As riquezas de Dona Ivanete

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1268 Janeiro/2014 As riquezas de Dona Ivanete Barro Alto “É uma riqueza na minha propriedade”. É com essa empolgação que dona Ivanete nos recebe e mostra sua cisterna. Toda novidade gera dúvida, principalmente quando envolve o bem mais precioso do sertanejo, a água. “Quando começaram a falar de cisterna por aqui o povo ficou meio tímido, mas quando a primeira ficou pronta todo mundo quis a sua”, diz Ivanete se referindo a comunidade de Volta Grande, em Barro Alto. As tecnologias de convivência mudaram a vida de muita gente na comunidade. Algumas famílias já produziam orgânicos, mas tinham dificuldade com a água. Com a chegada das tecnologias na região foi possível ampliar e garantir a produção. “Antes a gente trabalhava e quando estávamos caminhando, parávamos por falta d'água”. A prova da mudança é que hoje, só na propriedade de Ivanete, já se planta cenoura, beterraba, mamão, frutas e verduras de todo tipo, além da criação de aves, ovinos, caprinos e suínos. Tudo isso ainda é comercializado na região. “É um sentimento de vida! Minha cisterna está cheia de água. É a possibilidade de viver e viver bem. Em outras épocas, num tempo desses, estaríamos sofrendo sem água pra nada”. Este é o sentimento que envolve a comunidade, do povo que conhece as dificuldades que o tempo de estiagem traz para essas terras. Foto: Arquivo CAA Foto: Arquivo CAA Foto: Arquivo CAA

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"É um sentimento de vida! Minha cisterna está cheia de água. É a possibilidade de viver e viver bem. Em outras épocas, num tempo desses, estaríamos sofrendo sem água pra nada". Este é o sentimento que envolve a comunidade, do povo que conhece os desafios que o tempo de estiagem traz para essas terras.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1268

Janeiro/2014

As riquezas de Dona Ivanete

Barro Alto

“É uma riqueza na minha propriedade”. É

com essa empolgação que dona Ivanete nos recebe e mostra sua cisterna. Toda novidade gera dúvida, principalmente quando envolve o bem mais precioso do sertanejo, a água. “Quando começaram a falar de cisterna por aqui o povo ficou meio tímido, mas quando a primeira ficou pronta todo mundo quis a sua”, diz Ivanete se referindo a comunidade de Volta Grande, em Barro Alto. As tecnologias de convivência mudaram a vida de muita gente na comunidade.

Algumas famílias já produziam orgânicos, mas tinham dificuldade com a água. Com a chegada das tecnologias na região foi possível ampliar e garantir a produção. “Antes a gente trabalhava e quando estávamos caminhando, parávamos por falta d'água”. A prova da mudança é que hoje, só na propriedade de Ivanete, já se planta cenoura, beterraba, mamão, frutas e verduras de todo tipo, além da criação de aves, ovinos, caprinos e suínos. Tudo isso ainda é comercializado na região.

“É um sentimento de vida! Minha cisterna está cheia de água. É a possibilidade de viver e viver bem. Em outras épocas, num tempo desses, estaríamos sofrendo sem água pra nada”. Este é o sentimento que envolve a comunidade, do povo que conhece as dificuldades que o tempo de estiagem traz para essas terras.

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Os programas sociais de construção de cisternas são fonte de renda para diversas comunidades, porque além de manter a qualidade na alimentação das famílias produtoras, possibilitam a comercialização da produção excedente. Além disso, os cursos oferecidos, e que fazem parte do processo de recebimento da tecnologia, auxiliam os agricultores a trabalhar e viver nos períodos de seca. “O pessoal aqui trabalha o todo, do primeiro dia até a gente aprender tudinho... Trabalham o produtor rural em todos os aspectos”, explica Ivanete.

A felicidade de Dona Ivanete foi ver o novo plano de agroecologia e produção orgânica. ‘’É bom saber que tem mais projetos sociais vindo por aí. Vai ajudar muita gente, vem mais cisterna e mais dinheiro pra nossa região.’’

O plano, que começou a ser elaborado no ano passado, pretende ampliar a produção de alimentos orgânicos no país. Metade do crédito atende às mulheres.

Ao todo, serão R$ 8,8 bilhões. Desse total, R$ 7 bilhões vão para Programa Nacional da

Agricultura Familiar (Pronaf). Entre as ações previstas estão a construção de oito mil cisternas para a produção orgânica e criação de bancos de sementes. As cooperativas agrícolas terão R$ 175 milhões para investir na gestão de alimentos agroecológicos. Também estão previstos R$ 262 milhões para a assistência técnica.

O plano pretende capacitar 75 mil famílias para produzir e vender alimentos sem o uso de agrotóxicos. Hoje, apenas dez mil famílias estão autorizadas a usar o selo de produto orgânico em todo o país. A ideia é aumentar a oferta de produtos agroecológicos e orgânicos da escala de produção para aumentar a rendados agricultores e também baratear o custopara o consumidor.

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Realização Patrocínio

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL

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