As três revelações

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As Três Revelações Judaísmo, Cristianismo, Espiritismo Allan Kardec no primeiro capítulo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” nos traz a idéia de que Deus deu à humanidade três revelações esclarecendo assim sobre as ne- cessidades primeiras e últimas do Espírito, e a forma deste manter-se em harmonia com o seu Criador através de uma conduta moral elevada. A primeira revelação teria em Moisés sua personificação, a segunda no Cristo, e a terceira no ensinamento dos Espíritos, por isto não seria atribuída a um único indivíduo a sua autoria, mas ao ensinamento coletivo destes sob a orientação do Espírito de Ver- dade. É comum quando trabalhamos este tema fazermos uma distinção entre as três citando as características de cada uma e a relação entre elas. Porém, como é de rotina falarmos mais das diferenças do que o que há de comum entre as mesmas, este estudo tem objeti- vo diferente, ou seja, é mostrar o elo que une estes três momentos distintos e que no fundo fazem parte de um mesmo projeto de Deus para a evolução da Humanidade neste Universo. Assim, podemos comparar estas revelações a um trabalho de crochê, que através de um fio único pode manifestar-se de formas distintas em uma mesma peça. Desde a formatação das revelações até mesmo ao seu conteúdo notamos claramente este fio que une estas três manifestações que têm por objetivo a educação do Espírito imortal e a recondução deste para Deus. A primeira revelação está expressa nos cinco livros que chamamos de Pentateuco Mosaico e que os judeus denominam Torá; há na continuidade desta outros livros que podem ser classificados de complementares da obra básica mosaica, que são os livros históricos do Velho Testamento, os livros dos profetas, os de sabedoria, etc. Da mesma forma a segunda revelação tem por obras básicas cinco livros, que são os quatro Evangelhos mais o livro de Atos dos Apóstolos, e por obras complementares as epístolas dos primeiros apóstolos, tendo por destaque as de Paulo, e o livro mediúnico atribuído a João Evangelista, que é o Apocalipse.

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Estudo sobre as revelações judaica, cristã e espírita

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As Três Revelações

Judaísmo, Cristianismo, Espiritismo

Allan Kardec no primeiro capítulo de “O Evangelho Segundo o Espiritismo” nos traz

a idéia de que Deus deu à humanidade três revelações esclarecendo assim sobre as ne-

cessidades primeiras e últimas do Espírito, e a forma deste manter-se em harmonia com

o seu Criador através de uma conduta moral elevada.

A primeira revelação teria em Moisés sua personificação, a segunda no Cristo, e a

terceira no ensinamento dos Espíritos, por isto não seria atribuída a um único indivíduo

a sua autoria, mas ao ensinamento coletivo destes sob a orientação do Espírito de Ver-

dade.

É comum quando trabalhamos este tema fazermos uma distinção entre as três citando

as características de cada uma e a relação entre elas. Porém, como é de rotina falarmos

mais das diferenças do que o que há de comum entre as mesmas, este estudo tem objeti-

vo diferente, ou seja, é mostrar o elo que une estes três momentos distintos e que no

fundo fazem parte de um mesmo projeto de Deus para a evolução da Humanidade neste

Universo.

Assim, podemos comparar estas revelações a um trabalho de crochê, que através de

um fio único pode manifestar-se de formas distintas em uma mesma peça.

Desde a formatação das revelações até mesmo ao seu conteúdo notamos claramente

este fio que une estas três manifestações que têm por objetivo a educação do Espírito

imortal e a recondução deste para Deus.

A primeira revelação está expressa nos cinco livros que chamamos de Pentateuco

Mosaico e que os judeus denominam Torá; há na continuidade desta outros livros que

podem ser classificados de complementares da obra básica mosaica, que são os livros

históricos do Velho Testamento, os livros dos profetas, os de sabedoria, etc.

Da mesma forma a segunda revelação tem por obras básicas cinco livros, que são os

quatro Evangelhos mais o livro de Atos dos Apóstolos, e por obras complementares as

epístolas dos primeiros apóstolos, tendo por destaque as de Paulo, e o livro mediúnico

atribuído a João Evangelista, que é o Apocalipse.

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Fechando a manifestação do Espírito de Verdade temos a que chamamos Terceira

Revelação, que também têm por obras básicas cinco livros que formam o Pentateuco

Kardequiano, e por obras subsidiárias as de Emmanuel, André Luiz, Joanna de Angelis,

entre outras.

Isto é coincidência? Não, é programação, e programação superior, que começa com o

livro Gênesis de Moisés, e termina com A Gênese, de Kardec. É a mesma linha da espi-

ral educativa que abre, fecha e volta a abrir em novos lances nos projetando sempre para

mais perto do Criador.

Podemos ainda verificar em cada revelação o anúncio da próxima que virá, compro-

vando assim, a seqüência do programa estabelecido pelo Criador a se concretizar.

Assim, além de, nos livros complementares do Pentateuco Mosaico, termos o anún-

cio do Advento do Messias, podemos observar na própria obra básica da revelação vin-

da a lume através do grande legislador hebreu, a certeza da revelação cristã, é o que

depreendemos deste texto do Deuteronômio: 15 O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de

teus irmãos, como eu; a ele ouvireis; 16 conforme tudo o que pediste

ao SENHOR, teu Deus, em Horebe, no dia da congregação, dizendo:

Não ouvirei mais a voz do SENHOR, meu Deus, nem mais verei este

grande fogo, para que não morra. 17 Então, o SENHOR me disse:

Bem falaram naquilo que disseram. 18 Eis que lhes suscitarei um pro-

feta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na

sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. 19 E será que

qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu no-

me, eu o requererei dele. 20 Porém o profeta que presumir soberba-

mente de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não tenho

mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, o tal profeta

morrerá. 21 E se disseres no teu coração: Como conheceremos a pa-

lavra que o SENHOR não falou? 22 Quando o tal profeta falar em

nome do SENHOR, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim,

esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou o tal

profeta; não tenhas temor dele.1

1 Deuteronômio, 18:15 a 22

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O mesmo se daria com a profecia de Jesus a respeito da 3ª revelação que vemos cla-

ramente exposta no texto do Evangelho segundo João: 15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. 16 E eu rogarei

ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco pa-

ra sempre, 17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber,

porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita

convosco e estará em vós. 18 Não vos deixarei órfãos; voltarei para

vós. 19 Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me ve-

reis; porque eu vivo, e vós vivereis. 20 Naquele dia, conhecereis que

estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. 21 Aquele que tem os

meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que

me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a e-

le. 22 Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te

hás de manifestar a nós e não ao mundo? 23 Jesus respondeu e disse-

lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o ama-

rá, e viremos para ele e faremos nele morada. 24 Quem não me ama

não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é

minha, mas do Pai que me enviou. 25 Tenho-vos dito isso, estando

convosco. 26 Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai en-

viará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar

de tudo quanto vos tenho dito.2

Texto este que será analisado mais especificamente a partir de agora, não só no sen-

tido de comprovação de que o Espiritismo cumpre a promessa de Jesus, como também

atende às esperanças da tradição judaica, como vamos ver, e que esta contida nas obras

citadas da 1ª revelação.

Jesus diz claramente segundo as anotações de João que o Pai daria outro consolador.

Porque a expressão outro? É que Ele próprio sabia ser um Consolador.

Quanto a isso é o próprio evangelista quem nos orienta:

Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se

alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o

Justo.3

2 João, 14: 15 a 26 3 I João, 2: 1

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Tanto o termo usado nesta carta, advogado, quanto o usado por Jesus no quarto E-

vangelho, consolador, vêm do grego parakletos, tendo assim a mesma significação.

Aliás, sobre parakletos, ainda podemos dizer: é formado pela preposição pará (ao

lado de, junto de) e de klêtos do verbo kaléô (chamar). Então, parakletos é aquele que é

"chamado para junto de alguém", o "Evocado".

Significa ainda: o que exorta, que roga, que pleiteia (na justiça, em juízo), que conso-

la, que defende, o que intercede, etc. Ou seja, é o advogado de defesa.

Tanto Jesus, quanto o outro consolador cobrem todos estes significados como vere-

mos.

Havia entre os hebreus uma idéia de que com a morte vinha um julgamento. (juízo)

Há todo ano uma festa (oYom Kipur) que é a festa do julgamento. Neste dia, que é

também dia do perdão, ou também da expiação, se faz uma prece para que a misericór-

dia divina suplante os erros da pessoa, e assim o seu nome seja inscrito no livro da vida

e você viva mais um ano. Pois se os erros superarem os acertos, a pessoa morre. (crença

judaica.)

Este é um dia também de reflexão, uma oportunidade de meditar sobre os erros. Há

entre eles uma idéia de que somos avaliados periodicamente por Deus, e na morte há o

grande julgamento.

Neste julgamento há o acusador e o defensor.

O acusador = promotor de justiça = satân (hebraico) = diabolos (grego)

O defensor = advogado de defesa = menahém (hebraico) = parakletos (grego)

Parakletos é então o defensor, ou confirmando o que já dissemos, advogado de defe-

sa.

Há ainda na tradição judaica alguns textos que dizem que se um acusado tiver um

bom parakletos pode ser absolvido, que a conversão e as boas obras são parakletos para

os homens. Ou tem-se também a idéia de que os profetas, os sábios ou os justos são

intercessores entre Deus e os homens.

Fazendo uma analogia entre estas crenças e o que diz a doutrina espírita não há aí

uma perfeita harmonização?

Não ensina a codificação kardequiana que é a caridade (boas obras) que salva a cria-

tura? Que é a transformação moral ou autoiluminação - que pode ser outro nome de

conversão – a melhor defesa para qualquer um de nós? Além disso a doutrina espírita

expressa claramente, em consonância com os textos judaicos desta tradição, que Deus

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não ensina diretamente os homens, para isso ele tem mensageiros, que são os Espíritos

superiores, que cumprem este papel de ensinar (a revelação) de conduzir para Deus.

Desta forma, médiuns e profetas, anjos do senhor e Espírito passam a ter significação

comum.

Ainda segundo a tradição do povo hebreu quando a revelação foi dada no Monte Si-

nai veio uma voz que ditou a Moisés. Segundo o Talmude essa voz ecoou, este eco é

chamado “filha da voz”. Este eco se tornou “70 vozes”. Esta “filha da voz” é chamada

de Ruach Kodesh, que em português é Espírito Santo.

Tudo isto lembra o Pentecostes, onde, segundo Atos, 2:6, cada um os ouvia falar na

sua própria língua, demonstrando a universalidade da revelação.

Aqui fechamos mais uma conexão:

Filha da voz = “70 vozes” = Espírito Santo = parakletos = consolador

“70 vozes” que são as vozes dos Espíritos do Senhor, o que se tornaram santos, que

são os consoladores, os que exortam, os que defendem, os que intercedem…

Continuando ainda trabalhando os textos da primeira revelação vamos ver que as ex-

pressões exército dos céus, exército de Deus e estrelas são sinônimas. Assim temos:

Isaías, 34:4 E todo o exército dos céus se gastará, e os céus se enro-

larão como um livro, e todo o seu exército cairá como cai a folha da

vide e como cai o figo da figueira.

Isaías, 40:26 Levantai ao alto os olhos e vede. Quem criou estas coi-

sas? Aquele que faz sair o seu exército de estrelas, todas bem conta-

das, as quais ele chama pelo nome; por ser ele grande em força e for-

te em poder, nem uma só vem a faltar.

Deuteronômio, 17:3 que for, e servir a outros deuses, e se encurvar a

eles, ou ao sol, ou à lua, ou a todo o exército do céu, o que eu não or-

denei;

Jeremias, 8:2 e expô-los-ão ao sol, e à lua, e a todo o exército do céu,

a quem tinham amado, e a quem tinham servido, e após quem tinham

ido, e a quem tinham buscado e diante de quem se tinham prostrado;

não serão recolhidos nem sepultados; serão como esterco sobre a fa-

ce da terra.

Temos também no livro Gênesis:

Genesis, 32:1-2 E foi também Jacó o seu caminho, e encontraram-no

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os anjos de Deus. E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de

Deus. E chamou o nome daquele lugar Maanaim.

Portanto, Estrelas = Exército dos céus (ou de Deus) = Anjo

Anjo = Profeta= justo = Parakletos = Consolador = Espírito Santo

Segundo Emmanuel:

Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos

Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo

desde os primeiros tempos da Humanidade.4

Qual a função das estrelas?

Genesis, 1: 16 E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior

para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez

as estrelas.

Eclesiástico, 43: 9 A glória dos astros faz a beleza do céu; ornam bri-

lhantemente as alturas do Senhor.

Portanto, as estrelas iluminam o céu à noite, Emmanuel comentando a manifestação

dos Espíritos no dia do Pentecostes esclarece-nos:

Não faltaram os cépticos, no divino concerto, atribuindo à loucura e à

embriaguez a revelação observada. Simão Pedro destaca-se e escla-

rece que se trata da luz prometida pelos céus à escuridão da carne.5

(grifos nossos)

E sobre a escuridão da carne, que representa a encarnação do Espírito o mesmo autor

espiritual adverte:

Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase

sempre somos vítimas de nossas ilusões, mas, em voltando o clarão

infinito da verdade com a renovação da morte física, verificamos, ao

sol da vida espiritual, que a Providência Divina é glorioso amor para

a Humanidade inteira.6

Assim temos:

4 Paulo E Estevão, cap. 4 2ª parte 5 Caminho Verdade e Vida, cap 10 6 Fonte Viva, cap. 65

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Encarnação = sombra = noite � ilusão

Mundo Espiritual (desencarnação) = Sol da vida espiritual = luz � realidade

Concluímos assim que o Exército de Deus que são as estrelas, são Parakletos, que

são os Espíritos superiores, durante a encarnação vêm nos consolar, exortar, ajudar, i-

luminar, nos conduzindo à realidade da vida imortal, nos resgatando das ilusões.

Deus permite o intercâmbio entre o mundo físico e o mundo espiritual, para que este

ilumine a sombra da carne. � Mediunidade

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no prefácio, o Espírito de Verdade em

mensagem espiritual resumindo o caráter da Revelação Espírita informa-nos:

Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso e-

xército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espa-

lham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas ca-

dentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.

Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas

as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para

dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos.

As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânti-

cos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós homens,

para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas vossas vozes, e

que, num hino sagrado, elas se estendam e repercutam de um extremo

a outro do Universo.

Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós. Amai-

vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo as

vontades do Pai, que está no Céu:

Senhor! Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.

Temos aqui a conexão entre as revelações. O que foi dito acima através da tradição

judaica é o mesmo que dizem os Espíritos em relação ao Espiritismo, conforme as pala-

vras do Espírito de Verdade, ficando assim claro porque podemos afirmar ser o Espiri-

tismo o Consolador Prometido por Jesus ou Parakletos.

A proposta de Kardec para entender Jesus está contida na Introdução de “O Evange-

lho Segundo o Espiritismo” quando fala do objetivo da obra:

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Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evange-

lhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as

palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus

dogmas; e o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de

controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacá-

vel. Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É

terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual

podem todos colocar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porquan-

to jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e

por toda a parte se originaram das questões dogmáticas.

O Espiritismo deste modo, com Kardec e Jesus, é o porto seguro para todas as cren-

ças, é uma mensagem universal. Cumpre fielmente o papel de Parakletos, de Consola-

dor, pois exorta, adverte, defende, orienta, esclarece, etc.

Seus autores, os Espíritos, são o Exército de Deus, que através de suas “70 vozes”

disseminam toda a Verdade contida nos livros sagrados de todas as religiões tendo por

base o Amor do Novo Mandamento ensinado por Jesus.