ARTIGO PDE 2012 - Operação de migração para o novo ......O uso de portfólio reflexivo na...
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ARTIGO PDE 2012
PORTFÓLIO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO
Autora: Kátia Aparecida Júlio de Souza
Orientador: Wagner José Martins Paiva
Resumo: Este trabalho tem como objetivo relatar e analisar a implementação
do material didático: Portfólio como instrumento de avaliação, desenvolvido
durante os primeiros períodos do PDE, e aplicado no Colégio Estadual Padre
Ângelo Casagrande aos alunos da 6ª série. A proposta Portfólio como
instrumento de avaliação, defende a ideia da produção reflexiva como forma
de repensar a avaliação na disciplina de Ciências e de romper com a prática
de avaliação classificatória ainda praticada nas escolas, substituindo-a pela
avaliação centrada na interação professor-aluno-conhecimento, de forma que
a avaliação resulte na construção de aprendizagem significativa. Para
avaliação da proposta adotou-se como metodologia de avaliação a produção
do portfólio reflexivo, em que devem ser registradas todas as atividades
desenvolvidas na disciplina de Ciências. A produção do portfólio é individual,
com resultados muito particulares, uma vez que as reflexões, vivências e
experiências contidas neles são únicas e exclusivas. Os alunos são
orientados a ir além da mera descrição das atividades desenvolvidas,
buscando tecer reflexões sobre as experiências vivenciadas e o quanto essas
estão produzindo efeitos na sua aprendizagem. De acordo com depoimentos
de alunos participantes e de professores que avaliaram a proposta através do
GTR a prática da avaliação através de portfólio propicia uma participação
mais ativa dos sujeitos e mais condições para a aprendizagem autônoma,
prezando mais pelo qualitativo e possibilitando a ruptura com a mera
quantificação.
PALAVRAS-CHAVE: Ciências, Avaliação; Portfólio Reflexivo.
Introdução
A disciplina de Ciências Naturais no ensino fundamental visa
desenvolver nos alunos habilidades que lhes possibilitem compreender o
mundo e atuar como individuo e como cidadão, apreendendo conhecimentos
de natureza científica, ética e cultural.
O grande desafio do docente desta área é tornar o ensino de
Ciências significativo e instigante, induzindo o aluno a produzir na construção
de sua aprendizagem, pois a dificuldade de contextualização entre teoria e
prática, apresentada pelos alunos, levam a uma boa parte dos professores de
ciências a trabalharem de forma tradicional, com esquemas resumidos, os
quais menosprezam a reflexão e a construção do conhecimento. Esta
“metodologia” é utilizada visando uma melhor compreensão do conteúdo, mas
o que ocorre é a acomodação, pois os alunos não fazem a trajetória do seu
aprendizado e sim o recebem como produto pronto e acabado.
Trabalhar o conhecimento por meio de definições e classificações
estanques, que quase sempre são decoradas pelo estudante não colabora com
a aprendizagem humana, porque raramente o aluno compreende o conteúdo
como construção de significados, portanto não se posiciona com sujeito de sua
aprendizagem, praticando mera repetição automática de textos cobrados em
prova.
Portanto, a diversificação de instrumentos didáticos torna o
aprendizado mais atrativo e com maior articulação entre conhecimentos
escolares e a vida cotidiana dos alunos. Contribui para a superação de
obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por
propiciar interpretações e discussões, mas também pela natureza investigativa,
ressaltando a importância da contextualização do conteúdo específico de
Ciências. Em consonância com esta prática, há de se buscar um instrumento
de avaliação capaz de mensurar o aprendizado evidenciado todas as etapas
superadas e seus significados.
A necessidade de buscar alternativas de avaliação capaz de superar
as formas tradicionais, que em sua maioria são classificatórias e excludentes,
encaminha este trabalho para a utilização do portfólio como instrumento de
avaliação e, ao mesmo tempo, estratégia de formação. Neste processo se
espera que alunos percebam que seu aprendizado está diretamente ligado as
suas ações e percebam a construção do conhecimento analisando as
singularidades e peculiaridades evidenciadas no processo.
Espera-se estabelecer uma avaliação que apresente:
“[...] um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar a tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos” (VASCONCELLOS apud ALVES, 2011, p 1).
A elaboração do portfólio pelo aluno e sua análise pelo professor
ajudam no encaminhamento do ensino-aprendizagem, uma vez que, possibilita
a observação do progresso do aluno e, por sua vez, o aluno ao organizar seu
material, reflete sobre o que nele está contido, ou seja, realiza a autoavaliação.
Ao folhear seu material, o aluno tem a possibilidade de ter consciência sobre o
número de atividades em que estão envolvidos e dos resultados alcançados.
O uso de portfólio reflexivo na aprendizagem sugere a possibilidade
de tornar visível o que normalmente é invisível. No caso, o pensamento do
aluno em seu processo de aprendizagem, e o espaço necessário para que o
mesmo aprenda a questionar fatos, formular problemas e apresentar soluções,
utilizando o pensamento lógico, a criatividade e a capacidade de análise critica,
selecionando procedimentos e verificando sua adequação.
Assim, o uso do portfólio como instrumento de avaliação contribui
para clarificar os critérios de avaliação definidos, a percepção da construção do
ensino-aprendizagem e ao permitir a reflexão, permite que o aluno situe-se
criticamente no contexto social e histórico de que são frutos e que, pelo acesso
ao conhecimento, sejam capazes de uma inserção cidadã e transformadora na
sociedade (PARANÁ, 2008).
Considerando que objetivo do ensino de Ciências é dar condições
para o aluno vivenciar o que se denominava método cientifico, ou seja a partir
de observações, levantar hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las
quando fosse o caso, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos.
Torna-se necessário possibilitar situações de aprendizagem nas quais os
conteúdos sejam abordados numa perspectiva de totalidade, compartilhando
emoções e sentimentos, dificuldades e descobertas.
Assim sendo utilizar-se do instrumento de avaliação, o portfólio,
como verificação do processo ensino aprendizagem permite ao aluno
compreender noções e conceitos científicos, adequando-os as suas
necessidades e interesses, além de contribuir para o seu desenvolvimento
reflexivo e estimulá-lo a selecionar e avaliar seu próprio trabalho.
Embora o tempo de aplicação tenha sido limitado os resultados
apareceram, e foram positivos, claro que só um tempo bem maior poderá
alicerçar esta proposta para que ela se torne efetiva. Quando a produção do
portfólio como forma de avaliação deixar de ser uma obrigação imposta pelo
professor e se tornar uma necessidade gerada pelo hábito do estudante, uma
forma de reorganização do conhecimento, então a proposta terá seu êxito total,
ainda assim, a recepção foi positiva e as produções surpreenderam por sua
qualidade e criatividade, e fica a possibilidade do aluno e demais professores
adotar trabalho com portfólio para avaliação, pois se esta prática for contínua
ao longo da trajetória escolar do aluno poderá ser o diferencial no ensino de
Ciências.
Desenvolvimento
A avaliação é a atividade essencial do processo ensino-
aprendizagem dos conteúdos científicos escolares. Deve ser contínua e
cumulativa em relação ao desempenho do estudante, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
A ação avaliativa é importante no processo ensino-aprendizagem,
pois pode propiciar um momento de interação e construção de significados o
qual o estudante aprende. Para que tal ação torne-se significativa, o professor
precisa refletir e planejar sobre os procedimentos a serem utilizados e superar
o modelo consolidado da avaliação tão somente classificatória e excludente. A
avaliação deve valorizar os conhecimentos alternativos do aluno, construídos
no cotidiano, nas atividades experimentais, ou a partir de diferentes estratégias
que envolvem recursos pedagógicos e instrucionais diversos.
A investigação da aprendizagem significativa pelo professor pode
ser por meio de problematização envolvendo relações conceituais
interdisciplinares ou contextuais, ou mesmo a partir de recursos instrucionais
que representem como o aluno tem solucionado problemas propostos e as
relações estabelecidas diante dessas problematizações. (PARANÁ, 2008)
A avaliação da aprendizagem segundo Luckesi (2005) necessita,
para cumprir o seu verdadeiro significado, assumir a função de subsidiar a
construção da aprendizagem bem-sucedida. A condição necessária para que
isso aconteça, é de que a avaliação deixe de ser utilizada como um recurso de
autoridade e assuma o papel de auxiliar o crescimento.
Para Luckesi (2005) o ato de avaliar também exige a entrega à
construção da experiência satisfatória do educando, estando sempre atento as
suas necessidades. Isso não implica que o educador substitua o educando em
seus processos de crescimento (o que não servirá em nada tanto para o
educando como para o educador), mas sim que clareie para si e para o
educando as exigências do crescimento. Ninguém cresce sem ação e a ação
contém dentro de si uma disciplina. Cada ato tem sua disciplina própria que
necessita ser descoberta e seguida se quer aprender e crescer com ela. A
avaliação é uma forma de tomar consciência sobre o significado da ação na
construção do desejo que lhe deu origem.
A avaliação é um processo pelo qual se observa, se verifica, se
analisa, se interpreta um determinado fenômeno (construção de
conhecimento), situando-o concretamente quanto aos dados relevantes,
objetivando uma tomada de decisão em busca da produção humana.
Segundo Canen (2001), Gandin (1995) e Luckesi (1996), “a
avaliação é um julgamento sobre uma realidade concreta ou sobre uma prática,
à luz de critérios claros, estabelecidos prévia ou concomitantemente, para
tomada de decisão.” Ou seja, é preciso ponderar no ato da avaliação: a
realidade ou prática julgada, os padrões de referência, que dão origem aos
critérios de julgamento, e o juízo de valor, a definição defendida pelos autores
impossibilita utilizar a avaliação de forma técnica, ou punitiva para os alunos,
porque o ato de avaliar envolve muito mais que o conteúdo proposto ele se
articula com conhecimento de mundo de cada um e se estende de acordo com
os recursos do contexto de cada envolvido.
Ainda segundo o pedagogo Luckesi (2005), avaliar tem basicamente
três passos:
a) Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de
construção da realidade.
b) Comparar essa informação com aquilo que é considerado
importante no processo educativo.
c) Tomar decisões que possibilitem atingir os resultados esperados.
Neste sentido é essencial definir critérios em que caberá ao
professor listar os itens realmente importantes e informá-los aos alunos, pois a
avaliação só tem sentido quando é contínua, provocando o desenvolvimento do
aluno.
Georgea Suppo Prado Veiga de Mello, respalda a ideia de Canen
(2001), Gandin (1995) e Luckesi (1996) ao afirmar que a avaliação formativa
parte do pressuposto:
“...que o trabalho educativo deve estar voltado para o desenvolvimento integral do indivíduo, precisa-se desenvolver meios que possibilitem avaliar além do que os olhos possam enxergar, tendo uma compreensão do meio em que vive, maior percepção de si mesmo, os próprios valores de uma sociedade em desenvolvimento e o respeito à cultura de um povo.”
O portfólio é um instrumento para avaliação formativa que contempla
os quesitos propostos pelos estudiosos da avaliação, porque reúne uma
seleção de trabalhos significativos para a aprendizagem do aluno. E para a
aplicação deste instrumento de avaliação o professor deve criar os objetivos e
construir o portfólio junto com a turma, além de estabelecer os descritores, ou
seja, os critérios para avaliar o alcance dos objetivos.
Embora o professor tenha papel significativo nesta avaliação cabe
ao aluno assumir uma postura autônoma em relação ao seu processo de
avaliação, pois ao rever suas produções, o educando dever ter a chance de
refazê-las, modificá-las, ou simplesmente abordar o mesmo tema sobre um
outro foco e modificar resultados, isso revela a capacidade de percepção
individual e da realidade em que o individuo está inserido dados estes
essenciais na construção da aprendizagem do educando.
A avaliação é vista como um processo abrangente da existência
humana que implica numa reflexão crítica no sentido de captar seus avanços,
suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão para
superar os obstáculos, tendo em vista a função de processo transformador na
sociedade. (BOTH, 2005).
As atividades científicas tornam-se interessantes e instigadoras
quando são capazes de exercitar nossa curiosidade. Por meio da imaginação,
o pensamento passa a apreender o desconhecido, buscando uma explicação
para os enigmas. A curiosidade serve de fio condutor para as atividades, que
de outra forma passam a ser burocráticas e exercidas com o propósito de
cumprir obrigações.
A Ciência pode ser fonte de prazer, caso possa ser concebida como
atividade criadora. A imaginação deve ser repensada como a principal fonte de
criatividade. Explorar esse potencial nas aulas de Ciências deveria ser um
atributo essencial e não periférico. (PIETROCOLA, 2006)
A curiosidade é o motor da vontade de conhecer que coloca nossa
imaginação em marcha. Assim, a curiosidade, a imaginação e a criatividade
deveriam ser consideradas como base de um ensino que possa resultar em
prazer. Segundo Bronowski (apud PIETROCOLA, 2006, p. 128) “é impossível
conceber um universo onde as atividades criativas não causem prazer. A
ciência é uma fonte de prazer para o bom cientista [...]”.
Aproximar os conceitos científicos dos contextos vivenciados pelos alunos facilita o processo de aprendizagem: o aluno pode estabelecer uma relação entre os diferentes conhecimentos desenvolvidos e sua realidade. O aluno também pode ser desafiado diante de uma situação que mobiliza sua atenção, envolvendo-se em um processo de pesquisa ou descoberta. (ROSA et al. apud FAVALLI; PESSOA; ANGELO, 2006, p. 8)
Por isso a necessidade de se criar oportunidades para que o ensino
experimental e o ensino teórico efetuem em concerto, contribuindo dessa
maneira para que o aluno possa interagir na sociedade enquanto cidadão.
Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica Paraná,
(2008), não há sentido em processos avaliativos que apenas constata o que o
aluno aprendeu ou não aprendeu e o fazem refém destas constatações,
tomadas como sentenças definitivas.
Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos que se
apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em suas
contradições e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de
aula precisa contribuir para essa formação. O recurso do portfólio como
instrumento de avaliação pode apontar novos caminhos sobre a relação
ensino-aprendizagem e sua dinâmica permite esta formação e percepção.
Segundo Villas Boas (2004), o portfólio é um procedimento de
avaliação que possibilita aos alunos participarem da formulação dos objetivos
de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Eles são, portanto, participantes
ativos da avaliação selecionando as melhores amostras de seu trabalho para
incluí-los no portfólio.
O portfólio começou a difundir-se em espaço escolar na década de
90, com ênfase nos Estados Unidos. Vem sendo evidenciado como um dos
mais novos subsídios para uma avaliação dinâmica e eficiente do ensino. Com
variada terminologia distingui-se de acordo com sua intenção, como porta –
fólio, processo – fólio, diários de bordo, dossiê. Essa modalidade de avaliação
foi retirada do campo das artes. (HAMZE, 2011).
O objetivo de um portfólio segundo, Althaus é de:
Ajudar o aluno a desenvolver a habilidade de avaliar seu próprio trabalho e desempenho, articulando-se com a trajetória de seu desenvolvimento ensino-aprendizagem, além de oportunizar a documentação e registro de forma sistemática e reflexiva. Através dos portfólios o professor instaura o diálogo com cada aluno de forma individualizada, pois os alunos devem sempre estar com seus portfólios documentando suas aprendizagens. B) Ao utilizar-se do portfólio o professor possibilita ao aluno a reflexão do seu próprio aprendizado e avaliá-lo com o professor. C) Os alunos melhoram sua habilidade de redigir textos e posicionar-se frente aos temas abordados. D) Aprendem a revisar seus trabalhos de maneira organizada, melhorando sua habilidade de comunicação através do relato de experiência e realizações. (ALTHAUS, 2007).
O portfólio apresenta muitos aspectos e dimensões de
aprendizagem, enquanto construção de conhecimentos e, desta, enquanto
condição de desenvolvimento pessoal e reflexivo dos participantes. Assim
como o aprofundamento e a apreciação das perspectivas educacionais, esta
estratégia não apenas vai contribuir para uma estruturação interpessoal do
conhecimento, como também vai facilitar se desenvolvida ao longo do tempo à
compreensão dos processos de ensino-aprendizagem.
Os critérios para a construção do portfólio devem ser bem definidos,
para que o seu uso não caia no descrédito, perdendo seu real sentido, que é o
de uma avaliação reflexiva.
Dommen (apud PERNIGOTTI et al., 2000) afirma que o portfólio,
assim como outras palavras e expressões usadas em educação, corre o risco
de tornar-se uma palavra “ruidosa”. Para esse autor as palavras ruidosas têm o
papel de provocar uma reação e orientar uma atitude, são aspirações do
momento, carregadas de emoções e, por isso, podem ser levadas à morte. Isso
acontece porque de um lado, o uso descompromissado e vulgarizado do
conceito favorece a perda de seu real sentido e, de outro, o seu emprego como
termo técnico, não incorporado, desconhecido e por isso atacado, é rechaçado.
Portanto, é importante que se compreenda muito bem a função do portfólio
para evitar a banalização do instrumento de avaliação.
Segundo Elizabeth Shores e Cathy Grace (2001), os processos de
montagem do portfólio em dez passos facilitam a prática pedagógica,
melhoram o conceito do portfólio, favorecem sua aplicação e avaliação. São
eles:
1- Estabelecer uma política para o portfólio;
2- Coletar amostras de trabalho;
3- Tirar fotografias;
4- Conduzir consultas nos diários de aprendizagem;
5- Conduzir entrevista;
6- Realizar registros sistemáticos;
7- Registrar registros de casos (ocorrências);
8- Preparar relatórios narrativos;
9- Conduzir reuniões de análises de portfólios em três vias;
10- Usar portfólios em situações de transição.
Esses passos podem contribuir para que haja uma melhor interação
entre todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
A comunidade escolar, incluindo a família, deve estar ciente que o
desempenho da avaliação através do portfólio é individual, particular e único de
cada aluno, diferente da avaliação tradicional, onde o aprendizado do aluno é
medido pelas notas resultantes da avaliação em questão.
Embora o resultado final de um portfólio seja grandioso o processo se dá por pequenas e contínuas ações, pois no passo a passo o estudante precisa se habituar a colecionar amostras de trabalhos que venham de diferentes fontes: Como por exemplo: produções individuais e coletivas, desenhos, registros escritos, fotografias, gravações de áudio e vídeo, observações da professora, informações dos pais, entrevistas, relatórios, enfim, o que for necessário para reconstruir o caminho percorrido durante a aprendizagem (SHORES e GRACE, 2001, p. 21).
Essa coleta constante estimula o exercício da assimilação, comparação e gera conclusão, e isso favorece a construção do saber do aluno, e através da organização do trabalho visualiza-se a evolução do processo.
Pensando em superar o modelo de avaliação classificatória e excludente, ainda tão presente nas escolas, e buscando uma alternativa para explorar mais e melhor as habilidades individuais elaborou-se uma unidade didática com objetivo de implementar a construção do portfólio no 9º ano do ensino fundamental, no Colégio Estadual “Ângelo Casagrande” como uma alternativa de avaliação reflexiva, tão pouco enfatizada na prática tradicional.
Organização de um portfólio
Esta definição foi inspirada na leitura do texto da (BEICRR. Domingos Jardo, 2011).
Um portfólio é uma coleção organizada e devidamente planejada de trabalhos produzidos por um aluno ao longo de um período de tempo. Constitui uma seleção feita pelo aluno dos melhores trabalhos ou produtos por si realizados, de forma a poder proporcionar uma visão alargada e pormenorizada dos diferentes componentes do desenvolvimento do aluno (cognitivo, afetivo e moral).
Em geral, consiste num dossiê onde são colocados trabalhos realizados ao longo de um bimestre, semestre, fica a critério de o professor determinar como será realizado esse trabalho.
A organização de um portfólio normalmente tem a seguinte estrutura:
W Capa: pode ser ilustrada pelo aluno
W Introdução: deve conter os dados do aluno, do professor (a),
nome da escola, quais os objetivos do portfólio e a sua finalidade.
W Sumário: demonstra a sequência dos conteúdos a serem
trabalhados.
W Atividades: investigativas, relatórios das fases de
desenvolvimento das tarefas realizadas em sala de aula, ou no
laboratório de Ciências, fotografias, trabalhos de casa, recortes de
jornais, revistas, materiais produzidos pelos alunos.
W Notas de reflexão: questionamentos sobre as amostras de
trabalhos dos alunos, instigar atitudes de reflexão e autonomia,
sugerindo práticas de revisão e aprofundamento, que auxiliem no
processo ensino aprendizagem.
W Fichas de autoavaliação: poderá ser utilizada uma ficha para
analisar e avaliar o portfólio, durante todas as etapas de
construção.
W Comentários do professor: registram as considerações acerca do
trabalho realizado pelo aluno, podendo ser sugeridas atividades
de revisão e aprofundamento, procurando respeitar o ritmo de
cada um, no desenvolvimento das produções realizadas.
Poderão ser incluídos no portfólio os itens abaixo relacionados:
W Relatórios
W Composições
W Comentários sobre experiências em aulas práticas
W Trabalhos individuais ou de grupo
W Reflexões do aluno acerca de determinado conteúdo trabalhado
durante as aulas de Ciências
W Comentários e observações do professor.
Os trabalhos arquivados devem ser devidamente datados de forma a fornecerem informações sobre os progressos, as aprendizagens e as experiências do aluno.
Tipos de portfólio
W Portfólio particular
W Portfólio de aprendizagem
W Portfólio demonstrativo
Segundo as autoras Elizabeth Shores e Cathy Grace (2001), o primeiro tipo de portfólio, o particular, é um dos provavelmente o professor já compila, são registros escritos a respeito dos alunos. O que compreende o segundo tipo, o de aprendizagem, motivará a reflexão sobre o seu programa e oportunizará uma comunicação mais rica com os pais; além disso, sua implantação será a mais divertida e a mais gratificante. O portfólio demonstrativo é uma versão condensada dos outros dois, o qual ajudará os futuros professores e demais integrantes da equipe escolar a aprender mais sobre as particularidades de cada aluno.
Ao implementar o uso do portfólio o professor poderá experimentar continuamente novos métodos de instrução e de avaliação.
A descoberta de técnicas que funcionarão melhor ao administrar suas aulas irá aumentar a eficiência total de seu plano de trabalho.
A construção do portfólio segundo (Villas Boas, 2004) deve-se:
W Iniciar com os alunos discussões em pequenos grupos, dos propósitos
comuns à turma, bem como prestar esclarecimentos, complementar
informações, sobre o tema em questão.
W O trabalho com portfólio deve ser individual, mas o professor deve
propiciar momentos de troca de experiências para que os alunos tenham
oportunidades de se expressar livremente.
W A reflexão é um princípio norteador da construção do portfólio, por
intermédio desse princípio, o aluno decide o que incluir como incluir, e, ao
mesmo tempo analisa suas produções, tendo a chance de refazê-las
sempre que quiser e achar necessário.
W O portfólio no início pode-se restringir a um determinado tema que será
trabalhado no decorrer de uma quinzena, e ou bimestre, semestre... A
avaliação pode se tornar mais rica se for desenvolvido de forma
colaborativa pelos professores, em lugar de cada um analisar apenas os
portfólios de sua turma, a troca de portfólios entre eles trará avanços para
o processo e o trabalho pedagógico.
Fases de desenvolvimento de um portfólio baseada nas leituras propostas no Manual de Portfólio das autoras (SHORES e GRACE, 2001)
1. Decidir quais itens serão inseridos no portfólio, estabelecendo uma política de portfólio, definindo qual a finalidade, qual o seu papel na avaliação.
2. Coletar amostras de trabalhos, selecionar essas amostras de maneira variada devendo refletir claramente os critérios definidos para essa modalidade de avaliação.
3. Utilizar fotografias tiradas durante a realização de atividades, anexando comentários inerentes às cenas registradas na fotografia em questão.
4. Consultas no diário de aprendizagem. Reflexão poderá ser realizada, conduzindo o aluno à consulta no diário de aprendizagem. Esse diário será feito através de registros contínuos escritos pelos alunos e professor durante o processo de desenvolvimento de determinado tema a ser inserido no portfólio.
5. O professor poderá através das entrevistas pesquisar mais profundamente aquilo que o aluno sabe em uma área específica, sobre o conteúdo que vai ser trabalhado, podendo ensiná-lo de modo mais eficiente durante o processo ensino aprendizagem.
6. Registros sistemáticos são anotações que você planeja realizar sobre as ações do aluno em situações determinadas.
7. Registros de casos levam a reconhecer eventos importantes para o desenvolvimento de determinado aluno, à medida que eles ocorrem, e escrever narrativas breves e claras desses eventos.
8. Relatório narrativo envolve a revisão sistemática dos conteúdos do portfólio e a correlação das atividades dos alunos, simplificam o sistema geral de avaliação, esse tipo de relatório é o centro para o portfólio demonstrativo – documento de transição para o próximo professor do aluno, ou para os pais. Não precisam ser longos, devem ser sucintos, claros e objetivos.
9. Envolver os alunos no uso do portfólio é crucial no processo de implantação:1º passo - é o momento em que a sala de aula deixa de ser um sistema hierárquico para se transformar, em uma comunidade de aprendizagem, na qual todos os envolvidos estão
planejando, revendo e revisando seus trabalhos. Esse passo deve ser desenvolvido gradativamente, pois assim como você não pode mudar a sua maneira de avaliar do dia para a noite, o aluno também não irá desenvolver de imediato as habilidades de reflexão para analisarem seriamente seus trabalhos e sobre seu aprendizado. 2º passo - Conferência do portfólio em duas vias, essas reuniões podem acontecer diversas vezes no período em que se está avaliando o portfólio, pode ser ao final de cada aula, semanalmente, fica a critério do professor. Neste momento o aluno irá fazer análise de seus trabalhos examinando itens antigos e os novos, fazendo comparações sobre os mesmos, acrescentar novos itens caso haja necessidade. Pode-se sugerir que durante essa análise o aluno faça uma lista do que pode ser acrescentado em suas produções futuras. .3º passo - Esse é o momento de envolver os pais, agende reuniões convocando os pais para a análise dos portfólios de seus filhos. O propósito dessas reuniões é para fazer com que os pais reflitam e expressem suas idéias sobre o aprendizado de seus filhos. O envolvimento da família nesse processo é muito importante.
Usando portfólio em situação de transição mostram que o portfólio demonstrativo é uma pequena coleção de amostras de trabalhos, relatórios narrativos e outros documentos essenciais para que outro professor possa acompanhar os trabalhos dos alunos caso essa política do portfólio seja implantada em determinada escola onde vai ser dada a sequência dessa proposta nas séries seguintes.
As autoras (Shores e Grace, 2001) sugerem que se realizem os passos na ordem que melhor se adéque a você, pois os melhores sistemas de portfólio se desenvolvem a partir dos interesses e das necessidades de cada comunidade de aprendizagem (vejam anexos 1, 2 e 3).
Durante a fase experimental pode-se trabalhar com os três primeiros passos, que contribuirão para enriquecer o processo de avaliação, tornando o aluno mais reflexivo acerca do trabalho desenvolvido, ajudando o professor a descobrir as áreas de interesse do aluno e com isso proporcionar situações de crescimento mútuo, estimulando-o a alcançar os resultados esperados.
Como avaliar o portfólio do aluno
ü Observar como estão organizados os trabalhos, as anotações e
registros.
ü Verificar se aluno está revendo seus trabalhos e está reformulando
quando necessário, se está ocorrendo momentos de reflexão sobre
as atividades desenvolvidas.
ü Como está ocorrendo à evolução do aluno durante o processo de
avaliação com o portfólio, esse tipo de avaliação é formativa por isso
faz – se necessário que o professor acompanhe continuamente os
trabalhos do aluno.
ü Devem-se estabelecer datas para que os o aluno organize e
entregue seu portfólio para que seja avaliado
Essa unidade didática visou criar possibilidades de criação da
prática avaliativa comprometida com a formação do cidadão capaz de pensar e
de tomar decisões. Todo o trabalho objetivou oferecer ao aluno a oportunidade
de escolher e construir seu conhecimento, sem tirar a credibilidade do trabalho
do professor, pois o portfólio é um aliado da aprendizagem, é um momento de
reflexão, pois aos alunos cabem as respostas e as escolhas do que irá compor
o seu portfólio. Através da reflexão, o aluno decide o que incluir como incluir e,
ao mesmo tempo, analisa seus resultados tendo a chance de refazê-las ou
modificá-los sempre que quiser ou for necessário. Isso aperfeiçoa o senso de
autoavaliação e fortalece a condição de na vida cotidiana absorver e resolver
situações com maior segurança e determinação.
Conclusão
Com a opção de se trabalhar “Portfólio”, em sala de aula, foi
necessário definir com os alunos o que é o Portfólio e a importância do mesmo
como um instrumento avaliativo. Após definição, a turma conheceu o portfólio
particular da professora, e recebeu a tarefa de pesquisar em diversas fontes
sobre o uso, a montagem e os recursos possíveis nesta forma de avaliação.
Depois do conhecimento prévio estabelecido, se iniciou à produção na própria
sala de aula, com a escolha do tema a ser avaliado: “Animais em risco de
extinção e as conseqüências do trafico de animais”.
Enquanto o trabalho de construção do portfólio foi coletivo, o
entusiasmo foi geral, mas a partir do início da produção individual as falas
foram mostrando certo estranhamento e dificuldade por parte de alguns dos
alunos na construção desse instrumento por considerá-lo trabalhoso, e por não
entenderem, em um primeiro momento, seus objetivos é que tiveram
dificuldades.
Com os primeiros resultados alcançados por alguns alunos da
turma, e a oportunidade de uso do laboratório de informática da escola durante
as aulas de Ciências, com o monitoramento do professor e a troca de ideias e
sugestões entre os próprios alunos ajudaram a minimizar as dificuldades.
Portanto, mesmo diante da resistência inicial, a maioria dos alunos relatou ter
gostado dessa proposta de ensino e aprendizagem, sendo favoráveis a ele,
após compreenderem o trabalho desenvolvido.
De acordo com Villas Boas (2005) uma das razões para essa
insegurança inicial dos alunos, se deve ao fato do portfólio se constituir em um
processo mais trabalhoso, que implica construir, refletir, analisar, buscar novas
informações e ter autonomia. Justamente por estas razões é que a metodologia
do portfólio ativa o processo de ensino e aprendizagem além de evidenciar ao
longo caminho as mudanças decorridas no processo de aprendizagem do
aluno, por ser um instrumento reflexivo.
Ao término montagem do portfólio, bem como compartilhar com os
participantes o que pesquisou, o que encontrou, quais as vantagens e
desvantagens desse tipo de avaliação, quais foram os problemas encontrados
ao longo do trabalho. Como foi o apoio da instituição no uso de laboratório de
informática, biblioteca, dentro e fora do horário de aula, para a realização do
trabalho, a sua reflexão sobre seu próprio desempenho. A comparação positiva
dos resultados finais que embora tenham partido do mesmo tema se
posicionaram em focos diferentes e se enriqueceram nessas diferenças, foi o
grande êxito deste trabalho para os alunos e como professora.
Para que tal resultado ficasse evidente aos alunos, durante o
processo de montagem do portfolio, ocorria um espaço para que eles
colocassem em discussão. Nestes momentos eles discutiram o que já haviam
conseguido, quais os obstáculos tiveram. Tiveram possibilidades de mostrar
aos colegas seus avanços e assim, buscaram apoio e alternativas, no grupo,
que melhor viabilizem a sua execução e implementação. Desta maneira
buscou-se uma ação prazerosa para o grupo, e que estimulasse os mais
desanimados.
Dessa forma a opção pela avaliação formativa, partindo do
pressuposto que o trabalho educativo deve estar voltado para o
desenvolvimento integral do indivíduo, o portfolio possibilitou a substituição do
paradigma tradicional da avaliação (voltada apenas para aprovação ou
reprovação). Rompendo o paradigma que busca a avaliação mediadora,
emancipatória, dialógica, integradora e democrática.
REFERÊNCIAS
ALTHAUS,Maiza T. M. /Portfólio/.Disponível em:
<htpp:/www.uepg.br/uepg_departamento/.../roteiro%20portfolio.pdf.> Acesso em: 10 de abril de
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VILLAS BOAS, Benigna M. de Freitas Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas:
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Anexo 1
MODELO DE FICHA: COMENTÁRIOS DO ALUNO SOBRE AMOSTRA DE TRABALHO, SUGERIDAS PELAS AUTORAS (SHORES E GRACE, 2001)
Comentários do aluno sobre Amostra de Trabalho
Aluno: ___________________________________ Data: ____/ ____/______
Trabalho: ______________________________________________________
Como fiz esse trabalho:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O que gosto nele:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
O que gostaria de mudar nele:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Quero tentar fazê-lo de novo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Anexo 2
MODELO DE FICHA:
COMENTÁRIOS DO PROFESSOR SOBRE AMOSTRA DE TRABALHO SUGERIDO PELAS AUTORAS (SHORES E GRACE, 2001)
Aluno: ______________________________________ Data: ____/.___/ ____
Trabalho:_______________________________________________________
( ) Iniciado pelo professor ( ) Iniciado pelo aluno
Habilidade/Conceito:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Referência: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
( ) Iniciante ( ) Em desenvolvimento
( ) Domínio ( ) Avançado
Observação:
Anexo 3
FORMULÁRIO:
DIÁRIO DE APRENDIZAGEM SUGERIDO PELAS AUTORAS (SHORES E GRACE, 2001)
Tenho aprendido:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Quero aprender mais sobre:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Planejo fazer:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Comentários do(a) professor(a):