Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melres · Mão amiga Dê a mão aos seus...

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Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melres Abril 2012 | ANO 9 | Nº 9 | ANUAL BV. Melres - Quartel

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Associação Humanitária de

BombeirosVoluntários de Melres

Abr i l 2012 | ANO 9 | Nº 9 | ANUAL

BV. Melres - Quartel

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30 anos de prestação de serv iços às populações

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RECRUTAMENTO DE INFANTESO universo de recrutamento das escolas de infantes é feito de entre indivíduos com

idades entre os 6 e os 16 anos.

RECRUTAMENTO DE CADETESO universo de recrutamento das escolas de cadetes é feito de entre indivíduos com

idades entre os 16 e os 18 anos.Recrutamento para nadador salvador

Ter mais de 18 anos

RECRUTAMENTO CARREIRA DE BOMBEIROO ingresso na carreira de bombeiro voluntário é feito na categoria

de bombeiro de 3ª, de entre os estagiários aprovados em estágio, com idades com-preendidas entre os 18 e os 35 anos.

O estágio tem a duração mínima de um ano.

A COMUNIDADE PRECISA DE TI!

COMO SER BOMBEIRO?

- SE TENS ENTRE 6 E 18 ANOS -

Missão dos Bombeiros | Recrutamento

- SE TENS ENTRE 18 E 35 ANOS -

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30 anos de prestação de serv iços às populações

EDIÇÃO E PROPRIEDADEBombeiros Voluntários de MelresAssociação Humanitária Fundada em:24 de Novembro de 1981

Setor Operacional:CDOS: Porto

Zona Operacional:ZO-01

Número Operacional:1341

SEDERua de Toumil, 64515-598 Melres

TELEFONESServiço de Urgência224 760 236224 760 640Serviços Administrativos224 761 191Fax224 760 236

[email protected]

WEBSITEwww.bvmelres.com

DIRETORRui Alberto Nunes Teixeira, Eng.

COORDENAÇÃOB. V. Melres

COLABORADORESEngº Rui Teixeira, Engª MargaridaMartins Alves, José Carlos, ComdtViana, J. Mendes, Coronel TeixeiraLeite, ex-Inspector Sup. Guedes Moura

EXECUÇÃO GRÁFICAClaret - Companhia Gráfica do Nortetel.: 227 877 320 - fax: 227 877 329

PERIODICIDADEAnual

DEPÓSITO LEGAL204472/03

EDITORIALPassagem do comandanteao quadro de honra

O ano de 2011 ficou marcado por um acontecimento queveio empobrecer a nossa Associação. Por imposição de legislaçãopublicada em 17 de novembro de 2000, decreto-lei nº 295 /2000, o nosso Comandante Manuel Joaquim Teixeira Viana foiforçado a passar para o Quadro de Honra por ter atingido o limi-te de idade, 65 anos, para poder exercer esse cargo.

Este é mais um dos vários diplomas legislativos publica-dos nos últimos anos que, entre outras deficiências, apresenta aaberração de alguém com mais de 65 anos, com as qualidadesfísicas e intelectuais normais e suficientes para exercer um lugarde Comandante dum Corpo de Bombeiros, estar de tal impedido,apesar de preencher inteiramente estas funções há vários anos.

Já exercia o cargo desde a aprovação superior, pelo ex-tinto Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), atual Autoridade Na-cional de Proteção Civil (ANPC), do Corpo de Bombeiros criadona nossa Associação, isto é, há trinta (30) anos.

Ao longo de trinta e seis (36) anos, porque também du-rante os primeiros seis (6) anos de existência de Bombeiros emMelres, ainda como uma secção dos Bombeiros Voluntários deGondomar (S. Cosme), demonstrou total dedicação, com perma-nente lealdade, em completa disponibilidade pessoal e num ver-dadeiro espírito de voluntariado.

Em termos de Comando, nunca deixou de ser um autênti-co líder, capacidade que desenvolveu com o seu exemplo naatuação diária perante os elementos do Corpo Ativo.

Ao longo de todos estes anos ele conviveu mais tempocom os Bombeiros do que com a Família; no Quartel ou nos tea-tros de operações do Corpo Ativo, ou mesmo em sua represen-tação nos mais diversos eventos e reuniões associadas ao fun-cionamento dos Bombeiros.

A excelência e a nobreza dos valores por que se regeu,sempre intimamente ligados à sua integridade e à seriedade detodas as suas atitudes, são outros dos constituintes essenciaisdo seu caráter.

Infelizmente, também tem um defeito: a sua profunda eaté exagerada modéstia não permitiram inúmeras vezes ao lon-go dos anos que o reconhecêssemos devidamente, prestando-lhe todas as devidas e justas homenagens.

Mas a Direção não pôde deixar de aprovar uma propostade nomeação como Sócio Benemérito, que é o grau honoríficomais elevado previsto nos Estatutos da nossa Associação, queveio a ser homologada por aclamação na Assembleia-Geral reali-zada em 20 de dezembro de 2011.

TODOS os habitantes de Melres, das Medas, do Covelo ede muitas outras freguesias do distrito do Porto, ficarão eterna-mente agradecidos.

BEM-HAJA Senhor Comandante Manuel Joaquim Teixei-ra Viana.

A todos os leitores desejo que o ano de 2012 seja o me-lhor possível.

O Presidente da Direção,Rui Alberto Nunes Teixeira, Eng.

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Câmara Municipal de Gondomar

A Câmara Municipal de Gondomar, durante o ano de 2011, com base num protocolo de colaboração, conti-nuou a conceder o seu apoio financeiro à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melres. Apesar dasdificuldades financeiras sentidas pelo Estado, a Autarquia manteve sempre uma rigorosa regularidade mensal dastransferências acordadas. Esta parceria, não só pelos valores envolvidos como também pela pontualidade com quesão pagos, tem sido decisiva para a viabilização do nosso Corpo de Bombeiros Voluntários com a eficácia que portodos lhe é reconhecida.

A Direção e o Comando agradecem todo o empenho e carinho que têm sido consagrados durante os últi-mos 18 anos por esta Autarquia, em especial pelo seu Presidente, major Valentim Loureiro, e pelo Vice-Presidente eatual Responsável pelo pelouro da Proteção Civil em Gondomar, Dr. José Luís de Oliveira.

Estamos certos que, apesar das dificuldades financeiras vividas, o Executivo saberá tomar as opções ade-quadas de forma a continuar com o mesmo nível de ajudas a esta Associação. Aliás, disto já temos a demonstraçãoem 2012 com a manutenção dos valores atribuídos em 2011.

Junta de Freguesia de Melres

O Executivo da Junta de Freguesia de Melres, e em especial o seu Presidente, Dr. Jorge Filipe Correia, mere-ce os nossos agradecimentos sinceros pelo modo como durante este segundo ano do seu mandato se relacionoucom a Direção e com o Comando do Corpo de Bombeiros de Melres.

Esta Junta de Freguesia soube novamente reconhecer, objetivamente, a natureza do serviço de utilidadepública desenvolvido, muitas vezes em condições de elevada adversidade mas com grande abnegação, pelos Bom-beiros Voluntários de Melres, conforme tem sido constatado pelo Executivo desta Autarquia, sempre que são solici-tados.

Esperamos continuar a merecer o apoio da Junta de Freguesia de Melres, que desejamos que se alargue àsoutras juntas das freguesias que fazem parte da área de atuação do nosso Corpo Ativo. Porém, incondicionalmente,todos continuarão a sentir a real e imprescindível participação da nossa Associação.

Agradecimentos

Mão amigaDê a mão aos seus Bombeiros.

Ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres é poder ajudar os seus Bombeiros a dotarem-se de mais e me-lhores meios para conseguirem socorrer cada vez melhor cada um de nós.

Ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres tem de ser sempre agir e participar na sociedade sendo útil to-dos os dias.

Ser sócio dos Bombeiros Voluntários Melres é um ato de generosidade, solidariedade e altruísmo.Ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres não pode ser uma obrigação. É e será sempre um ato de livre

escolha e vontade.Ser sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres é poder eleger e a ser eleito para os Órgãos Sociais da Asso-

ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melres.Por tudo isto faça-se já sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres.Precisamos de si. Ajude-nos a ajudar quem de nós mais precisa.Se já é sócio dos Bombeiros Voluntários de Melres, o nosso sincero obrigado, mas pedimos-lhe mais um es-

forço suplementar, traga-nos um amigo.Contamos consigo….

Dê a mão aos seus Bombeiros.Um Bombeiro Amigo

www.bvmelres.com | [email protected] | Telefone emergência 224760640-224760236-Secretaria 224761191

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30 anos de prestação de serv iços às populações

A origem do trabalho Voluntário confunde-se com a história da humanidade e da organizaçãodo Homem como elemento de uma Sociedade.

O núcleo básico dessa Sociedade é a famíliae desde os tempos mais remotos é essa famíliaque cuidou dos mais frágeis, doentes, órfãos, ve-lhos, etc…

Com o evoluir das sociedades na Antiguida-de, este apoio voluntário alargou-se e ultrapassoua esfera familiar- Há registos de leis no antigo Egi-to, India, Grécia e China que encorajavam o apoiosocial com trabalho voluntário.

Com os Judeus este conceito foi sendo maisenraizado já que estes promoviam a ideia que “os pobres tinham direitos e os ricos tinhamdeveres”.

Quando o Cristianismo e a sua doutrina seafirmaram na Europa como instituição e ideologia,o conceito de Voluntário (quer seja trabalho, quersejam dádivas) consolida-se - Como todos sabe-mos a Igreja Católica defende a doação como umaforma de penitência pelos pecados cometidos etendo como garantia do direito da salvação inter-na. – “É mais fácil um camelo passar no buracoduma agulha que um rico entrar no reino dosCéus” ou “ O bem que fizeres aos pobres é a Mimque o estais a fazer”.- Quem ainda não ouviu estasfrases tantas vezes repetidas pela Igreja Católica?

É também pela mão do Cristianismo quenascem as primeiras organizações de apoio aosnecessitados e indigentes, primeiro no Séc. XIIIem Veneza e em Portugal no Séc. XV com a cria-ção da santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

A situação foi evoluindo até aos nossos diasonde o Voluntariado está organizado, legislado etem um grande impacto na Sociedade, ultrapas-sando em muito a vertente de caridade – vertentemuito desenvolvida pelo Cristianismo, mas hoje étransversal a todas as áreas.

Voluntariado no MundoA prestação de serviço por Voluntários no

mundo, chega em alguns países, a ser 5% do Pro-duto Interno Bruto (PIB).Na Europa ocidental porexemplo: em 1995 ultrapassou os 500M€/ano, nosEUA 650M€ e no Japão 300M€.

Os Europeus, designadamente Portugal, sãoos grandes responsáveis pela difusão deste espiritopois quando colonizaram os novos Mundos deixa-ram também esta característica Judaico-cristã desolidariedade pelos Irmãos – isto é, o Voluntaria-do.

Em 1970 a ONU criou um programa para oVoluntariado, em 1981 a Comunidade Europeia

promulgou os Estatutos doVoluntário e em 1985 a ONUinstituí o dia 5 de dezembrocomo o Dia Internacional doVoluntário.

Refiro as OrganizaçõesInternacionais mais conhecidasCruz vermelha, Greenpeace, Amnistia Internacio-nal, WWF e Médicos sem Fronteiras, entre outras.

Estima-se a título de exemplo que na Irlan-da 33% da população desenvolve voluntariado, noPeru 31% da população, Japão 26%, Holanda24%, Argentina 20% e México 10%.

Três em cada 10 europeus afirmam ter jádesempenhado serviço de Voluntariado.

Em Portugal temos como marco mais im-portante e de exemplo para o mundo a criaçãodo Voluntariado nos Bombeiros há mais de 600anos.

Estima-se que existam 1,5 milhões de Vo-luntários no nosso país, sendo que 500 mil estãoativos e 1 milhão colabora ocasionalmente. Só nasinstituições Particulares de Solidariedade Socialcolaboram 25.000, e ao serviço dos Bombeiros es-tão cerca de 45.000 voluntários.

No Instituto Português para o apoio ao de-senvolvimento estão inscritas 160 OrganizaçõesNão Governamentais de cariz voluntario.

Em outubro de 1868 e considerando que osBombeiros de Lisboa não tinham os meios e recur-sos necessários para socorrer a população, Gui-lherme Cassoul criou o primeiro Corpo de Bombei-ros Voluntários em Lisboa, e do país, paracompensar as dificuldades do Município.

Atividade do Voluntariado nos Bombeiros,para além da componente operacional, tem aindauma vertente na que não é muito falada ou visí-vel, que passa pela da educação cívica, hoje emdia ingressam nos Bombeiros crianças e Jovensque desde logo são educados na disciplina, orga-nização e atividades de Cidadania, este contributonão é mensurável, mas é fundamental na forma-ção dos futuros adultos e desenvolvimento dopaís.

Atuando como Voluntario cada um podeexercer a sua cidadania, colocando o seu ta-lento á disposição do outro para a construçãoduma vida melhor para todos, tornando-nosmais fortes e autónomos e menos dependen-tes do Estado.

O Comandante Operacional DistritalCoronel José António Teixeira Leite

O Voluntariado

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SER JOVEM BOMBEIRO

Ser jovem Bombeiro é recordar infânciaE os carros dos bombeiros de encantar,Com luzes a brilhar estrada foraE o barulho das sirenes a tocar.E ficam na memória os gestos corajososQue ouviam como histórias de encantar,Sentados nos joelhos amorososDe um pai que foi exemplo a imitar.E o menino vai crescendo e aprendendoQue é necessário o próximo ajudar,E o sonho de criança realiza-seQuando decidem nos Bombeiros se integrar.Ser jovem Bombeiro é saber o que se querTer ideias definidas, ter um querer,Ter os pés assentes em terra firmeTer coragem e alegria de viver.Ser jovem Bombeiro é ser também estudanteÉ preciso o futuro preparar,Mas isso não impede de servirE a todas as pessoas ajudar.Corajosos enfrentam os perigosCom força e com garra , sem desanimarParabéns jovens Bombeiros e obrigada,Pela lição que a todos estais a dar.

Margarida Martins AlvesPorto, 27 de Março de 2012

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30 anos de prestação de serv iços às populações

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Pré-hospitalar 720 45,251 1340 668

Serviços clinicos 1359 82,412 4052 2955

Atividade 494 22,244 1300 0

Total 2,725 159,630 7099 3,166

Serviços Prestados em 2011

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A urgente reestruturação do serviço nacional que à pro-teção civil diz respeito irá ser, mais uma vez, equacionada nospróximos meses! Na verdade, tudo se conjuga para mais umano de extenuante trabalho para os bombeiros portugueses re-petindo-se, de forma sistemática, a trágica destruição da flo-resta nacional.

Com os fatores de risco florestal em alta onde o prolon-gado baixo teor de humidade que há meses se vem mantendo,o aumento acentuado da temperatura ambiente e o combustí-vel em disponibilidade permanente para, com facilidade, entrarem combustão é fácil, porque evidente, prognosticar mais umagrande e difícil tarefa a que os bombeiros, certamente, irão dara melhor resposta. Aparecerão, como é usual neste país, oshabituais pseudo-entendidos na matéria que, sob a capa dapolítica, da catástrofe se servem para proveito pessoal e parti-dário.

Uns dando ridículos palpites, outros apontando suges-tões impraticáveis e, ainda outros, aduzindo delirantes justifi-cações acabam, em regra absurda, todos eles, por apontar o “bode expiatório”- os bombeiros, como responsáveis pelas con-sequências trágicas dos incêndios florestais. Na verdade, é fácile dá jeito, que jeito! Lavam as mãos como Pilatos, dão o beijocomo Judas e portam-se como Barrabás! Claro que nunca seesqueceram de dar conta dos mais variados números de equi-pamento e pessoal que intervirão nos combates aos fogos. For-çam mesmo a nota quando referem o número de meios aéreosdisponíveis. Tudo perfeito.

Como é possível que a comunicação social não procuresaber o que foi feito, nos últimos anos, antes da época propíciaà deflagração de fogos, em áreas fundamentais, a jusante doCombate, como sejam a Organização do Território, o Ordena-mento Florestal, a Prevenção Florestal, a Proteção da Floresta,a Vigilância na Floresta e, ainda, as Campanhas Pedagógicas ede Informação Comportamental dos utentes e visitantes flores-tais.

Talvez, definitivamente, se entendesse a ingratidão queé cometida para com os Bombeiros Portugueses! Talvez, sepoupassem milhões de euros, anualmente! Talvez, não se la-mentasse a perda de vidas nas populações e nos bombeiros!Talvez, o rendimento florestal duplicasse ou triplicasse! Talvez,os que lucram com os fogos florestais fizessem investimentosem áreas bem mais interessantes e não menos lucrativas!

Talvez, a poupança permitisse aos governantes umapoio permanente e substancial aos Bombeiros Portugueses, amaioria voluntários, que só pedem melhores condições e meiospara poderem servir, ainda melhor, os cidadãos que os recla-mam e o País que, por vezes, se esquece dos extraordináriosserviços que prestam por inquestionável solidariedade.

Talvez, a reestruturação que a LBP reclama na ANPC re-solva de vez o problema. Eu apostava, na certa.

25MAR12a) Alberto Rui F. Guedes de Moura

Ex- Inspetor Superior

Os fogos Florestais

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30 anos de prestação de serv iços às populações

Presidente da Direção Engº Rui Teixeira dá posse ao 2º Comandante Joel Castro

Formação - Combate a Fogos Florestais e reconhecimento da área da sua intervençãoMelres - Medas - Covelo

Estagiários que foram promovidos a Bombeiros de 3ª classe quando prestavam juramento

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Introdução

Chegou-me às mãos um artigo que Ferreira Fer-nandes escreveu, um dia, no ”Diário de Notícias” sobre aJosefa que morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercadade chamas. A Josefa tinha 21 anos, vivia com a mãe, eraEstudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de su-permercado em part-time e bombeira voluntária. Acu-mulava “trabalhos” e não “cargos” e daí não ser conheci-da como muitos que são badalados em jornais erevistas. “Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nosdisse: que há miúdos de 21 anos que são estudan-tes e trabalhadores e bombeiros, sem nós saber-mos. Como é possível, nos dias comuns e não detragédia, não ouvirmos falar das “Josefas que sãoo sal da nossa terra?” Concordei com o autor destacrónica e senti que também faria uma homenagem atantas “ Josefas” dando a conhecer quatro jovens estu-dantes que se dedicam de alma e coração a servir os ou-tros sem esperarem nada em troca, e se satisfazem ape-na com um “obrigado”.

Apresentação

Tenho comigo, a responder às questões que lheforam solicitadas para esta entrevista, quatro jovensbombeiros da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários de Melres:

Cláudia Conceição Barbosa Santos, com a idadede 21 anos, Estudante de enfermagem.

O Rui Miguel Moreira Santos, com a idade de 20anos, estudante de Educação Física e Desporto

O Ricardo Jorge Silva Pereira, com a idade de 19anos, estudante para Técnico de Desenho da ConstruçãoCivil

A Licínia Raquel Nogueira Lopes, com a idade de20 anos, estudante de Engenharia Geotécnica. Todoseles ocupam o cargo de Bombeiro Voluntário de 3ªclassenesta associação.

ENTREVISTA: PERGUNTAS E RESPOSTAS

> Pergunta: - Porque escolheram ser BV, numa alturaem que a maior parte das pessoas só pensam em si pró-prios sem se importar com os outros? Quando eramcrianças já diziam que gostavam de ser Bombeiros?

Cláudia Conceição: - Foi em 2003 que entreipara este corpo de bombeiros, sempre foi um sonho!Desde criança que sou de ideias bem definidas, semprequis ajudar os outros, sempre quis ser enfermeira, noentanto só depois do curso é que podemos exercer. Serbombeiro permitiu-me estar desde cedo em contactocom as pessoas e ajudá-las. Para além disso é mais umafamília que criámos.

Rui Miguel: - Desde criança que sempre quisser bombeiro. Era algo que me fascinava! Logo que sur-giu a primeira oportunidade para integrar a corporaçãoinscrevi-me com grande entusiasmo. Quando era maisnovo, ainda antes de ser bombeiro, queimei-me numafogueira. Então costumo dizer que ando nos bombeirospara me “vingar do fogo”.

Ricardo Jorge: - Fui um pouco influenciado atra-vés do meu pai, pois este já o era quando me inscrevinos bombeiros voluntários, pois devo a ele os meus atri-butos.

Licínia Raquel: – Em criança nunca pensei en-trar para os bombeiros mas com o passar dos anos avontade de ajudar os outros e poder contribuir de algu-ma forma para uma sociedade melhor alistei-me na Cor-poração e hoje sou Bombeira de 3ª classe.

> P- Ajudar os outros é para vós motivo de felicidade ebem-estar?

Cláudia Conceição: - Sem dúvida que ajudar osoutros me causa bem-estar e felicidade. Nem sempre ascoisas correm da forma desejada, mas temos sempre osentimento do dever cumprido.

Rui Miguel: - Claro que sim, então quando al-guém me vem dizer, ou melhor, agradecer pelo traba-lho que fiz por essa pessoa ou pela ajuda que lheprestei, ainda mais feliz fico e sinto-me muito bemcomigo próprio pois cumpri os meus objetivos comêxito.

Ricardo Jorge: - Sempre que ajudo o próximo éum motivo de felicidade e bem-estar, sinto-me bem aofazê-lo.

Licínia Raquel: - Sim, de alguma forma estamosa fazer pelos outros aquilo que gostávamos que fizessempor nós.

> Pergunta: - Qual foi a causa principal que vos motivoupara este trabalho?

Cláudia Conceição: - Sinceramente, não sei ex-plicar a causa, isto é um “bichinho” que nasce connoscoe sem dúvida que nasci para isto.

Rui Miguel: - É complicado nomear o principalmotivo para esta escolha. Uma pessoa quando ainda écriança qualquer coisa nos fascina, então ver um camiãolançado pela estrada fora com a sirene ligada e comaquelas luzes todas ainda mais vontade nos dá de serbombeiro. Mais tarde quando a “minha idade permitiu”pensar bem no porquê de estar nos bombeiros, percebique é algo muito mais fascinante do que andar com assirenes ligadas. É preciso ter muita força de vontade pa-ra nós bombeiros. Acontecem-nos imensas situaçõescomplicadas mas tudo se resolve e é isso que torna esta“profissão” única.

Entrevista a quatro jovens bombeirosda Associação Humanitáriados Bombeiros Voluntários de Melres

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30 anos de prestação de serv iços às populações

Ricardo Jorge: - Como era muito novo quandoentrei o motivo foi os carros que gostava de ver.

Licínia Raquel: - A principal causa que me moti-vou para este trabalho foi a vontade de ajudar o próxi-mo.

> P- O que é para vós ser jovem? Ter ideais…não termedo de enfrentar o perigo…é ser solidário…é saber ven-cer as crises…

Cláudia Conceição: - Ser jovem é viver! De-pois cada jovem escolhe caminhos diferentes, no meucaso ser jovem é ter os pés bem assentes no chão, ésobre que não somos heróis de ninguém porque essesnunca ficam para contar a história. Como todos os jo-vens tenho ideias e tenho medos, quem disser quenão, está a mentir. Mas aprendemos a lidar com as si-tuações e como funcionam, como um grupo entreaju-damo-nos.

Rui Miguel: - Para mim ser jovem tem muitossignificados. Por exemplo, na juventude é quando pode-mos fazer todo o tipo de “disparates”, experimentar di-versas coisas, explorar o “mundo” ao máximo para quepossamos saber qual o melhor caminho a seguir no futu-ro. Como é óbvio tem de haver limites nas coisas que sefazem, mas é uma altura da vida que cada um de nósdeve aproveitar, pois em adulto por mais que se tente eimpossível viver uma vida jovem

Ricardo Jorge: - Ser jovem é energia de estar24 horas ativo a enfrentar o perigo a ajudar o meu se-melhante

Licínia Raquel: - Ser jovem é saber que aindatemos um futuro pela frente e que de alguma maneirapodemos tirar algum do tempo que temos disponível pa-ra os outros que necessitam de ajuda.

> P- O que diriam aos vossos amigos, ou a qualquer ou-tro jovem, da vossa experiência como Bombeiros?

Cláudia Conceição: - Diria que nunca me arre-pendi da decisão que tomei de entrar para esta corpora-ção, que apesar de ter de abdicar muito da minha vida aesta causa e de muitas vezes “esquecer” a minha vidapessoal (saída com amigos, passeios) não voltava atrás.E por último, nunca incentivaria um amigo meu a entrarpara os bombeiros, pois isso tem de ser uma decisãoprópria, é preciso gostar-se mesmo, senão mais tardeou mais cedo acabam por desistir. Como costumo dizer,é preciso muito “amor á camisola” para se aguentaremcertas situações, só quem nasceu para isto é que conti-nua até ao último dia da sua vida.

Rui Miguel: - Diria que com os bombeirosaprendi a enfrentar situações na vida que não consegui-ria enfrentar se não fosse bombeiro. Como é óbvio tam-bém referia, falava, sobre o sentimento que nos percorreo corpo quando vamos para cada situação. Para termi-nar não me esqueceria de referir as grandes amizadesque se fazem dentro da corporação.

Ricardo Jorge: - Que todos deviam de o fazer,pois é uma experiência vivida e sentida ao máximo.

Licínia Raquel: - Que é uma experiência única,que se aprende muito como pessoa e como ser humano.

> P- Alguns de vós, ou todos, não sei, devem ter umahistória para contar que marcou a vossa vida, como pes-soas e como Bombeiros… se não for indiscrição pedia pa-ra me contarem.

Cláudia Conceição: - As situações são diver-sas, no entanto umas marcam-nos de maneira diferen-te. Comigo aconteceu uma situação da qual não gostomuito de me lembrar, porque realmente senti muitomedo, e ainda é hoje o dia que sempre que toca o alar-me para o fogo vou ainda com mais receio. Como jádeu para perceber, estou a falar de uma situação emque estava num incêndio, apenas eu e um colega, qua-se sem água na viatura e ficamos quase encurraladospelo fogo e tivemos de fugir, o vento era fortíssimo,não víamos nada á frente, estávamos a engolir muitofumo e as outras viaturas nunca mais chegavam, o fo-go estava a poucos metros de uma habitação e estes10 a 15 minutos pareceram uma eternidade, foi umasituação complicada de gerir, devido á exaustão e difi-culdade respiratória, mas felizmente acabou bem con-tudo, nunca mais fui a mesma pessoa. A partir dessedia fiquei com muito mais receio daquilo que é umagrande força da natureza, o fogo. Mas vou continuar acumprir com o meu dever, apesar de já não conseguirarriscar tanto.

Rui Miguel: - Vou ser muito sincero. Não me re-cordo nem acho que tenho nenhuma história que memarcasse. Se calhar vão-me chamar insensível ou algodo género, mas eu na vida tenho tantas coisas que jáme aconteceram! Decididamente não, para já ainda nãoencontrei uma história ou ela a mim me marcasse massei que isso vai acontecer, é inevitável.

Ricardo Jorge: -Licínia Raquel: - Todos os momentos são mar-

cantes para um bombeiro seja por que motivo for, porisso é difícil estar a escolher um para contar.

> P- Que respostas esperam das pessoas a quem pres-tam serviços? Acham que entendem a vossa missão? Ti-veram algum gesto ou prova de gratidão?

Cláudia Conceição: - Eu faço o meu trabalhosem esperar nada em troca, daí ser voluntária. Tambémé verdade que nem sempre entendem a nossa missão,já ouvimos de tudo, mas há sempre situações que com-pensam essas coisas menos boas. Para mim basta parasentir dever cumprido.

Rui Miguel: - Até hoje todas as pessoas que pas-saram por mim compreendem a nossa missão e sei quetoda a população percebe, afinal estamos cá e unica-mente para os servir e ajudar no que podemos.

Ricardo Jorge: - É o sentir do dever cumprido.Licínia Raquel: - Como é normal esperamos

boas respostas das pessoas a quem prestamos serviçosmas isso nem sempre acontece.

> P- A crise que o país está a viver dificulta o vosso tra-balho como bombeiros?

Cláudia Conceição: - Sem dúvida que dificulta,temos mais despesas no nosso transporte assim comooutros gastos, mas não vai ser isso que nos vai fazer de-sistir.

Rui Miguel: - Sim afeta. Falo por mim que te-nho alguns gastos em ser bombeiro, mas esta é umacausa que tem de vencer a crise por mais que possa sercomplicado.

Ricardo Jorge: - Eu não senti dificuldades.Licínia Raquel: - Até ao momento ainda não

senti grandes dificuldades como bombeira, daqui para afrente é esperar para ver.

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Conclusão

Entrevistar estes jovens, foi para mim uma opor-tunidade de constatar que nos podemos orgulhar dasnovas gerações. D. Vitalino Dantas, bispo de Beja escre-ve: “A juventude não é a geração rasca ou do vazio,mas a indignada perante uma sociedade sem valores".Eu concordo em absoluto com ele. Não será a sociedadeque tem de testemunhar aos jovens os verdadeiros valo-res? A Cláudia o Rui, o Ricardo e a Licínia, mostrarambem nas suas respostas a grandeza que têm dentro desi e o seu grande sentido de servir a comunidade semnada pedir.

Há frases que gostaria de destacar e que servemcomo reforço das minhas anteriores afirmações: “serbombeiro permitiu-me estar desde cedo em contactocom as pessoas e ajudá-las”. “Ajudar os outros e podercontribuir de alguma forma para uma sociedade me-lhor”. “Fico feliz pela ajuda que prestei. Sinto-me bemcomigo próprio”. “ Estamos a fazer pelos outros aquiloque gostávamos que fizessem por nós.” “ Para além dis-so é mais uma família que criámos.” “Fui um pouco in-

fluenciado através de meu pai, devo a ele os meus atri-butos.”” Acontecem-nos imensas situações complicadasmas tudo se resolve e é isso que torna esta “profissão”única.” “Fiquei com muito mais receio daquilo que é umagrande força da natureza, o fogo. Mas vou continuar acumprir com o meu dever.” “Diria que com os bombeirosaprendi a enfrentar situações na vida que não consegui-ria enfrentar se não fosse bombeiro.” ”Um dia queimei-me numa fogueira, então costumo dizer que ando nosbombeiros para me “vingar do fogo”. “É preciso muito“amor á camisola” para se aguentarem certas situações,só quem nasceu para isto é que continua até ao últimodia da sua vida.”

Obrigada jovens Bombeiros de Melres, parabénspela entrevista e pelos valores que demonstrais, dei-xam-me mais descansada com o futuro desta nossa lin-da terra natal. Que continue a haver mais “Josefas” masvivas e saudáveis, cheias de força para lutar contra osmales que destroem a nossa vida em todos os aspetos enos impedem de viver a verdadeira felicidade.

Engª Margarida M. Alves

Introdução

Neste artigo pretende-se fazer uma retrospetivade forma simples dos principais desastres de origem na-tural, que afetaram a nossa terra de Melres.

O objetivo não é de forma minuciosa, lembrar tu-do aquilo que ocorreu no século passado, mas sim, nes-se mesmo período de tempo salientar alguns aconteci-mentos que tiveram alguma dimensão e repercussão navida das pessoas.

Para facilitar a abordagem do assunto, vou-mesocorrer de uma classificação do Ministério da Integra-ção Nacional Brasileiro, com uma adaptação à nossarealidade em concreto, para conseguir enquadrar asocorrências que em Melres se verificaram.

Não serão considerados todos os desastres natu-rais, mas essencialmente, os relacionados com a GEO-DINÂMICA TERRESTRE EXTERNA – de causa eólicae com temperaturas extremas; relacionados com oINCREMENTO DAS PRECIPITAÇÕES HÍDRICAS ECOM INUNDAÇÕES; ou relacionados com a INTENSAREDUÇÃO DAS PRECIPITAÇÕES HÍDRICAS.

Outros desastres relacionados com a sismologia,vulcanologia, erosão e acomodação do solo, compragas animais e vegetais, não serão agora referidos,porque felizmente não temos sido afetados particular-mente por estes fenómenos.

Naqueles que de alguma forma atingiram Melres,vamos referir ou relembrar alguns, seguindo a ordem jáanteriormente indicada.

1 – DESASTRES NATURAIS RELACINADOSCOM A GEODINÂMICA TERRESTRE EXTERNA

1.1 – Desastres naturais de causa eólica

Neste grupo pudemos encaixar os vendavais, osciclones, tornados, trombas de água, etc.

Acerca destes assuntos é curioso que numa agen-da de apontamentos do meu falecido avô materno, fui

encontrar algumas anotações que ele fez e que no de-correr deste artigo irei destacar.

Sobre este ponto fiquei a saber que no «dia 15para 16 de Fevereiro de 1941, registou-se um cicloneque causou grandes prejuízos», particularmente a ele«deitou abaixo: 25 oliveiras, 40 pinheiros de reserva, 8eucaliptos, 1 laranjeira e 7 nogueiras». Portanto só poristo podemos perceber a dimensão dos estragos, essen-cialmente se pensarmos que a maioria da população na-quela altura vivia da agricultura.

1.2 – Desastres naturais relacionados comtemperaturas extremas

Como estamos próximos do Litoral não são fre-quentes ondas de frio intenso, nevões; mas granizo egeadas já são frequentes.

2 – DESASTRES NATURAIS RELACIONADOSCOM O INCREMENTO DA PRECIPITAÇÃOHIDRICA E COM INUNDAÇÕES

Acerca deste ponto muito haveria a dizer desdeenxurradas, inundações, alagamentos que cada vezmais são frequentes por todo o País.

Apenas vou referir dois fenómenos neste domínio,um relacionado com trovoada e o outro que diz respeitoàs cheias, que são um acontecimento frequente aquiem Melres.

Sobre o primeiro, na mesma agenda que já referitem que no dia 19 de Julho de 1941, registou-se umatrovoada que causou grandes prejuízos, principalmenteem milho, naturalmente que a trovoada deve ter sidoacompanhada de uma grande precipitação.

No que concerne às cheias, os registos mais anti-gos remontam ao ano de 1851, em que as águas do RioDouro atingiram a Igreja Matriz; depois em 1860, com aágua a atingir uma altura ainda superior à anterior.

Porém quem passar junto à Igreja Matriz de Mel-res e se olhar para a fachada da torre sineira voltada pa-ra o Rio, pode verificar que tem uma gravação na pedra

Desastres naturais

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a recordar a maior cheia de sempre e que ocorreu nanoite de 22 para 23 de dezembro de 1909. Nesta data aágua atingiu dois terços de altura da Igreja e deixou“submersas cerca de cinquenta e tantas habitações”.

A segunda maior cheia foi a de janeiro de 1962, esobre esta, nos apontamentos do meu Avô, diz que o Riochegou às Quintãs e entrou na Igreja à altura de 2 metros.Faz ainda referência a outra cheia em 1966, que entrou dizele: “na minha loja com meio metro de altura”. Portantomenor que a anterior, mas ainda assim considerável.

Mais recentemente sobre as cheias, foi criado umregisto sistematizado, das suas ocorrências, particularmen-te pela Autoridade Nacional de Proteção Civil - CDOS doPorto. Assim, podemos constatar que nos últimos 100anos, existiram cheias nos anos de: 1909, 1936, 1939,1947, 1948, 1962, 1966 e 1979. E daí para cá, tambémnos anos de: 1989, 2001, 2002, 2003 e 2008; mas todasestas de menor dimensão. Julgo que neste período deve-mos ter em consideração a Barragem de Crestuma Lever, aqual veio permitir uma melhor regulação dos caudais daágua, e que por sua vez diminui os impactos negativos, dasubida da água do Rio de forma descontrolada.

3 - DESASTRES NATURAIS RELACIONADOSCOM A INTENSA REDUÇÃO DASPRECIPITAÇÕES HIDRICAS

Neste ultimo ponto, vamos falar apenas da secae dos incêndios florestais.

No que toca à seca no dito livro de apontamen-tos, tem a notação, que no ano de 1949 a água da presada Pena (em Vilarinho) não chegou às Quintãs, e que noano de 1953, voltou a acontecer o mesmo, por ter sidoum ano seco. Naquela época não havia motores para co-locar no Rio Douro, daí se depreende da necessidade derecorrer às presas e do impacto que a seca tinha para aagricultura de subsistência. E não é preciso recuar muitono tempo, basta nos focarmos neste último verão, pararecordamos o calor que se fez sentir.

Em relação à matéria dos incêndios florestais,que a maioria dos entendidos considera ser de origemcriminosa, sabemos que todos os anos o País é assoladopor este flagelo, mas vamos apenas referir os maioresde que há memória em Melres e desde que existem aquiBombeiros Voluntários.

O primeiro de que recordo, julgo que remonta aoano de 1979, na altura os Bombeiros ainda principiavamcomo Filial dos Bombeiros Voluntários de Gondomar. Te-nho memória de ver o alto da nossa serra toda a arder,de uma ponta à outra, e dos Bombeiros dizerem que nãohavia acessos para lá chegar; bem como, estes soldadosda paz andarem com a Peugeot (única ambulância na-quela altura) a recolherem leite pelas portas.

Depois houve um com alguma dimensão aí em1985 e um outro em agosto de 1995, que penso ter sidoo maior de todos. Este de 1995 tenho-o bem presenteporque naquela altura, participei no combate e reconhe-cimento das frentes de fogo, dado que exercia as fun-ções de Ajudante de Comando dos Bombeiros Voluntá-rios de Melres. Ficou-me na memória que começou demadrugada, porque fui acordado com um telefonema doQuartel e qual não foi o meu espanto, logo que saio decasa vejo um grande clarão na serra, acompanhado deum vento quente e seco e que zumbia bastante alto. Noteatro das operações, os Bombeiros não conseguiam fa-zer frente à intensidade de propagação das chamas, e aspessoas que viviam junto da floresta tiveram de fugir decasa – nas Prezas, em Montezelo, Santiago, etc. Numlapso curto de tempo, de Vilarinho a Branzelo a florestafoi toda consumida.

A seguir a este supracitado, no ano de 2005 hou-ve um que também teve proporções consideráveis e queacompanhei na qualidade de autarca, mas não teve asdimensões catastróficas como o anterior.

Como presentemente se faz uma gestão florestalmais cuidadosa por parte dos serviços Municipais de Pro-teção Civil, a nível da prevenção, espero e desejo que nofuturo não se verifique nenhuma ocorrência semelhanteàs anteriormente descritas, para bem da floresta e danossa comunidade.

CONCLUSÃO

Esta retrospetiva histórica sobre os desastres na-turais permite-nos tirar duas conclusões essenciais.

Uma delas é que pude inferir que os desastresnaturais que mais fustigaram Melres, no último séculoforam as cheias e os incêndios florestais.

A outra, é que estes acontecimentos parecem in-dicar uma ocorrência quase cíclica e para as quais nãotivemos capacidade de resposta, como é obvio, dada asuas grandes proporções.

Isto quer dizer que nos próximos anos, será im-portante a cooperação comunitária com a Proteção Civil,para dar resposta mais eficaz e eficiente, face a estesdesastres. Se é vital a capacidade de reação rápida e efi-caz em caso de catástrofes, julgo que mais importante étentar investir nas medidas de prevenção e estarmospreparados, porque estas emergências não avisamquando vão acontecer.

Finalmente, talvez seja importante ficar a ideia,que os cidadãos em geral estejam conscientes destesriscos potenciais e saibam como reagir de forma desem-baraçada destas situações de emergência com algumatranquilidade.

BIBLIOGRAFIA

CASTRO, António J. C. et al. MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÂO NA-CIONAL. Manual de Desastres, volume I, Brasília, 2003.Elaborado por: Joaquim Gonçalves Mendes

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Assembleia-geral:

Presidente -Manuel Américo Castro Silva - (Engº)

Vice-Presidente -José Gilberto S. Gomes da Silva - (Dr.)

1ºSecretário -Sérgio Agostinho Sousa Gonçalves - (Dr.)

2ºSecretário -Ramiro Correia Soares

Conselho Fiscal:

Presidente -Manuel David Gonçalves Rocha - (Dr.)

Vice-Presidente -Manuel Santos Lopes -(Prof.)

Relator -Francisco Rocha Soares

Suplente -Delfim Lixa da Silva

Suplente -Almerindo Soares Ferreira

Direção:

Presidente -Rui Alberto Nunes Teixeira - (Engº)

Vice-Presidente -Agostinho Vieira da Cruz-(Engº)

Vice-Presidente -Manuel Joaquim Teixeira Viana - (Cmdt.)

Secretário -António Zeferino P. Martins Alves

Tesoureiro -José Henrique P. Martins Alves

Vogal -José Manuel Rocha Viana

Vogal -José Carlos Silva

Vogal -Henrique Rocha e Sousa

Vogal -Amadeu Gonçalves Moreira

Vogal Suplente -Manuel Joaquim Ferreira Gomes - (Prof)

Vogal Suplente -Tiago Nelson Couto Barbosa

Vogal Suplente -Antonio Carlos Teixeira Batista

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Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Melres

• Câmara Municipal de Gondomar

• ANPC - Autoridade Nacional de Protecção Civil

• Liga dos Bombeiros Portugueses

• Comando Distrital de Operações de Socorro do

Porto

• Instituto Nacional de Emergência Médica

• Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto

• Escola Nacional de Bombeiros

• Associação Nacional de Bombeiros Profissionais

• Junta de Freguesia de Melres

• Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico de Melres

• Comunicação Social

• Associações Recreativas e Culturais de Melres

• Associações Humanitárias de Bombeiros

Voluntários do Concelho de Gondomar

• A todos os Sócios, Pessoas individuais e colectivas,

que colaboraram para o engrandecimento da

Associação Humanitária dos Bombeiros

Voluntários de Melres

• Patrocinadores desta revista

• Empresa Turbogaz S.A.

• Gabinete de Contabilidade Fiscomelres

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