ASSOCIAÇÃO JUINENSE DE ENSINO SUPERIOR DO VALE...

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DE FAZ DE CONTA NAS SÉRIES INICIAIS Maria Aparecida Clementino ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo ALTA FLORESTA/2011

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DE FAZ DE CONTA NAS SÉRIES INICIAIS

Maria Aparecida Clementino

ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

ALTA FLORESTA/2011

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E EDUCACIONAL

A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR DE FAZ DE CONTA NAS SÉRIES INICIAIS

Maria Aparecida Clementino

ORIENTADOR: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Educacional.”

ALTA FLORESTA/2011

Dedico a Deus, que me deu força em mais

uma batalha.

AGRADECIMENTO

Agradeço a todas as pessoas que

participaram direta e indiretamente na

conclusão deste trabalho.

“O homem só é inteiro quando brinca e é

somente quando brinca que ele existe na

completa acepção da palavra HOMEM.”

Schiller

RESUMO

O brinquedo exerce papel importante sobre a criança, pois é através dele

que a criança exprime seus conhecimentos mais primitivos, seus anseios e fantasias

momentâneas. É através do brinquedo que ela se transporta para o mundo do

adulto, e esse faz de conta desperta a imaginação, a criatividade, o raciocínio, e

principalmente ajuda na formação do ser como um todo. Assim o presente estudo

objetivou conhecer a opinião dos professores pesquisados sobre o brincar de faz de

conta na educação infantil. Foi utilizado o método indutivo e na coleta de dados foi

utilizada a observação direta intensiva, por meio de entrevistas. Através de autores

como, ALTMAN, KISHIMOTO, MALUF entre outros pôde-se perceber que o brincar

de faz de conta é uma ferramenta educacional que contribui no desenvolvimento

infantil e que as brincadeiras de faz de conta contribuem para a socialização do

aluno e também que o brincar de faz de conta auxilia no desenvolvimento cognitivo e

motor da criança.

Palavras-chave: Brincar. Faz de Conta. Aprendizagem.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................07

1 BRINCANDO NA HISTÓRIA ................................................................................ 09

1.1 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA ............................................................. 10

1.2 A NATUREZA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO JOGO ........................................ 11

2 O QUE É BRINCAR .............................................................................................. 14

2.1 A CRIANÇA E O BRINQUEDO .......................................................................... 16

2.2 O BRINCAR DE FAZ DE CONTA ..................................................................... .19

2.3 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO ............................................................................ 22

3 ANÁLISE DOS DADOS ........................................................................................ 25

CONCLUSÃO .......................................................................................................... 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 32

ANEXO.......................................................................................................................34

INTRODUÇÃO

O ingresso na educação infantil representa para a criança um marco no seu

desenvolvimento, ou seja, no seu processo evolutivo, pois é a etapa em que ocorre

a separação momentânea no cotidiano, do contexto familiar e, mais especialmente,

da mãe. Portanto, o tempo de permanência na escola deve ser agradável e

prazeroso e nada melhor que um brinquedo para transformar uma criança.

Apesar de que ainda hoje não estar associada à coisa seria e importante

como o trabalho, é pelo brincar que o indivíduo relaciona seus interesses e

necessidades com a de um mundo que busca conhecer. A situação imaginária,

mágica da brincadeira tem uma lógica, mesmo não sendo aquela formal, que ajuda a

investigar e a construir os conhecimentos sobre a identidade, sobre os objetos e

sobre o mundo com muito prazer.

As relações entre brincadeira, educação e o desenvolvimento global da

criança são antigas, nesta fase a criança precisa viver o faz de conta, é uma maneira

diferente e única na vida de cada criança, elas precisam brincar para crescer, é

fundamental os jogos de faz de conta como forma de equilíbrio com o mundo que os

cercam.

O brincar de faz de conta proporciona a aquisição de novos

conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma

das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento

motor, social, emocional e cognitivo.

O brincar de faz de conta é próprio do ser humano, e tal postura se

manifesta de forma marcante nas crianças. É experimentando outras formas de

observar e sentir que a criança desenvolve sua autonomia, cresce o seu modo de

ver as coisas, dessa forma é na prática do brincar que a criança enriquece sua

identidade, pois essa é uma atividade interna própria da criança.

Portanto, com as brincadeiras do faz de conta, a criança pode imaginar

criar, imitar, com isso pouco a pouco vai reconstituindo tudo aquilo que já

desenvolveu, ampliando o que brincou na realidade, aprofundando sua

imaginação para além de seu próprio pensamento. Desta forma, a criança vai

dominando o mundo, compreendendo com ele é. Isso se dá tanto concretamente

quanto simbolicamente, ou seja, a criança aprende a dominar regras e trabalhar

suas próprias emoções, seus medos, suas ansiedades, experimentando

diferentes papéis que concretamente significa fazer parte do seu mundo e

simbolicamente fazer parte de sua imaginação.

Ao utilizar atividades do brincar dentro da prática educacional, obtém-se um

resultado melhor em termos de desenvolvimento e, com isso, propicia também à

criança a possibilidade de estar manifestando aspectos de linguagem, psicomotores,

cognitivos e sociais.

Portanto, os profissionais, à medida que propiciam oportunidades para que

essas crianças vivenciem diferentes atividades do brincar, estão formando um

repertório para que ela possa estar conhecendo as diversas possibilidades, para

identificar o que está sendo criado, quais as atividades que lhe trazem mais prazer.

Assim, o objetivo desta pesquisa é conhecer a opinião dos professores

pesquisados sobre o brincar de faz de conta na educação infantil.

A apresentação do trabalho está disposta em capítulos que explanam sobre

brincando na história, o que é brincar, o brincar de faz de conta e o brincar na

educação. É apresentado também a pesquisa de campo realizada e a análise dos

dados.

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1 BRINCANDO NA HISTÓRIA

Segundo ALTMAN (2007), despertando para o mundo que a cerca, a criança

brinca. No começo a criança é seu próprio brinquedo, a mãe é seu brinquedo, o

espaço que a cerca, tudo é brinquedo, tudo é brincadeira.

A folha verde que balança ao vento, a borboleta que bate asas, o barulho da chuva, o farfalhar dos passos sobre as folhas secas espalhadas pelo chão, as vozes dos animais, o brilho do sol, a claridade da lua fazem parte, com certeza, das descobertas do indiozinho que há muito mais de quinhentos anos nascia no Brasil (ALTMAN, 2007, p. 231).

Entre as etnias indígenas brasileiras as mães fazem brinquedos de barro,

imitando animais ou homens, brinquedos com cascas de frutas secas, sementes de

frutas, conchas e ossos.

Os meninos indígenas, desde cedo, brincam de arcos, flechas, tacapes.

Aprendem a fazer canoas de uma só casca, sendo o divertimento natural imitar os

gestos e maneiras dos pais, caçando animais e pescando de diversas maneiras.

Essas brincadeiras não eram simples passatempo, mas atividades educativas que

os preparavam para a vida adulta.

Segundo ALTMAN (2007), as meninas acompanham e auxiliam as mães nas

tarefas domésticas, tais como: cozinhar a mandioca, o aipim, o cará, fazer a farinha,

trazer e colher os legumes das roças, cuidar dos irmãos menores a quem carregam

às costas numa tipóia.

O convívio entre índios e crianças portuguesas, promove o encontro de

raças e com ele o intercambio das tradições e das brincadeiras. “O bodoque, a gaita

de canudo de mamão, o pião, o papagaio, a bola, as danças são atividades comuns

e o amálgama das relações infantis.” (ALTMAN, 2007, p. 242).

A miscigenação índio-branco-negro e a falta de documentação sobre as

brincadeiras dos meninos negros no período colonial dificultam a especificação dos

jogos e brincadeiras, bem como a influência africana no folclore infantil.

Entretanto, foi pela linguagem oral que a amas africanas, as yayas,

transmitiram para as crianças brancas o conto, as lendas, os mitos, as histórias de

sua terra. Cabe destacar que as amas de leite modificaram as canções de ninar de

origem portuguesa.

Em vez do papão, surgem o boitatá, os negos velhos, a cuca, a mula-sem-cabeça, as almas penadas, o saci-pererê, o caipora, o bicho papão, o lobisomem e outras tantas lendas e supertições para assustar criança e que frequentam as canções de ninar e as histórias das diferentes regiões do país. A linguagem infantil também é acrescida de cacá, pipi, bumbum dindinho, dengo, neném, dodói, tatá, yayá, muuleque (ALTMAN, 2007, p. 242-243).

As canções de ninar de origem portuguesa, com as modificações regionais e

culturais possuem um caráter lúdico no canto propriamente dito e não no acalanto,

pois é por meio do canto que interagem o adulto e a criança.

Segundo ALTMAN (2007), no final do século XIX, indústrias se estabelecem

no Brasil e o brinquedo mercadoria começa a fazer parte do universo infantil.

Brinquedos sofisticados atraem as crianças sempre ávidas por descobertas. As

brincadeiras tradicionais convivem com novas modalidades de brincar trazidos pela

tela da TV, vídeo game, computador, passando a fazer parte do universo infantil.

Portanto, percebe-se que as brincadeiras contemporâneas, configuram uma

nova expectativa do brincar. O brincar modificou-se ao longo do tempo e os

instrumentos é que se transformaram para, possivelmente atender ao dinamismo do

mundo globalizado.

1.1 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA

Estes três termos têm significados semelhantes no dicionário. O brinquedo é

o objeto da brincadeira, o que a criança utiliza para brincar, geralmente criado pelos

adultos, mas podendo também ser produzidos pela própria criança. Muitas vezes

alguns objetos do cotidiano são utilizados pela criança como brinquedo para suporte

da brincadeira. O que faz sentido como brinquedo é a função lúdica que a criança

atribui ao objeto na hora de brincar.

KISHIMOTO (1994, p. 7) diferencia inclusive brinquedo, brincadeira e jogo:

“[...] brinquedo será entendido sempre como objeto, suporte de brincadeira; brincadeira como a descrição de uma conduta estruturada, com regras e jogo infantil para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e brincadeiras)”.

Assim é denominado jogo situações de disputa, onde existem regras e

estratégias, podendo ser usado como material pedagógico em sala de aula. A

denominação varia também a partir do contexto utilizado, conforme cita KISHIMOTO

(1994, p. 2):

10

[...] a ação da criança indígena que se diverte atirando com arco e flecha em pequenos animais é uma brincadeira, para a comunidade indígena nada mais é que uma forma de preparo para a arte da caça necessária à subsistência da tribo. Assim, para atirar com arco e flecha, para uns, é jogo, para outros, é preparo profissional. Uma mesma conduta pode ser jogo ou não-jogo, em diferentes culturas, dependendo do significado a ela atribuído.

Desta forma é atribuído ao jogo uma grande variedade de significados.

“Dentro da variedade de significados, são as semelhanças, que permitem classificar

jogos faz de conta, de construção, de regras, de palavras, políticos e inúmeros

outros, na grande família denominada jogos.” (KISHIMOTO, 1994, p. 3).

HUIZINGA, apud KISHIMOTO, 1994), descreve que o jogo está sujeito a

ordens. Só é jogo quando a ação voluntária do ser humano está presente, quando

se brinca, a criança está tomando uma certa distância da vida cotidiana, está no

mundo imaginário.

Assim, divergindo do brinquedo e da brincadeira, o jogo por sua amplitude

só se explicita dentro do contexto que é utilizado.

1.2 A NATUREZA DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DO JOGO

No Brasil, segundo SANTOS (2001), a iniciativa de agregar atividades

lúdicas ao processo educativo teve seu marco inicial principalmente a partir do

movimento da Escola Nova e da aquisição dos então denominados métodos ativos.

No entanto, esta ideia não é tão nova nem tão recente quanto possa parecer.

Educadores do passado, segundo SANTOS (2001), já reconheciam a

importância do processo de ensino e aprendizagem cercear-se pela ludicidade, pois

quando brinca e/ou joga os esquemas mentais da criança são aplicados ao seu

mundo real que vai paulatinamente sendo apreendido e assimilado.

Ao jogar a criança reproduz aquilo que vive transformando suas experiências

de vida segundo seus desejos e interesses. Por meio das atividades lúdicas, a

criança expressa, assimila e constrói a sua realidade.

Dessa forma, é possível que na escola as disciplinas e seus conteúdos

possam ser aprendidos por meio de atividades lúdicas.

Segundo SANTOS (2001), educar através de processos lúdicos exige uma

nova postura existencial, cujo paradigma fundamenta-se em aprender brincando, ou

11

seja, a concepção que fundamenta esse modo de conceber a aprendizagem está

pautada numa visão de educação para além da instrução.

Porém, incontestavelmente, um jogo ou uma técnica recreativa nunca devem

ser aplicados sem ter em vista uma finalidade educativa. Ademais, nem todos os

jogos podem ser utilizados como material pedagógico.

Genericamente, o que distingue um jogo pedagógico de um outro de caráter

apenas lúdico, segundo ANTUNES (1998), é que o jogo pedagógico possui em

essência, o interesse de estimular a aprendizagem significativa, instigar a construção

daquilo que ainda não é conhecido e principalmente desencadear uma habilidade

operatória, caracterizada pelo desenvolvimento de certa aptidão ou capacidade

cognitiva e apreciativa específica a qual possibilita que indivíduo compreenda e

intervenha em fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões.

O uso de jogos como proposta pedagógica, segundo ANTUNES (1998),

deve acontecer apenas quando a programação possibilitar e quando puder se

constituir em auxílio eficiente ao alcance de um objetivo, dentro de uma proposta

pedagógica e de um planejamento. Para tanto, o professor precisa conhecer os

jogos e à proporção que se progride na proposta pedagógica eles devem ser

aplicados, sempre com a flexibilidade para serem substituídos e/ou alterados caso

fiquem distantes dos objetivos.

O jogo no processo de ensino-aprendizagem, segundo ANTUNES (1998),

somente tem efeito verdadeiramente pedagógico quando usado no momento certo,

momento esse determinado pelo seu caráter desafiador, pelo interesse do aluno e

pelo objetivo subjacente a este. Nunca deve ser introduzido antes que o educando

demonstre ter a maturidade suficiente para o desafio, tampouco quando o educando

revelar cansaço pela atividade ou tédio por seus resultados.

Segundo HUIZINGA apud ANTUNES, (1998, p. 46), "os jogos produzem

uma excitação mental agradável e exercem uma influência altamente fortificante.”

Dessa forma, as atividades lúdicas funcionam como estimulantes à aprendizagem,

agindo, sobretudo na base de desenvolvimento da fala e da escrita ao mesmo tempo

em que propicia um ambiente de descontração para as crianças.

Em resumo, concorda-se com TEIXEIRA (1995), quando descreve que o

jogo é um recurso didático de grande quilate; mais do que um passatempo, é

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elemento fundamental quando se ensina e se aprende. Educar através do jogo deve,

portanto, ser a preocupação primeira daquele professor que deseja motivar seus

alunos ao aprendizado e a novas descobertas.

Em se tratando do ensino-aprendizagem, segundo TEIXEIRA (1995), as

atividades lúdicas ajudam a construir uma práxis integrada e emancipada à medida

que se evidenciam como ferramentas que favorecem a aquisição do conhecimento

em proporções capazes de perpassar o desenvolvimento do aluno.

O lúdico é uma estratégia única para estimular o ser humano a construir

conhecimentos e a progredir nas mais variadas habilidades operatórias,

constituindo-se em trampolim para o progresso pessoal e de alcance de objetivos

institucionais.

13

2 O QUE É BRINCAR

Brincar é a atividade mais típica da vida humana, por proporcionar alegria,

liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao concretizar a

fantasia e a imaginação no mundo real. Segundo o dicionário de língua portuguesa o

termo brincar significa “divertir-se; folgar; não levar a sério. Verbo transitivo: adornar;

zombar; gracejar.” (FERREIRA, 2001, p. 152). O reconhecimento da importância do

brincar também se encontra registrado no Estatuto da Criança e do Adolescente que

no artigo 16 traz: “O direito à liberdade compreende: [...] IV- brincar, praticar esportes

e divertir-se.” (BRASIL, 1991).

Para PIAGET, apud KISHIMOTO, 2009), a brincadeira não recebe uma

avaliação exclusiva e entendida como ação assimiladora, a brincadeira aparece

como forma de expressão da conduta, dotada de características simbólicas como

espontânea, prazerosa, semelhantes às características do Romantismo e da

Biologia. Piaget (apud KISHIMOTO, 2009, p. 32)

distingue a construção de estruturas mentais da aquisição de conhecimentos. A brincadeira, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem.

De acordo com VYGOTSKY, apud KISHIMOTO (2009), os paradigmas para

esclarecer o jogo infantil localizam-se na filosofia marxista-leninista, que idealiza o

mundo como consequência de processos histórico-sociais que alteram não só o

modo de vida da sociedade, mas as formas de pensamento do ser humano. Assim,

a conduta do ser humano, incluindo suas brincadeiras, é construída como resultado

de processos sociais. Considerada circunstância imaginária, a brincadeira de

atuação de papéis é conduta predominantemente a partir de 3 anos de idade e

resulta de influências sociais recebidas ao longo dos anos anteriores.

O brincar é o mais saudável caminho para canalizar energia construindo-se processos de sublimação saudáveis e identificadores. A tarefa, pois, de uma boa educação infantil seria a de propiciar, através de brincadeiras, o afeto e a sociabilidade, dando voz aos sonhos infantis (FREUD apud ANTUNES, 2003, p. 18).

KISHIMOTO (2009), ao afirmar sobre jogos, brinquedos e brincadeiras

pontua que a palavra jogo tem inúmeras formas de compreensão. Os jogos recebem

uma mesma denominação, porém cada um tem sua especificidade.

Um tabuleiro com piões é um brinquedo quando usado para fins de brincadeira. Teria o mesmo significado quando seria recursos de ensino,

destino à aprendizagem de números? É brinquedo o material pedagógico? Da mesma forma, um tabuleiro de xadrez feito de material nobre como o cobre ou mármore exposto como objeto de decoração, teria o significado de jogo? (KISHIMOTO, 2009, p. 15).

Essas complexidades mostram várias formas com que o jogo se apresenta:

quando para a criança a boneca é um objeto de entretenimento, para muitas tribos

indígenas esse mero brinquedo é objeto de adoração.

“O brinquedo aparece como um aspecto da cultura posto ao alcance da

criança. É o seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança

à ação e à representação, a agir e a imaginar.” (KISHIMOTO, 2009, p. 68). O jogo

difere do brinquedo, pois o mesmo não possui um sistema de regras que organizam

sua utilização.

Uma boneca permite a criança várias formas de brincadeiras, desde a manipulação até a realização de brincadeiras como “mamãe e filhinha”. O brinquedo estimula a representação, a exposição de imagens que evocam aspectos a realidade. Ao contrario, jogos, como o xadrez e jogos de construção exigem, de modo implícito ou explícito, o desempenho de certas habilidades definidas por uma estrutura preexistente no próprio objeto e suas regras. (KISHIMOTO, 2009, p. 18).

Percebe-se assim, que o brinquedo represente certas realidades. O

brinquedo coloca a criança na presença de tudo que existe no cotidiano, a natureza

e as construções humanas.

Portanto, o brinquedo sempre contém uma referência ao tempo de infância,

ligadas a memória e a imaginação. A imagem da infância é enriquecida, com o

auxilio de concepções pedagógicas que reconhecem o papel dos brinquedos e

brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil.

Segundo KISHIMOTO (2009), ao brincar de faz de conta, as crianças vão

estabelecendo a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivem uma

possibilidade de transformá-la por meio de sua imaginação.

O faz de conta permite não só a entrada no imaginário, mas a expressão de

regras implícitas que se materializam nos temas das brincadeiras. A importância

dessa modalidade de brincadeira justifica-se pela aquisição do símbolo. Ao brincar

de faz de conta a criança está aprendendo a criar símbolos, ou seja, a representar.

O faz de conta permite as crianças o reexame e internalização das regras de

conduta implícitas nos atos sociais e as regulações culturais, desenvolvendo um

sistema de valores que irá orientar seu comportamento, ou seja, a criança

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desenvolve a capacidade de internalização e aprende a lidar com o limite. Do ponto

de vista do desenvolvimento da criança a brincadeira de faz de conta traz vantagens

sociais cognitivas e afetivas, pois quando brincam, ao mesmo tempo em que

desenvolvem sua imaginação as crianças podem construir relações reais entre elas

e elaborar regras de organização e convivência, concomitantemente a esse

processo, ao reiterarem situações de sua realidade, modificam-nas de acordo com

suas necessidades.

Assim, o professor, ao pensar no processo educativo como uma maneira de

socialização do educando, não pode de forma alguma desprezar as brincadeiras

como metodológicos primordiais para o desenvolvimento e crescimento da criança,

especialmente nos aspectos sociais, culturais e até emocional da criança.

Desta forma, segundo KISHIMOTO (2009), a brincadeira de faz de conta

tem um importante papel no processo de aprendizagem das crianças.

2.1 A CRIANÇA E O BRINQUEDO

Através da brincadeira, segundo CÂNDIDO (2011), da vivência corporal, da

imitação, da exploração pela repetição, a criança descobre a funcionalidade de seu

corpo e a propriedade dos objetos, estabelecendo relações e ordenando aos poucos

o mundo real. Assim ela vai reorganiza seu pensamento, busca condições de

adaptação a vida e vai construindo seu repertório de conhecimento.

As brincadeiras trazem a característica mais importante desta fase: a

ludicidade com que a criança internaliza conceitos de organização, sócio-espacial,

conceitos de regras e valores, de condição social dentro de sua família e fora dela.

A ludicidade, presente na literatura infantil, pode ser vista como ponto de

ancoragem: uma porta de entrada para mobilizar a modalidade de aprendizagem. O

lúdico abranda a tensão causada pelo medo de errar, fracassar, e motiva a criança a

expor-se a estímulos através do prazer e do desejo de experimentar novas

descobertas e aventuras.

Por sua vez, a linguagem simbólica, ao trabalhar como os estados

emocionais da criança irão auxiliá-la a lidar com sua insegurança e autoestima.

16

Com relação ao jogo, PIAGET (1998) acredita que ele é essencial na vida da

criança. De início tem-se o jogo de exercício que é aquele em que a criança repete

uma determinada situação por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno

dos 2-3 e 5-6 anos nota-se a ocorrência dos jogos simbólicos, que satisfazem a

necessidade da criança de não somente relembrar o mentalmente o acontecido, mas

de executar a representação.

Em período posterior surgem os jogos de regras , que são transmitidos

socialmente de criança para criança e por consequência vão aumentando de

importância de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Para

PIAGET (1998), o jogo constitui-se em expressão e condição para o

desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem

transformar a realidade.

Já VYGOTSKY (1998), diferentemente de Piaget, considera que o

desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores

são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o

desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é

interativo.

Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas

de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos

outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de

problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações,

quer elas pareçam agradáveis ou não.

Enquanto VYGOTSKY fala do faz de conta, PIAGET fala do jogo simbólico,

e pode-se dizer, segundo OLIVEIRA (1997, p. 67), que são correspondentes.“o

brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança”, lembrando que

ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de

desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do

conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é

atingida, de início, com o auxílio de outras pessoas mais “capazes”, que já tenham

adquirido esse conhecimento. “As maiores aquisições de uma criança são

conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de

ação real e moralidade.” (VYGOTSKY, 1998. p. 55).

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PIAGET, citado por GARCIA (2001, p. 58) diz que “a atividade lúdica é o

berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso,

indispensável à prática educativa”.

Na visão sócio-histórica de VYGOTSKY, a brincadeira, o jogo, é uma

atividade específica da infância, em que a criança recria a realidade usando

sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto cultural e social.

WAJSKOP (1999, p. 35), cita o mesmo autor dizendo que:

[...] a brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz.

GARCIA (2001), classifica o brincar em algumas fases: durante a primeira

fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela

mãe, começa a falar, andar e movimentar-se em volta das coisas. Nesta fase, o

ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até

em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança

copia os modelos dos adultos. A terceira fase é marcada pelas convenções que

surgem de regras e convenções a elas associadas.

VYGOTSKY (1989, p.109), ainda afirma que: é enorme a influência do

brinquedo no desenvolvimento de uma criança. “É no brinquedo que a criança

aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa,

dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos

por objetos externos”.

A noção de “zona proximal de desenvolvimento” interliga-se portanto, de maneira muito forte, à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança e à sua aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar-lhe a possibilidade de passar do que sabe fazer para o que não sabe. (POURTOIS, 1999, p.109).

As brincadeiras que são oferecidas à criança devem estar de acordo com a

zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a

importância do professor conhecer a teoria de VYGOTSKY. No processo da

educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria

os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a

mediação da construção do conhecimento.

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A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor

do conhecimento estruturado e formalizado, ignora as dimensões educativas da

brincadeira e do jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade

construtiva da criança. É urgente e necessário que o professor procure ampliar cada

vez mais as vivências da criança com o ambiente físico, com brinquedos,

brincadeiras e com outras crianças.

O jogo, compreendido sob a ótica do brinquedo e da criatividade, deverá

encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que os

professores compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir

para com o desenvolvimento da criança.

NEGRINE (1994, p. 20), em estudos realizados sobre aprendizagem e

desenvolvimento infantil, afirma que "quando a criança chega à escola, traz consigo

toda uma pré-história, construída a partir de suas vivências, grande parte delas

através da atividade lúdica".

Segundo esse autor, é fundamental que os professores tenham

conhecimento do saber que a criança construiu na interação com o ambiente familiar

e sociocultural, para formular sua proposta pedagógica.

Entende-se, a partir dos princípios aqui expostos, que o professor deverá

contemplar a brincadeira como princípio norteador das atividades didático-

pedagógicas, possibilitando às manifestações corporais encontrarem significado pela

ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo.

É fundamental que a criança descubra por si mesma, e para tanto o

professor deverá oferecer situações desafiadoras que motivem diferentes respostas,

estimulando a criatividade e a redescoberta.

O brincar deve ser espontâneo, pois afinal os jogos, os brinquedos devem

ser do gosto da criança. Ela não pode sentir-se obrigada a brincar, ou participar das

atividades proposta pelo orientador.

2.2 O BRINCAR DE FAZ DE CONTA

BETTELHEIM, apud KISHIMOTO (2009), afirma que, através das fantasias

imaginativas e das brincadeiras baseadas nelas, as crianças podem começar a

19

compensar as pressões que sofrem na realidade do cotidiano. Assim, enquanto

representam fantasias de ira e hostilidade em jogos de guerra ou preenchem seus

desejos de grandeza, imaginando ser o Super-Man, o Hulk, o Batman ou um rei,

estão procurando a satisfação indireta através de devaneios irreais, ao mesmo

tempo em que procuram livrar-se do controle dos adultos, especialmente dos pais.

SALUM e MORAIS (1980, p. 65), em um estudo sobre o faz-de-conta com

crianças pré-escolares, chegam à conclusão de que

O alto grau de fantasia de estórias de super-heróis, dotados dos mais estranhos poderes, como voar, esticar-se, subir em superfícies verticais lisas, força e velocidade de movimentos descomunais, etc. bem como o fato de terem duas personalidades – a do homem comum e a do homem dotado de poderes extra naturais – representam um desafio à compreensão da criança a respeito das regularidades do mundo que começa a perceber. Nesse sentido, ela pode representar esses personagens com todos os seus acessórios, armas, veículos de transporte fantásticos na tentativa de integrar uma experiência que lhe é tão pouco familiar e incomum.

Portanto, o faz de conta, que refere-se ao mundo imaginário, da fantasia,

isto é, fantasiar é criar pela imaginação, trata-se de ficção, sem relação imediata

com a realidade.A realidade do cotidiano, diante do fantástico mundo da ficção,

parece menos interessante e de mais fácil assimilação pela criança.

KOSTELNIK, apud KISHIMOTO (2009) cita algumas características dos

super-heróis e heroínas:

a) bondade, sabedoria, coragem, inteligência e força;

b) solucionar qualquer problema e ultrapassar obstáculos. Os super heróis não têm

de se preocupar com os compromissos que caracterizam o mundo real e suas

soluções são sempre aceitas;

c) as pessoas os procuram para que os guiem e resolvam suas dúvidas, enquanto

eles não recebem ordens de ninguém;

d) sabem sempre o que é certo, nunca se enganam, não estão sujeitos a dúvidas,

frustrações e fraquezas como a maioria das pessoas. São aprovados e

reconhecidos pelos adultos e todos querem ser seus amigos. Portanto, as

crianças desejariam ter os poderes que eles têm, como força, velocidade e

resistência, além do poder de voar, nadar embaixo d’água a longas distâncias ou

mudar a forma do corpo.

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Por essas características pode-se entender porque as crianças são atraídas

pela imagem do super-herói e tentam imitá-lo. Não se pode esquecer que as

crianças têm pouco poder num mundo dominado pelos adultos, e elas têm

consciência disso.

Brincando, deste modo, a criança coloca-se num papel de poder, em que ela

pode dominar os vilões ou as situações que provocariam medo ou que a fariam

sentir-se vulnerável e insegura. A brincadeira de super-herói, ao mesmo tempo em

que ajuda a criança a construir a autoconfiança, leva-a a superar obstáculos da vida

real, como a vestir-se, comer um alimento sem deixá-lo cair, fazer amigos, enfim,

corresponder às expectativas dos padrões adultos.

Para KISHIMOTO (2009), no jogo simbólico as crianças constroem uma

ponte entre a fantasia e a realidade. As crianças são capazes de lidar com

complexas dificuldades psicológicas através do brincar. Elas procuram integram

experiências de dor, medo e perda. Lutam com conceitos de bom e mal. O triunfo do

bem sobre o mal dos heróis é um tema comum nas brincadeiras das crianças.

Dentro de uma mesma cultura, crianças brincam com temas comuns:

educação, relações familiares e vários papéis que representem as pessoas que

integram essa cultura. Os temas, em geral, representam o ambiente das crianças e

aparecem no contexto da vida diária. Quando o contexto muda, as brincadeiras

também mudam. Pode-se dizer, então, que o ambiente é a condição para a

brincadeira e, por conseguinte, ele a condiciona.

O brinquedo aparece como um pedaço de cultura colocado ao alcance da

criança. É seu parceiro na brincadeira. A manipulação do brinquedo leva a criança à

ação e à representação, a agir e a imaginar.

Manipulação, posse, consumo [...] o brinquedo a criança nas operações associadas ao objeto. A apropriação acontece num contexto social: o brinquedo pode ser mediador de uma relação com outra ou com uma atividade solitária, mas sempre sobre o fundo da integração a uma cultura específica. Além disso, é suporte de representações, introduzindo a criança num universo de sentidos e não somente de ações. O brinquedo valoriza hoje o imaginário em detrimento de um realismo estreito. O mundo representado é mais desejado do que o mundo real (BOMTEMPO, 1988, p. 40).

A brincadeira parece, assim, como um meio de sair do mundo real para

descobrir outros mundos, para se projetar num universo inexistente. Assim, o brincar

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da criança não está somente ancorado no presente, mas também tenta resolver

problemas do passado, ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro.

É através de seus brinquedo e brincadeiras que a criança tem oportunidade

de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o

mundo dos adultos, onde “ela estabelece seu controle interior, sua auto-estima e

desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros.” (GARBARINO

apud KISHIMOTO, 2009, p. 69). No sonho, na fantasia, na brincadeira de faz de

conta desejos que pareciam irrealizáveis podem ser realizados.

O fantástico, o imaginário, expressos na brincadeira da criança quando fala com um cabo de vassoura “como se “ fosse um cavalo, fica zangada com seu cãozinho imaginário porque faze sujeira no tapete da mamãe ou transforma a pedra em pássaro, mostram uma mistura de realidade e fantasia, em que o cotidiano toma outra aparência, adquirindo um novo significado. Isso está muito próximo do sonho ou do “reverso do espelho” de que nos fala Lewis Carrol, no qual os contornos da realidade e da fantasia se misturam (BETTELHEIM, apud KISHIMOTO, 2009, p. 70).

Portanto, brincando de faz de conta a criança aprende a dominar regras,

trabalha suas emoções, seu medos, suas ansiedades, experimenta diferentes

papéis que concretamente significa fazer parte do seu mundo e simbolicamente

fazer parte de sua imaginação.

2.3 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO

Há de se mencionar que, termos como jogo, brinquedo e brincadeira ainda

são empregados de forma indistinta. Isso já está mudando, pelo menos aqui no

Brasil. Cada contexto social constrói uma imagem de jogo conforme seus valores e

modo de vida que se expressa por meio da linguagem.

Jogar é definido pelo dicionário como: “Dizer ou fazer brincadeira. Executar

as diversas combinações de um jogo” (FERREIRA, 2001, p. 526) A palavra jogar,

como se vê, é extensiva tanto às definições do brincar, quanto a várias outras

atividades como, por exemplo, os passatempos e divertimentos sujeitos a regras.

Tentar definir o jogo não é tarefa fácil. A palavra jogo, segundo FERREIRA

(2001), pode ser definida como: atividade física ou mental por um sistema de regras

que definem a perda ou ganho ou brinquedo, passatempo, divertimento, entre

outras, portanto, pode ser entendida de modos diferentes.

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Pode-se estar falando de jogos políticos, de adultos, crianças, animais ou amarelinha, xadrez, adivinhas, contar histórias, brincar de mamãe e filhinha, futebol, dominó, quebra-cabeça, construir barquinho, brincar na areia e uma infinidade de outros. Tais jogos, embora recebam a mesma denominação, têm suas especificidades. Por exemplo, no faz-de-conta, há forte presença da situação imaginária; no jogo de xadrez, há regras padronizadas permitem a movimentação das peças (KISHIMOTO, 2009, p. 13).

KISHIMOTO (2009), esclarece que, a compreensão das brincadeiras e a

recuperação do sentido lúdico de cada povo dependem do modo de vida de cada

agrupamento humano, em seu tempo e espaço. Daí emerge que se faz da criança,

seus valores, seus costumes e suas brincadeiras.

Portanto, ao se pensar no processo educativo como uma maneira de

socialização do educando, não pode de forma alguma desprezar as brincadeiras e

os jogos como metodológicos primordiais para o desenvolvimento e crescimento da

criança, especialmente nos aspectos sociais, culturais e até emocional da criança.

Existem algumas considerações em relação às brincadeiras educativas e

duas delas merecem ser citadas:

Função lúdica: a brincadeira propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhida voluntariamente. Função educativa: a brincadeira ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo (KISHIMOTO, 2009, p. 37).

Atualmente as escolas já estão dando o devido valor ao brincar. Estão

levando cada vez mais as brincadeiras, os jogos e os brinquedos para as salas de

aula. Os professores, aos poucos, estão buscando informações e enriquecendo

suas experiências para entender o brincar e como utilizá-lo para auxiliar na

construção do aprendizado da criança.

Independente do tipo de vida que se leve, adultos, jovens e crianças, todos precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para viver. A capacidade de brincar abre para toda uma possibilidade de decifrar enigmas que os rodeiam (MALUF, 2003, p. 29).

Sabe-se que o brincar pode ser um elemento importante através do qual se

aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na ludicidade o prazer de

aprender.

Portanto, o professor deve organizar suas atividades, selecionando aquelas

mais significativas para seus alunos, criando condições para que estas atividades

significativas sejam realizadas. Destaca-se a importância de os alunos trabalharem

na sala de aula, individualmente ou em grupos. As brincadeiras enriquecem o

23

currículo, podendo ser propostas na própria disciplina, trabalhando assim o conteúdo

de forma prática.

Finalizando, cabe ao professor, em sala de aula ou fora dela, estabelecer

metodologias e condições para desenvolver e facilitar este tipo de trabalho. O

professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça de uma maneira

sempre educativa. Pode-se afirmar que o brincar, enquanto promotor da capacidade

e da potencialidade da criança, deve ocupar um lugar especial na prática

pedagógica, tendo com espaço privilegiado a sala de aula.

24

3 ANÁLISE DOS DADOS

A coleta de dados foi através de observação direta intensiva, por meio de

entrevistas. O universo pesquisado foi os professores da Escola Municipal Anjo da

Guarda, em Alta Floresta-MT. Os entrevistados são do sexo feminino, com idade

entre 35 a 50 anos, pedagogas, concursadas e trabalham com a Educação Infantil

entre 2 a 10 anos..

Com o objetivo de conhecer a opinião dos professores da Escola Municipal

Anjo da Guarda sobre o brincar de faz de conta na educação infantil, realizou-se

uma entrevista com as professoras da referida instituição. Para identificação, cada

professora receberá uma letra Z, Y e Z. Coletou-se as seguintes informações sobre

o tema pesquisado:

Quando perguntou as professoras, o que é brincar de faz de conta, X

respondeu que é despertar o imaginário, o raciocínio da criança; Y afirmou que são

as brincadeiras que as crianças brincam imitando os adultos e Z respondeu que é

importante para o desenvolvimento da linguagem, pois quando a criança brinca ela

conversa com seus próprios brinquedos.

Quando vemos uma criança brincando de faz de conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos causa é que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do significado que os objetos assumem dentro de um contexto. [...] a menina torna-se mãe, tia, professora e o menino, torna-se pai, índio, polícia, ladrão sem scrpt e sem diretor. Sentimo-nos como diante de um miniteatro, em que papéis e objetos são improvisados (KISHIMOTO, 2009, p. 57).

Percebe-se que o brincar de faz de conta a criança copia modelos e

vivencia-os, a seu modo. Pode-se observar através das brincadeiras sua linguagem,

sua socialização e seu desenvolvimento motor.

Perguntou-se as professoras qual faz de conta é mais comum, X respondeu

que o mais comum é quando eles imitam a mãe em casa, no trabalho, é mitar o que

os adultos fazem. A professora Y disse que o faz de conta mais comum é polícia e

ladrão, pai, mãe, grávida ganhando nenê e Z respondeu que o mais comum é polícia

e ladrão, papai e mamãe, professora.

Experimentando a linguagem do faz-de-conta, a criança vai dominando o mundo, compreendendo como ele é. Isso se dá tanto concretamente quanto simbolicamente. "Vamos fazer de conta que eu ia ao supermercado", nessa brincadeira a criança paga as compras e trabalha com a compreensão concreta da realidade. "Faz de conta que você é a bruxa malvada", nesta a

criança trabalha com o significado da maldade, numa compreensão simbólica (KISHIMOTO, 2009, p. 59).

Geralmente as crianças vivenciam o ambiente em que viem, desta maneira,.

em nível simbólico aprendem o significado na vida real.

Quando indagadas se observavam isso nas crianças, X respondeu que sim,

quando eles estão brincando estão sempre imitando; Y afirmou que observa sempre

e Z respondeu que as crianças gostam muito dessa brincadeira.

A compreensão das brincadeiras e a recuperação do sentido lúdico de cada povo dependem do modo de vida de cada agrupamento humano, em seu tempo e espaço. Daí emerge a imagem que se faz da criança, seus valores, seus costumes e suas brincadeiras. (KISHIMOTO, 2009, p. 39).

Durante a brincadeira, a criança, inspirada por modelos, tenta controlar

objetos e o meio ambiente, por exemplo, ao recriar o papel do adulto. Essa

experiência possibilita a criança a assumir a autoridade que admira nos pais. A

brincadeira é um meio de aprender sobre a novidade e a complexidade dos objetos

e acontecimentos.

Quando perguntou as professoras se o brincar de faz de conta é importante

na Educação Infantil, X respondeu que é importante porque desenvolve na criança a

espontaneidade, a interação e a socialização; Y afirmou que é importante porque na

educação infantil as crianças aprendem brincando e Z respondeu que o faz de

conta é importante no desenvolvimento da linguagem e do imaginário.

A brincadeira é uma forma de atividade social infantil cuja característica imaginativa e diversa do significado cotidiano da vida fornece uma ocasião educativa única para as crianças. Na brincadeira, as crianças podem pensar e experimentar situações novas ou mesmo do seu cotidiano, isentar das pressões situacionais (WAJSKOP, 1995, p.31).

Dessa maneira, imaginando e fantasiando, a criança irá vivenciar os

desafios, instigará sua curiosidade em tudo e ficará mais criativa.

Perguntou-se as entrevistadas como está sendo desenvolvida essas

brincadeiras na Educação Infantil e X respondeu que é desenvolvido em sala de

aula e quando é no coletivo no pátio da escola; Y afirmou que é desenvolvida de

forma prazerosa e que todos os professores incentivam as brincadeiras e Z disse

que está sendo desenvolvida nas escola, mas sempre partindo do aluno para o

professor e não do professor para o aluno.

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“Quem trabalha na educação de crianças deve saber que pode sempre

desenvolver a motricidade, a atenção e a imaginação de uma criança, brincando

com ela. O lúdico é o parceiro do professor.” (MALUF, 2003, p.29).

Percebe-se que a tendência atual da educação é não perder de vista o

lúdico. Atividades prazerosas deveriam fazer parte do cotidiano das crianças.

Quando indagadas se o brincar de faz de conta contribui para a socialização

do educando X respondeu que muito contribui, pois através da brincadeira eles vão

se socializando; Y afirmou que contribui, pois nas brincadeiras as crianças trocam

ideias umas com as outras, colocam regras e vão criando conceitos e Z respondeu

que contribui porque a criança fala, interage suas idéias, essa é a forma prazerosa

de aprender.

Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimento sem estresse e ou medo, desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente. (MALUF, 2003, p. 21)

As crianças quando brincam trocam experiencias entre si e com os adultos.

Desta maneira, convivem com as diferenças aprendendo a respeitá-las sem rotulá-

las.

Perguntou-se as entrevistadas se o brincar de faz de conta auxilia no

desenvolvimento afetivo do aluno, X disse que auxilia e é muito importante para o

desenvolvimento dos alunos; Y respondeu que sim, pois os mesmo tem um contato

próximo com ou outro e Z afirmou que sim, pois a criança tem mais facilidade de

fazer amigos.

“A brincadeira favorece o equilíbrio afetivo da criança e contribui para o

processo de apropriação de signos sociais.” (OLIVEIRA, 2008, p. 160).

O brincar é tão importante que deveria ser alvo do planejamento, pois

quando a criança brinca, ela reorganiza pensamentos e emoções.

Quando indagadas se o brincar de faz de conta é uma ferramenta

educacional importante na educação infantil, X respondeu que é muito importante

porque através dele é que o aluno vai construindo seu próprio conceito; Y disse que

sim, que através do faz de conta o educando expõe suas idéias, melhora o nível de

linguagem, afetividade e motricidade e Z respondeu que é essencial, porque a

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criança vai internalizar os valores, as culturas e através do brincar que a criança faz

a mediação para o mundo real.

Brincar é tão importante quanto estudar, ajuda a esquecer momentos difíceis, quando brincamos conseguimos, sem muito esforço encontrar respostas a várias indagações, podemos sanar dificuldades de aprendizagem, bem como interagirmos com nossos semelhantes, desenvolve os músculos, a sociabilidade, a coordenação motora e além de tudo deixa qualquer criança feliz (MALUF, 2003, p. 19).

Pode-se perceber que a brincadeira de faz de conta proporciona

aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração,

da atenção. Assim brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita e

confere suas habilidades e sua autoconfiança.

Perguntou-se as entrevistadas se o brincar de faz de conta auxilia no

desenvolvimento cognitivo e motor da criança, X afirmou que auxilia muito; Y

respondeu que sim, pois ao mesmo tempo que desenvolve a linguagem, ela corre,

joga, dança aperfeiçoando o físico também e Z respondeu que sim, pois desenvolve

o imaginário, estimula a criatividade e através da brincadeira eles estão se

movimentando o tempo todo.

A criança que brinca está desenvolvendo sua linguagem oral, seu pensamento associativo, suas habilidades auditivas e sociais construindo conceitos de relações de conservação, classificação, seriação, aptidões visuo-espaciais e muitas outras. (VYGOTSKY, 1989, p. 19).

A presença de atividades lúdicas na escola oferece amplas possibilidades

para o constante desenvolvimento dos aspectos cognitivos e psicomotores da

criança e os efeitos de sua utilização podem ser observados a médio e longo prazo,

visto que a socialização e interação dela com os outros se revela como fator

importante do desenvolvimento.

Quando perguntou as entrevistadas qual o ponto positivo da utilização do

brincar de faz de conta na educação infantil, X respondeu que o ponto positivo é que

ele ajuda na socialização, no conhecimento, desperta a criatividade, o imaginário e

através do faz de conta eles vão criando regras; Y afirmou que ajuda no

desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo e Z respondeu que o ponto positivo é

que a criança descobre, aprende, ela estimula a curiosidade, auto confiança,

autonomia, desenvolvimento da linguagem da concentração.

Brincar é comunicação e expressão, associando pensamento e ação; um ato instintivo voluntário, uma atividade exploratória; ajuda às crenças no seu desenvolvimento físico, mental, emocional e social; em meio de aprender a viver e não um mero passatempo (MALUF, 2003, p. 19).

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Portanto, brincar é sinal de saúde, pois dificilmente uma criança que está

bem se nega a entrar em uma atividade lúdica. Mas, até para detectar problemas

físicos e psicológicos, as brincadeiras são úteis. Porque, enquanto brinca, a criança

expressa seus sentimentos, tanto de alegria e envolvimento como de angústia,

timidez, hostilidade, agressividade, medo, solidão, tristeza.

Socitou as entrevistadas, sugestões para melhorar o brincar na educação

infantil, X sugeriu que os alunos deveriam ter mais liberdade para brincar, mais

espaço; Y sugeriu que todas as escolas de educação infantil tivesse um espaço

adequado, brinquedos suficientes para melhor ser desenvovlidas essas brincadeira

e Z sugeriu que tivesse mais brinquedos pedagógicos, mais criatividade por parte

dos professores e que as instituições tivesse uma estrutura melhor.

Minha aproximação com a realidade do Brincar nas escolas, levou-me a perceber a inexistência de espaço para o desenvolvimento cultural dos alunos. Esse resultado, apesar de apontar na direção das ações do professor, não deve atribuir-lhe culpabilidade (MALUF, 2003, p. 28).

Divertindo-se, a criança aprende a se relacionar com os colegas e a

descobrir o mundo à sua volta. Por isso, é papel da escola garantir espaços para

atividades lúdicas, tanto em sala de aula como ao ar livre.

Dentro do exposto, percebe-se que as brincadeira são fundamentais no

desenvolvimento da criança. Estas estão inseridas na vida do indivíduo desde seu

nascimento, no contexto social, como também, no seu comportamento.

Assim, com a realização do estudo sobre o brincar de faz de conta percebe-

se que é possível uma aprendizagem diferenciada das formas tradicionais de ensino.

Na instituição escolar a criança precisa encontrar a harmonia entre o cuidar, o

educar e o brincar, e os docentes são os grandes responsáveis por essa prática

pedagógica.

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CONCLUSÃO

Este estudo possibilitou a reflexão sobre o papel da brincadeira de faz de

conta na educação infantil e a análise do brincar como um elemento de fundamental

importância para o desenvolvimento/ aprendizado da criança.

Conforme o estudo verificou-se que para os professores o brincar de faz de

conta é uma ferramenta educacional que contribui no desenvolvimento infantil.

Verificou-se também que para os professores, o brincar de faz de conta é essencial

no desenvolvimento afetivo criança. Verificou-se ainda que as brincadeiras de faz de

conta contribuem para a socialização do aluno e que o brincar de faz de conta

auxilia no desenvolvimento cognitivo e motor da criança.

Percebeu-se também, no decorrer do trabalho, que a atividade lúdica é uma

necessidade da criança, que propicia o seu desenvolvimento físico-motor,

emocional, cognitivo e afetivo. Brincando, a criança vai organizando a forma de ver o

mundo e compreendê-lo da maneira mais simples e prazerosa. O brincar permite

que a criança tenha mais liberdade de pensar e de criar para desenvolver-se

plenamente nesse mundo onde os valores e as concepções têm-se modificado a

cada dia.

Portanto, a brincadeira pode auxiliar nas atividades pedagógicas, pois o

propósito do brincar na educação infantil é muito mais amplo, sua contribuição deve

visar o desenvolvimento integral da criança, pois, por meio do brincar a criança

poderá fazer descobertas significativas, as quais a auxiliarão na formação de sua

personalidade e lhe subsidiarão na construção de sua autonomia. Por sua vez, a

conquista da autonomia é alicerce para outras realizações como ser humano.

Cabe ao educador utilizar o brinquedo para estimular o desenvolvimento da

criança, de forma a levá-la a pensar, refletir e propor soluções e situações que lhe

são demonstradas. O educador deve ser flexível o bastante para participar e aceitar

as atividades propostas pelas crianças, pois o mesmo objetivo pode ser alcançado

através de diversas formas de abordagens.

Que este trabalho possa auxiliar educadores que acreditam que podem fazer

a diferença na vida de seus alunos e tenham nas brincadeiras de faz de conta

aliados permanentes, buscando compreender o fantástico mundo da imaginação das

crianças, capaz de transformar um pedaço de papel em um avião e nele poder viajar

o mundo inteiro.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TEIXEIRA, Carlos E. J. A ludicidade na escola. São Paulo: Loyola, 1995. VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989. _________. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995. _________. O brincar na educação infantil. Caderno de Pesquisa, São Paulo. Cortez, 1999

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ANEXO

ENTREVISTA

Entrevista realizada na Escola Municipal Anjo da Guarda

1 Qual sua formação? 2 Há quanto tempo trabalha na Educação Infantil? 3 Há quanto tempo trabalha na Escola Municipal Anjo da Guarda? 4 Você é concursada? 5 Para você, o que é brincar de faz de conta? 6 Qual faz de conta é mais comum? 7 Você observa isso nas crianças? 8 O brincar de faz de conta é importante na Educação Infantil? Explique. 9 Como está sendo desenvolvida essas brincadeiras na Educação Infantil? 10 Na sua opinião o brincar de faz de conta contribui para a socialização do educando? 11 Para você, o brincar de faz de conta auxilia no desenvolvimento afetivo do aluno? 12 Na sua opinião o brincar de faz de conta é uma ferramenta educacional importante na educação infantil? 13 Segundo você, o brincar de faz de conta auxilia no desenvolvimento cognitivo e motor da criança? 14 Qual o ponto positivo da utilização do brincar de faz de conta na educação infantil? Porque? 15 Quais sugestões você daria para melhorar o brincar na educação infantil?