Tijolo de solo-cimento: ecológico, econômico e inteligentePor Denis Hamai

O tijolo de solo-cimento vem se firmando como um excelente aliado na construção civil, reunindo economia, baixo impacto ambiental e inteligência na construção.

Não é um produto novo, nem usa técnicas avançadas de fabricação. A grande Muralha da China foi levantada usando também este tipo de material (terra misturada com resto vulcânico, que é a origem do cimento). E para fabricá-lo, basta terra arenosa, cimento e água, misturá-los em proporções adequadas, e colocar esta mistura numa prensa.

Ele é chamado de tijolo ecológico pelos seguintes motivos: a) Na sua fabricação, não é necessário queimá-lo, pois sua

cura é feita com a água, semelhante à cura do concreto; por conta disso, não se cortam árvores para queimar nem se utilizam outros meios de produzir grandes quantidades de calor, por isso deixa-se de emitir poluentes e gás carbônico na atmosfera. Construir uma casa de 80m2 com este tijolo evita o corte e a queima de cerca de 60 árvores.

b) A terra usada para sua fabricação é arenosa, infértil, ruim para agricultura. Para se fabricar tijolos cerâmicos, usa-se terra argilosa, que é boa para o plantio. Além disso, a terra é um material abundante e barato em quase o mundo todo; dependendo do lugar, pode-se fabricar o tijolo na própria obra, utilizando o solo local e evitando gastos com frete de tijolos e transporte de terra. Neste caso, é necessário fazer uma análise prévia do solo, para verificar se é adequado ou se necessita de correções.

c) As colunas de sustentação de uma construção com tijolo de solo-cimento são embutidas nos furos do próprio tijolo, sendo desnecessário o uso de madeira, pregos, arames e outros materiais para as fôrmas.

d) A construção de tijolo de solo-cimento consome muito menos materiais de construção (que são extraídos da natureza, normalmente destruindo-a) e gera muito poucos resíduos (que são jogados no meio ambiente, também destruindo-o).

A economia que este tijolo traz para a obra deve-se aos dois últimos itens mencionados: uso racional de materiais de construção. Os dois furos existentes nos tijolos são usados para facilitar o encaixe uns nos outros, para fazer as colunas de sustentação da casa (com concreto e aço), para embutir as tubulações de água e esgoto e para passar as fiações elétricas. Não é necessário cortar paredes nem preencher os recortes com massa, economizando tempo, diminuindo o custo de mão de obra e gerando menos entulho. Não é necessário usar eletrodutos nem caixinhas de luz; basta uma serra-copo e parafusos com bucha para fixar tomadas e interruptores.

Além disso, os furos do tijolo formam colunas de ar, criando com isso paredes com melhores propriedades, pois o ar é um ótimo isolante térmico e acústico. E boa parte da umidade que entra pelo lado de fora, sai por estas colunas e não atinge o interior da casa. Para completar, diminuem o peso da parede, reduzindo o dimensionamento do alicerce.

O tijolo de solo-cimento é mais largo que o tijolo cerâmico comum, e suas dimensões são mais exatas, devido ao seu processo de fabricação.

Com isso, a espessura do reboco pode ser até 10 vezes menor (3mm contra 30mm com o tijolo cerâmico comum). Pode-se também deixar os tijolos à vista, diminuindo ainda mais o gasto com material e mão de obra, e ainda valoriza o imóvel. Não é necessário nem mesmo o chapisco antes da massa de reboco, e os azulejos podem ser assentados diretamente no tijolo.

O solo-cimento é também superior em durabilidade, pois em contato com a umidade, fortalece-se cada vez mais, enquanto o tijolo cerâmico se desmancha em contato prolongado com a água.

Para maiores informações, entre em contato com denis.hamai@yahoo.com.br ou acesse www.sahara.com.br.