As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos...

68
As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas Ferraz (Escola de Economia de São Paulo - FGV) Julho/2014 Centro do Comércio Global e do investimento – EESP/FGV

Transcript of As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos...

Page 1: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais

de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias

Prof. Lucas Ferraz (Escola de Economia de São Paulo - FGV)

Julho/2014Centro do Comércio Global e do investimento – EESP/FGV

Page 2: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

1. Introdução às Cadeias Globais de Valor

2. Alguns fatos estilizados sobre o comércio internacional de bens intermediários

3. A Economia Brasileira na era das Cadeias Globais de valor: Há sinais de integração?

4. Há sinais de uma cadeia regional de valor em formação no Mercosul?

5. Acordos Regionais x Cadeias de Valor

6. Os Mega Acordos Regionais e a importância das barreiras não tarifárias

7. O papel da infraestrutura e da facilitação do comércio

8. Comentários Finais

Sumário

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 3: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

O que há de novo sobre Cadeias Globais de Valor?

1. A “Nova Teoria do Comércio” foi consolidada nos anos 80s, principalmente pelos trabalhos de Paul Krugman, buscando explicar o comércio bilateral entre países sem vantagens comparativas mútuas evidentes (chamado comércio “Norte-Norte” ou intra-indústria);

2. Naquela época, o comércio intra-indústria era tipicamente praticado por economias desenvolvidas e representava cerca de 30% a 40% das exportações mundiais;

3. Os anos 70’s e 80’s também testemunharam a ascensão econômica da Ásia e a rápida industrialização de vários de seus países, como China, Taiwan, Coréia do Sul, Singapura e outros;

Julho/2014Center for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 4: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. Ao invés de adotarem o tradicional modelo de “substituição de importações”, amplamente adotado na América Latina, estes países optaram por um modelo de especialização em estágios de produção, integrando suas estruturas produtivas, não apenas a cadeias de valor existentes na Europa e no NAFTA , como também criando suas próprias cadeias de valor regionais…

5. Mais recentemente, a mesma estratégia de industrialização foi adotada pelos países do leste asiático, como Polônia, República Checa, Eslováquia e Hungria. Aos invés de construírem cadeias de suprimentos integralmente domésticas, estes países estão se industrializando rapidamente por meio da integração a cadeias de valor da Europa ocidental;

6. Atualmente, o comércio intra-indústria (ou comércio de bens intermediários) corresponde a cerca de 66% das exportações mundiais, não sendo mais, apenas, Norte-Norte, mas também Norte-Sul… Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 5: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

7. A integração das estruturas produtivas em escala internacional faz com que o conceito de competitividade de um país deixe de ser apenas doméstico, tornando-o dependente das vantagens comparativas de cada país integrante das cadeias globais de valor às quais pertence (Timer et al, 2013; Johnson&Noguera, 2012);

8 A integração às cadeias globais de valor enfatiza a importância de não apenas reduzir as barreiras ao comércio (Tarifárias e não Tarifárias), como também de melhoria da infraestrutura de transporte, qualificação da mão de obra e melhoria do ambiente de negócios (Baldwin, 2013)

Julho/2014

Consequências…

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 6: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Alguns fatos estilizados sobre o comércio internacional de

bens intermediários…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 7: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

1. A formação de cadeias regionais/globais de valor vem impulsionando o comércio internacional de bens intermediários…

(Grossman & Rossi-Ransberg, 2008; Johnson & Noguera, 2012; Baldwin & Nicoud, 2014)

Source: WIOD

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 8: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

2. O crescimento do comércio global de bens intermediários resultou em aumento do conteúdo importado nas exportações nacionais (Johnson & Noguera, JIE, 2012), significando menor valor adicionado doméstico por dólar exportado….

Julho/2014

China South Africa India Brazil Russia0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

60.972%

77,59% 77,67%

87.436% 89.884%

(%)

Para cada dólar exportado pela China, apenas 61 cents corresponde a pagamento a fatores domésticos de produção (capital, trabalho e terra). O restante corresponde a pagamento por intermediários importados…

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 9: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

United Sta

tes o

f Americ

aJapan

Korea

Taiwan

Germany

Hong Kong

United Kingdom

Rest of S

outheast

Asia

Russian Fe

deration

France

Australia

Rest of S

ub-Saharan A

frica

India

CanadaIta

ly

Thailand

Singapore

Philippines

Brazil

Spain (75,000)

(50,000)

(25,000)

-

25,000

50,000

75,000

100,000

125,000

150,000

175,000

200,000

CHINA- (2007)

T_net VA_net_adj

O Superávit comercial da China com os USA é cerca de 40% menor quando medido em valor adicionado ...

3. Como consequência, estatísticas baseadas em comércio bruto podem não mais refletir a competitividade de uma economia... (Koopman et al, AER, 2014);

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 10: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

4. Nos últimos anos, os países em desenvolvimento aumentaram sua participação no valor adicionado global gerado pelas exportações globais, em detrimento dos países desenvolvidos...

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 20110.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

Share in World VA Exports (WIOD)(RICH = high income, MI = middle income from World Bank)

MI RICHPossivelmente sugerindo que, ao menos no agregado, a fragmentação da produção mundial tem sido mais benéfica para países em desenvolvimento....

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 11: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

5. Indústria Brasileira aponta como uma das que menos emprega bens intermediários importados em suas exportações de bens finais

manufaturados...

Julho/2014

Luxembourg

Viet Nam

Hong Kong, China

Iceland

Netherlands

Hungary

MalaysiaKorea

Portugal

Ireland

Sweden

Austria

Thailand

Estonia

Mexico

Switzerla

nd

Poland

Germany

Norway

India

Romania

Turkey

Denmark

South Africa

New Zealand

IndonesiaEU27

Argentina

Saudi Arabia

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

57%

49%46% 44%

37%35%31%31% 30%

15%11%

Conteúdo importado nas exportações de manufaturados - 1995 e 2009 – (TIVA-OECD)

1995 2009

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 12: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

6. Como a mais integrada às cadeias globais de valor, a China é a economia, dentre os BRICS, a que mais vem se beneficiando do processo de fragmentacão global da produção, a despeito do baixo valor adicionado por unidade exportada...

Julho/2014

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 20110.0%

2.0%

4.0%

6.0%

8.0%

10.0%

12.0%

14.0%

Participação no valor adicionado gerado pelas exportacões mundiais (WIOD)

BRA RUS IND CHN

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 13: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

A economia Brasileira na era das cadeias globais de valor: há sinais de integração?

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 14: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

1. Desde a criação do Mercosul, o Brasil reduziu sua participação no comércio global, enquanto a participação da Argentina não evoluiu…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Brazil Argentina

1,65%

0,51%

1,51%

0,50%

1991 2012

Page 15: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

2. Quão aberta é a indústria Brasileira ao comércio internacional de bens finais e intermediários?

Julho/2014

Year Country Total Imports/GDP Ranking2007 Brazil 11% 133/1332007 Argentina 20% 127/133

Year Country (Imports of intermediates)/(Manufacturing GDP) Ranking2007 Brazil 27% 122/1332007 Argentina 48% 84/133

Year Country Exports of intermediates/Manufacturing GDP Ranking2007 Brazil 27% 119/1332007 Argentina 63% 59/133

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: GTAP 8 data base

Page 16: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

3. A participação do total importado aumentou na indústria de transformação brasileira, mas ainda em níveis inferiores aos observados em países como China, India, Mexico, EUA e Alemanha…

Julho/2014

Source: WIOD

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 17: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. O mesmo vale para o total importado (apenas) de bens intermediários na indústria de transformação brasileira…

Julho/2014

Source: WIOD

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 18: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

5. Como consequência, apesar de uma pequena queda nos últimos anos, a parcela dos bens intermediários domésticos sobre o total de intermediários consumidos pela indústria brasileira é ainda muito maior que observado em outros países, tanto emergentes, quanto desenvolvidos…

Julho/2014

Source: WIOD

A pequena participação de intermediários importados no consumo total de intermediários pela indústria brasileira, sugere uma tímida participação em cadeias de suprimentos internacionais….

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 19: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

6. Com baixo índice de abertura comercial aos concorrentes importados, é natural que a indústria brasileira também exporte pouco, numa perspectiva comparada…

Julho/2014

Source: WIOD

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 20: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

7. O mesmo pode ser dito quanto às exportações de bens intermediários da indústria brasileira, sugerindo baixa integração às cadeias globais de valor, como eventual fornecedora de insumos…

Julho/2014

Source: WIOD

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 21: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Há sinais de uma cadeia regional de valor em formação

no Mercosul?

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 22: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

1. A crescente importância da Argentina como destino das exportações de manufaturados brasileiros coincide com a perda de importância de mercados tradicionais, como os EUA e UE_28…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

ARG EU27 USA ROW

6,4%

25,4% 24,5%

43,7%

17,6% 19,9%

15,9%

46,5%

Parcela de cada destino nas exportações totais de bens manufaturados do Brasil

2001 2013

Source: WIOD

Page 23: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

2. Atualmente, mais de 90% das exportações brasileiras para a Argentina corresponde a produtos manufaturados. Para outros

destinos importantes, esta parcela vem caindo…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: WIOD

Share of Brazilian manufacturing exports in total exports by destination

Page 24: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Source: WIOD

3. Cerca de 50% do comércio bilateral com a Argentina é concentrado em apenas 1 setor: Veículos automotores e peças.

Manufacturing BRA-Exports BRA-ImportsTextiles 2,2% 0,9%Wearing apparel 0,1% 0,2%Leather products 1,2% 0,1%Wood products 1,1% 0,3%Paper products, publishing 2,7% 1,4% Petroleum, coal products 1,4% 7,9%Chemical, rubber, plastic pro 17,2% 15,4%Mineral products n.e.c. 1,1% 0,2%Ferrous metals 4,7% 0,8% Metals n.e.c. 2,4% 2,0%Metal products 2,2% 0,7%Motor vehicules and parts 45,3% 54,6%Transport equipment n.e.c. 0,7% 0,1%lectronic equipment 1,7% 0,2%Machinery and equipment n.e.c 13,0% 4,0%Manufactures n.e.c. 0,3% 0,0%Agrobusiness 2,7% 11,4%

Page 25: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. Apesar da forte concentração em produtos manufaturados, é fraca a evidência de formação de uma cadeia regional de valor no âmbito do Mercosul…

Source: GTAP 8 data base

Julho/2014

Value Chain in Mercosur Brazil exports to:ArgentinaArgentina 77,2%Brazil 5,5%Uruguay 0,4%Paraguay 0,3%

Value Chain in Mercosur (2007)Argentina exports to: BrazilBrazil 83,0%Argentina 2,0%Paraguay 0,2%Uruguay 0,2%

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 26: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

5. Os números para as cadeias da Europa, Asia e Nafta são muito mais expressivos…

Julho/2014

Value Chain Europe Germany exports to: Czech RepublicCzech Republic 51,8%Germany 11,5%UK 3,4%France 3,3%

Value Chain in NAFTA USA exports to MexicoMexico 75,1%USA 18,2%Canada 1,0%Germany 0,6%

Transpacific Value Chain KOREA exports to:ChinaChina 62,4%USA 11,2%Japan 3,3%Germany 2,4%

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: GTAP 8 data base

Page 27: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

A formação de acordos preferencias de comércio pode contribuir para a criação de

cadeias globais/regionais de valor?

Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 28: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

1. O “regionalismo” vem substituindo, progressivamente, o “multilateralismo” : Mais de 400 notificações de acordos preferenciais nos últimos 20 anos…

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Page 29: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

2. Enquanto isso, no Brasil…

• Nos últimos 25 anos, o Mercosul foi o único APC significativo formalizado pelas autoridades Brasileiras;

• Na última década, o foco da política comercial brasileira foi claramente redirecionado para a formalização de APCs com países pobres ou em desenvolvimento, tais como Egito, Marrocos, Peru e India…

Page 30: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

3. Sobre a Literatura Empírica • Estudos recentes apontam para uma correlação positiva

entre a formação de APCs e a integração das cadeias produtivas entre países:

– Blyde, J, A Graziano and C Volpe Martincus (2013), “Economic Integration Agreements and Production Fragmentation: Evidence on the Extensive Margin.” Inter-American Development Bank, unpublished document. Washington, DC.

– Johnson and Noguera (2012) “Fragmentation and Trade in Value Added Over Four Decades”, NBER Working Paper No. 18186;

– Hayakawa, K and N Yamashita (2011) “The Role of Preferential Trade Agreements (PTAs) in Facilitating Global Production Networks", IDE Discussion paper No. 280;

– Orefice, G and N Rocha (2011) “Deep Integration and Production Networks: an Empirical Analysis”, WTO, Staff Working Paper ERSD-2011-11.

Page 31: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. Sobre a Literatura Empírica

• Principais desafios para a literatura empírica (Blyde, 2013):

– Causalidade Reversa: Enquanto a formalização de APCs pode induzir a criação de cadeias de produção internacionais, eventuais cadeias pré-existentes também podem gerar demanda para a formalização de APCs;

– Nem todo comércio e investimento são consequência de Cadeias de Valor: Difícil distinguir entre comércio em bens intermediários e investimentos externos diretos verticais (associados à formação de CGV) e comércio de bens finais e investimentos externos diretos horizontais (não associados à formação de CGVs);

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 32: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

5. Brasil deveria priorizar a formação de APCs com “Parceiros Naturais de Comércio”, seguindo a lógica das cadeias globais de valor…

• Backward Linkages: Quanto maior a relevância de um dado país como fornecedor de bens intermediários para as exportações brasileiras, maior o potencial para a formação de cadeias internacionais de suprimentos envolvendo o Brasil;

• Forward linkages: Quanto maior a relevância do Brasil como fornecedor de bens intermediários para as exportações de um dado país, maior o potencial para a formação de cadeias internacionais de suprimentos envolvendo o Brasil;

Page 33: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

4. Quais os parceiros naturais de comércio do Brasil, sob o ponto de vista de “Backward linkages”?

Agriculture

Mining

Food/Bever/Tobac

Textiles

Leather/Footwear

Wood/Products

Paper

Coke, Refined Petrol.

Chemicals Products

Rubber/Plastics

Other Non-Metallic Mineral

Basic/Fabricated Metal

Machinery, Nec

Electrical/ Optical Equip.

Transport Equip.

Manufacturing, Nec;

Services

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

CHN

E27

JPN

KOR

NAFTA

ROW

Note: China, UE NAFTA

respondem por mais de 50% do

conteúdo importado das

exportações brasileiras

Page 34: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

5. Quais os parceiros naturais de comércio do Brasil, sob o ponto de vista de “Forward linkages”?

Agriculture

Mining

Food/Bever/Tobac

Textiles

Leather/Footwear

Wood/Products

Paper

Coke, Refined Petrol.

Chemicals Products

Rubber/Plastics

Other Non-Metallic Mineral

Basic/Fabricated Metal

Machinery, Nec

Electrical/ Optical Equip.

Transport Equip.

Manufacturing, Nec;

Services

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

CHN

E27

JPN

KOR

NAFTA

ROW

Note: China, NAFTA e EU respondem por mais de 60% da compra de insumos do Brasil, utilizados em suas exportações…

Page 35: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

• Base de Dados: GTAP – 8;

• Modelo GTAP representa 134 economias e 57 setores;

• Modelo Estático, com estrutura de mercado em Competição Perfeita;

• As tarifas de importação do GTAP foram comparadas com as reportadas no WITS (World Integrated Trade System, do Banco Mundial);

• Fechamento: Mobilidade total dos fatores de produção, capital, trabalho e terra, exceto recursos naturais. Investimento externo segue diferencial de retorno do capital entre países/regiões;

• Os resultados reportados pelo modelo, em valores de comércio bruto, foram recalculados em valor adicionado comercializado, utilizando-se metodologia descrita em Johnson & Noguera, (2012);

Simulando um ALC entre Brasil e UE_28

Page 36: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

6. Resultados do modelo sugerem aumento da integração produtiva do Brasil com vários países da EU_28:

Brazil exports to EU_27Increase reprocessing back to Brazil: Hungary 37,20%Poland 22,60%Slovakia 19,20%Czeck Republic 15,50%Germany 19,70%Finland 17,30%France 13,30%

Page 37: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

7. Resultados do modelo sugerem aumento da integração produtiva do Brasil com vários países da EU_28:

European Countries export to Brazil Increase reprocessing back to EuropeHungary 19,63%Poland 13,88%Slovakia 28,95%Czeck Republic 15,50%Germany 21,90%Finland 17,60%France 14,40%Italy 21,69%UK 27,83%Nederlands 29,80%

Page 38: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

3. O Mercosul na era dos Mega Acordos Regionais: o papel das barreiras não tarifárias…

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Page 39: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

1. Atualmente, as economias mais ricas são as que adotam menores barreiras tarifárias ao comércio internacional (Kee et al, 2009).

Page 40: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

2. Contudo, a evidência empírica sugere que as barreiras tarifárias foram substituídas por barreiras Não tarifárias (TBTs, SPSs e subsídios)

nos países ricos… (Kee et al, 2009)

Page 41: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

3. Não surpreende, portanto, que a Transatlantic Trade and Investment Partnership (TTIP), Mega APC em negociação entre os EUA e a UE_28, foque suas discussões na redução de BNTs…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: WITS/ECORYS, 2009

Page 42: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Qual seria o impacto da Parceria Transatlântica no Mercosul??

Page 43: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

• 1.Modelagem estática, em competição perfeita, com resultados estimados segunda a lógica de comércio em valor adicionado;

• 2.Especificação de um modelo dinâmico, em competição imperfeita;

• 3.Introdução do conceito de firmas heterogêneas a la Melitz (Econométrica, 2008)

A modelagem em equilíbrio geral computável, dos Mega acordos regionais, será desenvolvida em 3 etapas:

Page 44: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

• Base de dados: GTAP – 8;

• Modelo acomoda 134 economias e 57 setores;

• Estrutura de mercado em competição perfeita;

• Foram utilizadas os equivalentes tarifários (das BNTs, entre os EUA e EU_28) reportados pelo Ecorys (2010) ;

• 2 Cenários (ambos incluem a redução de 100% das tarifas de importação bilaterais entre os EUA e a UE_27)

– 1. Redução de 50% das BNTs; – 2. Redução de 100% das BNTs;

Etapa 1 – Modelagem Estática

Page 45: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. As simulações sugerem que, quando as BNTs são levadas em consideração, os impactos sobre o PIB de Brasil e Argentina podem ser significativos…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: GTAP 8

Crescimento do PIB (%)

Page 46: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

5. Total Exportado por Brasil e Argentina….

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: GTAP 8

EXPORTS (%)

Page 47: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

6. Em ambos os países, as perdas estão relativamente mais concentradas em setores que fazem uso intensivo em terra…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Source: GTAP 8

Retorno sobre os fatores de produção (%)

Brazil TTIP TTIP + NTB(50%) TTIP + NTB(100%)Return of land -0,37% -2,75% -6,27%Return of capital -0,01% -0,06% -0,13%Return of labor -0,01% -0,04% -0,07%

Argentina TTIP TTIP + NTB(50%) TTIP + NTB(100%)Return of land -0,10% -0,99% -2,57%Return of capital -0,01% -0,01% -0,02%Return of labor -0,01% -0,04% -0,09%

Page 48: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

7. Resultados para o PIB setorial no Brasil confirmam percentual maior de perdas para setores intensivos em terra…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Perdas em 60,3% dos resultados

Agriculture & Agribusiness TTIP TTIP + NTB(50%) TTIP + NBT (100%)Paddy rice -0,01 -0,01 -0,04Other cereals -0,14 -0,68 -1,32Other crops (unprepared) -0,19 -1,52 -3,51Cattle, horses, sheeps -0,15 -0,26 -0,73Animal products -0,28 -1,25 -2,5Meat: cattle, sheeps, horses -0,18 -0,33 -0,91Meat products -0,55 -2,44 -4,86Vegetables oils and fats -0,01 -0,12 -0,51Food products (animal feed) -0,04 -0,23 -0,5Beverage, Tobacco products -0,01 -0,43 -0,68Dairy products -0,03 -0,01 0,03Vegetables/fruits 0,01 -0,13 -0,31Oil seeds 0,24 -0,01 -0,44Processed rice 0 0 -0,01Raw milk -0,02 0 0,04Wheat 0,21 1,4 2,61Sugar (cane&beet) 0,02 0,17 0,42Plant fibres 0,01 0,72 1,52Wool, silk 0 0,01 0,01Forestry products 0,06 0,59 1,26Sugar 0,02 0,14 0,37

Manufacturing and Extractive TTIP TTIP + NTB(50%) TTIP + NBT (100%)Petroleum products -0,03 -0,32 -0,61Apparel -0,01 -0,02 -0,04Leather products -0,47 -0,55 -0,77Mineral (non-metallic) -0,19 -0,59 -0,94Manufactures 0 -0,06 -0,15Transport equipament 0,12 -3,28 -6,51Iron, steel 0,1 -0,13 -0,35Fishing 0 -0,05 -0,1Textiles -0,06 0,07 0,19Motor vehicles and parts -0,02 0 0,01Wood products 0,15 1,4 3,01Paper products 0,06 0,52 1,11Chemical, rubber, plastics 0,02 0,25 0,57Metals (non-ferrous) 0 0,39 0,75Metal products 0,04 0,29 0,58Electronic equipment 0,07 0,38 0,75Machinery and equipment 0,16 0,58 1,06Coal 0,04 0,26 0,5Oil 0,03 0,02 0,01Gas 0,01 0,08 0,19Minerals 0,04 0,07 0,14

Perdas em 35,0% dos resultados

PIB setorial (%) – Setores intensivos em Terra PIB setorial (%) – Setores intensivos em capital

Page 49: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

8. Resultados semelhantes para a Argentina…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Perdas em 82,5% dos resultados Perdas em 36,5% dos resultados

PIB setorial (%) – Setores intensivos em Terra PIB setorial (%) – Setores intensivos em capital

Agriculture & Agribusiness TTIP TTIP + NTB (50%) TTIP + NTB (100%)Paddy rice -0,11 -0,72 -1,66Other cereals -0,03 -0,18 -0,19Vegetables/fruits -0,06 -0,49 -0,95Sugar (cane&beet) -0,04 -0,23 -0,44Plant fibres -0,05 -0,04 -0,08Other crops (unprepared) -0,24 -2,41 -5,25Cattle, horses, sheeps -0,34 -1,11 -2,72Animal products -0,43 -2,71 -5,31Raw milk -0,28 -0,5 -0,5Meat: cattle, sheeps, horses -0,41 -1,32 -3,24Meat products -0,48 -3,47 -6,62Vegetables oils and fats -0,07 -0,97 -2,31Dairy products -0,3 -0,54 -0,54Processed rice -0,08 -0,46 -0,94Sugar -0,04 -0,27 -0,52Food products (animal feed) -0,11 -0,58 -1,23Beverage, Tobacco products -0,02 -0,65 -1,04Wool, silk 0,14 0 -0,71Forestry products 0,04 0,08 0,21Oil seeds 0,11 0,16 0,2Wheat 0,4 2,41 4,61

Manufacturing and Extractive TTIP TTIP + TBT (50%) TTIP + TBT (100%)Fishing -0,09 -0,41 -0,86Coal 0,03 0,03 0,04Oil 0,02 -0,06 -0,15Gas 0,01 0,04 0,1Minerals 0,02 -0,04 -0,09Textiles -0,06 0,08 0,22Apparel -0,03 0,02 0,06Leather products -0,42 -0,98 -1,66Wood products 0,05 0,35 0,77Paper products 0,02 0,28 0,61Petroleum products -0,01 -0,26 -0,49Chemical, rubber, plastics 0 0,06 0,28Mineral (non-metallic) -0,04 -0,1 -0,12Iron, steel 0,11 0,48 0,96Metals (non-ferrous) 0 -0,14 -0,35Metal products 0,03 0,32 0,67Motor vehicles and parts -0,03 -0,08 -0,16Transport equipament 0,15 0,53 1,07Electronic equipment 0,09 0,22 0,37Machinery and equipment 0,2 1,18 2,36Manufactures 0,01 0,07 0,12

Page 50: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Em busca dos gargalos comerciais: O papel da

infraestrutura...

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 51: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

O quão distante está o Brasil das melhores práticas em logística de transporte e comércio no mundo?

1. Segundo relatório do Banco Mundial (2014), o Brasil está na posição 65º, de um total de 165 países, no que tange à qualidade de “logística de transporte e comércio internacional”;

2. O Brasil caiu 20 posições em relação ao último ranking de 2012, e está atualmente posicionado abaixo de Argentina e do resto dos BRICS;

3. O pior desempenho do Brasil é no quesito “procedimentos em portos e aduanas”, onde se encontra na posição 94o, abaixo de países como El Salvador, Paraguai e Equador…

Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 52: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

O CCGI-FGV, com o apoio da FIESP, mensurou a qualidade da infra-estrutura de transporte no Brasil, para o período 1990-2010...

• Foram consideradas as 50 maiores regiões metropolitanas do país, cobrindo cerca de 50% da população e PIB brasileiros...

• Foram construídos 18 indicadores, agrupados em 4 categorias: oferta, qualidade,

utilização e custo de freight (baseado em metodologia desenvolvida pela US Chamber of Commerce);

• Os indicadores consideraram Rodovias, Ferrovias, Hidrovias e Portos no Brazil, resultando em um painel de mais de 10.000 informações no período 1990-2010;

• Os resultados do Brasil foram comparados com a média das melhores práticas em regiões metropolitanas da Europa, Estados Unidos e Asia (considerados Benchmarks);

Page 53: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Alguns indicadores de oferta para 2010...

Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

Km de Rodovias/10.000 hab. 2010

Benchmark 4,78 Km/10.000 hab

Brasil 2,53Km/10.000 hab

Km de Ferrovias/10.000 hab. 2010

Benchmark 3,67 Km/10.000 hab

Brasil 0,61 Km/10.000 hab

Km de Hidrovias/10.000 hab. 2010

Benchmark 1,91 Km/10.000 hab

Brasil 0,50 Km/10.000 hab

Page 54: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Road Freight (US$/1000.ton.Km) 2010 International Benchmark US$ 14.00 BRAZIL US$ 51.75 Railroad Freight (US$/1000.TKU) 2010 International Benchmark US$ 4,76 BRAZIL US$ 74,67

% Paved Roads 2010 International Benchmark 100% BRAZIL 19%

Alguns indicadores de qualidade e custo de freight para 2010…

Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

Page 55: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Cust to export a 20 feet container (US$) 2010 International Benchmark US$ 621 BRAZIL US$1,790

Customs clearance time in airports 2010 International Benchmark 5,4 hours BRAZIL 2,6 days

Containerization 2010 International Benchmark 100% Brazil 70%

Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

Alguns indicadores de qualidade e custo de freight para 2010…

Cost

Page 56: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 20100

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

40,3% 38,7% 37,7% 36,9% 35,7% 35,7% 35,6% 36,3% 37,2% 35,5% 34,4%

Índice de desempenho da Infraestrutura de transporte no Brasil

A defasagem de desempenho da infraestrutura de transporte no Brasil, em relação às melhores práticas internacionais, é significativa

e vem aumentando ao longo do tempo…

Benchmark: 100%

Page 57: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Sobre a Eficiência Portuária no Brasil: O custo dos atrasos…

Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

Page 58: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

1. Em 2013, o Brasil se posicionou em 124/188 no ranking de eficiência portuária do Banco Mundial

Most relevant Ports in Brazil

Page 59: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

2. Número de dias requeridos, em média, para importar e exportar uma carga por portos Brasileiros (Banco Mundial, 2012)

Julho/2014

Nota: Clearence time and time spent to dock and unloadFonte: World Bank

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Page 60: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

São Paulo School of Economics – EESP/FGV Centre for Global Trade and Investment (CGTI-FGV) Julho/2014

• Segundo David Hummels (AER, 2013), cada dia de atraso custa cerca de 0.6% a 2.1% do valor da carga comercializada…

• Além disso, partes e componentes (bens intermediários) são cerca de 60% mais sensíveis ao tempo que atrasos em bens finais, devido a depreciação econômica e oportunidade de negócios perdidas (Nota: Cadeias de valor operam “just in time”)

Page 61: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

3. Atrasos portuários no Brasil representam uma barreira adicional implícita para as exportações do país, especialmente de

produtos manufaturados…

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Fonte: Hummels, 2013; GTAP 8

Nota: 6,58% é uma barreira tarifária maior que a média enfrentada pelas exportações de manufaturados do Brasil nos mercados Americano e Europeu (cerca de 2,5%)…

Page 62: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

4. Atrasos portuários também representam uma proteção adicional para o mercado doméstico brasileiro, especialmente no setor de manufaturados e agribusiness…

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Source: Hummels, 2013; GTAP 8

Page 63: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

5. Simulação em EGC de uma redução de 50% nos atrasos portuários Brasileiros

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

50% reduction in total customs clearance timeReal GDP 0,21%Terms of trade 0,53%Export volume 2,27%Import volume 2,79%Real salary 0,27%Returns on capital 0,29%Returns on land -1,46%

Nota: Retorno dos fatores revela maiores ganhos relativos para setores capital intensivos

Page 64: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Julho/2014

Impactos nos volumes setoriais importados e exportados...

São Paulo School of Economics – EESP/FGV

A facilitação do comércio é relativamente mais importante para a indústria brasileira!!!

Page 65: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Comentários finais1. A despeito da forte liberalização comercial ocorrida nos anos noventa, comparável a

China e Índia, a economia brasileira é ainda fechada para padrões internacionais, principalmente com relação à sua integração às cadeias globais de valor;

2. Na última década, o governo brasileiro concentrou esforços diplomáticos no multilateralismo (Rodada Doha), contrário à tendência mundial, e na formalização de acordos comerciais pouco expressivos. O surgimento dos mega acordos regionais, como TTIP e TPP, pode aumentar significativamente os custos do isolamento comercial brasileiro ;

3. O aumento da relevância do Mercosul, como destino das exportações de manufaturados brasileiros, coincide com a perda de competitividade da indústria manufatureira brasileira nos mercados mais dinâmicos do mundo, como EUA, EU_28 e Ásia;

Abril/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 66: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Comentários finais4. Resultados das simulações com Modelos EGC sugerem que:

4.1. A formalização de acordos regionais de comércio, envolvendo parceiros naturais como USA, EU_28 and China, pode impulsionar a integração da estrutura produtiva brasileira às cadeias regionais/globais de valor;

4.2. O recente acordo de facilitação de comércio da OMC (Bali, dez.2013), com medidas propositivas tendo em vista o aumento da eficiência dos aduanas mundiais, pode trazer ganhos relevantes para o comércio exterior brasileiro. Quanto mais rápido o Brasil acelerar suas reformas, vis à vis o resto do mundo, maiores serão os ganhos de comércio para o Brasil;

4.3. A discussão sobre acordos preferenciais de comércio com países desenvolvidos (atual discussão entre Mercosul e UE_28) deve considerar , não só a redução de barreiras tarifárias, como também a eliminação das barreiras NÃO tarifárias, como TBTs e SPSs (harmonização ou reconhecimento mútuo de padrões).

Abril/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 67: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

Comentários finais - Serviços5. Em 2011, as exportações de manufaturados do Brasil corresponderam a

41,4% do total exportado, contra 16,2% de exportações de serviços;

6. Quando as exportações brasileiras são medidas em valor adicionado gerado, tem-se uma participação de 27,4% para produtos manufaturados e 40,7% para serviços, sugerindo que uma parcela significativa de serviços é exportada indiretamente por meio das manufaturas;

7. Portanto, a adoção de políticas públicas voltadas para o aumento da eficiência dos serviços (transportes, bancos, design, fornecimento de energia, marketing, etc…) deve contribuir positivamente para a competitividade internacional da indústria brasileira;

Abril/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV Julho/2014Centre for Global Trade and Investment – EESP/FGV

Page 68: As perspectivas para a indústria brasileira na era das cadeias globais de valor, dos mega acordos regionais e das barreiras não tarifárias Prof. Lucas.

[email protected]

Julho/2014São Paulo School of Economics – EESP/FGV

Coordenador da Área de Modelagem do Centro do Comércio Global e do Investimento Escola de Economia de São Paulo (EESP-FGV)