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As incongruências da religião particular
Pr. Fernando FernandesPIB em Penápolis, 16/02/2014
Esta mensagem é uma reedição atualizada dos sermões que preguei
em 17/11/2002 e 17/12/2007, baseadas em Juízes 17 e 18, e que
entendo apropriada para a ocasião e para o contexto que vivenciamos
atualmente como Igreja.
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Antes de mais nada devemos definir conceitos.
Primeiro, incongruente é tudo aquilo que não é condizente com a realidade
devida e que é, por isso, inconveniente, impróprio e
inapropriado para os fins nos quais é aplicado.
Em seguida, no Texto Sagrado, a fim de motivar a nossa devocionalidade,
temos orientações sobre todos os aspectos da vida cristã e essas
orientações visam, também, ajudar no desenvolvimento da espiritualidade
sadia.
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Assim sendo, podemos afirmar que a espiritualidade sadia se faz necessária em tempos de fé líquida,
como define o Sociólogo Zygmunt
Bauman, e de espiritualismo efervescente.
Essa efervescência espiritualista gera uma pseudoespiritualidade e isso
influencia negativamente a religiosidade popular, que confunde
devoção com o misticismo e experiência religiosa com esoterismo, em especial nas igrejas que pregam a
“teologia” da prosperidade e o neossionismo.
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Neste contexto, é relevante reestudarmos sobre as incongruências da religião particular, visto que devido essa confusa e difusa efervescência as pessoas tendem para as imprecisões
teológicas, se desviando, às vezes sem perceber, da espiritualidade e da religiosidade ensinadas na Bíblia
Sagrada.8
Tal desvio gera uma espécie de amnésia espírito teológica na qual se
perde a noção clara do caráter de Deus, seu poder e seu propósito de salvação, visto que as pessoas ficam
vidradas por uma religião humanista e materialista fomentadora da
prevalência dos desejos humanos e da prosperidade material.
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Esse espiritualismo místico, esotérico e
efervescente, no dizer de Eugene Peterson,
resulta na maldita concepção do “Cristo
genérico”.
E é justamente essa ideia de Cristo e
Cristianismo genéricos que faz as pessoas
optarem pela religiosidade pessoal e particularizada, como muitos cristãos têm
praticado atualmente.10
O cristianismo e seu evangelho genérico, bem como a religiosidade
genérica são como os remédios genéricos.
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Dizem ter o mesmo princípio ativo, Jesus Cristo, mas são mais atraentes pelo baixo preço, ou seja, o padrão
ético que exigem, pela oferta de solução imediata, a determinação
curas, a rejeição de enfermidades, os milagres psicossomáticos e a
prosperidade financeira imediata, e por dispensarem, muitas vezes, a receita, ou seja, a Bíblia Sagrada.12
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Definidos esses conceitos, quais seriam então as
incongruências da religião
particular?
Vejamos, com base em Juízes 17 e 18, a partir da experiência de Mica, algumas dessas incongruências.
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1. A Idolatria –Juízes 17.1-3.
Mica, o “que parece com Yahweh”, com Deus, roubara a própria mãe,
mas ao devolver a prata roubada traz à luz a rasa devocionalidade da
mulher que, acometida de grave crise de permissividade diante do pecado, a idolatria, dedica solenemente a Deus
a prata roubada. 16
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Tal dedicação não é oferta de gratidão pela restituição, mas uma tentativa de reaver os bens e a prova disso são os ídolos fabricados para o culto a Deus, apesar de a Bíblia ensinar em Êxodo 20.4 que Deus proíbe as imagens e a
idolatria.
Na verdade, Mica e sua mãe já haviam banalizado de tal forma o pecado que
confundiam a idolatria com a adoração verdadeira.
Essa permissividade e parcimônia diante da idolatria indica a total perda
do referencial da espiritualidade, da fé e da religiosidade verdadeiras.
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Assim como muitos em nossos dias, Mica e sua mão não se deram conta
de que a idolatria não é e jamais será culto a Deus, mas sim culto aos demônios, 1 Coríntios 10.14-22.
A idolatria, seja diante de imagens, de líderes evangélicos, de cantor gospel,
de pregadores, bispos, apóstolos, pastores, templos, igrejas ou denominações é uma prova
incontestável de que a religião praticada é particularizada e
dissociada dos mandamentos de Deus, que proíbe a idolatria,
Êxodo 20.3-6. 20
A segunda incongruência da religião particular, conforme Juízes 17 e 18, a
partir da experiência de Mica é...
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2. Pensar que se pode comprar as bênçãos de Deus – Juízes 17.3-4 e 13.
O texto mostra que Mica roubara uma
pequena fortuna de sua mãe, 1.100
Ciclos (13,200) kg de prata, que pela
cotação em 14/02/2014, vale
R$ 284.064,00.23
Vemos ainda que a confissão e a restituição não foram espontâneas,
mas sim condicionadas à “quebra” da maldição lançada, vs. 2.
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Na verdade, Mica estava fazendo uma espécie de investimento religioso na
tentativa ser perdoado e “abençoado”, antecipando a “bênção”
ao reter uma parte do que havia roubado, 2,400 Kg.
De sua parte, a mãe dele praticava o “toma lá da cá” com Deus, para não
perder toda a “bênção”. 25 26
Eles bem que se mereciam, pois Mica queria minimizar o peso da maldição lançada por sua mãe contra o ladrão,
ele mesmo, e sua mãe queria se justificar por ter lançado a maldição na hora da raiva, ao descobrir que
fora roubada.
O fato é que, à luz da Bíblia Sagrada, ambos eram movidos por ganância, avareza e por desejo ganancioso de “prosperar” mais e mais, estando cheios de amor ao dinheiro e de
rancor entre si, por causa do dinheiro.
O deus deles era o dinheiro.27 28
Podemos questionar a sinceridade da mulher ao vermos que toda a prata
consagrada a Deus, vs. 3, é reduzida a um quinto do valor, vs. 4, para a
feitura dos ídolos, como se com isso ela pudesse comprar a Deus e suas
bênçãos.
E a “generosidade” de Mica? Uma piada! O dinheiro só foi devolvido porque fora “consagrado” a Deus,
devendo ser usado apenas para fins de culto e jamais para lucro pessoal.
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Resumindo: A mulher tenta
aplacar a ira de Deus e Mica só
queria mais bênçãos materiais, vs. 13, e
os dois juntos queriam comprar a Deus e as bênçãos
de Deus. 30
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A religião deles era tão genérica, materialista e incongruente que
nenhum dos dois estava preocupado com espiritualidade, santidade ou
com a consagração sincera e fiel de dízimos e ofertas a Deus, mas apenas em ter mais dinheiro, mais bênçãos e
em “prosperar” cada vez mais.
Mica e sua mãe, assim como muitos adeptos da “teologia” e das
campanhas de prosperidade, se esqueceram que Deus não se vende,
que bênção não se compra e que dízimos e ofertas não é investimento,
mas sim consagração sincera em amor, gratidão e fidelidade ao Deus da Provisão que concede por graça,
mas não vende, suas bênçãos. 32
A última incongruência da religião particular que identificamos Juízes 17
e 18, na experiência de Mica é...
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3. A instituição da “igreja do eu” e do
sacerdócio particularizado –
Juízes 17.5.
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Contrariando a orientação bíblica em Êxodo 20.22-24 para a adoração e
para construção do Santuário, Mica constrói um templo na sua própria casa, e neste templo, ao invés da
presença de Deus, ídolos, no lugar do pastor, sua própria capa sacerdotal e
seu filho, no lugar da profecia, adivinhações e profetadas.
Como vemos atualmente, uma
aberração maior do que a outra!
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A Igreja não é propriedade humana, Mateus 16.18, e o Ministério
sacerdotal, profético e pastoral não é Profissão, mas Vocação para pessoas
chamadas por Deus e ungidas pelo Espírito Santo, Êxodo 29.1-9, Jeremias 1.4-5, Efésios 4.11-13 e 1 Timóteo 4.4,
2 Timóteo 1.1-9 e 1 Pedro 4.10-11.38
Não satisfeito, depois de fundar
sua própria igreja, Mica contrata, na verdade compra,
seu próprio sacerdote e pastor.
Porém, esse pastor, além de não ser vocacionado, é corrupto e se vende
duas vezes, Juízes 17.10-11 e 18.18-20, preocupado apenas para atender o seu patrão, Mica, e em garantir o
salário, sem nenhuma preocupação espiritual, vocacional, ética, bíblica e moral, e sem compromisso com Deus
e com a verdadeira Religião.39 40
O referencial de Mica para as decisões de fé, de religiosidade e de igreja não
era a Bíblia Sagrada, mas sim o seu humanismo, seus interesses e sua
ganância financeira, e seu culto era motivado pelo dinheiro, pela conivência pecaminosa e pela
negligência do Sagrado, da Ética Cristã e da verdadeira espiritualidade.
O “pastor” de Mica e de sua igrejinha
particular não era Autoridade Espiritual,
Guia e Mestre de Bíblia, Juízes 18.3-6 e
30, mas sim uma marionete nas mãos
ardilosas de Mica.41
Na verdade, toda pessoa que está na Igreja, mas que é espiritualista,
humanista, esotérico e praticante de uma religião totalmente incongruente
e contrária aos propósitos de Deus revelados na Bíblia Sagrada sempre
tenta manipular e controlar o Pastor e os processos eclesiais como fizera
Mica.42
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Ainda hoje é assim. Os praticantes do espiritualismo místico e esotérico, da
religiosidade genérica, particular, humanista, materialista e
incongruente consideram a Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, um fardo pesado, incômodo, desnecessário e
dispensável.43
Normalmente, essas pessoas são as que também optam pelo pastoreio de si mesmas e que não se permitem ser
pastoreadas pelo Pastor da Igreja, principalmente se ele não as bajula, não “come na mão delas” ou se ele
prega a Bíblia e lhes confronta o pecado, Judas vs. 12 e 19.
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São seguidores de Mica e não de Jesus Cristo, que desprezam a Bíblia e querem que a Igreja seja do jeito
deles e conivente com o pecado deles.
Pessoas que agem assim não são Igreja, Corpo Vivo, de Jesus Cristo. São
pecadores rebeldes que acabam envergonhadas e excluídas, pagando,
como Mica, um grande “mico”. 45 46
Amados, a religião particular e incongruente não é a Religião
Verdadeira que prega a salvação e que aprimora o caráter cristão, a
espiritualidade e a comunhão com Deus e com os irmãos na Igreja.
A espiritualidade sadia propicia a religiosidade benfazeja, obediente a Deus e à sua Palavra, e promotora de
comunhão Deus, de certeza inabalável de salvação em Jesus e de unção e poder do Espírito Santo em nossas
vidas.
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Devemos renunciar o espiritualismo e a religião genérica e incongruente se desejamos a certeza de salvação e o
perdão de pecados.
Jesus morreu por nós na cruz e nos deixou a sua Igreja, com pastores vocacionados e ungidos que nos
ensinem a Bíblia e que ele é o único Salvador e Senhor de nossas vidas.
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Na Igreja de Cristo, sob a Autoridade Espiritual do Pastor, temos a instrução
bíblica contra o pecado e para a verdadeira adoração, bem como para a prosperidade financeira como fruto
da obediência, da fidelidade, da generosidade, do contentamento e da consagração de nossas vidas ao Deus
da Provisão.
A verdadeira Igreja de Jesus não tem ídolos, “rei ou rainha da cocada preta” e nem pessoas “formadas” em Bíblia
ou insubstituíveis.
A Igreja de Jesus Cristo é composta de pessoas libertas do pecado e do
Inferno, e de servos fieis, dedicados, obedientes e consagrados a Deus,.
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A religião particular incongruente é uma grande e diabólica maldição.
A Religião Verdadeira, fruto da espiritualidade sadia e da fé salvadora em Jesus, é pautada na santidade, na
integridade moral e intelectual, é piedosa e isenta da corrupção
mundana, e é libertadora e abençoadora, Tiago 1.26-27. 52
Se é essa a religião que você procura, entregue sua vida a Jesus e renuncie o
espiritualismo, o misticismo, o materialismo e a religião particular e
genérica.
Aceite a Jesus como seu único e
suficiente Salvador e Senhor,
obedecendo a Bíblia Sagrada, e você
sentirá a alegria de fazer parte da
verdadeira Igreja de Jesus Cristo. 53
Amém.
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