônicos, dissolventes à base de

hidrocarbonetos e agentes de limpeza alcalinos. Os sabões neutros com água

fria ou quente usam-se

k) Limpeza de sais solúveis e eflorescências: A facilidade da sua eliminação

depende das características do paramento e da solubilidade dos sais. O

objetivo do método de eliminação de sais passa por molhar até à profundidade

em que se encontram os sais (um ou mais dias) e aplicar uma pasta

absorvente argilosa (sensivelmente 15 mm de espessura) e esperar que os

sais se depositem na pasta durante o processo de secagem. Pode, no entanto,

aumentar-se a quantidade de sais extraídos, mediante a aplicação de um

potencial elétrico através da área molhada onde foi colocada a pasta.

k) Limpeza de grafite: Podem usar-se para a remoção de grafites, água quente

com detergente e raspagem através de escovas macias, métodos químicos

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baseados em dissolventes orgânicos, métodos mecânicos onde o uso de

métodos micro abrasivos é preferível aos abrasivos

3 CONCLUSÕES

A ausência de conhecimento a cerca de patologias em fachadas é um fator

relevante para o desenvolvimento de problemas que prejudiquem a real função das

fachadas, além de comprometer a estética. Estes entraves podem ser reduzidos na

fase de projeto, adotando medidas de execução adequadas. Destaca-se ainda a

necessidade de um correto diagnóstico da patologia, permitindo a execução de

tratamento e recuperação da fachada, considerando aspectos como eficiência

econômica. Por fim, a manutenção preventiva é a principal ferramenta a ser

empregada, uma vez que permite minimizar ou evitar ou desenvolvimento de

patologias graves.

PATHOLOGY AND TREATMENT OF FRONTAGE: literature review

ABSTRACT The building fronts receive external aggression because of its strategic position,

responding to the effects of wind and temperature change, interacting with the

structures that support and degrading over time, result in a loss of physical

connection with the building. These changes in these coatings can degrade

performance and basic functions, as aesthetic and economic value of the building ,

improving tightness of the seal, settlement and finishing of the frontage. Changes in

the constructions are widely known as pathologies. The pathologies are structural

and functional changes caused by or disease in the body, everything that promotes

the degradation of the material or its physical and structural or property which is

being requested. To treat and recover the buildings that were affected by

pathologies, it's necessary to make the diagnosis of the same. In the diagnosis of

pathologies should detect and locate events, and identify what stage of the

construction process originated. This research aims to literature review on the main

pathologies in frontage, as well as ways to treat and recover these conditions,

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allowing the spread of concepts that can prevent or minimize the problems arising

from these diseases. Finally, it was found the need for a correct diagnosis of the

condition, to follow up with an effective treatment. The maintenance of frontage is

essential to prevent the development of serious pathologies.

Keywords: Buildings. Construction. Frontage. Maintenance. Pathology.

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