As artes na formação do professor polivalente

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As Artes na formação do professor polivalente As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, presentes nos Pareceres CNE/CP n. 05/2005, 01/2006 e na Resolução CNE/CP no. 01/2006, inauguram novas discussões sobre formação do profissional da educação básica. Elas apontam para uma organização curricular da Pedagogia fundamentada nos princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética.

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As Artes na formação do professor polivalente

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, presentes nos Pareceres CNE/CP n. 05/2005, 01/2006 e na Resolução CNE/CP no. 01/2006, inauguram novas discussões sobre formação do profissional da educação básica. Elas apontam para uma organização curricular da Pedagogia fundamentada nos princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética.

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Então, eu pergunto: qual é a concepção de sensibilidade estética que as faculdades de Pedagogia vêm praticando? Qual é a concepção de Artes que está explícita ou implícita nos currículos das faculdades de Pedagogia? Que tipo de valores culturais estamos construindo ou deixando de construir no decorrer do curso que prepara os futuros docentes dos primeiros anos de escolarização? Ou ainda: o que transmitimos aos futuros pedagogos ao omitir-lhes os saberes estéticos e artísticos em sua licenciatura?

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Todos sabemos que - quando estão presentes no currículo da Pedagogia – o estudo das Artes inclui apenas o aprendizado de uma metodologia de ensino, já que as Artes são um componente obrigatório do currículo do ensino básico brasileiro. Entretanto, eu penso que as Artes deveriam estar presentes como um componente básico e obrigatório nos currículos da Pedagogia, tal como a Filosofia, a História, a Sociologia e a Psicologia. O estudo das Artes na Pedagogia permitiria que as diferentes formas de cultura fossem vividas e compartilhadas, e, principalmente, analisadas semioticamente. Além disso, levaria os licenciandos a se relacionarem com os aspectos mais profundos da emancipação nos quais a meta de lutar contra todas as formas de preconceito e de dominação seja realmente alcançada.

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Como afirma Sandra Mara Corazza (2002), o professor precisa “artistar”. Artistar, segundo ela, é uma estética, uma ética e uma política a se inventar junto a uma educação que procura o não-sabido, o não-olhado, o não-pensado, o não-sentido, o não-dito, em prol de uma educação que valorize os princípios de comunidade, esforço humano e justiça social. Precisamos criar um novo tipo de educador, alguém que também saiba utilizar as linguagens de forma poética, intertextual, sensível e crítica. Um professor precisa ser uma fonte de inspiração para seus alunos, um companheiro de viagem, um “ser junto”. Ele precisa de uma formação, inicial e continuada, que valorize as Artes e os saberes culturais, estéticos e artísticos. Se isso não ocorrer, é o currículo oculto da Pedagogia que se fará presente, são as forças do desejo de manutenção dos poderes estabelecidos, de discriminação, preconceito, que se instaurarão.

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Estudo de luz e sombra

Objetivos:Conhecer a técnica de hachuras (linhas paralelas se entrecruzando) para trabalhar o efeito de luz e sombra.

Material:O texto Impressionismo, do site Educação, é um bom começo para que os alunos percebam a importância da luz nas composições dos artistas. O texto Gravura moderna também pode ser trabalhado, afinal a hachura é utilizada principalmente na gravura em metal.

Material de desenho.Estratégias: 1) Leitura e interpretação dos textos;2) Análise das imagens que estão nos textos e de outras que o professor tenha;3) Atividade prática. Atividade: Proponha aos alunos que façam desenhos de observação. Podem ser figuras simples: por exemplo, a borracha, ou uma cadeira da sala de aula, ou ainda pode-se utilizar desenhos prontos, apenas contornados. Depois, os alunos devem preocupar-se com a luz e a sombra dos desenhos. Não é para colorir. Deve-se utilizar apenas lápis preto ou caneta esferográfica fazendo hachuras que - por vezes mais esparsas e por outras mais densas - dão o efeito claro-escuro. 

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Pintura gestualObjetivo: Estudar e exercitar a forma do action paiting ou pintura gestual.Comentário: Criada por Jackson Pollock, a pintura de ação gestual leva em conta as

emoções na execução da obra de arte, abandonando o uso de materiais tradicionais, como pincéis e espátulas, e de um projeto (rascunhos ou esboços). O artista pinta diretamente na parede ou no chão, em enormes telas, de forma espontânea.

Material: O texto Rompendo com a arte acadêmica será um ótimo ponto de partida para esta aula. Utilize também imagens de trabalhos de outros artistas representantes do action paiting. Os alunos precisarão de grandes folhas de papel (pode ser papel Kraft) e tintas. (Observação: no dia da atividade, todos devem estar com roupas velhas, que possam sujar de tinta).

Estratégias: 1. Leitura e interpretação do texto.2. Leitura das imagens que estão nos textos e de outras que o professor levar para a aula.3. Assistir ao filme "Pollock", de Ed Harris.4. Propor aos alunos que pesquisem outros artistas representantes da pintura gestual.Atividade: Esta atividade pode ser feita individual ou coletivamente. O importante é que os

alunos vejam o trabalho sendo executado, pois isso pode ser interessante para uma discussão posterior. Os alunos devem observar a forma como outros jogam a tinta no papel, com que objetos, com quais partes do corpo, etc. O papel pode estar no chão ou na parede.

Sugestões: Experimente realizar os trabalhos fora da sala de aula. Isso irá, certamente, chamar a atenção de outros alunos ou funcionários da escola, mas deixe que os próprios alunos expliquem o que está ocorrendo - assim você poderá avaliar se eles realmente entenderam a proposta.

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Luz, Cor e FormaObjetivos: Apresentar como é feita uma obra de arte. (Educação Fundamental)

O intuito desta aula é explicar para as crianças como é feito um quadro.Começamos a aula mostrando várias imagens de quadros famosos, tais como: Gato de Aldemir Martins e a obra Abaporu de Tarsila do Amaral. Explicamos que geralmente o pintor faz vários rascunhos antes de espalhar as tintas sobre a tela. Para isso muitas vezes usa-se carvão. Mas é com as tintas e o pincel que a pintura vai se formar. E são as tintas que darão os três efeitos necessários para a pintura, são eles: luz, cor e forma.

Usando um pincel com tinta, mostramos os efeitos que podemos formar de luz, cor e forma, como por exemplo: um pingo, um risco, uma curva, etc. Explicaremos a partir daí a importância da luz para a pintura e mostraremos exemplos nas obras apresentadas. Em seguida, entregaremos uma folha, pincel e tintas guache para as crianças fazerem suas obras, baseadas nas informações aprendidas.

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Técnica de Pintura com guache e colaObjetivos: Apresentar obras de arte de Candido Portinari e mostrar como a mistura de dois materiais já conhecidos pelas crianças, pode formar uma tinta diferente.(Educação Fundamental)

Nesta aula apresentaremos uma técnica que mistura guache e cola branca. Numa proporção de 2 partes de guache para uma de cola branca. Esta mistura deixa a tinta formada mais espessa e com mais brilho em relação ao guache. Apresentaremos várias obras de Candido Portinari (acima), que mostram várias brincadeiras de crianças, falaremos brevemente sobre Candido Portinari e sua importância para a Arte do País. A seguir entregaremos uma folha e a mistura com guache e cola para as crianças, que devem estar reunidas em uma mesa para poderem dividir as diferentes cores e pediremos que pintem sua brincadeira predileta.

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Monalisa Estilizada (Técnica esumato)

Objetivos: Apresentar o artista Leonardo da Vinci e sua importante obra “Monalisa”, e também apresentar a técnica do esfumato, utilizada por ele para pintá-la.

Nesta aula falaremos sobre o pintor Italiano Leonardo da Vinci e sua famosa obra Monalisa, provavelmente a obra mais famosa da história da Arte. Conversaremos com as crianças sobre seu valor e sobre o Museu do Louvre na França, local onde a obra esta exposta. Explicaremos que a técnica utilizada por Leonardo da Vinci para pintar a Monalisa foi o esfumato que em italiano quer dizer “misturado” ou “esfumaçado”. Esta técnica apresenta uma pintura sem linhas ou limites, como se fosse fumaça. A seguir entregaremos para as crianças uma folha apenas com o contorno da Monalisa e pediremos que pintem com lápis de cor e giz de cera a figura da Monalisa como se ela vivesse nos dias de hoje, tentando a medida do possível fazer pinturas esfumaçadas, usando raspas da grafite e o dedo.

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ARECIAÇÃO ESTÉTICA:

Análise sensível...

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Aqui nós temos quadros de visões laterais de homens com aparência estranha. Seus rostos são feitos de frutas, flores

vegetais e folhas... Observem:

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Quem são esses homens? E porque Giuseppe Arquimboldo decidiu buscar inspiração em uma quitanda? Na verdade, estes quadros não são retratos de homens reais, mas retratos das estações – primavera, verão, outono e inverno. Os homens são feitos de frutas, plantas e vegetais característicos de cada época do ano. A primavera é a primeira estação, de modo que o homem-primavera parece o mais jovem, depois o verão e assim por diante.Olhe para o Verão. Arquimboldo pintou um quadro da estação verão criando um homem composto por todas as coisas deliciosas que amadurecem nos meses quentes, os lábios são cerejas, a sobrancelha é uma espiga de trigo e sua bochecha é um pêssego. Quantas frutas, vegetais e plantas você consegue encontrar nesses quadros?Se você fosse fazer um rosto desta maneira, o que usaria? Um mecânico pode ser feito de porcas, um carteiro de cartas ,selos...

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Em uma apreciação estética, o professor deve instigar a curiosidade do aluno, levá-lo a pensar sobre os objetivos do artista, o que ele queria com essa obra, quais os materiais, a violência das pinceladas, as características e por fim uma mera apreciação de gosto, se ele gosta, porque, o que o quadro desperta nele e pedir que ele produza um texto ou história para o quadro, sobre o motivo dele gostar ou desgostar do quadro. E por fim pedir uma releitura, que pode ser desde um desenho, uma colagem, uma pintura sobre os contornos no quadro, qualquer coisa inspirada no tema da imagem visualizada.