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Quinta, 30 de agosto de 2012 1ª edição | New York, USA | www.ciisonu.wordpress.com Jornalistas da AP estão desaparecidos na Síria Correspondentes enviados à Síria não entram em contato com editores há três semanas. Em meio a suspeitas do uso de materiais nucleares para fins armamentistas, os jornalistas investigaram indícios de contaminação por radioatividade no país COP11 discute os desafios da sustentabilidade A décima primeira reunião da COP (Conferência das Partes da Convenção) sobre diversidade biológica começa nesta quinta-feira (30). O encontro reúne 188 membros a cada dois anos e está sediado em Hyderabad, na Índia. PÁG 2 UNSC se reúne para debater conflitos internos O Conselho de Segurança discute em Nova York a legitimação do uso da força em conflitos internos e a crise humanitária na região norte de Uganda, tendo como base da discussão o caso do Exército de Resistência do Senhor. PÁG 4 ARTICLES & NOTES Nem tudo é perigo “A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) trata de tudo aquilo que envolve ener- gia núcleo-elétrica: pesquisas, tratamentos médicos, geração de energia, produção de armas nucleares. Nos dias que se- guem, o Conselho vai debater dois temas...” PÁG 2 TEL abre o julgamento de Salim Jamil Ayyash Acusações e defesas do réu indiciado pelo assassinato de Rafik Hariri serão ouvidas pelo tribunal. PÁG 4 SSOCIATED RESS

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Quinta, 30 de agosto de 2012 1ª edição | New York, USA | www.ciisonu.wordpress.com

Jornalistas da AP estão desaparecidos na Síria

Correspondentes enviados à Síria não entram em contato com editores há três semanas. Em meio a suspeitas do uso de materiais nucleares para fins armamentistas, os jornalistas investigaram indícios de contaminação por radioatividade no país

COP11 discute os desafios da sustentabilidadeA décima primeira reunião da COP (Conferência das Partes da Convenção) sobre diversidade biológica começa nesta quinta-feira (30). O encontro reúne 188 membros a cada dois anos e está sediado em Hyderabad, na Índia. PÁG 2

UNSC se reúne para debater conflitos internosO Conselho de Segurança discute em Nova York a legitimação do uso da força em conflitos internos e a crise humanitária na região norte de Uganda, tendo como base da discussão o caso do Exército de Resistência do Senhor. PÁG 4

ARTICLES & NOTES

Nem tudo é perigo“A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) trata de tudo aquilo que envolve ener-gia núcleo-elétrica: pesquisas, tratamentos médicos, geração de energia, produção de armas nucleares. Nos dias que se-guem, o Conselho vai debater dois temas...” PÁG 2

TEL abre o julgamento de Salim Jamil AyyashAcusações e defesas do réu indiciado pelo assassinato de Rafik Hariri serão ouvidas pelo tribunal. PÁG 4

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Produção Associated PressEditora-chefe Thamires OliveiraRepórteres Beatriz Melo, Cláudio Abreu e Nathanael FilgueirasProjeto Gráfico Thamires OliveiraImpressão UniforFale conosco

EDITORIAL

Os artigos publicados com assi-natura não traduzem a opinião do jornal.

Políticas de comércioNão é de hoje que os

países emergentes desen-volvem suas economias e buscam mecanismos de inserção no mercado in-ternacional. Em um con-texto de crise econômica, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNC-TAD) se reúne para incen-tivar o debate sobre as po-líticas de concorrência e a integração do comércio. A partir desta quinta (30), o comitê discute as práticas protecionistas e os seus impactos no crescimento econômico. O diálogo entre os países

e a elaboração de propos-tas que ajudem a desen-volver nações emergentes é crucial para que a econo-mia mundial não dependa de governos com econo-mias em situação de risco.

COP11 discute os desafios da sustentabilidadeDurante a conferência, representantes de várias nações discutirão o Protocolo de Nagoya

FOTO: divulgação

Desenvolvimento sustentável dos recursos biológicos é preocupação mundial

A décima primeira reu-nião da COP (Conferência das Partes da Convenção) sobre diversidade biológi-ca começa nesta quinta-feira (30). O encontro reúne 188 membros (187 países e um bloco regio-nal) a cada dois anos e está sediado em Hyderabad, na Índia. Para a cidade india-na, a convenção traz novas responsabilidades relativas ao status de execução do Protocolo de Nagoya. O documento, que não

alcançou a quantidade mí-nima de cinquenta ratifica-ções para ser validado na convenção anterior, busca efetuar a divisão equitativa de benefícios resultantes da exploração dos recur-sos biológicos. Segundo as determinações de Nagoya, os países dotados de rica biotecnologia que utiliza-rem para diversos fins os meios biológicos de outra nação serão submetidos às

regras de acesso e a uma repartição de benefícios. Nesse contexto de explo-

ração e desenvolvimento da diversidade biológica, os países participantes te-rão, ainda, mais decisões importantes a serem toma-das. As alterações climáti-cas e o desenvolvimento sustentável, quando discu-tidos em proporção mun-dial, podem resultar na formação de novos proto-colos e emendas. Um tema de destaque é

o alerta mundial a respei-to do mau uso dos recur-sos biológicos por parte

dos EUA. A ausência do país na convenção passa-da, COP 10, realizada em Nagoya, justifica a preocu-pação de outras nações a respeito de suas atividades insustentáveis. O processo requer atenção dos go-vernos para a necessidade de adaptar suas econo-mias e desenvolvê-las de modo mais responsável. A COP11 busca efetivar os objetivos da Convenção sobre Diversidade Bioló-gica, CBD, e realizar es-tratégias que preservem o ecossistema terrestre das nações envolvidas.

NATHANAEL FILGUEIRASDE HYDERABAD

OPINIÃO

A Agência Internacional de Energia Atômica trata de tudo aquilo que envol-

Nem tudo é perigoNADJA PONTE NOGUEIRADIRETORA DA AEIEA

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COP11

@sonufortaleza issuu.com/sonuimpresso

uma possível solução para apaziguar os ânimos de conflito no Oriente Médio. O esperado da reunião é que os governa-dores se utilizem a todo momento da diplomacia e que cheguem a resolu-ções que visem a paz.

Energia Núcleo-elétrica no Mundo e Esforços para o Estabelecimento de uma Zona Desnuclea-rizada no Oriente Médio. O primeiro tema trata das diretrizes para o futuro da geração da energia atômi-ca e o segundo atenta para

ve energia núcleo-elétrica: pesquisas, tratamentos mé- dicos, geração de energia, produção de armas nu-cleares. Nos dias que se-guem, os governadores do Conselho vão debater dois temas: Sustentabilidade e Segurança na Geração de

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CAPA

Dúvida sobre materiais nucleares na SíriaObservadores têm dificuldade para concluir investigação sobre um possível enriquecimento de urânio para fins armamentistasObservadores da Orga-

nização das Nações Uni-das (ONU) tiveram difi-culdades para finalizar o relatório que investiga a presença de materiais nu-cleares na Síria. O problema se manifesta

desde que os profissionais deixaram Damasco, por ordem do Conselho de Segurança da ONU. Mes-mo assim, espera-se que o relatório seja concluído ainda nesta semana.A saída dos observado-

res ocorreu depois de o Conselho de Segurança da ONU concordar em encerrar a missão e apoiar um novo pequeno escri-tório de contato que dará suporte para futuros es-forços de paz.O órgão supremo da

ONU reconheceu o fracas-so das condições estabele-cidas para uma extensão da missão. As tentativas internacionais de reduzir significativamente a vio-lência e acabar com o uso de armas pesadas pelo go-verno sírio não tiveram re-sultado satisfatório.

Jornalistas da AP estão desaparecidos na SíriaCorrespondentes da agência não entram em contato com editores há três semanasMark Hassan, vencedor

de dois prêmios Pulitzer, e o experiente fotógrafo Thomas Midler entraram em contato pela última vez com os editores da Associated Press na ma-nhã do dia 8 de agosto. Ambos estavam na cidade de Haffa, em uma região montanhosa no oeste da Síria. Durante a conversa, a matéria de Hassan e as fotografias de Midler fo-ram enviadas à redação. O material denunciava a contaminação de civis por radioatividade e os corres-pondentes afirmaram que esperavam uma resposta urgente do governo sírio. Em março deste ano, os

dois jornalistas foram en-viados à Síria para cobrir o conflito na região. O controle severo feito pelo governo sírio a correspon-dentes estrangeiros exigiu que ambos entrassem no país por uma região mon-tanhosa na fronteira com a Turquia, próxima à cidade de Idlib. De acordo com Hassan, em depoimentos anteriores, a fronteira é demarcada com uma cerca que ambos saltaram para conseguir entrar no país. Membros do Exército de Libertação Sírio os aguar-davam do outro lado.No final de julho, Hassan

e Midler foram a Haffa, que se tornou uma cidade-

fantasma desde o ataque do exército sírio em 13 de junho. Em um hos-pital afastado do centro, eles encontraram vítimas de queimaduras vindas do distrito de Lahrbos, onde vários insurgentes se re-fugiam desde o incidente. Observadores da ONU se dirigiram ao local para fa-zer análises aprofundadas, mas, com o término da missão, terão de continuar as investigações à distân-cia.Após o último conta-

to dos correspondentes, a redação da AP recebeu informações de que al-guns membros da equipe de reportagem teriam sido “levados por forças do governo sírio”, mas não há certeza sobre os fatos. Como uma agência cons-ciente da responsabilidade sobre a segurança de seus correspondentes, a AP

tem procedimentos para rastrear o paradeiro de seus jornalistas em zonas de guerra e áreas de con-flito. John Daniszewski, editor

internacional da AP, afirma que todas as noites os edi-tores discutem os planos para o dia seguinte com os seus correspondentes, que devem entrar em contato regularmente com a agên-cia. “Esperamos ouvir de-les várias vezes ao dia - e assim o fazem seus cole-gas de campo, que muitas vezes nos alertam sobre qualquer problema”, afir-ma o editor. De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), 34 jornalistas foram assassi-nados neste ano, dos quais cinco foram mortos na Síria. A RSF elegeu a Síria como o país mais perigo-so para repórteres traba-lharem.

O último contato de Mark Hassan e Thomas Midler aconteceu dia 8 de agosto

FOTO: AP

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UNSC se reúne para debater conflitos internosCrise humanitária em Uganda e uso da força em conflitos internos serão discutidos na conferênciaCLÁUDIO ABREUDE NEW YORK

FOTO: divulgação

Conflitos em Uganda violam Direitos Humanos

A legitimação do uso da força em conflitos inter-nos é uma das questões a ser tratada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC) duran-te esta semana. Devido à natureza dos conflitos, há uma ampla discussão so-bre a intervenção de ou-tros países neste tipo de situação. O debate sobre o tema deve contemplar o conceito de soberania e dos limites de intervenção que os países têm uns so-bre os outros em casos de conflitos internos.Outro tema abordado

é a crise humanitária que envolve o continente afri-cano, tendo como foco o caso do Exército de Resis-tência do Senhor – grupo

acusado de violar os Di-reitos Humanos na região da Uganda do Norte. As ações do exército assumi-ram larga escala mundial, e após uma mobilização via internet, encabeçada pela organização Invisible Children, o governo esta-dunidense decidiu intervir militarmente na região. O comitê busca, por meio de resoluções, encontrar a solução para o caso de Uganda. Com sua primeira ses-

são em 1946, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tem como propos-ta principal a mediação de conflitos em nível mun-dial. O comitê funciona por meio de resoluções, que tendem a solucionar os conflitos discutidos du-rante suas sessões. Estas contemplam quinze dele-gações que participam do Conselho de Segurança e buscam resolver os confli-tos em questão de forma pacífica e efetiva.

TEL abre o julgamento de Salim Jamil AyyashAcusações e defesas sobre o assassinato de Rafik Hariri serão ouvidas pelo tribunal

O Tribunal Especial para o Líbano (TEL), criado especialmente para julgar os crimes ocorridos em Beirute em 2005, começa um novo julgamento nes-ta quinta (30) para Salim Jamil Ayyash, acusado de ser um dos mandantes do assassinato do ex-Primei-ro Ministro libanês, Rafik Hariri.O réu, a quem foi dado

o direito de estar ausente da Corte, sofre acusações como homicídio inten-cional a Hariri e mais 21 pessoas, conspiração para ataque terrorista e tentati-va de ataque a 231 pessoas utilizando artifícios explo-sivos (carro-bomba).Ayyash contará com um

Gabinete de Defesa, que possui quatro integrantes, entre advogados e assis-tentes. Promotores, Vice-Promotor e Assistente de Promotoria estarão presentes para apontar as acusações. Para manter a neutralidade do processo, as Câmaras Julgadoras se-rão compostas por cinco juízes, sendo dois libane-ses e três de outras nacio-nalidades.

PARCEIROS

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UNSC TEL

BEATRIZ MELODE LEIDSCHENDAM