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ASPECTOS BIOLÓGICOS DE Anticarsia gemmatalis HÜBNER, 1818 EM
GENÓTIPOS DE SOJA COM DIFERENTES GRAUS DE RESISTÊNCIA A
INSETOS
CRISTINA GOMES QUEVEDO FUGI
Engenheira Agrônoma
Orientador: Dr. André Luiz Lourenção
Dissertação apresentada ao Instituto Agronômico para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical e Subtropical - Área de Concentração em Tecnologia da Produção Agrícola.
Campinas Estado de São Paulo
Julho - 2003
F954a
Fugi, Cristina Gomes Quevedo
Aspectos Biológicos de Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 em
genótipos de soja com diferentes graus de resistência a insetos / Cristina
Gomes Quevedo Fugi. -- Campinas, 2003
59 p.
Dissertação (mestrado) – Instituto Agronômico / Pós-Graduação,
2003.
1.Anticarsia gemmatalis 2. Lagarta-da-soja 3. Resistência varietal 4.
Glycine max I. Título
CDD:633.34
A Deus, acima de tudo, AGRADEÇO A minha mãe Cora Cecília pelo incentivo e confiança, fornecendo-me força para atingir meus objetivos, DEDICO Ao meu marido Edison Fugi, fonte de todo amor e perseverança que existe em mim, OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
Ao Dr. André Luiz Lourenção, pelo estímulo, orientação e confiança. Por transmitir
grandes conhecimentos, e ser exemplo de dedicação à pesquisa neste país.
Ao Dr. José Roberto Postali Parra, ESALQ/USP, pelos valiosos conhecimentos
transmitidos e apoio imprescindível para realização deste trabalho.
Ao Dr. José Djair Vendramim, ESALQ/USP, pela atenção e por disponibilizar o
laboratório de Resistência de Plantas, para realização de parte dos experimentos.
Ao Instituto Agronômico de Campinas (IAC), pela oportunidade de realização do curso.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pela
concessão da bolsa de estudo.
Ao Dr. Mario José Pedro Júnior, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de
Ecofisiologia e Biofísica, IAC, pelo incentivo justo e perfeito.
Ao Dr. Manoel Albino Coelho de Miranda, Centro de Plantas Graníferas, IAC, pelo
fornecimento de sementes de genótipos de soja.
Aos professores do Curso de Pós-Graduação do IAC, pelos ensinamentos recebidos,
em especial ao Dr. José Alberto Caram de Souza-Dias.
À Dra. Gláucia Bovi Ambrosano, do Departamento de Estatística Social da
UNICAMP-Piracicaba, ao Dr. Armando Conagin, do IAC, e à Dra. Marinéia de Lara
Haddad (ESALQ/USP), pelo auxílio nas análises estatísticas.
Ao Dr. Ignácio José de Godoy, Centro de Plantas Graníferas, IAC, e ao Dr. Celso
Omoto (ESALQ/USP) pela revisão do Summary.
Ao Engº. Agrº. MSc Dori Edson Nava (ESALQ/USP), pela “baita” paciência,
amizade e colaboração, demonstrando exemplo de trabalho e dedicação sem igual.
A Engª. Agrª. MSc Sandra Regina Magro (ESALQ/USP) pela amizade e valiosas
sugestões na colaboração deste trabalho.
As Engas. Agras. MSc Ana Lia Parra Pedrazzoli e Priscila Fortes (ESALQ/USP) pelo
apoio na realização dos trabalhos preliminares deste estudo bem como amizade e
agradável convívio.
Ao Amauri Asselli Frizzas (ESALQ/USP), pelo auxilio e indispensável dedicação na
condução e avaliação dos trabalhos.
Ao Engº. Agrº. MSc Uemerson Silva da Cunha pelas sugestões e auxílio.
À Neide Graciano Zério (ESALQ/USP), pelo carinho e inestimável ajuda na
condução dos experimentos.
À Bióloga Adriana Marques, pela amizade, confiança, constante apoio aos trabalhos
e em especial, pela acolhida em Piracicaba.
A todos amigos do Laboratório de Biologia de Insetos (ESALQ/USP), Ademir,
Amarildo, Alexandre, Diogo, Flávia, Gerson, Mariúxi, Maurício, Negri, Odinei,
Patrícia, Peter, Rosa, que de alguma maneira contribuíram para o desenvolvimento
deste estudo.
Aos funcionários do IAC, Leonilda S. Gouvêa, Manoel Gouvêa, Antônio Carlos
Teixeira de Lima, Graziela Lima, Lígia Gouvêa e Andréa Cardoso Guerreiro pelo
carinho e préstimos oferecidos.
Ao funcionário de campo “Carlinhos” (ESALQ/USP), pelo auxílio na manutenção
das plantas em casa-de-vegetação.
Aos meus colegas e amigos Eduardo Barreto Aguiar, Daniela Martins, Juliana
Takimoto e Patrícia Favoretto: “Devemos ser como a água que alcança seus
objetivos porque sabe contornar seus obstáculos”.
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................. vii
ABSTRACT .............................................................................................................. viii
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1
2. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 3
2.1 Distribuição geográfica e plantas hospedeiras de Anticarsia gemmatalis Hübner 3
2.2 Parâmetros biológicos de A. gemmatalis .............................................................. 3
2.2.1 Oviposição ......................................................................................................... 3
2.2.2 Fase larval .......................................................................................................... 4
2.2.3 Fase pupal .......................................................................................................... 6
2.2.4 Fase adulta ......................................................................................................... 7
2.3 Aspectos relacionados à resistência de soja a insetos .......................................... 8
2.3.1 Fontes de resistência a insetos em soja .............................................................. 9
2.3.2 Fatores que afetam a manifestação da resistência e o consumo em soja ........... 12
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 15
3.1 Genótipos utilizados ............................................................................................. 15
3.2 Criação de A. gemmatalis ..................................................................................... 16
3.3 Parâmetros biológicos de A. gemmatalis em quatro genótipos de soja ................ 16
3.4 Não-preferência para alimentação de A. gemmatalis em quatro genótipos de soja .... 19
3.4.1 Lagartas de 4º ínstar ......................................................................................... 19
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 22
vi
4.1 Parâmetros biológicos de A.gemmatalis em quatro genótipos de soja ............... 22
4.1.1 Fase larval ........................................................................................................ 22
4.1.1.1 Número de ínstares ....................................................................................... 24
4.1.2 Fase de pré-pupa ............................................................................................. 30
4.1.3 Fase de pupa .................................................................................................... 31
4.1.3.1 Peso de pupa ................................................................................................. 32
4.1.4 Fase adulta ....................................................................................................... 33
4.1.4.1 Longevidade ................................................................................................. 33
4.1.4.2 Duração dos períodos de pré-oviposição e oviposição ................................ 34
4.1.4.3 Número médio de posturas e total de ovos por fêmea ................................. 35
4.1.4.5 Adultos deformados .................................................................................... 36
4.1.5 Fase de ovo ..................................................................................................... 37
4.1.5.1 Duração e viabilidade .................................................................................. 37
4.2 Não-preferência para alimentação de A. gemmatalis em quatro genótipos de soja 38
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................. 40
6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 42
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 43
vii
ASPECTOS BIOLÓGICOS DE Anticarsia gemmatalis HÜBNER, 1818 EM
GENÓTIPOS DE SOJA COM DIFERENTES GRAUS DE RESISTÊNCIA
A INSETOS
Autora: Cristina Gomes Quevedo Fugi
Orientador: Dr. André Luiz Lourenção
RESUMO
Estudaram-se aspectos biológicos de Anticarsia gemmatalis Hübner
(Lepidoptera: Noctuidae) em folhas de quatro genótipos de soja [Glycine max (L.)
Merrill] com diferentes níveis de resistência a insetos. Avaliaram-se as cultivares
IAC 17 e IAC 24, portadoras de resistência a insetos desfolhadores e sugadores, a
linhagem PI 229358, fonte de resistência múltipla a insetos e paternal de diversas
linhagens resistentes a A. gemmatalis, e ‘IAC PL-1’ padrão de suscetibilidade. Os
experimentos foram conduzidos em laboratório, sob condições controladas de
temperatura (25 ± 2ºC), umidade relativa (60 ± 10%), e fotofase (14h). Larvas de
primeiro ínstar foram acondicionadas em placas de acrílico (6 cm x 2cm) e
alimentadas com folhas de cada um dos genótipos, retiradas de plantas nos estádios
R1 e R2 (início e pleno florescimento). Posteriormente, casais foram mantidos em 25
gaiolas (tubo de PVC) para avaliar parâmetros da fase adulta. ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’
proporcionaram baixa viabilidade das fases larval, pupal e de ovo, provocando
deformação de adultos e diminuição do número de ovos por fêmea. PI 229358
alongou a fase imatura e reduziu o peso de pupas, a viabilidade de ovos e a
longevidade de adultos. PI 229358, ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ quando comparadas com
‘IAC PL-1’ nos testes de preferência, foram menos consumidas por A. gemmatalis,
tomando-se por base os índices de consumo. Considerando-se todos os testes, ‘IAC
17’ e ‘IAC 24’ ficam caracterizadas como portadoras de resistência dos tipos
antibiose e não-preferência para alimentação, e ‘IAC PL-1’ demonstra ser um
genótipo adequado ao desenvolvimento do inseto.
viii
LIFE HISTORY PARAMETERS OF Anticarsia gemmatalis HÜBNER, 1818 IN
SOYBEAN GENOTYPES WITH DIFFERENT DEGREES OF RESISTANCE
TO INSECTS
Author: Cristina Gomes Quevedo Fugi
Adviser: Dr. André Luiz Lourenção
ABSTRACT
Life history parameters of Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera:
Noctuidae) were studied by using leaves of four soybean genotypes with different
degrees of resistance to insects. The genotypes evaluated were the cultivars IAC 17
and IAC 24, resistant to defoliators and stink bugs, line PI 229358, source of multiple
resistance to insects and used as a parental line for many cultivars selected for
resistance to A. gemmatalis, and ‘IAC PL-1’, the susceptible reference cultivar. The
experiments were carried out in laboratory, under environmental controlled
conditions of temperature (25 ± 2ºC), relative humidity (60 ± 10%) and photoperiod
(14h). First instar larvae were placed in Petri dishes (6x2 cm) and fed with detached
leaves from plants in stages R1 and R2 (beginning and full bloom) of each genotype.
Mating of insect couple was held in 25 PVC cages to evaluate parameters of the adult
stage. ‘IAC 17’ and ‘IAC 24’ showed reduction in the viabilities of the larval, pupal
and egg stages, besides causing adult deformation and reduction in the fecundity. PI
229358 prolonged the immature stage and reduced the pupal weigth, egg viability
and adult longevity. In the preference tests of different genotypes by A. gemmatalis
larvae, PI 229358, ‘IAC 17’ and ‘IAC 24’ were less preferred than ‘IAC PL-1’, by
considering the consumption indices. Based on overall results, the mechanisms of
resistance of ‘IAC 17’ and ‘IAC 24’ were antibiosis and non-preference for feeding.
The insect development was very suitable on ‘IAC PL-1’ genotype.
1. INTRODUÇÃO
A cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill] constitui um dos produtos
agrícolas de maior importância para o Brasil, ocupando posição de destaque na pauta
das exportações do país. A área plantada no ano agrícola 2002/03 apresentou
crescimento de 10,6% em relação ao ano-safra anterior, atingindo quase 18,6 milhões
de hectares, perfazendo um nível de produção histórico de 50,2 milhões de toneladas
(FNP, 2003).
Fatores abióticos e bióticos podem influenciar negativamente o rendimento e
a qualidade da produção, e, entre os últimos, destacam-se as pragas, que podem
determinar prejuízos de impacto econômico.
Dentre as pragas mais importantes na soja, Anticarsia gemmatalis Hübner,
1818 (Lepidoptera: Noctuidae), apresenta-se como a lagarta desfolhadora que
acarreta maiores prejuízos para a cultura (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). É
considerada uma das principais pragas da soja no Hemisfério Ocidental (HERZOG and
TODD, 1980; TURNIPSEED and KOGAN, 1976). Sua época de ocorrência está
correlacionada à latitude onde se encontra localizada a lavoura, tendo sido observado
que os ataques mais precoces ocorrem em latitudes mais baixas (GAZZONI et al.,
1988). Inicialmente as lagartas mais novas raspam as folhas, produzindo pequenos
danos, mas à medida que crescem, ficam mais vorazes, destruindo as folhas e até
hastes mais finas. Para completar seu desenvolvimento, cada lagarta consome cerca
de 90 cm² de folha (PANIZZI et al., 1977); desta forma, altas infestações desse inseto
em lavouras de soja podem comprometer a produção em função do nível de
infestação e do estádio fenológico da cultura (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
Estudos bioecológicos são importantes para o controle dessa praga (TARRAGÓ et al.,
1977), sendo básico o conhecimento do ciclo de vida em condições de campo,
através de observações do comportamento, visando obter informações que possam
auxiliar no controle (CORRÊA et al., 1977; PANIZZI et al., 1979).
Neste aspecto, a utilização de resistência de plantas apresenta-se como um
excelente método, integrando-se harmonicamente em programas de manejo integrado
2
de pragas (MIP), apresentando vantagens também em relação ao custo, pois o caráter
resistência, nas condições brasileiras, não agrega valor financeiro à semente
(GAZZONI e TUTIDA, 1996). De acordo com o tipo, a resistência pode provocar
interferências negativas na biologia, e/ou no comportamento dos insetos e ainda atuar
na capacidade da planta de suportar populações elevadas da praga sem que o
rendimento seja significativamente afetado (PAINTER, 1951). No caso da soja,
cultivares e linhagens com diferentes níveis de resistência a insetos vem sendo
obtidas, principalmente pelo IAC (MIRANDA e LOURENÇÃO, 2002). Assim, foram
obtidas a linhagem IAC 78-2318, com resistência múltipla (LOURENÇÃO e MIRANDA,
1987), e as cultivares IAC 100 (ROSSETTO et al., 1987), IAC 17 e IAC 19 (VALLE e
LOURENÇÃO, 2002) e IAC 23 e IAC 24 (MIRANDA et al., 2003a, 2003b). Os
principais resultados que permitiram a seleção desse material resistente foram
obtidos em nível de campo. De importância é saber se essas cultivares/linhagens
podem afetar adversamente os insetos, proporcionando informações que permitam
dinamizar programas de melhoramento dessa leguminosa que visem incorporar
fatores de resistência a insetos.
Assim, a presente pesquisa teve por objetivo estudar aspectos biológicos de A.
gemmatalis alimentada com folhas de quatro genótipos de soja, (‘IAC 17’, ‘IAC 24’,
‘IAC PL-1’ e PI 229358) visando determinar o efeito dos materiais testados sobre o
desenvolvimento do inseto.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Distribuição geográfica e plantas hospedeiras de Anticarsia gemmatalis
Hübner
A. gemmatalis é conhecida como uma espécie de clima tropical e subtropical
com ampla distribuição, ocorrendo desde os Estados Unidos da América do Norte até
a Argentina (FORD et al., 1975).
No Brasil, este lepidóptero popularmente conhecido com “lagarta-da-soja”,
pode causar desfolhamentos severos na cultura, desde o Rio Grande do Sul até os
estados da região Centro-Oeste (GAZZONI et al., 1988; PANIZZI, 1990).
Apesar de ser considerada primariamente uma praga de leguminosas (FORD et
al., 1975), foram registrados surtos em algodoeiro (DOUGLAS, 1930; HINDS and
OSTERBERGER, 1931), alfafa (ELISOR and GRAHAM, 1937), pastagens (WILLE, 1943),
arroz (TARRAGÓ et al., 1977) e trigo (MOSCARDI, 1979).
Nos E.U.A, HERZOG and TODD (1980) realizaram estudos ecológicos sobre
esse inseto com o objetivo de gerar subsídios para a implantação de programas de
controle integrado, reunindo seus hospedeiros vegetais, indicando 38 espécies de
leguminosas e mais cinco espécies pertencentes às famílias Begoniaceae, Gramineae
e Malvaceae.
2.2 Parâmetros biológicos de A. gemmatalis
2.2.1 Oviposição
Os primeiros estudos sobre desenvolvimento biológico de A. gemmatalis
foram feitos por WATSON (1916) em folhas de mucuna-aña, Stizolobium
deeringianum Bart. Este autor, em condições de campo, observou que os ovos são
depositados isolados, geralmente na face inferior das folhas e, menos freqüente, nas
hastes e pecíolos. GREENE et al. (1973) obtiveram dados semelhantes, constatando a
presença de ovos em todas as porções da planta de soja, sendo também usuais em
hastes e vagens. Contudo, FERREIRA e PANIZZI (1978), através de infestações
artificiais em campo, observaram que os ovos foram colocados preferencialmente
4
nos 2/3 inferiores da planta, sendo as vagens o local preferido (59%), seguido das
hastes (37%) e as folhas (4%).
A oviposição de A. gemmatalis é realizada durante a noite, com pico entre 21
e 23 horas, sendo que as posturas tornam-se maiores com a diminuição da
temperatura e aumento da umidade (GREENE et al., 1973). Os ovos são esféricos,
verdes, escurecendo gradualmente até a coloração marrom avermelhada, obtida antes
da eclosão da lagarta (ELLISOR, 1942). O período de incubação é de 3 a 7 dias
(GREENE et al., 1973).
MOSCARDI et al. (1981a) observaram que, de acordo com a temperatura, a
oviposição pode variar de 310 (a 32,2ºC) até 842 (a 26,7ºC) ovos por fêmea criada
em dieta artificial. Esses mesmos autores (MOSCARDI et al., 1981b) verificaram
efeitos da idade da folha de soja utilizada na alimentação de A. gemmatalis sobre a
taxa de oviposição; esta variou de 964,4 a 515 ovos por fêmea, quando as lagartas
foram criadas com folhas de plantas dos estádios vegetativos V2 – V5 ou com folhas
senescentes, de plantas do final do ciclo, respectivamente. NANTES et al. (1978),
também utilizando dieta natural, obtiveram média de oviposição muito inferior aos
valores anteriormente assinalados: 149,37 ± 22,51 ovos por fêmea, sob condições de
laboratório, a 26 ± 2ºC. SILVA (1981) registrou oviposição média de 346,5 ovos por
fêmea à temperatura de 25ºC, com lagartas criadas em dieta natural.
2.2.2 Fase larval
A eclosão das lagartas se dá 2–3 dias após a oviposição, à temperatura de 24
± 2ºC (REID, 1975). Apresentam cor verde, variando do verde claro ao escuro, em
especial após o segundo ínstar (WATSON, 1916; GUYTON, 1940). Em condições de
alta população, ou escassez de alimento, SILVA (1981) relataram que formas escuras
de lagartas podem ocorrer. A porcentagem de eclosão é afetada pela temperatura
(68,6% a 21,1ºC até 85,7% a regime variável) (MOSCARDI et al., 1981a). Já o estádio
fenológico da planta no qual as lagartas foram alimentadas parece não exercer
influência apreciável na eclosão: 71,1% para ovos de adultos cujas lagartas se
alimentaram de plantas de final de ciclo e 77,5% para alimentação em plantas nos
estádios reprodutivos R4 – R6 (MOSCARDI et al., 1981b).
5
O período larval de A. gemmatalis compreende 5–6 ínstares, mas alguns
indivíduos podem apresentar até oito ínstares (BOLDT et al., 1975; CONTI and
WADDILL, 1982). CORSEUIL et al. (1974) e LINK e CARVALHO (1974) encontraram
valores de 21 e 22 dias, respectivamente, para o referido período, enquanto
SALVADORI e CORSEUIL (1982) referiram-se a uma duração de 11 dias para o período
larval. NANTES et al. (1978) observaram duração de 19,8 dias para esse período em
folhas de soja, a uma temperatura de 26 ± 2ºC. SILVA (1981), estudando o período
larval também em folhas de soja sob quatro regimes térmicos (20, 25, 30 e 35ºC),
obteve, respectivamente, as durações de 34, 17, 14,5 e 13,1 dias. Além disso, a
temperatura pode exercer influência sobre o número de ínstares. REID (1975)
verificou que, acima de 18,3ºC, as lagartas apresentaram cinco a seis ínstares e, em
temperaturas inferiores, seis a sete. Outros fatores que afetam o período larval são a
idade das folhas e injúrias foliares. Folhas mais novas proporcionam um número de
ecdises menor (REID, 1975). Outros trabalhos confirmaram essa observação,
determinando períodos de desenvolvimento maiores, quando lagartas de A.
gemmatalis foram alimentadas com folhas provenientes de plantas, ou partes de
plantas mais velhas (OLIVEIRA, 1981; FESCEMYER and HAMMOND, 1986). A
influência da qualidade nutricional do alimento na duração da fase larval foi
comprovada por GAMUNDI (1988), que obteve 14,37 dias para lagartas alimentadas
com folhas jovens da parte superior da planta de soja, 16,02 dias para as alimentadas
com folhas velhas da parte inferior e 19,69 dias para as alimentadas com vagens.
Injúrias foliares em determinadas variedades têm afetado de forma negativa a fase
larval de A. gemmatalis (WHEELER and SLANSKY, 1991; WERCKMEISTER e
VENDRAMIM, 1993), e também de Pseudoplusia includens (Walker), outra espécie de
lagarta que se alimenta de soja (SMITH, 1985; REYNOLDS and SMITH, 1985).
LAMBERT and KILEN (1984a) observaram que diferentes genótipos de soja oferecidos
a lagartas de A. gemmatalis proporcionaram variação do número de dias de
desenvolvimento do período, sendo este maior ou menor em função do genótipo.
Essa característica também foi observada pelos mesmos autores sobre o peso de
lagartas (LAMBERT and KILEN, 1984c).
Embora trabalhos de biologia feitos com A. gemmatalis incluam a fase de pré-
pupa no desenvolvimento da fase larval, alguns autores têm optado pela sua
6
separação. Assim, SALVADORI e CORSEUIL (1982) indicaram uma duração de 2,05
dias para essa fase isolada e GAMUNDI (1988) determinou valores de 1,6 a 2 dias.
2.2.3 Fase pupal
A pupa apresenta inicialmente coloração verde-clara, tornando-se
posteriormente marrom escura e brilhante (WATSON, 1916). A duração desse estádio
é inversamente proporcional à temperatura; SILVA (1981) obteve as médias de 22,2;
10; 9,5 e 6,9 dias para pupas de criação em meio natural (folhas de soja), sob regimes
térmicos de 20, 25, 30 e 35ºC. Tendência semelhante foi detectada por REID (1975),
que observou 19,4 e 7,7 dias de duração pupal para temperaturas de 18,3 e 29,4ºC,
respectivamente. MAGRINI et al. (1996a) também observaram encurtamento desse
período com o aumento da temperatura; a duração do período foi maior para machos
do que para fêmeas, sendo a temperatura de 27ºC a mais adequada para o
desenvolvimento do inseto. GAMUNDI (1988) obteve 10,7; 11,0 e 11,1 dias de
duração da fase pupal, quando os insetos foram alimentados respectivamente com
folhas inferiores, vagens e folhas superiores de soja.
Assim como a duração, o peso de pupas varia em função da temperatura.
SILVA (1981) determinou pesos médios de 222,6; 226,0; 231,5 e 237,5 mg nas
temperaturas de 35, 30, 25 e 20ºC constatando menor peso quando lagartas são
criadas em temperaturas mais elevadas.
SILVA e PARRA (1986) observaram a influência do fotoperíodo na duração da
fase pupal, verificando que a menor duração do período foi do regime de 13:11
(horas de luz: escuro) e que a 12:11 e 14:10 a duração da fase pupal foi de 11,0 e
11,1 dias. Esses autores não encontraram diferenças significativas do peso de pupas
em relação ao fotoperíodo, tendo este variado de 237,8 a 246,1 mg nos três regimes
térmicos estudados. ANAZONWU and JONHSON (1986), em estudo semelhante
comparando fotofase de 12 a 14 horas, constataram que a menor fotofase determinou
o menor peso de pupas (197,5 mg). Neste estudo, os autores verificaram ainda que,
pupas de machos apresentaram maior peso do que de fêmeas (216,2 e 189,9 mg
respectivamente), concordando nesse parâmetro com outros autores (GREENE at al.,
1976; CONTI and WADDIL, 1982; GAMUNDI, 1988; LOURENÇÃO et al., 1996).
7
A razão sexual em A. gemmatalis criada em dieta natural é da ordem de 1:1
(SILVA, 1981; MOSCARDI et al., 1981b; LOURENÇÃO et al., 1996), embora em dieta
artificial LEPPLA et al. (1977) tenham verificado predominância de fêmeas.
2.2.4 Fase adulta
Os adultos apresentam coloração marrom-acinzentada. De acordo com
WATSON (1915), a marca predominante na cor padrão é uma linha que cruza ambas
as asas diagonalmente. GREENE (1974) relatou que os machos apresentam escamas
alongadas, localizadas no fêmur das pernas protorácicas e na tíbia das pernas
metatorácicas, em contraste com as fêmeas cujas escamas são curtas e escassas.
O acasalamento tem seu pico durante as primeiras 48 horas após a
emergência, ocorrendo uma redução nos seis dias seguintes e continuando a diminuir
até o 15º dia (LEPPLA, 1976). GREENE et al. (1973) dividiram o processo de
acasalamento em cinco fases: liberação do feromônio, atração do macho, posição de
cópula assumida pelo macho, transferência de esperma e separação. Posteriormente,
LEPPLA et al. (1987) demonstrou ser a seqüência de acasalamento, composta de sete
etapas de comportamento distintas, envolvendo o uso de estruturas anatômicas
específicas; o macho aproxima-se, toca a fêmea dorsalmente com as antenas,
impulsiona as pernas protorácicas para baixo de sua cabeça, envolve-a, e assume a
posição de cópula.
A longevidade dos adultos de A. gemmatalis pode variar em função da
temperatura, da fenologia das plantas de soja de que as lagartas se alimentaram e do
acasalamento. Em condições de dieta artificial e sob cinco temperaturas, MOSCARDI
et al. (1981a) obtiveram duração de 11,2 dias a 32,2ºC até 24,8 dias a 21,1ºC. Já sob
dieta natural (folhas de soja), a longevidade média das fêmeas acasaladas variou de
14,1 dias (alimentação das lagartas com folhas de plantas senescentes) até 17,5
(alimentação das lagartas com folhas de plantas em florescimento) (MOSCARDI et al.,
1981b). Resultados semelhantes foram obtidos por LOURENÇÃO et al. (1996), que
encontraram longevidade de 18,2 dias para fêmeas e 31,6 dias para machos cujas
lagartas foram alimentadas em soja ‘Santa Rosa’ no estádio de florescimento.
8
NANTES et al. (1978) determinaram uma longevidade de 12,30 dias para
adultos alimentados com uma solução de sacarose a 5% e de cinco dias para os
adultos mantidos sem alimento.
O maior tamanho dos machos em relação às fêmeas foi constatado por
LEPPLA et al. (1977) com base no comprimento de asa, e por FESCEMYER and
HAMMOND (1986, 1988a) através do peso seco do corpo. Sobre essa característica,
ANAZONWO and JOHNSON (1986) indicaram que o peso dos adultos de A. gemmatalis
foi influenciado pela densidade populacional, de tal forma que insetos criados em
alta população foram menores do que os criados individualmente.
SILVA (1981) determinou a temperatura de 25ºC como a melhor para a
oviposição de A. gemmatalis, obtendo 346,53 ovos/fêmea, em comparação com 26,6
e 35,1 ovos/fêmea a 30 e 35ºC, respectivamente. Esse autor observou ainda que
existe influência da dieta na fecundidade, sendo que, dependendo da dieta artificial,
as fêmeas depositaram de 82,6 a 123,7 ovos, em média, em comparação com 346,53
ovos/fêmea em dieta natural (folhas de soja). Posteriormente, MAGRINI et al. (1996a)
observaram que a temperatura de 27ºC foi a mais favorável para a postura.
A fecundidade das fêmeas foi estudada em relação aos genótipos usados
como fonte de alimento pelas lagartas, tendo-se constatado variações da ordem de
126,7 a 517,7 ovos/fêmea (OLIVEIRA, 1981) e de 129,3 a 406,6 ovos/fêmea
(MARQUES e CORSEUIL, 1984). Diferenças significativas na faixa de 515 a 963,4
ovos/fêmea, também foram encontrados por MOSCARDI et al. (1981a) para adultos
provenientes de lagartas alimentadas com folhas de soja em diferentes estágios
fenólogicos.
2.3 Aspectos relacionados à resistência de soja a insetos
A utilização de cultivares resistentes a insetos é uma das principais estratégias
consideradas para o MIP. Os insetos, alimentando-se de plantas resistentes, tornam-
se, em geral, menos ativos e menos vigorosos e, por conseguinte, mais suscetíveis às
variações ambientais, aos predadores e aos inseticidas (PATHAK, 1970).
Para a maioria das espécies cultivadas, tem sido encontrada variabilidade
genética no tocante à resistência a pragas e a doenças, característica que representa a
capacidade da planta de expressar seu potencial produtivo, mesmo sob níveis de
9
incidência de pragas e doenças que afetariam a produção e/ou a qualidade em
indivíduos suscetíveis (HOFFMANN-CAMPO et al., 1996).
Planta resistente, segundo PAINTER (1951), é aquela que possui uma
quantidade relativa de caracteres hereditários que influenciam o grau do dano
causado pelo inseto. Este mesmo autor propôs três tipos de resistência: (1) não-
preferência, que é resistência decorrente do efeito adverso da planta sobre o
comportamento do inseto, influindo nos processos de alimentação, oviposição e
abrigo; (2) antibiose, sendo definida como efeito negativo sobre a biologia do inseto,
resultando em redução de parâmetros como vigor, crescimento, reprodução e
sobrevivência, isolada ou conjuntamente; e (3) tolerância, quando a planta mostra
capacidade para crescer e produzir sem perdas significativas, apesar de atacada por
uma população de insetos aproximadamente igual à que prejudica a produção de
plantas suscetíveis. A tolerância só pode ser determinada a campo, registrando-se a
recuperação e a produção das plantas submetidas a vários níveis de ataque de insetos
(KOGAN, 1976).
A denominação antixenose foi proposta por KOGAN and ORTMAN (1978) para
substituição ao termo de não-preferência, considerando, num sentido mais amplo,
tanto a influência dos metabólitos secundários das plantas que atuam nas respostas
dos insetos na seleção de hospedeiros, como as defesas morfológicas. Por
metabólitos secundários entendem-se os flavonóides, alcalóides, acetogeninas,
glicosídeos, isoprenóides e lignina (HOFFMANN-CAMPO, 1993). PATHAK and DALE
(1983) classificaram os efeitos dos produtos químicos envolvidos com resistência de
plantas do tipo antixenose como estimulantes e deterrentes alimentares, de
oviposição, atraentes e repelentes; e os da antibiose constituídos principalmente por
produtos tóxicos e inibidores de processos fisiológicos.
2.3.1 Fontes de resistência a insetos em soja
Na cultura da soja, o uso de fontes de resistência a insetos em programas de
melhoramento, adquiriu impulso após a identificação de três introduções (PI 229358,
PI 227687, PI 171451) como portadoras de resistência ao besouro mexicano
Epilachna varivestis Mulsant, nos E.U.A (VAN DUYN et al., 1971; VAN DUYN et al.,
1972). Estes autores observaram, em condições de campo, marcante não-preferência
10
do besouro por estas linhagens, e que sua baixa palatabilidade manteve-se em
laboratório, em estudos forçados de alimentação, em testes sem chance de escolha.
Posteriormente, CLARK et al. (1972), em estudos conduzidos em gaiolas com esses
mesmos genótipos, detectaram resistência para o besouro Cerotoma trifurcata
Forster, para a lagarta Helicoverpa zea Boddie e para o besouro Epicauta vittata F.
PORTILHO and PITRE (1992) testaram linhas descendentes da PI 229358 (G81-
296 e N85-214) e da PI 171451 (T83-5408), comparando-as com a cultivar Braxton.
Para Heliothis virescens (Fab.), observou-se redução na taxa de sobrevivência,
quando as lagartas foram alimentadas com material resistente, o que não foi
observado para P. includens, resultado também observado por SMITH (1985) para a
última espécie.
Em Taiwan, TALEKAR et al. (1988) testaram as três PI’s resistentes sobre
insetos desfolhadores. Para Spodoptera exigua Hübn., em testes de campo,
comparando com a testemunha, qualquer uma das PI’s foi menos danificada. Em
testes de laboratório, esta espécie efetuou oviposição menor nas PI’s em relação às
testemunhas. Em uma série de testes de consumo de área foliar, PI 227687 mostrou o
mais elevado nível de antibiose contra S. exigua.
Em experimentos com livre chance de escolha, SMITH and GILMAN (1981)
determinaram maior nível de não-preferência de P. includens por duas populações de
soja derivadas da linhagem PI 229358 do que por duas provenientes da PI 227687.
No Brasil, vários estudos confirmaram a não-preferência pelas linhagens PI 227687,
PI 171451 e PI 229358 por diferentes espécies de coleópteros, em ensaios de livre
escolha (ROSSETTO e NAGAI, 1980; REZENDE et al., 1980b; ROSSETTO et al., 1981).
BELAND and HATCHETT (1976) sugeriram que a inadequação alimentar, além
de prolongar o ciclo e causar outros distúrbios fisiológicos, expõe os insetos a seus
inimigos naturais por mais tempo, e, geralmente, sob condições de estresse e com
suscetibilidade mais elevada. Também verificaram, juntamente com HATCHETT et al.
(1976), resistência por antibiose a H. zea e H. virescens em algumas cultivares de
soja, representada por alta mortalidade de lagartas, ecdises adicionais, redução do
peso e do ciclo do inseto. Com relação a P. includens, BEACH et al. (1985)
observaram redução na capacidade de consumo, baixo peso de pupas e menor
oviposição nos genótipos de soja GATIR 81-327, 81-306, 81-26 e na PI 423968.
11
Com relação à resistência varietal à lagarta-da-soja no Brasil, OLIVEIRA et al.
(1993), estudando sete genótipos de soja, verificaram que ‘IAC 100’ provocou
aumento no tempo de desenvolvimento e redução no peso de A. gemmatalis. Sobre a
biologia desta espécie, GAZZONI e TUTIDA (1996) verificaram o efeito de genótipos
derivados de fontes de resistência a insetos, comparados com um genótipo sem esta
característica, e sua adequação a futuros cruzamentos; constataram que ‘Crockett’
apresentou menor adequação alimentar à lagarta-da-soja.
LINK e TARRAGÓ (1974) testaram 55 cultivares e oito linhagens em relação à
intensidade de desfolhamento causado por lagartas, predominantemente A
gemmatalis. Observaram que as cultivares Lee-68 e Faxinal sofreram desfolhamento
médio entre 10 e 25%, enquanto ‘IAS-2’ e a linhagem CTS-18, desfolhamento médio
superior a 75%.
GONÇALVES e SILVA (1978), avaliando em campo a resistência de 32
introduções de soja a insetos mastigadores, onde houve maior incidência de A.
gemmatalis, concluíram que PI 281888, PI 283326 e PI 324068 foram os acessos
menos danificados, quando comparados com ‘Davis’, que foi a testemunha suscetível
e sofreu 30% de desfolhamento. As introduções PI 165671, PI 200492 e PI 159926
foram os tratamentos mais danificados.
REZENDE et al. (1980a), testando comportamento de cultivares de soja em
relação a área foliar consumida por lagartas das folhas, com predominância de A.
gemmatalis, concluíram que a linhagem D 72-9601-1, resultante do cruzamento D
66-8666 x (Bragg x PI 229358), apresentou a menor porcentagem de área foliar
consumida em relação às demais cultivares observadas.
LUSTOSA et al. (1989) avaliaram em laboratório a preferência para
alimentação de A. gemmatalis frente a dez genótipos de soja, em testes com livre
chance de escolha, e verificaram que houve não-preferência do inseto pela linhagem
BR 82-12547, apresentando um índice de preferência em relação a Davis, igual a 0,4,
numa variação em que o índice 1,0 significava semelhança com o padrão.
CASTIGLIONI e VENDRAMIM (1997) avaliaram a preferência para alimentação
e oviposição de A. gemmatalis em seis genótipos de soja, sendo três deles (IAC 100,
PI 171451 e PI 229358) considerados resistentes a insetos. Em teste com livre chance
de escolha, verificou-se não-preferência para alimentação das lagartas pelas
12
linhagens PI 171451 e PI 229358. Não foram detectadas diferenças na preferência
para oviposição.
2.3.2 Fatores que afetam a manifestação da resistência e o consumo em soja
Para estudos de resistência, alguns aspectos que influenciam diretamente o
consumo da lagarta devem ser observados a fim de padronizar as condições
experimentais ou mesmo evitar fatores interferentes.
A influência do fotoperíodo para manifestação do caráter resistência foi
relatada por KHAN et al. (1986). Esses autores verificaram que, para Trichoplusia ni,
a PI 227687 em condições normais apresenta resistência ao inseto porém, quando
submetida por oito semanas a um fotoperíodo de 24:0 (luz:escuro) mostra-se tão
suscetível quanto a testemunha, readquirindo a condição de resistência quando o
fotoperíodo é ajustado para 16:8. Para o Brasil, essa característica relatada é
importante, pois a produção de soja se estende desde 5º até 33º de latitude sul
(GAZZONI eTUTIDA, 1996).
O efeito da pubescência das folhas da linhagem PI 227687 e da cultivar
Davis, em relação a resistência à T. ni, foi estudado por KHAN et al. (1986). Estes
autores observaram influência da pilosidade na preferência do inseto pelas folhas dos
diferentes genótipos, e também da idade da folha dentro de cada cultivar. Na
resistência da PI 227687 ao inseto, observaram-se evidências da presença de fatores
químicos e de maior densidade de tricomas, como parte do mecanismo envolvido.
Entretanto, REYNOLDS and SMITH (1985), estudando resistência nesta mesma
linhagem a P. includens, não detectaram densidade significativa de tricomas.
Com relação ao efeito do ciclo da planta de soja na resistência a insetos,
ROWAN et al. (1993) detectaram correlação negativa entre ciclo do genótipo e
desfolha causada por lagartas, ocorrendo maiores desfolhas em germoplasma
resistente do grupo V (precoce) em relação a material suscetível dos grupos VII e
VIII (ciclo mais longo).
Os mecanismos de resistência em soja compreendem fatores químicos e
físicos, podendo ser constitutivos ou indutivos (KOGAN, 1976). Injúrias causadas por
insetos em folhas provocam o aumento do nível de resistência em folhas não
atacadas da mesma planta (REYNOLDS and SMITH, 1985). Esse fenômeno foi bem
13
estudado em tomate e batata, nas quais verificou-se que qualquer tipo de ferimento
ou injúria nos tecidos vegetativos da planta leva à liberação de uma substância
chamada PIIF (fator indutivo de inibidor de protease) no sistema vascular da planta,
sendo rapidamente transportada para outros tecidos, onde é iniciado o processo de
acúmulo de inibidores de protease (RYAN, 1978). Em soja, LIN and FISCHER (1990)
compararam os efeitos da injúria mecânica, da alimentação por P. includens e da
aplicação de regurgitado dessa lagarta em superfície injuriada mecanicamente sobre
a preferência para alimentação de E. varivestis. Observaram que a injúria causada
pelo inseto, é melhor condutor de resistência que a mecânica e, também, que o nível
de indução provavelmente depende do número total de células afetadas em contacto
com células sadias e não da porcentagem de tecido perdido. Todavia, nesses
trabalhos em que se estudaram os fatores indutivos, as observações não foram
estendidas por longo tempo e os resultados obtidos foram homogêneos, indicando
apenas aumento de resistência quando as plantas são injuriadas.
O consumo e utilização de alimentos relacionam a qualidade do alimento
consumido com seu efeito no crescimento e desenvolvimento dos insetos (KLEIN and
KOGAN, 1974). Desta forma, a quantidade e qualidade do alimento consumido na
fase larval afetam a taxa de crescimento, o tempo de desenvolvimento, peso do
inseto, sobrevivência, bem como influenciam a fecundidade, longevidade,
movimentação e capacidade de competição de adultos (PARRA, 1991).
O estudo das medidas de consumo e utilização de alimentos é aplicado nas
áreas de controle através de resistência de plantas e controle biológico (KOGAN and
PARRA, 1981), já que o conhecimento dos aspectos nutricionais quantitativos e
qualitativos e os hábitos alimentares de um inseto em relação ao seu hospedeiro são
importantes para a determinação do potencial de dano e o grau de associação com
seus hospedeiros (SLANSKY, 1982).
BOLDT et al. (1975) avaliaram o consumo da área foliar de soja por seis
espécies de lepidópteros e concluíram que em todas elas, cerca de 90% do consumo
ocorreu nos dois últimos ínstares, sendo que A. gemmatalis consumiu 84,0 cm2
durante toda a fase larval. HERZOG and TODD (1980) citaram, para esta espécie, um
consumo de 121,2 cm2.
14
NICKLE (1977) registrou em amendoim, um consumo total de massa foliar,
por lagarta de A. gemmatalis de 1,07 e 2,40g a 35 e 21ºC, respectivamente. REID
(1975) estudou o consumo de lagartas dessa espécie em folhas de soja de diversas
idades, sob diferentes temperaturas, concluindo que a área total consumida não foi
afetada nem pela temperatura e nem pela idade da folha.
SLANSKY and WHEELER (1991) estudaram o efeito da diluição de uma dieta
artificial com água ou celulose no consumo e na utilização por A. gemmatalis,
observando que houve aumento no consumo de dieta tanto em massa úmida como
em massa seca, mas a proporção de nutrientes consumidos, digeridos e absorvidos
não foi afetada pela diluição. Esses dados sugerem que este inseto possui
mecanismos que compensam essas mudanças. MAGRINI et al. (1998) avaliaram o
consumo de alimento natural e dieta artificial por A. gemmatalis sob diferentes
condições de temperatura obtendo uma relação positiva entre o aumento de
temperatura e o consumo de alimento. O maior consumo de dieta natural foi obtido
nas temperaturas de 27, 30 e 33ºC, enquanto em dieta artificial o consumo foi maior
a 27ºC. Esses dados coincidem em parte com os de REID (1975), que observou
aumento na área total consumida por A. gemmatalis com elevação térmica.
3. MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2002 a abril de 2003, no
Laboratório de Biologia de Insetos, do Departamento de Entomologia, Fitopatologia
e Zoologia Agrícola, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ)
da Universidade de São Paulo (USP), Piracicaba, SP, e em casa de vegetação do
referido laboratório e do setor de Entomologia do Centro de Fitossanidade do
Instituto Agronômico (IAC), Campinas, SP.
3.1 Genótipos utilizados
Os genótipos avaliados foram as cultivares IAC 17 e IAC 24, portadoras de
diferentes níveis de resistência a insetos desfolhadores e sugadores (VALLE e
LOURENÇÃO, 2002; MIRANDA et al. 2003b), a linhagem PI 229358, fonte de
resistência múltipla a insetos e paternal de diversas linhagens resistentes a A.
gemmatalis (LAMBERT and KILEN 1984 a, b, c) e o padrão de suscetibilidade, a
cultivar IAC PL-1 (LOURENÇÃO et al., 2002) (Tabela 1). Sementes desse
germoplasma foram obtidas no Centro de Plantas Graníferas, IAC.
Tabela 1. Genealogia ou origem dos genótipos de soja utilizados nos testes de
biologia e de preferência alimentar de Anticarsia gemmatalis.
Genótipo Origem/Genealogia
PI 229358 Tóquio, Japão
‘IAC 17’ D 72-9601-11 x ‘IAC 8’
‘IAC 24’ [D72-9601-1 x F1 (Davis x PI 227687)] x (D72-9601-1 x
IAC 73-515)
‘IAC PL-1’ provável mutação para ciclo mais tardio de material trazido
do Japão 1 D72-9601-1 originou-se a partir de D66-8666 x (Bragg x PI 220358)
Para os estudos com A. gemmatalis, foi realizada em casa de vegetação
semeadura diretamente em vasos com capacidade para 15 L, sendo o substrato
analisado e adubado seguindo as recomendações para essa cultura (RAIJ et al., 1999).
16
Para cada genótipo, foram efetuadas semeaduras semanais em quatro vasos,
deixando-se após o desbaste, quatro plantas por vaso. Esse procedimento foi
realizado durante seis semanas, utilizando-se 24 vasos e 96 plantas para cada
genótipo.
3.2 Criação de Anticarsia gemmatalis
Para estudo da biologia, utilizou-se uma população de A. gemmatalis do
laboratório de Biologia de Insetos da ESALQ/USP, mantida em dieta artificial
segundo GREENE et al. (1976).
3.3 Parâmetros biológicos de A. gemmatalis em quatro genótipos de soja
Os experimentos com a criação de lagartas de A. gemmatalis em folhas de
soja dos quatro genótipos foram desenvolvidos à temperatura de 25 ± 2ºC, umidade
relativa de 60 ± 10% e fotofase de 14 horas.
Inicialmente, cinco lagartas recém-eclodidas foram confinadas em placas de
acrílico (6 cm x 2 cm) de acordo com PARRA 1 e alimentadas com folhas de soja do
terço médio de plantas dos estádios R1 e R2, segundo classificação de FEHR and
CAVINESS (1977), perfazendo 30 placas, num total de 150 lagartas para cada genótipo
avaliado. A partir do 2º ínstar, efetuou-se individualização das lagartas nas referidas
placas, também de acordo com PARRA1 (Figura 1A). A individualização foi realizada
com auxílio de pincel de ponta fina. As placas contendo os insetos foram
devidamente identificadas por tratamento e repetições e mantidas em laboratório
climatizado. Cada parcela, portanto, foi constituída de uma placa com uma lagarta.
Diariamente foram substituídas as folhas, e removidas fezes e restos do
alimento do dia anterior. Acompanhou-se a duração das fases larval e pupal,
procedendo-se à separação das pupas quanto ao sexo (BUTT and CANTU, 1962),
seguida de pesagem das mesmas com 24 horas de idade. Foram consideradas
anormais as pupas que apresentavam deformação abdominal.
A razão sexual foi obtida através da divisão do número de fêmeas pelo
número de fêmeas somado ao de machos para cada genótipo.
1 PARRA, J. R. P. comunicação pessoal, 2003
17
Também diariamente foram medidas as cápsulas cefálicas de 25 lagartas de
cada tratamento para determinação do número de ínstares, utilizando uma ocular
micrométrica WILD MMS 235, acoplada a um microscópio estereoscópio. As
cápsulas cefálicas foram medidas até a fase de pré-pupa, quando as lagartas
mudavam a cor característica do tegumento e paravam de se alimentar. Também
neste estudo, cada parcela constou de uma placa com uma lagarta.
O número de ínstares foi determinado utilizando-se a curva multimodal de
freqüências para cápsulas cefálicas na formulação das hipóteses a serem testadas no
modelo linearizado da regra de Dyar, através do software Mobae (Modelos
Bioestatísticos para Entomologia) (HADDAD et al., 1995).
Após a emergência, os adultos foram classificados em normais e deformados,
sendo estes descartados. Posteriormente, adultos do dia foram mantidos em gaiolas
coletivas por 48 horas para estimular oviposição (Figura 1B) e, em seqüência,
constituídos casais em gaiolas menores (tubos de PVC de 12 cm de diâmetro por 20
cm de altura) (Figura 1C,1D), sendo a alimentação baseada em solução de mel a
10%. Utilizaram-se 25 casais para cada tratamento, avaliando-se a longevidade e
oviposição dos adultos.
Para a oviposição, foi colocada folha de papel sulfite na parede interna do
tubo de PVC e trocada diariamente para contagem de ovos de cada casal. A
viabilidade foi avaliada através de amostra de trinta ovos de cada uma das seis
primeiras posturas de cada casal e observado o número de lagartas eclodidas, para
obtenção do percentual de eclosão.
Os parâmetros biológicos avaliados, nos distintos tratamentos, foram:
- fase larval: duração total do estágio, viabilidade, número de
ínstares;
- fase de pré-pupa: duração do estágio e viabilidade;
- fase de pupa: duração do estágio, peso com 24 horas de idade,
viabilidade, razão sexual, porcentagem de deformação;
18
- fase adulta: longevidade, período de pré-oviposição, período de
oviposição, número de ovos por fêmea, número de ovos
por postura, porcentagem de deformação;
- fase de ovo: duração e viabilidade
O delineamento utilizado nestes experimentos foi inteiramente casualizado.
Os dados expressos em porcentagem foram convertidos em arco seno √X/100, sendo
os demais analisados sem transformação. Os dados foram submetidos à analise de
variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
probabilidade, com exceção dos parâmetros deformação em adultos e viabilidade de
ovos, analisados pelo teste não paramétrico de Kruskall Wallis. Para a razão sexual
utilizou-se o teste de Qui-Quadrado (X2).
19
Figura 1. Material utilizado para estudos biológicos de Anticarisa gemmatalis. A)
placa de acrílico contendo folhas para estudo das fases larval e pupal; B) gaiola
coletiva para estimular oviposição; C) tubos de PVC com casal para obtenção de
ovos; D) casal em detalhe.
3.4 Não-preferência para alimentação de A. gemmatalis em quatro genótipos de
soja
3.4.1 Lagartas de 4o ínstar
Foi avaliada a preferência para alimentação de A. gemmatalis nos quatro
genótipos em estudo (‘IAC 17’, ‘IAC 24’, ‘IAC PL-1’ e PI 229358), em testes
conduzidos no Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos do Departamento de
Entomologia, ESALQ/USP, à temperatura de 25 ± 2ºC, umidade relativa de 70 ±
10% e fotofase de 14 horas.
20
Folhas de soja dos quatro genótipos foram obtidas de plantas no estádio V5,
mantidas em vasos em casa-de-vegetação. As folhas foram lavadas e mantidas em
imersão em água por cerca de 5 minutos, retirando-se posteriormente o excesso de
umidade. Após, foram cortados 25 discos de cada genótipo com auxílio de vazador
de 4 cm de diâmetro, os quais foram retirados ao longo das laterais das folhas,
desconsiderando-se a nervura central. Avaliou-se então a área foliar dos discos, em
cm², fazendo-se uso de medidor de área foliar (Portátil LI-COR modelo LI–3000 A)
(Figura 2A).
Os discos com a área foliar determinada foram transferidos para placas de
Petri, contendo gesso e forradas com papel filtro umedecido. O gesso teve a função
de servir de base para a fixação dos discos de folha com alfinetes, enquanto que o
papel filtro umedecido evitou o ressecamento do tecido foliar (Figura 2B).
Em cada placa, foram colocados quatro discos, um de cada genótipo de forma
eqüidistante de um ponto central, onde foi liberada uma lagarta de A. gemmatalis de
4º ínstar (Figura 2B), proveniente de criação em dieta artificial (GREENE et al., 1976).
Foram realizadas 25 repetições. As placas foram tampadas e vedadas com filme de
PVC aderente.
A avaliação foi realizada 24 horas após a liberação das lagartas, sendo as
sobras dos alimentos novamente medidas em cm² com auxílio do medidor de área
foliar. A área foliar consumida foi obtida subtraindo-se a área final dos discos não
consumida da área inicial. Os índices de preferência foram calculados segundo
KOGAN and GOEDEN (1970), através da fórmula:
C = 2A / (M + A),
onde:
C = índice de preferência
A = consumo da planta teste
M = consumo da planta padrão
A interpretação dos resultados foi de acordo com o valor de C obtido, isto é:
C > 1 a planta teste foi preferida pelo inseto com relação à planta padrão;
C = 1 a planta teste é semelhante à planta padrão quanto à preferência;
C < 1 a planta teste é menos adequada do que a planta padrão.
21
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado. Os
resultados obtidos foram submetidos à analise da variância, e as médias comparadas
pelo teste não paramétrico de Kruskall Wallis.
Figura 2. A) Aparelho medidor de área foliar LI-COR, modelo LI-3000A; B) “arena”
(placa de Petri) com genótipos eqüidistantes do centro, onde foi depositada uma
lagarta de 4º ínstar de Anticarsia gemmatalis para teste de preferência alimentar.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Parâmetros biológicos de A. gemmatalis em quatro genótipos de soja
4.1.1 Fase larval
Os valores obtidos para duração da fase larval de A. gemmatalis alimentada
com folhas de ‘IAC PL-1’ foram significativamente inferiores aos de PI 229358,
‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ (Tabela 2). Para ‘IAC 17’, os dados da duração média dessa
fase foram semelhantes aos verificados por GAZZONI e TUTIDA (1996) que obtiveram
13,7 dias, porém inferiores aos obtidos por MACHADO et al (1999) (14,8 dias).
Embora não tenha diferido de ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’, lagartas alimentadas com folhas
de PI 229358 apresentaram, em valores absolutos, o maior intervalo de variação (12
– 19 dias) e a maior duração da fase larval (13,6). Resultados semelhantes foram
obtidos por CASTIGLIONI e VENDRAMIM (1996), que avaliaram aspectos biológicos
dessa lagarta em genótipos de soja, e verificaram que a PI 229358 proporcionou
maior duração da fase larval.
Tabela 2. Duração média (dias) e viabilidade (%) da fase larval de Anticarsia
gemmatalis criada em quatro genótipos de soja com diferentes graus de resistência a
insetos. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Duração Intervalo de Variação Viabilidade
Genótipo Dias1 dias %1
PI 229358 13,6 ± 0,30a 12 - 19 58,0b
IAC 17 13,2 ± 0,31a 11 - 15 66,2b
IAC 24 13,0 ± 0,31a 11 - 15 68,6b
IAC PL-1 11,9 ± 0,17b 11 - 14 95,1a
C.V. (%) 10,25 16,02 1Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
Observando-se as médias de viabilidade dos quatro tratamentos para lagartas
que alcançaram a fase de pré-pupa (Tabela 2), detecta-se diferença entre ‘IAC PL-1’,
que demonstra ser o mais adequado a essa fase do inseto, e os demais. ‘IAC 24’ e
23
‘IAC 17’ provocaram inviabilidade em mais de 30% das lagartas que se alimentaram
de suas folhas. Isto deve-se ao fato de que, para estes dois genótipos, algumas
lagartas apresentavam bloqueio da ecdise, não conseguindo liberar tanto tegumento
como cápsula cefálica (Figura 3) e, outras apresentavam tamanho do corpo pequeno
em relação ao tempo de vida. Embora não tenham sido observadas anomalias
semelhantes às ocorridas em ‘IAC 24’ e ‘IAC 17’, PI 229358 também apresentou
características desfavoráveis, sendo a mortalidade bastante alta até o 3º ínstar do
inseto. A mortalidade das formas jovens criadas sobre plantas resistentes
freqüentemente é observada durante os primeiros ínstares do inseto, sendo
considerado um dos fatores mais característicos da ocorrência da antibiose, aliada à
redução do tamanho e peso dos indivíduos (LARA, 1991).
Figura 3. Lagarta de Anticarsia gemmatalis de 4º ínstar (20 mm) criada em soja ‘IAC
17’. Setas indicam o bloqueio da ecdise. Escala = barra de 5 mm em relação ao
tamanho real do inseto
24
4.1.1.1 Número de ínstares
Verifica-se, para as lagartas criadas em folhas de ‘IAC 24’ ‘IAC 17’ e ‘IAC
PL–1’, cinco picos de freqüência de largura de cápsulas cefálicas (Figuras 4A, 4B e
5A), enquanto que para aquelas criadas em folhas da linhagem PI 229358 ocorrem
seis (Figura 5B). Cada pico da curva multimodal de distribuição de freqüências
representa um ínstar pelo qual a espécie passou e coincide, para os tratamentos, com
os valores de cápsula cefálica, no eixo `x`.
Testando-se a hipótese da ocorrência de cinco ínstares para os tratamentos
‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e ‘IAC PL–1’, e de seis ínstares para PI 229358, pelo método
desenvolvido por PARRA e HADDAD (1989) a partir da regra de Dyar, obtêm-se
coeficientes de determinação de 99% para todos tratamentos (Tabela 3), o que reflete
bom ajuste dos dados. A razão de crescimento (K) variou de 1,34 (PI 229358) até
1,71 (‘IAC PL-1’), sendo obtidos os valores de 1,61 para ‘IAC 17’ e de 1,68 para
‘IAC 24’.
25
Figura 4. Freqüência e largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia
gemmatalis criadas em folhas de soja. A) ‘IAC 24’. B) ‘IAC 17’. Temperatura: 25 ±
2°C; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
02468
101214161820
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Largura da cápsula céfalica (mm)
Freq
üênc
ia'IAC 24'
02468
101214161820
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Largura da cápsula céfalica (mm)
Freq
üênc
ia
' IAC 17'
26
02468
101214161820
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
Largura da cápsula céfalica (mm)
Freq
üênc
ia'IAC PL-1'
02468
101214161820
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50
Largura da cápsula céfalica (mm)
Freq
üênc
ia
PI 229358
Figura 5. Freqüência e largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia
gemmatalis criadas em folhas de soja. A) ‘IAC PL-1’ B) PI 229358. Temperatura: 25
± 2°C; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
27
Tabela 3. Coeficiente de determinação (R²) e razão de crescimento (K) relativos ao
número de ínstares de lagartas de Anticarsia gemmatalis criadas em folhas de quatro
genótipos de soja com diferentes graus de resistência a insetos. Temperatura: 25 ±
2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Genótipo Nº ínstares R² K
PI 229358 6 99 1,34
‘IAC 17’ 5 99 1,61
‘IAC 24’ 5 99 1,68
‘IAC PL-1’ 5 99 1,71
Para ‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e ‘IAC PL-1’, em que o número de ínstares foi igual,
os intervalos de variação e valores médios de largura de cápsula cefálica
mantiveram-se próximos (Tabelas 4, 5 e 6), podendo-se inferir que não houve efeito
da planta sobre essa característica. Os dados obtidos referentes ao número de ínstares
para os insetos criados nesses três genótipos são similares aos obtidos por outros
autores em estudos de biologia de A. gemmatalis criadas em folhas de soja (SILVA,
1981; LOURENÇÃO et al., 1996), sob mesmas condições de laboratório do presente
estudo.
Na PI 229358, onde os insetos criados apresentaram seis ínstares (Tabela 7),
nota-se que, a partir do terceiro ínstar, as médias das cápsulas cefálicas apresentam
valores menores que os dos outros genótipos. Neste caso, é provável que exista uma
influência do alimento sobre o desenvolvimento do inseto, já que a presença de
ínstares adicionais pode ser reflexo de inadequação nutricional, conforme relatado
por SLANSKY and RODRIGUEZ (1987).
28
Tabela 4. Largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia gemmatalis
criadas em folhas de soja ‘IAC 17’. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase:
14 h
Largura da cápsula cefálica (mm) Duração (dias)
Ínstar Intervalo de Média Intervalo de Média
Variação variação
1 0,29 - 0,36 0,32 ± 0,00 2 - 3 2,2 ± 0,08
2 0,39 - 0,57 0,53 ± 0,00 1 - 3 2,0 ± 0,07
3 0,71 - 0,98 0,83 ± 0,01 1 - 4 2,0 ± 0,15
4 1,24 - 1,78 1,38 ± 0,04 2 - 4 3,0 ± 0,18
5 1,80 - 2,64 2,30 ± 0,09 2 - 8 3,5 ± 0,25
Tabela 5. Largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia gemmatalis
criadas em folhas de soja ‘IAC 24’. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase:
14 h
Largura da cápsula cefálica (mm) Duração (dias)
Ínstar Intervalo de Média Intervalo de Média
variação variação
1 0,29 - 0,34 0,31 ± 0,00 2 - 3 2,0 ± 0,04
2 0,44 - 0,57 0,52 ± 0,00 2 - 3 2,0 ± 0,04
3 0,79 - 0,99 0,98 ± 0,12 2 - 4 2,5 ± 0,07
4 1,43 - 1,84 1,71 ± 0,02 2 - 5 2,5 ± 0,08
5 2,31 - 2,74 2,59 ± 0,02 2 - 5 4,0 ± 0,19
29
Tabela 6. Largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia gemmatalis
criadas em folhas de soja ‘IAC PL-1’. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%;
fotofase: 14 h
Largura da cápsula cefálica (mm) Duração (dias)
Ínstar Intervalo de Média Intervalo de Média
variação variação
1 0,29 - 0,35 0,31 ± 0,00 2 2,0 ± 0,00
2 0,39 – 0,56 0,47 ± 0,00 2 2,0 ± 0,00
3 0,71 - 1,09 0,82 ± 0,14 1 - 4 2,0 ± 0,08
4 1,39 - 1,79 1,4 ± 0,02 2 - 4 2,0 ± 0,08
5 2,26 - 2,78 2,49 ± 0,03 2 - 4 2,0 ± 0,18
Tabela 7. Largura (mm) de cápsulas cefálicas de lagartas de Anticarsia gemmatalis
criadas em folhas de soja PI 229358. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%;
fotofase: 14 h.
Largura da cápsula cefálica (mm) Duração (dias)
Ínstar Intervalo de Média Intervalo de Média
variação variação
1 0,27 - 0,35 0,30 ± 0,00 2 2,0 ± 0,05
2 0,41 - 0.57 0,49 ± 0,00 1 - 3 2,0 ± 0,08
3 0,63 - 0,78 0,68 ± 0,00 2 - 3 2,0 ± 0,10
4 0,83 - 1,39 1,16 ± 0,02 1 - 4 2,5 ± 0,11
5 1,50 - 1,98 1,85 ± 0,02 1 - 6 4,0 ± 0,28
6 2,28 - 2,79 2,48 ± 0,02 1 - 6 3,0 ± 0,26
30
4.1.2 Fase de pré-pupa
A fase de pré-pupa variou de 1 a 1,4 dias entre os genótipos (Tabela 8), sendo
a duração média significativamente mais longa para as lagartas criadas em PI 229358
(1,4 dias) em comparação com aquelas criadas em ‘IAC PL-1’, ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’.
Estes dados são inferiores aos encontrados por GAMUNDI (1988) (1,6 a 2 dias) e
SALVADORI e CORSEUL (1982) (2,05 dias) para esta espécie de lagarta. É interessante
ressaltar que somente para PI 229358, algumas lagartas apresentaram nesta fase até
quatro dias de duração. Com relação à viabilidade, ‘IAC PL-1’ conferiu o maior
valor (97,0%), demonstrando ser material adequado a essa lagarta, diferindo de ‘IAC
24’, que teve a menor média (86,0%). O nível percentual mais baixo proporcionado
por ‘IAC 24’ em relação aos outros genótipos foi devido à paralisação do processo
de desenvolvimento para pupa, observada somente neste genótipo (Figura 6A e 6B),
fato também ocorrido nos estudos preliminares.
Tabela 8. Duração (dias) e viabilidade (%) médias da fase de pré-pupa de Anticarsia
gemmatalis criada em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de
resistência a insetos. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Duração Intervalo de Variação Viabilidade
Genótipo dias(1) dias %(1)
PI 229358 1,4 ± 0,06a 1 – 4 95,0ab
‘IAC 17’ 1,1 ± 0,03b 1 – 2 91,0ab
‘IAC 24’ 1,0 ± 0,02b 1 – 2 86,0b
‘IAC PL-1’ 1,0 ± 0,00b 1 – 2 97,0a
C.V.(%) 10,73 8,83 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
31
Figura 6. Pré-pupa (tamanho: 18 mm) de Anticarsia gemmatalis criada sobre soja
‘IAC 24’, com paralisação do desenvolvimento dessa fase. Setas indicam formação
parcial da pupa. Escala = barra de 5 mm em relação ao tamanho real do inseto.
4.1.3 Fase de pupa
A fase de pupa variou de 6 a 13 dias (Tabela 9), intervalo próximo ao obtido
por LOURENÇÃO et al. (1996) (9 – 13 dias), trabalhando com essa lagarta em soja
‘Santa Rosa’. Não foram detectadas diferenças na duração da fase entre os genótipos,
cujas médias variaram de 8,2 a 8,6 dias, dados inferiores aos obtidos por
CASTIGLIONI e VENDRAMIM (1996) que variaram de 11 a 11,4. O genótipo que
proporcionou melhor viabilidade foi ‘IAC PL-1’ (98,7%), que diferiu
significativamente de ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’, com médias de 81,4 e 78,2%
respectivamente. PI 229358 ficou numa posição intermediária, com 91,5%.
Novamente observou-se a menor viabilidade em pupas provenientes da alimentação
com soja ‘IAC 24’.
32
Tabela 9. Duração (dias) e viabilidade (%) médias da fase pupal de Anticarsia
gemmatalis criada em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de
resistência a insetos. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h.
Duração Intervalo de Variação Viabilidade
Genótipo dias1 dias %1
‘IAC 24’ 8,6 ± 0,10a 7 –10 78,2b
‘IAC 17’ 8,2 ± 0,08a 6 – 10 81,4b
PI 229358 8,2 ± 0,16a 7 – 13 91,5ab
‘IAC PL-1’ 8,4 ± 0,05a 7 - 10 98,7a
C.V. 10,9 8,8 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
4.1.3.1 Peso de pupa
Para peso de pupas, quando machos e fêmeas foram analisados isoladamente,
não foram observadas diferenças entre os genótipos (Tabela 10). No entanto,
analisando-se conjuntamente os valores para macho e fêmea, constatou-se que os
insetos criados em ‘IAC PL-1’ tiveram peso maior que os criados em PI 229358.
‘IAC 24’, que demonstrou afetar a viabilidade das fases imaturas (Tabelas 2, 8 e 9),
apresentou tendência de reduzir o peso de pupas fêmeas em relação a ‘IAC PL-1’,
‘IAC 17’ e PI 229358 , embora sem diferir desses genótipos. De qualquer forma,
observou-se que os pesos médios das pupas fêmeas foram menores que os dos
machos, em todos os genótipos, o que confirma dados de outros autores (ANAZONWU
and JOHNSON 1986; FESCEMYER and HAMMOUND 1988; LOURENÇÃO et al., 1996). Os
valores obtidos para a razão sexual foram próximos a 0,50, valor próprio da espécie
(SILVA, 1981; LOURENÇÃO et al., 1996), não sendo influenciados pelos genótipos
segundo teste Qui-Quadrado.
33
Tabela 10. Peso (mg) de pupas e razão sexual de Anticarsia gemmatalis criada em
folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de resistência a insetos.
Temperatura: 25 ± 2ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Peso de pupa (mg)
Genótipo Machos e Fêmeas1 Machos1 Fêmeas1 Razão sexual2
PI 229358 205 ± 0,00a 231 ± 0,00a 189 ± 0,00a 0,59
‘IAC 17’ 210 ± 0,00ab 223 ± 0,00a 198 ± 0,00a 0,44
‘IAC 24’ 214 ± 0,00ab 229 ± 0,00a 178 ± 0,01a 0,52
‘IAC PL-1’ 220 ± 0,00b 235 ± 0,00a 206 ± 0,00a 0,50
Média 212 229 ± 0,00A 193 ± 0,00B
C. V. (%) 4,7 5,8 15,5
C. V. (%) sexo X peso 6,1 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%. 2Razão sexual = fêmeas/fêmeas + machos
4.1.4 Fase adulta
4.1.4.1 Longevidade
Observando-se a longevidade de machos e fêmeas de A. gemmatalis em cada
um dos quatro genótipos, constatou-se que machos viveram mais que fêmeas (Tabela
11), fato já observado para essa espécie de lagarta quando criada em soja ‘Santa
Rosa’ (LOURENÇÃO et al., 1996). Para machos, embora tenha ocorrido variação nos
valores de 17,3 a 20,2, não foi constatada diferença significativa entre as médias. Já
para fêmeas, ‘IAC PL-1’ proporcionou a maior longevidade (17,6 dias), enquanto PI
229358 foi a menos favorável, com 15,2 dias. A longevidade de fêmeas mostrou-se
próxima àquela obtida por MOSCARDI et al. (1981b) para esta espécie de lagarta
mantida em dieta natural (folhas de soja), mas inferior aos valores obtidos por
LOURENÇÃO et al. (1996), também em folhas de soja, cultivar Santa Rosa.
34
Tabela 11. Longevidade (dias) de adultos machos e fêmeas de Anticarsia gemmatalis
criadas em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de resistência a
insetos. Temperatura: 25 ± 1ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Longevidade (dias)
Genótipo Macho1 Fêmea1
PI 229358 17,3 ± 0,01a 15,2± 0,02b
‘IAC 24’ 18,4 ± 0,00a 16,2± 0,00ab
‘IAC 17’ 19,2 ± 0,00a 16,9 ± 0,00ab
‘IAC PL-1’ 20,2± 0,02a 17,6 ± 0,00a
Média 18,8 ± 0,03A 16,4 ± 0,02B
C.V. (%) 23,1 17,7
C. V. (%) sexo X longevidade 21,4 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
4.1.4.2 Duração dos períodos de pré-oviposição e oviposição
Não houve diferença significativa entre os genótipos para o período de pré-
oviposição. As fêmeas provenientes de ‘IAC PL-1’ apresentaram em média dois dias
para este período, que variou de 2,1 (‘IAC 24’, ‘IAC 17’) a 2,2 para PI 229358
(Tabela 12). Para o período de oviposição também não houve diferença significativa
entre os genótipos, sugerindo que esses dois períodos não são afetados por fatores da
planta na qual as lagartas se alimentaram.
35
Tabela 12. Duração (dias) dos períodos de pré-oviposição e oviposição de Anticarsia
gemmatalis criada em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de
resistência a insetos. Temperatura: 25 ± 1ºC; UR: 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Pré-oviposição (dias) Oviposição (dias)
Genótipo Média1 variação Média variação
PI 229358 2,2 ± 0,01a 2 2,2 ± 0,01a 1 – 3
IAC 24 2,1 ± 0,01a 2 - 4 2,0 ± 0,00a 1 – 3
IAC17 2,1 ± 0,01a 2 - 4 1,8 ± 0,00a 1 – 3
IAC PL-1 2,0 ± 0,01a 2 - 4 2,3 ± 0,00a 1 – 4
C.V. (%) 18,6 37,9 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
4.1.4.3 Número médio de ovos por posturas e total de ovos por fêmea
O número médio de ovos por postura foi superior para ‘IAC PL–1’ em
relação aos outros genótipos (Tabela 13). Essa cultivar proporcionou média de 101,3
ovos, demonstrando melhor adequação à reprodução de A. gemmatalis. Deve ser
destacado que a média referente ao padrão de resistência, a linhagem PI 229358, não
diferiu das médias de ‘IAC 24’ e ‘IAC 17’. Com relação ao número total de ovos,
novamente ‘IAC PL–1’ conferiu a maior média (1265,0 ovos / fêmea), valor cerca de
40% superior ao dos outros três genótipos, que também não diferiram entre si.
Esses valores similares tanto para número médio de ovos por posturas como
para total de ovos entre a linhagem PI 229358, ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ são um
indicativo de que essas duas cultivares condicionam as fêmeas a ovipositar em menor
quantidade quando lagartas são criadas em suas folhas.
36
Tabela 13. Número médio de ovos por posturas e total de ovos por fêmea de
Anticarsia gemmatalis criada em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes
graus de resistência a insetos. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR ± 10%; fotofase: 14 h
Genótipo Nº médio ovos/posturas1 Total ovos/fêmea
‘IAC 17’ 65,3 ± 4,58b 726,7 ± 50,64b
‘IAC 24’ 66,3 ± 4,52b 730,3 ± 49,76b
PI 229358 72,4 ± 5,64b 733,6 ± 59,95b
‘IAC PL-1’ 101,3 ± 6,24a 1265,0 ± 94,35a
C.V. (%) 34,7 38,3 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
4.1.4.5 Adultos deformados
Para este parâmetro, a deformação em adultos de A. gemmatalis foi
caracterizada por anomalias nas asas (Figura 7A e B). ‘IAC 24’ apresentou 23,6% de
deformação, diferindo de ‘IAC PL–1’ e PI 229358 (Tabela 14), que não induziram
essa anomalia. Com base nesse parâmetro, pode-se inferir que ‘IAC 17’ e ‘IAC 24
afetam características morfológicas dos adultos, com efeito pronunciado de ‘IAC
24’.
Tabela 14. Deformação (%) em adultos de Anticarsia gemmatalis criada em folhas
de quatro genótipos de soja com diferentes graus de resistência a insetos.
Temperatura: 25 ± 2ºC; UR ± 10%; fotofase: 14 h
Genótipo Deformação (%)1
‘IAC 24’ 23,6a
‘IAC 17’ 12,5ab
PI 229358 0b
‘IAC PL –1’ 0b 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de
Kruskall Wallis e comparações múltiplas não-paramétricas.
37
Figura 7. Deformação em adultos de Anticarsia gemmatalis criados em soja ‘IAC
24’. Escala = barra de 5 mm em relação ao tamanho real do inseto.
4.1.5 Fase de ovo
4.1.5.1 Duração e viabilidade
O período de incubação foi mais longo para ovos provenientes de adultos
cujas lagartas foram criadas em ‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e PI 229358 (Tabela 15). O
genótipo ‘IAC PL–1’ novamente conferiu melhor desenvolvimento para o inseto,
encurtando a duração da fase de ovo para 2,2 dias. Esses resultados são inferiores aos
obtidos por MAGRINI et al. (1996), que observaram incubação média de 3,3 dias, a
27ºC, para ovos depositados por adultos cujas lagartas criaram-se em dieta artificial.
Assim como para o período de incubação, foram detectadas diferenças para a
viabilidade de ovos provenientes de fêmeas cujas lagartas se alimentaram nos quatro
genótipos. A viabilidade variou de 67,2% (PI 229358) a 95,2% (‘IAC PL–1’).
Novamente esta cultivar proporcionou o melhor desempenho para este parâmetro,
enquanto ‘IAC 24’, que havia induzido alto índice de deformação de adultos,
juntamente com PI 229358, acarretaram as menores viabilidades.
38
Tabela 15. Duração (dias) e viabilidade (%) de ovos de Anticarsia gemmatalis criada
em folhas de quatro genótipos de soja com diferentes graus de resistência a insetos.
Temperatura: 25 ± 2ºC; UR 60 ± 10%; fotofase: 14 h
Genótipo Duração (dias)1 Viabilidade (%)2
PI 229358 2,5 ± 0,00a 67,2c
‘IAC 24’ 2,5 ± 0,00a 70,5c
‘IAC 17’ 2,6 ± 0,00a 82,3b
‘IAC PL-1’ 2,2 ± 0,00b 95,5a
Média 2,4
C. V. (%) 19,8 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey
a 5%. 2Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de
Kruskall Wallis e comparações múltiplas não-paramétricas.
4.2 Não-preferência para alimentação de A. gemmatalis em quatro genótipos de
soja
Pelo teste de múltipla escolha, observou-se que o consumo foliar em 24 horas
não diferiu entre os genótipos ‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e PI 229358, que foram pouco
consumidos pelas lagartas de 4º ínstar de A. gemmatalis (Tabela 16). Assim, essas
lagartas consumiram áreas foliares de 0,27; 0,21 e 0,31 cm2 respectivamente,
enquanto que para ‘IAC PL–1’ o consumo foi de 5,93 cm2, caracterizando-se como o
genótipo preferido pelas lagartas.
Os índices de preferência, confirmaram o menor consumo pelas lagartas em
‘IAC 17’; PI 229358 e ‘IAC 24’, obtendo-se valores de 0,28; 0,31 e 0,43
respectivamente (Figura 8), o que indica a presença de algum aleloquímico ou de
característica morfológica que inibe a alimentação nesses genótipos. A não-
preferência para alimentação de A. gemmatalis pela linhagem PI 229358 foi também
observada por CASTIGLIONI e VENDRAMIM (1997). Ainda para essa linhagem,
HOFFMANN-CAMPO et al. (1994) verificaram índices de preferência abaixo de 0,56
quando comparada com diversos genótipos.
39
Tabela 16. Área foliar consumida (cm2) por lagartas de 4º ínstar de Anticarsia
gemmatalis, em 24 horas no teste com livre chance de escolha para quatro genótipos
de soja com diferentes graus de resistência a insetos. Temperatura: 25 ± 2ºC; UR 60
± 10%; fotofase: 14 h
Genótipo Área foliar consumida (cm2)1
‘IAC 24’ 0,21b
‘IAC 17’ 0,27b
PI 229358 0,31b
‘IAC PL-1’ 5,93a 1Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem significativamente entre si pelo teste de
Kruskall Wallis e comparações múltiplas não-paramétricas.
0,43
0,31 0,28
00,050,1
0,150,2
0,250,3
0,350,4
0,450,5
'IAC PL-1' x 'IAC 24' 'IAC PL-1' x PI 229358 'IAC PL-1' x 'IAC 17'
Genótipos
Índi
ce d
e pr
efer
ênci
a
Figura 8. Índices de preferência para lagartas de 4º ínstar de Anticarsia gemmatalis,
em teste de múltipla escolha, para genótipo teste ‘IAC PL-1’. Temperatura: 25 ± 2ºC,
UR 60 ± 10%; fotofase: 14 h
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando-se os parâmetros biológicos avaliados, verifica-se que, com
exceção dos períodos pupal, de pré-oviposição e oviposição, cujas médias não
diferiram entre os tratamentos, em todos os demais podem ser detectados efeitos dos
genótipos sobre o inseto. Assim, verifica-se que ‘IAC PL-1’, além de proporcionar o
menor período larval quando lagartas são alimentadas com suas folhas, também
acarreta viabilidade dessa fase da ordem de 95%, qualificando-se como o material
mais adequado ao desenvolvimento do inseto. Em campo, LOURENÇÃO et al. (2002)
observaram o extremo de desfolhamento causado por A. gemmatalis para essa
cultivar comparada a outros genótipos. Para ‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e PI 229358, os
índices de viabilidade larval oscilaram abaixo de 70%. É interessante observar que
‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ condicionaram bloqueio de ecdise em diversas lagartas (Figura
3) enquanto na PI 229358 observou-se alta mortalidade durante os três primeiros
ínstares, mostrando-se assim, menos adequada para A. gemmatalis, o que já havia
sido assinalado para outras espécies de insetos (LAMBERT and KILEN 1984 a, b, c;
BEACH and TODD 1988; BEACH et al. 1988; HOFFMANN-CAMPO et al. 1994). Com
relação ao número de ínstares, apenas a PI 229358 afetou esse parâmetro biológico,
aumentando-o para seis, enquanto as lagartas alimentadas com os outros três
genótipos apresentaram cinco ínstares. Para pré-pupa, essa introdução proporcionou
alongamento dessa fase, enquanto a menor viabilidade foi devida a ‘IAC 24’. Na fase
de pupa, as menores viabilidades foram proporcionadas por ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’,
enquanto o peso, quando analisados conjuntamente machos e fêmeas, foi menor para
o tratamento PI 229358. Para longevidade, essa introdução condicionou os menores
períodos para os adultos. Apenas lagartas criadas sobre folhas de ‘IAC 17’ e ‘IAC
24’ originaram adultos deformados com sérios defeitos nas asas (Figura 7).
Relativamente à postura, adultos procedentes de ‘IAC 17’, ‘IAC 24’ e PI 229358
colocaram números significativamente menores de ovos, com viabilidade menor e
maior período de incubação. Todos esses resultados demonstram que as cultivares
IAC 17 e IAC 24 são portadoras de resistência do tipo antibiose, uma vez que a
41
alimentação de lagartas de A. gemmatalis em suas folhas levou a efeitos negativos
em seu desenvolvimento quando comparadas com o padrão de suscetibilidade, ‘IAC
PL-1’, e também com o controle resistente PI 229358.
No teste de preferência também se detectou resistência do tipo não-
preferência para alimentação em ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ em níveis comparáveis a PI
229358, padrão de resistência.
A constatação de que ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ apresentam resistência dos tipos
antibiose e não-preferência para alimentação a A. gemmatalis, aliadas às
características agronômicas favoráveis, tornam essas duas cultivares de grande valor
para uso em programas de melhoramento da cultura da soja bem como para plantio
em regiões onde há incidência freqüente dessa praga.
6. CONCLUSÕES
O número de ínstares é maior para lagartas de A. gemmatalis alimentadas com
folhas de plantas da linhagem PI 229358 do que para lagartas alimentadas com das
cultivares IAC 24, IAC 17 e IAC PL-1.
A alimentação de lagartas em folhas das cultivares IAC 17 e IAC 24 afeta
negativamente a viabilidade das fases larval, pupal e de ovos, provocando
deformação de adultos e a diminuição do número de ovos por fêmea, caracterizando
essas cultivares como portadoras de resistência do tipo antibiose.
PI 229358 afeta negativamente diversos parâmetros biológicos,
principalmente alongando a fase pré-pupa, reduzindo peso de pupa, a longevidade de
adultos e o número e viabilidade de ovos, também caracterizando-se por apresentar
resistência do tipo antibiose.
Folhas de PI 229358, ‘IAC 17’ e ‘IAC 24’ são menos consumidas pelas
lagartas, caracterizando presença também de resistência do tipo não-preferência para
alimentação nesses três genótipos.
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