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As Fofoqueiras, por Leandro Leão

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As Fofoqueiras

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Aviso:

Esta obra está disponível somente para leitura qualquer ação de representação em palcos colégios e afins deverão ter a devida autorização do autor.

LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

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As Fofoqueiras Personagens: Odete Maria (preferência seja feito por um homem) Gilson (Gil personagem afeminado)

Júlia

Carteiro Geraldo

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As Fofoqueiras

Cenário: casa de duas pessoas idosas, quadros, mesa e outras velharias. Duas janelas à frente do palco. (dois quadrados vazados) Entra Odete Odete – Mamãe! Mamãe!

- Onde foi parar aquela veia?

Enquanto Odete olha pela janela entra

Maria que começa falando com uma

vassoura que está ao canto. Maria – O que foi minha filha? Odete – Onde você estava? Maria – Eu estava no banheiro mijando. Odete – Que feio mãe a gente não diz essas coisas! Maria – Ta bom filha. Eu fui ao banheiro urinar.

- Mudando de assunto filha, me diz uma coisa você anda comendo direitinho? Odete – Porque mamãe?

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Maria – Eu estou achando você tão magrinha. Odete – Mamãe você está falando com a vassoura. Maria – Sabe que nem notei a diferença. Odete – Pare de falar besteira mamãe. Maria – Filha me diga que retrato é aquele na parede? Odete – São filhos da Tuta. Maria – Filha da puta é tua mãe! Odete – Eu disse Tuta mamãe! Maria – Não grite que eu não sou surda! Odete – Olha lá o Joãozinho ele deve estar pensando em fazer alguma maldade. Maria – Semana passada ele saiu correndo com o pinto de fora. Odete – Mamãe! Maria – Está bem filha, com o membro de fora. Odete – Não adianta né mamãe. Maria – Mas que era grande, isso era.

- Ah! Que saudade! Odete – Olha mamãe meu Gilson que homem! Maria – O que ele está fazendo com aquele rapaz? Odete – Ele deve estar praticando respiração boca a boca.

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Maria – Para mim ele tá é de safadeza. Odete – Pare de azucrinar a vida dele mamãe, tudo que ele aprende no curso de enfermagem tem que praticar. Maria – Tem mãe que é cega. Odete – Veja é o Carlão. Maria – Onde? Odete – Lá na mecânica. Maria – Ah! Meus vinte anos. Odete – Mamãe você só pensa em sexo! - Você nem sabe mais o que é isso! Maria – Não sou eu que já tem até teia de aranha aqui por baixo. E tem outra que te disse que eu não faço sexo? Odete – Mamãe? Maria – Você acha que vou jogar bingo todo dia? Odete – E o papai? Maria – Ele está morto, você não quer que eu transe com um cadáver, e o pinto dele já deve ter virado pó. Odete – Eu não vou discutir. Maria – O Dr. Miguel comprou um carro novo. Odete – Esse ai deve ganhar uma nota como ginecologista. - Bom dia seu Miguel? - De carro novo?

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- Tchau! Maria – Pergunta a ele se quer me examinar. Odete – Hora mamãe ele tem mais o que fazer. Maria – Estraga prazer. Odete – O que você está procurando na bolsa? Maria – Já achei. Odete – Mamãe!!! Me dá aqui este vibrador. Maria – Não mesmo eu vou usar primeiro. Odete – Mamãe você não tem jeito mesmo. – Vai arrumando a mesa para comermos. Maria – Tudo sempre eu. Odete – Pare de reclamar está parecendo uma velha. Maria – Velha é sua mãe! Odete – Você é minha mãe. Maria – O que você fez desta vez para almoçar. Odete – Sopa de galinha. Maria – De novo? Será que você não sabe fazer outra coisa? Odete – E você gostaria que eu fizesse carne? Maria – É bom variar de vez em quando. Odete – E de maneira você pretende mastiga-la. Maria – É verdade! Às vezes me esqueço que uso dentadura. Odete – Agora você entende porque não da para fazer outra coisa.

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Maria – Isso é só um detalhe, nós poderíamos chupar a carne. Odete – Pare de falar besteira, aqui está a sopa. Maria – Você colocou pimenta? Odete – Você sabe que eu não posso comer pimenta. Maria – Esqueci que você tem hemorróidas. Odete – Não precisa ficar espalhando para todo mundo. Maria – Você viu minha dentadura? Maria – Você vive esquecendo ela em algum lugar. Odete – Eu só me lembro de estar com ela na cozinha. Maria – Agora você não irá precisar dela, depois nós a procuraremos. Maria – Acho melhor você prestar mais atenção no que você está fazendo. Odete – Por que? Maria – Olhe o que encontrei na sopa.(Dentadura) Odete – Minha dentadura! Eu vou lava-la. Enquanto Odete vai lavar sua dentadura Maria coloca pimenta em sua sopa. Odete – Pronto agora posso comer tranqüila. Odete coloca a sopa em sua boca e após alguns minutos.. Odete – Socorro! Socorro! Socorro! Maria ri em seu canto.

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Odete – Você está rindo porque não é com você. Maria – Tome este copo com água. Odete – Você não se cansa de fazer estas brincadeiras. Maria – Eu só faço isso para que você não caia na monotonia. Odete – Você não percebe que não temos mis idade para isso? Maria – Cada qual faz sua idade. Odete – Acho que você que deve deixar de ser assanhada. Maria – Eu sou assanhada sim prefiro ser assim a ser uma velha enrugada e com isso ai cheio de teias de aranha. Entrada de Gil Gil – Mami!!! Odete – O que foi meu filhinho. Gil – Será que eu posso trazer um amiguinho para fazer um trabalho da facu? Maria – Para dar o que? Odete – Faculdade! Maria – E o que ele quer? Odete – Fazer um trabalho com um amigo aqui em casa. Maria – Não deixa não. Odete – Deixe disso mamãe, não tem nada de mais. Gil – É vovó eu preciso fazer um trabalho de anatomia.

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Maria – Eu sei muito bem o trabalho que ele vai fazer. Odete – Tudo bem Gilson. Maria – Tem mãe que é cega. Odete – Mas, antes você tem que apresentar seu amigo para nós. Gil – Eu vou busca-lo.(sai) Maria – Acho bom você abrir o olho. Odete – Com você falando assim não dá mamãe. - Gilson um dia vai se casar ter filhos e ser muito feliz, você vai ver. Gilson retorna Gil – Mami!!! Este aqui é o Geraldo. Maria – (Levanta-se) Esse é seu amigo? Odete – Muito prazer, pode ficar a vontade. Maria agarra Geraldo Gil – Vovó! Larga ele. Odete – Mamãe largue o moço. Maria – Você disse para ficar a vontade. Odete – Eu disse para o moço. Maria – O, meu neto. Gil – Sim vovó. Maria – Será que você não vai precisar de ajuda? Gil – Se eu precisar eu grito. Maria – Ah! Ele grita!

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Gil – Vamos estou louca para iniciar o trabalho. Odete – Vocês não querem almoçar? Gil – Não precisa mami nós vamos comer daqui a pouco. Maria – Eu sei o que vocês vão comer. Odete – Se vocês quiserem mais tarde eu faço um cachorro quente. Gil – Daqui a pouco eu já vou comer salsicha. Maria – Olha menino... Gil – Não esquenta vovó. Odete – É mamãe deixe o menino em paz Gil e Geraldo saem. Maria – É Odete seu filho vai casar ter filhos como você disse, mas ele será a mãe. Maria – Tem mãe que é cega. Odete – Pare de implicar com o menino.

- Aquele lá não é a dona Josefa? Maria – O marido dela não fugiu com outro? Odete – Você quis dizer outra. Maria – Caro que não menina fugiu com um rapaz de 25. Odete – Que coisa feia mãe.

- Bom dia dona Josefa?

- Estou bem! Maria – E seu marido? Odete – Mãe!

- Não ligue ela esta meio gaga.

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- Tchau!

- Oh mãe porque você perguntou aquilo? Maria – Ora queria saber se o marido dela já havia se casado? Odete – Boa tarde Júlia vai passear? - Venha tomar um cafezinho qualquer hora! Maria – Odete! Odete – O que foi Maria? Maria – Você viu a Júlia? Odete – É claro, quem não percebe. Ela sai toda emperiquitada. Maria – Ela deve trabalhar na noite. Odete – Eu também suspeito disso. Maria - Se isso for verdade, teremos que tomar uma providência. Odete - É verdade não podemos deixar essa promiscuidade acontecer em nosso bairro. Maria – É o Carteiro. - Hei moço ela não está em casa. - Ela sai ás cinco horas. - Pacote? Odete – Pacote? Maria – E agora Odete? Odete – Hei moço deixe o pacote aqui em casa. Maria – Você está maluca!

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Odete – Assim descobriremos o que ela faz. Maria – É moço traga o pacote. Entra o Carteiro Carteiro – Bom dia senhoras vocês podem entregar este pacote à sua vizinha? Maria – Mas é claro gatão. Odete – É claro seu carteiro. Maria – Você está me parecendo meio cansado. Carteiro – Sabe com é né dona, ficar andando o dia inteiro. Odete – Senta moço. Carteiro – Obrigado, eu tenho que ir. Maria – O que é isso gatão senta ai um pouquinho, toma um copo d’água. Odete – Senta ai que eu vou buscar. Carteiro – Obrigado. Odete sai levando as coisas de cima da mesa Maria – Então gatão um homem como você assim fortão de ter muito vigor. Carteiro – Da pro gasto minha senhora Maria – Deixe de formalidade me chame de sua gostosa.

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Carteiro – Se acalme minha senhora. Maria – Calma nada gostosão venha me dar um beijinho. Carteiro – Espere eu tenho que ir. Maria – Ir nada meu gatão. Entra Gil Gil – Vovóoo!!! Carteiro – Graças a deus!(se esconde atrás de Gil) Maria – Seu estraga prazer. Gil – O que você estava fazendo? Carteiro – Ela estava tentando me agarrar. Maria – Se você não tivesse interrompido eu tinha conseguido. Carteiro – Meu amigo sua vó é uma tarada. Gil – Essa veia não tem jeito. Maria – Não tem como não desfrutar de um gatão como esse. Gil – Sabe que olhando direitinho até que você é bonitinho. Carteiro – Ih! Antes eu estava aturando essa velha, agora vem esse viado. Gil – Viado não! Eu sou quase uma deusa! Maria – Cadê seu amigo Geraldo. Gil – Eu já terminei meu trabalho de anatomia. Maria – Então larga ele agora minha vez de comer salsicha. Carteiro – Cama eu não quero nenhuma das duas

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Maria – Quer sim querido! Gil – Vem meu tesão. Carteiro – Pára vocês duas. Maria – Ele é meu! Gil – Ele é meu! Entra Odete com um copo de água. Odete – O que está havendo aqui? Carteiro – Graças, eu estou sendo assediado por essas duas. Odete – Mamãe você não tem vergonha! Maria – Mas... Odete – Mas nada, vai pro quarto. Maria – Eu vou, mas não é porque você mandou. Odete – Largue o carteiro mamãe.(sai) Maria – Que velha mais chata. Odete – Enquanto a você Gilson, não tem vergonha, já não tem outra pessoa para pedir ajuda em seus trabalhos, vá para seu quarto. Gil – Tá mami, tchau bofe.(sai) Odete – Me desculpe. Carteiro – Quase não consegui fugir dessas duas. Odete – Eu não seu que faço com minha mãe. Carteiro – Sua mãe e seu filho.(vai se aproximando de Odete) Odete – Não ligue ele somente quer que todos o ajudem em seu curso de enfermagem.

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Carteiro – Desculpe, mas ele me parece é um tremendo de um viado. Odete – É o jeito dele dá essa impressão. Carteiro – Mas filho a parte... e aquele esquema atrás da igreja ainda vai rolar?(abraça Odete)

Odete – Quieto quer que nos descubram?

Carteiro – Minha deusa estou morrendo de saudade.(começa a agarrar Odete) Odete – Amanhã tá bom? Carteiro – Ótimo. Maria – Odete! Odete – Para com isso, a mamãe vem vindo. Carteiro – Eu não resisto a você. Odete – Ai que quentura! Entra Maria. Maria – Odete você viu o pinico? Odete –Não mamãe.(se recompõe) Maria – Você ainda está aqui? Carteiro – Só estou esperando que sua filha assine. Maria – Sei você ficou esperando que eu voltasse. Odete – Mamãe deixe o carteiro em paz. Carteiro – Obrigado, você pode assinar aqui. Certo, obrigado.

- Tchau! Maria – Tchau! Gatão.(da um beliscão na bunda do carteiro)

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O carteiro sai dando picadas e beijinhos discretos. Odete – Mamãe! Maria – Ah! Sua chata. Odete – Você precisa aprender a se comportar. Maria – Comportar nada eu quero mais é transar! Odete – Mereço! Maria – O que será que tem aqui dentro? Odete – Não sei, mas acho que isso tem haver com as saídas dela. Maria – Será que isso è um presente de um amante? Odete – Eu acho que pode ser, pois vejo entrar homens na casa dela todos os dias. Maria – Para o bem de nossa comunidade precisamos abrir a caixa. Odete – Mas isso è contra lei. Maria – Eu sei, mas para o bem de todos temos que abrir. Odete – Não é uma boa idéia. Maria – Me de essa caixa. Odete – Não eu vou esconde-la. Maria – Mas...

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Odete – Não quero saber vou esconder a caixa e depois vou aproveitar e vou sair para rezar.(sai levando a caixa)

Maria – Essa ai ta precisando é transar nunca vi tanto estresse.

- Droga agora vou ficar morrendo de curiosidade. - Eu acho que vou procurar. - Não! Aquela chata vai me azucrinar. - Para o bem de nossa comunidade eu devo

procurar. Entra Gil.

Gil – Vovóóó! Maria – O que é sua bicha. Gil – Bicha não! Sou quase uma Afrodite. Maria – O que você quer? Gil – Eu perdi meu sinto. Maria – Agora sim, sua mãe vai ter um treco. Gil – Ué! Porque? Maria – Como você perde o pinto assim sem avisar ninguém? Gil – Eu disse sinto. Maria – Que sinto porra nenhuma, e não grite que não sou surda, eu aqui preocupada, vem você com estória de cinto. Gil – Preocupada com o que? Maria – Sabe aquele carteiro...

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Gil – Sei aquele gostosão. Maria – Sim aquele ele trouxe um pacote.. Gil – Bem que depois fiquei imaginando o que ele estava fazendo aqui. Maria – Deixa eu terminar a estória Gil – Tudo bem vovó Maria – Dizia eu que ele trouxe um pacote que era da vizinha. Gil – Se era da vizinha porque ele o deixou aqui? Maria – Ela havia saído de casa, e não tinha com quem deixar. Gil – Interessante, e o que tinha no pacote. Maria – Não sei sua mãe o escondeu. Gil – Onde ela está. Maria – Ela foi rezar. Gil – Então vamos procura-lo, quando ela sai para rezar ela demora um montão. Maria – Se sua mãe voltar logo. Gil – Vamos deixar um bilhete dizendo que saímos para comprar uma sinta liga para mim.(pega papel e caneta) Maria – É melhor dizer que é para mim. Gil – Aqui está vamos logo.(saem) Entra Odete olhando para todos os lados. Odete – Um bilhete “Querida mami fomos comprar uma cinta liga para vovó voltamos tarde”.

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- Isso é tudo que eu queria.(vai até a janela e faz um sinal e logo entra o carteiro) Carteiro – Barra limpa?(na porta) Maria – Poder vir.(toda faceira) Carteiro – Ah! Minha deusa você faz brotar um fogo em mim. Odete – Fala mais ai que calor. Carteiro – Vem apaga meu tesão Odete – Vem meu bombeiro apague meu fogo. Carteiro – Pega na minha mangueira. Odete – Vamos para meu quarto que o negócio ta pegando fogo.(saem)

Entram Maria e Gil segurando a caixa. Maria – Eu já disse para você soltar. Gil – De jeito nenhum, fui eu que achei. Maria – Sim, mas quem vai abrir primeiro sou eu. Gil – E porque? Maria – Porque eu sou mais velha. Gil – Essa não vovó olhe que você fez! Maria – Pelo menos vamos descobrir o que ela anda fazendo. Gil – Olhe são panfletos. Maria – Mas que abusada, fazendo propaganda no nosso bairro.

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Gil – Vamos ver o que contem nesses panfletos: Maria - Precisa – se de rapazes.

- Mas que sem vergonha. Gil - Deixe – me terminar de ler. Maria – Que terminar de nada, aquela safada vai ver uma coisa. Entram Odete e o carteiro de pijamas. Odete – O que está acontecendo aqui? Carteiro – É que zona é essa? Gil – Mamiii!!! Maria – Odete?

- Mas que sem vergonha não? Gil – Mami, que diria você agarrou o carteiro bonitão. Maria – Que rezar nada, você ia é agarrar o rapagão. Gil – Deixa ela vovó, ela está certa. Odete – Obrigara meu filho.

- Mas me digam porque vocês estavam discutindo?

Maria – Aquela safada da Júlia mandou fazer folhetos recrutando rapazes. Odete – Como vocês sabem disso? Gil – Na discussão a caixa se abriu e a vovó pegou um folheto.

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Carteiro – Vocês abriram a caixa? Odete – Isso sim é uma vergonha mamãe. Maria – Não é não eu fiz isso para o bem de todos, agora que sabemos o que a safada pretende vamos expulsa-la de nosso bairro. Odete – Deixe-me ver esse folheto. Maria – Não essa é a prova. Carteiro – Abrir correspondência dos outros é crime. Maria – Não se preocupe ninguém vai ficar sabendo. Gil – Mami tem alguém chamando no portão. Odete – Oi Júlia!

- Claro está aqui pode entrar. - É a Júlia está vindo buscar os

panfletos. Maria – Agora veremos o ela tem a dizer em sua defesa. Entra Júlia. Júlia – Olá pessoal como vão? Maria – Olá uma ova! Odete – Desculpa Júlia mamãe está nervosa. Júlia – O que aconteceu dona Maria.

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Gil – Ela deixou cair à caixa e sem querer ela abriu e acabou lendo os folhetos que estavam lá. Júlia – Isso não tem nada de mais. Maria – Como assim sua sem vergonha. Carteiro – Desculpe moça ela disse que em seu folheto havia um pedido de rapazes para trabalhar. Júlia – Sim e o que tem isso a ver. Odete – Ela acha que você quer abrir uma zona. Júlia – A senhora leu todo folheto? Maria – Para que eu ia perder meu tempo com essa promiscuidade. Júlia – Então eu direi o que está escrito: Maria – Não se atreva. Júlia – Precisa de rapazes para fazer entrega de marmitex, os interessados favor comparecer á Rua Fernando Duda n 20. Maria – Ah! È só isso? Odete – Deixe-me ver.

- Que vergonha mamãe. - Você me desculpe Júlia.

Júlia – Que é isso, eu entendo as pessoas vão envelhecendo e ficam na janela só se metendo na vida dos outros. Maria – Velha e enxerida é a mãe da sua vizinha!

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Gil – Você quer rapazes para entregar a marmita para fora? Júlia – Sim! Você está interessado? Gil – Mas é claro meu sonho é entregar minha marmita para fora. Odete – Meu filho você é viado? Gil – Viado não! Sou quase uma Rainha do Deserto. Odete – Meu filho. Carteiro – Bem que eu lhe avisei. Maria – É minha filha só você não via. Odete – Se ele é feliz assim, o que fazer? Gil – Obrigado mami. Carteiro – Sai fora e nem se atreva a me chamar de papi. Júlia – Bem vou pegar meus panfletos e vou embora. - Boa noite Dona Odete! - Obrigada. Odete – Eu que tenho que agradecer e mais uma vez me desculpar. Júlia – Que é isso. Maria – Antes de ir gostaria que você me encomendasse um marmitex. Júlia – Mas é claro Dona Odete!

- Te espero amanhã Gil.(vai saindo) Gil – Tudo bem.

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- Olha é o Geraldo acho que ele quer outra aula particular de anatomia.

Odete – Filhinho! Carteiro – Deixa ele Odete. Gil – Obrigado paizão. (sai) Carteiro – Vamos terminar o que começamos? Odete – É claro meu tigrão.(saem se agarrando) Maria – Isso vão esqueça a veia aqui na sala sozinha seus tarados. - Não é justo uma velha como eu ficar

aqui sozinha. - De quem é essa bolsa? - Deixe-me ver está cheio de purpurina

deve ser do meu neto viado. - Espere o que é isso? - Um vibrador! Ui!! (sente o vibrador) - Quem não tem cão caça com gato. - Agora sim eu vou me divertir.(sae

rindo)

Fim

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Atenção Atenção esta como outras peças estão registradas no sbat então antes de se representar pedir devida autorização.

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