As duas irmãs inimigas

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ESCOLA B. 2.3. NUNO GONÇALVES ´´As duas irmãs inimigas ´´ Oficina de escrita 2012/13 Maria Júlio - nº 17 5º4ª Helena Longuinho nº 9 5º4ª Prof: Fernanda Correia

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Page 1: As duas irmãs inimigas

ESCOLA B. 2.3. NUNO GONÇALVES

´´As duas irmãs inimigas ´´

Oficina de escrita – 2012/13

Maria Júlio - nº 17 – 5º4ª

Helena Longuinho – nº 9 – 5º4ª

Prof: Fernanda Correia

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1ª PARTE

Há muitos anos atrás, uma bruxa muito feia, muito velha e muito má lançou um feitiço horrível à princesa e ao seu reino. A bruxa e a princesa eram irmãs, mas o rei, seu pai, só gostava da mais nova.

Um dia, a irmã mais velha, cheia de raiva e de inveja pela outra, decidiu procurar um livro misterioso e mágico na biblioteca do palácio para fazer um feitiço maléfico.

Fechou-se no seu quarto, abriu o livro no índice e procurou, procurou,

procurou e deu um grito de alegria:

- Encontrei! É este mesmo “Feitiço para tornar pessoas infelizes” página

1983.

- Perfeito! É isto mesmo que eu quero.

Receita:

Procurar uma erva no jardim do palácio que se chama oscillattore,

com muito cuidado, por que é venenosa.

Esmagá-la num almofariz de prata e retirar o sumo que fica no

fundo da taça.

Guardar esse sumo cuidadosamente num tubo de ensaio e misturar

na bebida que a pessoa irá beber.

Fiona estava tão feliz com o seu achado que não leu o que dizia por

baixo:

Quem apanhar e esmagar esta erva transformar-se-á numa bruxa,

velha e feia.

Fiona fez tudo o que aquela receita indicava e colocou o sumo num

tubo pequenino de ensaio, que guardou no bolso do seu vestido.

Na hora do lanche, quando as duas irmãs foram para a sala comer,

Fiona perguntou a Margarida onde estava o Boby pois ela sabia que a

irmã adorava o cão e iria procurá-lo.

Aproveitando a saída da irmã, deitou todo o líquido, que guardava no

tubo de ensaio, no leite que Margarida ia beber.

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Quando Margarida voltou à sala acompanhada do cão, vinha a sorrir,

muito feliz.

-Encontrei o Boby! Estou feliz e cheia de fome.

-Bebe o leite!

-Não. Quero comer primeiro o pão. Tenho fome, não tenho sede.

Fiona estava a ficar muito irritada, mas disfarçava o melhor que

conseguia. Margarida comeu o pão quase até ao fim, enquanto

brincava com o cão. De repente, diz:

-Estou com sede. Não me apetece leite. Quero um …

Raquel, traz-me um sumo de laranja, por favor.

-Não há sumo de laranja, menina.

-Que chatice!

-Bebe o leite. Está delicioso e fresquinho! -Aconselhou Fiona.

-Não me apetece nada, mas vou fazer-te a vontade.

Margarida pegou no copo e bebeu todo o leite de uma só vez. O seu

rosto começou a ficar triste, deixou de sorrir e começou a lastimar-se:

-Ai, que tristeza! Estava tão contente e …O que te está a acontecer?

-Nada.

-Estás horrível! Pareces… És uma bruxa.

-Não sou nada, sou uma princesa linda.

-Vai à casa de banho ver-te ao espelho! Estás horrorosa, até tens

verrugas!

Fiona corre para o seu quarto, pega num espelho e quando vê a sua

imagem, dá um grito de susto.

-Isto não pode ser verdade! Não me pode estar a acontecer esta

desgraça!

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Abre o livro e lê de novo a receita desta vez até ao fim:

“Quem apanhar e esmagar esta erva transformar-se-á numa bruxa,

logo que esta receita for aplicada.”

-Maldição! Vou vingar-me.

Agarra no livro, muito furiosa, e a correr vai à sala onde se encontra

Margarida.

-Vou sair deste palácio para sempre.

-Tu és mesmo a minha irmã, Fiona? Não, és uma bruxa a fingir que és

a minha ir…

-Sou a tua irmã, sou. Não gosto nada de ti, és a queridinha do papá,

mas também serás infeliz para sempre.

-Porquê? Que mal te fiz eu?

-Nada, mas eu não te suporto. Vou levar o livro comigo e ninguém

poderá desfazer o feitiço. Serás sempre infeliz e farás infeliz o teu

reino.

Fiona dá uma gargalhada assustadora e desaparece no ar.

2ª PARTE

Passaram-se alguns anos e Margarida continuava muito infeliz e

tornava também muito infelizes todos os habitantes do seu reino.

Numa manhã de nevoeiro, a princesa decidiu dar um passeio pelo

bosque que ficava perto do seu palácio. Estava uma manhã fria,

húmida e triste, tão triste como a própria princesa, Margarida meteu-

-se pelo arvoredo e encontra uma velhinha que procurava lenha para

fazer lume e se aquecer.

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-Olá velhinha! Que andas a fazer neste bosque, num dia tão frio?

-Ando à procura de raminhos para a lareira e para me poder aquecer.

-Queres uma ajuda?

-Uma menina tão bem arranjada e bonita a querer ajudar-me?!

-Sim, sou a princesa Margarida e vou mesmo ajudar-te.

-Muito obrigada.

As duas juntaram um molho de pinhas e de ramos secos, enquanto

conversavam:

-Tens um ar muito triste!

-Sim, sou muito infeliz e não sei sentir felicidade.

-Mas por que razão? Tu pareces ter tudo, para seres feliz.

-Sofro por causa de um feitiço que me lançaram a mim e ao meu povo.

-Quem?

-A minha irmã Fiona.

- Não posso acreditar! Aquela bruxa?

-Fiona não gostava de mim porque pensava que o rei, nosso pai,

preferia-me e decidiu vingar-se.

As duas chegaram perto do palácio e a simpática velhinha perguntou-

-lhe:

-O que é que tu queres como paga do serviço que me prestaste?

-Ó boa velhinha, não quero nada. Gostei muito de te conhecer e

sempre que precisares de lenha, bate à porta do palácio que eu própria

ta darei.

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-És uma menina muito gentil e bondosa, quando chegares ao teu quarto

encontrarás uma surpresa que te ajudará muito a resolver os teus

problemas.

A menina sorriu e despediu-se. Entrou no palácio e o Boby, já muito

velhote, veio recebê-la a pedir festas, o mais depressa que conseguia.

Margarida fica a brincar com o cão e esquece-se completamente do

presente que a aguardava no quarto. À noite quando entra no quarto fica

admirada a olhar para um rolo enorme que se encontrava no chão.

-O que é que é isto? Fará parte da nova decoração do meu quarto? Que

coisa tão feia!

Aproximou-se e começou a desenrolar o rolo e à medida que o ia

desenrolando, ia ficando mais maravilhada com a beleza do tapete.

-Que bonito! Que cores maravilhosas! Como é grande e macio! Vou

sentar-me para ver se é fofinho.

Uhm! Estou deslumbrada! Vou dormir neste tapete.

Neste preciso momento, o tapete esticou-se e tomou a forma de uma

cama.

- Ah, é um tapete mágico! Não acredito no que estou a ver. A velhinha era

uma fada disfarçada que me quis ajudar. Era este o tal presente que me

aguardava.

Margarida senta-se no tapete e pensa como o vai utilizar em seu proveito,

de modo a resolver os seus problemas.

- Vou partir já. De certeza que Fiona não conta com a minha presença. Vou

surpreender-te minha querida irmãzinha… Tapete, leva-me já ao

esconderijo do livro mágico de Fiona.

De repente, a menina eleva-se nos ares, as janelas abrem-se e a princesa

viaja pelo espaço.

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3ª PARTE

Lá longe, Fiona pesquisa na sua bola de cristal quando de repente vê

Margarida a viajar num tapete mágico.

- Olha quem é ela! Para onde irá a minha querida irmãzinha. Parece que

vem para os meus lados… Vou preparar-lhe uma ´´big´´ surpresa.

Levanta-se e dirige-se para o esconderijo onde estava guardado o tal livro

mágico numa outra gruta mais à frente que passava quase despercebida,

mas guardava valiosíssimos tesouros mágicos.

Margarida toda contente olhava deslumbrada para todo o lado por onde

passava quando de repente começa a perder altura e a velocidade

também diminui.

- Oh, será que já chegámos?!

O tapete pára alguns metros do chão e a menina salta.

-Ai, tenho tanto medo! Está escuro! Tapete, não te vás embora, espera

por mim.

Não sei bem para que lado hei-de ir?

-Boa noite linda menina.

-Quem és tu?-pergunta a Margarida

-Sou o gnomo protetor desta floresta.

-Ainda bem que te encontro, porque deves conhecer tudo da floresta.

-Claro que conheço, mas a ti não te conheço, nunca te vi por estas bandas.

-É verdade, gnomo é a primeira vez que aqui venho, e só tu me podes

ajudar, indicando-me onde Fiona vive.

-Fiona, a bruxa malvada!

-Para que queres tu essa bruxa?

-É a minha irmã, a princesa Fiona.

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-Ah! Ah! Ah! Princesa?! Bruxa, queres tu dizer!

-Não gnomo, ela é minha irmã e eu venho fazer-lhe uma visita, mas não

sei onde ela vive ao certo.

-Como é possível, sendo irmãs, não saberes onde ela mora.

-Gnomo, Fiona fugiu do palácio há alguns anos. Ajuda-me por favor,

porque preciso muito de conversar com ela.

-Não devia, mas como pareces boa menina, vou ajudar-te. Espero não me

arrepender.

-Claro que não, achas que eu podia fazer mal a alguém?

-Não! Mas pode Fiona vir a fazer-me mal a mim… Vais sempre em frente e

quando encontrares a árvore mais alta e com o tronco mais largo de

todos, olha-a com muita atenção porque lá dentro vive a bruxa Fiona.

Margarida segue o caminho que o gnomo lhe indicou.

-Boa! Encontrei a tal árvore que o pequeno gnomo me indicou.

-Olá querida irmãzinha.

-Olá Margarida, o que é que queres de mim?

-Preciso de falar contigo.

-Vamos fazer um brinde pelo nosso reencontro.

-Eu preparo as bebidas enquanto tu pões a mesa e fazes o lanche.

- O.k. Chatinha!

Enquanto Fiona preparava a comida e ponha a mesa, Margarida como já

tinha despachado as bebidas, foi à gruta à procura do livro mágico. Então

viu um cofre e pensou que era o local ideal para o guardar.

-Como hei de descobrir o código?

Procurou…Procurou…Fez várias tentativas até que conseguiu abrir o cofre,

usando o código:

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9H7M

Cuidadosamente, Margaria abriu-o e vê o livro que procurava. Agarra-o e

corre para a saída, mas nesse mesmo momento uma grade em ferro cobre

a saída da gruta. Margarida muito assustada e sempre com o livro na mão,

tenta escapar daquele lugar.

Olha atentamente a gruta para tentar descobrir alguma luz ou um pouco

de vento que viesse do exterior… Apercebe-se que por detrás do cofre

havia uma possível saída de ar. O problema era o cofre ser muito pesado e

estar muito encostado à parede. Por mais que Margarida tentasse arrastá-

lo, não conseguia.

Sobe para cima do cofre, senta-se em cima dele e com os pés vai

escavando uma abertura na terra que lhe permitisse sair.

De repente, ouve Fiona a gritar pelo seu nome:

-Margarida! Onde estás tu? Vieste desafiar-me? Vou agarrar-te e vais ficar

minha prisioneira para sempre!

Margarida escorrega para trás do cofre e baixa-se entrando um pouco no

buraco, no momento em que Fiona entra na gruta.

-Estás aí, malvada?! Onde é que tu estás? Não estás aqui!

Fiona torna a sair e a trancar a gruta e continua a procurar a irmã pela

floresta.

Margarida assim que a irmã sai, continua a sua escavação e de repente vê

uma estrada cheia de luz que vai dar diretamente ao seu palácio.

Muito feliz, sentindo alegria no coração, o que já não acontecia há muitos

e muitos anos, caminha por essa estrada cheia de sol com o céu muito

azul e brilhante, o arvoredo cheio de folhas muito verdes, onde se ouve

cantar a melodia dos pássaros que alegram o lugar.

Enquanto crianças brincavam nos jardins e riam de felicidade. Passa por

várias pessoas que lhe sorriem e a cumprimentam como se tudo tivesse

voltado ao que tinha sido antigamente.

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Margarida conseguiu ser feliz e tornar o seu reino um local ideal para se

viver cheio de alegria.

- E Fiona?

- Fiona, nunca mais ninguém soube dela. Ficou para sempre infeliz na

densa floresta.

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