Artigo Sobre Estatísticas Em SST- C.a.salim
-
Upload
brunabraga04 -
Category
Documents
-
view
9 -
download
0
Transcript of Artigo Sobre Estatísticas Em SST- C.a.salim
ESTATÍSTICAS SOBRE ACIDENTES DE TRABALHO SEGUNDO OS
REGISTROS ADMINISTRATIVOS NO BRASIL: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES1
Celso Amorim Salim
Introdução
Este trabalho, de caráter ensaístico, tem por objetivo maior levantar e discutir
questões mais metodológicas acerca da situação atual das estatísticas oficiais
sobre o quadro acidentário nos ambientes de trabalho no país. Para tanto,
apóia-se em alguns resultados de pesquisa e atividades desenvolvidas pela
Fundacentro, que, em parte, foram por nós coordenadas entre os anos de 1999
e 2002. Vale dizer: lançando mão de relatórios de pesquisa e trabalhos técnico-
científicos, dos quais alguns resultados, sob várias perspectivas ou olhares, já
foram tanto apresentados em encontros e congressos nacionais e
internacionais, como publicados de forma solo ou em parceria com outros
pesquisadores.
Assim, aqui buscamos duas estratégias principais: por um lado, sumarizar
esses resultados – especialmente aqueles mais relevantes e pertinentes ao
presente tema – por outro, contribuir para o debate de um entre os vários
aspectos particulares que compõem o “Sistema Nacional de Estatísticas do
Trabalho”, ou seja, a questão dos acidentes de trabalho. Em outras palavras,
aportar contribuições no sentido de alavancar propostas para a melhoria das
estatísticas e indicadores na área, ampliando, por conseguinte, as discussões
sobre um problema de interesse maior para a sociedade, que ainda carece do
devido equacionamento.
Em face do espaço de que dispomos para este trabalho, dispensaremos a
apresentação detida de informações empíricas através da modelagem dos
1 Sob o mesmo título, mas aqui com pequenos ajustes no texto, este artigo foi originalmente preparado
para servir de base de uma das conferências do Painel II – “Sistema Nacional de Estatísticas do Trabalho” – durante o VIII Encontro Nacional de Estudos do Trabalho, realizado na FEA/USP, em São Paulo, entre 13 e 16 de outubro de 2003, e promovido pela Associação Brasileira de Estudos do Trabalho – ABET com o seguinte tema central: “Reformas Trabalhista e Previdenciária, Crescimento Econômico e Distribuição de Renda”. O resumo foi publicado nos Anais e a sua primeira versão integral incluída no CDROM que foi distribuído aos participantes do Encontro.
dados em nível tabular ou gráfico, indicando apenas, quando for o caso, as
referências onde se encontram, que serão relacionadas ao final.
O quadro atual
É notório que nunca se realizou uma pesquisa nacional de base populacional
para identificar e mensurar os acidentes de trabalho no Brasil. Devido a isso, o
país, afora alguns estudos e levantamentos tópicos, vem contando única e
exclusivamente com os registros administrativos federais nas esferas dos
Ministérios da Previdência, da Saúde e do Trabalho e Emprego, como meio
para dimensionar a realidade acidentária nos diversos ambientes de trabalho
que compõem a sua vasta base territorial. Porém, cada um deles apresentando
especificidades em termos de limites e possibilidades. E mais: esses registros,
à exceção do Sistema CAT/SUB da Previdência Social, não são inteiramente
direcionados ao tema.
Como as informações estatísticas disponíveis sobre a saúde do trabalhador se
baseiam em bases de dados de diversas fontes – no caso, registros
administrativos – não se pode desconsiderar o fato de que hoje já há certo
consenso de que as mesmas não são representativas dos eventos ocorridos no
mundo do trabalho como um todo, posto que, invariavelmente, reportam-se
mais ao setor formal do mercado de trabalho, setor que vem encolhendo nos
últimos anos em face do desemprego e do crescimento do setor informal. E
mais, a par dos óbices quanto ao grau de cobertura e da qualidade intrínseca
dos dados, esses registros geralmente carecem de maior consistência
basicamente advinda de sua construção diferenciada no tempo e de seus
objetivos específicos (Salim, 1999; 2000) – dentre eles, a ausência de fins
estatísticos ou a produção de informações mais acuradas sobre as condições
de trabalho em geral e os acidentes de trabalho, em particular.
Esse é um quadro, enfim, que aponta para inarredáveis desafios à construção
imediata de indicadores que busquem relacionar a saúde e a segurança no
trabalho com outras esferas, como, por exemplo, o meio ambiente – esfera,
aliás, que, pela sua importância atual, vem gerando demandas crescentes a
partir de vários setores da sociedade. Na verdade, a problemática relativa aos
indicadores sobre o “meio ambiente” no qual se integram os trabalhadores – na
prática, resumindo-se diretamente às condições do ambiente de trabalho em
sentido estrito – ainda se encontra distante de uma solução convergente ou
consentânea.
Diante dessas colocações, e não obstante os problemas mencionados,
doravante estaremos apenas nos dedicando às questões e quesitos atinentes
ao universo de informações que delineiam o atual quadro de doenças e
acidentes do trabalho no país, a partir das fontes mencionadas.
Na verdade, sob o rigor científico, ainda não podemos almejar a rica
possibilidade representada pela detecção de perfis ou padrões efetivos
diferenciados de acidentabilidade laboral no país, se tomarmos por base as
informações oficiais disponibilizadas. Isso seria possível apenas com
correções, mediações ou fracionamento da realidade. Razão principal: em
geral, as informações disponíveis, independentemente de suas origens,
dificultam, por um lado, comparabilidades no transcurso do tempo ou mesmo
em um único momento; por outro, não permitem procedimentos essenciais
como desagregação para os seguintes temas: a) exposições aos riscos
associados às condições de trabalho – basicamente, referimo-nos aqui aos
processos de trabalho e ao ambiente de trabalho; b) indicadores de proteção,
prevenção e segurança do trabalho – uso de equipamentos de proteção, riscos
no trabalho, medidas de segurança etc.; c) dinâmica das doenças e dos
acidentes do trabalho (Salim, 2000). Aliás, as doenças do trabalho
propriamente ditas ficam um pouco à margem desse processo; dá-se muita
ênfase a acidentes – muitas vezes confundidos com acidentes típicos – e a
quantificação das doenças acaba relegada a um segundo plano; ou melhor, em
contraposição à sua elevação junto à população ocupada, costumeiramente
são subenumeradas. Isso sem desconsiderar as dificuldades institucionais
criadas nos anos 90 para o diagnóstico e o reconhecimento de doenças
recorrentes referidas ao ambiente de trabalho, como, por exemplo, as
LER/DORT (Araújo, 2001; Salim, 2003a).
Como estamos longe de concretizar os itens “a” e “b” mencionados
anteriormente, alguns esforços tópicos pioneiros vêm sendo canalizados no
sentido de avançar em relação ao último aspecto, ou seja, o item “c”, onde,
aliás, os problemas e dificuldades não são nada desprezíveis.
Contribuições da Fundacentro: agenda e atividades
Desde 1999, a Fundacentro vem envidando esforços na busca de contribuições
efetivas para superar esse quadro. Nessa direção, criou um programa de ação
de âmbito nacional e uma linha de pesquisa – respectivamente, o Programa de
Melhoria das Informações Estatísticas sobre Doenças e Acidentes do Trabalho
(PRODAT) e o projeto Prospecção e Diagnóstico Técnico dos Bancos de
Dados e Remodelagem das Estatísticas sobre Saúde do Trabalhador
(PRODIAG). Além disso, foram estabelecidas parcerias técnicas, como, por
exemplo, com a Fundação Seade, de onde resultaram, sobretudo para o
Estado de São Paulo, importantes estudos e pesquisas de campo relativos ao
objeto acidentes de trabalho, dos quais, por ora, destacamos os relatórios
produzidos pela Fundação Seade e pela Fundacentro ( 2002; 2001; 1994) –
documentos importantes na medida em que suportaram uma série de trabalhos
técnico-científicos, parte deles relacionada ao final deste trabalho.
O PRODAT, instituído em 1999 como um dos programas prioritários, e mesmo
carecendo de maior estruturação em termos de recursos humanos e base
física, tem buscado, em termos de concepção, estabelecer um conjunto de
princípios, diretrizes e ações com o objetivo maior de desenvolver, através de
ações cooperativas, estudos, pesquisas, seminários e oficinas de trabalho
estrategicamente voltados à “consolidação de uma proposta técnica” para a
melhoria na geração, tratamento, análise e, sobretudo, disseminação
sistemática, regular e contínua de informações mais bem qualificadas – i.é,
tanto estatísticas gerais e específicas como indicadores métricos e qualitativos
– sobre as doenças e acidentes do trabalho no Brasil.
Contudo, na condição de um programa, o PRODAT, incapaz de gerar tais
serviços e produtos, tem buscado canalizar esforços ou meios para viabilizá-
los. Por conseguinte, produziu uma alternativa para isso, o "Projeto CENAEST”,
que, envolvendo cooperação técnica multilateral com o Fundo de População
das Nações Unidas – FNUAP, propõe a criação de uma unidade especializada
sob a denominação provisória de Centro Nacional de Análise e Estatística
sobre Saúde e Segurança no Trabalho. Embora não pretenda ser solução
única e cabal, e mesmo demandando maiores discussões entre os
stakeholders previamente identificados, essa proposta já se encontra em
avaliação nas instâncias competentes da Fundacentro e do Ministério do
Trabalho e Emprego. Vale registrar que, dentre outras atividades, a mesma
prevê, preferencialmente através da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios – PNAD, do IBGE, a realização de duas pesquisas nacionais em
distintos anos.
Afora isso, incluindo parceiros relevantes no campo da saúde e do ambiente de
trabalho, outras propostas técnicas oportunas, perseguidas e agendadas pelo
PRODAT, construídas em seguimento a várias discussões técnicas com os
referidos parceiros, estão sendo viabilizadas pela Fundacentro. Algumas delas,
de forma original, direcionadas para o desenvolvimento de novos parâmetros
capazes de corrigir e aperfeiçoar as estatísticas sobre a acidentabilidade
laboral no Brasil, inclusive para o setor informal, através de pesquisa
multicêntrica envolvendo áreas sentinelas previamente selecionadas. A
propósito, registre-se a pertinência do emprego de metodologias alternativas
nos moldes propostos por Santana (2002).
Já o PRODIAG, de forma mais concreta, desenvolveu importantes atividades
operacionais orientadas para avaliar, por meio de testes e análises extensivos,
a qualidade e a consistência dos bancos de dados – no caso, registros
administrativos – que cobrem a tríade saúde-trabalho-previdência no Brasil.
Infelizmente, não obstante o elevado custo social e econômico dos acidentes
de trabalho para o país, neles foram confirmadas deficiências cadastrais
relacionadas ao tema, assim como os limites inerentes às estatísticas que aí
têm suas fontes. Dentre os principais limites, destacam-se os problemas de
subnotificação de casos, de qualidade intrínseca dos registros, de
representatividade espacial e setorial das informações e, por último, de má
cobertura dos dados, quando, exemplarmente, além de não se estender ao
setor informal do mercado de trabalho, é bastante deficitária para a zona rural.
Por outro lado, em nível mais técnico, outros óbices poderiam ser
mencionados, incluindo-se, dentre os maiores, a imiscibilidade dos dados, a
sua não integração relacional, a diferença de suas respectivas plataformas, as
diversas facetas e formas de constituição dos mesmos, bem como as
diferenças de coortes e de séries temporais que contemplam períodos
diferenciados nas citadas bases etc. Fatores, enfim, que determinam os limites
inevitáveis na atual modelagem das estatísticas setoriais e/ou oficiais sobre o
universo das doenças e acidentes do trabalho no país. Ademais, como
contraponto àquilo que se requer, dificultam avanços quanto à construção de
proposições concretas rumo à melhoria das estatísticas e dos indicadores que
possam, efetivamente, contribuir para potencializar ações corretivas e
preventivas no campo da saúde e segurança no trabalho. Sem isso, perdem o
trabalhador, a sociedade e o país; enfim, todos.
No entanto, através do PRODIAG, foi possível avançar na análise comparativa
dos dados de diferentes fontes, de sorte a construir um referencial que,
proximamente, quiçá possa balizar os ajustes requeridos para uma efetiva
análise integrada de tais dados, transformando-os, na prática, em informações
mais acuradas e valiosas para os profissionais que atuam nos diferentes
domínios da saúde e segurança no trabalho ou, mais especificamente, com a
saúde do trabalhador. E é sobre isso que discorreremos a seguir.
Avaliação dos sistemas e registros administrativos: alguns resultados e
considerações
Esta seção traz à baila alguns dos resultados do PRODIAG – preliminares,
posto que a pesquisa encontra-se inconclusa, ou melhor, paralisada –
diretamente remetidos ao tema central deste ensaio. É claro que de forma
inicial e sem nenhuma pretensão de esgotar o próprio tema.
A pesquisa baseou-se na seleção dos seguintes sistemas ou registros
administrativos: “Sistema de Informação sobre Mortalidade” (SIM), “Autorização
de Internação Hospitalar” (AIH), “Comunicação de Acidentes de Trabalho”
(CAT/SUB) e “Relação Anual de Informações Sociais” (RAIS).
Concretamente, a partir das informações afins desses registros, foi possível
avançar em três frentes: primeiro, na análise comparativa seguida de testes de
confiabilidade dos dados, quando se privilegiou a mensuração dos casos fatais
de acidentes de trabalho; segundo, na auditagem técnica das variáveis
relevantes para a identificação e mensuração dos acidentes de trabalho em
suas diferentes modalidades e conseqüências; terceiro, na análise preliminar
dos recursos de informática disponíveis, especialmente das facilidades e
entraves existentes, de maneira a avançar na análise integrada das
informações oriundas de diferentes fontes.
As estatísticas sobre os casos fatais
No primeiro caso, privilegiaram-se etapas seqüenciadas e interdependentes, a
saber: avaliação crítica das estatísticas disponíveis sobre os casos fatais de
acidentes de trabalho no Brasil, de forma a buscar subsídios e alternativas para
avanços na área; apreensão das dificuldades em qualificar os casos fatais e os
limites intrínsecos à consecução de quantificações mais realistas, de forma a
levantar proposições voltadas à intervenção para a melhoria no registro e na
disseminação das informações afins. Metodologicamente, os passos seguintes
envolveram a identificação e a quantificação dos casos fatais, a caracterização
demográfica e epidemiológica da população acidentada, a comparação das
informações dos referidos registros administrativos e, por fim, a análise da
tendência e da variabilidade dos números disponíveis. Aspectos relativos à não
mensuração da mortalidade por acidentes de trabalho na população ocupada
do setor informal do mercado de trabalho foram contextualizadas criticamente,
assim como o levantamento de hipóteses orientadas à sua superação.
Em termos de resultados, destacaram-se as dificuldades para qualificação dos
casos fatais, seja no âmbito das causas externas ou a partir do quesito
específico que qualifica a causa mortis como acidente de trabalho, seja quanto
aos limites intrínsecos à consecução de quantificações e caracterizações mais
efetivas das mesmas em termos demográficos e epidemiológicos, ou, mais
especificamente, comparativamente em relação ao quadro geral dos acidentes
de trabalho segundo as várias fontes. Um exemplo: basicamente cobrindo o
setor formal do mercado de trabalho, os números sobre os casos fatais de
acidentes de trabalho da Previdência Social são bem superiores aos números
da mesma natureza obtidos do Ministério da Saúde, através do Sistema
DATASUS, que, teoricamente, estariam cobrindo os óbitos decorrentes de
acidentes de trabalho referidos tanto ao setor formal quanto ao setor informal
do mercado de trabalho – no caso, englobando a soma dos casos fatais dos
registros do SIM e do AIH (cf. Salim, 2003b). Além de inaceitável, tal fato se
traduz como prova cabal da inconsistência das informações com as quais
lidamos.
Não obstante a dificuldade resultante da inexistência de um melhor grau de
cobertura e de uma base estruturada de dados consistentes e contínuos, foi
possível levantar algumas proposições concretas voltadas tanto à melhoria das
estatísticas que cobrem as diferentes modalidades de acidentes de trabalho
como, em particular, à identificação e melhor caracterização dos casos fatais
originários do ambiente de trabalho. Nesse particular, como importante
contribuição ao tema, apesar da necessidade de novos testes, destaca-se o
potencial que encerra a metodologia proposta por Waldvogel (1999, 2002), que
também se suporta nos resultados das pesquisas financiadas pela Fundacentro
nos anos 90 (Fundação Seade; Fundacentro, 1994, 2001) e nos resultados
obtidos pelas pesquisas mais recentes (Fundação Seade; Fundacentro, 2001,
2002), os quais, igualmente, suportaram outros trabalhos, agora não apenas
referidos aos casos fatais, como à morbidade e a outros aspectos da
acidentabilidade laboral (Waldvogel, 2002, 2003; Waldvogel & Salim, 2002;
Costa et al., 2003).
Identificação e comparação das variáveis relevantes
Com relação à auditagem técnica das variáveis, buscou-se gerar subsídios à
harmonização das mesmas, através da análise comparativa de seus
conteúdos, porém estrategicamente voltada aos procedimentos de
compatibilização e integração dos dados necessários à remodelagem
estatística, a partir de dados de diferentes fontes.
Inicialmente, foram selecionadas doze variáveis, a saber: área geográfica,
idade, sexo, estado civil, instrução, ocupação, atividade econômica, data do
acidente, data do óbito, causa, local do acidente e caracterização do acidente
de trabalho. Posteriormente, para efeito de análise detalhada das variáveis
interbases, trabalhou-se de forma binária, quando se explorou amiúde as
variáveis comuns a cada dois sistemas tomados isoladamente, ou seja,
SIM/AIH, SIM/CAT, SIM/RAIS, AIH/CAT, AIH/RAIS e, finalmente, CAT/RAIS
(Fundacentro, 2002).
No geral, mas lembrando que as variáveis comuns a todos os sistemas são
apenas quatro – i. é, área geográfica, sexo, idade e caracterização do acidente
de trabalho – alguns resultados obtidos são eloqüentes.
A rigor, um estudo que envolvesse a harmonização de todas as quatro bases
deveria apenas reportar-se às variáveis listadas anteriormente.
Conseqüentemente, atendo-se a esses limites técnicos, os resultados,
independentemente da grandeza dos números, seriam bastante minimizados.
São várias outras conclusões possíveis. Por ora, destacamos as seguintes:
como utilizam o mesmo tabulador, seria mais fácil a integração de variáveis do
SIM e do AIH, visto que os seus conteúdos intrínsecos estão organizados de
forma semelhante. Em relação à RAIS, a data de afastamento do acidentado
não corresponde ao dia, e sim ao mês do acidente de trabalho, e o local do
acidente sempre se reporta à matriz da empresa. Para uma melhor
comparabilidade, tanto a idade constante na AIH como no SIM deve ser
ajustada às faixas de idade da RAIS ou vice-versa – procedimento, aliás, que
poderia ser adotado em relação à variável idade constante na CAT
(Fundacentro, 2002).
Em outras palavras, podemos assim resumir a presente seção:
“Tabuladores incompatíveis são óbices à maior integração; mesmo com os vários recursos da informática, são freqüentes as inconsistências e a não convergência de muitas das variáveis; há problemas com o período de referência dos eventos, como, por exemplo, o dia do acidente, a data de afastamento do acidentado e mesmo quanto à definição do local do acidente; as faixas etárias são díspares entre si, dificultando ajustes e estimativas mais acuradas” (Salim & Jurza, 2002b: 92).
Análise dos recursos de informática
Como ponto de partida, adotou-se o pressuposto de que quanto às facilidades
computacionais em face da análise dos aplicativos ou softwares dos registros,
a priori, os mesmos podem em muito contribuir para a harmonização dos dados
e, por conseguinte, para um efetivo avanço na melhoria das informações sobre
doenças e acidentes do trabalho, ao facultar, sob novas condições técnicas,
formas alternativas de processamento e disseminação (cf. Salim & Jurza,
2002a).
Com isso, em termos procedimentais, inicialmente foram utilizadas
metodologias de extração para cada tabulador dos registros administrativos.
Por conseguinte, tabelas foram geradas e analisadas para verificar a coerência
dos dados e o grau de preenchimento de alguns campos. A simples verificação
dos campos, após o transporte dos dados para programas específicos de
análise estatística através de técnicas básicas, evidenciou algumas
discrepâncias quando se buscou modelar uma fonte de dados relacionando-a a
acidentes de trabalho (Salim & Jurza, 2002a:140).
As incompatibilidades foram detectadas na análise estrutural das variáveis,
mas, no que respeita aos recursos da informática, à exceção do Sistema
CAT/SUB, todos os demais podem ser considerados de boa resolubilidade. No
entanto, isso não exclui a busca de esforços comuns para uma maior
integração dos mesmos, envolvendo os mantenedores ou responsáveis por
esses sistemas no que tange à compatibilização dos campos de suas tabelas,
rumo a um possível “sistema único de saúde do trabalhador”, onde não só os
eventos relativos ao trabalho seriam registrados, mas todo o universo de
informações relativas ao indivíduo e à sua saúde, evidentemente não se
esquecendo dos segmentos populacionais ocupados no setor informal.
Concretamente, foram utilizadas à exaustão as formas públicas de
apresentação e distribuição dos dados para tais procedimentos, tendo em vista
ainda o conhecimento relativo à maneira como os dados são armazenados em
seus respectivos registros administrativos (Salim & Jurza, 2002a:141).
Com isso procedeu-se a uma avaliação criteriosa envolvendo a equipe do
PRODIAG e parte de usuários não ligados ao projeto, quando os conceitos
finais se aproximaram muito do senso comum da facilidade de extração de
informação (Fundacentro, 2002). De qualquer forma, a partir da contraposição
das facilidades implícitas nos sistemas analisados, podemos destacar, como
ilustração, algumas das conclusões obtidas e, em parte, apresentadas no 27º
Congresso Internacional sobre Saúde Ocupacional (Salim & Jurza, 2003): 1)
Os sistemas diretamente vinculados ao DATASUS (AIH e SIM), apesar de
possuírem os números menos representativos sobre acidentes de trabalho,
apresentaram as melhores facilidades computacionais nos quesitos instalação,
compatibilidade com o Windows, recursos do tabulador, facilidade de uso e
portabilidade. 2) Por serem mais burocratizados e terem muitos procedimentos
de instalação, os sistemas RAIS-CAGED acabam dificultando o acesso aos
dados, demandando para cada novo CDROM uma nova habilitação, através de
programa específico. O seu tabulador, o SGT, ficou em terceiro lugar na
avaliação de desempenho. Além disso, não mostram como exportar/importar
dados diretamente do CDROM, facultando apenas a exportação dos dados das
tabulações. 3) Em contrapartida, sistemas com dados mais abrangentes em
termos de cobertura, com números mais expressivos sobre acidentabilidade,
como o CAT/SUB e o RAIS/CAGED, apresentaram vários problemas quanto à
instalação, à compatibilidade com outros aplicativos, a recursos do tabulador, à
desagregação, à portabilidade e à qualidade do produto. 4) No quesito
“recursos do tabulador”, o pior desempenho foi do CAT/SUB, que suporta o
AEPS – Anuário Estatístico da Previdência Social. Na verdade, o seu tabulador
é um organizador para o acesso às tabelas que já estão pré-formatadas no
CDROM do AEPS. Seus recursos gráficos são limitados. Foi o sistema pior
caracterizado no item “desagregação dos dados” e nas facilidades de emprego
dos diversos recursos da Informática.
Na verdade, em face desses resultados e do estado da arte do tema, urge o
desenho de novas pesquisas interinstitucionais visando à melhoria da
qualidade intrínseca dos registros dos dados, através de um aprofundamento
do item recursos da informática utilizados pelos registros administrativos.
Como há questões de caráter cultural, administrativo, técnico, estratégico e
político a serem consideradas, a possível vinculação de qualquer fato ou
evento no campo da saúde e segurança no trabalho deve ser identificada na
fonte geradora da informação, envolvendo, para isso, sindicatos, associações
patronais, profissionais do setor da saúde, setores públicos da previdência
social e fiscalização do trabalho, pesquisadores da área e outros setores como
polícia, corpo de bombeiros etc. Para isso seria desejável que se observassem
alguns critérios mínimos: 1) A captura da informação deve ser feita de maneira
confiável, implicando um registro consistente, não duplicado e com informações
de qualidade. 2) Os dados devem ser armazenados e processados de maneira
ordenada, segura e eficiente, exigindo-se a constituição de uma base
específica para esse fim, que integre os registros de origens diversas
relacionados à área. 3) Há que se garantir o equilíbrio adequado entre os
objetivos conflitantes como privacidade e transparência, acesso e sigilo,
abertura e integridade etc.
De qualquer modo, não se pode desconsiderar um trabalho de planejamento
estratégico, de caráter participativo, voltado para a promoção e coordenação
de esforços tripartites, envolvendo agentes como governo, empresas e
trabalhadores – trabalho que também não se pode furtar a encarar questões
técnicas cujos desdobramentos podem redundar em novos problemas e/ou
tomadas de decisão possíveis de agilizar ou não soluções na área. Como
exemplo, assinalamos duas das propostas possíveis para essa área: a
construção de um datawarehouse ou a implementação de um ambiente mais
colaborativo, onde os mantenedores dos sistemas se responsabilizariam por
atuar, digamos, em rede.
Comparativamente, as duas alternativas implicariam processos de
desenvolvimento muito diferentes. Uma datawarehouse, além de ser uma
solução pesada, trabalhosa e com dificuldades decorrentes da posição
intrusiva, exigiria investimentos elevados acompanhados de custos
operacionais fixos também altos, todos concentrados no repositório de dados.
Já a construção de um ambiente colaborativo distribuiria custos e
responsabilidades e dividiria de maneira efetiva a complexidade da tarefa,
delegando a cada instituição o desenvolvimento dos serviços de acesso às
suas bases de dados.
Em função da heterogeneidade dos sistemas em termos de conceitos e dados
cadastrados, assim como de suas estruturas físicas ou recursos
computacionais, é de suma importância reter as formas de captação dos dados
e suas finalidades; obviamente, não se esquecendo de que os dados somente
serão de fato harmonizados se, e tão-somente se, esforços convergentes,
frutos de prioridades de política para a área, forem efetivamente focalizados em
razão de uma meta maior. No caso, a busca um novo paradigma para a
melhoria das informações disponíveis, integrando-as preferencialmente a
eventos correlatos quanto à caracterização de cenários específicos que lhes
são afins – desafio, sem dúvida, de grande monta, que, por ser ainda
inexplorado, se mostra sem base adequada de conhecimento. Na verdade,
ainda continuam pendentes questões de comunicabilidade interbases, onde
sistemas conceitualmente incompatíveis ou filosoficamente distintos, mesmo
com boas interfaces, permanecem funcionais em contrapartida à desejável
eficiência e à maior eficácia das políticas de proteção ao trabalhador em
diferentes ambientes de trabalho. Enfim, como muito ainda há que ser
desbravado, é essencial o desenho de novas pesquisas conjugadas com
esforços interinstitucionais, para esquadrinhar e tentar modelar os dados de
uma maneira que se possa explicitar suas qualidades intrínsecas em
contraposição às prioridades, como de forma recorrente vem se dando, aos
recursos de informática propriamente ditos (cf. Salim & Jurza, 2002a).
Conclusão
Considerando-se a heterogeneidade dos sistemas, dos conceitos e dos
próprios dados envolvidos, esses somente serão harmonizados se esforços
convergentes dos geradores e mantenedores das bases de dados forem
realmente focalizados face à meta maior de se buscar um novo paradigma para
a melhoria das informações na área, integrando-as, preferencialmente, a
eventos ou cenários que lhes são correlatos. Em outras palavras, somente um
esforço integrado e convergente envolvendo diversos atores interessados
poderá resultar na construção de uma ambiência favorável para o efetivo
conhecimento da realidade acidentária no país e possibilitar ações para o seu
enfrentamento. Alternativa justificada pelo fato das estatísticas disponíveis
ainda padecerem de problemas comuns, como, por exemplo, a impossibilidade
de facultarem comparabilidades acuradas em termos de séries temporais ou
mesmo quanto a desagregações mais refinadas de informações diversas – i. é,
através da convergência de informações socioeconômicas, epidemiológicas e
demográficas afins – associadas, por exemplo, a novas alternativas de sua
aplicação como, por exemplo, através do georeferenciamento dos dados; aliás,
uma ferramenta de grande valia para um país de dimensão continental como o
Brasil.
Todavia, a construção de um sistema de informações com estatísticas mais
realistas para atender a área de saúde e segurança no trabalho é um tema
complexo, que pressupõe vários agentes, implica desgastes ou ônus não
necessariamente econômicos e esbarra em dificuldades ou interesses de toda
a ordem, ou seja, o problema extrapola o próprio campo técnico – seja quanto
aos recursos de informática, seja quanto à seleção ou aplicação de métodos
quantitativos – situando-se, na verdade, no campo das prioridades políticas.
Isso porque, não obstante os eventuais problemas e desafios pela frente, hoje
já contamos com alguns avanços pontuais importantes: por um lado, a
disponibilidade de novos diagnósticos e pesquisas, que contribuem para
ampliar o acervo de conhecimentos técnico-científicos sobre a questão; por
outro, a possibilidade de articulações interinstitucionais e técnicas mais
efetivas, resultantes, sobretudo, de atividades, proposições e eventos
específicos na área ocorridos nos últimos anos – projetos multicêntricos,
propostas de intervenção, seminários nacionais, encontros regionais, oficinas
de trabalho etc – que, em boa parte, como descrito anteriormente, foram
pioneiramente coordenados e patrocinados pela Fundacentro.
De qualquer forma, uma remodelagem dos sistemas aqui focados e de seus
dados básicos, ao culminar na produção de novas informações e
conhecimentos, já carrearia, de imediato, importantes aportes às ações
voltadas para o fortalecimento e a ampliação da capacidade nacional no campo
multifacetado da saúde e segurança do trabalho, contribuindo diretamente para
aperfeiçoar os processos de formulação, monitoramento e avaliação de
políticas públicas relativas aos diversos ambientes de trabalho no país.
Em outras palavras, sendo conhecido o elevado custo das pesquisas
sistemáticas de base populacional, urge envidar esforços comuns, em nível
interministerial, que envolvam os mantenedores desses sistemas –
especialmente para seleção/definição das variáveis mínimas e compatibilização
dos campos de suas tabelas – rumo a um “sistema único de informações sobre
a saúde do trabalhador”. Para isso, seria indispensável a competente
participação de universidades, institutos de pesquisa e associações científicas
(ABEP, ABET, ABRASCO etc.).
Nesse sentido também seria oportuno o debate acerca da alternativa de se
criar uma estrutura à parte – um centro especializado, dedicado às tarefas de
identificação dos eventos afins, de ajuste e correção dos dados, de
desenvolvimento de aplicativos e programas, de remodelagem estatística e de
construção de indicadores básicos. Tudo, enfim, voltado à ampliação da
capacidade de disseminação de informações sobre as condições gerais de
trabalho, incluindo os acidentes e doenças do trabalho, para o conjunto da
sociedade.
Em resumo, hoje, independentemente das condições de competitividade
impostas pelo cenário mundial, é essencial, pela sua dimensão social, que o
Governo Federal tenha um papel mais ativo sobre a questão da saúde e
segurança no trabalho, que inclusive se traduza em ações concretas para a
melhoria das estatísticas e indicadores sobre os acidentes do trabalho –
melhoria que, certamente, em muito contribuiria para a redução do chamado
“custo Brasil”, ao dar suporte a várias das políticas sociais de proteção ao
trabalhador, tanto pelo Ministério do Trabalho e Emprego como pelos
Ministérios da Previdência e Assistência Social e da Saúde, ou a políticas afins
integradas, direta ou indiretamente voltadas à promoção de um
desenvolvimento econômico com maior equidade e justiça social.
Referências bibliográficas
ARAÚJO, J.N.G. A LER/DORT e Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT): questão de saúde ou de política. In: CARVALHO NETO, A., SALIM, CA. (Org.) Novos desafios em saúde e segurança no trabalho. Belo Horizonte: IRT/Fundacentro, 2001. p.125-147.
COSTA, L.B. et al. Morbidade declarada e condições de trabalho: o caso dos motoristas de São Paulo e Belo Horizonte. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v.17, n, 2, p. 54-67, abr./jun. 2003.
FUNDAÇÃO SEADE; FUNDACENTRO. Estudos e pesquisas sobre saúde e segurança no trabalho no transporte coletivo no Estado de São Paulo. Subprojeto II: Pesquisa de acidentes do trabalho de motoristas e cobradores, através das informações detalhadas das CAT. São Paulo, 2001 (Convênio Denatran-Ministério da Justiça/Ministério do Trabalho e Emprego). Relatório Final.
______ . Estudos e pesquisas sobre saúde e segurança no trabalho no transporte coletivo e no transporte de trabalhadores rurais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Subprojeto II: Acidentes do trabalho nos setores de transporte coletivo urbano e no transporte de trabalhadores rurais. São Paulo, 2002 (Convênio Denatran-Ministério da Justiça/Ministério do Trabalho e Emprego). Relatório Final.
______ . Mortalidade por acidentes do trabalho no Estado de São Paulo. São Paulo: 2001. Relatório de Final.
______ . Mortalidade por acidentes do trabalho. São Paulo: 1994. Relatório Final.
FUNDACENTRO. Diagnóstico das bases de dados dos registros administrativos federais relacionados à saúde, trabalho e previdência: análise e síntese dos aplicativos e variáveis dos sistemas SIM, AIH, CAT/SUB e RAIS/CAGED. Belo Horizonte: 2002. PRODIAG: Relatório Técnico Parcial.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO – Departamento de Emprego e Salário – Coordenação Geral de Estatísticas do Trabalho e Identificação Profissional – DES/CGETIP. RAIS1998-1999-2000 – Relação Anual de Informações Sociais. Brasília. CDROM/Dados.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO; MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Anuário estatístico de acidentes do trabalho: AEAT 2000. Brasília: MTE-MPAS, 2002. 499 p.
SALIM, C.A. Doenças do trabalho: exclusão, segregação e relações de gênero. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, Fundação Seade, v.17, n. 1, p. 11-24, jan/mar. 2003a.
______ . Mortality resulting from accidents at work based on the administrative records in Brazil: a critical appraisal. 27TH INTERNATIONAL CONGRESS ON OCCUPATIONAL HEALTH. Anais... Foz do Iguaçu, 2003b.
______ . Estatísticas sobre doenças e acidentes do trabalho no Brasil: limites e possibilidades. In: SEMINÁRIO NACIONAL “ESTATÍSTICAS SOBRE DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL: SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS”. Anais... São Paulo: Fundacentro, 2000.
______ . Informações sobre doenças e acidentes do trabalho no Brasil: uma avaliação crítica. XV CONGRESSO MUNDIAL SOBRE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. SESSÃO: GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Anais... São Paulo: MTE/ OIT/AISS, São Paulo, 1999.
SALIM, C.A. & JURZA, P. The resources of the informatics and the worker health statistics in the administrative records of Brazil: situation and perspectives. 27TH INTERNATIONAL CONGRESS ON OCCUPATIONAL HEALTH. Anais... Foz do Iguaçu, 2003.
______.Contribuição à análise dos recursos da informática na convergência das estatísticas sobre saúde do trabalhador. V SEMANA DE PESQUISA DA FUNDACENTRO: ESTUDOS E PESQUISAS EM PARCERIA NA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Anais... São Paulo: Fundacentro, 2002a.
______.Identificação de variáveis e mensuração dos acidentes do trabalho através dos registros administrativos federais. V SEMANA DE PESQUISA DA FUNDACENTRO: ESTUDOS E PESQUISAS EM PARCERIA NA ÁREA DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO. Anais... São Paulo: Fundacentro, 2002b.
SANTANA, V. Morbidade por acidentes de trabalho não fatais em uma área urbana do Brasil. In: SALIM, C.A.; CARVALHO, L.F.(Org.). Saúde e segurança no ambiente de trabalho: contexto e vertentes. Belo Horizonte: Fundacentro/UFSJ, 2002. p. 43-60.
VERAS, M.E.P. Afastamentos e licenciamento segundo o sistema RAIS-CAGED. In: SEMINÁRIO NACIONAL “ESTATÍSTICAS SOBRE DOENÇAS E ACIDENTES DO TRABALHO NO BRASIL: SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS”. Anais... São Paulo: Fundacentro, 2000.
WALDVOGEL, B.C. A população trabalhadora paulista e os acidentes do trabalho fatais. São Paulo em Perspectiva, São Paulo: Fundação Seade, abr/jun.2003, v.17, n. 2, p. 42-53.
______ . Acidentes do trabalho: os casos fatais – a questão da identificação e mensuração. São Paulo, FSP/USP, 1999 (tese de doutorado). PRODAT: Coleção de Estudos e Análises. Belo Horizonte, v.1, n.1. 2002.
______ . Acidentes de trabalho – vida ativa interrompida. In: CARVALHO NETO, A., SALIM, C.A. (Org.) Novos desafios em saúde e segurança no trabalho. Belo Horizonte: IRT/Fundacentro, 2001. p. 37-57.
WALDVOGEL, B.C & SALIM, C.A. Os motoristas e os acidentes de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte. In: SALIM, C.A.; CARVALHO, L.F.(Org.). Saúde e segurança no ambiente de trabalho: contextos e vertentes. Belo Horizonte: Fundacentro/UFSJ, 2002. p. 25-41.