ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como...
Transcript of ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como...
ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O
COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO DE INDIVÍDUOS
RESIDENTES EM DIFERENTES CONCELHOS DO NORTE DE
PORTUGAL
Orientadora: Profª Drª Maria Paula Maia dos Santos
Autora: Patricia Moreira Alexandre da Silva
Porto, Setembro, 2014
Dissertação apresentada com vista à obtenção do 2º ciclo em Atividade Física e Saúde, da Faculdade de Desporto da Universidade do porto ao abrigo do Decreto de Lei nº.74/2006 de 24 de Março
Ficha de Catalogação
Silva, P. M. A (2014). Associação entre o Ambiente Percebido e o
Comportamento Sedentário de Indivíduos Residentes em Diferentes Concelhos
do Norte de Portugal. Porto: P. Silva. Dissertação de Mestrado em Atividade
Física e Saúde apresentada à Faculdade de Deporto da Universidade do Porto.
Palavras-Chave: ATIVIDADE FÍSICA; SEDENTARISMO; COMPORTAMENTO
SEDENTÁRIO; AMBIENTE.
Este trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PTDC/DES/113580/2009-
FCT/FCOMP-01-0124 FEDER-009573 financiado pela Fundação Portuguesa
para a Ciência e Tecnologia e com o apoio do Centro de Investigação em
Atividade Física Saúde e Lazer Unidade I&D (Pest OE/SAU/UI0617/2011).
Aos meus Pais, porque a
eles devo tudo o que sou.
Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar a Deus pela sua bondade, sem Ele nada
disso seria possível, por ter me dado a graça de realizar esse sonho que venho
cultivando desde 2011 quando estive na cidade do Porto pela primeira vez.
Aos meus Pais que são verdadeiros heróis, pessoas batalhadoras, nos
quais me espelho e espero ser um dia. Diante de toda a dificuldade, me deram
força pra continuar e durante esses dois anos de mestrado tornaram possível
meu sonho, estiveram comigo em todos os momentos mesmo à distância.
Sinto-me abençoada por tê-los em minha vida.
À Professora Paula Santos que me orientou, guiou e principalmente
acreditou na minha capacidade e aceitou o que seria um desafio pra mim.
À Dra. Susana Carrapatoso pela paciência, recepção no projeto e
confiança de um bom trabalho. Sem dúvida ela também fez parte disso.
À Faculdade de Desporto como um todo e seus funcionários da cantina,
reprografia, associação de estudantes, biblioteca e secretaria, todos eles
fizeram parte do meu dia-dia.
À turma de Mestrado em Atividade Física e Saúde pelo aprendizado e
por todos os momentos que tivemos durante o primeiro ano.
Aos meus amigos, aos amigos que conquistei aqui, brasileiros e
portugueses estes estarão sempre no meu coração por onde for. Jorge Beleza,
amigo Português que se tornou uma pessoa muito querida. Às minhas
companheiras de casa, Sissy Frithz, Flaviane Cabral e Monique Albuquerque,
pelo acolhimento, apoio, paciência e por se tornarem uma verdadeira família
pra mim no Porto. Pela disponibilidade e disposição de Thiago Carvalho e
Dante Yntsan. Marcelo Marques e Juliana Mendes por todo o esforço e dias
trabalhados, companheirismo e principalmente a amizade, são verdadeiros
tesouros na minha vida.
À todos muito obrigada.
Índice Geral
Índice de Quadros ............................................................................................. XI
Índice de Figuras ............................................................................................. XIII
Índice de Anexos ............................................................................................. XV
Resumo ......................................................................................................... XVII
Abstract .......................................................................................................... XIX
Abreviaturas e símbolos ................................................................................. XXI
Introdução ........................................................................................................ 25
1. Revisão de Literatura............................................................................. 31
1.1. Atividade Física e Saúde ..................................................................... 31
1.2. Sedentarismo e Comportamento Sedentário ...................................... 35
1.3. O Ambiente como Favorecedor da Atividade Física ........................... 41
2. Objetivo ................................................................................................. 47
3. Metodologia ........................................................................................... 51
3.1. Amostra ............................................................................................... 51
3.2. Concelhos de Residência .................................................................... 51
3.3. Instrumentos e Variáveis ..................................................................... 52
3.3.1. Acelerômetro ................................................................................ 52
3.3.2. Questionário de Percepção Ambiental ......................................... 53
3.4. Análise Estatística ............................................................................... 53
4. Resultados ............................................................................................. 57
5. Discussão dos Resultados .................................................................... 63
6. Conclusões ............................................................................................ 73
7. Referências Bibliográficas ..................................................................... 77
Anexo. .............................................................................................................. 87
X
XI
Índice de Quadros
Quadro 1. Frequência e percentuais de homens e mulheres de cada concelho. ......................................................................................................................... 51
Quadro 2. Média do tempo sedentário total dos diferentes concelhos de residência. ........................................................................................................ 57
Quadro 3. Percentual de respostas do questionário de percepção ambiental de cada concelho. ................................................................................................. 57
Quadro 4. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho do Porto. ............................................. 58
Quadro 5. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Lamego. ......................................... 59
Quadro 6. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Espinho. ......................................... 59
XII
XIII
Índice de Figuras
Figura 1. Classificação das atividades em diferentes intensidades de acordo com o gasto energético (Ainsworth et al., 2000). ............................................. 38
XIV
XV
Índice de Anexos
Anexo 1 – Questionário de Percepção Ambiental ............................................ 87
XVI
XVII
Resumo
O presente estudo tem como objetivo verificar a associação existente entre a
percepção que os indivíduos têm a respeito do ambiente residencial e o tempo
gasto em comportamentos sedentários em diferentes concelhos de residência
no norte de Portugal. Selecionada por conveniência, a amostra foi composta
por 65 indivíduos com mais de 60 anos de idade (64,9 ± 5,0), participantes do
Programa Nacional de Marcha e Corrida ocorrido nos concelhos do Porto,
Lamego e Espinho. Foram utilizados acelerômetros ActiGraph GT1M para
obtenção do tempo sedentário dos participantes que foram monitorados
durante 7 dias consecutivos. Para verificar as percepções ambientais foi
aplicado o questionário ALPHA (European Environmental Questionnaire)
constituído de 15 questões referentes ao tipo de habitação e à vizinhança. Os
resultados apontam uma correlação entre a percepção do ambiente e o tempo
sedentário total na amostra de residentes no Porto, nas questões “Distância
Rápida de Acesso aos Estabelecimentos” e “Taxa de Criminalidade Não
Permite Fazer Passeios Diurnos”. No concelho de Espinho esta correlação
estava presente na questão “Habitação Predominante”, enquanto em Lamego
não houve relação significativa existente em nenhuma das questões
estudadas. As associações encontradas remetem a uma preocupação
existente no campo científico em estimular comportamentos saudáveis, onde a
percepção de um ambiente mais favorável pode ser importante na promoção
destes hábitos. Além disso, através das barreiras constatadas no estudo,
podemos compreender melhor os motivos pelos quais os participantes
possuem altos valores em tempo sedentário.
Palavras-chave: ATIVIDADE FÍSICA; SEDENTARISMO; COMPORTAMENTO
SEDENTÁRIO; AMBIENTE.
XVIII
XIX
Abstract
The present study aimed to verify possible association between
individual perceptions about residential environment and time spent in
sedentary behaviour at different residence councils on the north of Portugal.
Selected by convenience, the sample was composed for 65 individuals with
more than 60 years old (64,9 ± 5,0), participants on the Programa Nacional de
Marcha e Corrida developed at the councils of Porto, Lamego e Espinho.
Accelerometers ActGraph GTM1 were used to objectively assess sedentary
time during 7 consecutives days. The environmental perceptions were
assessed with ALPHA questionnaire (European Environmental Questionnaire)
consisting of 15 issues regarding to habitation type and neighbourhood. The
results show a correlation between environmental perception and total
sedentary time at Porto residents on questions “Distance to Local Facilities” and
“Safety During the Day”. At Espinho council this correlation was present on
issue “Residential Density”, while in Lamego there was no significant relation in
any of the studied issues. Results support research on this field arguing that
perception of a favourable environment can be important to stimulate healthy
behaviour. Furthermore, through the barriers found in the study we can better
comprehend the motives why the participants have high values of sedentary
behaviour.
KEY WORDS: PHYSICAL ACTIVITY, SEDENTARY, SEDENTARY BEHAVIOUR, ENVIRONMENT.
XX
XXI
Abreviaturas e símbolos
ACSM – American College of Sports Medicine
MET – Equivalente Metabólico
AHA – American Heart Association
AFMV – Atividade Física Moderada a Vigorosa
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
p – Valor de prova
% – Porcentagem
± – Mais ou menos
< – Menor
˃ – Maior
22
23
INTRODUÇÃO
24
Introdução
25
Introdução
De acordo com World Health Organization (2004), a atividade física é um
determinante chave para o gasto energético, portanto, é fundamental para o
equilíbrio de energia e controle de peso, reduz os riscos de doenças
cardiovasculares e diabetes, além de, proporcionar melhorias substanciais para
diversas doenças, e não só às que estão associadas à obesidade. Os riscos à
saúde decorrentes da inatividade física são bem definidos na literatura, porém
globalmente, muitos indivíduos entre adultos e crianças realizam atividade
física em quantidade insuficiente no seu dia a dia para a manutenção de uma
boa saúde. Além disso, o avanço tecnológico trouxe consigo a redução
substancial das exigências físicas na rotina dos indivíduos. Segundo Seabra et
al. (2008), a atualidade é percorrida por um forte incremento da morbidade
associada à doenças não infecciosas e crônico-degenerativas que se pensa
estar em estreita dependência com a drástica alteração no estilo de vida das
populações.
A adoção de hábitos sedentários tomou ênfase na investigação científica
dos elementos que impulsionam e determinam este comportamento bem como
a atividade física. Investigação sobre correlatos (fatores associados à
atividade) ou determinantes (aqueles com uma relação causal) cresceram nas
últimas décadas e comprovam que fatores como idade, sexo, estado de saúde
e motivação estão associados à atividade física (Bauman et al., 2012). Esta é
afetada por diversos elementos, teorias e modelos comportamentais utilizados
para orientar a seleção de variáveis para o estudo.
Há evidências emergentes de que o conjunto de comportamentos
envolvendo longos períodos de inatividade e ausência de movimento do corpo
todo está claramente relacionado com risco de doenças crônicas independente
da atividade física (Hamilton et al., 2007). Desta forma, investigadores
denominam Comportamento Sedentário um termo utilizado para definir o tempo
gasto sem exercício, em atividades nas quais os indivíduos se encontrem
Introdução
26
sentados ou deitados como assistir televisão, sentar no transporte motorizado,
ou na frente de um computador no trabalho ou estudo (Barnes et al., 2012).
Este tipo de comportamento é considerado um fator de risco recém-identificado
que é comportamental e fisiologicamente distinto da inatividade física (Owen,
Healy, et al., 2010; Owen, Sparling, et al., 2010). Achados recentes comprovam
que a adoção de hábitos sedentários têm efeitos deletérios sobre a saúde e
está associada à doenças crônicas, cardiovasculares e até morte prematura
(Clark et al., 2009; Katzmarzyk et al., 2009; Martínez-Gómez et al., 2010;
Proper et al., 2011; Taylor, 2011).
Postula-se que, independente do tempo total sedentário, pausas mais
frequentes estariam associadas à atributos metabólicos mais favoráveis,
portanto, o conselho de quebrar regularmente ou interromper o tempo de
sedentarismo pode ser implementado em várias configurações, incluindo no
local de trabalho (Healy et al., 2008a). Promover níveis mais elevados quanto à
participação de adultos na prática regular de atividade física buscando redução
ou quebra do tempo no qual os adultos passam em comportamentos
sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública.
Como também, compreender que atributos ambientais podem influenciar a
atividade física.
Dentre as diversas formas de influência do comportamento humano no
tocante ao sedentarismo, o ambiente pode desempenhar um papel direto na
formação de padrões de comportamentos habituais (Owen et al., 2004) e
inclusive modificá-lo (Gardiner et al., 2011). Os adultos mais velhos, por
exemplo, podem estar particularmente suscetíveis às influências do ambiente
construído, porque eles podem preferir curtas distâncias a pé e instalações
seguras para pedestres (Carlson et al., 2012).
A prática de atividade física, no que tange ao comportamento, não é um
hábito facilmente adotado. Para tal, se faz necessário a gestão do tempo em
função do esforço individual, pois os benefícios à saúde podem não ser
imediatos ou perceptíveis, sendo alcançados a longo prazo. Diante disso, os
indivíduos criam barreiras para não aderir à prática de exercício físico com
Introdução
27
regularidade. Medo, experiências negativas, falta de companhia e má saúde
são as barreiras mais frequentemente citadas.
Desta forma é de suma importância identificar oportunidades de intervenção
para promover a mudança de comportamento sedentário, com atuação de
profissionais relacionados à saúde, empregando metodologias que estimulem
os participantes a praticar exercício físico. Neste sentido, o presente estudo
tem como objetivo verificar a associação entre o tempo que os indivíduos
gastam em comportamentos sedentários e a percepção que estes têm em
relação ao seu ambiente de residência.
A presente dissertação é composta por oito capítulos:
O capítulo I refere-se ao enquadramento teórico, uma revisão bibliográfica
científica que aborda temas sobre a atividade física e benefícios no tocante à
saúde, sedentarismo e ao comportamento sedentário, assim como a influência
do ambiente na prática de atividade física;
No capítulo II é enunciado o objetivo do presente estudo;
Seguido do capítulo III onde serão explanados os procedimentos
metodológicos que deram corpo a pesquisa ao longo do percurso da
investigação, classificando a amostra e os concelhos residenciais investigados,
descrevendo os instrumentos utilizados e a análise estatística para o
tratamento dos dados obtidos;
No capítulo IV são expostos os resultados obtidos através de tabelas, a fim
de facilitar a compreensão do leitor;
O capítulo V é realizado a partir da discussão e interpretação dos resultados
confrontando-os com a literatura e possíveis limitações existentes no estudo;
No capítulo VI serão apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões
para futuros projetos;
No capítulo VII será apresentada toda a bibliografia que deu suporte ao
estudo;
Finalmente no capítulo VIII será apresentado o anexo, correspondente ao
questionário utilizado neste trabalho.
28
29
REVISÃO DE LITERATURA
30
Revisão de Literatura
31
1. Revisão de Literatura
1.1. Atividade Física e Saúde
A partir de pesquisas realizadas no âmbito da promoção da saúde global,
percebe-se que essa sofre interferência de inúmeros fatores, desta forma,
define-se saúde nos tempos atuais não apenas pela ausência de doenças.
Pitanga (2002), identifica a saúde como uma multiplicidade de aspectos do
comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico,
mental e social. Quando se trata de saúde, a comunidade científica é enfática
ao afirmar sobre a importância de praticar atividade física na promoção, bem
como a manutenção da saúde do indivíduo, devendo valorizar este hábito
saudável no seu dia a dia. Evidências epidemiológicas nos permitem concluir
que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são
necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida (Matsudo, 2006).
A saúde global está sendo influenciada por três tendências: a) população-
envelhecimento; b) a rápida urbanização não planejada e; c) globalização, os
quais resultam em ambientes e comportamentos pouco saudáveis. Como
resultado, a crescente prevalência de doenças não transmissíveis e seus
fatores de risco tornaram-se um problema global que afeta os países de renda
média e baixa (World Health Organization, 2010). A carga crescente de
doenças não transmissíveis é um fator determinante da saúde pública global.
Em 1999, estas doenças contribuíram para cerca de 60% das mortes no
mundo, sendo quase 50% dessas mortes atribuídas às doenças
cardiovasculares. Com base em estimativas atuais, no ano de 2020, essas
doenças deverão ser responsáveis por 73% das mortes no mundo (World
Health Organization, 2002). Observa-se há algum tempo, que existe uma
inversão nas causas de mortes de doenças infecciosas para doenças
cardiovasculares, principalmente nos países desenvolvidos (Pitanga, 2000).
Está bem documentado que atividade física regular é determinante na
redução do risco de doença cardiovascular e apresenta impacto considerável
Revisão de Literatura
32
em todas as causas de mortalidade (Erlichman et al., 2002). É relevante para a
manutenção de uma boa saúde ao longo da vida e pode ser compreendida
como qualquer tipo de movimento produzido pelo corpo que resulte em
dispêndio energético. O termo atividade física pode ser definido como qualquer
movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, resultando em
gasto energético maior do que os níveis de repouso (Caspersen et al., 1985).
Dessa forma podemos subentender como exemplos: atividades diárias,
deslocamentos, atividades no lazer ou no trabalho, além de atividades
desportivas parcialmente organizadas, como sendo atividade física. Quando
ocorre de forma sistematizada é denominado exercício físico, que se configura
como uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como
objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física
(Caspersen et al., 1985).
Em crianças e adolescentes são diversificados os benefícios à saúde e
desenvolvimento, podendo citar como exemplos o favorecimento no
crescimento ósseo, nos fatores de risco de doenças cardiovasculares, no
excesso de peso e obesidade além de questões psicológicas e emocionais
(Lubans et al., 2010). Estudos comprovam um decréscimo nos níveis de
atividade física com o passar da idade de um indivíduo, com uma tendência
mais notória a partir da adolescência (Biddle et al., 2004). Pate et al. (2002),
defendem ainda que este declínio se inicia a partir dos 14 anos para ambos os
gêneros. O declínio da atividade física com a idade é uma observação
consistente na epidemiologia, existindo evidência de decréscimo acentuado do
dispêndio energético entre a adolescência e a vida adulta (Sallis, 2000).
Em um estudo randomizado com 1.018 adultos e 1.010 idosos, Alves et al.
(2010), mostraram que existe um declínio nos níveis de atividade e aptidão
física da população com o aumento da idade. Segundo Hollmann et al. (2007),
a partir dos 30 anos são adotados estilos de vida sedentários decorrentes do
envelhecimento, sendo agravados com a inatividade física. A prevalência de
inatividade é maior entre os adultos com 65 anos ou mais (US Department of
Health Human Services, 1996). Com o aumento da idade, diminui a exigência
Revisão de Literatura
33
física, principalmente em termos profissionais, no entanto, a relação inversa
que existe entre as atividades profissionais e a idade deveria ser compensada
por aumento de atividade física de lazer e exercício físico, o que habitualmente
não se observa (Camões & Lopes, 2008). Os adultos mais velhos têm baixos
níveis de atividade física diária, a maioria já perdeu a funcionalidade e está em
risco para várias doenças graves que podem surguir devido à inatividade
(Sallis, 2003).
O envelhecimento é um processo contínuo, no qual ocorre o declínio
progressivo dos processos fisiológicos. Dentre as alterações que ocorrem
podemos citar mudanças cardiovasculares, diminuição da função locomotora e
flexibilidade, além de diminuição da força muscular e massa óssea (Nóbrega et
al., 1999). Níveis satisfatórios de aptidão física estão associados à capacidade
de executar com vigor atividades físicas que conduzem a um menor risco de
desenvolvimento de doenças não transmissíveis e limitações funcionais
(Erikssen, 2001), garantindo um envelhecimento saudável, autonomia e boa
qualidade de vida. Apesar de um aumento da vulnerabilidade à doença crônica
e deficiência ser inerente ao processo de envelhecimento, as evidências
sugerem que, ser fisicamente ativo pode alterar o curso de muitas doenças que
se desenvolvem com frequência entre os idosos (Schutzer & Graves, 2004).
A pessoa idosa necessita de um nível mínimo de aptidão que lhe permita
realizar as suas tarefas cotidianas com o mínimo de fadiga; ter reservas
energéticas que permitam usufruir de outras atividades de lazer; possibilite um
mais rápido e completo restabelecimento após um período de doença;
minimize os riscos futuros de doenças e promova um sentido de bem-estar e
existência pessoal (Carvalho & Mota, 2002). Para os adultos e idosos os
benefícios da prática regular de atividade física torna-se essencial para um
envelhecimento saudável ou na gestão de uma doença já existente (Nelson et
al., 2007). O exercício e/ou atividade física surgem como coadjuvantes
fundamentais no processo de envelhecimento, no sentido de atenuar a
potencialidade desse processo natural do ser humano (Carvalho & Mota,
2002).
Revisão de Literatura
34
A atividade física regular em adultos mais velhos tem benefícios que variam
amplamente e incluem adaptações fisiológicas, metabólicas, psicológicas e
funcionais à atividade física, que podem substancialmente contribuir para a
qualidade de vida desta população (Mazzeo et al., 1998). Podemos afirmar que
reduz o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão, diabetes
tipo 2, osteoporose, câncer de mama e do cólon, além de ansiedade e
depressão (Nóbrega et al., 1999).
De acordo com Matsudo et al. (2001) a atividade física e em especial um
estilo de vida ativo regular, pode diminuir a velocidade de declínio da
mobilidade, independente da presença de doença crônica. Um programa de
atividade física auxilia não só na melhora da aptidão cardiorrespiratória, mas
também, no combate à osteoporose relacionada a fraturas súbitas do quadril,
levando a inatividade e à morte (Smith & Gilligan, 1987). A prática de atividade
física na terceira idade é recomendada para manter ou melhorar a densidade
mineral óssea e também prevenir a perda de massa magra (Nóbrega et al.,
1999).
Contudo, ainda observa-se por parte dos indivíduos um comportamento no
sentido oposto. Em estudo, Hallal et al. (2012) indicam que 31% da população
mundial não cumprem as recomendações mínimas de atividade física. De
acordo com as recomendações sugeridas pela ACSM (2007), adultos mais
velhos precisam de intensidade moderada de atividade física aeróbica para um
mínimo de 30 minutos diários ou um período mínimo de 20 minutos de
atividade física de intensidade vigorosa em três dias na semana. Ainda de
acordo com a ACSM (American College of Sports Medicine), há evidências
comprovando que adultos mais velhos que fazem menos exercícios do que o
recomendado ainda conseguem alguns benefícios para a saúde, apenas
reduzindo o comportamento sedentário. Uma diminuição relevante dos riscos
de doenças cardiovasculares é apresentada com apenas 45-75min de
caminhada por semana, segundo Manson et al. (2002).
Existem ainda barreiras específicas por idade e motivadores exclusivos
para população idosa que são relevantes e devem ser reconhecidos. A
Revisão de Literatura
35
identificação de indicadores confiáveis de adesão aos exercícios permitirá que
os profissionais de saúde possam intervir de forma eficaz para alterar os
padrões de atividade física em idosos sedentários (Schutzer & Graves, 2004).
1.2. Sedentarismo e Comportamento Sedentário
O sedentarismo é um tema emergente no âmbito da saúde pública e já
considerado o mal do século no meio científico. É caracterizado pela
inatividade física e consequentemente pouco gasto energético na vida diária de
um indivíduo, que pode ocasionar efeitos deletérios à saúde. De acordo com a
World Health Organization (2004) estão estimadas 1,9 milhões de mortes em
todo mundo decorrentes do sedentarismo. Dispositivos de informação e
comunicação e de tecnologia na economia de trabalho são agora onipresentes
em muitos ambientes (Bowden & Offer, 1994), reduzindo substancialmente as
exigências para a atividade física e, consequentemente, o gasto energético
(Lanningham‐Foster et al., 2003).
A modernidade e avanço tecnológico são contribuintes para o
desenvolvimento econômico de empresas, porém, a vida moderna após o
surgimento dessas facilidades, tem grande influência sobre o sedentarismo.
Ocorre a substituição de atividades ocupacionais que envolvem determinado
gasto energético por hábitos que requerem menor esforço físico. A influência
da globalização no mundo tecnológico vem mudando cada vez mais o estilo de
vida das pessoas, tornando-as menos ativas no seu dia a dia, resultando em
um quadro de inatividade física que diminui a qualidade de vida, e
consequentemente aumenta os riscos à saúde (Amer et al., 2008). No decorrer
dos últimos 50 anos, a atividade física ocupacional teve decréscimo acentuado
(Brownson et al., 2005), pois a mecanização do trabalho e as atividades
domésticas diminuíram de forma significativa a atividade física da vida moderna
(Camões & Lopes, 2008).
Revisão de Literatura
36
A vida sedentária é compreendida como um dos fatores que mais
contribuem para uma saúde debilitada e morte precoce. Deste modo, a
inatividade física é reconhecida como um preditor de doenças cardiovasculares
e metabólicas. Características sociodemográficas como sexo, idade,
escolaridade, ocupação e estado civil parecem assumir-se como fatores
determinantes de um estilo de vida sedentário (Elizondo-Armendáriz et al.,
2005). A inatividade física é um importante contribuinte para doenças não
transmissíveis, como a obesidade (Azevedo et al., 2007). À medida que a
carga global de doenças não transmissíveis aumenta, fatores de risco como
sedentarismo tornam-se relevantes em países de baixa e média renda, não
apenas nas nações mais desenvolvidas (Bauman et al., 2012). Situação a que
deve ser dada devida atenção, pois, é considerada um dos maiores problemas
de saúde pública nas sociedades modernas.
O termo Comportamento Sedentário é uma expressão utilizada para
caracterizar um conjunto de atividades, realizadas na posição sentada ou
deitada, que apresentam um gasto energético próximo aos valores de
repouso/basal (1,0-1,5 MET), incluindo atividades como assistir televisão,
utilizar o computador, jogar videogame, conversar com os amigos, falar ao
telefone, dentre outras atividades similares (Thorp et al., 2011). O tempo gasto
em comportamentos sedentários está relacionado com os biomarcadores de
risco de doenças entre os adultos (Clark et al., 2009). Revisões sistemáticas de
estudos epidemiológicos prospectivos demonstraram uma relação positiva
entre tempo prolongado de comportamento sedentário e todas as causas de
morte por doenças cardiovasculares e metabólicas (Proper et al., 2011; Taylor,
2011).
Comportamentos sedentários envolvem a posição de sentada ou deitada e
são caracterizadas por baixos níveis de intensidade metabólica (Ainsworth et
al., 2000). É fundamental destacar que uma pessoa é considerada fisicamente
inativa quando não atinge as recomendações de atividade física,
diferentemente do comportamento sedentário que é expresso em relação ao
gasto energético e intensidade das atividades diárias do indivíduo. Porém, o
Revisão de Literatura
37
ato de sentar, não está diretamente relacionado ao comportamento sedentário
quando se trata de pedalar uma bicicleta. Devendo limitar o termo ao enfatizar
o fato de estar sentado de forma inativa.
Nessa nova perspectiva, a falta de exercício pode ser trabalhada em duas
categorias distintas: (a) o comportamento sedentário, caracterizado por
atividades que tem um gasto energético de até 1,5 METs como, por exemplo,
sentar e assistir televisão; (b) as atividades físicas leves, tais como atividades
da vida diária, as quais demandam níveis energéticos entre 1,6 e 2,9 METs
(Mielke, 2012). Comportamentos sedentários como ver televisão, usar o
computador, ou estar sentado em um automóvel normalmente estão na faixa
de gasto de energia de 1,0 a 1,5 METs. Em contraste, atividade física
moderada a vigorosa, como andar de bicicleta, nadar, caminhar ou correr
requer um gasto energético de 3 a 8 METs. Nesta perspectiva, os
comportamentos de atividade de intensidade leve são aqueles feitos em pé,
mas que requerem despesas de não mais de 2,9 METS (Ainsworth et al.,
2000).
Revisão de Literatura
38
Figura 1. Classificação das atividades em diferentes intensidades de acordo com o gasto energético (Ainsworth et al., 2000).
Pesquisas epidemiológicas e fisiológicas têm demonstrado novas
consequências para saúde quando se trata do comportamento sedentário e
prolongado tempo sentado, no qual são independentes das causas atribuídas à
falta de atividade física (Owen et al., 2011). Um estudo objetivou associar a
relação entre o comportamento sedentário e fatores de risco cardiovascular em
adolescentes. Publicado na revista espanhola de cardiologia, Martínez-Gómez
et al. (2010), encontraram correlações positivas nessa relação, sugerindo que o
tempo que os adolescentes gastam diariamente em atividades sedentárias está
relacionado a um maior risco cardiovascular. O tempo que se passa sedentário
(sentado) foi identificado recentemente como fator de risco para doenças
crônicas e obesidade, sendo este tipo de comportamento distinto da falta de
atividade física. Katzmarzyk et al. (2009), em um outro estudo com uma
amostra composta por 17.013 Canadenses de 18 a 90 anos de idade,
Revisão de Literatura
39
relataram que independente da atividade física de lazer, existe uma associação
entre o tempo sentado com a mortalidade e doenças cardiovasculares.
Um indivíduo pode ser considerado ativo de acordo com as diretrizes de
atividade física, porém apresentar hábitos sedentários durante o seu dia a dia.
Ou seja, comportamento sedentário e atividade física podem coexistir (Farias
Júnior, 2012). O American College of Sports Medicine (ACSM) em parceria
com o American Heart Association (AHA), recomendam que indivíduos adultos
devem acumular 30 minutos ou mais de atividade física moderada a vigorosa
(AFMV) por pelo menos 5 dias na semana (Nelson et al., 2007). O tempo gasto
sentado é identificado como potencial fator de risco para o desenvolvimento de
doenças crônicas, mesmo em pessoas que cumprem as recomendações de 30
minutos diários de atividade física (Farias Júnior, 2012; Healy et al., 2008b;
Owen et al., 2009).
O tempo prolongado em comportamento sedentário poderá promover
efeitos nocivos à saúde, o que sugere que este hábito representa um fator de
risco em potencial para a saúde das pessoas (Farias Júnior, 2012). No entanto,
o tempo diário gasto em uma posição sentada ou deitada suficiente para afetar
a saúde dos adultos mais velhos ainda é desconhecido (Monego & Barbosa,
2014), tendo em vista que estes gastam boa parte do tempo que passam
acordados no dia em comportamentos sedentários diversos.
De acordo com Matthews et al. (2008) estima-se que cerca de 51-68% do
total de horas acordadas dos adultos são passadas em tempo sedentário. Em
estudo desenvolvido recentemente Matthews et al. (2012), testaram a hipótese
de que uma maior quantidade de tempo sentado em geral e a assistir televisão,
está associada positivamente com a mortalidade. Foram descritos os efeitos
independentes e combinados destes comportamentos sedentários e atividade
física moderada a vigorosa (AFMV) sobre a mortalidade. Desta forma a
associação mostrou-se positiva quando correlacionados o tempo sedentário
com a mortalidade. Determinando que aqueles que passavam mais horas
assistindo televisão e também relataram altos níveis de AFMV tinham 50%
maior risco de morte por todas as causas analisadas e apresentava duas vezes
Revisão de Literatura
40
maior risco de morte por doença cardiovascular, em comparação àqueles que
relataram a mesma quantidade de exercício, porém menos horas assistindo
televisão.
Fatores sociais (demanda familiar/trabalho), ambientais (o ambiente de
trabalho) e organizacionais (salas de reunião/aula) podem influenciar nessa
configuração de comportamento. Investigações mostram que adultos chegam a
passar cerca de 9 horas do seu dia em comportamentos sedentários e 6 horas
em atividades físicas de leve intensidade (predominantemente em pé com
alguma movimentação) (Healy et al., 2007).
O comportamento sedentário parece ser visto por mulheres mais velhas
como uma necessidade, o tempo sentado é construído de acordo com as suas
rotinas como forma de gerir sintomas de doenças crônicas, tais como dores ou
conservação de níveis de energia para tornar a vida mais fácil e agradável
(Chastin et al., 2014). Em pesquisa, Healy et al. (2007), mostram que existe
uma associação significativa entre atividade física de intensidade leve com a
concentração de glicose no sangue. Além disso, o tempo gasto em atividades
de intensidade leve e o tempo de sedentarismo foram negativamente
correlacionados, concluindo então que, quanto mais tempo os participantes
gastam em atividades de intensidade leve, menos tempo eles passam
sedentários. Os achados sugerem ainda que a promoção de atividade física de
intensidade leve pode ter uma abordagem positiva e exequível, contra as
consequências nocivas à saúde decorrentes do sedentarismo.
Um estudo que procurou modificar o comportamento sedentário em adultos
mais velhos, e mostrou que é possível alterar a quantidade de tempo sentado
em mulheres jovens saudáveis e adultos mais velhos através de intervenções
comportamentais adaptadas (Gardiner et al., 2011). Na literatura encontramos
Healy et al. (2008a), que fazem associação das quebras (pausas) no tempo
sedentário objetivamente medido com os marcadores biológicos de risco
metabólico. Evidenciou-se que mais interrupções no tempo de sedentarismo
foram beneficamente associadas às variáveis metabólicas de risco,
particularmente medidas de adiposidade, triglicerídes e glicose plasmática a 2
Revisão de Literatura
41
horas. Resultados estes que conferem importantes implicações na saúde
pública. Os adultos devem ser estimulados a reduzir o tempo gasto em
comportamentos sedentários, quando possível, e a participar de AFMV em
níveis recomendados. Reduzir o tempo que adultos gastam em
comportamentos sedentários deve ser visto como uma possível prioridade na
promoção da saúde pública (Hamilton et al., 2008).
1.3. O Ambiente como Favorecedor da Atividade Física
O reconhecimento da atividade física como promotora da saúde global,
podendo ser praticada nos mais variados ambientes, é fato que não deve ser
negado. De acordo com Spirduso (1994), a população adulta reconhece tão
bem os benefícios da atividade física na vida diária, porém continua sedentária.
A promoção de atividade física em níveis mais elevados no público adulto se
tornou uma questão de suma importância no âmbito da saúde pública a ser
problematizada e estudada ao longo dos anos. Faz-se necessário entender
uma série de fatores psicológicos, sociais, de saúde e ambientais que facilitam
ou inibem os idosos a participar de atividades físicas (Kaplan et al., 2001).
Contudo, existem barreiras que impedem a adesão de indivíduos idosos à
prática de atividade física. Enquanto, a importância de um estilo de vida ativo é
bem conhecida, o idoso muitas vezes acredita ser muito velho ou fraco para
realizar atividade física, e o exercício raramente é visto como um medicamento
de prescrição necessária (Schutzer & Graves, 2004).
O indivíduo passa por diferentes fases que evidenciam vários níveis de
atividade física durante a vida. Como determinantes desse complexo
comportamento, duas categorias podem influenciar os padrões de atividade
física: as características individuais, incluindo motivações, auto eficácia,
habilidades motoras e outros comportamentos de saúde; e as características
ambientais, como o acesso ao trabalho ou espaços de lazer, custos, barreiras
de disponibilidade temporal e suporte sociocultural (Sherwood & Jeffery, 2000).
Revisão de Literatura
42
O conceito de auto eficácia é identificado como um determinante importante no
comportamento de praticar exercício na população e se define como a crença
de um indivíduo em sua capacidade de executar com sucesso um
comportamento específico (Schutzer & Graves, 2004).
Percepções ambientais desempenham um papel importante na relação
entre atividade física e ambiente, porque o modo como as pessoas percebem e
interpretam seu ambiente pode afetar seus padrões de atividade física
(Blacksher & Lovasi, 2012). Podemos encontrar na literatura diversos artigos
publicados ao longo dos anos que objetivaram identificar as principais barreiras
associadas à prática de atividade física, evidencia-se a falta de tempo como o
fator mais citado (Brownson et al., 2001; Godin et al., 1994; Jaffee et al., 1999;
Johnson et al., 1990; Lian et al., 1999; Wilcox et al., 2003; Yoshida et al., 1987).
Os idosos com mais frequência citam a má saúde como a principal barreira
para à prática de atividade e exercício físicos (Schutzer & Graves, 2004), além
de relatarem problemas de saúde e dores como impedimentos (Cohen-
Mansfield et al., 2003). Muitas vezes os idosos percebem os sintomas
associados ao exercício como negativos: transpirar, respiração mais ofegante,
e dores musculares típicas durante o exercício são considerados por alguns a
fazer mais mal do que bem (Schutzer & Graves, 2004).
Um estudo realizado com adultos mais velhos com idade entre 75-81 anos
objetivou considerar os principais motivos e barreiras à prática de atividade
física. Concluiu que aqueles com mobilidade severamente limitada mais
frequentemente relatam problemas de saúde, medo, falta de companhia e um
ambiente inadequado para a prática do que aqueles sem limitação de
mobilidade, porém estes têm ciência da importância do exercício físico na
gestão da doença (Rasinaho et al., 2007).
Pelo extenso número de artigos publicados, surgiu a necessidade de
investigação dos fatores ambientais que influenciam a prática de atividade
física, a fim de compreender a adoção de comportamentos inativos dos
indivíduos e buscar alterá-los. Tais fatores foram classificados em sete
Revisão de Literatura
43
domínios: demográficos e biológicos, psicológicos, cognitivos e emocionais,
atributos comportamentais e habilidades, sociais e culturais, ambientes físicos,
e características de atividade física (esforço e intensidade percebida) (Dishman
& Sallis, 1994; Sallis & Owen, 1999).
Os atributos do ambiente são um tema relevante que vem conquistando
importante espaço em estudos realizados por gestores e formuladores de
programas que buscam desenvolver melhores políticas públicas. Nessa
conjuntura, os modelos ecológicos de comportamentos destacam a relevância
de se levar em consideração os diversos níveis de influência no
desenvolvimento de intervenções. Modelos ecológicos de comportamentos de
saúde prestam contas da interação das pessoas com vários níveis de
determinantes dentro de seus ambientes físicos e socioculturais, reconhecendo
que tanto o ambiente físico como o comportamento das pessoas são moldados
por influências sociais e organizacionais (Humpel et al., 2002).
Além dos atributos individuais e sociais, fatores ambientais e políticos
devem afetar a atividade física em diferentes domínios (por exemplo, de
transporte ou de lazer) e diferentes configurações (por exemplo, bairros,
parques) (Sallis et al., 2008). Segundo Humpel et al. (2002), tanto os atributos
ambientais percebidos quanto os objetivamente determinados (particularmente
estética, conveniência e acesso) estão associados a uma maior probabilidade
de atividade física. Estudos de anos anteriores já avaliavam as características
ambientais e mostravam que variáveis como a conveniência de instalações e o
acesso a equipamentos em casa estão relacionados à prática de atividade
física (Dishman & Sallis, 1994; Sallis et al., 1989).
Ambientes ricos em recursos relevantes para a atividade física tais como
calçadas, parques e clubes de saúde, podem tornar mais fácil para as pessoas
serem fisicamente ativas. Ambientes que carecem de recursos relevantes ou
constituem barreiras, tais como intempéries ou altas taxas de criminalidade,
podem atuar na redução da probabilidade de que os residentes serão
fisicamente ativos (Sallis et al., 1997). Esses recursos de acordo com, Sallis et
al. (1997), consideram o contexto físico e social em que o comportamento
Revisão de Literatura
44
ocorre. A literatura tem mostrado associação entre ambiente físico construído e
atividade física de adultos (Humpel et al., 2002; Owen et al., 2004), além da
proximidade de instalações de recreação, características relacionadas à
qualidade estética parecem frequentemente associada à atividade física no
tempo livre (Owen et al., 2004; Van Dyck et al., 2011).
A presença de facilitadores inseridos no ambiente colaborando na
estética, como equipamentos e ambientes atraentes atuam de forma positiva
estimulando a prática de atividade física. Em contrapartida a existência de
barreiras como falta de segurança, pode ser vista pela população como
obstáculo atuando de forma negativa neste contexto. Ambientes físicos têm a
capacidade de facilitar ou dificultar a atividade física (King et al., 1995). Em
estudo Hovell et al. (1992), examinaram mudanças no padrão de caminhada
por mais de dois anos e constataram que o número de instalações
convenientes relatados no início do estudo foi associado com um aumento da
caminhada. Em outro estudo Sugiyama et al. (2014), encontraram a estética do
bairro como um atributo ambiental que teve um conjunto informativo nas
relações com a caminhada recreativa. Afirmam ainda, que fazer bairros
agradáveis para caminhar por meio de projeto urbano, recursos naturais, como
a vegetação e água, e a manutenção pode atrair moradores a andar com mais
frequência por recreação, sendo este um forte incentivo.
Posto isso, torna-se premente a necessidade do desenvolvimento de
políticas relevantes e intervenções eficazes no sentido de identificar os fatores
que podem ser alterados para influenciar positivamente o comportamento da
atividade física (Humpel et al., 2002; Owen et al., 2004). Vale evidenciar que
muitas das barreiras ambientais são potencialmente removíveis por um melhor
planejamento social. Países têm incluído nas suas políticas nacionais de saúde
o desenvolvimento de estratégias que visem o aumento da inclusão do
exercício físico na vida dos idosos. Encontrar maneiras de proporcionar aos
adultos mais velhos oportunidades para adquirir experiências positivas de
exercício, pode ser mais eficaz do que apenas informá-los a respeito dos seus
benefícios (Rasinaho et al., 2007).
45
OBJETIVO
46
Objetivo
47
2. Objetivo
Verificar a associação entre a percepção que os indivíduos têm a respeito
do ambiente residencial e o tempo gasto em comportamentos sedentários em
diferentes concelhos de residência do norte de Portugal.
48
49
METODOLOGIA
50
Metodologia
51
3. Metodologia
3.1. Amostra
A amostra do presente estudo foi selecionada por conveniência, composta
por 65 indivíduos adultos com mais de 60 anos de idade (64,9 ± 5,0), sendo 26
homens e 39 mulheres, participantes do projeto de investigação do Programa
Nacional de Marcha e Corrida ocorrido nos concelhos do Porto, Lamego e
Espinho. Tendo como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 60 anos
além de, não ter qualquer contraindicação referente à prática de exercício físico
e participação voluntária. Os participantes reuniam-se três vezes na semana e
pelo menos durante uma hora realizavam exercícios aeróbicos e resistidos.
Quadro 1. Frequência e percentuais de homens e mulheres de cada concelho.
Frequência Percentual Total Masculino Feminino Masculino Feminino
Porto 7 15 26,9 38,5 22
Espinho 14 11 53,8 28,2 25
Lamego 5 13 19,2 33,3 18
Total 26 39 100 100 -
3.2. Concelhos de Residência
Os concelhos de residência participantes na investigação foram escolhidos
por conveniência, e são pertencentes à região norte de Portugal. As
informações a seguir são referentes à área e ao número de habitantes de cada
região citada, a fim de familiarizar a respeito das diferenças geográficas e
populacionais de cada um dos concelhos.
O Porto é um concelho localizado a noroeste de Portugal também
conhecida como a capital do norte. Sede de um município que de acordo com o
INE (2011) possui uma área de 41.42 km², tendo uma população de 237.591
habitantes e segundo o senso de 2011, possui cerca de 44.324 edifícios. O
município de Espinho tem uma área urbana de 21.06 km² e uma população
residente de 31.786 habitantes e cerca de 8.889 edifícios. Lamego tem como
52
sede do município 165.42 km² de área e 26.671 habitantes. De acordo com o
senso de 2011, tem 12.398 edifícios.
3.3. Instrumentos e Variáveis
3.3.1. Acelerômetro
Para obtenção do tempo que os indivíduos gastam em comportamentos
sedentários, ultilizamos o Acelerômetro ActiGraph GT1M como instrumento de
avaliação objetiva. Através desse dispositivo é possível obtermos informações
a respeito da quantidade, frequência e duração da atividade física. Os
acelerômetros são sensores de movimentos, sensíveis à variação na
aceleração do corpo em um ou nos três eixos e, por isso, capazes de medir
direta e objetivamente frequência, intensidade e duração dos movimentos
referentes à atividade física realizada (Melby et al., 2003). Os acelerômetros
representam uma ferramenta válida e útil na avaliação da atividade física
(Freedson et al., 1998). O tempo despendido pelo sujeito em cada nível de
atividade é expresso em minutos e a intensidade da atividade durante cada
período de registro é expressa por uma medida padronizada designada
“counts”. Quanto maior for o número de “counts” obtido maior terá sido a
atividade desenvolvida pelo indivíduo (Jorge et al., 2002). Os participantes
foram monitorados durante 7 dias consecutivos e após esse tempo recolhidos
para tratamento dos dados obtidos através do programa ActiLife. Para a
análise dos dados no programa ActiLife foram validados os indivíduos que
tinham no mínimo 4 dos 7 dias e pelo menos 8 horas diárias de uso do
acelerômetro segundo Trost et al. (2005). Aplicaram-se os pontos de corte em
conformidade com Copeland & Esliger (2009), que de acordo com o estudo,
considera Tempo Sedentário de 0-100 counts; Atividade leve vai de 100-1040
counts; Atividade Moderada encontra-se entre 1041-2503 counts e Atividade
Vigorosa >2504 counts. Desta forma foi possível definir através de counts/min
o tempo sedentário de cada indivíduo durante cada hora do dia.
Metodologia
53
3.3.2. Questionário de Percepção Ambiental
O questionário ALPHA (European Environmental Questionnaire) foi aplicado
para medir as percepções ambientais em relação à atividade física. Consiste
em averiguar a percepção dos indivíduos em relação ao ambiente em que
vivem (Spittaels et al., 2010). As questões são todas referentes ao tipo de
habitação e à vizinhança, os questionamentos foram realizados com intermédio
de um entrevistador. Este aplicava o inquérito no mesmo dia em que eram
colocados os acelerômetros nos participantes.
O inquérito consistia em 15 questões que englobavam temas como
predominância habitacional da área, distância a pé aos estabelecimentos e
paragens, quantidade de veículos na família, infraestrutura de passeios e
ciclovias, segurança e estética. As afirmações tinham como possíveis
respostas cinco opções: Discorda completamente; Discorda de certa forma;
Concorda de certa forma; Concorda completamente e Não sabe/Não tem
certeza. Diante disso foi feito um agrupamento das opções de respostas em
dois grupos apenas. O grupo dos que Concordam com as proposições,
englobando “Concorda completamente” e “Concorda de certa forma”, e o grupo
dos que Discordam agrupando as respostas “Discorda completamente” e
“Discorda de certa forma”. A assertiva “Não sabe/não tem certeza” não foi
agrupada por não apresentar relevância para a pesquisa.
3.4. Análise Estatística
Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o programa SPSS 20.0
(Statistical Package for the Social Sciences). Na caracterização da amostra foi
realizada uma análise descritiva com base na frequência e porcentagem. Para
as associações entre as variáveis de tempo sedentário e percepção do
ambiente foi usado a Correlação de Spearman.
Averiguou-se que a variável “Tempo Sedentário Total” da amostra
apresenta uma distribuição normal através do teste de Kolmogorov-Smirnov
54
podendo afirmar-se que esta é simétrica e contínua, desta forma podem ser
utilizados testes paramétricos. Foi realizado então o teste de One-Way Anova
entre a variável escalar “Tempo Sedentário Total” e a variável nominal
“Concelho de Residência”, testando se as médias da variável em cada
categoria são ou não iguais. O Post-Hoc utilizou-se Bonferroni por possuir
pequenos grupos e se adotou o nível de significância 5% (p<0,05) para todos
os procedimentos estatísticos, apresentando diferença significativa nas médias
entre os concelhos de Porto e Espinho.
As variáveis “Criminalidade noturna”, “Criminalidade diurna” e “Trânsito”
foram recodificadas de forma a obter respostas que apresentem o mesmo
sentido das demais do questionário. Sendo assim, as proposições com
menores numerações equivalem às respostas que concordam com a
afirmação.
55
RESULTADOS
56
Resultados
57
4. Resultados
Quando realizado o teste Anova podemos observar as seguintes médias
entre o tempo sedentário total de cada concelho de residência:
Quadro 2. Média do tempo sedentário total dos diferentes concelhos de residência.
Médias f Espinho Porto Lamego
Tempo Sedentário Total
2825,6933
3651,1500*
3371,1667
6,069
*p<0,05 comparisons post-hoc teste Bonferroni.
Para o questionário ALPHA de percepções ambientais obtivemos as
seguintes respostas em cada inquérito:
Quadro 3. Percentual de respostas do questionário de percepção ambiental de cada concelho. Questão Concelho de Residência
Porto Espinho Lamego
Habitação Predominante
Moradas independentes
Casa geminadas,
prédios de 2-3 andares
Prédios 4-12 andares
Prédios mais 12 andares
17,6%
11,8%
11,8%
58,8%
27,8%
27,8%
27,8%
16,7%
52,9%
17,6%
-
29,4%
Distância de acesso
aos estabelecimentos
Mais de 15 minutos
6-10 minutos
11-15 minutos
1-5 minutos
-
11,8%
41,2%
47,1%
5,6%
22,2%
33,3%
38,9%
-
88,2%
11,8%
Tempo para chegar a uma
Paragem de transportes
Mais de 15 minutos
6-10 minutos
11-15 minutos
1-5 minutos
-
-
17,6%
82,4%
17,6%
5,9%
17,6%
58,8%
-
11,8%
35,3%
52,9%
As ruas têm passeios Concordam
Discordam
94,1%
5,9%
77,8%
22,2%
70,6%
29,4%
Passeios em bom estado de
conservação
Concordam
Discordam
88,3%
11,8%
82,3%
17,7%
58,8%
11,8%
Faixas de circulação de ciclistas Concordam
Discordam
11,8%
88,2%
38,8%
61,1%
-
100%
Faixas de ciclistas em bom estado de
conservação
Concordam
Discordam
50%
50%
44,4%
55,6%
-
-
Zonas de recreação gratuitas Concordam
Discordam
29,4%
70,6%
72,2%
27,8%
23,5%
76,4%
Resultados
58
Criminalidade noturna não permite
fazer passeios
Concordam
Discordam
47%
53%
22,2%
77,8%
23,5%
76,5%
Criminalidade diurna não permite fazer
passeios
Concordam
Discordam
11,8%
88,2%
11,1%
88,9%
5,9%
94,1%
Trânsito torna desagradável andar a pé Concordam
Discordam
29,4%
70,5%
35,3%
64,7%
23,5%
76,5%
Pessoas praticam exercícios físicos Concordam
Discordam
47%
53%
83,3%
16,7%
58,8%
41,2%
Coisas interessantes para ver enquanto
passeia
Concordam
Discordam
17,7%
82,4%
50%
50%
23,5%
76,5%
Quantidade de veículos
0
1
2
3
17,6%
64,7%
17,6%
-
-
66,7%
27,8%
5,6%
11,8%
64,7%
17,6%
5,9%
Cruzamentos na área
residencial
Concordam
Discordam
76,5%
23,5%
100%
-
29,4%
70,5%
Quando analisada a associação entre a percepção dos indivíduos em
relação a sua zona residencial e o tempo sedentário total adquirido de forma
objetiva através de acelerômetros, encontramos os resultados das tabelas 3, 4
e 5 referentes aos concelhos do Porto, Lamego e Espinho respectivamente.
Quadro 4. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho do Porto.
N°
Questão
Correlação com o Tempo Sedentário Total
1
Habitação Predominante
-,028
2
Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos
-,558*
3
Tempo para chegar a uma paragem de transportes
,157
4
As ruas têm passeios
,204
5
Os passeios estão em bom estado de conservação
-,155
6
Faixas de circulação para ciclistas
,410
7
As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação
,105
8
Zonas de recreação gratuita
,450
9
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos
,054
10
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos
-,551*
11
Trânsito torna desagradável andar a pé
-,342
12
Pessoas praticam exercício nas ruas
,075
13
Coisas interessantes para ver enquanto se passeia
-,176
14
Quantidade de veículos
-,283
15
Muitos cruzamentos na minha área residencial
,217
Resultados
59
Quadro 5. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Lamego.
N°
Questão
Correlação com o Tempo
Sedentário Total
1
Habitação Predominante
-,362
2
Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos
,149
3
Tempo para chegar a uma paragem de transportes
,015
4
As ruas têm passeios
-,263
5
Os passeios estão em bom estado de conservação
-,073
6
Faixas de circulação para ciclistas
.
7
As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação
.
8
Zonas de recreação gratuita
-,198
9
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos
,151
10
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos
-,357
11
Trânsito torna desagradável andar a pé
,098
12
Pessoas praticam exercício nas ruas
-,299
13
Coisas interessantes para ver enquanto se passeia
-,269
14
Quantidade de veículos
,177
15
Muitos cruzamentos na minha área residencial
,466
Quadro 6. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Espinho.
N°
Questão Correlação com o Tempo
Sedentário Total
1
Habitação Predominante
,544*
2
Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos
,069
3
Tempo para chegar a uma paragem de transportes
,137
4
As ruas têm passeios
,386
5
Os passeios estão em bom estado de conservação
-,461
6
Faixas de circulação para ciclistas
-,015
7
As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação
-,088
8
Zonas de recreação gratuita
,419
9
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos
-,025
Resultados
60
10
Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos
,188
11
Trânsito torna desagradável andar a pé
-,413
12
Pessoas praticam exercício nas ruas
,201
13
Coisas interessantes para ver enquanto se passeia
,220
14
Quantidade de veículos
,111
15
Muitos cruzamentos na minha área residencial
-,351
61
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
62
Discussão
63
5. Discussão dos Resultados
Como principais resultados, pode-se apontar o maior valor médio de tempo
sedentário no Porto, quando comparado aos demais concelhos de residência
referidos. Na correlação entre a percepção do ambiente e o tempo sedentário
total da amostra do Porto, foi constatada associação significativa nas questões
“Distância Rápida de Acesso aos Estabelecimentos” e “Taxa de Criminalidade
Não Permite Fazer Passeios Diurnos”. No concelho de Espinho esta correlação
estava presente na questão “Habitação Predominante”, enquanto em Lamego
não houve correlação significativa em nenhuma das questões.
Os residentes no concelho do Porto exibem maiores valores de tempo
sedentário quando relacionado aos outros concelhos de residência. De acordo
com Owen et al. (2011) uma pessoa que vive em um subúrbio em
desenvolvimento quando comparada com uma pessoa que vive em um bairro
antigo perto do centro da cidade, pode apresentar padrões de comportamento
diários muito diferentes.
Podemos notar essas diferenças quando comparamos os resultados dos
questionários nos distintos concelhos, onde o Porto tem maiores percentuais
de respostas negativas nos temas de faixas de circulação de ciclistas, zonas
gratuitas de recreação, pessoas praticando exercício físico e cruzamentos na
área residencial, além da predominância de prédios muito altos. Esses fatores
podem ser vistos de forma desfavorável à pratica de atividade física e adoção
de hábitos saudáveis.
No presente estudo averiguou-se o tempo sedentário entre os diferentes
concelhos de residência, sendo dois deles (Porto e Espinho) localizados mais
próximos ao litoral, porém divergentes em questões geográficas como área e
número de habitantes, e o concelho de Lamego localizado no interior de
Portugal. Ademais, o percentual de respostas do questionário ALPHA (exposto
na tabela 3) nos mostra que 58,8% dos residentes do concelho do Porto vivem
em prédios com mais de 12 andares. Sendo o Porto o concelho com o maior
número de habitantes entre as três localidades referidas, afirmamos que o
Discussão
64
Porto possui uma maior “densidade populacional”, justificando a significância
do concelho em relação à média apresentada em comportamentos sedentários.
Forsyth et al. (2007), afirmam que no geral, as maiores densidades
residenciais têm muitos benefícios em termos de uso eficiente da infraestrutura,
acessibilidade da habitação, eficiência energética. Os autores propõem ainda,
que a maior densidade residencial aumenta os congestionamentos do tráfego e
que este afeta a atividade física de adultos mais velhos negativamente nos
bairros de maiores densidades, porém apresenta resultados inconclusivos.
Atribuimos os resultados obtidos aos fatores ambientais que podem influenciar
nesses valores positiva ou negativamente. Em estudo com adultos portugueses
de uma amostra açoriana, Santos et al. (2008), verificaram a influência de
diversas características ambientais como infraestrutura, acesso a locais,
ambiente social e estética que foram associados positivamente aos níveis de
atividade física da amostra referida.
Na tabela 3 são expressos os resultados percentuais de cada questão do
inquérito, a partir deste seguimento torna-se possível extrair algumas
conclusões a respeito da área residencial em que vivem. O ambiente tem
grande influência no estilo de vida das pessoas e no poder de escolha por
hábitos saudáveis (Florindo et al., 2011).
No concelho do Porto 58,8% da amostra mora em prédios com mais de 12
andares enquanto em Espinho existe um misto de moradas independentes,
casas geminadas ou prédios de 2-3 andares e prédios de 4-12 andares todos
apresentando um percentual de 27,8. Já em Lamego predominam as moradias
independentes com 52,9% dos indivíduos.
Quando se trata da distância rápida aos estabelecimentos os indivíduos
moradores do Porto e Espinho residem a uma distância de 1-5min ou 11-15min
dos estabelecimentos. Já os de Lamego moram a uma distância média dos
estabelecimentos de 6-10min. No quesito tempo para chegar a uma paragem
de transportes, 82,4% do Porto moram próximos e levam até 5 min a uma
paragem assim como os sujeitos de Espinho (58,8%) e Lamego (52,9%). A
maioria percentual, nos três concelhos citados, concorda com a afirmação de
Discussão
65
que sua localidade possui passeios e estes estão em bom estado de
conservação. Os residentes do Porto concordam que existem faixas
específicas para ciclistas e estas se encontram em bom estado de
conservação. Os moradores de Espinho e Lamego apresentam altos
percentuais ao discordar sobre a existência de ciclovias. Na assertiva a
respeito das zonas de recreação gratuita apenas o Porto discorda da alegação.
Os percentuais estão aproximados no que concerne à criminalidade nortuna
em que 47% correspondem aos que concordam e 53% não corroboram com
esta afirmação. Em espinho e Lamego os sujeitos discordam que a
criminalidade não permite fazer passeios diurnos assim como noturnos. Os
indivíduos dos três concelhos são predominantes ao atestar que o trânsito não
torna desagradável andar a pé. Há uma proximidade nos percentuais
apresentados em relação a pessoas praticando exercícios físicos no concelho
do Porto, em que 47% disseram que sim e 53% não. Enquanto que há
prevalência de respostas positivas nos concelhos de Espinho e Lamego. No
item “coisas interessantes para ver enquanto passeiam” os três concelhos
admitem não as ter. A predominância de apenas um veículo na família foi
constatada. Espinho e Porto concordam na afirmação de que existem
cruzamentos na sua área residencial enquanto Lamego não corrobora com
esta afirmação.
Segundo Sallis et al. (2006), a prática de atividade física e a adoção de
alimentação saudável são comportamentos complexos e que mudanças
nessas condutas dependem também das características do ambiente. De
acordo com o que foi explanado, os indivíduos da amostra percebem seu
ambiente positivamente no que concerne à estrutura do bairro, proximidade
aos estabelecimentos, trânsito e criminalidade, que são aspectos
favorecedores a uma conduta mais saudável.
Ao analisar as correlações encontradas entre o questionário ALPHA e a
variável de tempo sedentário total, verificou-se que a “Distância Rápida de
acesso aos estabelecimentos” no concelho do Porto também apresentou uma
significativa correlação negativa, onde podemos interpretar que quanto mais
perto os estabelecimentos são, menos tempo é gasto em comportamentos
Discussão
66
sedentários. Essas pessoas concordam com a proximidade dos
estabelecimentos e lojas, consequentemente diminuem o tempo que passam
sedentárias, reafirmando os achados científicos.
Na literatura podemos encontrar Saelens et al. (2012) que fazem referência
do andar como forma de lazer relacionado com a seleção residencial de fácil
acesso a locais. Essa variável teve altos escores indicando maior interesse em
ter acesso fácil aos lugares. Segundo o estudo as pessoas são mais propensas
a escolher atividade de lazer em relação a outros tipos de atividades quando
encontram em sua comunidade um lugar acessível para experimentar a pé.
Para Carlson et al. (2012), os adultos mais velhos podem estar particularmente
suscetíveis às influências do ambiente construído, porque eles podem preferir
curtas distâncias a pé, instalações seguras para pedestres, e ter mais tempo
para gastar em parques. Numa outra pesquisa encontrada Florindo et al.
(2011), ressaltam a importância de áreas de lazer e recreação no planejamento
urbano, pois essas estruturas contribuem não somente para a prática de
atividade física no lazer, mas também para a caminhada como forma de
deslocamento. Outros resultados referem-se à noção de proximidade, isto é, os
locais em que as pessoas poderiam chegar caminhando de suas residências
em até 10 minutos, ou distância de 400 metros até 1.500 metros (equivalente 5
a 15 minutos caminhando) e são significativamente associados com a prática
da caminhada como forma de deslocamento (McCormack et al., 2008).
Ainda no concelho do Porto quando se trata da “taxa de criminalidade não
permite fazer passeios diurnos”, encontrou-se uma correlação negativa com o
tempo sedentário total dos indivíduos. Ao recodificar essa variável os
resultados apresentados mostram que há uma percepção mais negativa do
ambiente, onde os indivíduos que percebem a existência de uma maior
criminalidade são aqueles que apresentam consequentemente mais tempo
sedentários. Na tentativa de justificar nossos resultados encontramos estudo
em que bairros de maior densidade os aspectos negativos mencionados são
relativos à segurança do ambiente, abordando questões como insegurança,
crime, vandalismo sendo citados nos bairros de maior densidade, adultos mais
velhos sentem-se intimidados para fazer caminhadas (Chaudhury et al., 2012).
Em contrapartida encontramos resultados de pesquisas que mostram uma
Discussão
67
percepção positiva de segurança e que tais pessoas apresentam mais chances
de serem ativas no deslocamento (Florindo et al., 2011). Ambientes com alta
criminalidade diminuem a probabilidade de as pessoas se tornarem mais ativas
(Schutzer & Graves, 2004).
Não fizemos comparações entre os gêneros masculino e feminino, em
virtude do número reduzido de sujeitos na amostra, porém podemos encontrar
estudos que constatam que existem diferenças entre homens e mulheres
relativamente à percepção do ambiente e os comportamentos de atividade
física. Em estudo realizado nos Estados Unidos, constatou que as mulheres
que relataram baixo índice de criminalidade nos bairros em que residiam
praticaram mais minutos de atividade física por semana (Sallis et al., 2007).
De acordo com Bennett et al. (2007) os homens tendem a relatar sentirem-
se mais seguros do que as mulheres em ambos os momentos do dia. Ainda na
literatura encontramos uma investigação feita em 12 países que examinou as
associações entre os atributos ambientais percebidos e caminhada como
recreação, quando se tratou do atributo segurança, não foi encontrada
associação sugerindo que a caminhada como recreação pode ser
independente de como as pessoas percebem estas características ambientais
(Sugiyama et al., 2014). Diante dessa afirmação observamos no inquérito um
percentual alto de discordância dos investigados na questão sobre a
criminalidade, porém encontramos significância nesta correlação, corroborando
a afirmação anterior de que independe das características ambientais. A
segurança percebida pela vizinhança pode servir como uma barreira do
ambiente para atividade física e muitas destas barreiras podem ser removidas
através de um melhor planejamento social fazendo-se necessárias políticas
públicas para intervenção nesses aspectos.
Na tabela 5 são expostas as correlações do questionário ambiental e tempo
sedentário no concelho de Lamego. Não foi possível constatar nenhuma
associação significativa entre eles, fundamentando a falta de correlações
existentes aos índices de respostas positivas ao questionário, de forma que
Lamego apresentou resultados mais positivos de percepção ambiental do que
os outros concelhos.
Discussão
68
Diante da tabela 6 quando associamos o tempo sedentário com a questão
da habitação predominante no concelho de Espinho, constatamos uma
correlação positiva. Sendo assim, podemos determinar que quanto maior a
densidade de residências numa área próxima, mais as pessoas passam tempo
em comportamentos sedentários. A densidade tem sido vista como importante
porque tem efeitos diretos sobre a atividade física utilitarista (Forsyth et al.,
2007). Atribuímos os resultados encontrados no concelho de Espinho, o
produto de uma cidade de vasta área litorânea em que as pessoas passam
mais tempo sentadas em praças ou à beira-mar.
Em oposição, nos deparamos com Steiner (1994) afirmando que
densidades residenciais mais elevadas podem aumentar a atividade física de
adultos mais velhos e conclui que moradores de áreas com maior densidade
usam o transporte público ou andando com mais frequência. Maior densidade
também foi associada a mais transporte a pé permitindo que os indivíduos
viagem mais diretamente entre os lugares, o que é uma consideração
importante na escolha de andar (Saelens et al., 2012). Esta afirmação não
representa o concelho de Espinho devido ao aumento da densidade
proporcionar uma maior oportunidade de serviços e instalações acessíveis à
vizinhança.
Porém Van Dyck et al. (2013), concluem que talvez ambientes residenciais
mais densos tenha a tendência de criar mais interesse visual e contribuir para a
sensação de segurança das pessoas nas ruas, embora isso só pode ser o caso
quando a densidade residencial não é muito alta, porquê esta possivelmente
produz efeitos opostos. Ainda de acordo com Van Dyck et al. (2013), ambientes
de densidade extremamente alta não são conhecidos como lugares para viver
uma vida saudável. Outra vertente que podemos sugerir é em relação ao tipo
de atividade exercida, o ambiente pode ter uma alta densidade habitacional,
mas as pessoas preferem atividades de pouco gasto energético em posição
sentada nas ruas na companhia de pares ou sozinhos em casa. Em uma
investigação qualitativa dos determinantes do comportamento sedentário com
um grupo de mulheres idosas conduzido por Chastin et al. (2014), as atividades
mais consistentes eram em posição sentada e geralmente atividades solitárias,
como assistir televisão ou tarefas cognitivamente exigentes, como fazer
Discussão
69
palavras cruzadas, além disso, as participantes também citaram atividades em
grupo, como bingo.
Os resultados demonstram a importância do presente estudo à população,
especialmente entre adultos mais velhos que são atualmente a fração da
população mais sedentária. Como limitações, encontramos a avaliação da
percepção ambiental através de questionários, pois estudos transversais não
permitem estabelecer relação causa e efeito, além disso, a amostra deste
estudo é reduzida e não representa a população geral de idosos. Realçamos
que o comportamento sedentário medido de forma objetiva é pouco encontrado
na literatura e estudos como este, se tornam essenciais como primeiro passo à
investigação mais profunda nesta questão. O estudo poderia ser
complementado através de dados objetivos como verificação do local e/ou
utilização de GPS, levando em consideração também a aptidão e limitações
físicas dos indivíduos como barreiras à prática. Dessa forma esse tema vem
emergindo como um grave problema de saúde pública e destacamos também
sua relevância como meio de identificar as barreiras e oportunidades de
intervenções a fim de promover uma mudança de comportamento.
70
71
CONCLUSÕES
72
Conclusões
73
6. Conclusões
Com o presente estudo foi possível verificar as associações existentes entre
a percepção dos indivíduos em relação ao seu ambiente residencial e o tempo
sedentário, medido objetivamente nas amostras obtidas em três concelhos de
residência do norte de Portugal. Foi encontrada uma relação negativa entre a
distância dos estabelecimentos no concelho do Porto, sugerindo que os
indivíduos valorizam a proximidade dos estabelecimentos da sua região e
passam menos tempo em comportamentos sedentários.
No tocante à habitação, há um misto de prédios e casas geminadas no
concelho de Espinho, diante da correlação positiva concluímos que neste caso
a densidade atua de forma negativa, onde os idosos passam mais tempo
sedentários nas suas residências. Quando se trata da criminalidade diurna, o
Porto apresenta uma relação negativa neste ponto onde as pessoas acreditam
haver uma maior criminalidade. Como consequência, preferem passar mais
tempo no seu ambiente residencial. Os achados corroboram com a literatura
detectada em que a percepção da falta de segurança no ambiente, reduz a
probabilidade dos indivíduos serem mais ativos.
As associações encontradas remetem a preocupação existente no campo
científico em estimular hábitos saudáveis nos indivíduos através do ambiente
planejado. Um ambiente residencial bem planejado em que as pessoas sintam-
se seguras pode atuar de forma positiva e eficaz como meio de intervenção
nos hábitos dos usuários. Além disso, através das barreiras constatadas no
estudo, podemos compreender melhor os motivos pelos quais os participantes
possuem altos valores em tempo sedentário.
74
75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
76
Referências Bibliográficas
77
7. Referências Bibliográficas
Ainsworth, B. E., Haskell, W. L., Whitt, M. C., Irwin, M. L., Swartz, A. M., Strath, S. J., O Brien, W. L., Bassett, D. R., Schmitz, K. H., & Emplaincourt, P. O. (2000). Compendium of physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Medicine and science in sports and exercise, 32(9; SUPP/1), S498-S504.
Alves, J. G. B., Siqueira, F. V., Figueiroa, J. N., Facchini, L. A., da Silveira, D. S., Piccini, R. X., Tomasi, E., Thumé, E., & Hallal, P. C. (2010). Prevalência de adultos e idosos insuficientemente ativos moradores em áreas de unidades básicas. Cad. Saúde Pública, 26(3), 543-556.
Amer, N. M., Sanches, D., & Moraes, S. M. F. d. (2008). Índice de massa corporal e razão cintura/quadril de praticantes de atividade aeróbica moderada. Revista da Educação Física/UEM, 12(2), 97-103.
Azevedo, M., Araújo, C., Reichert, F., Siqueira, F., Silva, M., & Hallal, P. (2007). Gender differences in leisure-time physical activity. International Journal of Public Health, 52(1), 8-15.
Barnes, J., Behrens, T. K., Benden, M. E., Biddle, S., Bond, D., Brassard, P., Brown, H., Carr, L., Chaput, J.-P., & Christian, H. (2012). Letter to the Editor: Standardized use of the terms" sedentary" and" sedentary behaviours". Applied Physiology Nutrition and Metabolism-Physiologie Appliquee Nutrition Et Metabolisme, 37(3), 540-542.
Bauman, A. E., Reis, R. S., Sallis, J. F., Wells, J. C., Loos, R. J. F., & Martin, B. W. (2012). Correlates of physical activity: Why are some people physically active and others not? The Lancet, 380(9838), 258-271.
Bennett, G. G., McNeill, L. H., Wolin, K. Y., Duncan, D. T., Puleo, E., & Emmons, K. M. (2007). Safe to walk? Neighborhood safety and physical activity among public housing residents. PLoS Medicine, 4(10), e306.
Biddle, S. J., Gorely, T., & Stensel, D. J. (2004). Health-enhancing physical activity and sedentary behaviour in children and adolescents. Journal of sports sciences, 22(8), 679-701.
Blacksher, E., & Lovasi, G. S. (2012). Place-focused physical activity research, human agency, and social justice in public health: Taking agency seriously in studies of the built environment. Health & Place, 18(2), 172-179.
Bowden, S., & Offer, A. (1994). Household appliances and the use of time: the United States and Britain since the 1920s1. The Economic History Review, 47(4), 725-748.
Brownson, R. C., Baker, E. A., Housemann, R. A., Brennan, L. K., & Bacak, S. J. (2001). Environmental and policy determinants of physical activity in the United States. American journal of public health, 91(12), 1995-2003.
Brownson, R. C., Boehmer, T. K., & Luke, D. A. (2005). DECLINING RATES OF PHYSICAL ACTIVITY IN THE UNITED STATES: What Are the Contributors? Annual Review of Public Health, 26(1), 421-443.
Camões, M., & Lopes, C. (2008). Fatores associados à atividade física na população portuguesa. Rev Saúde Pública, 42(2), 208-216.
Carlson, J. A., Sallis, J. F., Conway, T. L., Saelens, B. E., Frank, L. D., Kerr, J., Cain, K. L., & King, A. C. (2012). Interactions between psychosocial and
Referência Bibliográficas
78
built environment factors in explaining older adults' physical activity. Preventive Medicine, 54(1), 68-73.
Carvalho, J., & Mota, J. (2002). A Actividade física no idoso : justificação e pratica: Oeiras : Câmara Municipal de Oeiras. 2002.
Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1985). Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public health reports, 100(2), 126.
Chastin, S. F. M., Fitzpatrick, N., Andrews, M., & DiCroce, N. (2014). Determinants of sedentary behavior, motivation, barriers and strategies to reduce sitting time in older women: a qualitative investigation. International Journal Of Environmental Research And Public Health, 11(1), 773-791.
Chaudhury, H., Mahmood, A., Michael, Y. L., Campo, M., & Hay, K. (2012). The influence of neighborhood residential density, physical and social environments on older adults' physical activity: An exploratory study in two metropolitan areas. Journal of Aging Studies, 26(1), 35-43.
Clark, B. K., Sugiyama, T., Healy, G. N., Salmon, J., Dunstan, D. W., & Owen, N. (2009). Validity and reliability of measures of television viewing time and other non-occupational sedentary behaviour of adults: A review. Obesity Reviews, 10(1), 7-16.
Cohen-Mansfield, J., S Marx, M., & Guralnik, J. M. (2003). Motivators and barriers to exercise in an older community-dwelling population. Journal of Aging & Physical Activity, 11(2).
Copeland, J. L., & Esliger, D. W. (2009). Accelerometer assessment of physical activity in active, healthy older adults. Journal of Aging and Physical Activity, 17(1), 17-30.
Dishman, R. K., & Sallis, J. F. (1994). Determinants and interventions for physical activity and exercise.
Elizondo-Armendáriz, J. J., Guillén Grima, F., & Aguinaga Ontoso, I. (2005). Prevalence of physical activity and its relationship to sociodemographic variables and lifestyles in the age 18-65 population of Pamplona, Spain. Revista Espanola de Salud Publica, 79(5), 559-567.
Erikssen, G. (2001). Physical fitness and changes in mortality: The survival of the fittest. Sports Medicine, 31(8), 571-576.
Erlichman, J., Kerbey, A., & James, W. (2002). Physical activity and its impact on health outcomes. Paper 2: Prevention of unhealthy weight gain and obesity by physical activity: an analysis of the evidence. Obesity Reviews, 3(4), 273-287.
Estatística, I. N. (2011). Recenseamento Geral da Habitação. Sensos 2011 Consult. 28/07/2014, disponível em http://www.ine.pt/scripts/flex_definitivos/Main.html
Farias Júnior, J. C. d. (2012). ATIVIDADE FÍSICA E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO: ESTAMOS CAMINHANDO PARA UMA MUDANÇA DE PARADIGMA? Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 16(4), 279-280.
Florindo, A. A., Salvador, E. P., Reis, R. S., & Guimarães, V. V. (2011). Percepção do ambiente e prática de atividade física em adultos residentes em região de baixo nível socioeconômico. Revista de Saúde Pública, 45(2), 302-310.
Referências Bibliográficas
79
Forsyth, A., Oakes, J. M., Schmitz, K. H., & Hearst, M. (2007). Does residential density increase walking and other physical activity? Urban Studies, 44(4), 679-697.
Freedson, P. S., Melanson, E., & Sirard, J. (1998). Calibration of the Computer Science and Applications, Inc. accelerometer. Medicine and science in sports and exercise, 30(5), 777-781.
Gardiner, P. A., Eakin, E. G., Healy, G. N., & Owen, N. (2011). Feasibility of reducing older adults' sedentary time. American journal of preventive medicine, 41(2), 174-177.
Godin, G., Desharnais, R., Valois, P., Lepage, L., Jobin, J., & Bradet, R. (1994). Differences in perceived barriers to exercise between high and low intenders: observations among different populations. American Journal of Health Promotion, 8(4), 279-385.
Hallal, P. C., Andersen, L. B., Bull, F. C., Guthold, R., Haskell, W., & Ekelund, U. (2012). Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, 380(9838), 247-257.
Hamilton, M. T., Hamilton, D. G., & Zderic, T. W. (2007). Role of low energy expenditure and sitting in obesity, metabolic syndrome, type 2 diabetes, and cardiovascular disease. Diabetes, 56(11), 2655-2667.
Hamilton, M. T., Healy, G. N., Dunstan, D. W., Zderic, T. W., & Owen, N. (2008). Too little exercise and too much sitting: Inactivity physiology and the need for new recommendations on sedentary behavior. Current Cardiovascular Risk Reports, 2(4), 292-298.
Healy, G. N., Dunstan, D. W., Salmon, J., Cerin, E., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., & Owen, N. (2008a). Breaks in sedentary time: beneficial associations with metabolic risk. Diabetes Care, 31(4), 661-666.
Healy, G. N., Dunstan, D. W., Salmon, J., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., & Owen, N. (2008b). Television time and continuous metabolic risk in physically active adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, 40(4), 639-645.
Healy, G. N., Owen, N., Dunstan, D. W., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., Salmon, J., & Cerin, E. (2007). Objectively measured light-intensity physical activity is independently associated with 2-h plasma glucose. Diabetes Care, 30(6), 1384-1389.
Hollmann, W., Strüder, H. K., Tagarakis, C. V., & King, G. (2007). Physical activity and the elderly. European Journal of Cardiovascular Prevention & Rehabilitation, 14(6), 730-739.
Hovell, M. F., Hofstetter, C. R., Sallis, J. F., Rauh, M. J., & Barrington, E. (1992). Correlates of change in walking for exercise: an exploratory analysis. Research quarterly for exercise and sport, 63(4), 425-434.
Humpel, N., Owen, N., & Leslie, E. (2002). Environmental factors associated with adults' participation in physical activity. A review. American Journal of Preventive Medicine, 22(3), 188-199.
Jaffee, L., Lutter, J. M., Rex, J., Hawkes, C., & Bucaccio, P. (1999). Incentives and barriers to physical activity for working women. American Journal of Health Promotion, 13(4), 215-218.
Johnson, C. A., Corrigan, S. A., Dubbert, P. M., & Gramling, S. E. (1990). Perceived Barriers to Excercise and Weight Control Practices in Community Women. Women & Health, 16(3-4), 177-191.
Referência Bibliográficas
80
Jorge, M., FEIJÓD, A., TEIXEIRAD, R., & CARVALHOD, J. (2002). Padrões de atividade física em idosos avaliados por acelerometria. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 16(2), 211-219.
Kaplan, M. S., Newsom, J. T., McFarland, B. H., & Lu, L. (2001). Demographic and psychosocial correlates of physical activity in late life. American journal of preventive medicine, 21(4), 306-312.
Katzmarzyk, P. T., Church, T. S., Craig, C. L., & Bouchard, C. (2009). Sitting time and mortality from all causes, cardiovascular disease, and cancer. Med Sci Sports Exerc, 41(5), 998-1005.
King, A. C., Jeffery, R. W., Fridinger, F., Dusenbury, L., Provence, S., Hedlund, S. A., & Spangler, K. (1995). Environmental and policy approaches to cardiovascular disease prevention through physical activity: issues and opportunities. Health Education & Behavior, 22(4), 499-511.
Lanningham‐Foster, L., Nysse, L. J., & Levine, J. A. (2003). Labor saved,
calories lost: the energetic impact of domestic labor‐saving devices. Obesity Research, 11(10), 1178-1181.
Lian, W. M., Gan, G. L., Pin, C. H., Wee, S., & Ye, H. C. (1999). Correlates of leisure-time physical activity in an elderly population in Singapore. American Journal of Public Health, 89(10), 1578-1580.
Lubans, D. R., Morgan, P. J., Cliff, D. P., Barnett, L. M., & Okely, A. D. (2010). Fundamental movement skills in children and adolescents. Sports medicine, 40(12), 1019-1035.
Manson, J. E., Greenland, P., LaCroix, A. Z., Pettinger, M. B., Sheps, D. S., Stefanick, M. L., Mouton, C. P., Oberman, A., Perri, M. G., & Siscovick, D. S. (2002). Walking compared with vigorous exercise for the prevention of cardiovascular events in women. New England Journal of Medicine, 347(10), 716-725.
Martínez-Gómez, D., Eisenmann, J. C., Gómez-Martínez, S., Veses, A., Marcos, A., & Veiga, O. L. (2010). Sedentary behavior, adiposity and cardiovascular risk factors in adolescents. The AFINOS study. Sedentarismo, adiposidad y factores de riesgo cardiovascular en adolescentes. Estudio AFINOS, 63(3), 277-285.
Matsudo, S. M. (2006). Atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Rev Bras Educ Fís Esp, 20(5 Supl), 135-137.
Matsudo, S. M., Matsudo, V. K. R., & Barros Neto, T. L. (2001). Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 7(1), 2-13.
Matthews, C. E., Chen, K. Y., Freedson, P. S., Buchowski, M. S., Beech, B. M., Pate, R. R., & Troiano, R. P. (2008). Amount of time spent in sedentary behaviors in the United States, 2003-2004. American Journal of Epidemiology, 167(7), 875-881.
Matthews, C. E., George, S. M., Moore, S. C., Bowles, H. R., Blair, A., Park, Y., Troiano, R. P., Hollenbeck, A., & Schatzkin, A. (2012). Amount of time spent in sedentary behaviors and cause-specific mortality in US adults. The American journal of clinical nutrition, 95(2), 437-445.
Mazzeo, R. S., Cavanag, P., Evans, W., Fiatarone, M., Hagberg, J., McAuley, E., & Startzell, J. (1998). Exercício e atividade física para pessoas idosas. Rev. bras. ativ. fís. saúde, 3(1), 48-78.
Referências Bibliográficas
81
McCormack, G. R., Giles-Corti, B., & Bulsara, M. (2008). The relationship between destination proximity, destination mix and physical activity behaviors. Preventive medicine, 46(1), 33-40.
Melby, C., Ho, R., & Hill, J. (2003). Avaliação do gasto energético humano. Atividade Física e Obesidade. Barueri: Manole.
Mielke, G. I. (2012). Comportamento Sedentário Em Adultos. Pelotas: Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade Federal de Pelotas.
Monego, E. A., & Barbosa, A. R. (2014). Factors associated with daily sitting time in a rural community-dwelling of older adults from southern Brazil. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 19(3), 371-381.
Nelson, M. E., Rejeski, W. J., Blair, S. N., Duncan, P. W., Judge, J. O., King, A. C., Macera, C. A., & Castaneda-Sceppa, C. (2007). Physical activity and public health in older adults: Recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Medicine and Science in Sports and Exercise, 39(8), 1435-1445.
Nóbrega, A. C. L. d., Freitas, E. V. d., Oliveira, M. A. B. d., Leitão, M. B., Lazzoli, J. K., Nahas, R. M., Baptista, C. A. S., Drummond, F. A., Rezende, L., Pereira, J., Pinto, M., Radominski, R. B., Leite, N., Thiele, E. S., Hernandez, A. J., Araújo, C. G. S. d., Teixeira, J. A. C., Carvalho, T. d., Borges, S. F., & De Rose, E. H. (1999). Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte.
Owen, N., Bauman, A., & Brown, W. (2009). Too much sitting: A novel and important predictor of chronic disease risk? British Journal of Sports Medicine, 43(2), 81-83.
Owen, N., Healy, G. N., Matthews, C. E., & Dunstan, D. W. (2010). Too much sitting: The population health science of sedentary behavior. Exercise and Sport Sciences Reviews, 38(3), 105-113.
Owen, N., Humpel, N., Leslie, E., Bauman, A., & Sallis, J. F. (2004). Understanding environmental influences on walking: Review and research agenda. American Journal of Preventive Medicine, 27(1), 67-76.
Owen, N., Sparling, P. B., Healy, G. N., Dunstan, D. W., & Matthews, C. E. (2010). Sedentary behavior: emerging evidence for a new health risk. Mayo Clinic Proceedings, 85(12), 1138-1141.
Owen, N., Sugiyama, T., Eakin, E. E., Gardiner, P. A., Tremblay, M. S., & Sallis, J. F. (2011). Adults' sedentary behavior: Determinants and interventions. American Journal of Preventive Medicine, 41(2), 189-196.
Pate, R. R., Freedson, P. S., Sallis, J. F., Taylor, W. C., Sirard, J., Trost, S. G., & Dowda, M. (2002). Compliance with Physical Activity Guidelines: Prevalence in a Population of Children and Youth. Annals of Epidemiology, 12(5), 303-308.
Pitanga, F. (2000). Informações em saúde para proposta de políticas públicas de promoção de atividades físicas na Região Nordeste do Brasil. Revista Baiana de Educação Física, 1(3), 48-53.
Pitanga, F. J. G. (2002). Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev Bras Ciênc Mov, 10.
Referência Bibliográficas
82
Proper, K. I., Singh, A. S., Van Mechelen, W., & Chinapaw, M. J. (2011). Sedentary behaviors and health outcomes among adults: a systematic review of prospective studies. American journal of preventive medicine, 40(2), 174-182.
Rasinaho, M., Hirvensalo, M., Leinonen, R., Lintunen, T., & Rantanen, T. (2007). Motives for and barriers to physical activity among older adults with mobility limitations. Journal of Aging & Physical Activity, 15(1).
Saelens, B. E., Sallis, J. F., Frank, L. D., Cain, K. L., Conway, T. L., Chapman, J. E., Slymen, D. J., & Kerr, J. (2012). Neighborhood environment and psychosocial correlates of adults' physical activity. Medicine and science in sports and exercise, 44(4), 637-646.
Sallis, J. F. (2000). Age-related decline in physical activity: a synthesis of human and animal studies. Medicine and science in sports and exercise, 32(9), 1598-1600.
Sallis, J. F. (2003). New thinking on older adults' physical activity. American journal of preventive medicine, 25(3), 110-111.
Sallis, J. F., Cervero, R. B., Ascher, W., Henderson, K. A., Kraft, M. K., & Kerr, J. (2006). An ecological approach to creating active living communities. Annu. Rev. Public Health, 27, 297-322.
Sallis, J. F., Johnson, M. F., Calfas, K. J., Caparosa, S., & Nichols, J. F. (1997). Assessing Perceived Physical Environmental Variables That May Influence Physical Activity. Research Quarterly for Exercise and Sport, 68(4), 345-351.
Sallis, J. F., King, A. C., Sirard, J. R., & Albright, C. L. (2007). Perceived environmental predictors of physical activity over 6 months in adults: Activity Counseling Trial. Health Psychology, 26(6), 701.
Sallis, J. F., & Owen, N. (1999). Physical activity & behavioral medicine (Vol. 3): Sage Thousand Oaks, CA.
Sallis, J. F., Owen, N., & Fisher, E. B. (2008). Ecological models of health behavior. Health behavior and health education: Theory, research, and practice, 4, 465-486.
Sallis, J. F., Richard Hofstetter, C., Faucher, P., Elder, J. P., Blanchard, J., Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1989). A multivariate study of determinants of vigorous exercise in a community sample. Preventive medicine, 18(1), 20-34.
Santos, R., Silva, P., Santos, P., Ribeiro, J. C., & Mota, J. (2008). Physical activity and perceived environmental attributes in a sample of Portuguese adults: results from the Azorean Physical Activity and Health study. Preventive medicine, 47(1), 83-88.
Schutzer, K. A., & Graves, B. S. (2004). Barriers and motivations to exercise in older adults. Preventive medicine, 39(5), 1056-1061.
Seabra, A. F., Mendonça, D. M., Thomis, M. A., Anjos, L. A., & Maia, J. A. (2008). Biological and socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes, 24(4), 721-736.
Sherwood, N. E., & Jeffery, R. W. (2000). The behavioral determinants of exercise: implications for physical activity interventions. Annual review of nutrition, 20(1), 21-44.
Smith, E. L., & Gilligan, C. (1987). Effects of Inactivity and Exercise on Bone. Physician and Sportsmedicine, 15(11).
Referências Bibliográficas
83
Spirduso, W. W. (1994). Physical Activity and Aging: Retrospections and Visions for the Future. Journal of Aging & Physical Activity, 2(3).
Spittaels, H., Verloigne, M., Gidlow, C., Gloanec, J., Titze, S., Foster, C., Oppert, J.-M., Rutter, H., Oja, P., & Sjöström, M. (2010). Measuring physical activity-related environmental factors: reliability and predictive validity of the European environmental questionnaire ALPHA. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 7(1), 48.
Steiner, R. L. (1994). Residential density and travel patterns: review of the literature. Transportation Research Record(1466).
Sugiyama, T., Cerin, E., Owen, N., Oyeyemi, A. L., Conway, T. L., Van Dyck, D., Schipperijn, J., Macfarlane, D. J., Salvo, D., & Reis, R. S. (2014). Perceived neighbourhood environmental attributes associated with adults׳ recreational walking: IPEN Adult study in 12 countries. Health & place, 28, 22-30.
Taylor, W. C. (2011). Prolonged sitting and the risk of cardiovascular disease and mortality. Current Cardiovascular Risk Reports, 5(4), 350-357.
Thorp, A. A., Owen, N., Neuhaus, M., & Dunstan, D. W. (2011). Sedentary behaviors and subsequent health outcomes in adults: A systematic review of longitudinal studies, 19962011. American Journal of Preventive Medicine, 41(2), 207-215.
Trost, S. G., McIver, K. L., & Pate, R. R. (2005). Conducting accelerometer-based activity assessments in field-based research. Medicine and science in sports and exercise, 37(11 Suppl), S531-543.
US Department of Health Human Services. (1996). Physical activity and health: a report of the surgeon general. Atlanta, GA: US Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention. National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, 147.
Van Dyck, D., Cardon, G., Deforche, B., Giles-Corti, B., Sallis, J. F., Owen, N., & De Bourdeaudhuij, I. (2011). Environmental and psychosocial correlates of accelerometer-assessed and self-reported physical activity in Belgian adults. International journal of behavioral medicine, 18(3), 235-245.
Van Dyck, D., Cerin, E., Conway, T. L., De Bourdeaudhuij, I., Owen, N., Kerr, J., Cardon, G., Frank, L. D., Saelens, B. E., & Sallis, J. F. (2013). Perceived neighborhood environmental attributes associated with adults' leisure-time physical activity: Findings from Belgium, Australia and the USA. Health and Place, 19(1), 59-68.
Wilcox, S., Bopp, M., Oberrecht, L., Kammermann, S. K., & McElmurray, C. T. (2003). Psychosocial and perceived environmental correlates of physical activity in rural and older African American and white women. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, 58(6), P329-P337.
World Health Organization. (2002). The world health report 2002: reducing risks, promoting healthy life: World Health Organization.
World Health Organization. (2004). Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health. Development of Global Strategy Consult. 20-05, 2014, disponível em
Referência Bibliográficas
84
http://www.who.int/dietphysicalactivity/strategy/eb11344/strategy_english_web.pdf?ua=1
World Health Organization. (2010). Global recommendations on physical activity for health.
Yoshida, K., Allison, K., & Osborn, R. (1987). Social factors influencing perceived barriers to physical exercise among women. Canadian journal of public health= Revue canadienne de sante publique, 79(2), 104-108.
85
ANEXO
86
87
Anexo Anexo 1 – Questionário de Percepção Ambiental
88
89
90