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As revistas Veja e IstoÉ em depoimentos de Juca Martins e Ricardo Chaves: temáticas visuais e narrativas orais (1976-1980) CAIO DE CARVALHO PROENÇA* 1. Introdução Durante o período de 1976 a 1980, fotógrafos brasileiros procuravam delimitar novos espaços de trabalho, reivindicando direitos autorais perante a imprensa dos grandes veículos de comunicação (revistas e jornais). Juca Martins e Ricardo Chaves fazem parte da história deste momento. Juca, primeiramente, atuando como fotógrafo freelancer até 1979 (ou seja, não contratado, mas realizando vendas de suas fotografias para diversos meios de comunicação e, após 1979 atuaria como fotógrafo agenciado pela Agência F4). Ricardo Chaves atuaria na revista Veja desde 1976, como fotógrafo contratado pela sucursal do Rio Grande do Sul, colaborando com Newsweek, norte- americana, e diversos outros periódicos no Brasil 1 . Estes fotógrafos realizaram trabalhos diferentes (no aspecto formal, institucional e expressivo), porém entram em diálogo a partir de seus depoimentos e fotografias, dentro de redações e nas cidades brasileiras, fotografando episódios de manifestações, discursos de políticos, eventos sociais e diversos outros momentos que ocorreram em São Paulo e Rio Grande do Sul. Algumas das fotografias de Juca Martins, desta época, foram publicadas na revista IstoÉ, principalmente. Esta revista seria diagramada de uma maneira diferente da sua congênere Veja, onde Ricardo Chaves publicaria suas fotos. A IstoÉ seria uma revista que marcaria semelhanças com a revista norte-americana Newsweek, assim como a Veja seria diagramada aos moldes da norte-americana Time 2 . O que pretendo apresentar, neste pequeno texto como forma de recorte da minha pesquisa de Mestrado são pontos de diálogo entre as experiências do fotojornalismo feito * Mestrando em História (CNPq) pelo Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientado pelo Prof. Dr. Charles Monteiro, na linha de pesquisa Sociedade, Ciência e Arte. Venho desenvolvendo pesquisas relacionado a fotografia de imprensa e história oral desde 2012. Atuando no Laboratório de Pesquisa em História da Imagem e do Som (LPHIS/PPGH). 1 A presente pesquisa faz parte de um desenvolvimento maior, em andamento, durante o período de mestrado. Atualmente, se questiona o desenvolvimento de ensaios fotográficos nas revistas Veja e IstoÉ de 1976 a 1983. A seleção dos fotógrafos ainda está em fase de organização, visto que a pesquisa está em seu estágio inicial. 2 Estas informações fazem parte do desenvolvimento teórico e prático da atual pesquisa, onde estudo os quatro periódicos e procuro aproximações temáticas, de diagramação e visualidade a partir da proposta de Vilches (1997) e Meneses (2004).

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As revistas Veja e IstoÉ em depoimentos de Juca Martins e Ricardo Chaves: temáticas

visuais e narrativas orais (1976-1980)

CAIO DE CARVALHO PROENÇA*

1. Introdução

Durante o período de 1976 a 1980, fotógrafos brasileiros procuravam delimitar novos

espaços de trabalho, reivindicando direitos autorais perante a imprensa dos grandes veículos

de comunicação (revistas e jornais). Juca Martins e Ricardo Chaves fazem parte da história

deste momento. Juca, primeiramente, atuando como fotógrafo freelancer até 1979 (ou seja,

não contratado, mas realizando vendas de suas fotografias para diversos meios de

comunicação – e, após 1979 atuaria como fotógrafo agenciado pela Agência F4). Ricardo

Chaves atuaria na revista Veja desde 1976, como fotógrafo contratado pela sucursal do Rio

Grande do Sul, colaborando com Newsweek, norte- americana, e diversos outros periódicos

no Brasil1.

Estes fotógrafos realizaram trabalhos diferentes (no aspecto formal, institucional e

expressivo), porém entram em diálogo a partir de seus depoimentos e fotografias, dentro de

redações e nas cidades brasileiras, fotografando episódios de manifestações, discursos de

políticos, eventos sociais e diversos outros momentos que ocorreram em São Paulo e Rio

Grande do Sul. Algumas das fotografias de Juca Martins, desta época, foram publicadas na

revista IstoÉ, principalmente. Esta revista seria diagramada de uma maneira diferente da sua

congênere Veja, onde Ricardo Chaves publicaria suas fotos. A IstoÉ seria uma revista que

marcaria semelhanças com a revista norte-americana Newsweek, assim como a Veja seria

diagramada aos moldes da norte-americana Time2.

O que pretendo apresentar, neste pequeno texto – como forma de recorte da minha

pesquisa de Mestrado – são pontos de diálogo entre as experiências do fotojornalismo feito

* Mestrando em História (CNPq) pelo Programa de Pós-Graduação em História da Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul. Orientado pelo Prof. Dr. Charles Monteiro, na linha de pesquisa Sociedade,

Ciência e Arte. Venho desenvolvendo pesquisas relacionado a fotografia de imprensa e história oral desde 2012.

Atuando no Laboratório de Pesquisa em História da Imagem e do Som (LPHIS/PPGH). 1 A presente pesquisa faz parte de um desenvolvimento maior, em andamento, durante o período de mestrado.

Atualmente, se questiona o desenvolvimento de ensaios fotográficos nas revistas Veja e IstoÉ de 1976 a 1983. A

seleção dos fotógrafos ainda está em fase de organização, visto que a pesquisa está em seu estágio inicial. 2 Estas informações fazem parte do desenvolvimento teórico e prático da atual pesquisa, onde estudo os quatro

periódicos e procuro aproximações temáticas, de diagramação e visualidade a partir da proposta de Vilches

(1997) e Meneses (2004).

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2 por Juca Martins e Ricardo Chaves dentro das revistas IstoÉ e Veja durante a segunda metade

da década de 1970 3 . Também procuro compreender, a partir de Alberti (2005) como a

narrativa destes e de outros fotógrafos é construída, a partir de suas memórias do período

recortado.

Juca Martins, antes de fundar a Agência F4, trabalhou como fotógrafo freelancer para

as revistas Realidade, Veja e IstoÉ. Sua produção inicial se baseou em coberturas de

movimentos sociais nas ruas de São Paulo e região metropolitana, publicando também no

jornal alternativo Movimento. Para a presente comunicação, selecionamos a cobertura

fotográfica de Martins publicada na revista IstoÉ de 1978: O Movimento Contra o Custo de

Vida. Esta cobertura é relembrada hoje por diversos fotógrafos, e foi construída como forma

de ensaio fotográfico para IstoÉ no momento, nos remetendo ao formato de fotografia de

manifestações civis em diversos graus, como o uso da fotografia em planos abertos; o foco em

multidões e a repressão da Polícia Militar. Todo um cenário político que apresenta a

repressão e as reivindicações populares são resumidas em um ensaio fotográfico em IstoÉ.

Ricardo Chaves, antes de trabalhar para Veja, estaria cobrindo manifestações

estudantis no centro de Porto Alegre, fotografando a vida de agricultores no interior do estado

e compondo a rede de fotógrafos e jornalistas da CooJornal, Zero Hora e Jornal do Brasil.

Para a presente comunicação, selecionamos a cobertura fotográfica de Chaves publicada na

revista Veja de 1979: O retorno de Leonel Brizola do exílio, na cidade de São Borja. Esta

cobertura nos possibilita realizar diversas colocações referente à fotografia de imprensa como

alegoria, conforme Martine Joly (2009, p.166). Também será possível perceber o uso da

fotografia em planos abertos, conforme em Juca Martins; a construção visual de um teatro

político e o foco em multidões e em figuras políticas.

Em um primeiro momento, apresento um breve contexto do fotojornalismo no Brasil,

salientando a organização das revistas semanais Veja e IstoÉ em contraste ao movimento de

fundação das primeiras agências de fotografias no Brasil (fim da década de 1970 e início dos

anos 1980). Em um segundo momento, apresento algumas reflexões iniciais sobre os

depoimentos de Juca Martins e Ricardo Chaves, para compreender a construção deste passado

recente sobre a forma de aprendizagem profissional de ambos fotógrafos, e algumas

3 A partir de uma seleção de séries fotográficas de cada fotógrafo, em sua respectiva revista, podemos salientar

temáticas e tendências visuais a partir da proposta de Vilches (1997) e Mauad (2005).

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3 colocações sobre seus trabalhos para ambas revistas. Finalmente, concluo o texto com as

imagens sobre o retorno de Brizola do Exílio, realizando uma interpretação da fotografia

como alegoria da pintura de Eugène Delacroix; e as imagens do Movimento Contra o Custo

de Vida, em relação às outras imagens sobre o evento de outros fotógrafos contemporâneos ao

Juca Martins.

2. O contexto do fotojornalismo nas revistas semanais Veja e IstoÉ

A história do fotojornalismo é estudada por diversos autores, nos levando a perceber

um panorama ocidental, primeiramente, para observarmos como se organizava no Brasil este

ramo da fotografia4.

O trabalho do fotógrafo durante os anos 1970 pode ser compreendido, em linhas

gerais, de três formas: enquanto freelancer, agenciado ou contratado. A fotografia voltada

para a imprensa possui uma linguagem própria, chamada por Sousa (2004) como

fotojornalismo5 . Com esta linguagem, o fotógrafo que trabalhava para algum veículo de

comunicação durante a década de 1970, procurava realizar fotografias que tentassem

sintetizar diversas ações de uma pauta em uma única imagem. Esta imagem poderia vir a ser a

capa de algum jornal ou revista, ou mesmo a fotografia inicial de alguma reportagem.

Normalmente, em revistas semanais (em escala norte-americana e brasileira) a diagramação

deste tipo de fotografia ocorria em três momentos: o primeiro, quando a fotografia realizava o

chamamento principal da reportagem do periódico – se tornando capa; o segundo, quando

uma fotografia complementava a pauta (ou a pauta jornalística virava notícia por causa de

uma fotografia6) – se tornando fotografia central ou de início de reportagem; e terceiro,

quando era realizado um ensaio fotográfico7 sobre determinado assunto, diluindo visualmente

a reportagem ao longo da(s) página(s).

No Brasil, no fim dos anos 1960 e na metade da década de 1970, duas revistas seriam

criadas para informar leitores que procuravam um olhar mais profundo sobre temas debatidos

4 Para maior compreensão do contexto do fotojornalismo no Ocidente, indico a leitura das obras de Sousa

(2004); Baeza (2001) e Rouillé (2009). 5 Um dos objetivos da pesquisa é problematizar o conceito de fotojornalismo. Este trabalho está em atual

desenvolvimento, sendo apresentado como resultado futuro. 6 Conforme aponta Juca Martins, em entrevista a Caio de Carvalho Proença, Fevereiro de 2015. 7 Segundo Stimson (2009, p.60), o ensaio fotográfico “es la idea de que una serie de imágenes interconectadas

podría un ensayo en toda la riqueza de la forma”.

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4 no cotidiano. Veja, de 1968, seria criada aos moldes de Time8 – com bastante texto e ensaios

fotográficos direcionados à amplificar o argumento jornalístico. IstoÉ seria fundada em 1976,

após um grupo de jornalistas deixar Veja e tentar criar uma revista que realizasse mais um

trabalho mais detalhista sobre a informação. Percebi, pesquisando em IstoÉ e Newsweek, uma

grande aproximação da diagramação e dos interesses editoriais em ambas revistas. Os

assuntos internacionais andam juntos, porém Newsweek possuiria um foco maior nas

reportagens internacionais, e IstoÉ possuiria uma equipe de fotógrafos que seria construída ao

longo da segunda metade da década de 1970 para cobrir suas reportagens.

Essas duas revistas, juntamente com uma quantidade grande de jornais, concentraria o

trabalho de vários fotógrafos no Brasil. O fotojornalismo, no Brasil, seria desenvolvido nestes

dois campos da imprensa – tanto por freelancer quanto por contratados. O trabalho do

fotógrafo no início da década de 1970 seria conforme Ivan Lima (1989) e Ricardo Chaves

(2012; 2013) apontam em seus depoimentos, de um fotógrafo da antiga ensinando o fotógrafo

jovem na prática do laboratório, nas redações e nas pautas em rua..

No fim da década de 1970, em meio à reivindicações trabalhistas e sindicais no Brasil

(ABC Paulista, principalmente), diversos fotógrafos se unem em prol de uma causa maior:

“valorizar a fotografia como linguagem e criar condições satisfatórias para o desenvolvimento

da atividade profissional” (SOUSA JÚNIOR, 2012, p. 27; SOUSA JÚNIOR, 2015, p. 59).

Esse movimento é visto na União dos Fotógrafos de Brasília, em 1978, que escoaria em 1979

com a criação da União dos Fotógrafos do Estado de São Paulo, onde Juca Martins seria

participante. No Rio Grande do Sul, este trabalho de reivindicação dos direitos autorais,

valorização da atividade profissional, seria vista pela figura de Assis Hoffmann, que seria

quem ensinaria Ricardo Chaves a fotografar. Assis fundaria no início dos anos 1970 a agência

Focontexto, com cunho mais comercial, ainda não atrelado ao discurso da melhoria do

trabalho – que aconteceria em 1978, com a Agência Ponto de Vista, de Eneida Serrano,

Jacqueline Joner, Genaro Joner e Luiz Abreu9.

Este ambiente de várias movimentações entre profissionais da fotografia e da

imprensa, de maneira geral, coexistiu com o trabalho de fotógrafos contratados e

colaboradores fixos de grandes revistas – que também fizeram parte desse movimento.

8 Ver mais em Barbosa (2008) e Valle (2012, p.132). 9 Conforme entrevista de Luiz Abreu, realizada por Charles Monteiro e Caio de Carvalho Proença em Fevereiro

de 2015.

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5 Ricardo Chaves e Juca Martins fotografariam para Veja e IstoÉ, moldando uma

documentação brasileira que serviria, posteriormente, ao nosso estudo.

3. Narrativas de Veja e IstoÉ por Ricardo Chaves e Juca Martins

Ricardo Chaves começa a fotografar em 1969, ao conhecer (por via de seu pai,

Amilcar Chaves, assessor de imprensa de Leonel Brizola durante o Movimento da

Legalidade) Assis Hoffmann e outros fotógrafos da Zero Hora. Porém, comenta que inicia seu

trabalho como freelancer cedo, e já publica na Veja em 1971, demonstrando o aspecto prático

e de acesso aos fotógrafos que atuavam na época

Eu comecei a fotografar, eu entrei pro jornal (pra Zero Hora), eu comecei a me

interessar quando eu entrei pra Zero Hora, em 1969. Com 2 anos de fotografia, que

é uma grande irresponsabilidade, eu já publicava foto na VEJA! Entendeu? Mas era

um absurdo, eu tinha 2 anos de fotografia, eu não sabia nada! Mas era eu ou não.

Eventualmente era pra quebrar o galho, assim. O Assis me mandava, a Focontexto

– “a Abril tá precisando de um cara lá pra uma entrevista” – claro, eles não me

davam uma matéria de capa pra fazer, em uma revista semanal importante como

era a VEJA. Mas algumas coisas eu já fazia, eventualmente uma viajem ao interior

pra fazer a lavoura de soja, então eu fazia algumas coisas assim. E isso foi me, aos

poucos, me dando experiência. E aos poucos eu fui me ligando assim no mercado de

imprensa do centro do país que foi quando eu acabei trabalhando quase a vida toda

né10.

Este início de carreira de Chaves marcaria sua trajetória dentro das revistas semanais.

Ele acabaria sendo contratado pela sucursal de Porto Alegre do Jornal do Brasil, trabalharia

para o CooJornal como freelancer, e seria contratado pela Veja em 1976, conforme relembra,

E três meses depois o Leonid [Streliaev] saiu e o Luiz Cláudio [Cunha] me falou

“meu, tu ralou pra caramba aqui como frila, na pior época aqui, e agora é a tua

vez. Eu quero saber se tu quer voltar aqui e ficar como fotógrafo exclusivamente

trabalhando pra VEJA.” Eu falei que “claro, eu sempre quis isso”, não é? (grifos

nossos)11

Na sua narrativa, Chaves comenta da dificuldade financeira que teve ao trabalhar com

o grupo de fotógrafos na Agência Focontexto e CooJornal antes de ir para Veja. Neste

sentido, percebemos que as experiências de Chaves e Martins se diferenciam neste quesito,

como veremos com o depoimento de ambos sobre a questão financeira do trabalho de frila,

Aí eu saí de novo da CooJornal lá, que eu devo ter ganho 2 ou 3 meses só da

“merreca” que eles me pagaram e voltei pra VEJA. Eu devo ter trabalhado assim,

um ano inteiro de graça, aí uns 2 ou 3 meses remunerado por uma “merreca”... e aí

voltei pra dentro da Editora Abril. Pra ser fotógrafo da VEJA a partir de 1976,

quando eu fui contratado. Então, eu fui fotógrafo frila da Abril lá pelos anos 70, fui

10 Entrevista com Ricardo Chaves, realizada por Charles Monteiro, em 29 de Agosto de 2013, transcrição de

Caio de Carvalho Proença, acervo do LPHIS/PUCRS. 11 Entrevista com Ricardo Chaves, realizada por Charles Monteiro, em 29 de Agosto de 2013, transcrição de

Caio de Carvalho Proença, acervo do LPHIS/PUCRS.

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6 fotógrafo da Focontexto – que até não era eu quem ganhava o frila, era a

Focontexto que ganhava o frila. Ela só me mandava eu fazer a matéria, mas quem

ganhava o frila era a agência. Então lá pelos anos 70, quando eu tinha uns 2 anos

de fotografia. Depois de 73, 72 ou 73 eu estava no Jornal do Brasil – não fiz frila

pra Editora Abril. 73 eu volto a fazer frila, até 7612. Já Juca Martins compartilha seu ponto de vista sobre este mesmo contexto, enquanto

trabalhava de freelancer (trabalhou desta forma a vida inteira, atuando ainda hoje),

Enquanto eu era funcionário do laboratório da Abril, eles me davam uma Nikon e

uns dois rolinhos de filmes para fotografar. Aí quando nós revelávamos já mostrava

para outros fotógrafos “olha só o que eu fiz”. Então, ali, junto com o João Bittar,

dos 19 para os 20 anos, eu já estava fazendo frila pra revista Placar (que era

Projeto Alfa); aos 19 anos eu já tinha feito um ensaio fotográfico para o Jornal da

Tarde; sempre como frila... pra Folha de São Paulo. Então, praticamente aos 19 e

20 anos eu já estava ganhando um salario só andando de taxi, comendo em

restaurante. [...] Então, praticamente até a metade dos anos 1970 eu vivi muito... a

gente ganhava muito bem. Hoje em dia a profissão paga muito mal13.

Juca Martins iniciaria sua carreira cedo, juntamente com João Bittar (que fundaria na

década de 1980 a Agência Angular, aos moldes da ÁGIL Fotojornalismo e Agência F4), no

laboratório de fotografia da Editora Abril. Lá, conheceria diversos fotógrafos que atuavam,

principalmente, para a revista Realidade. Este início de carreira é lembrado por Juca Martins

como um momento que ensinaria a ele como fotografar, como olhar para o mundo, ao

conversar com diversos fotógrafos destas revistas. No início da década de 1970 já trabalharia

como colaborador da Veja e, em 1976, passaria a colaborar bastante para a recém inaugurada

IstoÉ.

A IstoÉ foi formada por um grupo dissidente da Veja, em 1976. Por questões internas

da redação e edição, Mino Carta funda a revista com um grupo de fotógrafos e jornalistas que

gostaria de explicar os acontecimentos sociais de perto. Assim, Juca Martins vê esse

funcionamento interno da revista da seguinte maneira,

a IstoÉ estava no meio do povo, cobria as manifestações de perto. Esta com o povo,

com a população, que era onde estava se gerando a luta democrática. A Veja via o

negócio de cima, nós na IstoÉ víamos o negócio na base, e era uma diferença

fundamental14.

Esta sensação, de estar mais próximo aos acontecimentos, faz parte do discurso de

diversos fotógrafos – atrelados ao fotojornalismo. Desde as premissas de Robert Capa, até o

estatuto de fotógrafo-herói dos anos 1950. Esta aproximação com reportagens de

12 Entrevista com Ricardo Chaves, realizada por Charles Monteiro, em 29 de Agosto de 2013, transcrição de

Caio de Carvalho Proença, acervo do LPHIS/PUCRS. 13 Entrevista com Juca Martins, realizada por Caio de Carvalho Proença, em 24 de Fevereiro de 2015, transcrição

de Caio de Carvalho Proença, acervo LPHIS/PUCRS. 14 Entrevista com Juca Martins, realizada por Caio de Carvalho Proença, em 24 de Fevereiro de 2015, transcrição

de Caio de Carvalho Proença, acervo LPHIS/PUCRS.

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7 manifestações civis, greves e reivindicações sindicais do fim dos anos 1970 é reportado por

IstoÉ de maneira muito forte. Seria esta a revista que publicaria, pela primeira vez na

imprensa brasileira, uma fotografia de capa de um sindicalista – Luiz Inácio Lula da Silva.

Porém, Veja não pode ser vista como uma revista que ignorava estes acontecimentos.

Era uma revista que, em 1978 publicaria extensivamente um caso que ira contra todos os

posicionamentos do governo militar brasileiro: com fotos de Ricardo Chaves e Olívio Lamas,

Veja publicaria uma “novela” sobre o sequestro clandestino de Lilian Celiberti e Universindo

Diaz em Porto Alegre; publicaria fotografias sobre as manifestações após a morte de Herzog;

acompanharia também as greves dos bancários em São Paulo e o movimento sindical do ABC

Paulista.

Veja e IstoÉ foram muito importantes para a visualidade do Brasil desse período. Duas

verdadeiras “escolas” de fotógrafos, conforme saliente Sérgio Sade (em BONI, 2011) e Ivan

Lima (1989). Assim como Veja documentava extensivamente o cotidiano no Congresso

Nacional, se aproximando um pouco da linguagem fotográfica vista na revista Time, que

possuía um staff de fotógrafos para acompanhar o cotidiano da Casa Branca; também cobriria

eventos como o retorno de Brizola do exílio em 1979. Não posso afirmar com certeza que,

Veja publicaria estas reportagens em um embalo mercantil e de concorrência pelas pautas de

IstoÉ, que, desde sua inauguração começa a publicar reportagens “mais próximos do povo”

conforme saliente Juca Martins. Porém, o olhar de IstoÉ possui uma linguagem diferente.

Acompanha, talvez, o que Newsweek estaria fazendo em contraste com Time: reportando

acontecimentos da América Latina com grandes reportagens (colocando, em algumas edições,

fotografias de João Figueiredo na capa). Estaria comprometida em “explicar com detalhes

aquilo que acontece próximo do brasileiro”, conforme saliente Mino Carta, na Carta ao Leitor

no primeiro volume de IstoÉ, ainda com formato mensal.

Veremos a seguir algumas colocações referente a duas reportagens, que são

apresentadas com diagramações diferentes, mas com uma qualidade expressiva bastante forte

dentro de cada revista. Tanto pela quantidade de fotografias, quanto pela suas qualidades

formais – conforme nos apresenta Vilches (1997) – ao possuir um diálogo entre primeiro e

segundo planos, e entrar em contato com outras imagens, de outros períodos e autores.

3. Estudo de caso: o retorno de Brizola e o Movimento Contra o Custo de Vida

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8 Neste último ponto do texto, o foco será nos principais temas abordados por Juca

Martins, em IstoÉ, e de Ricardo Chaves, em Veja durante a segunda metade da década de

1970. A linguagem fotográfica de Juca Martins e Ricardo Chaves se aproximam – no sentido

do uso técnico de lentes grande angulares e teleobjetivas e pouco uso do flash. Com isso, suas

fotografias possuiriam uma linguagem expressiva caracterizada pelo que Sousa (2004) nos

apresenta quando fala sobre a Segunda Revolução do Fotojornalismo. São fotos que possuem

a capacidade de contextualizar sujeitos em um ambiente maior – algo que Vilches (1997)

comentaria, sobre as diferentes qualidades expressivas da fotografia, em relação a seus

diferentes planos. Ambos fotógrafos utilizam os dois tipos de lentes, às vezes para

contextualizar o acontecimento em planos maiores (uso da grande angular), ou para focar em

determinado aspecto do quadro (uso da teleobjetiva).

Em 6 de Setembro de 1978, a revista IstoÉ de número 89 iria estar publicando as

fotografias de Juca Martins quando cobre a manifestação contra o custo de vida, ocorrido em

frente à Catedral da Sé, em São Paulo. Esta manifestação fora organizada dias antes, como

forma a reivindicar (a partir de um abaixo assinado) melhores condições de vida para a

população das periferias da capital paulista.

Juca Martins irá fotografar os principais movimentos sociais da região metropolitana

de São Paulo. A sua cobertura para IstoÉ inicia fortemente no ano de 1978, quando cobre em

Agosto a manifestação na praça da Catedral da Sé, em São Paulo. Neste ano, a revista IstoÉ

publicaria diversas fotografias de Juca Martins, inclusive em capa, sobre o acontecimento15.

15 Para maiores informações quanto a narrativa fotográfica desse acontecimento, estarei apresentando uma

comunicação entre os dias 19 e 22 de Maio de 2015 na Universidade Estadual de Londrina, durante o II

Encontro Internacional dos Estudos da Imagem. Apresentação intitulada “O fotojornalismo de Juca Martins e

Hélio Campos Mello em IstoÉ e Newsweek nos anos 1970: o fotógrafo freelancer e contratado como produtores

de informação e documentação da política no Brasil”, que constará nos Anais do evento.

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Capa do número 89 da IstoÉ, fotografia de Juca Martins (Figura 1) e Fotografia dos Policiais Militares em frente

à escadaria (Figura 2), publicado em seu livro Juca Martins - Antologia Fotográfica, 199016.

A primeira fotografia publicada, mostra o fotógrafo se posicionando atrás da barreira

de Policiais Militares, com seus pastores alemães aguardando ordens para dispersar os civis.

Esta fotografia se tornaria capa do número 89 da revista (Figura 1), e outras do mesmo ensaio

estariam no miolo das reportagens. Na Figura 2, podemos perceber em primeiro plano, as

costas dos policiais enquanto observam o segundo plano da fotografia – diversos civis

parados na escadaria central da entrada da Catedral da Sé. A folha de contatos do fotógrafo

nos demonstraria outras imagens que não foram selecionadas pela equipe editorial, hoje

podemos acessar estas fotografias em livros fotográficos do fotógrafo17 ou no site de sua

agência de fotografia.

Na série de fotografias da atual agência de fotografia de Juca Martins18, podemos

perceber outras fotografias que a revista não publicou. Estas imagens, do mesmo

acontecimento, nos exemplificam o posicionamento de Juca Martins no ambiente. Ele se

desloca, primeiramente, junto com os manifestantes e fotografa de cima da escadaria os

policiais parados (Figura 4). Em um segundo momento, Juca se deslocaria ao lado da

escadaria, fotografando de perfil dois polos da manifestação – do lado esquerdo da imagem

16 Livro Antologia Fotográfica faz parte de uma série de livros fotográficos publicados na década de 1990 pela

editor da agência fotográfica AGIL, do Rio de Janeiro. 17 Ver o livro “Juca Martins”, publicado em 2015 pela Martins Fontes, ou “Juca Martins: Antologia

Fotográfica”, publicado pela editor AGIL/Dazibao, 1990. 18 Olhar Imagem, <http://www.olharimagem.com> Acesso em 13 de Abril de 2015.

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10 estaria a escadaria e os manifestantes, e do lado direito os Policiais Militares em guarda

(Figura 5 e 6). No terceiro momento da cena, Juca estaria focando nas costas dos militares,

virados de frente para a escadaria com os manifestantes (Figura 7). Juca Martins realizou um

ensaio fotográfico da manifestação, e duas fotografias suas seria relembradas pela equipe

editorial diversas outras vezes.

Figura 4 (topo, esquerda), Figura 5 (topo direita), Figura 6 (baixo, esquerda) e Figura 7 (baixo, direita). Todas as

fotos fazem parte do acervo da agência Olhar Imagem, utilizadas aqui com a marca d`água da agência, e em

tamanho pequeno, procurando respeitar os direitos autorais da agência.

Juca Martins possui uma bagagem fotográfica bastante consolidada, com início na

segunda metade da década de 1960. Seria na IstoÉ que alguns de seus principais temas seriam

apresentados para o público: a fotografia de manifestações durante a abertura política

brasileira. Seria na IstoÉ que Martins iniciaria seu trabalho fotográfico em manifestações de

grande peso político e social – algo que, seria explorado de maneira muito forte em conjunto

com outros fotógrafos na Agência F4 posteriormente.

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11 Ricardo Chaves fotografaria, em Porto Alegre e Montevidéu, o caso do sequestro

clandestino de Lilián Celiberti e Universindo Díaz19. Ricardo Chaves irá fotografar, no Rio

Grande do Sul (sucursal da Veja de 1977 até início de 1980), temas como a agricultura;

política estadual – a volta do Brizola do exílio; o enterro de João Goulart em São Borja, e o

caso do sequestro – que repercutiria nacionalmente, inclusive pela televisão.

A volta de Brizola é feita em 1979, com a fotografia de capa da Veja de Ricardo

Chaves. Nesta edição, uma narrativa visual seria contada. Brizola, em cima de uma Kombi

Volkswagen, levantaria a bandeira do PDT e seria fotografado de maneira que se relacionasse

com a temática da liberdade. Vejo esta reportagem com uma certa lembrança visual da

memória da liberdade que guiaria o povo à abertura política. De forma que, a imagem da

capa da revista nos remeteria, conforme a metodologia de Didi-Huberman (2014), a outras

imagens do passado – no caso, a pintura de Eugène Delacroix, “A liberdade guiando o povo”,

de 1830 (ver as Figuras 8 e 9).

Figura 8: Brizola retornando do exílio em Veja, ed. 575. Figura 9: Eugène Delacroix, A Liberdade Guiando o

Povo, óleo sobre tela, 260 x 325 cm, 1830.

Visualmente e esteticamente, esta fotografia nos remete à várias outras imagens.

Brizola utiliza o momento para realizar um certo teatro político, em ritmo de festa e, ao

mesmo tempo, em um momento ainda em governo militar – em processo lento de abertura

política. Esta reportagem irá repercutir na revista Newsweek em Novembro de 1979 – com

uma página seguida da fotografia, aqui nomeada de autoria da Agência JB (ver Figura 10).

19 Para mais informações sobre estas fotografias, ler o Trabalho de Conclusão de Curso que realizei em 2014,

referente à interpretação das fotografias de Ricardo Chaves e Olívio Lamas em Veja, sobre o sequestro em

PROENÇA, 2014.

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Figura 10: Reportagem sobre o retorno de Brizola do exílio. Newsweek, 8 de Outubro de 1979.

4. Conclusões Parciais

Ainda em momento inicial de pesquisa durante o mestrado, não posso concluir muito

mais do que algumas colocações breves sobre o desempenho visual destes fotógrafos na mídia

durante 1970. A produção visual em Veja e IstoÉ foi bastante significativa em temas como

política, manifestações e governo militar. Ambas revistas podem ser vistas como produtoras

da visualidade da abertura política no Brasil. O depoimento oral destes fotógrafos, atrelado à

sua produção visual podem nos salientar algumas características principais da expressão

destas fotografias (atreladas à imprensa semanal) – que entram em contato com diversas

outras imagens, sejam elas no campo da arte, ou em outras revistas semanais.

Dessa forma, ainda acredito que devo esclarecer pontos referentes as aproximações

entre Veja e IstoÉ, em um trabalho contínuo, ainda em construção. Quais suas diferenças

visuais e aproximações visuais? Como eram tratados os fotógrafos dentro de cada redação?

Quais diálogos as fotografias destes fotógrafos possuem com outras imagens do mesmo

período, ou o que Meneses (2004) chamaria de iconosfera? Por enquanto, estas perguntas

servem como propulsoras do meu desenvolvimento acadêmico, para continuar pesquisando e

construindo um conhecimento referente à produção visual destes profissionais na mídia da

década de 1970.

REFERÊNCIAS

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ENTREVISTAS

Entrevista com Juca Martins realizada por Caio de Carvalho Proença em 24 de Fevereiro de

2015, transcrição de Caio de Carvalho Proença, Acervo LPHIS/PUCRS.

Entrevista com Ricardo Chaves realizada por Caio de Carvalho Proença em 10 de Junho de

2012, transcrição de Caio de Carvalho Proença, Acervo LPHIS/PUCRS.

Entrevista com Ricardo Chaves realizada por Charles Monteiro em 29 de Agosto de 2013,

transcrição de Caio de Carvalho Proença, Acervo do LPHIS/PUCRS.

Entrevista com Luiz Abreu realizada por Caio de Carvalho Proença e Charles Monteiro em 13

de Fevereiro de 2015, transcrição de Caio de Carvalho Proença, Acervo do LPHIS/PUCRS.