As missões dos portugueses por terras africanas · uma opinião própria sobre a conduta a...

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Conferência Prof. Cunha-Vaz Dr. Neil Miller aborda neuropatia óptica isquémica anterior As missões dos oftalmologistas portugueses por terras africanas Pág. 6 Pág. 3 Hotel Tivoli Marina, Vilamoura |1 a 3 de Dezembro, 2011 Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso EDição Diária do 54.º Congresso Português de oftalmologia Dia 3 Sábado

Transcript of As missões dos portugueses por terras africanas · uma opinião própria sobre a conduta a...

Conferência Prof. Cunha-Vaz

Dr. Neil Miller aborda neuropatia óptica isquémica anterior

As missões dos oftalmologistas portugueses por

terras africanas

Pág. 6

Pág. 3

Hotel Tivoli Marina, Vilamoura |1 a 3 de Dezembro, 2011Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso

EDição Diária

do 54.º Congresso

Português de oftalm

ologia

Dia 3Sábado

Especialistas debatem controvérsias em neuroftalmologiaTemas controversos em neuroftalmologia serão debatidos por um painel de especialistas de

renome nacional e internacional na sessão «À conversa com os especialistas» de hoje. A partir das 9h30, na sala Gemini, tem início o debate, com a moderação da Dr.ª Ivone Cravo.

Vanessa Pais

Com a intenção de criar um espaço de debate dinâmico em torno da temática da neuroftalmologia, a sessão «À conversa com os

especialistas» de hoje reúne temas controversos. «A ideia é ir intro-duzindo alguns casos de patologias que contemplam abordagens diferentes de diagnóstico e tratamento, para as quais não existem gui-delines ou recomendações, pedindo aos especialistas que os comen-tem», indica a Dr.ª Ivone Cravo, coordenadora do Grupo Português de Neuroftalmologia da SPO e moderadora da sessão.

O painel de convidados é composto pela Dr.ª Aki Kawasaki, neuroftalmologista no Hôpital Ophtalmique Jules Gonin, na Suí-ça; o Dr. Neil Miller, do Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins Hospital, nos EUA; o Prof. Eduardo Silva, dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC); o Dr. João Costa, do Hospital de Egas Moniz, em Lisboa; e o Dr. Pedro Fonseca, também dos HUC. Ivone Cravo acre-dita que, além do contributo destes especialistas ao nível da troca de experiências nas várias patologias abordadas, pela forma educativa e estimulante como o programa está construído, irá constituir-se uma revisão actualizada nesta área».

Em relação às patologias, a moderadora da sessão adianta que «as doenças retinianas, do nervo óptico (neuropatias ópticas de vá-rias etiologias, tumores, drusens), pupila e motilidade ocular estarão entre as escolhidas, embora a sua introdução no debate esteja de-pendente do rumo que tomar a discussão».

Enquanto não é possível definir guidelines, «devido à impossibili-dade de levar a cabo estudos multicêntricos, randomizados e dupla-mente ocultos, que englobem um número elevado de doentes, até porque algumas das patologias são raras», a moderadora da sessão defende que «os especialistas têm de estar actualizados, contribuin-

do para a discussão e implementação das recomendações e tendo uma opinião própria sobre a conduta a adoptar, um "manual de boas práticas", no qual se inclui informar o doentes das várias opções tera-pêuticas existentes, para que possa fazer uma escolha informada».

Evitar e minimizar as complicações do descolamento da retina

«Do início ao final da cirurgia, pode acontecer de tudo», diz a Dr.ª Angelina Meireles, oftalmologista no Centro Hospitalar do

Porto - Hospital Geral de Santo António e co-coordenadora do Curso «Complicações no descolamento da retina», que decorre hoje, entre as 9h30 e as 11h00, na sala Vega. Os problemas que podem estar associados a esta patologia de prognóstico reservado e ao seu trata-mento cirúrgico são vários e estão em destaque nesta sessão didácti-ca, que privilegia a troca de experiências entre os especialistas.

Para Angelina Meireles, é importante reunir os especialistas em torno da questão das complicações, «até porque muitas de-las não são assim tão frequentes e, por isso, há pouco conheci-mento prático e experiência para os resolver», explica. A oftal-mologista avança ainda que serão abordadas durante o Curso ocorrências «desde as mais simples, com pouca ou nenhuma repercussão no trabalho final se forem de imediato resolvidas, até às mais complicadas, como as hemorragias da coróide».

«Há complicações que não resultam de má prática ou das técnicas em si, mas sim da própria natureza do tratamen-to ou da doença, de contingências várias ou de aspectos biológicos», explica o Dr. Victor Ágoas, assistente graduado de Oftalmologia no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa, e também co-coordenador do Curso. «Por esta razão», continua, «há complicações não-evitáveis, que só podem ser minimizadas».

Durante o Curso, o painel de convidados vai abordar, a par-tir da experiência clínica de cada um, as complicações major e minor associadas ao descolamento da retina que podem surgir antes, depois ou durante a cirurgia. A proliferação vítre-orretiniana «uma das complicações major mais temida pelos

cirurgiões», não vai faltar na discussão, já que «tem múltiplos facto-res na sua origem e pode ter grande repercussão nos resultados», avança Victor Ágoas.

Com o descontraído título «Ups! O que faço agora?!», a sessão de-dicada às complicações no descolamento da retina vai contar ainda com os comentários e a experiência dos Drs. Augusto Barbosa, Antó-nio Rodrigues, David Martins, João Paulo Castro Sousa, João Branco, Mun Faria e do Prof. Dr. Carlos Neves. Patrícia raimundo

Os Drs. António Rodrigues, Mun Faria, David Martins, Angelina Meireles, João Paulo Castro Sousa (na foto, da esq. para a dta.), Victor Ágoas, António Barbosa, João Branco e o Prof. Carlos Neves discutem casos clínicos de complicações no descolamento da retina

Os Drs. Neil Miller, Ivone Cravo (moderadora) e o Prof. Eduardo Silva (na foto, da esq. para a dta.) são alguns dos participantes da sessão «À conversa com os especialistas» sobre controvérsias em neuroftalmologia

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Desafios da neuropatia óptica isquémica anterior

O Dr. Neil Miller, prelector convidado da Conferência Prof. Cunha-Vaz, traça o estado da arte de uma patologia que

ainda desafia os oftalmologistas ao nível do seu diagnóstico, patogénese

e abordagem – a neuropatia óptica isquémica anterior. Hoje, a partir das

12h30, na sala Gemini.

Vanessa Pais

A neuropatia óptica isquémica anterior (NOIA) é a segunda causa mais comum de perda permanente de visão relacio-

nada com o nervo óptico, nos adultos e após glaucoma, lembra o Dr. Neil Miller, do Wilmer Eye Institute, Johns Hopkins Hospital, nos EUA, que, este ano, é o prelector da conferência Prof. Cunha- -Vaz. Apesar de frequente, ainda são muitos os desafios ao nível do diagnóstico, da patogénese e da gestão da NOIA, dos quais alguns serão abordados nesta conferência, que conta com a moderação do Dr. Jorge Breda, da Dr.ª Manuela Cidade e do Prof. Joaquim Murta. Ao Visão SPO, Neil Miller fez um ponto da si-tuação sobre a abordagem a esta patologia, nas suas três formas:

NOIA não-artrítica Não existe um tratamento definitivo para este tipo de neuropatia óptica isquémica anterior, no entanto, Neil Miller defende que de-vem ser feitas tentativas para reduzir ou eliminar os factores de risco para eventos vasculares subsequentes. Para isso, «é pre-ciso fazer uma avaliação médica completa, incluindo o questio-nário sobre o uso de inibidores da fosfodiesterase-5, sintomas de apneia do sono e hiper-homocisteinemia», afirma o prelector da conferência, que identifica «a falta de modelos animais com neu-ropatia óptica isquémica anterior não-artrítica» como a principal dificuldade para determinar o tratamento ideal.

Ainda assim, Miller destaca a importância dos modelos de ra-tos e primatas existentes que, embora a forma como a patologia lhes é induzida seja diferente da patogenia humana desta doen-ça, «constituem uma plataforma na qual é possível testar opções de tratamento que, nos próximos anos, forneçam mais informação sobre a patogenia, a prevenção e o tratamento desta patologia».

NOIA perioperatóriaSobre a neuropatia óptica isquémica anterior perioperatória, este especialista foca-se em duas questões: «O aumento do risco de ocorrência de neuropatia óptica aguda, imediatamente ou várias

semanas após a cirurgia da catarata não complicada, também no segundo olho, se este for sujeito a cirurgia da catarata; e, no caso dos doentes que sofreram uma crise espontânea de NOIA não-artrítica no olho contrário àquele que foi sujeito a cirurgia da catarata, o risco aumentado de vir a ocorrer uma neuropatia óptica aguda pós-operatória no olho operado.»

Neil Miller sublinha que «não há forma de prever o que vai aconte-cer durante o pré-operatório, nem de prevenir uma cirurgia cardíaca póstuma (ou a propensão para uma situação póstuma de cirurgia à coluna) no caso de se verificar NOIA perioperatória, não existindo tratamento definitivo», mas, apesar disso, «os doentes devem ser submetidos à correcção imediata da anemia e/ou da hipotensão».

NOIA artríticaEm relação aos doentes com suspeita de neuropatia óptica isqué-mica anterior artrítica, o prelector da conferência Prof. Cunha-Vaz sublinha que estes têm «subjacente arterite de células gigantes [ACG], o que exige a verificação da hemossedimentação e da proteína C-reactiva, seguindo-se o tratamento imediato com altas doses de esteróides, sem esperar pelo resultado da biopsia da artéria temporal, pois o outro olho pode perder a visão no espaço de horas ou dias». Em relação ao tratamento, Miller observa: «Não há substituto dos esteróides para os doentes com ACG, mas al-guns beneficiam com a introdução de metotrexato ou heparina».

Sobre o Dr. Neill Miller- Integra a equipa do Wilmer Eye Institute do Johns Hopkins Hospital desde 1975;

- É professor de Oftalmologia, Neurologia e Neurocirurgia no Johns Hopkins Medical Institutions;

- É chefe da Neuro-Ophthalmology and Orbital Units do Wilmer Institute;

- Foi presidente da North American Neuro-Ophthalmology Society de 2000 a 2002;

- Foi presidente da International Neuro-Ophthalmology Society em 1982, 1992 e 2008;

- É autor ou co-autor de mais de 430 artigos, 80 capítulos e 13 livros;

- Em 2009, recebeu o prémio carreira atribuído pela American Academy of Ophthalmology.

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Retinopatia diabética: novo paradigma de cuidados

Tratar a retinopatia diabética de forma mais eficiente e atem-pada é a ideia-chave de um novo paradigma de cuidados

associado a esta patologia, cuja incidência está a aumentar. A mudança, motivada pelo aparecimento de novos fármacos e por uma atitude terapêutica renovada (conceito de fármaco-laser), está em destaque neste último dia do Congresso, no Curso so-bre um novo paradigma de cuidados na retinopatia diabética, que decorre às 15h00, na sala Vega.

«A retinopatia diabética é uma doença complexa, com múlti-plos mecanismos de acção, por isso vale a pena usarmos tudo aquilo que temos à nossa disposição para maximizar os resulta-dos», diz o Dr. José Henriques, coordenador do Curso e director clínico do Instituto de Retina e Diabetes Ocular de Lisboa (IRL).

«O laser é um instrumento clássico no tratamento da retinopatia diabética, mas começámos a perceber que, se associarmos ou-tras terapêuticas, como os anti-VEGF [vascular endothelial growth factors] e os corticóides, podemos conseguir melhores resulta-dos. O grande paradigma agora é a chamada terapêutica combi-nada», revela o oftalmologista.

A associação de diferentes atitudes terapêuticas não é o único pilar desta nova forma de encarar a patologia; a noção de ur-gência no tratamento também tem vindo a mudar, diz José Hen-riques. «A cada semana que passa, há um agravamento da si-tuação. Não só é importante utilizarmos todos os procedimentos médico-cirúrgicos disponíveis, mas também importa fazermos uma actuação precoce.»

A cooperação do doente é outro dos tópicos a abordar no Cur-so «Retinopatia diabética: novo paradigma de cuidados». Segun-do o coordenador, «conseguir motivar o doente a mudar o estilo de vida melhora o seu estado de saúde em relação à diabetes e, particularmente, em relação à retinopatia». Trata-se de uma abor-dagem complementar, eficaz e que «consome poucos recursos».

Para apresentar o novo paradigma de que se fala, o Curso con-ta com o contributo do Dr. Vítor Genro, da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, da Dr.ª Susana Teixeira, do Prof. Ru-fino Silva e dos Drs. Luís Gonçalves, João Figueira e João Nasci-mento, oftalmologistas com vasta experiência no tratamento desta patologia. Patrícia raimundo

Os Drs. João Figueira, Vítor Genro, Luís Gonçalves, Susana Teixeira, José Henriques, João Nascimento e o Prof. Rufino Silva (da esq. para a dta.) apresentam um novo paradigma de cuidados na retinopatia diabética

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Que desafios impõem o diagnóstico e o tratamento das urgências em neu-roftalmologia?Existem dois tipos de emergências. O primeiro é uma desordem neu-rológica aguda ou sistémica que afecta o sistema visual, conhecida por ter uma elevada taxa de morbimortalidade. Alguns exemplos são: perda visual aguda, devido a arterite de células gigantes; paralisia aguda do terceiro nervo devido a expansão ou ruptura de aneurisma cerebral; diplopia aguda devido a deficiência de tiamina (síndrome de Wernicke); e anisocoria dolorosa aguda devido a dissecção da arté-ria carótida. Nessas e noutras situações relacionadas, a manifestação clínica da doença é oftalmológica, pelo que o oftalmologista geral é frequentemente o primeiro especialista a avaliar o doente. Assim, o desafio é lembrar e reconhecer que distúrbios neurológicos ou sis-témicos se podem apresentar com sintomas e sinais principalmente oftalmológicos. Felizmente, a lista é bastante limitada e vamos discutir algumas destas situações na conferência.

O segundo tipo de emergência neuroftalmológica – mais desafiante – ocorre quando um doente com diagnóstico conhecido desenvolve uma mudança na sua evolução clínica que pode pressagiar um mau

prognóstico, se não se intervier em tempo útil. São exemplos desta ca-tegoria: paralisia progressiva e múltipla dos nervos cranianos, devido a meningite carcinomatosa num doente que se acredita ter linfoma em remissão; perda visual progressiva devido a papiledema persistente de pseudotumor cerebral; e mudança na estado visual num doente com orbitopatia tireoideana. Os pontos-chave nestes cenários são os exames de seguimento, para que sejam detectadas precocemente mudanças subtis no estado do doente.

Que outros conselhos deixa sobre a abordagem das doenças neuroftalmológicas?Em geral, os oftalmologistas – embora sejam os médicos mais qua-lificados para abordar problemas do foro da neuroftalmologia –, por vezes, hesitam em avaliar e tratar doenças potencialmente neurof-talmológicas. Dizem que a neuroftalmologia é muito confusa, mas o diagnóstico começa com uma regra básica: detalhar a história clínica e realizar um exame cuidadoso. Encorajo todos os oftalmologistas a confiarem nas suas competências. É importante estar familiarizado com alguns dos distúrbios neuroftalmológicos mais comuns, mas não é necessário ser-se um expert.

Dr.ª Aki Kawasaki, neuroftalmologista no Hôpital Ophtalmique Jules Gonin (Suíça)

«É importante estar familiarizado com os distúrbios neuroftalmológicos mais comuns»

Evidência científica sobre a segurança dos anti-VEGF

Em entrevista, a Dr.ª Aki Kawasaki tece algumas considerações acerca do tema sobre o qual vai proferir uma conferência, pelas 11h30, na sala Gemini: as urgências neuroftalmológicas.

Hoje, a partir das 20h30, decorre o jantar de encerramento do 54.º Congresso Português de Oftalmologia, onde serão entregues os habituais prémios da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Habituais são também as surpresas, a julgar

pelas edições anteriores. Será que o filme protagonizado pelo Dr. António Figueiredo em busca do pagamento da SPO pela apresentação da «gala de talentos» do jantar de 2009 terminou ou haverá «novos episódios»? Confira, marcando presença neste importante momento de convívio e aproximação entre oftalmologistas.

Jantar de encerramento recheado de surpresas

O Prof. Paul Mitchell, especialista na área da retina e profes-sor de Oftalmologia na Universidade de Sidney, na Austrália,

apresenta hoje, pelas 12h30, na sala Gemini, as principais con-clusões de vários estudos sobre a segurança dos agentes anti-

-factores de crescimento edotelial vascular (anti-VEGF, na sigla inglesa). À luz das mais recentes descobertas, Paul Mitchell vai avançar as linhas orientadoras da prática clínica que melhor ser-vem os doentes.

Edição Av. Almirante Reis, n.º 114, 4.º E • 1150 - 023 Lisboa Tel.: (+351) 219 172 815 • [email protected] • www.esferadasideias.ptdirecção: Madalena Barbosa ([email protected])Redacção: Ana João Fernandes, Patrícia Raimundo e Vanessa Pais Fotografia: Luciano Reis • design: Filipe ChambelMarketing e Publicidade: Silvana Cruz ([email protected])

Ficha técnica

PRoPRiEdadESociedade Portuguesa de OftalmologiaCampo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 LisboaTel.: 217 820 443 • Fax: 217 820 [email protected]

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Projecto PeLC TLOA 3.ª Reunião Luso- -Africana de Oftalmo-logia, que decorreu no início de Outubro, em Luanda, Angola, marcou o início de um projecto conjunto da SPO e do Colégio

de Oftalmologia da Ordem dos Médicos (OM), num trabalho do PeLC TLO (Portuguese eLearning Cluster for Teaching and Lear-ning Ophthalmology), com a apresentação da comunicação «A Ecografia em Oftalmologia», pela Dr.ª Helena Filipe, via Skype, a partir de Lisboa. «A estas entidades juntaram-se a OM de Cabo Verde e o Grupo Português de Patologia, Oncologia e Genética Ocular da SPO, para levar a cabo mais uma iniciativa: a transmis-são via Skype do Curso de Cirurgia de Pálpebra, que decorreu em Outubro passado, na sede da SPO», sublinha Helena Filipe. E adianta: «Preparamo-nos agora para estender este projecto a outros continentes para além de África.»

Oftalmolog istas sem fronte i rasSão histórias de humanismo e de altruísmo as que hoje vão ser contadas, pelos seus

protagonistas, no Simposium Luso-Africano de Oftalmologia. A partir das 15h00, na sala Gemini, conheça projectos de oftalmologistas portugueses, heróis por terras africanas,

cujas motivações partilharam com o Visão SPO.Vanessa Pais

Projecto Visão GuinéDepois de coordenar um grupo de 19 vo-luntários, no âmbito do projecto Visão Guiné, em parceria com a Fundação João XXIII, em Janeiro passado, o Dr. Luís Gonçalves, director do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar do Alto Ave, voltou com a certeza de que havia muito a fazer, além das 129 cirurgias e das 1 170 consultas proporcionadas à popula-ção. Assim, quando o projecto foi distinguido, entre dezenas de outros projectos para diversas partes do mundo, com o Prémio Excelência em Oftalmologia Vision Award (XOVA, atribuído pela Novartis), no valor de 50 mil euros, a vontade de fazer mais co-meçou a assumir contornos reais. No próximo mês de Fevereiro, graças ao prémio atribuído ao projecto, vai nascer um centro assistencial de Oftalmologia no Hospital de Cumura, na Guiné-Bissau. «A distinção atribuída a este projecto, onde participaram vários oftalmologistas portugueses, dignifica a Oftalmologia na-cional e necessita da ajuda de todos, pelo que, durante o Sim-posium Luso-Africano, vou aproveitar para sensibilizar os meus colegas para se juntarem a esta causa», diz Luís Gonçalves, que vai partilhar a sua experiência juntamente com os também vo-luntários neste projecto, Prof. Rufino Silva e Drs. Susana Teixeira, Joel Henrique e Rosário Varandas.

Projecto Saúde para Todos 2 148 consultas e 289 cirurgias foram realizadas ao lon-go de dois anos, no âmbito do projecto Saúde para Todos – Especialidades. Tra-ta-se de um projecto do Instituto Marquês de Vale Flôr (IMVF), que tem envolvido médicos e enfermeiros dos Serviços de Oftalmologia do Hos-pital Egas Moniz e do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) que, em dois anos (2010 e 2011), com três missões por ano, levou a esperança a um país – São Tomé e Prínci-pe – onde esta especialidade não existe. Além das consul-tas e cirurgias efectuadas, «este projecto já permitiu acabar com as evacuações sanitárias para Portugal, através das quais os doentes com patologias oftalmológicas eram tratados, e com os custos que implicavam», enfatiza o Dr. António Melo, director do Serviço de Oftalmologia do Hospital Fernando Fonseca. «Para 2012, estão previstas mais três missões, em Fevereiro, em final de Maio ou Junho e em Outubro», adianta o responsável, que, no Simposium Luso-Africano de Oftal-mologia, vai relatar esta «experiência muito gratificante a nível pessoal e profissional», juntamente com o presidente do IMVF, Paulo Telles de Freitas, e os Drs. Luís Dias Pereira e Anabela Raposo.

Apoiar uma esco-la na GâmbiaO projecto a partilhar pelo Prof. Paulo Torres não está relacionado com a Oftalmologia, nem com a Medicina. É um projecto pessoal, que começou, em fa-mília, aquando de uma viagem à Gâmbia, em Dezembro de 2009. Mas é mais um exemplo do altruísmo transversal a estes especialistas que vão participar no Simposium Luso-Africano. Trata-se do apoio financeiro a uma escola que, em 2009, tinha nove salas de aula para 1 755 alunos, não tinha janelas, electricidade ou muros. «Já conseguimos electrificar a es-cola, dotá-la de janelas, muros, de uma cozinha e de uma sala de jantar. Neste momento, estão a caminho 15 computadores doa-dos pelo Hospital Geral de Santo António, no Porto, transportados pela Galp, que também se juntou à causa e ofereceu mais alguns computadores», conta Paulo Torres, confessando o desejo de voltar àquela escola e ver ao vivo o resultado do seu esforço e dedicação.

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Patrícia raimundo

SPO Jovem: ouvir e orientar os novos oftalmologistasÀ semelhança de outras sociedades científicas internacionais, a SPO tem agora um projecto dedicado aos jovens oftalmologistas. A primeira sessão do SPO Jovem acontece hoje, pelas 17h00, e pretende promover um diálogo profícuo entre os especialistas experientes e os que estão agora a começar.

«As necessidades de formação e os interesses são diferentes ao longo do nosso percurso como oftalmologistas. Assim, surgiu

a necessidade de criar este grupo, que terá actividades e formação específica para os jovens oftalmologistas», diz a Dr.ª Ana Amaral, coor-denadora do projecto SPO Jovem e secretária-geral adjunta da SPO.

Nesta primeira sessão do grupo, serão apresentados os objectivos do projecto e os planos de trabalho previstos, mas também se vai pro-curar «entender quais as reais necessidades e preocupações dos oftal-mologistas jovens durante a sua fase de formação e nos primeiros anos de independência, especialmente face às modificações do mercado de trabalho», acrescenta o Prof. Eduardo Silva, oftalmologista nos Hos-pitais da Universidade de Coimbra e um dos palestrantes convidados.

Na comunicação «Retina fora do circuito», Eduardo Silva vai adoptar uma abordagem menos convencional, alertando para a «importância de reconhecer doenças raras de afectação primária da retina e apre-sentar algumas novidades e formas de tratamento inovadoras».

A Prof.ª Zélia Corrêa, do Departamento de Oftalmologia da Univer-sidade de Cincinnati, nos EUA, fundadora e directora do Curso de

Lideranças da Associação Pan-americana de Oftalmologia, aborda-rá a importância que os jovens oftalmologistas têm para o futuro das organizações profissionais e das sociedades científicas. «Os jovens não estavam a ser preparados e envolvidos nas causas profissionais, o que limitava as opções de sucessão nos cargos de liderança e a representatividade da nova geração», revela a oradora convidada.

Foi esta constatação das várias organizações internacionais que fez surgir projectos como o SPO Jovem. «Os jovens oftalmologistas levarão a profissão para o futuro. Cabe-nos a nós, oftalmologistas estabelecidos profissionalmente, preparar, motivar e nutrir valores positivos nos jovens para assegurar a saúde ocular da população», afirma Zélia Corrêa.

A primeira sessão do SPO Jovem vai contar ainda com a apresenta-ção «SOE Lecture: circulação venosa e glaucoma», do Dr. Luís Pinto, oftalmologista no Centro Hospitalar de Lisboa Central, para além de incluir um espaço para esclarecimento de dúvidas e apresentação de sugestões. «O objectivo é conhecer as opiniões e expectativas dos internos e jovens oftalmologistas, para que possamos ir de encontro às mesmas», conclui Ana Amaral.

A primeira sessão do projecto SPO Jovem conta com a participação do Prof. Eduardo Silva, da Dr.ª Manuela Carmona, da Prof.ª Zélia Corrêa, do Prof. António Castanheira-Dinis (na foto, da

esq. para a dta.) e do Dr. Luís Pinto

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