ASPECTOS DE AÇÕES AMBIENTAIS NA MINERAÇÃO DE BAUXITA
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REABILITAÇÃO AMBIENTAL EM LAVRAS DE BAUXITA“EXPERIÊNCIAS DO PLANALTO DE
POÇOS DE CALDAS”
IBRAMBAUXITA E ALUMINA
BELO HORIZONTE28 & 29 AGOSTO 2007
Coordenador desta apresentação: Don Williams [email protected]
Colaboração: Alexandre A. Spadoni Pereira e Dalmo A. Barros - CBA Luiz Renato Musa Machado - Mineração Curimbab
João Carlos Costa Guimarães - Alcoa
ASPECTOS DE AÇÕES AMBIENTAIS NA MINERAÇÃO DE BAUXITA
EM EMPRESAS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
NO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS Sul do Estado:
• Alcoa Alumínio S.A.
• CBA – Cia. Brasileira de Alumínio
• Mineração Curimbaba Ltda.
MINERAÇÃO DE BAUXITA NO PLANALTO DE POÇOS DE CALDAS
A lavra de bauxita começou em 1935, em pequena escala para produtos químicos, principalmente para tratamento de água urbana.A Mineração Curimbaba entrou no mercado de produtos químicos em 1947, e continua até hoje atendendo indústrias químicas e refratárias.A CBA começou a lavrar bauxita para produzir alumínio metálico em 1955.A Alcoa inaugurou sua fábrica de alumínio metálico em Poços em 1970.
Cada empresa minera aprox. 20 hectares ao ano.
LAVRA DA BAUXITA
No Planalto de Poços de Caldas a bauxita:• ocorre na superfície, logo abaixo de uma camada de 20 cm de solo • em corpos de 1 a 10 hectares • espessura média é de 4 metros, dentro de uma faixa de 1 a 8 metros • não precisa de explosivos para seu desmonte• não precisa ser beneficiada ou lavada
Mina da Mineracao Curimbaba
INÍCIO DA REABILITAÇÃOEM MINAS DE BAUXITA
Na década de 70 as empresas de bauxita em Minas Gerais começaram a se tornar conscientes da necessidade de buscar soluções para amenizar os efeitos da lavra.Para a revegetação de áreas mineradas no Brasil, as técnicas e práticas da época ainda não incluíam o plantio de espécies nativas. Foram plantados eucaliptos e pinus. Os primeiros plantios foram em:• CBA – 1976• Mineração Curimbaba – 1977• Alcoa – uma pequena área em 1974, estendendo para plantios anuais a partir de 1978.
AVANÇOS NAS PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO
Na década de 80 houve uma mudança de conceitos e práticas, validadas pelos cursos de Agronomia e Engenharia Florestal, introduzindo conhecimentos sobre a flora nativa. Assim, as empresas de mineração foram se adequando às novas oportunidades. Essas empresas formaram dentro do IBRAM a Comissão Técnica de Meio Ambiente, para discutir novas práticas, trocarem experiências e divulgar às agências de governo e ao público, produzindo em 1991 o livreto “Mineração & Meio Ambiente”.
ÁREAS REABILITADADAS ATÉ 2007
• CBA – 380 hectares
• Mineração Curimbaba - 374 hectares
• Alcoa - 410 hectares
AVANÇOS NAS PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO
Em 1990 foi publicado pelo IBAMA o livreto “Manual de recuperação de áreas degradadas pela Miner-ação: técnicas de revegetação” coordenado por Don Williams da Alcoa
USO DO SOLO
A Reabilitação e revegetação de uma mina vai depender do:
1) cumprimento da legislação vigente 2) ocupação da propriedade antes da lavra 3) aptidão agrícola 4) uso após lavra preferido pelo proprietário5) anuência ou exigência dos órgãos ambientais e florestais 6) Se a área foi uma Floresta Nativa antes da lavra, será exigido que seja revegetada com espécies nativas.
Ocupações dadas pelos proprietários antes de minerar a bauxita:• Floresta nativa• Reflorestamento comercial – eucalipto, pinus• Terras de cultura – batata, milho• Pastagem natural para gado• Pastagem artificial para gado
PASSOS DA REABILITAÇÃO
Antes da Lavra:• Cumprimento da legislação federal, estadual e municipal ambiental e obtenção das devidas licenças• Levantamentos in loco dos aspectos ambientais anterior à lavra mineral• Escolha do uso final pós-lavra para a área• Preparação da área para a lavra
• implantação de estrada de acesso devidamente protegida contra erosão• obras de drenagem para evitar erosão e assoreamento• supressão da vegetação• retirada e estocagem do solo orgânico
• Monitoramento constante dos aspectos ambientais durante a lavra
PASSOS DA REABILITAÇÃO
Após a lavra:
• Remodelagem topográfica do terreno• Recolocação do solo orgânico• Correção da acidez do solo e aplicação de
fertilizantes
• Plantio de mudas de árvores e/ou herbáceas, conforme o Uso Final do Solo escolhido• Vigilância e monitoramento do desenvolvimento
vegetal, dos sistemas de drenagem e da proteção
contra erosão
Mina em operação
Remoldagem após a lavra
Espalhando o solo orgânico que foi retirado da área antes da lavra, e agora recolocado para melhorar a fertilidade do novo solo.
Mina da Mineração Curimbaba
EXEMPLO DE REABILITAÇÃOMINA FAZENDA PICADA DA CBA EM POÇOS DE CALDAS
Cava no final da lavra Remoldagem da superfície e reposição do solo orgânico
30 dias após o plantio 2 anos após o plantio
Mina aberta da Alcoa
Terraplenagem pararemodelar a superfície do terreno após a lavra
Área revegetada para pastagem
VIVEIROS DE MUDASCapacidades Anuais de Produção de Mudase Número de Espécies de Arvores Produzidas
CBA 100 mil mudas
150 espécies
Alcoa 250 mil78 espécies
Curimbaba 100 mil 247 espécies
Coleta de sementes deárvores nativas para produzir mudas em viveiro
Coleta de sementes
Materiaisutilizados
EXEMPLOS DE USO FINAL DO SOLO APÓS A LAVRA EM ÁREAS REABILITADAS
Formação de uma floresta:
Aspecto de uma area reabilitada com especies nativas arboreas após 17 anos, onde se notam os
efeitos da sucessão natural.
Formação de pastagem de gramíneas nativas:
plantio de sementes de capim-barba-de-bode, onde era um pasto natural deste capim antes da lavra.
EXEMPLOS DE USOS FINAL APÓS A LAVRAEM ÁREAS REABILITADAS
Áreas de cultura:Utilizadas para produção de batata, milho, feijão, hortaliças.
Pastagem para gado:formação de pastos artificiais
Eucaliptal:reflorestamento
AGRICULTURA
EUCALIPTO
PASTAGEM
OUTRAS AÇÕES AMBIENTAIS
CRIAÇÃO DE RPPN- Reservas Particular do Patrimônio Natural Áreas particulares reservadas para Preservação Perpétua gravadas na matrícula da propriedade no Registro de Imóveis
RPPNs instituídas por Empresa no Planalto de Poços de Caldas:
CBA - 363 haCurimbaba - 262 haAlcoa - 423 ha
RPPN Morro Grande da CBA no município de de Caldas –MG
área de relevante importância paisagística e biológica
AÇOES COMUNITÁRIAS DAS EMPRESAS
Movimento em prol da conservação da água e doação de mudas – ação em conjunto das 3 empresas
Cursos de capacitação de professores em Educação Ambiental na CBA
AÇÃO COMUNITÁRIA
Parque Ambiental da AlcoaInstrução ambiental para alunos do ensino básico da cidade, em sala de aula e trilhas de interpretação. 70 mil alunos em 14 anos.
INOVAÇÕES NAS TÉCNICAS DE REVEGETAÇÃOSerrapilheira
É a camada de folhedo – folhas de árvores em decomposição no chão da floresta, repleta de sementes de espécies pioneiras dormentes e microorganismos. É retirada da floresta a ser minerada e colocada na superfície de área já minerada. Com a exposição ao sol as sementes germinam e rapidamente encobrem e sombreiam a superfície. Pode-se plantar mudas de pioneiras e secundárias também. Simula a sucessão natural e evita a prática de plantar espécies exóticas - arbóreas ou herbáceas.
Colocando serrapilheira
Espécies pioneiras germinando
Plântula no sub-bosque de uma floresta nativa que sofrerá intervenção.
Retirada de plântula com uso de pá de jardineiro: cuidado especial para não danificar o sistema radicular.
Resgate de plântulas
Para melhor rendimento operacional o ideal é transportar as plântulas em raiz nua. Para tal, basta sacudi-la levemente, desprendendo o torrão sem danificar o sistema radicular.
Resgate de plântulas
Plântula após ter sido transplantada para o saco plástico com substrato apropriado (composto orgânico).
Canteiros (sob tela de sombrite) com mudas formadas a partir de plântulas transplantadas.
Tela de sombrite, usada para sombrear o ambiente, tornando-o mais semelhante ao sub-bosque florestal. Aumenta as taxas de sobrevivência das plântulas.
Resgate de plântulas
Mudas formadas a partir de resgate de plântulas, em fase de aclimatação em canteiros a pleno sol, antes de irem para a área de plantio.
Resgate de plântulas
Resgate de plântulas e Adensamento de plantio
Situação da frente de lavra logo após a exaustão do minério, remoldagem e devolução do solo orgânico.
5 meses pós-plantio: foram plantadas aprox. 10 mil mudas (espaçamento 1,5 x 1,5 m), sendo 30% produzidas a partir de plântulas retiradas do floresta antes da lavra.
Resgate de plântulas e Adensamento de plantio
Resgate de epífitas
Resgate de epífitas
TÉCNICAS NOVAS
“CHUVA DE SEMENTES”
COLETA MENSAL DE SEMENTESPARA GERMINAÇÃO EM VIVEIRO
“POLEIRO ARTIFICIAL”AMPLIA O APORTE DE SEMENTES EM 13 VEZES
TRABALHOS CIENTÍFICOS
O conhecimento científico da fauna e flora da Região, as técnicas de reabilitação, a avaliação e comportamento das práticas geram dados importantíssimos a serem coletados e estudados pela academia – o corpo de pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa.
A Alcoa vem dando apoio e suporte a esses estudos desde 1979, que somam:• 6 teses de doutorado• 11 dissertações de mestrado• 8 monografias de graduandos• 5 estudos científicos executados por outras instituições
FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Diversidade em Minas Gerais: um atlas para sua conservação. 2. ed. Belo Horizonte: 2005, 222 p. Realização do Governo de Minas Gerais, SEMADS, FEAM, IEF, IGAM
Região de Poços de Caldas: “Importância biológica: extremaPressões antrópicas: • expansão urbana • turismo desordenado • agriculturaRecomendações específicas: • inventários • unidades de conservação • promover conectividade”
Este diagnóstico indica que a Mineração no Planalto de Poços de Caldas é uma atividade cuja pressão sobre o meio ambiente não foi apontada como sendo das mais impactantes para a região.
Assim, podemos concluir que isso é o resultado de uma conjunção de esforços das empresas mineradoras de bauxita no Planalto de promover ações que resultaram na minimização dos efeitos da lavra mineral sobre o meio ambiente. É fruto do trabalho de três décadas de aprendizagem, pesquisa e implantação de práticas que visam a amenização dos impactos da Mineração sobre o meio ambiente.