Aspectos Psicológicos da doença de Huntington
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Aspectos Psicológicos da doença de Huntington
A Coréia de Huntington é uma doença degenerativa do sistema nervoso que provoca movimentos involuntários pelo corpo todo, além de afetar a capacidade cognitiva.
Nas entrevistas encontradas no site da UPADH (União dos parentes e amigos dos doentes de Huntington) lê-se que a depressão ocorre em 30% a 40% dos portadores. A depressão, inclusive pode aparecer até 10 anos antes dos sintomas de Huntington.
Em entrevista ao UPADH o professor Josimar Mata, psiquiatra, afirma ainda que podem ocorrer estados psicóticos em até 30% dos portadores, tendo delírios e alucinações. Segundo Josimar, concomitantemente às degenerações do SN, ocorrem também alterações de personalidade. O indivíduo pode se tornar apático ou desinibido. A apatia é observada pela lentidão dos movimentos, desinteresse, negligência com higiene e aparência e distanciamento do convívio social. Em contrapartida, é a desinibição caracterizada pelos ataques súbitos de raiva, irritabilidade, impulsividade. Acredita-se que as características acima citadas ocorrem de acordo com a personalidade do indivíduo, ou seja, se o indivíduo já tinha uma tendência de ser explosivo, ele vai passar a ser mais explosivo.
O desenvolvimento de depressão, psicose, esquizofrenia (as duas últimas mais incomuns em DH) podem ser desenvolvidos não só pela degeneração do sistema nervoso que impede que o indivíduo compreenda e processe perfeitamente a informação, mas também pelas dificuldades que o individuo vai encontrando gradualmente nas atividades cotidianas, além da disfagia prejudicar a alimentação. A memória fica prejudicada e o cansaço pelo excesso de movimentos involuntários também colabora para o desenvolvimento do quadro depressivo.
A portadora de DH, Kaká, em seu site, diz que é importante que o indivíduo tente levar uma vida normal e procurar atividades que usem mais sua capacidade cognitiva. Ela conta que no início da DH se sentia desanimada, mas quando assumiu a sua doença procurou melhorar seu estilo de vida. Mesmo com dificuldades nos movimentos, ela toca teclado e continua estudando teclado. Kaká toca em barzinhos e confraternizações. Seu último feito foi escrever o livro “Como venci a coréia”.
Tratamento
Como afirma o professor Josimar Mata, é de suma importância a adoção de medidas psicossiais no atendimento desses indivíduos além de intervenções familiares, psicoterapias e terapias ocupacionais. Fatores estressantes psicossociais podem contribuir para uma evolução drástica da doença. Tanto a depressão, quanto os quadros esquizofrênicos e psicóticos devem ser prescritos com cautela. Dependendo do quadro do indivíduo podem ser medicados antidepressivos, antiansiolíticos ou antipisicóticos que diminuem a irritabilidade.
Bibliografia
Entrevista com professor Josimar Malta em: > http://www.upadh.org.br/entrevistas.htm<
Associação Brasil Huntington: Doença de Hungtinhton em: >http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe.asp?cod_noticia=802<