Associated Press (02)

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Sexta, 31 de agosto de 2012 2ª edição | New York, USA | www.ciisonu.wordpress.com Encontrado corpo de jornalista desaparecido na Síria O fotógrafo Thomas Midler foi encontrado morto nas proximidades da cidade de Homs. Mark Hassan, jornalista que realizava a cobertura do conflito junto ao fotógrafo, continua desaparecido. UNSC analisa legitimidade do uso da força em conflitos internos Comitê responsável por zelar pela segurança mundial se reúne para tratar de questões que envolvem conflitos inter- nos. A reunião, ocorrida em Nova York, marcou o começo de quatro dias de discussões do comitê. PÁG 2 UNCTAD discute barreiras protecionistas Protecionismo, barreiras tarifárias e mercados consumi- dores foram analisados na conferência. As delegações res- saltaram a importância da manutenção de barreiras técni- cas em seus países. PÁG 4 ARTICLES Associated Press em luto Há quem diga que a profissão de jornalista é eminentemente glamourosa. O imaginário so- cial está povoado por nobres defensores do interesse públi- co, verdadeiros... PÁG 3 TEL: Sutilmente um “sim, eu acho” Espero que o depoimento, no Tribunal Especial para o Líbano, da jornalista da Reuters, Diana Smith, enviada especial para o Oriente Médio, tenha servido de alerta para... PÁG 2 SSOCIATED RESS

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Sexta, 31 de agosto de 2012 2ª edição | New York, USA | www.ciisonu.wordpress.com

Encontrado corpo de jornalista desaparecido na Síria

O fotógrafo Thomas Midler foi encontrado morto nas proximidades da cidade de Homs. Mark Hassan, jornalista que realizava a cobertura do conflito junto ao fotógrafo, continua desaparecido.

UNSC analisa legitimidade do uso da força em conflitos internosComitê responsável por zelar pela segurança mundial se reúne para tratar de questões que envolvem conflitos inter-nos. A reunião, ocorrida em Nova York, marcou o começo de quatro dias de discussões do comitê. PÁG 2

UNCTAD discute barreiras protecionistasProtecionismo, barreiras tarifárias e mercados consumi-dores foram analisados na conferência. As delegações res-saltaram a importância da manutenção de barreiras técni-cas em seus países. PÁG 4

ARTICLES

Associated Press em lutoHá quem diga que a profissão de jornalista é eminentemente glamourosa. O imaginário so-cial está povoado por nobres defensores do interesse públi-co, verdadeiros... PÁG 3

TEL: Sutilmente um “sim, eu acho”Espero que o depoimento, no Tribunal Especial para o Líbano, da jornalista da Reuters, Diana Smith, enviada especial para o Oriente Médio, tenha servido de alerta para... PÁG 2

SSOCIATED RESS

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Produção Associated PressEditora-chefe Thamires OliveiraRepórteres Beatriz Melo, Cláudio Abreu e Nathanael FilgueirasProjeto Gráfico Thamires OliveiraImpressão UniforFale conosco

EDITORIAL

Os artigos publicados com assi-natura não traduzem a opinião do jornal.

Por trás do véuO reconhecimento dos

direitos da mulher é ape-nas um dos inúmeros con-textos da situação belicosa dos países islâmicos. As soluções parecem impossí-veis em vista da intolerân-cia que agrava ainda mais a junção perigosa de política e religião. A importância da Organização da Coo-peração Islâmica vai além da difícil tarefa de unificar uma população de interes-ses tão distintos; discutir a efetivação dos direitos femininos com intuito de diminuir as desigualdades é um aspecto fundamental da conferência. É a partir da aceitação de questões individuais que se resol-vem os problemas gerais.

UNSC debate uso da força em conflitos internosComitê responsável por zelar pela segurança mundial se reúne para tratar de questões que envolvem conflitos internosCLÁUDIO ABREUDE NEW YORK

Legitimidade do uso da força em situações extremas foi tema de debate

As intervenções bélicas em contextos extremos foram amplamente dis-cutidas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC) na sessão de ontem (30). A reunião, ocorrida em Nova York, marcou o começo de qua-tro dias de discussões do comitê.Ao longo do dia as dis-

cussões se concentraram na questão dos limites ter-ritoriais de cada nação e de como as intervenções estrangeiras, com o apoio de suas Forças Armadas, afetam a soberania dos pa-íses. Algumas delegações, como a do Azerbaijão, co-braram também que medi-das para o período após o da intervenção militar fos-sem pautadas no comitê. A delegação alemã man-

teve durante toda a dis-cussão a opinião de que as

intervenções militares, na maioria das vezes, prolon-gam os conflitos e trazem consequências negativas para o país alvo das inter-venções. “A gente já viu na História que o povo tem poder para se levantar, batalhar nas suas próprias guerras e chegar no ponto que querem”, diz a delega-da alemã Eloisa Andrade. Em contraponto, a dele-

gação estadunidense relata que há casos extremos em que a intervenção militar se configura como única opção viável. “Contudo,

defendemos isso como prática final e que antes disso tudo a estabilidade e a paz devem ser buscadas por métodos diplomáticos e pacíficos”, relata o de-legado estadunidense Ar-thur Cabral.As discussões sobre a le-

gitimação do uso da força em conflitos internos de-vem ter continuidade hoje durante o dia de hoje (31). O esperado é que no final do dia o comitê aprove uma proposta de resolu-ção que busque solucionar as questões em pauta.

2 | Sexta-feira, 31 de agosto de 2012

UNSC

@sonufortaleza issuu.com/sonuimpresso

OPINIÃO

Espero que o depoi-mento, no Tribunal Es-pecial para o Líbano, da jornalista da Reuters, Diana Smith, enviada especial para o Oriente

SobeDocumento provisó-rio apresentado pela

China, na AIEA, sobre programa nuclear com

base no Tório.Desce

Imprensa não deu destaque ao Dia Inter-nacional das Vítimas de Desaparecimento For-çado, que foi ontem!

TEL: Sutilmente um “sim, eu acho”JÉSSICA WELMAJORNALISTA ESPECIALIZADA EM CONFLITOS INTERNACIONAIS

Médio, tenha servido de alerta para o Gabinete da Defesa. A testemunha, que estava no comboio que sofreu o atentado re-sultante na morte do Pri-meiro Ministro Libanês Rafik Hariri, em 2005, foi apresentada pela De-fesa, mas foi de bom uso para a Promotoria seguir com as acusações ao He-zbollah.

Por falar nissoQuem foi o possível

integrante do Hezbollah preso pela Interpol? Aposto que o TEL está torcendo para que seja Salim Ayyash, acusado de ser um dos mandan-tes do assassinato de Ra-fik Hariri.

Mais: imprensasonu.wordpress.com Sugestões para coluna: [email protected]

FOTO | DIEGO SOMBRA

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PALAVRA DELES

“Apenas porque não houve a ratificação do acordo não quer dizer que os EUA sejam contra a sustentabilidade ou as fontes de energias renová-veis. Existem diversos in-vestimentos nesse tipo de pesquisa.”

RENATA PESSOA, delegada dos EUA na COP 11, falando sobre o Protocolo de Nagoya

Encontrado na Síria corpo de jornalista desaparecidoO corpo de Thomas Midler foi encontrado nas proximidades da cidade de Homs. Mark Hassan continua desaparecido.

Caso Ayyash continua no TELPrimeiras testemunhas foram ouvidas durante a sessão de hoje

O experiente fotógrafo de guerra exclusivo da AP, Thomas Midler, foi encon-trado morto nas proximi-dades da cidade de Homs. Durante sua carreira, Mid-ler documentou conflitos em Kosovo, Chechênia, Congo, Etiópia, Síria, Lí-bia, Sudão, Iraque e Afe-ganistão. Mark Hassan,

jornalista que realizava a cobertura do conflito jun-to ao fotógrafo, continua desaparecido. Até o fe-chamento desta edição, os fatos que levaram à morte do correspondente não foram esclarecidos. Leia abaixo a carta da redação da Associated Press sobre a tragédia.

Sexta-feira, 31 de agosto de 2012 | 3

CAPA TEL

DIVULGAÇÃO | AP

Os fatos sobre a morte do fotógrafo ainda não foram esclarecidos

Nessa quarta-feira (30) começou o julgamento de Salim Jamil Ayyash, sus-peito de estar envolvido no assassinato de 23 pes-soas, incluindo o ex-pri-meiro-ministro Rafiq Ha-riri, e deixando cerca de 230 pessoas feridas após um atentado em Beirute, em fevereiro de 2005.A primeira testemunha

a ser ouvida foi a repór-ter da Reuters no Oriente, Daine Smith, que relatou a cena do atentado. Durante a sessão da tarde, o Gabi-nete de Defesa entregou as provas e pediu que os juízes refletissem e julgas-sem os verdadeiros culpa-dos. O julgamento conti-nua por mais três dias.

Associated Press em lutoHá quem diga que a

profissão de jornalista é eminentemente glamou-rosa. O imaginário social está povoado por nobres defensores do interesse público, verdadeiros cães de guarda que protegem a verdade a todo custo. Em meio a isso, está a imagem ligada ao correspondente internacional: o jornalista influente, aquele que viaja o mundo inteiro e conhe-ce as personalidades que todos sonham em conhe-cer. Quem já acompanhou pelo menos um pouco do cotidiano de um jornalista sabe que essa identidade estereotipada não existe. Não somos personagens de cinema. Nós temos o prazer e o

orgulho de contar com excelentes profissionais que tentam se aproximar o máximo possível da ver-

dade ao documentar fatos importantes ao redor do mundo. Quando um dos nossos tem sua integrida-de abalada por chegar per-to demais do que se tenta esconder a todo custo, a redação inteira se faz es-combros. Nossos colegas não en-

contram palavras a dizer por Thomas Midler. Se os corredores da agência estão quietos pelo senti-mento de pesar, os profis-sionais reúnem sua indig-nação silenciosa em prol de uma investigação que está apenas começando.Como desempenhar um

trabalho jornalístico res-peitável, se a integridade dos profissionais não é as-segurada? A competência desses correspondentes, que presenciam situações extremas para dividir seu olhar com o resto do mun-do, é inegável. O compro-misso deles está longe dos

estereótipos de glamour. São comunicadores per-feitamente cientes do seu papel na sociedade. São humanos. Exigimos, em nome da

imprensa internacional, que todos os procedimen-tos que devem assegurar a integridade dos corres-pondentes enviados à Síria sejam esclarecidos. Os cui-dados da agência em rela-ção a seus jornalistas são executados com o profis-sionalismo de prioridade máxima. Não mediremos esforços para encontrar Mark Hassan. Thomas Midler não será esqueci-do. Seus olhos continuam sendo uma câmera, que a partir de hoje tem seu foco direcionado à inves-tigação deste caso. Não somos super-heróis nem pretendemos ser. A reda-ção da Associated Press apenas deseja, acima de tudo, a verdade.

THAMIRES OLIVEIRAEDITORA-CHEFE

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UNCTAD discute barreiras protecionistas Protecionismo, barreiras tarifárias e mercados consumidores foram analisados na conferênciaBEATRIZ MELODE GENEBRA

FOTO | DIEGO SOMBRA

Delegações discutem mercados consumidores e barreiras alfandegárias

Na tarde dessa quarta-feira (30), diversas delega-ções presentes na Confe-rência sobre Comércio e Desenvolvimento (UNC-TAD) ressaltaram a im-portância da manutenção de barreiras técnicas em seus países.Os Estados Unidos pro-

puseram a discussão sobre barreiras não tarifárias téc-nicas. O termo se refere a normas, regras e limita-ções internas criadas pelos países, buscando a qua-lidade dos produtos que entram em seus mercados consumidores. Além des-se aspecto, as quotas de limitação também foram postas em pauta, mostran-do como são essenciais à saúde do consumidor e à qualidade dos produtos

importados.A França, representa-

da por Natalia Oliveira e Naiara Teixeira, manteve seu discurso de apoio às medidas protecionistas. “Todas as nações prati-cam algum tipo de prote-cionismo, moderado ou não. Comércio é uma re-lação de dar e receber. É uma relação multilateral”, comentou a delegação francesa.

Após uma manhã reple-ta de declarações entre os delegados estadunidenses e argentinos, o comitê de-cidiu retirar as representa-ções contra a Argentina na OMC por parte da União Europeia, Japão e EUA. As delegações se mostra-ram dispostas a analisar propostas de conciliação entre os países pró e con-tra a política de abertura de mercado.

OCI debate direitos da mulherDiscussões buscam quebrar barreiras culturais

Durante todo dia de on-tem (30), a Organização de Conferência Islâmica (OCI) discutiu os direi-tos na mulher no mundo islâmico. A educação foi apresentada como princi-pal alternativa para a efeti-vação dos direitos femini-nos no país.O direito de liberdade

de escolha para a mulher islâmica também foi dis-cutido. Para a delegada jordaniana Lara Forte, “a mulher tem tanto o direito de trabalhar quanto o de ser sustentada”.

PARCEIROS

4 | Sexta-feira, 31 de agosto de 2012

UNCTADOCI

COP 11 discute mudanças climáticasA conferência trata do uso sustentável da biodiversidade ecológica

A Conferência da Con-venção das Partes (COP 11) iniciou ontem (30) sua sessão de debates. A reu-nião aconteceu em Hyde-rabad, na Índia. Durante a sessão, o Protocolo de Nagoya fomentou as dis-cussões. As delegações estabeleceram sanções po-sitivas e negativas sobre o papel da distribuição equi-tativa entre biotecnologia e biodiversidade.

COP 11