As Mumias Contam o Segredo Dos Ossos Fortes Dos Faraos

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    Laszlo e IBRAwww.laszlo.com.br / www.ibraromatologia.com.brCopyright 2013

    s MmiasContam oSegredo dosOssos Fortesdos FarasO emprego de leos essenciais no tratamento da

    osteoartrite e artrose, osteoporose e no

    fortalecimento sseo e das cartilagens

    Por F abian LaszloPublicado no 3 Jornal de Aromatologia da LaszloAtualizado com novas referncias em 07/2014

    Sempre se soube que os egpcios uti l izavam os leos essenciais para as maisdi ferentes final idades, como cerimnias religiosas, apl icaes cosmticas, mdicas,alqumicas e no processo de mumif icao dos corpos. Os segredos por detrs damumi f icao e quais leos eram empregados agora foram revelados atravs de

    anlises minuciosas de resduos oxidados de leos essenciais sobre os ossos dasmmias e, com este estudo, surgiu uma impor tante descoberta: que certos compostosaromticos conservavam os ossos impedindo a perda de clcio e poderiam sersegredos mdicos anti gos da poca dos far as, no s empregados visando aconservao das mmias, mas para tr atar tambm da osteopor ose e ter ossos for tes.

    vida eterna sempre foi um desejo antigo dos homens. Os velhos egpciosdesenvolveram meios de preservar os corpos, por que assim acreditavam queteriam vida eterna no outro plano. Estas prticas de eternalizaoque datam

    desde o incio do velho reinado (2.635 A.C.) at o fim do perodo Ptolomaico (30 A.C.)foram muito utilizadas principalmente por pessoas das altas castas e consistiam em

    remover rgos, dissecar as partes restantes e completar o processo de mumificaocom diferentes materiais de embalsamento.

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    Os materiais empregados nesteprocesso de embalsamento consistiamprincipalmente de leos essenciais e resinas

    de madeiras queimadas. Anlises realizadaspor cromatografia (GC/MS)1 elucidaramquais os componentes foramverdadeiramente empregados neste processo,estando de acordo com as informaesdescritas por tratados de Herodotus (490-425A. C.) e Plnio (23-79 A. C.). Fenis,guaiacol, sesquiterpenides, monoterpe-nides, diterpenos oxidados e triterpenidesforam observados.

    Uma enzima, a fosfatase alcalina,

    presa dentro de ossos mumificados, foi tilpara revelar a eficincia destes compostos doembalsamento. Um estudo de Koller e seuscolegas1mostrou que essa enzima isolada demmias era mais abundante e apresentavamaior atividade funcional que a obtida deossos de mmias no embalsamadas comleos essenciais e resinas queimadas. Afosfatase alcalina uma enzima envolvidanos processos de calcificao ssea. Ososteoblastos, clulas sseas responsveis porsintetizar colgeno e estruturas que formamos ossos, secretam grande quantidade defosfatase alcalina quando esto depositandoativamente clcio nos ossos. Acredita-se queessa enzima aumente a concentrao local defosfato ou ative as fibras de colgeno, demodo a causar a deposio de sais de clcio.

    Na deficincia de vitamina D, h oaumento na atividade da fosfatase alcalina,atribuda ao aumento na atividade dos

    osteoblastos. Os nveis desta enzima seelevam tambm durante o crescimento, apsuma fratura e na osteomalcia como umatentativa do corpo de recalcificar os ossos.

    Como coparticipador da mineralizao ssea, tem fundamental importncia na formaode ossos fortes, funcionando de forma eficiente em um ambiente alcalino, e nisso, aalimentao rica em legumes, frutas e verduras cruas que alcalinizam o corpo temfundamental importncia em sua boa atividade.

    Atuao de leo essenciais nos ossos

    No estudo com as mmias1

    , fragmentos de ossos de porcos foram pr-tratadoscom 4 componentes selecionados do embalsamento: d guaiacol, -pineno, d-limoneno e

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    p-cimeno. O guaiacol foi o componente mais ativo sobre a fosfatase alcalina,aumentando sua atividade em at 12 vezes. O p-cimeno aumentou 2 vezes e o-pineno3 vezes. O d-limoneno apresentou aumento pouco significativo.

    Em exames minuciosos, descobriu-se que os egpcios utilizavam o leo essenciale resina da cornalheira (Pistacia terebinthus), Pinheiro Aleppo (Pinus halepensis),

    cedro do Atlas (Cedrus atlantica), entre outros. Muitas destas resinas eram obtidas pordestilao destrutiva, resultando em um leo queimado rico em alcatro e fenis como oguaiacol. leos essenciais queimados como a btula branca (Betula lenta), Choya loban(Boswellia serrata) e o cade (Juniperus oxycedrus) possuem guaiacol como parte deseus constituintes.

    Fenis encontrados nestes blsamos, como o carvacrol, p-cresol e o prprioguaiacol so repelentes, anti-larvais e antimicrobiais em estudos, validando seu

    potencial uso na conservao dos corpos.O processo de remodelao ssea

    ocorre atravs da reabsoro e daformao ssea, dois processos

    intermediados respectivamente pelososteoclastos e osteoblastos. A reabsorossea ocorre porque os osteoclastos(clulas sseas velhas) precisam sertrocados naturalmente por clulas sseasnovas (osteoblastos). O osteoclasto um

    macrfago especial, derivado de colnias de clulas formadoras de macrfagos namedula ssea e que age eliminando tecido sseo desnecessrio do osso.

    Durante a reabsoro, a estrutura ssea descalcificada, dissolvida e digeridapelos cidos e enzimas produzidos pelos osteoclastos, num processo denominado deosteoclasia. Os produtos resultantes da deteriorao de protena da matriz so liberadosem ambiente extracelular e excretados pela urina. A taxa de reabsoro ssea pode sermedida atravs dos elementos resultantes deste processo. A formao ssea, atividade

    processada pelos osteoblastos, realizada pela sntese de colgeno e outras protenas,depositados na matriz e depois mineralizados.

    A atividade dos osteoclastos coordenada por citocinas (pequenas protenassinalizadoras que atuam localmente) e por hormnios como calcitocina, um hormnio

    produzido pela glndula tireide, e paratormnio, secretado pelas glndulasparatireides. A principal enzima proteoltica emitida pelos osteoclastos a colagenase,responsvel pela despolimerizao do colgeno.

    Em 2003 uma pesquisa realizada por Muhlbauer et al2 demonstrou que leos

    essenciais ricos em monoterpenos so capazes de inibir a atividade dos osteoclastosimpedindo a reabsoro ssea e consequentemente a descalcificao. Esta perda, secontnua, ocasiona o enfraquecimento sseo dando origem a doenas como aosteoporose e osteopenia. Foi observado em estudos destes cientistas2,7, que osmonoterpenos possuem um efeito direto nas clulas hematopoiticas. Os compostos

    borneol, cnfora e timol foram inibidores diretos da reabsoro ssea pelos osteoclastos.J o -pineno, precisou ser metabolizado em verbenol para ser ativo in vitro.

    No fgado de mamferos, o -pineno convertido pela enzima citocromo P-450em verbenol52,5,6, componente que estimula a atividade das enzimas da glutationa,responsveis pelo processo de desintoxicao e regenerao de tecidos do corpo.

    Um estudo9realizado com o leo essencial de glbano (Ferulago galbanifera-

    sin.: F. campestris), rico em mirceno (33-39%), -pineno (22-23%) e -terpineno (8-10%) demonstrou seu potencial de aumentar a proliferao dos osteoblastos. Estes

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    compostos foram capazes de atravessar as membranas celulares e afetar a funo dasclulas sseas pelo estmulo ou inibio de sua atividade metablica.

    Recentemente10, canabinides demonstraram ter efeitos positivos na diferencia-o dos osteoblastos, e a presena de receptores canabinides no tecido sseo indicouum processo metablico mais complexo nos ossos do que se pensava. Foi descoberto

    que muitos compostos de leos essenciais possuem capacidade de se ligar a receptorescanabinides, como o caso do -cariofileno11, agindo desta forma como analgsico. E possvel que estes componentes de leos essenciais ligantes a receptores canabinidestenham impacto no metabolismo sseo-articular, impedindo sua degradao.

    Alimentos ricos em leos essenciais com alto teor de monoterpenos, como oalho e a salsa, inibiram a reabsoro ssea impedindo a perda de massa ssea10.

    Um estudo15 demonstrou que a ingesto de leo de funcho por ratasovarioctemizadas por 30 dias teve efeito preventivo no desenvolvimento daosteoporose. Na dose de 1000mg/kg, o leo de funcho foi mais eficiente do que oestradiol, contudo esta dose alta e mais txica que as outras empregadas com menorefeito teraputico.

    Na linha de leos carreadores, foi demonstrado que o cido cprico, presente nosleos de coqueiros (licuri, pamiste, coco da praia e babau), age inibindo a osteoclasto-gnese (osteoclastos so as clulas que degradam o osso), sendo til seu uso na dieta oucomo veculo para leos essenciais na preveno de doenas associadas perda demassa ssea, como a osteoporose19. O licuri o leo mais rico neste cido graxo.

    Atuao de leo essenciais nas cartilagens

    As cartilagens so formadas por condrcitos e condroblastos, sendo oscondroblastos as clulas precursoras dos condrcitos. Estudos de Portugal3,8,12

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    demonstraram que o composto -pineno possui atividade antiinflamatria doscondrcitos humanos, apresentando assim atividade anti-osteoartrtica.

    O -pineno foi inicialmente estudado a partir do leo das folhas do Juniperusoxycedros (cade) que possui 76% deste composto, tendo sido eficaz na dose de apenas0.02%.

    Nesta dose, o (+)--pineno foi capaz de inibir a liberao da citocina pr-inflamatria IL1nas cartilagens bloqueando rotas catablicas e oxidativas (NF-kappaBe xido ntrico) que levam a destruio do tecido cartilaginoso. O ismero levgiro () --pineno foi menos ativo do que o destrgiro (+), e o -pineno no foi ativo. No caso dainibio da degradao das cartilagens, o metablito verbenol foi menos ativo que o -

    pineno, diferente das observaes no tecido sseo citadas anteriormente. O pinenodemonstrou uma forte seletividade para a cartilagem, isto , no atuou em outras clulasdo organismo, o que um bom indicador de que no provoca efeitos colaterais.

    Assim, leos com -pineno so um potencial recurso natural para o tratamentodo reumatismo e doenas associadas com a degradao e inflamao das cartilagens.

    Um composto importante da fitoterapia para tratamento de problemas sseo-articulares a curcumina. Ela encontrada no turmrico, ou aafro-indiano (Curcumalonga). O leo essencial destilado do turmrico no possui curcumina, mas ela est

    presente no absoluto ou oleoresina da planta em propores mdias de 40-90%. A

    curcumina o grande segredo dos indianos para ter um corpo flexvel para fazer yoga,pois ela melhora a lubrificao das cartilagens, reduz a inflamao e previne a suadegradao16,17,18. Eles utilizam muito turmrico em sua alimentao diria.

    A associao do absoluto (oleoresina) do turmrico com leos essenciais ricosem -pineno, pode ter um enorme potencial teraputico nas doenas articulares.

    Observaes pessoais e concluso

    Tenho visto no decorrer de mais de 15 anos de viagens por todo o Brasil,ministrando cursos de Aromatologia, casos de pessoas com problemas sseos que,utilizando leos ricos em monoterpenos para usos distintos, acabaram notandoacidentalmente resultados tambm na parte ssea.

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    Temos, por exemplo, situaes interessantes de pessoas utilizando leo de teatree (Melaleuca alternifolia) como antisptico em bochechos para tratar de gengivite.Em alguns casos a melhora no s na parte da infeco, mas em raios X observa-seum processo raro de recalcificao da arcada dentria com poucos meses de uso do leoem bochechos e escovao. O tea tree um leo basicamente composto somente por

    monoterpenos, como o -pineno, -terpineno e terpinen-4-ol. Este ltimo, seucomponente majoritrio (30-45%), demonstrou ter a capacidade de se associar aosreceptores beta de clcio no corpo, causando seu bloqueio (o que como consequnciadiminui a presso sangunea)4.

    As clulas osteoblsticas possuem canais de clcio14, e h estudos13demonstrando que medicamentos alopticos hipotensores que atuam nestes canais,

    podem inibir a reabsoro ssea ou fazer o inverso. Devido ao terpinen-4-ol atuar nestescanais e poder interferir no transporte do clcio atravs das membranas celulares, ele

    pode afetar o processo metablico do clcio nos ossos.Em conversas pessoais com o prof.

    Antnio Lelis6 da Universidade Federal de

    Viosa (UFV), tive a oportunidade de conhecero caso de uma senhora de idade que sofria fortesdores por um desgaste da cabea do fmurdesencadeado por um processo avanado deosteoporose. Ela iniciou a aplicao do leo detea tree puro, como antiinflamatrio, na regioafetada da coxa, resultando no alvio dessa doraps 2 meses de uso. Para espanto da geriatraque a acompanhava, ao fazer o exame de rotinade densitometria ssea, foi notado que o fmurdesta senhora naquele local estava ganhandomassa, ou seja: recalcificando-se! A nicaexplicao foi o emprego local do leo essencialde tea tree.

    O mrito destes efeitos de longe especfico s do tea tree. Ele est relacionado amonoterpenos encontrados num nmero variado de leos essenciais, como cipreste,

    junpero, abeto, espruce, pinheiro, alecrim, slvia, tomilho, limo etc.Este segredo era conhecido h mais de 4 mil anos pelos antigos mdicos e

    sacerdotes egpcios, que descobriram que o emprego de tais substncias noembalsamento das mmias, e qui tambm no tratamento de pessoas com doenas

    sseas, permitia a conservao destas estruturas do corpo que, no caso das mmias, foito eficiente que durou mais de 4 mil anos!Baseado nestes achados, minha sugesto que os mdicos e farmacuticos em

    universidades do pas dem mais ateno a este tipo de estudo, avaliando seletivamentemelhor a atividade de monoterpenos variados sobre a parte ssea, pois isso pode

    possibilitar o desenvolvimento de alternativas naturais para o controle e tratamento daosteoporose, osteoartrose, osteomielite, degenerao da espinha e outras patologiasgraves.

    Estes componentes so facilmente encontrados em leos essenciais. Alguns,como o -pineno, aparecem em concentraes relativamente altas em leos comoalecrim e abeto (15-35%), breu preto (35-45%), cipreste, pinheiro (40-60%) e junpero

    (35-55%), e portanto seu emprego local pode ser muito positivo nas doenas sseas.

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