Aspectos Canônicos da Narrativa Transmidiática em LOST

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ASPECTOS CANNICOS DA NARRATIVA TRANSMIDITICA EM

LOST

Introduo Contexto miditico do surgimento de LOST

L O S T e seu arquiplago narrativo

Glauco Madeira de Toledo

Introduo Televiso digital Web 2.0 Blogs Redes de relacionamento Inteligncia coletiva Convergncia miditica Cultura participativa Complexificao das narrativas Narrativa TransmdiaL O S T e seu arquiplago narrativo Glauco Madeira de Toledo

Narrativa Transmdia e Franquia de Entretenimento

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Narrativa Transmdia representa um processo no qual os elementos integrantes de uma fico so dispersos sistematicamente atravs mltiplos canais de distribuio com a finalidade de criar uma experincia de entretenimento unificada e coordenada. O ideal que cada meio faa a sua prpria e distinta contribuio para o desenrolar da histria (JENKINS, 2003a, p.1).

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Luke Freeman opina sobre a viso de Jenkins: sua viso de narrativa transmdia de uma perspectiva purista em que ele defende com vigor uma narrativa holstica que conduzida pelos autores originais e conceituada desde o incio de um projeto (FREEMAN, 2009: s/p)

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Derek Johnson (2009: 59) separa os conceitos de Narrativa Transmdia e de Franquia de Mdia dizendo que: Em primeiro lugar, no existe uma coordenao criativa necessria ou uma estrutura narrativa singular que una todas as iteraes produzidas por um sistema de franquia.

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Derek Johnson (2009: 59) separa os conceitos de Narrativa Transmdia e de Franquia de Mdia dizendo que: Segundo, a mdia franchising no precisa assumir uma forma narrativa. Narrativa Transmdia parte da franquia, mas a franquia no pode ser compreendida como uma narrativa nica ou um fenmeno transmdia.

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Canonicidade Na religio; Na arte; Na narrativa;

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Canonicidade Quem manda no cnone?

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Canonicidade O f; Misto f-produtor

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Um mapeamento da narrativa multiplataforma de LOST

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LOST inclui novos episdios, artefatos diegticos e extenses de realidade alternativa. Cada extenso tenta equilibrar a informao narrativa contribuindo para a mitologia em geral, ao mesmo tempo em que funciona sozinha (SMITH, 2009: 82)

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LOST apresenta narrativas em diversas mdiasOs produtores de LOST passaram a produzir entre temporadas material narrativo indito e disponibiliz-lo em diversas mdias.

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso -Web

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso -Web -Livros

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso -Web -Livros -Alternate Reality Games

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso -Web -Livros -Alternate Reality Games -Jogos de computador

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LOST apresenta narrativas em diversas mdias -Televiso -Web -Livros -Alternate Reality Games -Jogos de computador -Celulares

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-Artefato diegtico - Website da Oceanic Airlines -Artefato diegtico Webpage dirio do sobrevivente Janelle Granger/ Chris Dobson -Novos episdios Os romances Lost: risco de extino, Lost: identidade secreta e Lost - Sinais de Vida

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-Artefato diegtico O romance metaficcional Bad Twin -Realidade Alternativa O ARG Lost Experience -Novos episdios Os Mobisdios Lost: Missing Pieces -Realidade Alternativa O ARG Find 815

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-Realidade Alternativa O ARG Octagon Global Recruiting -Novos episdios O Videogame LOST Via Domus -Realidade Alternativa O ARG LOST University

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-Artefato diegtico O Mockdocumentary Os Seis da Oceanic - Uma Conspirao de Mentiras -Artefato diegtico O Mockdocumentary Mistrios do Universo A Iniciativa DHARMA

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Nenhum estudioso jamais vai saber metade do que os fs sabem sobre cultura pop. Henry Jenkins

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Segundo Henry Jenkins (2007), transmdia representa um processo em que elementos integrais da fico so dispersos sistematicamente atravs de mltiplos canais de distribuio, com o propsito de criar uma experincia de entretenimento unificada e coordenada. Idealmente, cada mdia faz sua prpria contribuio para o desvelamento da histria.

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Steven Johnson aponta a complexificao dos produtos de entretenimento em seu livro Surpreendente, falando especialmente de seriados televisivos e videogames e lembrando que esta complexificao passa a ser desejada pelos espectadores.

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Janet Murray afirma que o conceito de suspenso da descrena no se aplica mais exatamente ao que se espera dos espectadores das narrativas contemporneas, mas que o mais adequado seria o conceito de criao da crena.

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Contedo exclusivo em ARGs arregimentou espectadores hardcore

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Espectadores televisivos frustrados porque no obtiveram acesso s informaes que resolviam tramas de suspense

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Recuo por parte dos produtores, que passaram a fornecer apenas material considerado no-fundamental para o entendimento das tramas relacionadas ilha

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Consideraes FinaisLOST atendeu a diversas solicitaes de pblico, de complexificao, de estmulo cultura participativa e com material transmdia. Todavia, o xito do material transmdia acabou por despertar preocupao por parte de emissora e pblico.

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Consideraes FinaisHipteses para correo dessa situao: - Planejamento inicial mais detalhado - Produo de material transmdia opcional e no fundamental -Reiterao das informaes fundamentais em diversas mdias - Maior clareza na orientao do pblico na busca da informao especfica.

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Sugestes1) Declarar a narrativa transmiditica desde o incio. Essa recomendao parte de um pensamento do prprio Jenkins, de que, idealmente, as obras deveriam ser planejadas como transmiditicas desde o incio. Ningum pode ressentir-se de descobrir que h material narrativo em outro suporte, sabendo de antemo que comeou a seguir uma narrativa transmiditica.

Sugestes2) Evitar a gerao de material que possa ser descanonizado. O pblico no deve ser levado a seguir a narrativa por diversas mdias, comprando livros, jogando ou lendo histrias em quadrinhos, para depois descobrir que seu esforo contribuiu para uma compreenso falsa do universo narrativo. Entram aqui tambm contradies e enredos que depois venham a ser abandonados. As terceirizaes e licenciamentos deveriam ser evitadas ou acompanhadas de perto, j que tm maior tendncia a produzir materiais a serem descanonizados, por ser difcil coordenar essas criaes. A cultura das intervenes corporativas sobre a criao apontada por Derek Johnson (2010) deve ser evitada quando se espera manter a canonicidade, uma vez que essas intervenes so ditadas por motivos financeiros e no por intenes artsticas e narrativas, o que aumenta a chance de serem necessrias descanonizaes.

Sugestes3) Ser claro nos sinais. Seja quanto canonicidade ficcional ou quanto transmidiao, uma indicao precisa do que deve ou no ser investigado minuciosamente pelo pblico, e de onde essas informaes sero dadas previne muita frustrao, j que evita que esse pblico perca seu tempo investindo no lugar errado. Muito embora, em LOST, as pistas falsas fizessem parte da narrativa e, portanto, do jogo que o espectador jogava, isso ficava perceptvel todo o tempo e a existncia dessas pistas falsas era cannica, intencional. Quando havia falhas de produo, elas eram apontadas e assumidas no podcast dos produtores. O problema de LOST em relao sinalizao foi no avisar o pblico de que a obra era, ou havia se tornado, transmiditica. tambm importante entender se o conjunto transmiditico tem suas informaes uniformemente distribudas, ou mesmo se h uma hierarquia ntida entre mdias, na qual se saiba qual objeto o principal e quais so os coadjuvantes.

Sugestes4) Dosar a frustrao. No possvel agradar a todos os pblicos e no frustrar ningum poderia ser at prejudicial, deixando a narrativa sem desafios. Um pouco de discordncia por parte do pblico gera discusso ou debate, o que bom para a obra. LOST beneficiou-se de colocar fs de diversos graus de engajamento para debater sua canonicidade e investigar suas pistas, inclusive as mais escondidas. Porm, a frustrao do pblico televisivo foi evitada ou diminuda gerando-se frustrao no pblico bem-adaptado narrativa transmiditica. Dar a todos os pblicos todas as respostas desejadas extinguiria as lacunas inquietantes e lhes tiraria a possibilidade de defenderem suas posies perante um final aberto, eliminando o efeito bebedouro lembrado por Anderson (2006). O mais importante para os realizadores no se carem em contradio, j que a argumentao de qualquer pblico ir sempre basear-se em argumentos que possam ser averiguados na narrativa.

Sugestes5) Cada extenso transmiditica deve tentar ser uma experincia individual satisfatria, alm de oferecer esclarecimentos sobre a narrativa. Segundo Aaron Smith (2009, p.101), em tpico homnimo no qual discute os graus de mistrio das tramas de uma narrativa transmiditica (aqui adaptado para abranger a discusso de canonicidade): o processo de descoberta importa tanto quanto a revelao narrativa. Como Geoffrey Long aponta como a primeira de dez lies sobre a narrativa transmiditica, uma boa extenso transmiditica deveria fazer uma contribuio distinta e valiosa para a franquia como um todo (LONG, 2007, p.163). Ou seja, mesmo cannica e transmiditica, se a extenso no for interessante em si mesma, ela ser frustrante, por ser apenas um adendo narrativa que realmente importa. No basta que as extenses tragam informao, necessrio que elas sejam prazerosas.

Sugestes6) Jogar pelas regras. Certamente isso se aplica canonicidade ficcional (que deve ser mantida sempre que possvel), mas tambm aos mecanismos encontrados pelos realizadores para provocar um tipo de experincia. Por exemplo, em LOST, a regra esconder (TOLEDO, 2009, p.48). Assim, tornar sua narrativa clara e sem reviravoltas atordoantes seria descaracteriz-la, e isso com referncia a todas as suas extenses. Em toda produo, as regras estabelecidas pelos realizadores so equivalentes ao cnone, no sentido de que elas sero estudadas e esmiuadas pelo pblico, que espera poder acreditar nelas e em sua continuidade. O conceito de criao da crena de Murray (2003) se fundamenta na ideia de que os fs tentaro contribuir para uma construo narrativa, mas, para isso, eles precisam confiar no terreno em que pisam e nas regras pelas quais jogam.

ASPECTOS CANNICOS DA NARRATIVA TRANSMIDITICA EM

LOST

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