ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como...

90
ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO DE INDIVÍDUOS RESIDENTES EM DIFERENTES CONCELHOS DO NORTE DE PORTUGAL Orientadora: Profª Drª Maria Paula Maia dos Santos Autora: Patricia Moreira Alexandre da Silva Porto, Setembro, 2014 Dissertação apresentada com vista à obtenção do 2º ciclo em Atividade Física e Saúde, da Faculdade de Desporto da Universidade do porto ao abrigo do Decreto de Lei nº.74/2006 de 24 de Março

Transcript of ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como...

Page 1: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O

COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO DE INDIVÍDUOS

RESIDENTES EM DIFERENTES CONCELHOS DO NORTE DE

PORTUGAL

Orientadora: Profª Drª Maria Paula Maia dos Santos

Autora: Patricia Moreira Alexandre da Silva

Porto, Setembro, 2014

Dissertação apresentada com vista à obtenção do 2º ciclo em Atividade Física e Saúde, da Faculdade de Desporto da Universidade do porto ao abrigo do Decreto de Lei nº.74/2006 de 24 de Março

Page 2: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Ficha de Catalogação

Silva, P. M. A (2014). Associação entre o Ambiente Percebido e o

Comportamento Sedentário de Indivíduos Residentes em Diferentes Concelhos

do Norte de Portugal. Porto: P. Silva. Dissertação de Mestrado em Atividade

Física e Saúde apresentada à Faculdade de Deporto da Universidade do Porto.

Palavras-Chave: ATIVIDADE FÍSICA; SEDENTARISMO; COMPORTAMENTO

SEDENTÁRIO; AMBIENTE.

Page 3: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Este trabalho foi elaborado no âmbito do projeto PTDC/DES/113580/2009-

FCT/FCOMP-01-0124 FEDER-009573 financiado pela Fundação Portuguesa

para a Ciência e Tecnologia e com o apoio do Centro de Investigação em

Atividade Física Saúde e Lazer Unidade I&D (Pest OE/SAU/UI0617/2011).

Page 4: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos
Page 5: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Aos meus Pais, porque a

eles devo tudo o que sou.

Page 6: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos
Page 7: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Agradecimentos

Agradeço em primeiro lugar a Deus pela sua bondade, sem Ele nada

disso seria possível, por ter me dado a graça de realizar esse sonho que venho

cultivando desde 2011 quando estive na cidade do Porto pela primeira vez.

Aos meus Pais que são verdadeiros heróis, pessoas batalhadoras, nos

quais me espelho e espero ser um dia. Diante de toda a dificuldade, me deram

força pra continuar e durante esses dois anos de mestrado tornaram possível

meu sonho, estiveram comigo em todos os momentos mesmo à distância.

Sinto-me abençoada por tê-los em minha vida.

À Professora Paula Santos que me orientou, guiou e principalmente

acreditou na minha capacidade e aceitou o que seria um desafio pra mim.

À Dra. Susana Carrapatoso pela paciência, recepção no projeto e

confiança de um bom trabalho. Sem dúvida ela também fez parte disso.

À Faculdade de Desporto como um todo e seus funcionários da cantina,

reprografia, associação de estudantes, biblioteca e secretaria, todos eles

fizeram parte do meu dia-dia.

À turma de Mestrado em Atividade Física e Saúde pelo aprendizado e

por todos os momentos que tivemos durante o primeiro ano.

Aos meus amigos, aos amigos que conquistei aqui, brasileiros e

portugueses estes estarão sempre no meu coração por onde for. Jorge Beleza,

amigo Português que se tornou uma pessoa muito querida. Às minhas

companheiras de casa, Sissy Frithz, Flaviane Cabral e Monique Albuquerque,

pelo acolhimento, apoio, paciência e por se tornarem uma verdadeira família

pra mim no Porto. Pela disponibilidade e disposição de Thiago Carvalho e

Dante Yntsan. Marcelo Marques e Juliana Mendes por todo o esforço e dias

trabalhados, companheirismo e principalmente a amizade, são verdadeiros

tesouros na minha vida.

À todos muito obrigada.

Page 8: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos
Page 9: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Índice Geral

Índice de Quadros ............................................................................................. XI

Índice de Figuras ............................................................................................. XIII

Índice de Anexos ............................................................................................. XV

Resumo ......................................................................................................... XVII

Abstract .......................................................................................................... XIX

Abreviaturas e símbolos ................................................................................. XXI

Introdução ........................................................................................................ 25

1. Revisão de Literatura............................................................................. 31

1.1. Atividade Física e Saúde ..................................................................... 31

1.2. Sedentarismo e Comportamento Sedentário ...................................... 35

1.3. O Ambiente como Favorecedor da Atividade Física ........................... 41

2. Objetivo ................................................................................................. 47

3. Metodologia ........................................................................................... 51

3.1. Amostra ............................................................................................... 51

3.2. Concelhos de Residência .................................................................... 51

3.3. Instrumentos e Variáveis ..................................................................... 52

3.3.1. Acelerômetro ................................................................................ 52

3.3.2. Questionário de Percepção Ambiental ......................................... 53

3.4. Análise Estatística ............................................................................... 53

4. Resultados ............................................................................................. 57

5. Discussão dos Resultados .................................................................... 63

6. Conclusões ............................................................................................ 73

7. Referências Bibliográficas ..................................................................... 77

Anexo. .............................................................................................................. 87

Page 10: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

X

Page 11: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XI

Índice de Quadros

Quadro 1. Frequência e percentuais de homens e mulheres de cada concelho. ......................................................................................................................... 51

Quadro 2. Média do tempo sedentário total dos diferentes concelhos de residência. ........................................................................................................ 57

Quadro 3. Percentual de respostas do questionário de percepção ambiental de cada concelho. ................................................................................................. 57

Quadro 4. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho do Porto. ............................................. 58

Quadro 5. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Lamego. ......................................... 59

Quadro 6. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Espinho. ......................................... 59

Page 12: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XII

Page 13: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XIII

Índice de Figuras

Figura 1. Classificação das atividades em diferentes intensidades de acordo com o gasto energético (Ainsworth et al., 2000). ............................................. 38

Page 14: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XIV

Page 15: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XV

Índice de Anexos

Anexo 1 – Questionário de Percepção Ambiental ............................................ 87

Page 16: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XVI

Page 17: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XVII

Resumo

O presente estudo tem como objetivo verificar a associação existente entre a

percepção que os indivíduos têm a respeito do ambiente residencial e o tempo

gasto em comportamentos sedentários em diferentes concelhos de residência

no norte de Portugal. Selecionada por conveniência, a amostra foi composta

por 65 indivíduos com mais de 60 anos de idade (64,9 ± 5,0), participantes do

Programa Nacional de Marcha e Corrida ocorrido nos concelhos do Porto,

Lamego e Espinho. Foram utilizados acelerômetros ActiGraph GT1M para

obtenção do tempo sedentário dos participantes que foram monitorados

durante 7 dias consecutivos. Para verificar as percepções ambientais foi

aplicado o questionário ALPHA (European Environmental Questionnaire)

constituído de 15 questões referentes ao tipo de habitação e à vizinhança. Os

resultados apontam uma correlação entre a percepção do ambiente e o tempo

sedentário total na amostra de residentes no Porto, nas questões “Distância

Rápida de Acesso aos Estabelecimentos” e “Taxa de Criminalidade Não

Permite Fazer Passeios Diurnos”. No concelho de Espinho esta correlação

estava presente na questão “Habitação Predominante”, enquanto em Lamego

não houve relação significativa existente em nenhuma das questões

estudadas. As associações encontradas remetem a uma preocupação

existente no campo científico em estimular comportamentos saudáveis, onde a

percepção de um ambiente mais favorável pode ser importante na promoção

destes hábitos. Além disso, através das barreiras constatadas no estudo,

podemos compreender melhor os motivos pelos quais os participantes

possuem altos valores em tempo sedentário.

Palavras-chave: ATIVIDADE FÍSICA; SEDENTARISMO; COMPORTAMENTO

SEDENTÁRIO; AMBIENTE.

Page 18: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XVIII

Page 19: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XIX

Abstract

The present study aimed to verify possible association between

individual perceptions about residential environment and time spent in

sedentary behaviour at different residence councils on the north of Portugal.

Selected by convenience, the sample was composed for 65 individuals with

more than 60 years old (64,9 ± 5,0), participants on the Programa Nacional de

Marcha e Corrida developed at the councils of Porto, Lamego e Espinho.

Accelerometers ActGraph GTM1 were used to objectively assess sedentary

time during 7 consecutives days. The environmental perceptions were

assessed with ALPHA questionnaire (European Environmental Questionnaire)

consisting of 15 issues regarding to habitation type and neighbourhood. The

results show a correlation between environmental perception and total

sedentary time at Porto residents on questions “Distance to Local Facilities” and

“Safety During the Day”. At Espinho council this correlation was present on

issue “Residential Density”, while in Lamego there was no significant relation in

any of the studied issues. Results support research on this field arguing that

perception of a favourable environment can be important to stimulate healthy

behaviour. Furthermore, through the barriers found in the study we can better

comprehend the motives why the participants have high values of sedentary

behaviour.

KEY WORDS: PHYSICAL ACTIVITY, SEDENTARY, SEDENTARY BEHAVIOUR, ENVIRONMENT.

Page 20: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XX

Page 21: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

XXI

Abreviaturas e símbolos

ACSM – American College of Sports Medicine

MET – Equivalente Metabólico

AHA – American Heart Association

AFMV – Atividade Física Moderada a Vigorosa

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

p – Valor de prova

% – Porcentagem

± – Mais ou menos

< – Menor

˃ – Maior

Page 22: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

22

Page 23: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

23

INTRODUÇÃO

Page 24: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

24

Page 25: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Introdução

25

Introdução

De acordo com World Health Organization (2004), a atividade física é um

determinante chave para o gasto energético, portanto, é fundamental para o

equilíbrio de energia e controle de peso, reduz os riscos de doenças

cardiovasculares e diabetes, além de, proporcionar melhorias substanciais para

diversas doenças, e não só às que estão associadas à obesidade. Os riscos à

saúde decorrentes da inatividade física são bem definidos na literatura, porém

globalmente, muitos indivíduos entre adultos e crianças realizam atividade

física em quantidade insuficiente no seu dia a dia para a manutenção de uma

boa saúde. Além disso, o avanço tecnológico trouxe consigo a redução

substancial das exigências físicas na rotina dos indivíduos. Segundo Seabra et

al. (2008), a atualidade é percorrida por um forte incremento da morbidade

associada à doenças não infecciosas e crônico-degenerativas que se pensa

estar em estreita dependência com a drástica alteração no estilo de vida das

populações.

A adoção de hábitos sedentários tomou ênfase na investigação científica

dos elementos que impulsionam e determinam este comportamento bem como

a atividade física. Investigação sobre correlatos (fatores associados à

atividade) ou determinantes (aqueles com uma relação causal) cresceram nas

últimas décadas e comprovam que fatores como idade, sexo, estado de saúde

e motivação estão associados à atividade física (Bauman et al., 2012). Esta é

afetada por diversos elementos, teorias e modelos comportamentais utilizados

para orientar a seleção de variáveis para o estudo.

Há evidências emergentes de que o conjunto de comportamentos

envolvendo longos períodos de inatividade e ausência de movimento do corpo

todo está claramente relacionado com risco de doenças crônicas independente

da atividade física (Hamilton et al., 2007). Desta forma, investigadores

denominam Comportamento Sedentário um termo utilizado para definir o tempo

gasto sem exercício, em atividades nas quais os indivíduos se encontrem

Page 26: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Introdução

26

sentados ou deitados como assistir televisão, sentar no transporte motorizado,

ou na frente de um computador no trabalho ou estudo (Barnes et al., 2012).

Este tipo de comportamento é considerado um fator de risco recém-identificado

que é comportamental e fisiologicamente distinto da inatividade física (Owen,

Healy, et al., 2010; Owen, Sparling, et al., 2010). Achados recentes comprovam

que a adoção de hábitos sedentários têm efeitos deletérios sobre a saúde e

está associada à doenças crônicas, cardiovasculares e até morte prematura

(Clark et al., 2009; Katzmarzyk et al., 2009; Martínez-Gómez et al., 2010;

Proper et al., 2011; Taylor, 2011).

Postula-se que, independente do tempo total sedentário, pausas mais

frequentes estariam associadas à atributos metabólicos mais favoráveis,

portanto, o conselho de quebrar regularmente ou interromper o tempo de

sedentarismo pode ser implementado em várias configurações, incluindo no

local de trabalho (Healy et al., 2008a). Promover níveis mais elevados quanto à

participação de adultos na prática regular de atividade física buscando redução

ou quebra do tempo no qual os adultos passam em comportamentos

sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública.

Como também, compreender que atributos ambientais podem influenciar a

atividade física.

Dentre as diversas formas de influência do comportamento humano no

tocante ao sedentarismo, o ambiente pode desempenhar um papel direto na

formação de padrões de comportamentos habituais (Owen et al., 2004) e

inclusive modificá-lo (Gardiner et al., 2011). Os adultos mais velhos, por

exemplo, podem estar particularmente suscetíveis às influências do ambiente

construído, porque eles podem preferir curtas distâncias a pé e instalações

seguras para pedestres (Carlson et al., 2012).

A prática de atividade física, no que tange ao comportamento, não é um

hábito facilmente adotado. Para tal, se faz necessário a gestão do tempo em

função do esforço individual, pois os benefícios à saúde podem não ser

imediatos ou perceptíveis, sendo alcançados a longo prazo. Diante disso, os

indivíduos criam barreiras para não aderir à prática de exercício físico com

Page 27: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Introdução

27

regularidade. Medo, experiências negativas, falta de companhia e má saúde

são as barreiras mais frequentemente citadas.

Desta forma é de suma importância identificar oportunidades de intervenção

para promover a mudança de comportamento sedentário, com atuação de

profissionais relacionados à saúde, empregando metodologias que estimulem

os participantes a praticar exercício físico. Neste sentido, o presente estudo

tem como objetivo verificar a associação entre o tempo que os indivíduos

gastam em comportamentos sedentários e a percepção que estes têm em

relação ao seu ambiente de residência.

A presente dissertação é composta por oito capítulos:

O capítulo I refere-se ao enquadramento teórico, uma revisão bibliográfica

científica que aborda temas sobre a atividade física e benefícios no tocante à

saúde, sedentarismo e ao comportamento sedentário, assim como a influência

do ambiente na prática de atividade física;

No capítulo II é enunciado o objetivo do presente estudo;

Seguido do capítulo III onde serão explanados os procedimentos

metodológicos que deram corpo a pesquisa ao longo do percurso da

investigação, classificando a amostra e os concelhos residenciais investigados,

descrevendo os instrumentos utilizados e a análise estatística para o

tratamento dos dados obtidos;

No capítulo IV são expostos os resultados obtidos através de tabelas, a fim

de facilitar a compreensão do leitor;

O capítulo V é realizado a partir da discussão e interpretação dos resultados

confrontando-os com a literatura e possíveis limitações existentes no estudo;

No capítulo VI serão apresentadas as conclusões do trabalho e sugestões

para futuros projetos;

No capítulo VII será apresentada toda a bibliografia que deu suporte ao

estudo;

Finalmente no capítulo VIII será apresentado o anexo, correspondente ao

questionário utilizado neste trabalho.

Page 28: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

28

Page 29: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

29

REVISÃO DE LITERATURA

Page 30: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

30

Page 31: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

31

1. Revisão de Literatura

1.1. Atividade Física e Saúde

A partir de pesquisas realizadas no âmbito da promoção da saúde global,

percebe-se que essa sofre interferência de inúmeros fatores, desta forma,

define-se saúde nos tempos atuais não apenas pela ausência de doenças.

Pitanga (2002), identifica a saúde como uma multiplicidade de aspectos do

comportamento humano voltados a um estado de completo bem-estar físico,

mental e social. Quando se trata de saúde, a comunidade científica é enfática

ao afirmar sobre a importância de praticar atividade física na promoção, bem

como a manutenção da saúde do indivíduo, devendo valorizar este hábito

saudável no seu dia a dia. Evidências epidemiológicas nos permitem concluir

que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são

necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida (Matsudo, 2006).

A saúde global está sendo influenciada por três tendências: a) população-

envelhecimento; b) a rápida urbanização não planejada e; c) globalização, os

quais resultam em ambientes e comportamentos pouco saudáveis. Como

resultado, a crescente prevalência de doenças não transmissíveis e seus

fatores de risco tornaram-se um problema global que afeta os países de renda

média e baixa (World Health Organization, 2010). A carga crescente de

doenças não transmissíveis é um fator determinante da saúde pública global.

Em 1999, estas doenças contribuíram para cerca de 60% das mortes no

mundo, sendo quase 50% dessas mortes atribuídas às doenças

cardiovasculares. Com base em estimativas atuais, no ano de 2020, essas

doenças deverão ser responsáveis por 73% das mortes no mundo (World

Health Organization, 2002). Observa-se há algum tempo, que existe uma

inversão nas causas de mortes de doenças infecciosas para doenças

cardiovasculares, principalmente nos países desenvolvidos (Pitanga, 2000).

Está bem documentado que atividade física regular é determinante na

redução do risco de doença cardiovascular e apresenta impacto considerável

Page 32: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

32

em todas as causas de mortalidade (Erlichman et al., 2002). É relevante para a

manutenção de uma boa saúde ao longo da vida e pode ser compreendida

como qualquer tipo de movimento produzido pelo corpo que resulte em

dispêndio energético. O termo atividade física pode ser definido como qualquer

movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, resultando em

gasto energético maior do que os níveis de repouso (Caspersen et al., 1985).

Dessa forma podemos subentender como exemplos: atividades diárias,

deslocamentos, atividades no lazer ou no trabalho, além de atividades

desportivas parcialmente organizadas, como sendo atividade física. Quando

ocorre de forma sistematizada é denominado exercício físico, que se configura

como uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como

objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão física

(Caspersen et al., 1985).

Em crianças e adolescentes são diversificados os benefícios à saúde e

desenvolvimento, podendo citar como exemplos o favorecimento no

crescimento ósseo, nos fatores de risco de doenças cardiovasculares, no

excesso de peso e obesidade além de questões psicológicas e emocionais

(Lubans et al., 2010). Estudos comprovam um decréscimo nos níveis de

atividade física com o passar da idade de um indivíduo, com uma tendência

mais notória a partir da adolescência (Biddle et al., 2004). Pate et al. (2002),

defendem ainda que este declínio se inicia a partir dos 14 anos para ambos os

gêneros. O declínio da atividade física com a idade é uma observação

consistente na epidemiologia, existindo evidência de decréscimo acentuado do

dispêndio energético entre a adolescência e a vida adulta (Sallis, 2000).

Em um estudo randomizado com 1.018 adultos e 1.010 idosos, Alves et al.

(2010), mostraram que existe um declínio nos níveis de atividade e aptidão

física da população com o aumento da idade. Segundo Hollmann et al. (2007),

a partir dos 30 anos são adotados estilos de vida sedentários decorrentes do

envelhecimento, sendo agravados com a inatividade física. A prevalência de

inatividade é maior entre os adultos com 65 anos ou mais (US Department of

Health Human Services, 1996). Com o aumento da idade, diminui a exigência

Page 33: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

33

física, principalmente em termos profissionais, no entanto, a relação inversa

que existe entre as atividades profissionais e a idade deveria ser compensada

por aumento de atividade física de lazer e exercício físico, o que habitualmente

não se observa (Camões & Lopes, 2008). Os adultos mais velhos têm baixos

níveis de atividade física diária, a maioria já perdeu a funcionalidade e está em

risco para várias doenças graves que podem surguir devido à inatividade

(Sallis, 2003).

O envelhecimento é um processo contínuo, no qual ocorre o declínio

progressivo dos processos fisiológicos. Dentre as alterações que ocorrem

podemos citar mudanças cardiovasculares, diminuição da função locomotora e

flexibilidade, além de diminuição da força muscular e massa óssea (Nóbrega et

al., 1999). Níveis satisfatórios de aptidão física estão associados à capacidade

de executar com vigor atividades físicas que conduzem a um menor risco de

desenvolvimento de doenças não transmissíveis e limitações funcionais

(Erikssen, 2001), garantindo um envelhecimento saudável, autonomia e boa

qualidade de vida. Apesar de um aumento da vulnerabilidade à doença crônica

e deficiência ser inerente ao processo de envelhecimento, as evidências

sugerem que, ser fisicamente ativo pode alterar o curso de muitas doenças que

se desenvolvem com frequência entre os idosos (Schutzer & Graves, 2004).

A pessoa idosa necessita de um nível mínimo de aptidão que lhe permita

realizar as suas tarefas cotidianas com o mínimo de fadiga; ter reservas

energéticas que permitam usufruir de outras atividades de lazer; possibilite um

mais rápido e completo restabelecimento após um período de doença;

minimize os riscos futuros de doenças e promova um sentido de bem-estar e

existência pessoal (Carvalho & Mota, 2002). Para os adultos e idosos os

benefícios da prática regular de atividade física torna-se essencial para um

envelhecimento saudável ou na gestão de uma doença já existente (Nelson et

al., 2007). O exercício e/ou atividade física surgem como coadjuvantes

fundamentais no processo de envelhecimento, no sentido de atenuar a

potencialidade desse processo natural do ser humano (Carvalho & Mota,

2002).

Page 34: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

34

A atividade física regular em adultos mais velhos tem benefícios que variam

amplamente e incluem adaptações fisiológicas, metabólicas, psicológicas e

funcionais à atividade física, que podem substancialmente contribuir para a

qualidade de vida desta população (Mazzeo et al., 1998). Podemos afirmar que

reduz o risco de doenças cardiovasculares, obesidade, hipertensão, diabetes

tipo 2, osteoporose, câncer de mama e do cólon, além de ansiedade e

depressão (Nóbrega et al., 1999).

De acordo com Matsudo et al. (2001) a atividade física e em especial um

estilo de vida ativo regular, pode diminuir a velocidade de declínio da

mobilidade, independente da presença de doença crônica. Um programa de

atividade física auxilia não só na melhora da aptidão cardiorrespiratória, mas

também, no combate à osteoporose relacionada a fraturas súbitas do quadril,

levando a inatividade e à morte (Smith & Gilligan, 1987). A prática de atividade

física na terceira idade é recomendada para manter ou melhorar a densidade

mineral óssea e também prevenir a perda de massa magra (Nóbrega et al.,

1999).

Contudo, ainda observa-se por parte dos indivíduos um comportamento no

sentido oposto. Em estudo, Hallal et al. (2012) indicam que 31% da população

mundial não cumprem as recomendações mínimas de atividade física. De

acordo com as recomendações sugeridas pela ACSM (2007), adultos mais

velhos precisam de intensidade moderada de atividade física aeróbica para um

mínimo de 30 minutos diários ou um período mínimo de 20 minutos de

atividade física de intensidade vigorosa em três dias na semana. Ainda de

acordo com a ACSM (American College of Sports Medicine), há evidências

comprovando que adultos mais velhos que fazem menos exercícios do que o

recomendado ainda conseguem alguns benefícios para a saúde, apenas

reduzindo o comportamento sedentário. Uma diminuição relevante dos riscos

de doenças cardiovasculares é apresentada com apenas 45-75min de

caminhada por semana, segundo Manson et al. (2002).

Existem ainda barreiras específicas por idade e motivadores exclusivos

para população idosa que são relevantes e devem ser reconhecidos. A

Page 35: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

35

identificação de indicadores confiáveis de adesão aos exercícios permitirá que

os profissionais de saúde possam intervir de forma eficaz para alterar os

padrões de atividade física em idosos sedentários (Schutzer & Graves, 2004).

1.2. Sedentarismo e Comportamento Sedentário

O sedentarismo é um tema emergente no âmbito da saúde pública e já

considerado o mal do século no meio científico. É caracterizado pela

inatividade física e consequentemente pouco gasto energético na vida diária de

um indivíduo, que pode ocasionar efeitos deletérios à saúde. De acordo com a

World Health Organization (2004) estão estimadas 1,9 milhões de mortes em

todo mundo decorrentes do sedentarismo. Dispositivos de informação e

comunicação e de tecnologia na economia de trabalho são agora onipresentes

em muitos ambientes (Bowden & Offer, 1994), reduzindo substancialmente as

exigências para a atividade física e, consequentemente, o gasto energético

(Lanningham‐Foster et al., 2003).

A modernidade e avanço tecnológico são contribuintes para o

desenvolvimento econômico de empresas, porém, a vida moderna após o

surgimento dessas facilidades, tem grande influência sobre o sedentarismo.

Ocorre a substituição de atividades ocupacionais que envolvem determinado

gasto energético por hábitos que requerem menor esforço físico. A influência

da globalização no mundo tecnológico vem mudando cada vez mais o estilo de

vida das pessoas, tornando-as menos ativas no seu dia a dia, resultando em

um quadro de inatividade física que diminui a qualidade de vida, e

consequentemente aumenta os riscos à saúde (Amer et al., 2008). No decorrer

dos últimos 50 anos, a atividade física ocupacional teve decréscimo acentuado

(Brownson et al., 2005), pois a mecanização do trabalho e as atividades

domésticas diminuíram de forma significativa a atividade física da vida moderna

(Camões & Lopes, 2008).

Page 36: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

36

A vida sedentária é compreendida como um dos fatores que mais

contribuem para uma saúde debilitada e morte precoce. Deste modo, a

inatividade física é reconhecida como um preditor de doenças cardiovasculares

e metabólicas. Características sociodemográficas como sexo, idade,

escolaridade, ocupação e estado civil parecem assumir-se como fatores

determinantes de um estilo de vida sedentário (Elizondo-Armendáriz et al.,

2005). A inatividade física é um importante contribuinte para doenças não

transmissíveis, como a obesidade (Azevedo et al., 2007). À medida que a

carga global de doenças não transmissíveis aumenta, fatores de risco como

sedentarismo tornam-se relevantes em países de baixa e média renda, não

apenas nas nações mais desenvolvidas (Bauman et al., 2012). Situação a que

deve ser dada devida atenção, pois, é considerada um dos maiores problemas

de saúde pública nas sociedades modernas.

O termo Comportamento Sedentário é uma expressão utilizada para

caracterizar um conjunto de atividades, realizadas na posição sentada ou

deitada, que apresentam um gasto energético próximo aos valores de

repouso/basal (1,0-1,5 MET), incluindo atividades como assistir televisão,

utilizar o computador, jogar videogame, conversar com os amigos, falar ao

telefone, dentre outras atividades similares (Thorp et al., 2011). O tempo gasto

em comportamentos sedentários está relacionado com os biomarcadores de

risco de doenças entre os adultos (Clark et al., 2009). Revisões sistemáticas de

estudos epidemiológicos prospectivos demonstraram uma relação positiva

entre tempo prolongado de comportamento sedentário e todas as causas de

morte por doenças cardiovasculares e metabólicas (Proper et al., 2011; Taylor,

2011).

Comportamentos sedentários envolvem a posição de sentada ou deitada e

são caracterizadas por baixos níveis de intensidade metabólica (Ainsworth et

al., 2000). É fundamental destacar que uma pessoa é considerada fisicamente

inativa quando não atinge as recomendações de atividade física,

diferentemente do comportamento sedentário que é expresso em relação ao

gasto energético e intensidade das atividades diárias do indivíduo. Porém, o

Page 37: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

37

ato de sentar, não está diretamente relacionado ao comportamento sedentário

quando se trata de pedalar uma bicicleta. Devendo limitar o termo ao enfatizar

o fato de estar sentado de forma inativa.

Nessa nova perspectiva, a falta de exercício pode ser trabalhada em duas

categorias distintas: (a) o comportamento sedentário, caracterizado por

atividades que tem um gasto energético de até 1,5 METs como, por exemplo,

sentar e assistir televisão; (b) as atividades físicas leves, tais como atividades

da vida diária, as quais demandam níveis energéticos entre 1,6 e 2,9 METs

(Mielke, 2012). Comportamentos sedentários como ver televisão, usar o

computador, ou estar sentado em um automóvel normalmente estão na faixa

de gasto de energia de 1,0 a 1,5 METs. Em contraste, atividade física

moderada a vigorosa, como andar de bicicleta, nadar, caminhar ou correr

requer um gasto energético de 3 a 8 METs. Nesta perspectiva, os

comportamentos de atividade de intensidade leve são aqueles feitos em pé,

mas que requerem despesas de não mais de 2,9 METS (Ainsworth et al.,

2000).

Page 38: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

38

Figura 1. Classificação das atividades em diferentes intensidades de acordo com o gasto energético (Ainsworth et al., 2000).

Pesquisas epidemiológicas e fisiológicas têm demonstrado novas

consequências para saúde quando se trata do comportamento sedentário e

prolongado tempo sentado, no qual são independentes das causas atribuídas à

falta de atividade física (Owen et al., 2011). Um estudo objetivou associar a

relação entre o comportamento sedentário e fatores de risco cardiovascular em

adolescentes. Publicado na revista espanhola de cardiologia, Martínez-Gómez

et al. (2010), encontraram correlações positivas nessa relação, sugerindo que o

tempo que os adolescentes gastam diariamente em atividades sedentárias está

relacionado a um maior risco cardiovascular. O tempo que se passa sedentário

(sentado) foi identificado recentemente como fator de risco para doenças

crônicas e obesidade, sendo este tipo de comportamento distinto da falta de

atividade física. Katzmarzyk et al. (2009), em um outro estudo com uma

amostra composta por 17.013 Canadenses de 18 a 90 anos de idade,

Page 39: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

39

relataram que independente da atividade física de lazer, existe uma associação

entre o tempo sentado com a mortalidade e doenças cardiovasculares.

Um indivíduo pode ser considerado ativo de acordo com as diretrizes de

atividade física, porém apresentar hábitos sedentários durante o seu dia a dia.

Ou seja, comportamento sedentário e atividade física podem coexistir (Farias

Júnior, 2012). O American College of Sports Medicine (ACSM) em parceria

com o American Heart Association (AHA), recomendam que indivíduos adultos

devem acumular 30 minutos ou mais de atividade física moderada a vigorosa

(AFMV) por pelo menos 5 dias na semana (Nelson et al., 2007). O tempo gasto

sentado é identificado como potencial fator de risco para o desenvolvimento de

doenças crônicas, mesmo em pessoas que cumprem as recomendações de 30

minutos diários de atividade física (Farias Júnior, 2012; Healy et al., 2008b;

Owen et al., 2009).

O tempo prolongado em comportamento sedentário poderá promover

efeitos nocivos à saúde, o que sugere que este hábito representa um fator de

risco em potencial para a saúde das pessoas (Farias Júnior, 2012). No entanto,

o tempo diário gasto em uma posição sentada ou deitada suficiente para afetar

a saúde dos adultos mais velhos ainda é desconhecido (Monego & Barbosa,

2014), tendo em vista que estes gastam boa parte do tempo que passam

acordados no dia em comportamentos sedentários diversos.

De acordo com Matthews et al. (2008) estima-se que cerca de 51-68% do

total de horas acordadas dos adultos são passadas em tempo sedentário. Em

estudo desenvolvido recentemente Matthews et al. (2012), testaram a hipótese

de que uma maior quantidade de tempo sentado em geral e a assistir televisão,

está associada positivamente com a mortalidade. Foram descritos os efeitos

independentes e combinados destes comportamentos sedentários e atividade

física moderada a vigorosa (AFMV) sobre a mortalidade. Desta forma a

associação mostrou-se positiva quando correlacionados o tempo sedentário

com a mortalidade. Determinando que aqueles que passavam mais horas

assistindo televisão e também relataram altos níveis de AFMV tinham 50%

maior risco de morte por todas as causas analisadas e apresentava duas vezes

Page 40: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

40

maior risco de morte por doença cardiovascular, em comparação àqueles que

relataram a mesma quantidade de exercício, porém menos horas assistindo

televisão.

Fatores sociais (demanda familiar/trabalho), ambientais (o ambiente de

trabalho) e organizacionais (salas de reunião/aula) podem influenciar nessa

configuração de comportamento. Investigações mostram que adultos chegam a

passar cerca de 9 horas do seu dia em comportamentos sedentários e 6 horas

em atividades físicas de leve intensidade (predominantemente em pé com

alguma movimentação) (Healy et al., 2007).

O comportamento sedentário parece ser visto por mulheres mais velhas

como uma necessidade, o tempo sentado é construído de acordo com as suas

rotinas como forma de gerir sintomas de doenças crônicas, tais como dores ou

conservação de níveis de energia para tornar a vida mais fácil e agradável

(Chastin et al., 2014). Em pesquisa, Healy et al. (2007), mostram que existe

uma associação significativa entre atividade física de intensidade leve com a

concentração de glicose no sangue. Além disso, o tempo gasto em atividades

de intensidade leve e o tempo de sedentarismo foram negativamente

correlacionados, concluindo então que, quanto mais tempo os participantes

gastam em atividades de intensidade leve, menos tempo eles passam

sedentários. Os achados sugerem ainda que a promoção de atividade física de

intensidade leve pode ter uma abordagem positiva e exequível, contra as

consequências nocivas à saúde decorrentes do sedentarismo.

Um estudo que procurou modificar o comportamento sedentário em adultos

mais velhos, e mostrou que é possível alterar a quantidade de tempo sentado

em mulheres jovens saudáveis e adultos mais velhos através de intervenções

comportamentais adaptadas (Gardiner et al., 2011). Na literatura encontramos

Healy et al. (2008a), que fazem associação das quebras (pausas) no tempo

sedentário objetivamente medido com os marcadores biológicos de risco

metabólico. Evidenciou-se que mais interrupções no tempo de sedentarismo

foram beneficamente associadas às variáveis metabólicas de risco,

particularmente medidas de adiposidade, triglicerídes e glicose plasmática a 2

Page 41: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

41

horas. Resultados estes que conferem importantes implicações na saúde

pública. Os adultos devem ser estimulados a reduzir o tempo gasto em

comportamentos sedentários, quando possível, e a participar de AFMV em

níveis recomendados. Reduzir o tempo que adultos gastam em

comportamentos sedentários deve ser visto como uma possível prioridade na

promoção da saúde pública (Hamilton et al., 2008).

1.3. O Ambiente como Favorecedor da Atividade Física

O reconhecimento da atividade física como promotora da saúde global,

podendo ser praticada nos mais variados ambientes, é fato que não deve ser

negado. De acordo com Spirduso (1994), a população adulta reconhece tão

bem os benefícios da atividade física na vida diária, porém continua sedentária.

A promoção de atividade física em níveis mais elevados no público adulto se

tornou uma questão de suma importância no âmbito da saúde pública a ser

problematizada e estudada ao longo dos anos. Faz-se necessário entender

uma série de fatores psicológicos, sociais, de saúde e ambientais que facilitam

ou inibem os idosos a participar de atividades físicas (Kaplan et al., 2001).

Contudo, existem barreiras que impedem a adesão de indivíduos idosos à

prática de atividade física. Enquanto, a importância de um estilo de vida ativo é

bem conhecida, o idoso muitas vezes acredita ser muito velho ou fraco para

realizar atividade física, e o exercício raramente é visto como um medicamento

de prescrição necessária (Schutzer & Graves, 2004).

O indivíduo passa por diferentes fases que evidenciam vários níveis de

atividade física durante a vida. Como determinantes desse complexo

comportamento, duas categorias podem influenciar os padrões de atividade

física: as características individuais, incluindo motivações, auto eficácia,

habilidades motoras e outros comportamentos de saúde; e as características

ambientais, como o acesso ao trabalho ou espaços de lazer, custos, barreiras

de disponibilidade temporal e suporte sociocultural (Sherwood & Jeffery, 2000).

Page 42: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

42

O conceito de auto eficácia é identificado como um determinante importante no

comportamento de praticar exercício na população e se define como a crença

de um indivíduo em sua capacidade de executar com sucesso um

comportamento específico (Schutzer & Graves, 2004).

Percepções ambientais desempenham um papel importante na relação

entre atividade física e ambiente, porque o modo como as pessoas percebem e

interpretam seu ambiente pode afetar seus padrões de atividade física

(Blacksher & Lovasi, 2012). Podemos encontrar na literatura diversos artigos

publicados ao longo dos anos que objetivaram identificar as principais barreiras

associadas à prática de atividade física, evidencia-se a falta de tempo como o

fator mais citado (Brownson et al., 2001; Godin et al., 1994; Jaffee et al., 1999;

Johnson et al., 1990; Lian et al., 1999; Wilcox et al., 2003; Yoshida et al., 1987).

Os idosos com mais frequência citam a má saúde como a principal barreira

para à prática de atividade e exercício físicos (Schutzer & Graves, 2004), além

de relatarem problemas de saúde e dores como impedimentos (Cohen-

Mansfield et al., 2003). Muitas vezes os idosos percebem os sintomas

associados ao exercício como negativos: transpirar, respiração mais ofegante,

e dores musculares típicas durante o exercício são considerados por alguns a

fazer mais mal do que bem (Schutzer & Graves, 2004).

Um estudo realizado com adultos mais velhos com idade entre 75-81 anos

objetivou considerar os principais motivos e barreiras à prática de atividade

física. Concluiu que aqueles com mobilidade severamente limitada mais

frequentemente relatam problemas de saúde, medo, falta de companhia e um

ambiente inadequado para a prática do que aqueles sem limitação de

mobilidade, porém estes têm ciência da importância do exercício físico na

gestão da doença (Rasinaho et al., 2007).

Pelo extenso número de artigos publicados, surgiu a necessidade de

investigação dos fatores ambientais que influenciam a prática de atividade

física, a fim de compreender a adoção de comportamentos inativos dos

indivíduos e buscar alterá-los. Tais fatores foram classificados em sete

Page 43: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

43

domínios: demográficos e biológicos, psicológicos, cognitivos e emocionais,

atributos comportamentais e habilidades, sociais e culturais, ambientes físicos,

e características de atividade física (esforço e intensidade percebida) (Dishman

& Sallis, 1994; Sallis & Owen, 1999).

Os atributos do ambiente são um tema relevante que vem conquistando

importante espaço em estudos realizados por gestores e formuladores de

programas que buscam desenvolver melhores políticas públicas. Nessa

conjuntura, os modelos ecológicos de comportamentos destacam a relevância

de se levar em consideração os diversos níveis de influência no

desenvolvimento de intervenções. Modelos ecológicos de comportamentos de

saúde prestam contas da interação das pessoas com vários níveis de

determinantes dentro de seus ambientes físicos e socioculturais, reconhecendo

que tanto o ambiente físico como o comportamento das pessoas são moldados

por influências sociais e organizacionais (Humpel et al., 2002).

Além dos atributos individuais e sociais, fatores ambientais e políticos

devem afetar a atividade física em diferentes domínios (por exemplo, de

transporte ou de lazer) e diferentes configurações (por exemplo, bairros,

parques) (Sallis et al., 2008). Segundo Humpel et al. (2002), tanto os atributos

ambientais percebidos quanto os objetivamente determinados (particularmente

estética, conveniência e acesso) estão associados a uma maior probabilidade

de atividade física. Estudos de anos anteriores já avaliavam as características

ambientais e mostravam que variáveis como a conveniência de instalações e o

acesso a equipamentos em casa estão relacionados à prática de atividade

física (Dishman & Sallis, 1994; Sallis et al., 1989).

Ambientes ricos em recursos relevantes para a atividade física tais como

calçadas, parques e clubes de saúde, podem tornar mais fácil para as pessoas

serem fisicamente ativas. Ambientes que carecem de recursos relevantes ou

constituem barreiras, tais como intempéries ou altas taxas de criminalidade,

podem atuar na redução da probabilidade de que os residentes serão

fisicamente ativos (Sallis et al., 1997). Esses recursos de acordo com, Sallis et

al. (1997), consideram o contexto físico e social em que o comportamento

Page 44: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Revisão de Literatura

44

ocorre. A literatura tem mostrado associação entre ambiente físico construído e

atividade física de adultos (Humpel et al., 2002; Owen et al., 2004), além da

proximidade de instalações de recreação, características relacionadas à

qualidade estética parecem frequentemente associada à atividade física no

tempo livre (Owen et al., 2004; Van Dyck et al., 2011).

A presença de facilitadores inseridos no ambiente colaborando na

estética, como equipamentos e ambientes atraentes atuam de forma positiva

estimulando a prática de atividade física. Em contrapartida a existência de

barreiras como falta de segurança, pode ser vista pela população como

obstáculo atuando de forma negativa neste contexto. Ambientes físicos têm a

capacidade de facilitar ou dificultar a atividade física (King et al., 1995). Em

estudo Hovell et al. (1992), examinaram mudanças no padrão de caminhada

por mais de dois anos e constataram que o número de instalações

convenientes relatados no início do estudo foi associado com um aumento da

caminhada. Em outro estudo Sugiyama et al. (2014), encontraram a estética do

bairro como um atributo ambiental que teve um conjunto informativo nas

relações com a caminhada recreativa. Afirmam ainda, que fazer bairros

agradáveis para caminhar por meio de projeto urbano, recursos naturais, como

a vegetação e água, e a manutenção pode atrair moradores a andar com mais

frequência por recreação, sendo este um forte incentivo.

Posto isso, torna-se premente a necessidade do desenvolvimento de

políticas relevantes e intervenções eficazes no sentido de identificar os fatores

que podem ser alterados para influenciar positivamente o comportamento da

atividade física (Humpel et al., 2002; Owen et al., 2004). Vale evidenciar que

muitas das barreiras ambientais são potencialmente removíveis por um melhor

planejamento social. Países têm incluído nas suas políticas nacionais de saúde

o desenvolvimento de estratégias que visem o aumento da inclusão do

exercício físico na vida dos idosos. Encontrar maneiras de proporcionar aos

adultos mais velhos oportunidades para adquirir experiências positivas de

exercício, pode ser mais eficaz do que apenas informá-los a respeito dos seus

benefícios (Rasinaho et al., 2007).

Page 45: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

45

OBJETIVO

Page 46: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

46

Page 47: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Objetivo

47

2. Objetivo

Verificar a associação entre a percepção que os indivíduos têm a respeito

do ambiente residencial e o tempo gasto em comportamentos sedentários em

diferentes concelhos de residência do norte de Portugal.

Page 48: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

48

Page 49: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

49

METODOLOGIA

Page 50: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

50

Page 51: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Metodologia

51

3. Metodologia

3.1. Amostra

A amostra do presente estudo foi selecionada por conveniência, composta

por 65 indivíduos adultos com mais de 60 anos de idade (64,9 ± 5,0), sendo 26

homens e 39 mulheres, participantes do projeto de investigação do Programa

Nacional de Marcha e Corrida ocorrido nos concelhos do Porto, Lamego e

Espinho. Tendo como critérios de inclusão ter idade igual ou superior a 60 anos

além de, não ter qualquer contraindicação referente à prática de exercício físico

e participação voluntária. Os participantes reuniam-se três vezes na semana e

pelo menos durante uma hora realizavam exercícios aeróbicos e resistidos.

Quadro 1. Frequência e percentuais de homens e mulheres de cada concelho.

Frequência Percentual Total Masculino Feminino Masculino Feminino

Porto 7 15 26,9 38,5 22

Espinho 14 11 53,8 28,2 25

Lamego 5 13 19,2 33,3 18

Total 26 39 100 100 -

3.2. Concelhos de Residência

Os concelhos de residência participantes na investigação foram escolhidos

por conveniência, e são pertencentes à região norte de Portugal. As

informações a seguir são referentes à área e ao número de habitantes de cada

região citada, a fim de familiarizar a respeito das diferenças geográficas e

populacionais de cada um dos concelhos.

O Porto é um concelho localizado a noroeste de Portugal também

conhecida como a capital do norte. Sede de um município que de acordo com o

INE (2011) possui uma área de 41.42 km², tendo uma população de 237.591

habitantes e segundo o senso de 2011, possui cerca de 44.324 edifícios. O

município de Espinho tem uma área urbana de 21.06 km² e uma população

residente de 31.786 habitantes e cerca de 8.889 edifícios. Lamego tem como

Page 52: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

52

sede do município 165.42 km² de área e 26.671 habitantes. De acordo com o

senso de 2011, tem 12.398 edifícios.

3.3. Instrumentos e Variáveis

3.3.1. Acelerômetro

Para obtenção do tempo que os indivíduos gastam em comportamentos

sedentários, ultilizamos o Acelerômetro ActiGraph GT1M como instrumento de

avaliação objetiva. Através desse dispositivo é possível obtermos informações

a respeito da quantidade, frequência e duração da atividade física. Os

acelerômetros são sensores de movimentos, sensíveis à variação na

aceleração do corpo em um ou nos três eixos e, por isso, capazes de medir

direta e objetivamente frequência, intensidade e duração dos movimentos

referentes à atividade física realizada (Melby et al., 2003). Os acelerômetros

representam uma ferramenta válida e útil na avaliação da atividade física

(Freedson et al., 1998). O tempo despendido pelo sujeito em cada nível de

atividade é expresso em minutos e a intensidade da atividade durante cada

período de registro é expressa por uma medida padronizada designada

“counts”. Quanto maior for o número de “counts” obtido maior terá sido a

atividade desenvolvida pelo indivíduo (Jorge et al., 2002). Os participantes

foram monitorados durante 7 dias consecutivos e após esse tempo recolhidos

para tratamento dos dados obtidos através do programa ActiLife. Para a

análise dos dados no programa ActiLife foram validados os indivíduos que

tinham no mínimo 4 dos 7 dias e pelo menos 8 horas diárias de uso do

acelerômetro segundo Trost et al. (2005). Aplicaram-se os pontos de corte em

conformidade com Copeland & Esliger (2009), que de acordo com o estudo,

considera Tempo Sedentário de 0-100 counts; Atividade leve vai de 100-1040

counts; Atividade Moderada encontra-se entre 1041-2503 counts e Atividade

Vigorosa >2504 counts. Desta forma foi possível definir através de counts/min

o tempo sedentário de cada indivíduo durante cada hora do dia.

Page 53: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Metodologia

53

3.3.2. Questionário de Percepção Ambiental

O questionário ALPHA (European Environmental Questionnaire) foi aplicado

para medir as percepções ambientais em relação à atividade física. Consiste

em averiguar a percepção dos indivíduos em relação ao ambiente em que

vivem (Spittaels et al., 2010). As questões são todas referentes ao tipo de

habitação e à vizinhança, os questionamentos foram realizados com intermédio

de um entrevistador. Este aplicava o inquérito no mesmo dia em que eram

colocados os acelerômetros nos participantes.

O inquérito consistia em 15 questões que englobavam temas como

predominância habitacional da área, distância a pé aos estabelecimentos e

paragens, quantidade de veículos na família, infraestrutura de passeios e

ciclovias, segurança e estética. As afirmações tinham como possíveis

respostas cinco opções: Discorda completamente; Discorda de certa forma;

Concorda de certa forma; Concorda completamente e Não sabe/Não tem

certeza. Diante disso foi feito um agrupamento das opções de respostas em

dois grupos apenas. O grupo dos que Concordam com as proposições,

englobando “Concorda completamente” e “Concorda de certa forma”, e o grupo

dos que Discordam agrupando as respostas “Discorda completamente” e

“Discorda de certa forma”. A assertiva “Não sabe/não tem certeza” não foi

agrupada por não apresentar relevância para a pesquisa.

3.4. Análise Estatística

Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o programa SPSS 20.0

(Statistical Package for the Social Sciences). Na caracterização da amostra foi

realizada uma análise descritiva com base na frequência e porcentagem. Para

as associações entre as variáveis de tempo sedentário e percepção do

ambiente foi usado a Correlação de Spearman.

Averiguou-se que a variável “Tempo Sedentário Total” da amostra

apresenta uma distribuição normal através do teste de Kolmogorov-Smirnov

Page 54: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

54

podendo afirmar-se que esta é simétrica e contínua, desta forma podem ser

utilizados testes paramétricos. Foi realizado então o teste de One-Way Anova

entre a variável escalar “Tempo Sedentário Total” e a variável nominal

“Concelho de Residência”, testando se as médias da variável em cada

categoria são ou não iguais. O Post-Hoc utilizou-se Bonferroni por possuir

pequenos grupos e se adotou o nível de significância 5% (p<0,05) para todos

os procedimentos estatísticos, apresentando diferença significativa nas médias

entre os concelhos de Porto e Espinho.

As variáveis “Criminalidade noturna”, “Criminalidade diurna” e “Trânsito”

foram recodificadas de forma a obter respostas que apresentem o mesmo

sentido das demais do questionário. Sendo assim, as proposições com

menores numerações equivalem às respostas que concordam com a

afirmação.

Page 55: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

55

RESULTADOS

Page 56: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

56

Page 57: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Resultados

57

4. Resultados

Quando realizado o teste Anova podemos observar as seguintes médias

entre o tempo sedentário total de cada concelho de residência:

Quadro 2. Média do tempo sedentário total dos diferentes concelhos de residência.

Médias f Espinho Porto Lamego

Tempo Sedentário Total

2825,6933

3651,1500*

3371,1667

6,069

*p<0,05 comparisons post-hoc teste Bonferroni.

Para o questionário ALPHA de percepções ambientais obtivemos as

seguintes respostas em cada inquérito:

Quadro 3. Percentual de respostas do questionário de percepção ambiental de cada concelho. Questão Concelho de Residência

Porto Espinho Lamego

Habitação Predominante

Moradas independentes

Casa geminadas,

prédios de 2-3 andares

Prédios 4-12 andares

Prédios mais 12 andares

17,6%

11,8%

11,8%

58,8%

27,8%

27,8%

27,8%

16,7%

52,9%

17,6%

-

29,4%

Distância de acesso

aos estabelecimentos

Mais de 15 minutos

6-10 minutos

11-15 minutos

1-5 minutos

-

11,8%

41,2%

47,1%

5,6%

22,2%

33,3%

38,9%

-

88,2%

11,8%

Tempo para chegar a uma

Paragem de transportes

Mais de 15 minutos

6-10 minutos

11-15 minutos

1-5 minutos

-

-

17,6%

82,4%

17,6%

5,9%

17,6%

58,8%

-

11,8%

35,3%

52,9%

As ruas têm passeios Concordam

Discordam

94,1%

5,9%

77,8%

22,2%

70,6%

29,4%

Passeios em bom estado de

conservação

Concordam

Discordam

88,3%

11,8%

82,3%

17,7%

58,8%

11,8%

Faixas de circulação de ciclistas Concordam

Discordam

11,8%

88,2%

38,8%

61,1%

-

100%

Faixas de ciclistas em bom estado de

conservação

Concordam

Discordam

50%

50%

44,4%

55,6%

-

-

Zonas de recreação gratuitas Concordam

Discordam

29,4%

70,6%

72,2%

27,8%

23,5%

76,4%

Page 58: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Resultados

58

Criminalidade noturna não permite

fazer passeios

Concordam

Discordam

47%

53%

22,2%

77,8%

23,5%

76,5%

Criminalidade diurna não permite fazer

passeios

Concordam

Discordam

11,8%

88,2%

11,1%

88,9%

5,9%

94,1%

Trânsito torna desagradável andar a pé Concordam

Discordam

29,4%

70,5%

35,3%

64,7%

23,5%

76,5%

Pessoas praticam exercícios físicos Concordam

Discordam

47%

53%

83,3%

16,7%

58,8%

41,2%

Coisas interessantes para ver enquanto

passeia

Concordam

Discordam

17,7%

82,4%

50%

50%

23,5%

76,5%

Quantidade de veículos

0

1

2

3

17,6%

64,7%

17,6%

-

-

66,7%

27,8%

5,6%

11,8%

64,7%

17,6%

5,9%

Cruzamentos na área

residencial

Concordam

Discordam

76,5%

23,5%

100%

-

29,4%

70,5%

Quando analisada a associação entre a percepção dos indivíduos em

relação a sua zona residencial e o tempo sedentário total adquirido de forma

objetiva através de acelerômetros, encontramos os resultados das tabelas 3, 4

e 5 referentes aos concelhos do Porto, Lamego e Espinho respectivamente.

Quadro 4. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho do Porto.

Questão

Correlação com o Tempo Sedentário Total

1

Habitação Predominante

-,028

2

Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos

-,558*

3

Tempo para chegar a uma paragem de transportes

,157

4

As ruas têm passeios

,204

5

Os passeios estão em bom estado de conservação

-,155

6

Faixas de circulação para ciclistas

,410

7

As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação

,105

8

Zonas de recreação gratuita

,450

9

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos

,054

10

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos

-,551*

11

Trânsito torna desagradável andar a pé

-,342

12

Pessoas praticam exercício nas ruas

,075

13

Coisas interessantes para ver enquanto se passeia

-,176

14

Quantidade de veículos

-,283

15

Muitos cruzamentos na minha área residencial

,217

Page 59: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Resultados

59

Quadro 5. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Lamego.

Questão

Correlação com o Tempo

Sedentário Total

1

Habitação Predominante

-,362

2

Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos

,149

3

Tempo para chegar a uma paragem de transportes

,015

4

As ruas têm passeios

-,263

5

Os passeios estão em bom estado de conservação

-,073

6

Faixas de circulação para ciclistas

.

7

As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação

.

8

Zonas de recreação gratuita

-,198

9

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos

,151

10

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos

-,357

11

Trânsito torna desagradável andar a pé

,098

12

Pessoas praticam exercício nas ruas

-,299

13

Coisas interessantes para ver enquanto se passeia

-,269

14

Quantidade de veículos

,177

15

Muitos cruzamentos na minha área residencial

,466

Quadro 6. Correlação entre a percepção ambiental e tempo sedentário total dos indivíduos residentes no concelho de Espinho.

Questão Correlação com o Tempo

Sedentário Total

1

Habitação Predominante

,544*

2

Distância Rápida de acesso aos estabelecimentos

,069

3

Tempo para chegar a uma paragem de transportes

,137

4

As ruas têm passeios

,386

5

Os passeios estão em bom estado de conservação

-,461

6

Faixas de circulação para ciclistas

-,015

7

As faixas para ciclistas estão em bom estado de conservação

-,088

8

Zonas de recreação gratuita

,419

9

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios noturnos

-,025

Page 60: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Resultados

60

10

Taxa de criminalidade não permite fazer passeios diurnos

,188

11

Trânsito torna desagradável andar a pé

-,413

12

Pessoas praticam exercício nas ruas

,201

13

Coisas interessantes para ver enquanto se passeia

,220

14

Quantidade de veículos

,111

15

Muitos cruzamentos na minha área residencial

-,351

Page 61: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

61

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Page 62: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

62

Page 63: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

63

5. Discussão dos Resultados

Como principais resultados, pode-se apontar o maior valor médio de tempo

sedentário no Porto, quando comparado aos demais concelhos de residência

referidos. Na correlação entre a percepção do ambiente e o tempo sedentário

total da amostra do Porto, foi constatada associação significativa nas questões

“Distância Rápida de Acesso aos Estabelecimentos” e “Taxa de Criminalidade

Não Permite Fazer Passeios Diurnos”. No concelho de Espinho esta correlação

estava presente na questão “Habitação Predominante”, enquanto em Lamego

não houve correlação significativa em nenhuma das questões.

Os residentes no concelho do Porto exibem maiores valores de tempo

sedentário quando relacionado aos outros concelhos de residência. De acordo

com Owen et al. (2011) uma pessoa que vive em um subúrbio em

desenvolvimento quando comparada com uma pessoa que vive em um bairro

antigo perto do centro da cidade, pode apresentar padrões de comportamento

diários muito diferentes.

Podemos notar essas diferenças quando comparamos os resultados dos

questionários nos distintos concelhos, onde o Porto tem maiores percentuais

de respostas negativas nos temas de faixas de circulação de ciclistas, zonas

gratuitas de recreação, pessoas praticando exercício físico e cruzamentos na

área residencial, além da predominância de prédios muito altos. Esses fatores

podem ser vistos de forma desfavorável à pratica de atividade física e adoção

de hábitos saudáveis.

No presente estudo averiguou-se o tempo sedentário entre os diferentes

concelhos de residência, sendo dois deles (Porto e Espinho) localizados mais

próximos ao litoral, porém divergentes em questões geográficas como área e

número de habitantes, e o concelho de Lamego localizado no interior de

Portugal. Ademais, o percentual de respostas do questionário ALPHA (exposto

na tabela 3) nos mostra que 58,8% dos residentes do concelho do Porto vivem

em prédios com mais de 12 andares. Sendo o Porto o concelho com o maior

número de habitantes entre as três localidades referidas, afirmamos que o

Page 64: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

64

Porto possui uma maior “densidade populacional”, justificando a significância

do concelho em relação à média apresentada em comportamentos sedentários.

Forsyth et al. (2007), afirmam que no geral, as maiores densidades

residenciais têm muitos benefícios em termos de uso eficiente da infraestrutura,

acessibilidade da habitação, eficiência energética. Os autores propõem ainda,

que a maior densidade residencial aumenta os congestionamentos do tráfego e

que este afeta a atividade física de adultos mais velhos negativamente nos

bairros de maiores densidades, porém apresenta resultados inconclusivos.

Atribuimos os resultados obtidos aos fatores ambientais que podem influenciar

nesses valores positiva ou negativamente. Em estudo com adultos portugueses

de uma amostra açoriana, Santos et al. (2008), verificaram a influência de

diversas características ambientais como infraestrutura, acesso a locais,

ambiente social e estética que foram associados positivamente aos níveis de

atividade física da amostra referida.

Na tabela 3 são expressos os resultados percentuais de cada questão do

inquérito, a partir deste seguimento torna-se possível extrair algumas

conclusões a respeito da área residencial em que vivem. O ambiente tem

grande influência no estilo de vida das pessoas e no poder de escolha por

hábitos saudáveis (Florindo et al., 2011).

No concelho do Porto 58,8% da amostra mora em prédios com mais de 12

andares enquanto em Espinho existe um misto de moradas independentes,

casas geminadas ou prédios de 2-3 andares e prédios de 4-12 andares todos

apresentando um percentual de 27,8. Já em Lamego predominam as moradias

independentes com 52,9% dos indivíduos.

Quando se trata da distância rápida aos estabelecimentos os indivíduos

moradores do Porto e Espinho residem a uma distância de 1-5min ou 11-15min

dos estabelecimentos. Já os de Lamego moram a uma distância média dos

estabelecimentos de 6-10min. No quesito tempo para chegar a uma paragem

de transportes, 82,4% do Porto moram próximos e levam até 5 min a uma

paragem assim como os sujeitos de Espinho (58,8%) e Lamego (52,9%). A

maioria percentual, nos três concelhos citados, concorda com a afirmação de

Page 65: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

65

que sua localidade possui passeios e estes estão em bom estado de

conservação. Os residentes do Porto concordam que existem faixas

específicas para ciclistas e estas se encontram em bom estado de

conservação. Os moradores de Espinho e Lamego apresentam altos

percentuais ao discordar sobre a existência de ciclovias. Na assertiva a

respeito das zonas de recreação gratuita apenas o Porto discorda da alegação.

Os percentuais estão aproximados no que concerne à criminalidade nortuna

em que 47% correspondem aos que concordam e 53% não corroboram com

esta afirmação. Em espinho e Lamego os sujeitos discordam que a

criminalidade não permite fazer passeios diurnos assim como noturnos. Os

indivíduos dos três concelhos são predominantes ao atestar que o trânsito não

torna desagradável andar a pé. Há uma proximidade nos percentuais

apresentados em relação a pessoas praticando exercícios físicos no concelho

do Porto, em que 47% disseram que sim e 53% não. Enquanto que há

prevalência de respostas positivas nos concelhos de Espinho e Lamego. No

item “coisas interessantes para ver enquanto passeiam” os três concelhos

admitem não as ter. A predominância de apenas um veículo na família foi

constatada. Espinho e Porto concordam na afirmação de que existem

cruzamentos na sua área residencial enquanto Lamego não corrobora com

esta afirmação.

Segundo Sallis et al. (2006), a prática de atividade física e a adoção de

alimentação saudável são comportamentos complexos e que mudanças

nessas condutas dependem também das características do ambiente. De

acordo com o que foi explanado, os indivíduos da amostra percebem seu

ambiente positivamente no que concerne à estrutura do bairro, proximidade

aos estabelecimentos, trânsito e criminalidade, que são aspectos

favorecedores a uma conduta mais saudável.

Ao analisar as correlações encontradas entre o questionário ALPHA e a

variável de tempo sedentário total, verificou-se que a “Distância Rápida de

acesso aos estabelecimentos” no concelho do Porto também apresentou uma

significativa correlação negativa, onde podemos interpretar que quanto mais

perto os estabelecimentos são, menos tempo é gasto em comportamentos

Page 66: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

66

sedentários. Essas pessoas concordam com a proximidade dos

estabelecimentos e lojas, consequentemente diminuem o tempo que passam

sedentárias, reafirmando os achados científicos.

Na literatura podemos encontrar Saelens et al. (2012) que fazem referência

do andar como forma de lazer relacionado com a seleção residencial de fácil

acesso a locais. Essa variável teve altos escores indicando maior interesse em

ter acesso fácil aos lugares. Segundo o estudo as pessoas são mais propensas

a escolher atividade de lazer em relação a outros tipos de atividades quando

encontram em sua comunidade um lugar acessível para experimentar a pé.

Para Carlson et al. (2012), os adultos mais velhos podem estar particularmente

suscetíveis às influências do ambiente construído, porque eles podem preferir

curtas distâncias a pé, instalações seguras para pedestres, e ter mais tempo

para gastar em parques. Numa outra pesquisa encontrada Florindo et al.

(2011), ressaltam a importância de áreas de lazer e recreação no planejamento

urbano, pois essas estruturas contribuem não somente para a prática de

atividade física no lazer, mas também para a caminhada como forma de

deslocamento. Outros resultados referem-se à noção de proximidade, isto é, os

locais em que as pessoas poderiam chegar caminhando de suas residências

em até 10 minutos, ou distância de 400 metros até 1.500 metros (equivalente 5

a 15 minutos caminhando) e são significativamente associados com a prática

da caminhada como forma de deslocamento (McCormack et al., 2008).

Ainda no concelho do Porto quando se trata da “taxa de criminalidade não

permite fazer passeios diurnos”, encontrou-se uma correlação negativa com o

tempo sedentário total dos indivíduos. Ao recodificar essa variável os

resultados apresentados mostram que há uma percepção mais negativa do

ambiente, onde os indivíduos que percebem a existência de uma maior

criminalidade são aqueles que apresentam consequentemente mais tempo

sedentários. Na tentativa de justificar nossos resultados encontramos estudo

em que bairros de maior densidade os aspectos negativos mencionados são

relativos à segurança do ambiente, abordando questões como insegurança,

crime, vandalismo sendo citados nos bairros de maior densidade, adultos mais

velhos sentem-se intimidados para fazer caminhadas (Chaudhury et al., 2012).

Em contrapartida encontramos resultados de pesquisas que mostram uma

Page 67: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

67

percepção positiva de segurança e que tais pessoas apresentam mais chances

de serem ativas no deslocamento (Florindo et al., 2011). Ambientes com alta

criminalidade diminuem a probabilidade de as pessoas se tornarem mais ativas

(Schutzer & Graves, 2004).

Não fizemos comparações entre os gêneros masculino e feminino, em

virtude do número reduzido de sujeitos na amostra, porém podemos encontrar

estudos que constatam que existem diferenças entre homens e mulheres

relativamente à percepção do ambiente e os comportamentos de atividade

física. Em estudo realizado nos Estados Unidos, constatou que as mulheres

que relataram baixo índice de criminalidade nos bairros em que residiam

praticaram mais minutos de atividade física por semana (Sallis et al., 2007).

De acordo com Bennett et al. (2007) os homens tendem a relatar sentirem-

se mais seguros do que as mulheres em ambos os momentos do dia. Ainda na

literatura encontramos uma investigação feita em 12 países que examinou as

associações entre os atributos ambientais percebidos e caminhada como

recreação, quando se tratou do atributo segurança, não foi encontrada

associação sugerindo que a caminhada como recreação pode ser

independente de como as pessoas percebem estas características ambientais

(Sugiyama et al., 2014). Diante dessa afirmação observamos no inquérito um

percentual alto de discordância dos investigados na questão sobre a

criminalidade, porém encontramos significância nesta correlação, corroborando

a afirmação anterior de que independe das características ambientais. A

segurança percebida pela vizinhança pode servir como uma barreira do

ambiente para atividade física e muitas destas barreiras podem ser removidas

através de um melhor planejamento social fazendo-se necessárias políticas

públicas para intervenção nesses aspectos.

Na tabela 5 são expostas as correlações do questionário ambiental e tempo

sedentário no concelho de Lamego. Não foi possível constatar nenhuma

associação significativa entre eles, fundamentando a falta de correlações

existentes aos índices de respostas positivas ao questionário, de forma que

Lamego apresentou resultados mais positivos de percepção ambiental do que

os outros concelhos.

Page 68: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

68

Diante da tabela 6 quando associamos o tempo sedentário com a questão

da habitação predominante no concelho de Espinho, constatamos uma

correlação positiva. Sendo assim, podemos determinar que quanto maior a

densidade de residências numa área próxima, mais as pessoas passam tempo

em comportamentos sedentários. A densidade tem sido vista como importante

porque tem efeitos diretos sobre a atividade física utilitarista (Forsyth et al.,

2007). Atribuímos os resultados encontrados no concelho de Espinho, o

produto de uma cidade de vasta área litorânea em que as pessoas passam

mais tempo sentadas em praças ou à beira-mar.

Em oposição, nos deparamos com Steiner (1994) afirmando que

densidades residenciais mais elevadas podem aumentar a atividade física de

adultos mais velhos e conclui que moradores de áreas com maior densidade

usam o transporte público ou andando com mais frequência. Maior densidade

também foi associada a mais transporte a pé permitindo que os indivíduos

viagem mais diretamente entre os lugares, o que é uma consideração

importante na escolha de andar (Saelens et al., 2012). Esta afirmação não

representa o concelho de Espinho devido ao aumento da densidade

proporcionar uma maior oportunidade de serviços e instalações acessíveis à

vizinhança.

Porém Van Dyck et al. (2013), concluem que talvez ambientes residenciais

mais densos tenha a tendência de criar mais interesse visual e contribuir para a

sensação de segurança das pessoas nas ruas, embora isso só pode ser o caso

quando a densidade residencial não é muito alta, porquê esta possivelmente

produz efeitos opostos. Ainda de acordo com Van Dyck et al. (2013), ambientes

de densidade extremamente alta não são conhecidos como lugares para viver

uma vida saudável. Outra vertente que podemos sugerir é em relação ao tipo

de atividade exercida, o ambiente pode ter uma alta densidade habitacional,

mas as pessoas preferem atividades de pouco gasto energético em posição

sentada nas ruas na companhia de pares ou sozinhos em casa. Em uma

investigação qualitativa dos determinantes do comportamento sedentário com

um grupo de mulheres idosas conduzido por Chastin et al. (2014), as atividades

mais consistentes eram em posição sentada e geralmente atividades solitárias,

como assistir televisão ou tarefas cognitivamente exigentes, como fazer

Page 69: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Discussão

69

palavras cruzadas, além disso, as participantes também citaram atividades em

grupo, como bingo.

Os resultados demonstram a importância do presente estudo à população,

especialmente entre adultos mais velhos que são atualmente a fração da

população mais sedentária. Como limitações, encontramos a avaliação da

percepção ambiental através de questionários, pois estudos transversais não

permitem estabelecer relação causa e efeito, além disso, a amostra deste

estudo é reduzida e não representa a população geral de idosos. Realçamos

que o comportamento sedentário medido de forma objetiva é pouco encontrado

na literatura e estudos como este, se tornam essenciais como primeiro passo à

investigação mais profunda nesta questão. O estudo poderia ser

complementado através de dados objetivos como verificação do local e/ou

utilização de GPS, levando em consideração também a aptidão e limitações

físicas dos indivíduos como barreiras à prática. Dessa forma esse tema vem

emergindo como um grave problema de saúde pública e destacamos também

sua relevância como meio de identificar as barreiras e oportunidades de

intervenções a fim de promover uma mudança de comportamento.

Page 70: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

70

Page 71: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

71

CONCLUSÕES

Page 72: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

72

Page 73: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Conclusões

73

6. Conclusões

Com o presente estudo foi possível verificar as associações existentes entre

a percepção dos indivíduos em relação ao seu ambiente residencial e o tempo

sedentário, medido objetivamente nas amostras obtidas em três concelhos de

residência do norte de Portugal. Foi encontrada uma relação negativa entre a

distância dos estabelecimentos no concelho do Porto, sugerindo que os

indivíduos valorizam a proximidade dos estabelecimentos da sua região e

passam menos tempo em comportamentos sedentários.

No tocante à habitação, há um misto de prédios e casas geminadas no

concelho de Espinho, diante da correlação positiva concluímos que neste caso

a densidade atua de forma negativa, onde os idosos passam mais tempo

sedentários nas suas residências. Quando se trata da criminalidade diurna, o

Porto apresenta uma relação negativa neste ponto onde as pessoas acreditam

haver uma maior criminalidade. Como consequência, preferem passar mais

tempo no seu ambiente residencial. Os achados corroboram com a literatura

detectada em que a percepção da falta de segurança no ambiente, reduz a

probabilidade dos indivíduos serem mais ativos.

As associações encontradas remetem a preocupação existente no campo

científico em estimular hábitos saudáveis nos indivíduos através do ambiente

planejado. Um ambiente residencial bem planejado em que as pessoas sintam-

se seguras pode atuar de forma positiva e eficaz como meio de intervenção

nos hábitos dos usuários. Além disso, através das barreiras constatadas no

estudo, podemos compreender melhor os motivos pelos quais os participantes

possuem altos valores em tempo sedentário.

Page 74: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

74

Page 75: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Page 76: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

76

Page 77: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referências Bibliográficas

77

7. Referências Bibliográficas

Ainsworth, B. E., Haskell, W. L., Whitt, M. C., Irwin, M. L., Swartz, A. M., Strath, S. J., O Brien, W. L., Bassett, D. R., Schmitz, K. H., & Emplaincourt, P. O. (2000). Compendium of physical activities: an update of activity codes and MET intensities. Medicine and science in sports and exercise, 32(9; SUPP/1), S498-S504.

Alves, J. G. B., Siqueira, F. V., Figueiroa, J. N., Facchini, L. A., da Silveira, D. S., Piccini, R. X., Tomasi, E., Thumé, E., & Hallal, P. C. (2010). Prevalência de adultos e idosos insuficientemente ativos moradores em áreas de unidades básicas. Cad. Saúde Pública, 26(3), 543-556.

Amer, N. M., Sanches, D., & Moraes, S. M. F. d. (2008). Índice de massa corporal e razão cintura/quadril de praticantes de atividade aeróbica moderada. Revista da Educação Física/UEM, 12(2), 97-103.

Azevedo, M., Araújo, C., Reichert, F., Siqueira, F., Silva, M., & Hallal, P. (2007). Gender differences in leisure-time physical activity. International Journal of Public Health, 52(1), 8-15.

Barnes, J., Behrens, T. K., Benden, M. E., Biddle, S., Bond, D., Brassard, P., Brown, H., Carr, L., Chaput, J.-P., & Christian, H. (2012). Letter to the Editor: Standardized use of the terms" sedentary" and" sedentary behaviours". Applied Physiology Nutrition and Metabolism-Physiologie Appliquee Nutrition Et Metabolisme, 37(3), 540-542.

Bauman, A. E., Reis, R. S., Sallis, J. F., Wells, J. C., Loos, R. J. F., & Martin, B. W. (2012). Correlates of physical activity: Why are some people physically active and others not? The Lancet, 380(9838), 258-271.

Bennett, G. G., McNeill, L. H., Wolin, K. Y., Duncan, D. T., Puleo, E., & Emmons, K. M. (2007). Safe to walk? Neighborhood safety and physical activity among public housing residents. PLoS Medicine, 4(10), e306.

Biddle, S. J., Gorely, T., & Stensel, D. J. (2004). Health-enhancing physical activity and sedentary behaviour in children and adolescents. Journal of sports sciences, 22(8), 679-701.

Blacksher, E., & Lovasi, G. S. (2012). Place-focused physical activity research, human agency, and social justice in public health: Taking agency seriously in studies of the built environment. Health & Place, 18(2), 172-179.

Bowden, S., & Offer, A. (1994). Household appliances and the use of time: the United States and Britain since the 1920s1. The Economic History Review, 47(4), 725-748.

Brownson, R. C., Baker, E. A., Housemann, R. A., Brennan, L. K., & Bacak, S. J. (2001). Environmental and policy determinants of physical activity in the United States. American journal of public health, 91(12), 1995-2003.

Brownson, R. C., Boehmer, T. K., & Luke, D. A. (2005). DECLINING RATES OF PHYSICAL ACTIVITY IN THE UNITED STATES: What Are the Contributors? Annual Review of Public Health, 26(1), 421-443.

Camões, M., & Lopes, C. (2008). Fatores associados à atividade física na população portuguesa. Rev Saúde Pública, 42(2), 208-216.

Carlson, J. A., Sallis, J. F., Conway, T. L., Saelens, B. E., Frank, L. D., Kerr, J., Cain, K. L., & King, A. C. (2012). Interactions between psychosocial and

Page 78: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referência Bibliográficas

78

built environment factors in explaining older adults' physical activity. Preventive Medicine, 54(1), 68-73.

Carvalho, J., & Mota, J. (2002). A Actividade física no idoso : justificação e pratica: Oeiras : Câmara Municipal de Oeiras. 2002.

Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1985). Physical activity, exercise, and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public health reports, 100(2), 126.

Chastin, S. F. M., Fitzpatrick, N., Andrews, M., & DiCroce, N. (2014). Determinants of sedentary behavior, motivation, barriers and strategies to reduce sitting time in older women: a qualitative investigation. International Journal Of Environmental Research And Public Health, 11(1), 773-791.

Chaudhury, H., Mahmood, A., Michael, Y. L., Campo, M., & Hay, K. (2012). The influence of neighborhood residential density, physical and social environments on older adults' physical activity: An exploratory study in two metropolitan areas. Journal of Aging Studies, 26(1), 35-43.

Clark, B. K., Sugiyama, T., Healy, G. N., Salmon, J., Dunstan, D. W., & Owen, N. (2009). Validity and reliability of measures of television viewing time and other non-occupational sedentary behaviour of adults: A review. Obesity Reviews, 10(1), 7-16.

Cohen-Mansfield, J., S Marx, M., & Guralnik, J. M. (2003). Motivators and barriers to exercise in an older community-dwelling population. Journal of Aging & Physical Activity, 11(2).

Copeland, J. L., & Esliger, D. W. (2009). Accelerometer assessment of physical activity in active, healthy older adults. Journal of Aging and Physical Activity, 17(1), 17-30.

Dishman, R. K., & Sallis, J. F. (1994). Determinants and interventions for physical activity and exercise.

Elizondo-Armendáriz, J. J., Guillén Grima, F., & Aguinaga Ontoso, I. (2005). Prevalence of physical activity and its relationship to sociodemographic variables and lifestyles in the age 18-65 population of Pamplona, Spain. Revista Espanola de Salud Publica, 79(5), 559-567.

Erikssen, G. (2001). Physical fitness and changes in mortality: The survival of the fittest. Sports Medicine, 31(8), 571-576.

Erlichman, J., Kerbey, A., & James, W. (2002). Physical activity and its impact on health outcomes. Paper 2: Prevention of unhealthy weight gain and obesity by physical activity: an analysis of the evidence. Obesity Reviews, 3(4), 273-287.

Estatística, I. N. (2011). Recenseamento Geral da Habitação. Sensos 2011 Consult. 28/07/2014, disponível em http://www.ine.pt/scripts/flex_definitivos/Main.html

Farias Júnior, J. C. d. (2012). ATIVIDADE FÍSICA E COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO: ESTAMOS CAMINHANDO PARA UMA MUDANÇA DE PARADIGMA? Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 16(4), 279-280.

Florindo, A. A., Salvador, E. P., Reis, R. S., & Guimarães, V. V. (2011). Percepção do ambiente e prática de atividade física em adultos residentes em região de baixo nível socioeconômico. Revista de Saúde Pública, 45(2), 302-310.

Page 79: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referências Bibliográficas

79

Forsyth, A., Oakes, J. M., Schmitz, K. H., & Hearst, M. (2007). Does residential density increase walking and other physical activity? Urban Studies, 44(4), 679-697.

Freedson, P. S., Melanson, E., & Sirard, J. (1998). Calibration of the Computer Science and Applications, Inc. accelerometer. Medicine and science in sports and exercise, 30(5), 777-781.

Gardiner, P. A., Eakin, E. G., Healy, G. N., & Owen, N. (2011). Feasibility of reducing older adults' sedentary time. American journal of preventive medicine, 41(2), 174-177.

Godin, G., Desharnais, R., Valois, P., Lepage, L., Jobin, J., & Bradet, R. (1994). Differences in perceived barriers to exercise between high and low intenders: observations among different populations. American Journal of Health Promotion, 8(4), 279-385.

Hallal, P. C., Andersen, L. B., Bull, F. C., Guthold, R., Haskell, W., & Ekelund, U. (2012). Global physical activity levels: surveillance progress, pitfalls, and prospects. The Lancet, 380(9838), 247-257.

Hamilton, M. T., Hamilton, D. G., & Zderic, T. W. (2007). Role of low energy expenditure and sitting in obesity, metabolic syndrome, type 2 diabetes, and cardiovascular disease. Diabetes, 56(11), 2655-2667.

Hamilton, M. T., Healy, G. N., Dunstan, D. W., Zderic, T. W., & Owen, N. (2008). Too little exercise and too much sitting: Inactivity physiology and the need for new recommendations on sedentary behavior. Current Cardiovascular Risk Reports, 2(4), 292-298.

Healy, G. N., Dunstan, D. W., Salmon, J., Cerin, E., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., & Owen, N. (2008a). Breaks in sedentary time: beneficial associations with metabolic risk. Diabetes Care, 31(4), 661-666.

Healy, G. N., Dunstan, D. W., Salmon, J., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., & Owen, N. (2008b). Television time and continuous metabolic risk in physically active adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, 40(4), 639-645.

Healy, G. N., Owen, N., Dunstan, D. W., Shaw, J. E., Zimmet, P. Z., Salmon, J., & Cerin, E. (2007). Objectively measured light-intensity physical activity is independently associated with 2-h plasma glucose. Diabetes Care, 30(6), 1384-1389.

Hollmann, W., Strüder, H. K., Tagarakis, C. V., & King, G. (2007). Physical activity and the elderly. European Journal of Cardiovascular Prevention & Rehabilitation, 14(6), 730-739.

Hovell, M. F., Hofstetter, C. R., Sallis, J. F., Rauh, M. J., & Barrington, E. (1992). Correlates of change in walking for exercise: an exploratory analysis. Research quarterly for exercise and sport, 63(4), 425-434.

Humpel, N., Owen, N., & Leslie, E. (2002). Environmental factors associated with adults' participation in physical activity. A review. American Journal of Preventive Medicine, 22(3), 188-199.

Jaffee, L., Lutter, J. M., Rex, J., Hawkes, C., & Bucaccio, P. (1999). Incentives and barriers to physical activity for working women. American Journal of Health Promotion, 13(4), 215-218.

Johnson, C. A., Corrigan, S. A., Dubbert, P. M., & Gramling, S. E. (1990). Perceived Barriers to Excercise and Weight Control Practices in Community Women. Women & Health, 16(3-4), 177-191.

Page 80: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referência Bibliográficas

80

Jorge, M., FEIJÓD, A., TEIXEIRAD, R., & CARVALHOD, J. (2002). Padrões de atividade física em idosos avaliados por acelerometria. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 16(2), 211-219.

Kaplan, M. S., Newsom, J. T., McFarland, B. H., & Lu, L. (2001). Demographic and psychosocial correlates of physical activity in late life. American journal of preventive medicine, 21(4), 306-312.

Katzmarzyk, P. T., Church, T. S., Craig, C. L., & Bouchard, C. (2009). Sitting time and mortality from all causes, cardiovascular disease, and cancer. Med Sci Sports Exerc, 41(5), 998-1005.

King, A. C., Jeffery, R. W., Fridinger, F., Dusenbury, L., Provence, S., Hedlund, S. A., & Spangler, K. (1995). Environmental and policy approaches to cardiovascular disease prevention through physical activity: issues and opportunities. Health Education & Behavior, 22(4), 499-511.

Lanningham‐Foster, L., Nysse, L. J., & Levine, J. A. (2003). Labor saved,

calories lost: the energetic impact of domestic labor‐saving devices. Obesity Research, 11(10), 1178-1181.

Lian, W. M., Gan, G. L., Pin, C. H., Wee, S., & Ye, H. C. (1999). Correlates of leisure-time physical activity in an elderly population in Singapore. American Journal of Public Health, 89(10), 1578-1580.

Lubans, D. R., Morgan, P. J., Cliff, D. P., Barnett, L. M., & Okely, A. D. (2010). Fundamental movement skills in children and adolescents. Sports medicine, 40(12), 1019-1035.

Manson, J. E., Greenland, P., LaCroix, A. Z., Pettinger, M. B., Sheps, D. S., Stefanick, M. L., Mouton, C. P., Oberman, A., Perri, M. G., & Siscovick, D. S. (2002). Walking compared with vigorous exercise for the prevention of cardiovascular events in women. New England Journal of Medicine, 347(10), 716-725.

Martínez-Gómez, D., Eisenmann, J. C., Gómez-Martínez, S., Veses, A., Marcos, A., & Veiga, O. L. (2010). Sedentary behavior, adiposity and cardiovascular risk factors in adolescents. The AFINOS study. Sedentarismo, adiposidad y factores de riesgo cardiovascular en adolescentes. Estudio AFINOS, 63(3), 277-285.

Matsudo, S. M. (2006). Atividade física na promoção da saúde e qualidade de vida no envelhecimento. Rev Bras Educ Fís Esp, 20(5 Supl), 135-137.

Matsudo, S. M., Matsudo, V. K. R., & Barros Neto, T. L. (2001). Atividade física e envelhecimento: aspectos epidemiológicos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 7(1), 2-13.

Matthews, C. E., Chen, K. Y., Freedson, P. S., Buchowski, M. S., Beech, B. M., Pate, R. R., & Troiano, R. P. (2008). Amount of time spent in sedentary behaviors in the United States, 2003-2004. American Journal of Epidemiology, 167(7), 875-881.

Matthews, C. E., George, S. M., Moore, S. C., Bowles, H. R., Blair, A., Park, Y., Troiano, R. P., Hollenbeck, A., & Schatzkin, A. (2012). Amount of time spent in sedentary behaviors and cause-specific mortality in US adults. The American journal of clinical nutrition, 95(2), 437-445.

Mazzeo, R. S., Cavanag, P., Evans, W., Fiatarone, M., Hagberg, J., McAuley, E., & Startzell, J. (1998). Exercício e atividade física para pessoas idosas. Rev. bras. ativ. fís. saúde, 3(1), 48-78.

Page 81: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referências Bibliográficas

81

McCormack, G. R., Giles-Corti, B., & Bulsara, M. (2008). The relationship between destination proximity, destination mix and physical activity behaviors. Preventive medicine, 46(1), 33-40.

Melby, C., Ho, R., & Hill, J. (2003). Avaliação do gasto energético humano. Atividade Física e Obesidade. Barueri: Manole.

Mielke, G. I. (2012). Comportamento Sedentário Em Adultos. Pelotas: Dissertação de Mestrado apresentada a Universidade Federal de Pelotas.

Monego, E. A., & Barbosa, A. R. (2014). Factors associated with daily sitting time in a rural community-dwelling of older adults from southern Brazil. Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, 19(3), 371-381.

Nelson, M. E., Rejeski, W. J., Blair, S. N., Duncan, P. W., Judge, J. O., King, A. C., Macera, C. A., & Castaneda-Sceppa, C. (2007). Physical activity and public health in older adults: Recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Medicine and Science in Sports and Exercise, 39(8), 1435-1445.

Nóbrega, A. C. L. d., Freitas, E. V. d., Oliveira, M. A. B. d., Leitão, M. B., Lazzoli, J. K., Nahas, R. M., Baptista, C. A. S., Drummond, F. A., Rezende, L., Pereira, J., Pinto, M., Radominski, R. B., Leite, N., Thiele, E. S., Hernandez, A. J., Araújo, C. G. S. d., Teixeira, J. A. C., Carvalho, T. d., Borges, S. F., & De Rose, E. H. (1999). Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia: atividade física e saúde no idoso. Revista Brasileira de Medicina do Esporte.

Owen, N., Bauman, A., & Brown, W. (2009). Too much sitting: A novel and important predictor of chronic disease risk? British Journal of Sports Medicine, 43(2), 81-83.

Owen, N., Healy, G. N., Matthews, C. E., & Dunstan, D. W. (2010). Too much sitting: The population health science of sedentary behavior. Exercise and Sport Sciences Reviews, 38(3), 105-113.

Owen, N., Humpel, N., Leslie, E., Bauman, A., & Sallis, J. F. (2004). Understanding environmental influences on walking: Review and research agenda. American Journal of Preventive Medicine, 27(1), 67-76.

Owen, N., Sparling, P. B., Healy, G. N., Dunstan, D. W., & Matthews, C. E. (2010). Sedentary behavior: emerging evidence for a new health risk. Mayo Clinic Proceedings, 85(12), 1138-1141.

Owen, N., Sugiyama, T., Eakin, E. E., Gardiner, P. A., Tremblay, M. S., & Sallis, J. F. (2011). Adults' sedentary behavior: Determinants and interventions. American Journal of Preventive Medicine, 41(2), 189-196.

Pate, R. R., Freedson, P. S., Sallis, J. F., Taylor, W. C., Sirard, J., Trost, S. G., & Dowda, M. (2002). Compliance with Physical Activity Guidelines: Prevalence in a Population of Children and Youth. Annals of Epidemiology, 12(5), 303-308.

Pitanga, F. (2000). Informações em saúde para proposta de políticas públicas de promoção de atividades físicas na Região Nordeste do Brasil. Revista Baiana de Educação Física, 1(3), 48-53.

Pitanga, F. J. G. (2002). Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev Bras Ciênc Mov, 10.

Page 82: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referência Bibliográficas

82

Proper, K. I., Singh, A. S., Van Mechelen, W., & Chinapaw, M. J. (2011). Sedentary behaviors and health outcomes among adults: a systematic review of prospective studies. American journal of preventive medicine, 40(2), 174-182.

Rasinaho, M., Hirvensalo, M., Leinonen, R., Lintunen, T., & Rantanen, T. (2007). Motives for and barriers to physical activity among older adults with mobility limitations. Journal of Aging & Physical Activity, 15(1).

Saelens, B. E., Sallis, J. F., Frank, L. D., Cain, K. L., Conway, T. L., Chapman, J. E., Slymen, D. J., & Kerr, J. (2012). Neighborhood environment and psychosocial correlates of adults' physical activity. Medicine and science in sports and exercise, 44(4), 637-646.

Sallis, J. F. (2000). Age-related decline in physical activity: a synthesis of human and animal studies. Medicine and science in sports and exercise, 32(9), 1598-1600.

Sallis, J. F. (2003). New thinking on older adults' physical activity. American journal of preventive medicine, 25(3), 110-111.

Sallis, J. F., Cervero, R. B., Ascher, W., Henderson, K. A., Kraft, M. K., & Kerr, J. (2006). An ecological approach to creating active living communities. Annu. Rev. Public Health, 27, 297-322.

Sallis, J. F., Johnson, M. F., Calfas, K. J., Caparosa, S., & Nichols, J. F. (1997). Assessing Perceived Physical Environmental Variables That May Influence Physical Activity. Research Quarterly for Exercise and Sport, 68(4), 345-351.

Sallis, J. F., King, A. C., Sirard, J. R., & Albright, C. L. (2007). Perceived environmental predictors of physical activity over 6 months in adults: Activity Counseling Trial. Health Psychology, 26(6), 701.

Sallis, J. F., & Owen, N. (1999). Physical activity & behavioral medicine (Vol. 3): Sage Thousand Oaks, CA.

Sallis, J. F., Owen, N., & Fisher, E. B. (2008). Ecological models of health behavior. Health behavior and health education: Theory, research, and practice, 4, 465-486.

Sallis, J. F., Richard Hofstetter, C., Faucher, P., Elder, J. P., Blanchard, J., Caspersen, C. J., Powell, K. E., & Christenson, G. M. (1989). A multivariate study of determinants of vigorous exercise in a community sample. Preventive medicine, 18(1), 20-34.

Santos, R., Silva, P., Santos, P., Ribeiro, J. C., & Mota, J. (2008). Physical activity and perceived environmental attributes in a sample of Portuguese adults: results from the Azorean Physical Activity and Health study. Preventive medicine, 47(1), 83-88.

Schutzer, K. A., & Graves, B. S. (2004). Barriers and motivations to exercise in older adults. Preventive medicine, 39(5), 1056-1061.

Seabra, A. F., Mendonça, D. M., Thomis, M. A., Anjos, L. A., & Maia, J. A. (2008). Biological and socio-cultural determinants of physical activity in adolescents. Determinantes biológicos e sócio-culturais associados à prática de atividade física de adolescentes, 24(4), 721-736.

Sherwood, N. E., & Jeffery, R. W. (2000). The behavioral determinants of exercise: implications for physical activity interventions. Annual review of nutrition, 20(1), 21-44.

Smith, E. L., & Gilligan, C. (1987). Effects of Inactivity and Exercise on Bone. Physician and Sportsmedicine, 15(11).

Page 83: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referências Bibliográficas

83

Spirduso, W. W. (1994). Physical Activity and Aging: Retrospections and Visions for the Future. Journal of Aging & Physical Activity, 2(3).

Spittaels, H., Verloigne, M., Gidlow, C., Gloanec, J., Titze, S., Foster, C., Oppert, J.-M., Rutter, H., Oja, P., & Sjöström, M. (2010). Measuring physical activity-related environmental factors: reliability and predictive validity of the European environmental questionnaire ALPHA. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 7(1), 48.

Steiner, R. L. (1994). Residential density and travel patterns: review of the literature. Transportation Research Record(1466).

Sugiyama, T., Cerin, E., Owen, N., Oyeyemi, A. L., Conway, T. L., Van Dyck, D., Schipperijn, J., Macfarlane, D. J., Salvo, D., & Reis, R. S. (2014). Perceived neighbourhood environmental attributes associated with adults׳ recreational walking: IPEN Adult study in 12 countries. Health & place, 28, 22-30.

Taylor, W. C. (2011). Prolonged sitting and the risk of cardiovascular disease and mortality. Current Cardiovascular Risk Reports, 5(4), 350-357.

Thorp, A. A., Owen, N., Neuhaus, M., & Dunstan, D. W. (2011). Sedentary behaviors and subsequent health outcomes in adults: A systematic review of longitudinal studies, 19962011. American Journal of Preventive Medicine, 41(2), 207-215.

Trost, S. G., McIver, K. L., & Pate, R. R. (2005). Conducting accelerometer-based activity assessments in field-based research. Medicine and science in sports and exercise, 37(11 Suppl), S531-543.

US Department of Health Human Services. (1996). Physical activity and health: a report of the surgeon general. Atlanta, GA: US Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention. National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion, 147.

Van Dyck, D., Cardon, G., Deforche, B., Giles-Corti, B., Sallis, J. F., Owen, N., & De Bourdeaudhuij, I. (2011). Environmental and psychosocial correlates of accelerometer-assessed and self-reported physical activity in Belgian adults. International journal of behavioral medicine, 18(3), 235-245.

Van Dyck, D., Cerin, E., Conway, T. L., De Bourdeaudhuij, I., Owen, N., Kerr, J., Cardon, G., Frank, L. D., Saelens, B. E., & Sallis, J. F. (2013). Perceived neighborhood environmental attributes associated with adults' leisure-time physical activity: Findings from Belgium, Australia and the USA. Health and Place, 19(1), 59-68.

Wilcox, S., Bopp, M., Oberrecht, L., Kammermann, S. K., & McElmurray, C. T. (2003). Psychosocial and perceived environmental correlates of physical activity in rural and older African American and white women. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, 58(6), P329-P337.

World Health Organization. (2002). The world health report 2002: reducing risks, promoting healthy life: World Health Organization.

World Health Organization. (2004). Global Strategy on Diet, Physical Activity and Health. Development of Global Strategy Consult. 20-05, 2014, disponível em

Page 84: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

Referência Bibliográficas

84

http://www.who.int/dietphysicalactivity/strategy/eb11344/strategy_english_web.pdf?ua=1

World Health Organization. (2010). Global recommendations on physical activity for health.

Yoshida, K., Allison, K., & Osborn, R. (1987). Social factors influencing perceived barriers to physical exercise among women. Canadian journal of public health= Revue canadienne de sante publique, 79(2), 104-108.

Page 85: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

85

ANEXO

Page 86: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

86

Page 87: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

87

Anexo Anexo 1 – Questionário de Percepção Ambiental

Page 88: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

88

Page 89: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

89

Page 90: ASSOCIAÇÃO ENTRE O AMBIENTE PERCEBIDO E O … · 2019-06-12 · sedentários, deve ser visto como uma prioridade no âmbito da saúde pública. Como também, compreender que atributos

90