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As DUAS NATUREZAS DO CRENTE
Introdução
Todos nós vez ou outra nos deparamos com
pensamentos, sentimentos ou até atitudes que não
condizem com um comportamento cristão. Se fomos
regenerados porque então não conseguimos as vezes
lidar com esse tipo de situação? Pensando nisto, foi
que resolvi desenvolver este estudo que nos ajudará
a não somente entender mas também saber lidar e
vencer nossa velha natureza.
As DUAS NATUREZAS DO CRENTE
As Escrituras ensinam que cada pessoa regeneradapossui duas naturezas: uma recebida pelo nascimento natural,total e desesperadamente má; e uma nova natureza, recebidaatravés do novo nascimento, a qual é a natureza do próprioDeus e, portanto, completamente boa.
Os seguintes trechos das Escrituras manifestarãosuficientemente o que Deus pensa da velha, ou adâmica,natureza:
"Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeuminha mãe" (Sl 51.5).
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, eperverso; quem o conhecerá?" (Jr 17.9).
"Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém queentenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos seextraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quemfaça o bem, não há nem um só" (Rm 3.10-12).
A NATUREZA DO HOMEM ANTES DO DILÚVIO
Quão alarmante era o contraste entre aparência erealidade na época que antecedeu o dilúvio. "Havia naquelesdias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos deDeus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos;estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens defama" (Gn 6.4).
E assim parecia que o mundo estava ficando melhor,aos olhos dos homens. Provavelmente traçariam ummelhoramento contínuo, e o aparente resultado do casamentoprofano entre o santo e o mundano foi o alçamento da naturezahumana a alturas ainda maiores.
Mas "viu o SENHOR que a maldade do homem semultiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dospensamentos de seu coração era só má continuamente" (Gn6.5).
O Coração do homem é Mal
"Porque do interior do coração dos homens saem os mauspensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, aavareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, asoberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro econtaminam o homem" (Mc 7.21-23).
"Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus,porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas sediscernem espiritualmente" (1 Co 2.14).
"Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não ésujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os queestão na carne não podem agradar a Deus" (Rm 8.7,8).
"Entre os quais todos nós também antes andávamos nos desejos danossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramospor natureza filhos da ira, como os outros também" (Ef 2.3).
Pelo que foi exposto, parece que o homem não convertido
possui uma tríplice inaptidão. Ele pode ser talentoso, ou culto, ou
agradável, ou generoso, ou religioso. Pode pagar suas dívidas, ser
honesto, confiável, trabalhador, um bom marido e pai - ou tudo
isso conjuntamente - mas é incapaz de obedecer a Deus, de
agradá-lo e de compreendê-lo.
O crente, ao contrário, embora ainda possuidor da velha
natureza, inalterada e inalterável, recebeu uma nova natureza que
"segundo Deus é criada em verdadeira justiça e santidade". Os
trechos das Escrituras a seguir mostrarão a origem e o caráter do
novo homem.
Será notado que a regeneração é uma criação, e não uma
simples transformação - trata-se da introdução de algo novo, não
da transformação de algo velho. Assim como recebemos a
natureza humana pela geração natural, assim também recebemos
a natureza divina pela regeneração.
O Novo nascimento"Na verdade, na verdade te digo [a Nicodemos, um homem de
princípios morais, religioso] que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3.3).
"Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não
nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1.12,13).
"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus" (G1
3.26).
E esse "novo homem" está ligado a Cristo. "Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do
Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por
mim" (G12.20).
.
O Conflito Entre as Naturezas
Mas essa nova natureza, divina, que é a natureza do
próprio Cristo, subsiste no crente junto com a velha natureza.
O mesmo Paulo, capaz de dizer "não mais eu, mas Cristo vive
em mim", é quem também diz "Porque eu sei que em mim, isto
é, na minha carne, não habita bem algum" (Rm 7.18) e "Acho
então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal
está comigo" (Rm 7.21). Foi Jó, o homem íntegro e reto, quem
disse "me abomino". Foi Daniel, notoriamente um grande
homem de Deus, quem afirmou " transmudou-se o meu
semblante em corrupção", ao ver o ancião de dias glorificado.
Há conflito entre essas duas naturezas. Estude
cuidadosamente a batalha entre os dois "eus": o velho Saulo e
o novo Paulo em Romanos 7.14-25. E uma experiência como
essa que provoca tamanho desânimo e perplexidade nos novos
convertidos.
O regozijo inicial da conversão diminui, suas
expectativas ardentes se arrefecem e o convertido fica
consternado ao descobrir, dentro de si mesmo, a carne com
seus velhos hábitos e desejos, como antes da conversão, o que
o leva a duvidar de sua aceitação por Deus.
Essa é uma ocasião de desânimo e de perigo. Paulo,
nessa crise, clama por libertação, referindo-se a sua velha
natureza como um "corpo de morte". A lei apenas intensifica
sua agonia (embora seja um homem convertido), e ele
encontra libertação do jugo "da carne" não por meio de
esforço pessoal, nem por se empenhar a fim de guardar a lei,
mas "por Jesus Cristo nosso Senhor" (Rm 7.24,25).