ASAERLA, OAB E ACIA UNEM FORÇAS PARA INICIAR … · ministração pública um bem para todos os...

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Informativo oficial da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos - Edição nº 28 - Setembro / Outubro de 2011 ASAERLA informe Importante Descoberta arqueológica revela como viviam povos antigos em Cabo Frio ASAERLA, OAB E ACIA UNEM FORÇAS PARA INICIAR MOVIMENTO PELA CIDADANIA EM CABO FRIO Pág 20 Págs12 e 13 PATRIMÔNIO TRÂNSITO: O FIM DA LINHA Quando o assunto é mobilidade urbana, os morado- res de Cabo Frio, não têm motivos para comemorar. Motoristas e pedestres reclamam constantemente de questões relacionadas ao trânsito, que a cada dia, parece piorar na cidade. Cabo Frio tem Lei de Mais-Valia vitalícia Pág 09 A ASAERLA, Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos, a ACIA, Associação Comercial, Industrial e Turísti- ca de Cabo Frio, e a 20ª Subseção da OAB/ RJ, anunciaram a união de esforços das 3 entidades em prol da disseminação da ci- dadania. O anúncio foi feito durante evento realizado em Cabo Frio em comemoração ao aniversário da cidade. Pág 3 UNIÃO HISTÓRICA

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Informativo oficial da Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos - Edição nº 28 - Setembro / Outubro de 2011

AsAerlAinforme

Importante Descoberta arqueológica revela como

viviam povos antigos em Cabo Frio

ASAERLA, OAB E ACIA UNEM FORÇAS PARA INICIAR MOVIMENTO PELA CIDADANIA EM CABO FRIO

Pág 20

Págs12 e 13 PATRIMÔNIO

TRÂNSITO: O FIM DA LINHAQuando o assunto é mobilidade urbana, os morado-res de Cabo Frio, não têm motivos para comemorar. Motoristas e pedestres reclamam constantemente de questões relacionadas ao trânsito, que a cada dia, parece piorar na cidade.

Cabo Frio tem Lei de Mais-Valia vitalícia Pág 09

A ASAERLA, Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos, a ACIA, Associação Comercial, Industrial e Turísti-ca de Cabo Frio, e a 20ª Subseção da OAB/RJ, anunciaram a união de esforços das 3 entidades em prol da disseminação da ci-dadania. O anúncio foi feito durante evento realizado em Cabo Frio em comemoração ao aniversário da cidade. Pág 3

UNIÃOHISTÓRICA

Setembro / Outubro 2011 Informe AsAerlA

CIDADANIA

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ASAERLA, OAB E ACIA UNEM FORÇAS PARA INICIAR EM CABO FRIO MOVIMENTO PELA CIDADANIA

A ASAERLA, Associação de Arquitetos e Engenhei-ros da Região dos Lagos, a ACIA, Associação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio, e a 20ª Subseção da OAB/RJ, que abrange os municípios de Cabo Frio, Búzios e São Pedro da Aldeia, anunciaram oficialmente na quarta-feira, 9 de novembro, para um lotado salão na Confeitaria Branca, no centro de Cabo Frio, a união de esforços das 3 entidades em prol da disseminação da cidadania. A data, criteriosamente escolhida em função do aniversário da ci-dade, passa a ser um marco na história de Cabo Frio. Para presentear o município, que comemora 396 anos de funda-ção, o grupo convidou a Dra. Lizete Verillo, diretora de combate à corrupção da AMARRIBO BRASIL, uma das principais organizações de combate à corrupção no país, para ministrar a palestra “O controle social na adminis-tração pública”.

- Resolvemos unir forças para iniciar um movimento na cidade em prol da cidadania. É uma ação das três en-tidades, que está começando hoje com a realização desta palestra que trata de um assunto que interessa a todos, principalmente quando pensamos numa convivência har-moniosa entre o poder público e os cidadãos, destacou o engenheiro Milton Lima, diretor social da ASAERLA.

Lizete Verillo é psicóloga e consultora organizacio-nal com pós-graduação em Administração Organizacional pela PUC– SP e MBA em Gestão Empresarial.

- Nós queremos mostrar que é possível a sociedade ter o controle sobre a administração pública, principalmente, com ética, participação social e cidadania, disse a pales-trante.

Fizeram parte da mesa, o presidente da ASAERLA, Humberto Quintanilha; o presidente da ACIA, José Mar-tins; o presidente da 20ª Subseção da OAB/RJ, Eisenho-wer Dias Mariano; o chefe da Receita Federal em Cabo Frio, Carlos Tuñas e o promotor público Lúcio Pereira.

Segundo Lizete Verillo, o acompanhamento e super-visão permanentes da conduta dos administradores públi-cos é uma forma essencial de controle da corrupção. Du-rante a palestra ela apresentou experiências vividas pelos fundadores da AMARRIBO, que através do processo de monitoramento dos atos da administração pública local, levou ao afastamento de dois prefeitos - um deles preso pela polícia em 2002, e também o afastamento de diversos vereadores da cidade paulista de Ribeirão Bonito.

- Precisamos criar um debate maior na sociedade. Pre-

O presidente da ASAERLA, Humberto Quintanilha; o presidente da 20ª Subseção daOAB, Eisenhower Dias Mariano e o presidente da ACIA, José Martins

O promotor público Lúcio Pereira e o chefe da Receita Federal Carlos Tuñas também fizeram parte da mesa, ao lado dos organizadores e da palestrante

cisamos mostrar para a comunidade o que é cidadania, o que é corrupção, para que as pessoas possam levar infor-mações ao Ministério Público para que ações possam ser tomadas, disse durante a abertura do encontro, o promotor público Lúcio Pereira.

- Fico feliz com a união das entidades. É a semente de um trabalho visando uma melhor qualidade de vida para a população em Cabo Frio que está nascendo. A tradição da nossa associação se reflete no empresário e na população de uma forma geral, afirmou o presidente da ACIA.

- Vamos trabalhar em prol de um projeto para difundir estes importantes valores junto a sociedade da Região dos Lagos: somar as vozes para poder ECOAR o que é Ci-dadania, destacou o presidente da 20ª Subseção da OAB/RJ, Eisenhower Dias Mariano.

- É muito bom ver toda a sociedade aqui reunida para a realização dessa palestra. Temos aqui representantes de todos os segmentos da sociedade. Queremos fazer da ad-ministração pública um bem para todos os cidadãos, fina-lizou o presidente da ASAERLA, Humberto Quintanilha.

A palestrante Lizete Verillo O auditório da Confeitaria Branca ficou lotado

Rua Nilo Peçanha, 73 Sl. 05 (CREA)Centro - Cabo Frio - RJ

Tel: (22) 2645-6524e-mail: [email protected]

www.asaerla.com.br

EXPEDIENTEConselho Diretor biênio 2011-2012

PRESIDENTE:Engº Humberto Sanchez Quintanilha

VICE-PRESIDENTE:Engº José Deguchi Júnior

DIRETOR SECRETÁRIO:Engº Luis Sérgio dos Santos Souza

DIRETOR TESOUREIRO:Engº Raimundo Neves Nogueira(Dokinha)

DIRETOR TÉCNICO:Engº Marco Aurélio dos Santos Abreu

DIRETOR SOCIAL:Engº Milton José Furtado Lima

DIRETOR DE MEIO-AMBIENTE:Engº Juarez Marques Lopes

DIRETOR DE RELAÇÕESINSTITUCIONAIS:Engº Ricardo Valentim Azevedo

DIRETORES DE PUBLICAÇÕES:Engº Fernando Luiz F. CardosoEngº Luiz Carlos da Cunha Silveira

COMISSÃO FISCAL:Engº Luiz Césio Caetano AlvesArqª Maria Yara CoelhoEngº Elídio Lopes Mesquita NetoEngº Anísio Machado de ResendeEngº Raul Antônio Alberto L. Lazcano

PRODUÇÃO, EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO:

COLABORARAM NESTA EDIÇÃO:Marco Antônio Almeida PereiraRosalia Sampaio

IMPRESSÃOGráfica Jornal do Commercio

TIRAGEM:6.000 exemplares

EDIÇÃO Nº 28Setembro / Outubro - 2011

Informe AsAerlA

PALAVRA DA DIRETORIA

EngEnhEiro Civil humbErto Quintanilha - PrEsidEntE da asaErla

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Um importante passo pela cidadania

Setembro / Outubro 2011

A ASAERLA vem ao longo dos anos tentando, em vão, cooperar com a ad-ministração pública, seja ela Executiva ou Legislativa.

Ocupação irregular de praias, Plano Diretor e suas Leis Complementares, plano viário, preservação da história e ambiental, descaso das concessionárias, são alguns dos pontos que a entidade vem alertando. Como resposta recebe-mos apenas promessas ou atos con-trários, como as aprovações em regime de urgência de importantes leis. Nos conselhos municipais que fazemos parte, mesmo em questões técnicas, exclusiva-mente de nossa área, não somos ouvidos, vindo a ser sempre voto vencido.

Percebemos que mesmo sendo uma entidade sólida, próxima a completar 35 anos, composta por competentes técnicos das mais diferentes áreas da engenharia e arquitetura, e que mesmo atarefados com suas atividades profissionais, conseguem dedicar parte do precioso tempo para pen-sar a cidade, somos completamente igno-rados pelos poderes públicos. Será falha nossa? A imprensa não divulga nossas pro-postas e atos, não expõe a enorme quanti-dade de obras irregulares acontecendo sem a intervenção municipal que denunciamos sempre no Informe ASAERLA.

Milhões de reais em recursos de royal-ties de petróleo vieram para a região. O que podemos destacar de concreto que foi feito em relação a infraestrutura das ci-dades? Quais as importantes obras ambi-entais realizadas? E o esgoto, por que ele ainda é misturado a rede de águas pluviais? Por que as cidades ainda inundam durante uma chuva um pouco mais forte? Está fal-tando prioridade e transparência na aplica-ção dos recursos.

Num recente evento na ACIA – Asso-ciação Comercial, Industrial e Turística de Cabo Frio, em que ela convocou ou-tras associações para discutir um assunto atropelado pela PMCF - a privatização do estacionamento público - enxergamos que a solução estava ali: Importantes en-tidades civis da região, unidas por uma melhor qualidade de vida e um melhor futuro para as próximas gerações.

Assim nasce a união da ASAERLA com a 20ª Subseção da OAB/RJ e a ACIA, com o propósito de somar as vozes e ecoar bem mais longe as reais necessidades de uma sociedade. “Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar”, já dizia a letra da música, e que colocamos em prática, a partir de agora.

Não temos a pretensão de mudar o mundo, mas a nossa pequena parte, te-mos a absoluta certeza de que estamos fazendo, e a contribuição de cada um que esteja lendo este editorial, é de extrema importância.

CARGAS A CONSIDERAR NO SEU PÓRTICO:

VALORIZE SUA PROFISSÃO. SEJA SEMPRE ÉTICO E HONESTO.

Só você sabe as batalhas que teve de enfrentar para chegar onde está!

Informe AsAerlA

CHARGE

Engenheiro José Sérgio dos Santos, Fortaleza, CE

Calendário de eventos para 2011

DEZEMBRO- Palestra ou curso- 10 - Festa do Dia do Arquiteto e do Engenheiro

Para maiores informações sobre os eventos, consultar o site www.asaerla.com

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Planejamento urbano da Região dos Lagos em debate no município de Cabo Frio

Engenheiros, arquitetos e técnicos envolvidos no planejamento e elaboração de projetos urbanos e de in-fraestrutura tiveram a oportunidade de debater sobre o desenvolvimento urbano da Região dos Lagos durante o I Fórum das Cidades, realizado entre os dias 14 e 16 de setembro, no auditório da Universidade Veiga de Al-meida, em Cabo Frio.

O evento, o primeiro voltado para o desenvolvimento urbano da Região dos Lagos, foi aberto pelo presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Ja-neiro (EMOP), Ícaro Moreno que ministrou a palestra “A Sustentabilidade Regional e o Desenvolvimento Ur-bano”. Ele fez uma apresentação do PIB (Produto Interno Bruto) do Estado do Rio de Janeiro e falou sobre o poder de compra do cidadão do Rio e sobre a disponibilidade energética do Estado.

Estiveram presentes na abertura do evento o presidente da ASAERLA (Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos), Humberto Quintanilha,; o diretor geral do Campus UVA Cabo Frio, Ronaldo Piloto; o di-retor acadêmico do Campus, Eduardo Maluf; o chefe de gabinete da Prefeitura de Cabo Frio, Alfredo Gonçalves, representando o prefeito; o secretário de Obras de Cabo Frio, Carlos Sant`Anna; o subsecretário de Obras, Flávio Scali e o coordenador regional do CREA (Conselho Re-gional de Engenharia e Arquitetura), Otávio José.

O Fórum também contou com a participação do co-ordenador de Informações Geoespaciais do Centro Es-tadual de Estatística, Pesquisa e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ), Marcos Antônio Santos, que abordou o tema “Utilização de Geotecnolo-gias para Suporte à Gestão Municipal”.

De acordo com Marcos Antônio Santos, todas as in-formações geográficas estão sendo tratadas como infor-mações espaciais, seguindo padrões e normas que possi-bilitem a análise dos dados e o compartilhamento dessas informações.

- Informação não compartilhada, não é informação, por isso é necessário o cumprimento de padrões e normas que facilitem esse compartilhamento. O Estado está se preparando para construir uma infra-estrutura de dados espaciais criando o Sistema de Informações Geográficas, declarou.

Outra palestra importante, que chamou a atenção do público, foi da coordenadora do EGP-RIO (Escritório de Gerenciamento de Projetos da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro), Renata Ignarra, que abordou a temática “A captação de recursos e o gerenciamento dos projetos no desenvolvimento das cidades”.

Renata Ignarra apresentou o trabalhou que vem sendo

Ícaro Moreno, presidente da EMOP, durante a abertura do Fórum das Cidades reali-zado em Cabo Frio

Setembro / Outubro 2011

desenvolvido pelo EGP – Rio, criado em 2007 com o intuito de gerenciar os projetos estruturais do Governo do Estado. A coordenadora falou ainda sobre o PECAM, Projeto Estadual de Captação e Gestão de Recursos para Municípios, que tem como proposta potencializar os in-vestimentos dos municípios e profissionalizar a gestão pública e sobre o Portal Capta Rio, um novo projeto do governo estadual, que será lançado no mês de outubro, para facilitar o acesso dos municípios às informações dos convênios oferecidos pelo Governo Federal.

O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, Mário Flávio, que também participou do encontro, e falou sobre os caminhos para otimizar a rela-ção entre prefeituras e concessionárias de Água e Esgoto para maior integração dos planejamentos anuais e pluri-anuais de investimento, entre outros assuntos relaciona-dos. Já o pesquisador do Instituto de Pesquisa e Planeja-mento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR/UFRJ), Fabrício Leal, falou sobre “Habilitação (GTD) – O planejamento urbano em face da demanda habitacional”. “O Desenvolvimento Ur-bano e o Risco Geológico” foram os temas conferidos pelo geólogo Cláudio Amaral, do Departamento de Re-cursos Minerais do Rio de Janeiro (DRM/RJ).

No último dia do evento, 16 de setembro, houve a for-mação dos grupos de trabalho e elaboração e apresen-tação dos relatórios para produção da Carta dos Lagos – substrato das diretrizes e resoluções do Fórum.

O subsecretário de Obras de Cabo Frio e um dos or-ganizadores do evento, o engenheiro Flávio Scali, disse que o evento serviu para proporcionar aos profissionais da região um debate sobre a questão.

- Abrimos o espaço acadêmico para o debate sobre as diversas questões urbanas face às crescentes demandas de infraestrutura e habitação, em favor da sustentabi-lidade e eficiência do planejamento urbano e da gestão pública, declarou.

Ricardo Azevedo, secretário Municipal de Assuntos Espe-ciais de Cabo Frio também participou do encontro

O presidente do CREA-RJ, Agostinho Guerreiro, foi reeleito para novo mandato de três anos (2012-2013-2014). Ele obteve 33,8% (2.616) do total de 7.749 votos.

Em discurso aos funcionários, colaboradores e par-ceiros do Conselho do Rio, Agostinho agradeceu emocio-nado à aprovação de sua primeira gestão nas urnas e prom-eteu trabalhar ainda mais para que o CREA-RJ se consolide como referência no Sistema e na sociedade.

“Cada servidor nos sensibiliza de forma especial. Fiquei extremamente emocionado de ouvir mensagens de apoio durante a campanha. Nada aqui poderia ter sido feito sem trabalho de equipe, que só é possível com a contribuição de vocês”, declarou. “Vamos continuar nossa luta. Chegamos juntos e temos muito pela frente”, acrescentou o presidente reeleito, que foi aplaudido e ovacionado pelos presentes.

Agostinho também manifestou seu apreço pelos esfor-ços da Comissão Eleitoral Regional (CER), pelo exercício da interinidade de seu vice Clayton Vabo e pela eleição de seu chefe de Gabinete, Arciley Pi-nheiro, como conselheiro federal junto ao Confea.

A contagem dos últimos votos foi anunciada por Fran-cis Bogossian, presidente do Clube de Engenha-ria, de onde veio a última urna.

Bogossian exaltou a organização e o processo democrático, transparente, que evitou qualquer tipo de con-tratempo. “Cada um exerceu seu poder de voto, de acordo com o que achou que era melhor para o Conselho”.

Agostinho Guerreiro é reeleito à Presidência do CREA-RJ

DivulgaçãoDivulgação

Informe AsAerlA

FÓRUM DAS CIDADES ELEIÇÕES

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INEA e Prefeitura recuperam as orlas do Boqueirão e Ponta da Areia

Recomeçaram em outubro as obras de desassoreamento da Lagoa de Ara-ruama. As obras estão sendo realizadas na praia do Boqueirão em São Pedro da Aldeia. A previsão é que sejam retirados 20 mil m³ de areia do canal hidráulico da lagoa. Uma parceria entre o Insti-tuto Estadual do Ambiente – INEA – e a Prefeitura de São Pedro da Aldeia vai viabilizar a utilização do material rema-nescente para recuperação das orlas das praias do Boqueirão e Ponta da Areia.

Segundo o Superintendente Regional do INEA, Túlio Wagner dos Santos Vi-cente, o objetivo do trabalho é aumen-tar o fluxo de entrada e saída de água da lagoa, buscando a continuidade da recu-peração ambiental. “Esse trabalho recu-pera toda a lagoa na Região dos Lagos”, acrescentou.

A previsão é que em aproximada-

As orlas do Boqueirão e da Ponta da Areia serão recuperadas após dragagem

Setembro / Outubro 2011

mente 20 dias o trabalho termine. “Va-mos retirar uma quantidade grande de areia e a parceria com a Prefeitura vai permitir utilizar o material retirado, que será recolocando nas orlas das Praias do Boqueirão e Ponta da Areia”, disse.

Segundo o secretário de meio am-biente, Luciano Pinto, a drenagem vai trazer diversos benefícios para a cidade. “Este trabalho na lagoa vai fomentar diversos setores no município como a pesca, o turismo e a economia. As re-modelações das orlas das praias vão proporcionar mais lazer para os turistas. O turismo náutico é outro setor que tam-bém será beneficiado. Esses setores são alguns que são vistos como de grande importância pelo Prefeito Carlindo Filho e a parceria com o INEA está nos per-mitindo desenvolve-los ainda mais no município”, disse.

Marcelo Velloso Na última quarta-feira, a convite da ASAERLA, Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos, ACIA, Associação Comercial de Cabo Frio, e da 20ª Subseção da OAB/RJ, a Sra. Lizete Verillo, diretora de combate à corrupção da AMARRIBO BRASIL, uma das principais organizações de com-bate à corrupção no país, esteve num salão lotado da Confeitaria Branca para ministrar a palestra “O controle social na administração pública”.

De tudo que a palestrante nos trouxe, fica uma importante e decisiva lição: é possível lutar e vencer a corrupção nas administrações públicas, mas para isso precisamos perceber as diversas dimen-sões deste mal e sua relação com o nosso cotidiano.

Primeiro, não desistir, não “descren-çar”. Em que pese a desilusão com o os três poderes, aí incluído, principalmente, o Judiciário, existem mudanças e pre-cisamos acreditar sem fugir da luta, a nossa participação.

Segundo, precisamos instruir tecni-camente as denúncias. As instâncias políticas das denúncias como a internet, o boca a boca, a mobilização social, o enfrentamento, tem que vir antecedido por investigação em processos ilícitos de contratos para execução de obras, com-pras de equipamentos e outros serviços e contratações de pessoal sem concurso público. É preciso, não perder, mas ga-nhar tempo com esse tipo de ação.

Terceiro, a ação e mobilização contra o desvio de finalidade do cargo público, o empreguismo e o uso do recurso pú-blico sem prioridade e finalidade pública, deve ser política sim, mas apartidária e feita por pessoas com credibilidade, au-tonomia e independência. A união de instituições como no exemplo dado pela ASAERLA, ACIA e OAB, dão força e despersonalizam a prática do combate a corrupção.

Não devemos ter dúvida, a corrup-ção, assim como qualquer outra doença, começa devagar, vai dominando os or-ganismos, sejam humanos ou adminis-trativos, e se não fizermos a medicação correta, passa de uma simples gripe para uma grave pneumonia. É o que hoje ocorre nas administrações públicas. Da pequena Ribeirão Bonito, em São Pau-lo, aos municípios “petrodoláricos” da Região dos Lagos, a prática nefasta é a mesma. Só muda o cheiro!

Em Cabo Frio não é diferente. Há anos

as administrações vem se sucedendo no comando da cidade sem que os princípios básicos da administração pública como: legalidade, impessoalidade, publicidade, moralidade, eficiência, supremacia do inte-resse público, finalidade, continuidade dos serviços públicos e razoabilidade, sejam ob-servados.

Na realidade a minha tese é que, em cer-tos casos, com o tamanho da apropriação indevida da máquina pública por grupos privados, seja na saúde, na educação, no transporte público, no saneamento e outros serviços de interesse público essenciais, não tem sentido em se falar em “poder público “. O interesse é privado. Nada existe de pú-blico, só na fachada. O direito à cidade é uma falácia!

No entanto, como disse a palestrante, e-xistem mudanças em curso. A sociedade não agüenta mais tanto desatino administrativo, tanta corrupção, tanto desvio de finalidade. Organizações e movimentos sociais como a AMARRIBO e a Transparência Brasil estão se movimentando. Propostas de mudanças estruturais estão sendo encaminhadas ao Congresso. A Lei do Ficha Limpa caminha, embora com a morosidade que o sistema político-legislativo-judiciário representa. O fato é que a culpa é nossa. Nós estamos elegendo maus políticos e transferindo para eles a responsabilidade da nossa represen-tação. Temos uma democracia sim, mas de baixa qualidade, com participação desquali-ficada e pouca cobrança de quem nos repre-senta. Os elegemos e pronto. Cumpri meu papel e agora posso ir a praia...

Estamos dando cheques em branco. E o pior, para quem já deu prova de que não merece a nossa confiança. Até quando? Afinal, O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fa-zem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer (Albert Eintein).

* JUAREZ MARQUES LOPESEng. Civil SanistaristaDiretor de Meio Ambiente da ASAERLA

AMARRIBO FAZ PALESTRA EM CABO FRIO

* Eng. Civil Sanistarista Juarez Lopes

Informe AsAerlA

MEIO AMBIENTE ARTIGO

PerFIl João SantucciArquiteto, Urbanista e Advogado

07

Nascido em Buri, estado de São Pau-lo, João Santucci Sobrinho mudou-se para Cabo Frio há mais de 20 anos, onde consolidou sua vida familiar e profis-sional. Casado há 25 anos com a den-tista Míriam Ferreira de Lemos Santucci, tem três filhos: Ana Carolina, João Filipe e Beatriz. Também foi agraciado com o título de “Cidadão Cabofriense” pelo vereador Aires Bessa, falecido em maio deste ano.

Possui duas graduações. Em Ar-quitetura e Urbanismo pela Universi-dade de Mogi das Cruzes e Direito pela Universidade Veiga de Almeida. Como todo profissional que visa o constante aperfeiçoamento, fez vários cursos de especialização: em 1991, Planejamento Urbano nas Faculdades Unificadas de Nova Iguaçu; em 2010, Pós-Graduação em Direito Ambiental na Universidade de Anhanguera e Mestrado em Direito Urbanístico e Ambiental na Universidade de São Paulo.

- Sempre gostei de áreas que en-volvem desenho, artes, pintura, escultura e poesia e achei tudo isso na arquitetura. Não me vejo fazendo outra coisa e agora com alguma experiência é muito melhor, afirma.

Em mais de 30 anos de profissão, o arquiteto já trabalhou no Procon, na PROCAF, Companhia de Desenvolvi-

Valores em R$/m2 - 31/10/2011PROJETOS

R1 (Residência Unifamiliar)

PP (Prédio Popular)

R8 (Residência Multifamiliar)

R16 (Residência Multifamiliar)

PIS (Projeto de Interesse Social)

RP1Q (Residência Popular)

Padrão deAcabamento

% MêsR$ / m2Projetospadrões

RESIDENCIAIS

COMERCIAIS

BaixoNormal

AltoBaixo

Normal

BaixoNormal

Alto

NormalAlto

-

-

R1-BR1-NR1-APP4-BPP4-N

R8-BR8-NR8-A

R16-NR16-A

PIS

RP1Q

997,881.183,631.478,20

925,231.123,37

878,45977,04

1.184,84

949,401.245,76

674,62

1.015,25

0,360,340,340,340,30

0,330,300,32

0,290,370,27

0,29

CAL8 (Comercial Andares Livres)

CSL8 (Comercial Salas e Lojas)

CSL16 (Comercial Salas e Lojas)

G1 (Galpão Industrial)

NormalAlto

NormalAlto

NormalAlto

-

CAL8-NCAL8-ACSL8-NCSL8-A

CSL16-NCSL16-A

G1

1.144,461.228,51

971,251.057,931.294,161.409,27

545,08

0,240,270,250,290,250,290,25

CUB REPRESENTATIVOCUB MATERIAIS

CUB MÃO DE OBRA (Encargos Sociais de 152,23%)CUB DESPESAS ADMINISTRATIVAS

CUB EQUIPAMENTOS

977,06

439,12

502,43

32,85

2,64

0,30

0,61

0,00

0,66

0,00

Setembro / Outubro 2011

mento de Cabo Frio, na Soccia, e atual-mente é sócio da Inova Lagos Materiais de Construção. Paralelamente a essas ativi-dades atuou como consultor no suporte, elaboração e gerenciamentos de projetos e inspeção do CREA .

- Um motivo de orgulho foi minha passagem pela diretoria e presidência da ASAERLA. Juntos, conseguimos o re-conhecimento da entidade junto ao Con-selho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia em Brasília (CONFEA), com a colaboração do então presidente do CREA-RJ, José Chacon de Assis, lembra.

Extremamente ligado à família, tem no pai um ídolo e considera a família como uma “dádiva de Deus para o que somos, o que fazemos, e o que poderemos fazer”. Tanto que os momentos mais importantes de sua vida foram aqueles vividos durante o nascimento dos três filhos.

- Como qualidade destaco a disponi-bilidade, e quanto aos defeitos, deixo que os vejam, e outros procurem, diz.

Num mundo cheio de conflitos morais e onde impera a inversão de valores, ele aponta a fé como uma filosofia de vida e diz:

- Viver com Deus me dá oportunidade, sendo livre para fazer tudo pra si mesmo e também pelos outros. Até mesmo o que os outros não fazem por você”, finaliza o profissional.

João com a família. Os filhos Ana Carolina, João Felipe e Beatriz, e a mulher, Miriam Ferreira Santucci

Álbum de Família

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ECONOMIA

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Mesmo após inauguração, a obra na RJ-102 – estrada que liga Cabo Frio à Búzios – ainda parece inacabada

Asfalto irregular na pista recém inaugurada, representa perigo para motoristas e pedestres, no trecho entre os dois municípios

Setembro / Outubro 2011

Durante a cerimônia de inau-guração da Nova Estrada Búzios-Cabo Frio, a RJ-102, no dia 6 de outubro, autoridades da Região dos Lagos; o Governador Sérgio Cabral; o vice-governador Luiz Fernando Pezão; o secretário Es-tadual de Saúde Sérgio Cortez e o presidente do DER, Henrique Ribeiro, entre outros, destacaram a importância da obra e o im-pulso que a nova estrada dará ao turismo regional, já que se trata da primeira via intermunicipal a receber uma ciclovia em todo o estado.

Na cerimônia o vice-governa-dor Luiz Fernando Pezão revelou que foram investidos 12 milhões e 600 mil reais na nova estrada, que também recebeu calçada, ilu-minação, novos trevos de acesso aos bairros, além de sinalização vertical e horizontal. O problema é que mesmo após a inauguração, a obra de recuperação da rodovia, que iniciou em julho de 2009 e só foi concluída no mês passado, ainda parece inacabada. Basta percorrer o trecho de oito quilô-metros beneficiado pelo Governo do Estado, entre o Pórtico de en-trada de Búzios e a divisa com Cabo Frio, no Centrinho, para constatar a qualidade do serviço executado pelo Departamento de Estradas e Rodagens do Rio de Janeiro – DER – com o auxílio da prefeitura de Búzios.

- Dois pontos chamam a aten-ção. Primeiro é o tempo que a obra levou para ser concluída. Quanto mais tempo se gasta, mais cara a obra fica. Outra questão que nos faz questionar o serviço é a qualidade da pavimentação. Você dirige e sente as ondulações no asfalto, o que representa um risco de acidentes para motor-istas e pedestres que circulam entre os dois municípios, desta-cou o engenheiro Marco Aurélio dos Santos, diretor técnico da ASAERLA, Associação de En-

genheiros e Arquitetos da Região dos Lagos.

A ASAERLA também chama atenção para outros problemas na obra de recuperação da rodovia. A ciclovia tão esperada parece que não saiu do papel, e os pon-tos de ônibus, sinalizados com piso diferenciado e recuo para parada, são estreitos para abrigar os veículos.

- Se eu fosse um ciclista me recusaria a andar pela ciclovia que mais parece um acostamen-to sem a devida sinalização, um risco, principalmente à noite,

quando o movimento é grande na estrada. E em relação aos pon-tos de ônibus, apesar dos recuos construídos para o embarque e desembarque de passageiros, os veículos permanecem com um pedaço na estrada dificultando a passagem dos carros de pas-seio, um risco grande de aciden-te, principalmente se surgir um ciclista, ressalta o engenheiro.

Essa não é a primeira vez que a obra de recuperação da estrada ganha destaque na mídia. Em maio deste ano, na edição nº26 do Informativo da ASAERLA, a

associação chamou atenção para o risco de acidentes na estrada. Na época questionamos a demo-ra na conclusão do serviço que vinha ocasionando transtornos para motoristas, além de graves acidentes, devido à falta de sinal-ização. Segundo Wilmar Mureb, secretário de Obras de Búzios, o município apenas ofereceu apoio logístico à empresa que executou a obra.

- A conclusão do trabalho es-tava prevista para março deste ano, mas uma modificação no projeto, por conta de questões

ambientais e tubulações de abas-tecimento de água no caminho, atrapalharam o andamento da obra, mas a empresa contratada para executar o serviço conseguiu finalizar a recuperação, disse.

Os motoristas que espera-vam por uma estrada de primeiro mundo, devem agora, redobrar a atenção na hora de trafegar pela rodovia. Toda cautela é pouca para evitar o risco de acidentes tão comuns na estrada, principal-mente durante as férias de fim de ano, quando milhares de turistas lotam as cidades da região.

Fotos:Marcelo Velloso

Ciclista que utiliza a ciclovia, demarcada apenas por uma faixa na pista, cruza a rodovia onde os carros passam em alta velocidade

Os carros passam em alta velocidade e a sinalização é precária Ciclovia e acostamento se confundem na nova rodovia

Informe AsAerlA

RODOVIA

09Setembro / Outubro 2011

Cabo Frio tem Lei de Mais-Valia vitalícia. Isso é possível?

“Apartamento em construção com entrega para Outu-bro/2012. Três quartos sendo uma suíte. Forma de pagamen-to: Financiado direto com a construtora. Após a entrega das chaves, a mais-valia das cober-turas ficará por conta do com-prador”. O anúncio na internet, para a venda de um imóvel em Cabo Frio é claro: Ao contrário da maioria dos municípios brasileiros, onde a Lei da MAIS-VALIA é criada de tem-pos em tempos e por prazo de-terminado para que o cidadão que executou uma construção em desacordo com a legisla-ção vigente possa regularizar a devida obra, em Cabo Frio, a Lei de MAIS-VALIA parece vi-talícia. Na cidade, o projeto que é aprovado pela prefeitura não é o mesmo que é construído, e depois, tudo é legalizado pela Lei, que privilegia não apenas as coberturas, mas várias mo-dalidades de construção.

A ASAERLA – Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – já pede o fim da MAIS-VALIA há anos, só que agora, com a publicação do DECRETO 4.487/2011, de 31 de agosto de 2011, fica ainda

mais difícil acreditar no inte-resse do governo em acabar com a Lei da MAIS-VALIA, já que o mesmo estabelece regras para construir irregularmente, o que Leis anteriores não tolera-vam.

- A nosso ver, este decreto é um absurdo. Mais uma vez exigimos que as Leis Comple-mentares sejam aprovadas, que este decreto seja extinto, e que essas correções aconteçam an-tes de 2016, quando o Plano Diretor deverá ser revisto, revela o engenheiro Luis Sérgio dos Santos Souza, diretor da ASAERLA.

Segundo Luis Sérgio existem centenas de construções irregu-lares em Cabo Frio e pouquís-sima atuação da fiscalização.

- Não se vê qualquer de-molição de coberturas irregu-lares, avanços sobre calçadas, ou outras transgressões que e-xistem na cidade, diz.

Por várias vezes o Informe ASAERLA abordou o assunto. Um exemplo é a reportagem “Supercoberturas na Praia do Forte”, publicada na edição nº 20, em 2010, onde foi feita denuncia de apartamentos qua-driplex no ponto mais nobre

da cidade, ou seja, construções com três pavimentos acima do permitido. Já na edição nº 22, o Informe ASAERLA mostrou um prédio ocupado pela Secre-taria Municipal de Saúde, onde havia a ocupação irregular da marquise, inclusive com outro prédio com a mesma infração ao fundo.

A Legislação em vigor até a data de hoje, que determina os parâmetros para a construção na cidade de Cabo Frio, adota as seguintes leis: Lei 116 de novembro de 1979 (Lei de Zo-neamento), Lei 109 de 16 de novembro de 1979 (Código de Obras), Lei 108 de 16 de no-vembro de 1979, e as leis que foram criadas após esta data, que transformaram as leis origi-nais em uma verdadeira colcha de retalhos, tais como:

- Lei 600 de 17 de setembro de 1982 que “reforma” a Lei 116;

- Lei 593 de 19 de agosto de 1986 que novamente “reforma” a Lei 116;

- Lei 613 de 30 de outubro de 1986 que mais uma vez reforma a Lei 116, mas na verdade, re-forma a Lei 593 de 1986;

- Lei 1.676 de 20 de junho de

2003E mais recentemente: - Decreto 3.483 de 16 de maio

de 2006 – Mais-Valia;- Lei 1.968 de 23 de novem-

bro de 2006 – Club Med;- Lei 2.126 de 13 de maio de

2008 – Marinas Cabo Frio;- Lei 2.364 / 2011 – Hotéis

próximo ao Forte São Mateus- Decreto 4.487/2011 – Crité-

rios para se construir irregular-mente.

É importante destacar que o Plano Diretor, aprovado pela Lei Complementar 01/2006, determina que:

Artigo 90 - Deverão ser regu-lamentados, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da data da publicação deste Pla-no, os instrumentos de política municipal instituídos por esta Lei.

Artigo 91 - O Plano de Ação, contendo a priorização das ações a serem realizadas para concretização das diretrizes definidas nesta Lei, deverão ser elaborados e sua implantação regulamentada, em um prazo máximo de 180 (cento e oi-tenta) dias, contados da data da publicação desta Lei.

E estabelece também:

Artigo 87 - O Plano Diretor Municipal de Desenvolvimento Sustentado terá vigência de no máximo 10 (dez) anos, conta-dos a partir da data da sua publi-cação no Diário Oficial do Mu-nicípio, devendo ser revisado e atualizado nesse prazo máximo.

- O que observamos é que as leis complementares ainda não foram aprovadas, conforme es-tabelece o artigo 90 do Plano Diretor, e que após a aprova-ção do mesmo, três Leis foram aprovadas sem atender as dire-trizes firmadas na Lei, afirma o engenheiro.

Cabo Frio mudou muito após 1979, e continua mudando ano a ano, sem que as leis atuais possam ordenar o crescimento da cidade. São as Leis Comple-mentares como, a Lei de Zo-neamento e o Código de Obras, que estabelecem os parâmetros construtivos, e hoje eles já não correspondem mais a realidade do município que está em pleno desenvolvimento.

- As regras para cobertura deveriam estar no Código de Obras sem a necessidade de re-mendos em Leis, finaliza o dire-tor da ASAERLA, Luis Sérgio dos Santos.

Supercoberturas na orla da Praia do Forte. ´´Puxadinhos chiques´´ proliferam em local nobre da cidade

Prédio usado pela Prefeitura. Ocupação irregular de marquise virou mania em Cabo Frio

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LEGISLAÇÃO

Búzios lança projeto Mangue de Pedra

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O lançamento do Projeto Mangue de Pedra Monumento Natural aconte-ceu no dia 26 de outubro, na Rasa, em Búzios. De acordo com a secretária de Meio Ambiente e Pesca, Adriana Saad, o ambiente do Mangue de Pe-dras é extremamente raro.

- O nosso Mangue de Pedra precisa ser protegido. Ele é o único da Améri-ca do Sul e precisamos garantir que ele não sofra qualquer intervenção do homem, por isso estamos criando a Unidade de Conservação Integral do Mangue de Pedra, disse Adriana.

Com a transformação em Unidade de Conservação do tipo Monumento Natural, a área do mangue passa a ser de interesse geológico e ambiental. O projeto inclui ainda a criação de uma Oficina de Monitoramento Ambien-tal, dirigida a alunos do último ano do ensino médio. O objetivo é formar Monitores Ambientais, que vão aju-dar a cuidar do Mangue e orientar a população e moradores próximos à área de preservação.

A solenidade de lançamento do projeto reuniu autoridades do mu-nicípio, ONGS, estudantes, associa-ções e empresas privadas. Logo na abertura a secretária do Meio Am-biente e Pesca Adriana Saad, fez a apresentação do projeto. De acordo com Adriana, o projeto se divide em duas etapas: a primeira é a elaboração do decreto que cria o Mangue de Pe-dra (em andamento) e a segunda é a audiência pública que vai concretizar

Segundo a secretária de Meio Ambiente e Pesca de Búzios, Adriana Saad, com o projeto, o Mangue de Pedra, localizado na Rasa, passa a ser considerado área de interesse geológico e ambiental, o que vai garantir a preservação do ecosistema.

Setembro / Outubro 2011

o decreto; a audiência deve acontecer em fevereiro do ano que vem. O ob-jetivo final é criar um centro de visi-tação.

Os maiores responsáveis pela pro-teção do Mangue são os 64 alunos da Escola Municipal Ciléia Barreto que serão monitores ambientais e vão tra-balhar no local a partir de 2012. Os fu-turos monitores farão diversas oficinas de qualificação e receberão certificado técnico de gestores ambientais. Para auxiliar no trabalho, a escola recebeu GPS, máquina fotográfica, binóculos, lap tops e protetor solar. Os monitores ganharam um kit com mochila, cantil, chapéu, prancheta, camisa e livros.

Para o prefeito Mirinho Braga é possível transformar o Mangue de Pe-dra em um ponto turístico. Segundo ele, o local ainda é pouco conhecido até pela população local, mas trata-se de um ambiente que transmite paz e tranqüilidade. Ele ressaltou a neces-sidade de manter o local preservado:

- Nós estamos preocupados com o futuro que é muito mais dos nossos jovens; eles devem ter interesse em preservar a beleza que temos. Deus foi generoso quando criou aquele am-biente, por isso nós temos a obrigação de cuidar daquele pedaço de terra, fi-nalizou o prefeito de Búzios, Mirinho Braga.

Município também vai ganhar pontos

de ônibus

A secretaria de Obras deu início à construção dos novos pontos de ôni-bus da cidade. O primeiro já foi in-stalado na entrada do bairro de Cem Braças, próximo ao Pórtico de Búzi-os. Parte do projeto de Mobilidade Urbana, especialmente desenvolvido para Búzios, os pontos de ônibus são construídos com materiais ecologica-mente corretos, e estrutura em euc-alipto. Os abrigos contam com cober-tura em telhas de cerâmica esmaltada, painel em vidro de alta resistência com imagens de Búzios, bancos de madeira, e paredes nas late-rais, ofer-ecendo conforto e abrigando o usuário das chuvas de vento.

Cumprindo o objetivo de propor-cionar acesso fácil a todos, os pontos terão rampa para cadeirantes e piso táctil, cujo relevo serve de orientação para portadores de necessidades espe-ciais. Neste primeiro momento serão instalados 22 novos pontos de ônibus ao longo da Estrada da Usina, avenida José Bento Ribeiro Dantas e Estrada Búzios-Cabo Frio (RJ 102), até o limite com o município de Cabo Frio.

Divulgação

Divulgação

Informe AsAerlA

TRANSPORTEPATRIMÔNIO

12 Setembro / Outubro 2011

Trânsito - O Fim da LinhaO ano já está praticamente

terminando, e quando o assunto é mobilidade urbana, os moradores de Cabo Frio, não têm motivos para comemorar, já que recentemente, a única mudança no trânsito foi a im-plantação, após uma aprovação em regime de urgência no recesso par-lamentar da Câmara de Vereadores, de um sistema de estacionamento rotativo nas ruas da cidade.

Motoristas e pedestres recla-mam constantemente de questões relacionadas ao trânsito, que a cada dia, parece piorar. Não é difícil encontrar placas de sinalização em locais inapropriados e com dizeres esdrúxulos, faixas para travessia de pedestres implantadas sem coerên-cia, engarrafamentos, acidentes, atropelamentos, dificuldades em se locomover de bicicleta, quebra-molas instalados fora dos padrões estabelecidos pelo Código de Trân-sito Brasileiro, isso tudo, sem falar nas irregularidades encontradas nas calçadas, tomadas por mesas e cadeiras de bares e restaurantes, toldos e marquises de lojas comer-ciais, veículos estacionados e di-versos tipos de produtos à venda.

Segundo o Decreto Presiden-cial nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, a acessibilidade está rela-cionada a fornecer condições para utilização - com segurança e auto-nomia total ou assistida - dos es-paços, mobiliários e equipamentos urbanos, edificações e serviços de transporte para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Mas esse direito não de-veria se restringir apenas a pessoas com algum tipo de limitação física, a acessibilidade deveria ser direito de todos os cidadãos.

Garantir o direito de ir e vir é um dever do poder público, e não

Sem espaço no interior das lojas, os comer-ciantes, ocupam as calçadas com todo o tipo de mercadoria.

é de hoje, que a ASAERLA, Asso-ciação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos, se manifesta sobre a necessidade de se fazer um plano diretor viário. Segundo o engenheiro José Deguchi Júnior, vice-presidente da associação, o planejamento deveria envolver to-das as questões relacionadas ao trânsito na cidade.

- Ciclovias, definição de linhas de ônibus, além de outras opções para o transporte de massa, sinalização vertical e horizontal, melhor local para a rodoviária, melhor acesso para o aeroporto, definição de vias principais ou corredores, onde seria proibido o estacionamento de veículos, a ne-cessidade de implantação de esta-cionamentos rotativos nas ruas, en-fim, uma série de cuidados. No ano passado, a prefeitura ensaiou um pontapé inicial numa intervenção mais séria no trânsito, mas nunca mais ouvimos falar do projeto, lembra o engenheiro.

José Deguchi Júnior lembra ainda que o trânsito em uma ci-dade não deve ser estudado isola-damente.

- O administrador não pode simplesmente chegar e implantar uma ciclovia numa determinada rua. Existe a necessidade de se pen-sar na fluidez do trânsito, no bem estar do pedestre, interligar ciclo-vias com plataformas de embarque rodoviário, criar bicicletários pú-blicos. É um estudo complexo que precisa ser feito por engenheiros habilitados, explica.

Outro exemplo de irregulari-dade é a instalação de lombadas ou quebra-molas.

- Atualmente é moda insta-lar quebra-molas. Em qualquer município da Região dos Lagos,

Ciclovia recém inaugurada na Praia do Forte. Não leva ninguém a lugar algum. Des-perdicio de dinheiro público.

Ponto de Taxi na Praça Porto Rocha, no cen-tro de Cabo Frio. Os veículos disputam es-paço com as pessoas que passam pelo local, já que naquele trecho também existe uma faixa de sinalização indicando a travessia de pedestres.

Sinalização de trânsito numa das principais avenidas de Cabo Frio indica que o semáforo da Padaria Remmar está em funcionamento. Mas e quem não mora em Cabo Frio? To-dos os turistas são orbigados a conhecer o comércio?

Esquina da Rodoviária de Cabo Frio. Duas placas de sinalização confundem os moto-ristas. Uma indica o estacionamento rotati-vo, e a outra informa que é proibido estacio-nar. Para piorar a situação, no local, também é permitido o embarque e desembarque de passageiros num ponto de ônibus.

Caos no trânsito da cidade principalmente nos horários de pico, como entrada e saída do trabalho. Pedestres disputam lugar na rua com veículos estacionados próximo aos pontos de ônibus. Falta sinalização e guar-das de trânsito para orientar motoristas e moradores.

Informe AsAerlA

REPORTAGEM DE CAPA

13Setembro / Outubro 2011

Rose Winter é coordenadora terapêu-tica da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Cabo Frio (APAE) e suplente no Conselho Municipal da Pes-soa com Deficiência. Ela reclama sobre os problemas de locomoção que sofrem os deficientes e que estas questões são levadas ao governo através do conselho, mas segundo ela, não existe planejamen-to, não existe respeito, nem vagas para deficientes em estacionamentos.

- A obra de recuperação da orla na Praia do Forte, por exemplo, não foi pen-sada para os deficientes, os prédios da cidade não são adaptados para os cadei-rantes, diz.

Segundo Rose, foram poucos os avanços na cidade para melhorar a aces-sibilidade dos deficientes nos últimos anos na questão de transporte. Há muita burocracia para emissão de cartões de es-tacionamento para deficientes. A APAE possui uma única Kombi que faz o trans-porte dos alunos. Para atender a demanda são necessárias várias viagens durante todo o dia.

- Os ônibus não param, os elevadores de acesso de cadeiras de roda não funcio-

APAE reclama de problemas de acessibilidade na cidade

nam, é um custo chegar até o ponto de ônibus, e mesmo assim, estão sempre cheios e não conseguimos entrar, recla-ma.

A presidente da entidade, Maria Nilza de Carvalho, faz mais um alerta. Segundo ela, em frente à sede da APAE, na Aveni-da Joaquim Nogueira, em São Cristóvão, os atropelamentos são constantes.

- Já reivindicamos com urgência um guarda municipal para organizar o trân-sito, mas até agora não fomos atendidos, diz a presidente da entidade.

Na orla da Praia do Forte, na presença da guarda municipal, bar cerca a calçada para utilização de um número maior de mesas

Sorocaba instala plano cicloviário e prova que medida pode dar certo

A cidade paulista de Sorocaba du-rante muito tempo enfrentou o prob-lema do trânsito, característico das grandes cidades. Segundo o IBGE, sua população atual é de mais de 600 mil habitantes. O município é o quar-to mais populoso do estado de São Paulo.

Implantado pela prefeitura no ano passado, o plano cicloviário em Soro-caba é um sucesso. São 50 mil metros construídos de ciclovias e mais 50 mil em contrução, que vão possibili-tar aos moradores atravessar a cidade, utilizando somente bicicletas como meio de transporte. O programa con-templa também estacionamentos de

seja onde for a rua, lá está ele, devi-damente implantado e totalmente fora dos padrões técnicos, o que em um número anterior do Informe ASAERLA, chamamos de “o sím-bolo da falta de educação no trân-sito”, completou o vice-presidente.

A resolução de nº 39 de 1998, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), considera que a implan-tação das ondulações transversais só deve acontecer após estudo de outras alternativas de engenharia de tráfego, e quando estas alterna-tivas, se mostrarem ineficazes para redução de velocidade e acidentes. Existem dois tipos de ondulações transversais previstas na legislação de trânsito brasileira. Uma deve ter comprimento de 1,50 m e altura de até 8 cm, e a outra pode chegar a 3,7 m de comprimento e 10cm de altura. Ambas devem ter largura igual à pista, mantendo-se as condições de drenagem superficial. Os quebra-molas devem estar distantes 15m de esquinas ou curvas e não podem ser implantados em vias utilizadas por transporte coletivo ou onde os limi-tes de velocidade sejam superiores a 20km/h. Os redutores também não podem ser implantados em vias com aclividade superior a 6%. Na ver-dade, se o município fosse aplicar a lei, muitos quebra-molas teriam que ser retirados.

Segundo o secretário Munici-pal de Habitação, Serviços Públicos, Fiscalização e Posturas, Eduardo Leal, existe uma cultura errada do uso dos espaços públicos, o que cau-sa problemas de ocupação irregular.

- Quando os comerciantes recebem o alvará de funcionamento, eles são informados sobre a proi-bição do uso de espaço público, calçadas e afins, mas é complicado fazer a lei ser respeitada. No caso das agências de automóveis, por e-xemplo, muitas delas funcionam em lojas pequenas e acabam colocando os carros nas calçadas, obstruindo a circulação das pessoas, reconhece o problema.

Ainda segundo Eduardo Leal, o novo código de posturas de Cabo

Eduardo Leal. A prefeitura reconhece que os problemas existem, mas segundo o secretário de Habitação, Serviços Pú-blicos, Fiscalização e Posturas, as provi-dencias já estão sendo tomadas para melhorar a mobilidade urbana em Cabo Frio.

Frio está sendo concluído, e todas as mudanças propostas no estudo, serão discutidas com a população através de audiência pública.

Um município só cresce com planejamento, com a preparação de sua infraestrutura e com projetos de longo prazo. Qualquer intervenção que não seguir essa linha será um curto pavio para uma bomba que poderá explodir num fechar de o-lhos.

bicicletas ao lado dos terminais de ônibus e o sistema de bicicletas públi-cas. A meta da prefeitura é construir a maior rede cicloviária da América La-tina nos próximos anos.

Cabo Frio poderia sair na frente no estado do Rio de Janeiro e seguir o ex-emplo da cidade paulista. Além de ser uma nova concepção dentro da preo-cupação com o meio ambiente, a ini-ciativa poderia ser a solução para prob-lemas como falta de estacionamento e trânsito congestionado.

De acordo com o IBGE, desde 1970 o número de moradores em Cabo Frio cresceu mais de 400%. O número de habitantes saltou de pouco mais de 40

mil, para aproximadamente 186 mil habitantes. O crescimento popula-cional fez com que aumentasse tam-bém o número de veículos circulando na cidade. Segundo o Detran a frota hoje é de 75 mil veículos. E esse número pode quintuplicar nos perío-dos de alta temporada e feriados pro-longados.

- É com satisfação que vemos municípios no Brasil investindo em projetos deste porte. É importante en-tender que para algo assim não basta apenas chegar e implantar, para se alcançar um projeto deste nível, é ne-cessário um estudo geral do trânsito na cidade, afirma José Deguchi Jr.

Informe AsAerlA

14 Setembro / Outubro 2011

Todos os meses, os sócios da ASAERLA aproveitaram momentos de lazer para rever os amigos, conhecer novos profis-sionais, estreitar relações e abrir novas possibilidades de negócios. Os encontros acontecem com o apoio da Lagotintas

e Casa do Pedreiro, a quem agradecemos pela parceria e amizade.

Happy Hour: Confraternização entre amigos

Dokinha e Rogério SartiAnísio e Luiz Sérgio

Camello

Sandro Colonese e José Deguchi Jr José Armando e Fernando Pinto

Alberto Machado e Mário Márcio

Aurênio e Humberto Quintanilha Elídio e Dokinha

Inauguração reune profissionais de engenharia e arquitetura

Profissionais de engenharia, arquitetura e amigos, foram prestigiar, a inau-guração da Icotec Soluções Tecnológicas, dos empresários Elídio Lopes Mes-quita e Carlos César Basso. A empresa oferece soluções para impermeabiliza-ção e aditivos para construção. Elídio Lopes Mesquita é engenheiro associado da ASAERLA e conselheiro do CREA/RJ. Durante a inauguração, os convida-dos assistiram palestra da arquiteta Denise Veiga da Silva, da empresa Vedaciti, que falou sobre impermeabilização.

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SOCIAL

* Por Luiz Carlos da Cunha Silveira

* Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e escritor. É membro da diretoria da ASAERLA

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Concluindo a exposição das duas partes anteriores do texto (apresenta-das respectivamente nas edições ime-diatamente anteriores, 26 e 27), segue-se a lista de intervenções propostas, além do mapa correspondente.

INTERVENÇÕES FÍSICAS

Conversão das atuais redes de tele-fonia, de distribuição de energia elétrica e quaisquer outras, em toda a área de revi-talização/recaracterização, de aérea para subterrânea (tendo em vista o anacronismo de fiações e postes na paisagem urbana co-lonial) , conforme foi providenciado nas cidades coloniais de Minas Gerais.

Substituição, em todas as ruas e be-cos transversais da área, de todos os atuais pisos e calçamentos (asfalto, paralelepípe-dos, pedra portuguesa, meio-fio, etc.) pelo chamado “pé-de-moleque”, dada sua condição de um dos ícones da configura-ção urbana colonial, não obstante todos os testemunhos diretos coevos da Cabo Frio colonial indicarem terem as poucas ruas à época piso de terra ou areia.

Agregação do Largo de Santo Anto-nio à área do entorno do convento – con-forme ocorrente até época relativamente recente – pela supressão definitiva da pista de descida da ponte Feliciano Sodré para o Itajurú, tornada supérflua e fora de uso desde a inauguração da nova ponte com-plementar, desta forma restaurando, até certo ponto, o “rossio” original do conven-to (ver o mapa).

INTERVENÇÕES OPERACIONAIS

Tombamento de todos os imóveis mais antigos em estilo colonial ainda ex-

A REVITALIZAÇÃO COM RECARACTERIZAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE CABO FRIO

( 3a. PARTE )

Setembro / Outubro 2011

istentes no âmbito da área (exemplo: a chamada Casa do Wolney, presentemente arruinada).

Conversão para pedestres de todas as ruas no interior da área, implicando em alterações mínimas no fluxo veicular e no atual esquema de mãos e contramãos no entorno imediato da área delimitada pelo projeto, dentro da qual a única rua ainda efetivamente utilizada para a circulação de veículos vem a ser a José Waltz Filho.

INTERVENÇÕES RECARACTERIZANTES

Instalação, nas esquinas das ruas da área, de placas contendo seus primitivos nomes, ao lado das indicativas dos nomes atuais. Adicionalmente, podem ser incluí-das, em tais placas, a explicação de suas denominações e outras informações perti-nentes ao logradouro, de forma sucinta.

Estabelecimento, por parte do poder

público municipal, de incentivos fiscais e outros, aos proprietários dos imóveis, no âmbito da área, que promoverem reformas em suas fachadas convertendo-as ao estilo colonial, quando exeqüível.

Redefinição das servidões transver-sais da área como ruas, devolvendo-as a seu status ao longo do período colonial/imperial.

Somente autorizar reformas e recon-struções de imóveis que obedeçam exter-namente ao estilo colonial que vier a ser definido para a área, conforme ocorre, por exemplo, em Paraty.

PLANTA ANEXA

Quanto à planta anexa ao texto, abrangendo a área do projeto proposto, com indicação do fluxo veicular próximo, cabem três observações, indicadas por

números na mesma.

UM – área (hachurada) de revitaliza-ção com recaracterização, contendo apenas ruas de pedestres, inclusive a José Waltz Filho, atualmente com tráfego veicular.

DOIS – segmento desativado da antiga pista de descida da ponte Feliciano Sodré, a ser removido para ampliar a integração do convento ao largo de Santo Antônio (trecho em negrito).

TRES – trecho da praça Porto Rocha a ser adotada a denominada mão inglesa (na qual se mantêm a esquerda em vez da direita), indo da Matriz à rua Jonas Gar-cia, em substituição à rua José Waltz Filho, providência que acarretaria, como bônus, sensível melhoria no tráfego das proximi-dades, não cabendo no espaço deste texto seu detalhamento e justificativa.

PROJETOS ANÁLOGOS COMPLEMENTARES

Finalizando, cabe observar que todo o projeto aqui exposto com suas diretrizes para a área da se-gunda fundação da cidade, pode e deve ser aplicado de forma análoga às outras duas áreas coloniais da cidade, ou seja, os bairros da Pas-sagem (primeira fundação) e São Bento (terceiro bairro, que interli-gou os dois anteriores), ao longo da atualmente denominada Orla Scliar.

Informe AsAerlA

ESPECIAL

ENgENHARIA CIvILGrandes obras aumentam a demanda por profissionais

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Em tempos de crescimento de investimentos em infraestrutura e obras para as Olimpíadas de 2016, Copa do Mundo de 2014 e Copa das Confederações de 2013, faltam engenheiros no mercado. Este é o alerta do engenheiro civil Fernando Pinto, há 41 anos na profissão, que afirma que os estudantes já podem sair das sa-las de aula com carteira assinada.

- A deficiência é muito grande em todo o país. E não precisamos ir muito longe. Faltam profissionais para ocupar as vagas oferecidas no mercado. Só no Rio de Janeiro podemos citar várias obras de grande porte, como a re-forma do Maracanã, por exemplo, a construção do Porto de Sepetiba; o Porto do Açú, em São João da Barra; o Rodoanel; a Transcarioca; e muitas outras, diz Fernando Pinto.

O engenheiro conta que o mercado oferece uma gama ampla de oportunidades. Os profis-sionais podem trabalhar tanto no setor público, com obras nas esferas municipais, estaduais e federais, como no privado. Porém, para atuar neste mercado, é preciso saber trabalhar em grupo.

- O engenheiro civil não pode ser individua-lista, ele tem que saber trabalhar em equipe. Ele pode trabalhar tanto internamente em es-critórios, com projetos, como também em cam-po, afirma Fernando.

O curso de graduação em engenharia civil tem a duração de cinco anos. Os dois primeiros são dedicados à construção de uma formação mais sólida nas áreas de matemática e física, que são a base do conhecimento do engenheiro e ajudam a melhorar o raciocínio lógico que será utilizado pelos profissionais em campo. Nos outros três, os alunos passam para a parte profissional e estudam os segmentos específi-cos da carreira, como as áreas hidráulica, estru-tural e de geotecnia.

O trabalho em laboratórios realizado durante o período na universidade pode dar uma noção de como será a vida do engenheiro e auxiliar o

O mercado de trabalhoO mercado para o engenheiro está aquecido em todo o país, e a expec-tativa é melhorar ainda mais nos próximos anos. O bom momento atu-al é reflexo do crescimento da econo-mia e de projetos do governo federal como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa Minha Vida, que aumentou a oferta de imóveis, o que beneficia o bacha-rel. Para os próximos anos, a demanda pelo profissional deve aumentar, já que dois grandes eventos serão sediados no país: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016. O aqueci-mento do mercado imobiliário nos últi-mos anos também segue influenciando a grande procura por esse engenheiro. Escritórios de arquitetura costumam contratar o profissional para atuar no planejamento de projetos. Entre os setores apontados como promissores, estão o de petróleo e gás, que deverão receber investimentos em obras de grande porte, como gasodutos, refinar-ias, plataformas, navios e estaleiros. Outras áreas com boa perspectiva são energia e saneamento básico.

O cursoDisciplinas como matemática, física, estatística, desenho e lógica são o forte do currículo. Portanto, prepare-se para exercitar suas habilidades em cálculo e desenho. Há atividades em laboratório e matérias das áreas de administração e economia que ensi-nam técnicas e métodos de gerencia-mento de projetos e equipes. Nos três anos finais, você cursa disciplinas mais ligadas às áreas de especialização es-colhidas: estruturas, construção civil, hidráulica e saneamento, transportes ou geotecnia. Para obter o diploma, o estágio é obrigatório, assim como um trabalho de conclusão de curso. Fique de olho: Há instituições que oferecem formação direcionada a uma área es-pecífica, como estruturas, transportes e meio ambiente. Duração média:

Setembro / Outubro 2011

estudante a optar por um segmento de preferên-cia dentro da engenharia civil.

Após a graduação, caso deseje voltar para as aulas em universidades e a realização de experi-mentos, o engenheiro pode optar por um mes-trado e, se ainda quiser continuar o estudos, um doutorado. Mas, segundo Fernando Pinto, antes de escolher um caminho, é interessante experi-mentar tudo o que a engenharia civil pode ofe-recer.

- Assim como na Medicina, na Engenharia Civil, o profissional pode se especializar em uma determinada área. São diversas especia-lizações que a Engenharia Civil oferece e o profissional deve passar por todas as áreas para verificar qual é aquela com que ele mais se identifica, explica.

Com base em observações do mercado, o en-genheiro afirma que o salário inicial varia bas-tante, dependendo da função que ele ocupa e se ele trabalha como autônomo, na área pública ou em alguma empresa, mas estaria na faixa entre R$ 4,5 mil a R$ 6 mil para aqueles que atuam na construção predial, podendo chegar até R$ 15 mil para os profissionais que trabalham no setor de óleo e gás. Em São Paulo, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agrono-mia do Estado de São Paulo (Crea-SP) estabe-lece como piso salarial o valor de R$ 3.270 (seis salários mínimos) para seis horas de trabalho.

O engenheiro civil projeta, gerencia e acom-panha todas as etapas de uma construção ou reforma. Sua atuação inclui a análise das ca-racterísticas do solo, o estudo da insolação e da ventilação do local e a definição dos tipos de fundação. Com base nesses dados, o profis-sional desenvolve o projeto, especificando as redes de instalações elétricas, hidráulicas e de saneamento do edifício e definindo o material que será usado. No canteiro de obras, chefia as equipes de trabalho, supervisionando prazos, custos, padrões de qualidade e de segurança. Cabe a ele garantir a estabilidade e a segurança da edificação, calculando os efeitos dos ventos e das mudanças de temperatura na resistência dos materiais.

O engenheiro civil também pode dedicar-se à administração de recursos prediais, gerencian-do a infraestrutura e a ocupação de um edifício.

cinco anos. Salário ini-cial: R$ 3.270,00 (6 horas diárias; fon-te: Crea-SP).O u t r o s nomes: Eng. Civil (amb.); Eng. Civil (ênf. em estrut. metálicas); Eng. Civil (ênf. em meio amb.); Eng. Civil (ênf. em sist. construtivos); Eng. Civil (estrut. metálicas); Eng. Civil (transp. e log.); Eng. Civil de Infraestrutura; Eng. Civil e Amb.; Eng. de Prod. Civil; Eng. em Constr. Civil.

O que você pode fazerConstrução urbanaProjetar, construir e reformar prédios e grandes instalações, como estádios esportivos, shopping centers e aero-portos.Estruturas e fundaçõesProjetar e edificar fundações e estru-turas de madeira, aço ou concreto, que dão apoio às construções, calculando o material necessário e as dimensões da obra.

Gerência de recursos prediaisManter em ordem a infra-estrutura de prédios e estabelecer padrões de quali-dade, ocupação e uso do espaço.

Hidráulica e recursos hídricosProjetar, gerenciar e executar obras de barragens, canais, reservatórios, siste-mas de irrigação, drenagem ou obras costeiras.

SaneamentoFazer o projeto e construir obras de sa-neamento básico, como redes de capta-ção e distribuição de água e estações de tratamento de água e esgotos.

TransportesProjetar e construir obras de infra-estrutura, como rodovias, ferrovias, viadutos, portos, metrôs e viadutos.

Para o engenheiro civil Fernando Pinto o mercado de trabalho está em pleno crescimento

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PROFISSÃO

17Setembro / Outubro 2011

Biomassa: resíduos vegetais podem gerar até um terço de toda energia consumida no país

Os resíduos vegetais deixados no campo pelo agronegócio têm potencial para gerar de 120 milhões a 130 milhões de MW/h de energia ao ano – cerca de um terço de toda a energia consumida no país. Teoricamente, para transformar essa biomassa em energia, bastaria reti-rar 40% do material deixado nas plan-tações. “Com isso, não haveria nenhum tipo de dano do ponto de vista de recupe-ração do solo”, observa Luciano Basto, pesquisador do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). No entanto, o alto custo do transporte dos resíduos torna o negócio pouco atraente.

O aproveitamento do bagaço de cana é praticamente uma exceção. “Como a produção de açúcar e álcool inclui o transporte da cana até a área de proces-samento, e o resíduo fica lá mesmo, isso facilita o aproveitamento da biomassa. Nas outras culturas, o resíduo é deixado no solo da plantação ou queimado no lo-cal”, explica Basto. “Já gerar energia a partir dos restos do milho ou da soja sai bem mais caro.”

Para gerar energia, a biomassa vegetal passa por processo de queima de mate-rial orgânico para a geração de calor e de vapor, que movimenta uma turbina geradora. “Toda queima de material gera uma quantidade de CO2, mas nesse caso, esse total é anulado pela fotossíntese do

CO2 na fase de crescimento da planta”, informa Basto.

O potencial brasileiro para geração de biomassa atrai empresas e institu-tos de pesquisas no exterior. A Coppe/UFRJ firmou convênio com a universi-dade chinesa de Tsinghua e a companhia dinamarquesa Novozymes, maior produ-tora mundial de enzimas, para testar ma-térias-primas brasileiras em processo de produção de biocombustíveis de 2ª gera-ção. “Os chineses detêm tecnologia que usa enzimas para reaproveitar a borra gerada por plantas usadas na produção de biodiesel”, diz Ricardo Villela, pes-quisador da Coppe/UFRJ.

Segundo ele, se tudo der certo, a tec-nologia será licenciada no Brasil pela Coppe/UFRJ, com royalties compartil-hados com a universidade chinesa. O uso da borra, diz ele, pode viabilizar novos projetos de biodiesel. “O óleo de palma é mais caro que o biodiesel, e muitas vezes ele não compensa para o agricul-tor”, explica. “Mas se ele produzir o combustível a partir da borra, ganha um novo produto e se livra de um passivo ambiental.”

Outro projeto da Coppe/UFRJ visa a produção de etanol a partir da hidrólise da celulose no bagaço de cana. “Com isso podemos aumentar em até 50% o aproveitamento energético da cana”, diz Villela. No processo normal, apenas um terço da energia contida na planta é

aproveitada. A pesquisa vem sendo re-alizada em parceria com o Instituto de Química da UFRJ e conta com o finan-ciamento da Jica, agência de cooperação tecnológica do Japão.

Há também grande potencial energé-tico no uso de dejetos de aves, suínos e bovinos. Há décadas, esses resíduos provocam graves problemas ambientais no Oeste do Paraná, onde os rebanhos confinados contam com 1,5 milhão de suínos e 500 mil cabeças de gado leiteiro e se produz 40 milhões de aves. O prob-lema é que a receita gerada pela carne e pelo leite não paga o tratamento desse resíduo.

A solução é usar o material para ge-ração de energia e produção de biofer-tilizantes. Com o apoio da Itaipu Bi-nacional, grandes, médios e pequenos produtores da região geram quase 7 mil m3 de biogás por dia, atendendo suas próprias necessidades energéticas, re-duzindo a emissão de CO2 e a poluição nos rios. Em quatro anos e meio, foram investidos R$ 6,5 milhões no projeto. “A potência instalada é de apenas 700 KVa, mas para esses produtores é como ter uma Itaipu particular”, diz Cícero Bley Jr., superintendente de energias renováveis da companhia geradora. E os pecuaristas e avicultores podem vender o excedente para a Companhia Paranaense de Energia (Copel), segundo Bley Jr. “Uma das granjas, a Colombari, que tem

4,2 mil suínos, vem obtendo receita adi-cional de quase R$ 30 mil por ano com o excedente de energia.”

Reaproveitar a biomassa ajuda a garan-tir a autossuficiência energética da Vera-cel. A fabricante de celulose gera até 15 mil MW/h, suficiente para atender a uma cidade com 50 mil habitantes. E, apesar de operar com cerca de 30% de capacid-ade ociosa nas plantas de geração, gera a própria energia e vende excedentes a cli-entes cativos e para o mercado spot. “A maior parte da nossa energia é gerada a partir do ‘licor’, resíduo que mistura el-ementos orgânicos e inorgânicos forma-dos pelo cozimento do material para fab-ricação de celulose”, diz Ari Medeiros, diretor de operações da empresa baiana. “A biomassa de eucalipto responde por 7% do total gerado.” Os US$ 25 milhões investidos na planta de biomassa foram amortizados em cinco anos, informa o executivo.

Reportagem de Carlos Vasconcellos Jornal Valor de 10-11-2011

Extraída do Ecodebate, 14/11/2011publicado pela IHU On-line, parceiro

estratégico do EcoDebate na socialização da informação.

[IHU On-line é publicada pelo In-stituto Humanitas Unisinos - IHU, da

Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, em são LeopoLdo, Rs.]

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MEIO AMBIENTE

18

* Eng. Luiz Carlos da Cunha Silveira

O polo histórico e místico do corcovado cabofriense

* Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e escritor. Faz parte da diretoria da ASAERLA

O canal natural que vin-cula a lagoa de Araruama ao oceano, ainda hoje bastante largo, o era muitíssimo mais, antes dos sucessivos aterros que vem sofrendo ao longo do tempo, formando então um imenso lagamar entre o mar e a laguna, dividido em duas partes separadas por um estreitamento provocado por dois morros que se confron-tavam, denominados “Tairú” (corruptela de “Itajurú”) e “de Jonas Terra”, depois rebatiza-dos, respectivamente, como “da Guia” (mais adiante vere-mos porquê) e “do Telégrafo” (neste caso, desde quando a linha e posteação telegráfi-cas chegaram a Cabo Frio em 1864, percorrendo o cume deste morro). Tal estreitamen-to era adequadamente denom-inado, pelos tupinambás, “gar-ganta de pedra” (“ita-iurú”), donde aquele Itajurú, sendo “ita” a pedra e “iurú” a boca ou garganta.

Nesta área, que hoje faz parte do bairro do Itajurú, localizam-se seis referências históricas e arqueológicas básicas de Cabo Frio, forman-do de longe a maior concen-tração patrimonial histórica de toda a região: as pedras riscadas ou “petróglifos” no alto do morro da Guia; a ca-pela/mirante no mesmo lo-cal; o convento franciscano de Nossa Senhora dos Anjos (ver a matéria de minha auto-ria “O dublê de frade e engen-heiro”, publicada à página 19

da edição 24 do Informativo da ASAERLA, de nov/dez de 2010); a fonte do Itajurú (quanto a esta, ler meu texto intitulado “Fonte do Itajurú: o ícone histórico mais típico de Cabo Frio”, publicado à página 11 da edição 18 do Informativo – set/out de 2009); e ainda a ponte Fe-liciano Sodré desde 1926, em substituição à pioneira Miguel de Carvalho, que a precedeu entre 1898 e 1920 (remeto à minha coluna “O pioneirismo cabo-friense na Engenharia nacional”, à pá-gina 20 da edição 21, de abr/mai de 2010). Por último, encontramos ainda, também no alto do Morro da Guia, o trono cerimonial de pedra ou “ushnu”.

No texto ao lado desta ed-ição, portanto, abordarei os tres itens restantes, todos no topo do Morro da Guia: os remanescentes indígenas pré-históricos (0s petróglifos e o “ushnu”) e a capela-mirante, lembrando ainda de passa-gem que, na sua qualidade de campo santo de Cabo Frio, o morro veio a se escolhido para sediar os dois cemitérios tradicionais da cidade: o reli-gioso da Ordem Terceira de São Francisco e o laico vin-culado à Irmandade de Santa Isabel criada por Bellegarde.

Setembro / Outubro 2011

A Prolagos – Concessionária de Água e Esgoto - demonstrou os avanços conquistados na área de saneamento da Região dos La-gos por meio dos investimentos em tecnologia e inteligência na operação dos sistemas de água e esgoto entre os dias 25 e 28 de setembro, durante a Fitabes 2011 – IX Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

A empresa, juntamente com a concessionária Águas Guariroba,

de Campo Grande (MS), esteve presente no estande do Grupo Equipav, controlador de ambas companhias de saneamento, onde foi possível conhecer os princi-pais projetos das duas conces-sionárias. Um dos destaques do espaço foi o CCO - Centro de Controle Operacional, uma uni-dade de supervisão e controle de todo o sistema de abastecimento de água e captação e tratamento de esgoto nos municípios da área de concessão da empresa, que es-teve funcionando em tempo real

Prolagos apresenta investimentos para melhoria de sistemas de água e esgoto

ASCOM / PROLAGOS

O Centro de Controle Operacional permite monitoramento em tempo real dos sistemas de água e esgotos operados pela empresa

diretamente da feira. Com equipamentos de alta

tecnologia, o CCO possibilita, em tempo real, o controle dos serviços de produção, armaze-namento e distribuição de água, bombeamento dos esgotos por meio das estações elevatórias, a programação dos serviços nas re-des, instalações e equipamentos, bem como efetuar a segurança patrimonial das instalações da empresa. Com a pré-operação da ETE de Jardim Esperança – a quinta Estação de Tratamento de Esgoto construída pela Prolagos - a concessionária elevou para 71% o índice de atendimento de coleta e tratamento de esgotos em sua área de concessão, contri-buindo para que a Região dos La-gos, hoje, seja reconhecida como referência com o maior percen-tual de atendimento em abastec-imento e coleta e tratamento de esgoto do Estado do Rio.

Em mais de treze anos, a Prola-gos investiu R$ 360 milhões em saneamento básico. Esses inves-timentos estão devolvendo o po-tencial econômico, turístico e de lazer às águas do maior sistema lagunar hipersalino do mundo, a Lagoa Araruama, cartão-postal da Região dos Lagos.

Nova tecnologia foi testada durante feira nacional de saneamento

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SANEAMENTO

19Setembro / Outubro 2011

que recolocada em seu próprio nicho original, insistia em rea-parecer, já no dia seguinte, no local do topo onde finalmente decidiu-se construir a capela. Mas o fato é que as imagens de Nossa Senhora da Guia (dos Navegantes) costumavam ser sempre entronizadas em um lo-cal de onde pudessem “enxer-gar” o mar, sendo contudo, esta lenda, antiga e recorrente em vários locais e épocas, como por exemplo em Angra dos Reis.

Para mim, porém, o mais intrigante e inexplicável fato vinculado a esta capela vem a ser suas dimensões em número exato de metros, referentes ao comprimento, largura e altura de seu bloco principal (o inte-rior, excluída a varanda cober-ta), levando-se em conta que o Sistema Métrico Decimal só foi criado exato meio século após a construção da capela em 1740, pelo governo da Revolução Francesa em 1789. Tal coin-cidência verifica-se impossível, visto que nenhuma das medidas utilizadas em meados do século 18 era por acaso múltiplo ou submúltiplo do posterior metro.

Mas o fato é que assim, em função da santa de seu novo mirante, passou a ser definitiva-mente Morro da Guia o “itaiu-rú” dos tupinambás e “Tairú” dos portugueses, a espantosa colina dos frades e xamãs, do trono e das pedras sulcadas, dos cemitérios, da fonte e da ponte, nosso Corcovado cabo-friense.

Frades, Xamãs e o Sistema Métrico Decimaltão numerosos e disseminados quanto ainda pouco pesquisa-dos), cuja cultura foi dividida pelos arqueólogos em duas fases distintas consecutivas: “Lítico I” (6000-4200 AC) e “Lítico II” (4200-2200). Seguem-se: a de-nominada “Tradição Itaipú” (de 2200 a 1 AC, período este clas-sificado como “arcaico”), ainda caracterizada pelas ocorrências de sambaquis, os quais no to-tal foram portanto produzidos durante seis longos milênios; a “Tradição Una” (de 1 a 700 DC, período dito “Formativo”); o “Horizonte Tupi-Guaraní” (de 700 a 1400, caracterizado pelos tupinambás); por fim, o “Período Tardio”, sexto e último, represen-tados por tamoios e goitacazes, encerrando-se tudo quando do massacre dos nativos pela ex-pedição de Antonio Salema em 1575.

Voltando ao colóquio entre europeus e tupinambás, afirma-vam estes, aos primeiros, que os una, por sua vez, teriam sido orientados pelo xamã Tzumé (os xamãs e as religiões xamanistas constituem um denominador co-mum às culturas primitivas em todas as épocas e lugares ao redor do mundo, sendo, no caso dos tu-pis, seus “pajés” ou “caraíbas”). Tzumé era descrito como um tipo europeu, branco e barbudo (que os ameríndios desconheciam an-tes da descoberta da América), que teria chegado e partido de e para destinos desconhecidos, após ter transferido aos nativos seus vastos conhecimentos (tor-na-se gritante a analogia com o Quetzalcoatl dos astecas mexica-nos e com o Viracocha dos incas andinos, assim como o posterior sincretismo com o apóstolo Tomé (daí o “tzumé”), aquele que saiu percorrendo o mundo). Por outro

Os primeiros europeus (até onde se sabe de forma docu-mentada) a chegarem a Cabo Frio logo após sua descoberta, tanto franceses (Jean de Lery, André Thevet) quanto portugue-ses (Simão de Vasconcelos), em seus livros respectivos (“Viagem à Terra do Brasil”, “As singu-laridades da França Antártica”, “Notícias Curiosas das Coi-sas do Brasil”), escrevem que tiveram sua atenção particular-mente despertada pelos numero-sos sulcos paralelos escavados artificialmente ao longo das ro-chas do topo do Morro da Guia (denominados “petróglifos” pelos atuais arqueólogos), além de um misterioso trono de pedra com braços (hoje bem ao lado do mirante/capela). Por sua vez, quando indagados pelos recém-chegados sobre tal mistério, os indígenas tupinambás atribuíam tudo a seus predecessores da et-nia Una.

A formação geográfica das lagunas e restingas da Região dos Lagos – a qual se estende, a rigor desde o canal do Itajurú até o final da Restinga da Maram-baia, quase na Ilha Grande – vem a ser extremamente recente na escala geológica, da ordem de apenas oito milênios até o presente (o chamado “cordão externo”) sobre uma base mais primitiva, denominada “cordão interno”, esta última comportan-do mais de 120.000 anos.

Imediatamente após a con-clusão desta formação (na ver-dade, ainda hoje em curso), populações humanas neolíticas ocuparam rapidamente a região, sendo pioneiros os sambaquia-nos (ou seja, aqueles que nos legaram os sambaquis da região,

lado, permanece a polêmica questão das viagens transatlânti-cas anteriores à de Colombo por parte de fenícios, vikings,etc., principalmente após a discutível descoberta de uma rocha com texto gravado em cananeu (o idi-oma dos fenícios), um pouco ao norte de Cabo Frio, em meados do século 19.

Por sua vez, o trono em questão apresenta intrigante ana-logia com os tronos cerimoniais dos incas, denominados “ushnu” pelos mesmos, os quais se desti-navam às observações astronômi-cas (muito desenvolvidas e asso-ciadas ao quotidiano em todas as culturas agrícolas de primeira geração ao longo do mundo, com o objetivo prático de prever o clima e estabelecer as épocas de plantio e colheita). De fato, o trono do Morro da Guia, para quem se senta no mesmo, posi-ciona o observador no percurso da eclítica (trilho do movimento aparente do sol no céu) mediano da região de Cabo Frio. Adicio-nalmente, os petróglifos (que teriam sido esculpidos por Tzu-mé, autor também do trono) pa-recem indicar o traçado das rotas celestiais aparentes de planetas e estrelas (tudo isso, porém – deve ficar bem claro – constitui ainda hoje questão altamente polêmica e carente de pesquisas científicas extensas e aprofundadas).

Por fim, após aquele genocídio total dos tupinambás por Salema em 1575, toda essa movimen-tação cultural cessou, recaindo a colina do Itajurú no limbo do mistério e esquecimento até vir a ser revitalizada pelos francis-canos, os novos xamãs católicos do local, que converteram o san-tuário pagão em cristão, através

da construção da capela/mirante de Nossa Senhora da Guia em seu topo, procedimento tradicional do Catolicismo como, por exem-plo, na Europa, onde as árvores sagradas dos druidas (os xamãs celtas) tiveram nichos escavados em seus troncos, nos quais eram instaladas estatuetas de santos cristãos, “convertendo-as” em lugar de derrubá-las, com a con-seqüente revolta dos ex-pagãos.

Quanto a este mirante, temos, conforme sempre ocorre, duas versões a considerar: por um lado, a da prosaica realidade e por outro a da fantasia transcendental tão característica do Morro da Guia. No primeiro caso, a capela, embora consistindo um anexo pertencente ao convento e con-tinuamente visitada pelos frades como local de recolhimento e contemplação, servia também como um “atalaia” (construído e pago pelos vereadores de Cabo Frio), isto é, um mirante a par-tir do qual podia-se de imediato vigiar um amplo raio ao redor da então cidade (em vista de ser esta a colina mais alta e mais bem localizada na área), principal-mente o horizonte marítimo, do qual provinha a maior ameaça da época às comunidades coloniais litorâneas: os saques e massacres por parte de piratas e corsários (um dos cinco motivos para o traslado da cidade, da Passagem para o Itajurú, mais distante da praia e da boca da Barra). E por isso teria sido construída às cus-tas do poder público civil, e não do religioso.

Já quanto à versão mística, consta que a imagem sumia de seu altar no convento para reapa-recer no alto do morro e, sempre

* Engenheiro Luiz Carlos da Cunha Silveira

* Luiz Carlos da Cunha Silveira é engenheiro, pesquisador e escritor. É membro da diretoria da ASAERLA

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HISTÓRIA

20 Setembro / Outubro 2011

Importante descoberta arqueológica revela como viviam povos antigos em Cabo Frio

A arqueologia evidencia documentos materiais da história do homem sobre a terra, estuda as sociedades pas-sadas em seus diversos aspectos, e com base nos vestígios encontrados, tem o desafio de descobrir modos de viver e pensar de populações de culturas distintas, grupos huma-nos que aqui viveram desde a nossa pré-história. Existem atualmente no Brasil mais de 20.000 sítios arqueológicos, nome dado ao local onde os testemunhos das atividades humanas do passado ficaram preservados. Só no estado do Rio de Janeiro são, aproximadamente, 850 registra-dos e catalogados pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – órgão responsável pela autorização de toda pesquisa arqueológica desenvolvida no país, como também pela guarda dos materiais encontra-dos. Boa parte destes sítios está localizada na Região dos Lagos. Segundo dados do IPHAN são aproximadamente 178. Só no município de Cabo Frio 65 sítios arqueológicos já foram catalogados.

Os registros mais recentes tiveram a primeira parte do trabalho encerrado no mês passado e chamaram atenção devido à importância da descoberta. A pesquisa de sal-vamento, autorizada pelo IPHAN e contratada por em-preendedores interessados na construção de um Shopping Center no bairro Portinho, é considerada um marco na história da arqueologia no país. Pesquisadores do LAB – Laboratório de Arqueologia Brasileiro – encontraram indí-cios de ocupação de duas sociedades distintas, como vestí-gios de fogueiras, estacas de tendas, restos de alimentação, cerâmicas, instrumentos em pedra, e para surpresa dos arqueólogos, dois esqueletos, sendo um deles o de uma mulher jovem, batizada pelos pesquisadores de “Boop”. O outro esqueleto, em pior estado de conservação, seria o de uma criança.

- Na arqueologia brasileira nunca houve uma descober-ta como essa. O local está muito bem preservado, o que é complicado de encontrar, já que 70% dos sítios arqueo-lógicos de Cabo Frio foram destruídos ou estão compro-metidos. Podemos dizer que aqui viveram duas sociedades distintas. A primeira era bem mais simples, a sociedade “Sambaquieira”, que vivia em pequenos grupos, com a economia baseada na pesca, coleta e caça. A segunda já era composta por grupos maiores, a sociedade “Una”, formada por agricultores e ceramistas, com tradição de grandes aldeias no centro-oeste brasileiro, mas que aos poucos, foi se adaptando ao ecossistema do litoral. O que estamos encontrando são restos dessas duas sociedades, explica a arqueóloga Jeanne Cordeiro, responsável pelas

Esqueleto de uma mulher jovem encontrado durante as escavações no sítio arqueológico

Paulo Klein

escavações.Segundo Jeanne Cordeiro as pesquisas no Portinho

iniciaram em 2007 quando os técnicos foram chamados para fazer um levantamento do potencial arqueológico da área para a implantação de um loteamento. No local foram registrados 4 sítios arqueológicos, sendo que dois deles, o “Aldeia do Portinho” e o “Sambaqui Salina do Portinho”, estão localizados dentro da área pretendida pelo novo em-preendimento.

Representantes da diretoria da ASAERLA – Associa-ção de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos – acompanharam as escavações, já que uma das bandeiras da associação, diz respeito à preservação do meio ambi-ente e do patrimônio histórico da região.

- Estamos preocupados com o que vai acontecer a par-tir de agora. Com o resultado desta descoberta qual será o próximo passo? A área será preservada ou será permitida a construção do empreendimento, mesmo com tantas evi-dências desta ocupação histórica, questiona o engenheiro José Deguchi Junior, vice-presidente da ASAERLA.

De acordo com a pesquisadora responsável pela pes-quisa, com o fim das escavações, todo o material coletado foi encaminhado para a sede do IPHAN, no Rio de Ja-neiro, para o início da segunda parte do trabalho, que é a catalogação do material. Ainda segundo Jeanne Cordeiro, o IPHAN é que irá determinar a destinação final do es-paço, e caso a obra seja liberada, terá que ser executada com a presença de um arqueólogo.

- Essa pesquisa é necessária para que o proprietário consiga a liberação do EIA/RIMA para o licenciamento do empreendimento. E nós temos um compromisso muito grande em pesquisar a área. Só podemos fazer as escava-ções com autorização do governo publicada no diário ofi-cial. Tenho responsabilidade como pessoa física. Vou re-digir um projeto como se fosse uma pesquisa acadêmica e tenho um prazo fixado para a realização do trabalho. Tudo tem que ser feito muito corretamente. Fui escolhida para esse trabalho porque o IPHAN respeita a divisão acadêmi-ca dos estudos arqueológicos. Pesquiso Cabo Frio desde 1999 e tenho conhecimento sobre essa região. Se fosse um sítio arqueológico em outra cidade, provavelmente seria outro profissional a executar o trabalho, explica Jeanne.

Segundo a arqueóloga Rosane Najar, do IPHAN, no Rio de Janeiro, o Instituto está empenhado em ampliar a pesquisa.

- Ainda há muito o que ser pesquisado por aqui e fazemos questão de concluir esses trabalhos, diz.

Segundo os pesquisadores um sítio arqueológico nun-ca pode ser 100% pesquisado. Parte da área intacta deve ser preservada para a utilização de futuras tecnologias. A preservação do patrimônio arqueológico pré-histórico e histórico regional é fundamental, uma vez que, a partir da sua manutenção, novas pesquisas podem ser feitas. Como resultado, temos a secular e rica vivência do homem na região revelada, patrimônio da União, patrimônio de todos nós.

A arqueológa Jeanne Cordeiro, coordenadora da pes-quisa, com diretores da ASAERLA

Alexandra de Oliveira

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PRESERVAÇÃO

O cOrOnel Gilmar BarrOs dOs reis assumiu recentemente O cOmandO dO 25° BatalhãO de POlícia militar de caBO FriO, que é resPOnsável Pela se-Gurança de sete municíPiOs na reGiãO dOs laGOs (araruama, armaçãO dOs BúziOs, arraial dO caBO, caBO FriO, iGuaBa, sãO PedrO da aldeia e saquarema). nascidO nO riO de JaneirO, Gilmar BarrOs dOs reis tem 48 anOs e semPre mOrOu em realenGO, zOna Oeste dO riO de JaneirO. ele inGressOu na POlícia militar nO dia PrimeirO de marçO de 1983. em 28 anOs de cOrPOraçãO, esteve à Frente dO 34º BPm, em maGé; dO 5º BPm, nO centrO dO riO de JaneirO; dO 8º BPm, em camPOs; e aGOra, assume O cOmandO dO 25º BPm em caBO FriO. nO cOmandO dO BatalhãO ele tem a resPOnsaBilidade de reduzir Os índices de criminalidade numa área de aBranGência de 2.000 km2, cOm uma POPulaçãO de mais de 538 mil haBitantes. as Primeiras ações têm ênFase na reduçãO dOs hOmicídiOs, FurtO de veículOs e tráFicO de drOGas e Para issO PrOmete traBalhO, inteliGência, aumentO dO eFetivO e articulaçãO entre as instituições Para manter a Ordem PúBlica nOs municíPiOs que Fazem Parte de sua área de cOBertura.

Informe ASAERLA - QUAIS SÃO OS DE-SAFIOS QUE O SENHOR ESPERA NA REGIÃO DOS LAGOS?Cel Gilmar Barros - Trata-se de uma região bem diferente de Campos, com a particula-ridade de ter uma migração muito grande em épocas de alta temporada, quando a população chega quase a triplicar. O meu maior objetivo é resgatar no batalhão as metas operacionais estabelecidas pela Se-cretaria de Segurança Pública. O batalhão neste segundo semestre tem sinalizado estar fora destas metas. Nos três primeiros meses do segundo semestre, o índice de homicí-dios e roubos de veículos foi acima do espe-rado. Vamos trabalhar para que nos próxi-mos meses possamos recolocar o batalhão dentro dessas metas.

Informe ASAERLA - COMO O SENHOR RELACIONA O USO DAS DROGAS NO AUMENTO DA CRIMINALIDADE?Cel Gilmar Barros - Nós já começamos a executar ações de combate ao tráfico de drogas, aumentamos o número de ope-rações que eram realizadas pelo batalhão. Para ter uma ideia, nesses últimos 15 dias que estamos à frente da unidade, temos apreendido pelo menos uma arma a cada dia. Fora a quantidade de drogas, que tem

CORONEL gILMAR BARROS DOS REIS COMANDANTE DO 25º BATALHãO DE POLíCIA MILITAR

sido bem significativa. A gente só vai con-seguir reduzir os índices de criminalidade na cidade se efetivamente aumentarmos as nossas ações em termos operacionais. Já mapeamos as manchas criminais, ou seja, os locais de maior incidência criminal, e em cima disso, nós agimos de forma a conseguir a prisão e a apreensão de mate-rial que possa contribuir para o aumento da criminalidade. Informe ASAERLA - QUAL É O EFETI-VO DO BATALHÃO DE CABO FRIO? E ESSE NÚMERO É SUFICIENTE?Cel Gilmar Barros - Atualmente são 782 policiais militares, mas acredito que de-vam chegar mais 300 homens para atuar na Região dos Lagos. Precisamos passar de mil para enfrentar esse aumento da crimi-nalidade em todos os municípios. Informe ASAERLA - ESTAMOS ÀS VES-PERAS DA ALTA TEMPORADA. QUAIS SÃO AS MEDIDAS PARA ASSEGURAR A SEGURANÇA DOS MORADORES E TURISTAS?Cel Gilmar Barros - O aumento da popu-lação flutuante é muito preocupante, por isso o nosso objetivo é fazer novamente o batalhão andar nos trilhos. Em meados

de janeiro, chega um reforço de outros batalhões, mas até lá, pre-tendemos já possuir um modo de proceder, para que as pessoas que chegam de fora possam se espe-lhar. Porque se nós estivermos desviados da meta, vai ser muito mais difícil alcançá-la com o au-mento da população.

Informe ASAERLA - COMO O SENHOR VÊ A INTERAÇÃO ENTRE POLÍCIAS E GUARDA MUNICIPAL NA QUESTÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA?Cel Gilmar Barros - É isso que nós estamos buscando, já fiz con-tato com o representante da guar-da municipal e também a com a fiscalização de posturas para au-xiliar na manutenção da ordem. Principalmente nos municípios de Cabo Frio e Araruama, onde existe a maior concentração de problemas. Informe ASAERLA - OUTRO SERVIÇO DE SUMA IMPORTÂNCIA É O DISQUE DENÚNCIA. COMO ELE FUNCIONA NA REGIÃO?Cel Gilmar Barros - Nós temos um telefone

Coronel Gilmar Barros dos Reis tem pela frente a meta de reduzir a violência nos municípios da Região dos Lagos

21Setembro / Outubro 2011 Informe AsAerlA

ENTREVISTA

específico para receber esse tipo de ligação. Esse telefone recebe ligações 24 horas por dia e garantimos o completo anonimato de quem passa a denúncia, dando prioridade a essa apuração.

22

PARCEIRO - Casa agenoCasa dos Parafusos

Nosso diferencial é o atendimento personalizado

Para Francisco Mesquita o sucesso está na venda de produtos de

qualidade, bom atendimento e funcionários especializados

Querendo diversificar as atividades, os irmãos Francisco e Antônio Mesqui-ta abandonaram o setor de alimentação e vislumbraram uma oportunidade no comércio de ferramentas e parafusos. Bastou apenas o incentivo das esposas Amilce e Vera, para daí surgir, em 1993, a Casa dos Parafusos.

A habilidade nos negócios e o tra-balho em família fizeram que a loja prosperasse e desse frutos. Cinco anos depois, em 1998, era inaugurada a Casa Ageno, com produtos elétricos, hidráuli-cos e luminárias. No início, a loja funcio-nava no bairro Jacaré, mas o espaço ficou pequeno e o negócio foi transferido para um ponto mais central, na Avenida Júlia Kubitschek.

Nas duas lojas são 29 funcionários, que passam regularmente por cursos de reciclagem, visando a melhoria no aten-dimento ao cliente.

- Bons preços, atendimento diferen-ciado, onde cada venda é negociada caso a caso, tudo isso aliado à venda de produ-tos de alta qualidade é o nosso diferen-cial, afirma Francisco Mesquita, um dos sócios.

Ele também destaca o trabalho sério e honesto, praticando preços justos, entre-gas rápidas e sempre buscando a excelên-cia no atendimento.

Na Casa Ageno, toda sexta-feira é realizado um café da manhã para os cli-entes, parceiros, colaboradores, fornece-dores e amigos. Mais recentemente, uma

grande aquisição do grupo, foi a entrada de Alexandre Dias, há três meses como sócio da empresa.

- Com seu conhecimento e experiên-cia nos tornamos mais audaciosos, com maiores investimentos na estrutura das lojas, em funcionários e marketing para divulgação, explica.

Mais recentemente os sócios uniram as duas empresas para oferecer mais van-tagens aos clientes. A mudança faz parte das ações de marketing que estão sendo implantadas nas empresas do grupo.

- A nossa função não se limita apenas à venda de produtos, contamos com pro-fissionais altamente qualificados, e tam-bém com um especialista em iluminação para a elaboração de projetos para os cli-entes, diz Francisco.

Outro fator que segundo ele merece destaque é a parceria com a ASAERLA, Associação de Arquitetos e Engenheiros da Região dos Lagos.

- A ASAERLA é totalmente segmen-tada, e indispensável para nosso sucesso, finaliza Francisco.

Fundada em 1993, e depois de um tem-po inativa, a Associação dos Construtores e Empresários na Construção Civil de Cabo Frio (Acecon) foi reativada. Marcos Ta-vares, presidente da entidade, explica que a ideia partiu da necessidade de represen-tar as empresas juntos aos sindicatos, para desta forma, respaldar os construtores no mercado e proteger a marca das mesmas.

Marcos Tavares éengenheiro civil e di-retor da Construtora Modular. Ele já exer-ceu dois mandatos como diretor social na ASAERLA.

- Após me formar há 15 anos, logo me associei à ASAERLA, pois acho muito im-portante que os profissionais participem dos órgãos de sua classe, afirma.

Segundo ele, um dos problemas enfren-tados pelas construtoras era a atuação de três sindicatos patronais dentro da mesma base territorial. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio de Janeiro, com sede na capital (Sinduscon); o Sindicato das Indústrias da Construção Civil e Mobiliário do Estado do Rio de Ja-neiro, que funciona em São Gonçalo (Sin-dicem); e o Sindicato da Indústria da Cons-trução Civil de Niterói (Sindicom).

A atuação dessas três entidades causa-va conflitos com o sindicato dos trabalha-dores. A confusão era tanta, que eram reali-zadas três convenções sindicais na cidade ao mesmo tempo.

Para solucionar o impasse, em 2008, um grupo de empresários ingressou com uma ação judicial, exigindo que apenas um sindicato tivesse a representatividade em Cabo Frio. O processo ainda tramita na justiça, mas a convenção coletiva já foi embargada. Mas independentemente de qual sindicato for escolhido, a Acecon já se coloca como uma parceira, inclusive para a instalação de uma subdelegacia do órgão, que representará os construtores na região.

De acordo com o estatuto, a Acecon abrange os municípios de Cabo Frio e Arraial do Cabo, mas futuramente essa abrangência será ampliada para as cidades de Rio das Ostras, Búzios, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande e Araruama.

Segundo dados da Acecon em todo o estado do Rio de Janeiro, 225 mil pessoas são contratadas no ramo da construção

Acecon retoma atividades e anuncia novos projetos

Marco Antônio

Marcos Tavares, presidente da ACECON

Setembro / Outubro 2011

civil anualmente. Em Cabo Frio, estima-se que o setor seja o segundo maior emprega-dor, perdendo apenas para a administração pública. Atualmente, são cerca de dez mil funcionários, 18% da mão de obra local.

Empreendimentos de grande porte es-tão por toda parte. Ele cita dois deles: o Novo Portinho, com a construção de mais de 50 casas, e o Shopping Park Lagos, com inauguração prevista para este ano. Neste último, serão 100 mil m², sendo 36 mil m² de área construída. Só esse segundo em-preendimento vai gerar 500 empregos di-retos e mais de 3.000 indiretos.

A Acecon está aberta a todos os cons-trutores, inclusive aos pequenos. Uma das preocupações das empresas atualmente é que, com a proximidade do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, a mão de obra e os produtos sofram uma majoração dos preços. Mar-cos explica que esta realidade não pode ser igualada à aplicada em obras locais, pois não há como comparar os preços de Itabo-raí com os da Região dos Lagos.

Outro problema é a falta de mão de obra capacitada, faltam cursos técnicos voltados para a construção civil.

- Fiz várias solicitações para trazer uma unidade do Senai para Cabo Frio. O que acontece é que os trabalhadores apren-dem o ofício na prática, e muitas vezes, as empresas têm a necessidade de formar a própria mão de obra, explica.

A Acecon tem duas metas de trabalho a curto prazo: a criação de uma escola de capacitação profissional em parceria com a prefeitura e a instalação de uma usina de reciclagem de resíduos da construção civil.

A Acecon funciona na Praça Porto Ro-cha, 184, sala 202, Centro.

Informe AsAerlA

ACECON