Árvores do Projecto Carvão Moatize

Miti Árvores do ProjectoCarvão Moatize

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Agradecimentos

Ao Mia Couto, que gentilmente cedeu os seus poemas para ilustrarem com palavras este livro;Às comunidades residentes em Moatize, que nos permitiram realizar o levantamento das árvores nas suas terras;

Ao Engenheiro Florestal Maurício António Simbine, que realizou o cadastro e selecção das espécies, orientando o levantamento fotográfico em campo;

Aos identificadores de campo: Paulo Sanculane Camidia e José Lapsone;

Aos fotógrafos: Sérgio Zacarias da Costa e Victor Marrão;

E a todos aqueles da equipe de realização:Alberto Cumbane, Almeida Sitoe, Camilla Lott, Custódio Judião, Lara Domingos, Mário Falcão e Mirka Schreck, que ousaram com as suas mais diversas contribuições;

Sitoe

Mário Paulo Falcão

É Doutorado em Economia e Maneio dos Florestais; É Assistente Universitário do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane onde lecciona as disciplinas de Economia de Produção, Comercialização e Marketing, Gestão, Monitoria e Avaliação de Projectos, Avaliação Económica de Recursos Florestais e Faunísticos.

Ficha técnica:Idealização:Gerência de Meio Ambiente da Vale em Moçambique;

Realização:Gerência de Meio Ambiente e Gerência de Comunicação da Vale em Moçambique.

2ª edição: Setembro de 2012.

Desenho e Arranjo Gráfico:ELM Serigrafia e ServiçosImpressão:ELM Serigrafia e Serviços([email protected])

Almeida A. Sitoe

É Doutorado em Ciências Florestais; É Professor Auxiliar do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Eduardo Mondlane onde lecciona as disciplinas de Silvicultura Tropical, Ecologia Vegetal, Gestão de Recursos Naturais e Maneio Florestal Avançado.

Falcão

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IntroduçãoEste livro é uma iniciativa da Vale em Moçambique, em colaboração com pesquisadores e profissionais moçambicanos especializados na área florestal. Reúne fotografias e informações básicas sobre as árvores encontradas na área de influência directa do Projecto Carvão de Moatize.

A Vale está presente em Moçambique desde Novembro de 2004, quando venceu a concorrência internacional para a realização de pesquisas numa das maiores reservas carboníferas do mundo, localizada em Moatize, província de Tete, 1.700 km ao norte deMaputo, capital do país. O Projecto Carvão Moatize marcou o início de um compromisso da Vale com Moçambique, traduzido num detalhado estudo de viabilidade e em investimentos sociais que culminaram, em junho de 2007, com a obtenção da Concessão Mineira.

Ao longo do estudo de viabilidade, avaliamos as variáveis sociais e ambientais e elaboramos um Plano de Gestão Ambiental. O Plano apresenta acções que a empresa deve desenvolver durante a implantação e operação do empreendimento, para que os impactos ambientais positivos sejam potencializados e os negativos, mitigados. Uma das acções previstas é o levantamento detalhado das espécies florestais existentes na área do empreendimento. Realizamos um levantamento florístico e fitossociológico e estimamos o volume de madeira das formações naturais da futura área operacional do Complexo Industrial de Moatize.

Após a conclusão do estudo, a Vale iniciou a marcação e a identificação de árvores que serão preservadas dentro da área do Projecto Carvão Moatize. Visando possibilitar a manutenção da biodiversidade local e proporcionar a futura reabilitação de áreas mineradas com espécies nativas, iniciamos em 2007 a colecta e armazenamento de sementes das espécies existentes na área do empreendimento.

Acreditamos que, quanto mais conhecermos o ambiente onde estamos inseridos, melhor preparados estaremos para valorizá-lo. Temos responsabilidade sobre as sementes que plantamos e desejamos que elas cresçam e se tornem árvores frondosas.

A responsabilidade económica, social e ambiental é um valor da Vale. Agimos para que estas dimensões estejam sempre em equilíbrio, de modo a promover o desenvolvimento e garantir a sustentabilidade das comunidades onde actuamos.

A partir do levantamento de informações sobre as árvores presentes na área do Projecto Carvão Moatize, entremeadas com fotografias e poesias, a Vale e os engenheiros florestais que assinam o conteúdo técnico-científico deste livro desejam dividir com o leitor o prazer de conhecer e de reconhecer a natureza.

Índice

Miti 1

Miti Árvores do Projecto Carvão Moatize 2/3

Ficha Técnica/Agradecimentos 4/5

Introdução 7

ÍNDICE 8/9

Poesia (Idades) Mia Couto 10/11

Acacia nigrescens Oliv. 12/13

Acacia nilotica (L.) Wild. Ex Delile 14/15

Adansonia digitata L. 16/17

Afzelia quanzensis Welw. 18/19

Albizia anthelmintica (A. Rich.) Brongn 20/21

Albizia harveyi Fourn. 22/23

Poesia (As Árvores e os Livros) Jorge Sousa Braga 24/25

Berchemia discolor (Klotzch) Hemsl. 26/27

Colophorspermum mopane (Kirk ex Benth.) J. Léonard 28/29

Combretum imberbe Wawra 30/31

Commiphora mollis (Oliv.) Engl. 32/33

Cordyla africana Lour. 34/35

Poesia (Poema das Árvores) António Gedeão 36/37

Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr. 38/39

Dichrostachys cinerea (L.) Wight & Arn. 40/41

Diospyros quiloensis (Hiern) F. White 42/43

Diospyros rotundifolia Hiern 44/45

Ficus sycomorus L. 46/47

Flacourtia indica (Burm.f.) Merr. 48/49

Poesia (Algumas Proposições com Pássaros e Árvores) 50/51

Ruy Belo

Kigelia africana (Lam.) Benth. 52/53

Kirkia acuminata Oliv. 54/55

Markhamia zanzibarica (Bojer ex DC.) K. Schum. 56/57

Philenoptera violacea (Klotze) Schrire 58/59

Pterocarpus rotundifolius (Sond.) Druce 60/61

Poesia ( Árvore) Mia Couto 62/63

Sclerocarya birrea (A. Rich.) Hochst. 64/65

Senna abreviata Oliv. 66/67

Senna petersiana (Bolle) Lock 68/69

Sterculia quiqueloba (Garcke) K. Schum. 70/71

Tamarindus indica L. 72/73

Poesia (Leitos) Mia Couto 74/75

Terminalia sericea Burch. ex DC. 76/77

Xeroderris stuhlmannii (Taub.) Mendonça & E.P. Sousa 78/79

Ziziphus mauritiana Willd. 80/81

Referências Bibliográficas 82

8 9

10 11

Anteseu queria um instante.A flor.

Depois,nem a eternidade me bastava.E desejavaa vertigemdo incêndio partilhado.O fruto.

Agora,eu quero apenaso que havia antes de haver vida.Semente.

Mia Couto

(Maputo, 2006)

Idades

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Calingato, Namuno

Fabaceae (Mimosoideae)

Árvore espinhosa de folha caduca, altura de 8 - 10 m, mas podendo atingir os 20 m.

Castanho escuro profundamente fissurado e com poucos espinhos.

Ramos com espinhos em forma de anzol aos pares.

Compostas bi-pinadas com 2 - 4 pares de pinas com folíolos ovados quase circulares

com 1 - 2 cm de diâmetro.

Em espigas de até 10 cm de comprimento. Floração em Agosto - Novembro.

Vagem plana, alongada até 16 cm de comprimento de cor castanho - escura.

Frutificação em Janeiro - Junho.

Zimbabwe, África do Sul, Botswana, Namíbia, Moçambique e Swazilândia.

Em Moçambique ocorre nas províncias de Maputo, Gaza, Sofala, Manica e Tete.

Acacia nigrescens Oliv.

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Tronco Folhas

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

N’sio, Messine


Árvore espinhosa de pequeno porte, até 10 m de altura, com o formato de cogumelo e

uma copa de ramificação densa.

Acastanhado a preto, com rugosidade ou fissuras.

Compostas bi-pinadas com 5 - 11 pares de pinas cada uma com 12 a 30 pares

de folíolos alongados de cerca de 7x1,5 mm.

Floração em Setembro - Abril.

Vagem de 8 - 12 cm, constrita entre as sementes. Frutificação em Março - Setembro.

África do Sul, Swazilândia, Moçambique, Botswana, Namíbia e Zimbabwe.

Em Moçambique, ocorre em Maputo, Gaza e na região do vale do Zambeze.

Usa-se o tronco como estaca para construção, lenha e no fabrico de carvão vegetal.

Acacia nilotica (L.) Wild. Ex Delile

Tronco Folhas

14 15

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Imbondeiro, embondeiro, malambe, mulambe, dambe, lambe, baobab

Bombacaceae

Árvore de grande porte, cujo tronco pode ter uma circunferência até 28 m, mas a sua

altura raramente passa os 25 m.

Acinzentado, castanho-avermelhado ou esverdeado, com uma casca muito espessa

que pode ter 5 - 10 cm de espessura. Tronco excepcionalmente largo, mas com uma

altura não proporcional ao tamanho do tronco.

Simples, digitada, com o tamanho e forma de uma mão, com 5 - 9 folíolos,

mas em árvores jovens pode ser apenas tri-foliolada.

Floração em Outubro - Dezembro.

Ovóide de cerca de 12 cm de comprimento, duro, lenhificado com uma polpa branca

que envolve as sementes. Frutificação em Abril - Maio.

Áreas quentes e áridas da África, desde o Sahel até a África Austral incluindo Malawi,

Moçambique, Zimbabwe, África do Sul, Botswana, Namíbia. Em Moçambique, ocorre

em Maputo, Gaza, Inhambane, Tete, Sofala, Nampula e Cabo Delgado.

O imbondeiro é uma árvore considerada misteriosa em todas as regiões onde ela ocorre.

A polpa do fruto é ácida, rica em vitamina C e é utilizada para fazer papas e sumo.

As folhas são usadas como vegetais na alimentação; a casca é usada na cestaria e na

medicina. O seu tronco pode armazenar até cerca de 120.000 litros de água das chuvas,

providenciando assim um reservatório de água durante a época seca nas regiões

semiáridas onde ela ocorre.

Adansonia digitata L.

Tronco Folhas Fruto

16 17

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Chanfuta, mgengeme, ngongomua

Fabaceae (Caesalpinioide)

Árvore decídua, de médio porte até 15 m de altura.

Casca cinzento-acastanhada, que usualmente descama em placas lenhosas circulares.

Alternas, compostas paripinadas, com 4 - 6 pares de folíolos de até 9x6 cm.

Vermelhas com estames amarelos. Floração em Julho - Novembro.

Vagem lenhificada, castanho-escura até 17 cm de comprimento.

Frutificação em Julho - Novembro.

Toda África Austral numa variedade de habitats. Em Moçambique ocorre

em todas as províncias.

A sua madeira, a chanfuta, classificada como de primeira classe em Moçambique,

é usada na construção e na carpintaria.

Afzelia quanzensis Welw.

Tronco Folhas

18 19

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Zanga


Arbusto ou árvore de pequeno porte, até 10 m de altura, que pode ramificar desde a base.

Casca lisa, cinzento-avermelhada a acastanhada;

Compostas bi-pinadas com 2 - 4 pares de pinas de 2 - 4 pares de folíolos quase circulares

de cerca de 3 cm de diâmetro.

Floração em Julho - Setembro.

Vagem alongada de cerca de 3x18 cm. Frutificação em Setembro - Novembro.

Toda África Austral. Em Moçambique ocorre nas províncias de Maputo, Gaza,

Inhambane, Manica e Tete.

A casca é utilizada pela população local contra vermes estomacais.

Albizia anthelmintica (A. Rich.) Brongn.

Tronco Folhas

20 21

Tronco Folhas

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Glankanga, mucahanga, m’buragansa, Nsolola


Árvore de pequeno porte até 11 m de altura.

Cinzento a castanho escuro, rugoso, profundamente sulcado longitudinalmente.

Compostas bipinadas até 18 pares de pinas com 12 - 24 pares de folíolos de 4 - 6 mm

de comprimento.

Brancas, em inflorescências hemisféricas. Floração em Outubro - Novembro.

Vagem longa, plana cerca de 18x2 cm. Frutificação em Maio - Agosto.

Zimbabwe, Namíbia, Botswana, Moçambique. Em Moçambique, ocorre nas províncias

de Maputo, Manica e Tete.

Albizia harveyi Fourn.

22 23

24 25

As árvores como os livros têm folhase margens lisas ou recortadas,e capas (isto é copas) e capítulosde flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas,as mais fantásticas aventuras,que se podem ler nas suas páginas,no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,e até há florestas especializadas,com faias, bétulas e um letreiroa dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantarno teu quarto, plátanos ou azinheiras.Para começar a construir uma biblioteca,basta um vaso de sardinheiras.

Jorge Sousa Braga

Herbário, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999

As Árvores e os Livros

Tronco Folhas

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

M’taxa, mutátcha

Rhamnaceae

Arbusto ou árvore de até 20 m nas florestas ribeirinhas ou nas termiteiras.

Cinzento escuro, rugoso e fissurado.

Simples, opostas ou sub-opostas, elípticas cerca de 11x6 cm.

Floração em Outubro - Janeiro.

Ovóides de cerca de 2 cm, carnudos, amarelo-alaranjados quando maduros.

Frutificação em Janeiro - Julho.

Toda África Austral. Em Moçambique, ocorre em Gaza, Manica, Sofala e Tete.

Fruto adocicado e comestível.

Berchemia discolor (Klotzch) Hemsl.

26 27

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mopane, Messanha, m’sanha, Ntsanha

Fabaceae Caesalpinioideae

Arbusto ou árvore de folha caduca que pode crescer até 30 m de altura, mas

tipicamente tem cerca de 10 m. É uma espécie gregária que pode formar

povoamentos uniformes denominados savanas de mopane.

Cinzento escuro com fissuras horizontais.

Compostas com dois folíolos, que lembram as asas de borboleta, dispostas

de forma alternada.

Floração em Outubro - Março.

Vagem achatada com o formato de rim ou semi-circular. Frutificação em Março-Junho.

Zonas áridas e semi-áridas da África Austral: África do Sul, Moçambique, Malawi,

Zimbabwe, Namíbia, Botswana, Zâmbia, Angola. Em Moçambique ocorre

nas províncias de Gaza, Maputo, Sofala, Manica e Tete.

As folhas são utilizadas como forragem para o gado e são comidas pelos animais

bravios. As larvas da mariposa Imbrasia belina, também conhecida como mopane

worm, um alimento muito apreciado pelas populações locais pelo seu conteúdo

protéico, alimentam-se das folhas de mopane. A madeira de mopane é muito dura

(cerca de 1,0 g/cm3) e é usada como estaca de construção de casas e currais

e também para o fabrico de carvão vegetal.

(Kirk ex Benth.) J. LéonardColophorspermum mopane

Tronco Folhas

28 29

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mangale, mlanane, mulangani, munangari, mondzo

Combretaceae

Arbusto ou árvore de aparência acinzentada, porte médio até 15 m de altura.

Casca cinzento-escura quase preta, rugosa com placas rectangulares que lembram

a pele de crocodilo.

Simples, opostas, cinzento-esverdeadas, geralmente em ramúsculos espinescentes,

obovadas ou oblongas tipicamente de 4x2 cm.

Cor creme ou amarela dispostas em panículas. Floração em Novembro - Março.

Com 4 asas amarelo-pálidas e acastanhados quando maduros.

Frutificação em Fevereiro - Outubro.

Quase toda África Austral e em todo Moçambique numa grande variedade

de formações vegetais.

Madeira de primeira classe, é utilizada localmente para lenha e estaca de construção.

Combretum imberbe Wawra

Tronco Folhas

30 31

Tronco Folhas Fruto

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Chalôto, charato, mucandué

Burseraceae

Árvore de pequeno porte, até 8 m de altura geralmente nos afloramentos rochosos

nas regiões áridas.

Casca castanho-amarelada, que pode descascar facilmente, com seiva leitosa.

Compostas pinadas de 2 - 6 pares de folíolos e mais um folíolo terminal.

Amareladas a rosadas, pequenas, em inflorescências axilares. Floração

em Setembro - Janeiro.

Quase esféricos com pseudo arilo com 4 lóbulos, vermelho quando maduro.

Frutificação em Fevereiro - Abril.

Moçambique, Zimbabwe e Namíbia. Em Moçambique ocorre nas zonas áridas

de Gaza e Tete.

Utilizada como estaca na construção de casas, celeiros e currais.

Commiphora mollis (Oliv.) Engl.

32 33

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Madondo, Mutondo, Ntondo

Fabaceae (Papilionoideae)

Árvore decídua de grande porte, até 25 m de altura.

Castanho ou acizentado, rugoso, com fissuras longitudinais

Verde-brilhantes, alternas, compostas, imparipinadas, com 11 a 28 folíolos oblongos

de cerca de 3x2 cm.

Flores dispostas numa inflorescência hemisférica com estames amarelo-alaranjados.

Floração em Julho - Outubro.

Drupa carnuda ovóide até 6x8 cm, amarelos quando maduros. Frutificação

em Novembro - Dezembro.

Comum em toda a África Austral nas zonas ribeirinhas. Em Moçambique ocorre

em todas as províncias.

Os frutos maduros são ricos em vitamina C e são alimento das populações locais.

Cordyla africana Lour.

Tronco Folhas

34 35

As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a poucose levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se. Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,e os frutos dão sementes,e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.Sós.De dia e de noite.Sempre sós. Os animais são outra coisa.Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,fazem amor e ódio, e vão à vidacomo se nada fosse.

36 37

Poema das Árvores

As árvores, não.Solitárias, as árvores,exauram terra e sol silenciosamente.Não pensam, não suspiram, não se queixam.Estendem os braços como se implorassem;com o vento soltam ais como se suspirassem;e gemem, mas a queixa não é sua. Sós, sempre sós.Nas planícies, nos montes, nas florestas,A crescer e a florir sem consciência. Virtude vegetal viver a sósE entretanto dar flores.

António Gedeão

Obra Poética, Lisboa, Edições João Sá da Costa, 2001

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Comodua, comodue, evigou, pingo; pau-preto


Arbusto ou árvore decídua de pequeno porte até 7 m de altura.

Tronco espinhoso, cinzento pálido, cinzento escuro, rugoso e descasca-se em placas

em árvores velhas.

Compostas imparipinadas, alternas,agrupadas em ramúsculos espinescentes, 8 - 13

folíolos verde escuro, ovados, até 1,5x1 cm.

Brancas, pequenas, muito aromáticas. Floração em Outubro - Dezembro.

Vagem achatada, fina, oblonga até 7x1,5 cm. Frutificação em Janeiro - Março.

Moçambique, Zimbabwe, Malawi, Tanzania e Zâmbia. Em Moçambique ocorre

em quase todo o país, particularmente ao norte do rio Limpopo.

A sua madeira, conhecida como pau-preto, é classificada como preciosa e utilizada

para instrumentos musicais e peças de artesanato. Usa-se localmente como estaca

para construção.

Dalbergia melanoxylon Guill. & Perr.

Tronco Folhas

38 39

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mangara, m’pangala, pangara


Arbusto ou pequena árvore até 6 m de altura.

Cinzento-acastanhado escuro, fissurado. Ramos contorcidos.

Compostas bipinadas, com 409 pares de pinas de cerca de 27 pares de folíolos

de 10x3 mm.

Inflorescência em espigas alongadas com uma metade rosada e outra metade

amarela. Floração em Outubro - Janeiro.

Vagem contorcida, formando um cacho de vários frutos. Frutificação em Maio - Setembro.

Comum em toda África Austral. Em Moçambique ocorre em todas as províncias numa

variedade de habitats, mas tipicamente em zonas áridas e nas florestas degradadas.

O seu tronco é usado como estaca e lenha. A raíz é usada como antídoto para

a mordedura de cobras e escorpiões.

Dichrostachys cinerea (L.) Wight & Arn

Tronco Folhas

40 41

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Medôdo, midodo, mudodo, Ndodo

Ebenaceae

Árvore de pequeno porte, até 10 m de altura, copa tipicamente arredondada.

Cinzento escuro, fissurado longitudinalmente e transversalmente formando placas

que lembram a pele de crocodilo.

Simples, espiraladas, tipicamente nas partes terminais dos ramos finos, oblanceoladas

ou obovadas até 6x2 cm.

Esbranquiçadas ou amareladas dispostas em aglomerados nas axilas das folhas.

Floração em Outubro - Dezembro.

Baga alongada, amarelada, até 2x1 cm. Frutificação em Janeiro - Julho.

Zimbabwe e Moçambique, na região de Chimanimani e ao longo do vale do Zambeze.

Madeira dura, utilizada para artesanato, os frutos são comestíveis.

Diospyros quiloensis (Hiern) F. White

Tronco Folhas

42 43

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Nchegem

Ebenaceae

Árvore de pequeno porte, até 9 m de altura.

Castanho escuro a preto.

Simples, espiraladas, grossas, obovadas a circulares, até 6x6 cm.

Esbranquiçadas, até 8x8 mm, axilares e solitárias. Floração em Outubro - Novembro.

Baga ovóide, carnuda, até 2x2 cm. Frutificação em Abril - Setembro.

África do Sul e Moçambique, tipicamente nas dunas costeiras.

Diospyros rotundifolia Hiern

Tronco

44 45

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Inkuyo

Moraceae

Árvore de médio a grande porte, até 25 m de altura.

Amarelo-esverdeado, liso, escamoso ou polvilhado.

Simples, espiraladas ou alternas, quase-circulares até 17x15 cm.

Muito pequenas dispostas dentro de uma inflorescência sícone. Floração em

Julho - Novembro.

Figos, amarelo-avermelhados, até 3 cm de diâmetro, que se podem encontrar tanto

nos ramos finos como nos ramos grossos e no tronco. Frutificação em Julho - Dezembro.

Toda África Austral particularmente nos bancos dos rios e na floresta

de galeria e termiteiras.

O fruto é comestível. A infusão da casca é usada para curar diarreia e inflamação

da garganta.

Ficus sycomorus L.

Tronco e Fruto Folhas

46 47

Tronco Folhas e Frutos

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Ntundza, ntunza, tudza

Flacourtiaceae

Arbusto ou árvore de pequeno porte geralmente de 3 - 5 m de altura.

Cinzento pálido, liso, com espinhos de cerca de 12 cm de comprimento.

Simples, espiraladas, de margem dentada.

Amarelo-esverdeadas, axilares ou terminais. Floração em Setembro - Dezembro.

Drupa carnuda arredondada, vermelha, até 3cm de diâmetro.

Frutificação em Janeiro - Junho.

África do Sul, Botswana, Zimbabwe, Moçambique. Em Moçambique ocorre

em todas as províncias numa variedade de habitats.

Os frutos, ácidos, são comestíveis. As folhas e as raízes são utilizadas para a cura

de asma, reumatismo e dores de garganta.

Flacourtia indica (Burm.f.) Merr.

48 49

QUE O POETA REMATA COM UMA REFERÊNCIA AO CORAÇÃO

Os pássaros nascem na ponta das árvores

As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores Os pássaros começam onde as árvores acabam Os pássaros fazem cantar as árvores Ao chegar aos pássaros, as árvores engrossam e movimentam-se deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal Como pássaros poisam as folhas na terra quando o outono desce veladamente sobre os campos Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores mas deixo essa forma de dizer ao romancista é complicada e não se dá bem na poesia não foi ainda isolada da filosofia Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros Quem é que lá os pendura nos ramos? De quem é a mão a inúmera mão? Eu passo e muda-se-me o coração

Ruy Belo

50 51

Algumas proposiçõescom pássaros e árvores

52 53

Folhas FrutoTronco

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mvúmo, nvumbo, vungute

Bignoniaceae

Árvore de pequeno a grande porte até 25 m de altura, de copa tipicamente arredondada.

Cinzento, liso.

Compostas imparipinadas, opostas, com 2 - 5 pares de folíolos oblongos até 17x11 cm.

Castanho escuro, em pêndulos até cerca de 90 cm de comprimento.

Floração em Agosto - Outubro.

Em forma de chouriço longo até 100x18 cm castanho-esverdeado.

Frutificação em Dezembro - Janeiro.

Toda a África Austral, particularmente nas florestas ribeirinhas.

Os frutos são usados para o tratamento de sífilis e reumatismo. O fruto é pendurado

nas casas para evitar redemoinhos.

Kigelia africana (Lam.) Benth.

52 53

54 55

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mutumbuí

Kirkiaceae

Árvore decídua de pequeno a médio porte até 15 m de altura.

Cinzento e liso ou escamoso.

Compostas imparipinadas com 6 - 10 folíolos ovados até 8x2 cm.

Verde-esbranquiçadas, pequenas nas axilas das folhas. Floração em Outubro - Dezembro.

Cápsula finamente lenhosa até 2x1 cm. Frutificação em Janeiro - Setembro.

Namíbia, Botswana, Zimbabwe, Moçambique. Em Moçambique ocorre

particularmente a norte do rio Save.

A madeira é usada para o fabrico de colheres de pau. A raíz tem estruturas

de armazenamento de água que as populações locais utilizam nos períodos de seca.

Kirkia acuminata Oliv.

Tronco Folhas

54 55

56 57

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mpsiuma, mutsêva, p’sêua

Bignoniaceae

Árvore de pequeno porte até 7 m de altura.

Cinzento, liso ou rugoso.

Compostas imparipinadas com 2 - 4 pares de folíolos obovados quase circulares

até 10x6 cm.

Amarelas, corola tubular até 3 cm de comprimento que se abre até 4 cm de diâmetro.

Floração em Setembro - Janeiro.

Cápsula alongada até 60x1 cm. Frutificação em Janeiro - Maio.

Zimbabwe, Moçambique, África do Sul, tipicamente nas áreas ribeirinhas

ou em afloramentos rochosos.

As raízes queimadas são esfregadas em incisões feitas na pele para aliviar dores das costas.

Markhamia zanzibarica(Bojer ex DC.) K. Schum.

Tronco Folhas

58 59

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Mepacassa


Árvore de pequeno a médio porte até 10 m de altura.

Castanho-acinzentado claro, liso ou fissurado.

Compostas imparipinadas com 1 - 2 pares de folíolos oblongos a ovados, até 15x7 cm.

Azul ou violetas, pequenas, em inflorescências terminais até 30 cm de comprimento.

Floração em Setembro - Novembro.

Vagem plana até 15x3 cm. Frutificação em Janeiro - Agosto.

Ocorre em toda África Austral, particularmente no vale do Zambeze e Limpopo.

Árvore da chuva - antes do início das chuvas, é comum verificar gotas caindo

das folhas desta árvore, o que leva a crer que está a chover da árvore. Este fenómeno

é produzido por uma larva de insecto que se alimenta da seiva desta árvore e expele

um líquido aquoso.

Philenoptera violacea (Klotze) Schrire

Tronco Folhas

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Balise, canonde, muvumbitantene, m’passa, umbirantene


Árvore de médio porte, geralmente de 10 m de altura.

Cinzento-acastanhado, liso a rugoso descamando em placas longitudinais.

Compostas imparipinadas com 1 - 10 folíolos ovados, elípticos ou arredondados

de cerca de 3x7 cm.

Amarelas, muito vistosas, em inflorescências axilares ou terminais até 15 cm

de comprimento. Floração em Setembro - Janeiro.

Vagem plana, arredondada com uma asa circundante até 3 cm de diâmetro.

Frutificação em Novembro - Abril.

Namíbia, Zimbabwe, África do Sul, Moçambique.

A madeira, apesar de não ser durável, é usada em carpintaria.

Pterocarpus rotundifolius(Sond.) Druce

Tronco Folhas

60 61

62 63

cegode ser raiz

imóvelde me ascender caule

múltiplode ser folha

aprendoa ser árvoreenquantoiludo a mortena folha tombada do tempo

Mia Couto

Março 1985

Árvore

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Cheteco, m’fura, tchumbo

Anacardiaceae

Árvore decídua de médio porte, até 17 m de altura.

Cinzento, rugoso, descasca em placas circulares.

Compostas imparipinadas com 3 - 7 pares de folíolos ovados a elípticos até 10x4 cm.

Amarelas, pequenas. Floração em Setembro - Novembro.

Drupa quase esférica, cerca de 3 cm de diâmetro. Frutificação em Fevereiro - Junho.

Em quase toda África Austral, nas florestas abertas.

Fruto comestível rico em vitamina C. A casca é usada para curar febres. Acredita-se

que, em certas regiões, quando as mulheres grávidas tomam o decoto da casca podem

determinar o sexo do bebé: usa-se a casca da árvore masculina para um rapaz ou a

casca da árvore fêmea para uma menina.

Sclerocarya birrea (A. Rich.) Hochst.

Tronco Folhas

64 65

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Fabaceae (Caesalpinioideae)

Arbusto ou árvore de pequeno porte, geralmente de 3 m de altura.

Castanho-acinzentado, rugoso.

Compostas paripinadas com 5 - 12 pares de folíolos ovado a elípticos até 6x3 cm.

Amarelo pálidas, até 4 cm de diâmetro. Floração em Setembro - Novembro.

Vagem cilíndrica, longa até 90x2 cm, acastanhada. Frutificação em Dezembro - Abril.

Em quase toda África Austral, particularmente nas zonas ribeirinhas e nas termiteiras.

A raíz é usada para curar casos complicados de malária, dores abdominais e dores de

dente. O fumo dos ramos queimados é inalado para curar dores de cabeça.

Senna abreviata Oliv.

Tronco Folhas

66 67

68 69

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Fabaceae Caesalpinioideae

Arbusto ou árvore de pequeno porte até 7 m de altura.

Castanho, rugoso e fissurado.

Compostas paripinadas, 7 - 12 pares de folíolos finamente ovados a lanceolados até 6x3 cm.

Amarelas, muito vistosas, em grupos grandes até 26x20 cm. Floração em Janeiro - Junho.

Vagem estreita, até 25x1 cm, ligeiramente constrita entre as sementes.

Frutificação em Maio - Agosto.

Desde África do Sul, passando pelo Zimbabwe até Moçambique.

Várias partes da planta são usadas em medicina tradicional para o tratamento de

febres, gonorreia e infecções da pele. A casca das raízes é misturada com alimentos

para cães de caça, para estimular o instinto de caça.

Senna petersiana (Bolle) Lock

Tronco

68 69

70 71

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Sterculiaceae

Árvore de médio porte até 12 m de altura.

Pálido, esbranquiçado, cor creme a acastanhado, liso.

Simples, lobadas com 5 lóbulos, até 40x40 cm.

Amarelas, cerca de 5 mm de diâmetro, em inflorescências terminais.

Floração em Janeiro - Abril.

Folículo que abre em 5 partes cada uma com 6x3 cm. Frutificação em Maio - Setembro.

Namíbia, Zimbabwe e Moçambique, é um dos componentes de florestas decíduas.

Sterculia quiqueloba (Garcke)K. Schum.

Tronco

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Matambarinho

Fabaceae (Caesalpinioideae)

Árvore sempre verde de médio a grande porte, até 24 m de altura, de copa densa e

arredondada.

Cinzento-acastanhado, rugoso e escamoso.

Compostas paripinadas, alternas, com 10 - 18 pares de folíolos de até 3,2x1,1 cm.

Amarelo-rosadas, atractivas. Floração em Novembro - Março.

Vagem castanho aveludado, em forma de chouriço de 10-18 cm de comprimento,

com uma polpa que envolve as sementes. Frutificação em Junho - Julho.

Regiões áridas na zona costeira e no vale do Zambeze, principalmente sobre

as termiteiras.

A polpa dos frutos, ácida (ácido tartárico), é comestível e pode ser preparada em

forma de sumo, jam ou doce.

Tamarindus indica L.

Tronco Fruto

72 73

74 75

Recuso o leito.Quero dormironde não tenha cabimento.

O problema da camaé que, como no caixão,ficamos do tamanho da tábua.

Para sonhar,prefiro o inteiro chão.

Tenho a sededo embondeiro:ao invés de bebereu engulo o chão inteiro.

Mia Couto

(Boane, 2006)

74 75

Leitos

76 77

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Gonono, nalensi

Combretaceae

Árvore de pequeno porte mas podendo atingir 10 m de altura, por vezes formando

povoamentos puros.

Cinzento escuro ou castanho, com fissuras verticais.

Simples, prateadas, agrupadas nas extremidades dos ramúsculos, obovadas

a elípticas até 12x4 cm.

Cor creme ou amarelo pálida, pequenas, mal-cheirosas, em espigas axilares.

Floração em Setembro - Dezembro.

Sâmara de 2 asas, rosada a vermelho-acastanhado. Frutificação em Janeiro - Maio.

Toda África Austral. Em Moçambique ocorre com predominância nas províncias

do Sul e, ocasionalmente, em todo o país.

A raíz é utilizada para curar dores estomacais e pneumonia. O tronco é usado como

estaca na construção de casas e currais.

Terminalia sericea Burch. ex DC.

Tronco Folhas Fruto

78 79

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:


Árvore média a grande, geralmente de 10 m de altura.

Cinzento acastanhado, liso tendente a rugoso escamoso, exudado vermelho

quando cortado.

Imparipinadas, com arranjo espiralado, agrupadas nas pontas dos ramos.

Brancas ou branco-esverdeadas, pequenas em ramúsculos terminais ou axilares ou

panículas até 20 cm de comprimento. Floração em Setembro - Outubro.

Vagem plana grande, até 18x4 cm. Frutificação em Janeiro - Agosto.

Moçambique e Zimbabwe.

Os frutos são geralmente parasitados, tal que parecem pequenas bagas. A madeira

é usada para o fabrico de canoas e como estaca na construção. A infusão das raízes é

usada para o tratamento de disfunções estomacais.

Xeroderris stuhlmannii (Taub.) Mendonça & E.P. Sousa

Tronco

78 79

80 81

Nomes locais:

Família:

Características:

Tronco:

Folha:

Flor:

Fruto:

Ocorrência:

Usos:

Cassau, kangade, micassau, muchecheme, n’sau, Massanica

Rhamnaceae

Árvore espinhosa de pequeno a médio porte, até 10 m de altura.

Cinzento escuro, fissurado, com placas rectangulares.

Verde brilhante, simples, obovadas até 8x5 cm, com três veias principais partindo da base.

Amareladas, pequenas, geralmente formando agregados.

Floração em Novembro - Fevereiro.

Quase esférico com cerca de 1.5 cm de diâmetro, verde claro ou amarelo acastanhado

quando maduro. Frutificação em Março - Agosto.

Acredita-se que deve ter sido introduzida pelos árabes em Moçambique onde se

naturalizou, particularmente na região do vale do Zambeze.

O seu fruto é comestível podendo ver-se à venda nos mercados locais. O fruto

também é utilizado para fazer uma aguardente apreciada localmente. As folhas e a raíz

são medicamentos para várias doenças. Acredita-se que a ocorrência da espécie nativa

local, Ziziphus mucronata, parecida a esta, é um indicador de água subterrânea.

Ziziphus mauritiana Willd.

Tronco Folhas

80 81

82 83

Referências bibliográficas:

1. De Koning J. 1993. Checklist of vernacular plant

names in Mozambique. Wageningen Agricultural

University Papers 93-2. Wageningen, Holanda. 274p.

2. Falcão M. & Sitoe, A. 2007. Levantamento Florístico

das áreas de Capanga, Operacional e Inhangoma II,

província de Tete. Rio Doce Moçambique e Miombo

Consultores, Maputo.

3. Palgrave KC. 2002. Trees of Southern Africa (3ª

Edição, Revista e actualizada por Meg Coates

Palgrave). Struik Publishers. Cape Town, África do Sul.

1212p.

4. Van Wyk B and van Wyk P. 1997. Field guide to trees

of Southern Africa. Struik Publishers. Cape Town,

África do Sul. 536p.

Área de uma antiga trincheira de pesquisa, reabilitada pela Vale.

84

TETE

Irônicas palavras.

É retrato da natureza ou não?

Aqui, onde a lenha encarece,

as árvores nascem do carvão.

Camilla Lott (Março 2008)

www.vale.com

Árvores do Projecto Carvão Moatize

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