Aspectos Fisiológicos e dietoterápicos para o pré escolar

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ASPECTOS FISIOLÓGICOS E DIETÉTICOS PARA O PRÉ-ESCOLAR Prof Mayla Cardoso Fernandes Toffolo

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Nutrição Pré escolar

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ASPECTOS FISIOLÓGICOS E DIETÉTICOS PARA O

PRÉ-ESCOLAR

Prof Mayla Cardoso Fernandes Toffolo

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Definição

PRÉ-ESCOLARES > 1 ano e ≤ 6 anos de idade

ESCOLARES > 7 anos até a puberdade

Vitolo, 2008

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Aspectos fisiológicos

• Peso: início da vida – perda de peso fisiológica (10º a 15º dia) - até 10% do peso ao nascer. Triplica o valor do nascimento ao final do primeiro ano de vida e quadruplica aos dois anos de idade

• Comprimento: aumento de 50% ao final do primeiro Aumento de 50% ao final do primeiro ano de vida e a criança duplica seu tamanho até os quatro anos de idade.

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Crescimento

- Potencial genético de crescimento poderá ou não ser atingido. - Crianças menores de 5 anos a influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a dos fatores genéticos para expressão do seu potencial de crescimento.

Grupo extremamente vulnerável

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Crescimento

Considerado um dos melhores indicadores de saúde da criança. Estreita dependência de fatores ambientais (alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde).

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Crescimento

Em boas condições de vida – alcance do potencial de crescimento da criança.

Condições desfavoráveis (alimentação inadequada, condições de vida precárias, infecções e internações frequentes) – déficit no ganho de peso e crescimento.

Também passamos a avaliar o estado nutricional de crianças buscando excesso de peso, e não somente nos preocupando com os déficits, apesar de a desnutrição infantil ainda ser de grande relevância em Saúde Pública.

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Crescimento

Durante os dois primeiros anos de vida

déficit de crescimento ocasionado pela desnutrição é reversível.

Após essa idade, nota-se que o fenômeno do crescimento compensatório, apesar de ativado, é bem menos intenso.

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Aspectos fisiológicos ma fase pré-escolar

Sistema metabólico e digestivo apresenta funções comparáveis com o do adulto

Desenvolvimento das habilidades motoras

Alcance da maturidade neurológica

Volume gástrico ainda é pequeno (200 a 300 mL)

Apetite inconstante

Alterações de forma e função da cavidade oral

Controle do esfíncter variável (Intestinal e Urinário 2 a 3 anos )

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Grupo Vulnerável

Por Mauro Fisberg

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Grupo Vulnerável

Por Mauro Fisberg

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Fase Pré-Escolar

.

Velocidade de Crescimento APETITE

Interesse pelo mundo ao seu redor Desvio da atenção durante a alimentação

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Aspectos familiares sobre

a alimentação infantil

Falta de apetite Motivo de ansiedade nos pais Intervenções Negativas Alimentação monótona em qualidade, consistência e aparência

Boa progressão do peso e estatura representa uma adequada nutrição, mesmo que o consumo habitual não aparente tal adequação

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Alimentação na Infância

Período de formação dos hábitos alimentares

Determinado em primeira instância pela família e por

interações psicossociais e culturais

Preferências alimentares

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Alimentação na Infância

Alem de apetite reduzido Seletividade e neofobia*

Recusa por novos alimentos e sabores

* Crianças amamentadas ao seio tem menor rejeição ao novo alimento

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Consumo Alimentar na

Infância

Influência: Número de refeições ao dia, intervalo entre as refeições, tamanho da refeição e tipos de alimentos presentes

Aleitamento materno: Fase da vida na qual a criança tem controle do número de refeições realizadas

Aleitamento artificial: Padrão cultural do número de refeições determinado pelo hábito familiar e horários preestabelecidos

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Consumo Alimentar na

Infância

Após 1 ano de vida: Intervalos entre as refeições positivamente associados ao volume da refeição Quanto maior o intervalo, maior a quantidade de alimentos ingeridos no momento da refeição e vice-versa

O Tamanho da refeição determina o período de saciedade que se segue à refeição

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Consumo Alimentar na

Infância

Tamanho da refeição: A criança é capaz de regular a quantidade ingerida de modo a manter um balanço energético positivo e manter um bom crescimento e saúde Alimentos adequados

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Consumo Alimentar na

Infância

Densidade energética da dieta: Importante determinante do tamanho da refeição. Maior ingestão menor densidade energética Menor ingestão maior densidade energética Achados na Literatura Após refeição muito densas crianças selecionavam menor variedade de alimentos da refeição seguinte optando pelos alimentos preferidos compostos de açúcar e gordura e pobre em micronutrientes

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Consumo Alimentar na

Infância

Preferências alimentares: Preferência inata pelo sabor doce e rejeição pelo sabor amargo e azedo Tendência ao consumo elevado de CHO, gordura e sal

Preferência também é moldada por experiências repetidas com o alimento, com associações ao

contexto social e com as consequências fisiológicas da ingestão do alimento

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Consumo Alimentar na

Infância

Preferências alimentares: Preferência por alimentos associados aos contextos positivos

Contexto Positivo

Habitualmente energéticos: Doces e lipídeos Ofertados como:

Recompensas, sobremesas, celebrações

Contexto Negativo

Habitualmente Saudáveis: Frutas e verduras

Ofertados como: Quantidades maiores que

o tolerado quando recusa

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Consumo Alimentar na

Infância

Não são motivos de preocupação: Recusas eventuais Recusas alimentares em processos infecciosos mecanismo compensatório após a recuperação

Recusas frequentes exigem uma atitude firme dos pais de modo a não perpetuar uma situação de

consumo inadequado. Fome: excelente estímulo para novas tentativas!!

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Processo de aprendizagem na

alimentação Aprendizagem pela exposição repetida e mera

exposição -Processos de familiarização com alimentos que se iniciam com o desmame e a introdução dos alimentos sólidos, durante o primeiro ano de vida da criança -O alimento não pode ser apenas percebido visualmente ou pelo odor, a criança necessita provar o alimento, mesmo que inicialmente em quantidade mínima, para que se produza o condicionamento, aumentando a aceitação do alimento. -O aumento da aceitação para o novo alimento ocorre somente após 12 a 15 apresentações do alimento, podendo ocorrer desistência dos pais, neste período, achando que a criança não gosta do alimento.

Ramos M et a, 2000

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Processo de aprendizagem na

alimentação Aprendizagem sabor-sabor

-Estudos com animais e humanos têm demonstrado que associando açúcar ou sabor preferido com um sabor desconhecido ou menos preferido, aumenta a aceitação do sabor menos preferido pela associação dos sabores - Neste tipo de aprendizagem, o sabor está associado ao prazer e provavelmente por esta razão se mantém ao longo do tempo, ou seja, é durável e sua modificação só é possível quando outra experiência aprendida substitua ou neutralize a experiência anterior

Ramos M et a, 2000

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Processo de aprendizagem na

alimentação

Aprendizagem nutriente-sabor -A aprendizagem nutriente-sabor ou caloria-sabor ocorre num padrão similar da aprendizagem sabor-sabor. -Uma substância nutritiva com mais calorias promove uma consequência fisiológica de saciedade que, associada à sugestão do sabor, aumenta a aceitação do alimento desconhecido -Tanto pelas consequências fisiológicas de saciedade quanto pelo sabor, a aprendizagem nutriente-sabor vai produzir preferência para alimentos que têm mais calorias.

Ramos M et a, 2000

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Inapetência Escolar

Importante avaliar: Se a queixa dos pais é consistente Considerar: Crescimento, desenvolvimento, hábitos alimentares e parâmetros bioquímicos Falta de apetite verdadeira: Ingestão alimentar insuficiente para as necessidades nutricionais, baixo peso para estatura, redução de ritmo de crescimento

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Inapetência Escolar

Inapetência comportamental: -Têm origem na dinâmica familiar e sua base é psicogênica -A criança deixa de comer para chamar a atenção e observa que essa tática funciona -Cria-se um ciclo vicioso RecusaConsumo de alimentos preferidos em qualquer horáriorecusa sequencial das refeições -Avaliar sinais de carência nutricional e comprometimento emocional da criança e família

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Inapetência Escolar

Inapetência orgânica: -Mais comum associado a deficiência de ferro -A criança possui alimentação homogênea e pobre em qualidade associada a apatia e desinteresse pela alimentação -Após diagnóstico de anemia ferropriva: suplementação medicamentosa -Correção da alimentação -Fígado (50g) 1 vez/sem e carnes diariamente -50 a 80 ml de suco rico em Vit C após as refeições

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Aspectos envolvidos

na inapetência

Vitolo, 2008

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Situações comuns de problemas alimentares em

crianças e estratégias de intervenção

Vitolo, 2008

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Permitir que a criança controle seu consumo alimenta no que diz respeito ao tamanho da refeição. O número de refeições poderá ser imposto por padrões familiares e culturais. •Diversificar alimentos, modo de preparo e apresentação das refeições estímulo do aspecto sensorial •Consistência variada entre pastosa a branda conforme avanço da idade

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Evitar petiscos nas 2 horas que antecedem as grandes refeições (almoço e jantar) •Servir à criança pequenas porções de alimentos, oferecendo novas quantidades, se necessário Importante para se conhecer o consumo alimentar real •Não oferecer sobremesa como recompensa ou retirá-la como punição

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Reduzir a ingestão hídrica durante as refeições para evitar a saciedade precoce •Deixar a criança se alimentar sozinha, oferecendo ajuda ocasionalmente •Deixar a criança manipular o alimento apresentação e textura •Não forçar a criança e nem castigá-la no caso de recusa alimentar.

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Se a criança apresentar ocasiões de recusa alimentar não fazer intervenções desnecessárias e aguardar até que haja melhora do apetite. •Habituar a criança e a família com petiscos mais saudáveis: frutas secas, frutas frescas picadas, maça desidratada, legumes crus picados, queijo branco picado •Oferecer alimentos novos em pequenas quantidades •Em caso de recusar, apresentar o novo alimente de outra forma ou dar um intervalo para nova apresentação

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Horário da refeição deve ser agradável, mas não entretenimento •Não estimular o consumo de alimentos enquanto se assiste televisão, pois pode-se criar o hábito de comer compulsivamente •Evitar alimentos com risco de sufocamento: salsichas, balas, amendoin, pipoca, frutas de pequeno porte

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a formação de bons hábitos alimentares: •Reduzir o consumo de doces e similares entre as refeições •Redução de açúcar refinado para adoçar os sucos e preparações •Evitar a utilização compartilhada de utensílios às refeições a fim de se evitar infecções

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a prevenção de obesidade e doenças cardiovasculares •Dieta com valor energético suficiente para permitir crescimento adequado •Não incluir na mesma refeição mais de um alimento rico em amido, como cereais, tubérculos e raízes •Aumentar o consumo de frutas e hortaliças cruas ou na forma de preparações culinárias agradáveis e variadas •Evitar consumo excessivo de frutas: 1 copo por dia para pré-escolares e 2 copos/dia para faixa de 7 a 18 anos

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a prevenção de obesidade e doenças cardiovasculares •Aumentar o consumo de peixe para 2 vezes por semana •Utilizar óleos vegetais ( soja, canola, girassol) no preparo de alimentos •Evitar frituras e alimentos gordurosos •Evitar alimentos ricos em gordura saturada e colesterol •Não se recomenda restrição de gordura e colesterol para menores de 2 anos desnatado

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a prevenção de obesidade e doenças cardiovasculares •Restringir doces e refrigerantes •Reduzir o consumo de sal, especialmente proveniente de alimentos processados

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Abordagem Nutricional

•Orientações visando a prevenção de constipação •Estimular o consumo de uma porção de fruta , a cada refeição •Estimular o consumo de hortaliças folhosas e leguminosas no almoço e jantar •Substituir alimentos refinados por similares integrais como biscoitos, pães •Aumentar ingestão de líquidos •Desencorajar substituições das principais refeições por fórmulas lácteas

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Quantidades diárias dos principais alimentos compatíveis

com as necessidades nutricionais dos escolares

Alimento Quantidade

Arroz* 1 a 3 colheres (S)

Feijão* 1 concha pequena

Carne* 2 colheres de (S) (110g)

Legumes Cozidos* 2 colheres (S)

Hortaliças cruas* 2 folhas

Frutas** 2 unidades (100 a 150g)

Suco de Frutas** 1 copo 200 mL

Leite** 3 copos (600 mL)

Pão Frances** 2 unidades (100g)

Doces** 1 unidade (50g)

Açúcar** 2 colheres de (S)

Ovo 2 a 3 por semana

Óleo *** 15 a 20 g

•Para cada refeição principal (A e J) •**Quantidade Diária Total •***Óleo contido nas preparações das dias refeições diárias •(S) sopa

Vitolo, 2008

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Pirâmide crianças de 6 a 23 meses

Fonte: Guia alimentar para menores de 2 anos, 2007

Page 42: Aspectos Fisiológicos e dietoterápicos para o pré escolar

Fonte: Guia alimentar para menores de 2 anos, 2007

Page 43: Aspectos Fisiológicos e dietoterápicos para o pré escolar

Fonte: Guia alimentar para menores de 2 anos, 2007

Page 44: Aspectos Fisiológicos e dietoterápicos para o pré escolar

Fonte: Guia alimentar para menores de 2 anos, 2007

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Calculo dietético para o pré-escolar

1- Avaliação do peso corporal 2- Cálculo das necessidades energéticas

Kcal/kg peso/dia 3- Distribuição dos macronutrientes da dieta

CHO, PTN, LIP 4- Elaboração da dieta que contemple as recomendações contidas na pirâmides

5 porções de cereais, pães, tubérculos e raízes, 3 porções de fruta, 3 porções de legumes e verduras, 3 porções de leites e derivados, 2 porções de carnes, 1 porção dos feijões, 1 porção de óleos e gorduras e 1

porção de açúcar

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Calculo da necessidade energética

pela DRI

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Calculo da necessidade energética

pela DRI

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Calculo da necessidade energética

pela DRI