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ATA DA REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA COMISSÃO CENTRAL DE PÓS-GRADUAÇÃO 1
(CCPG). Aos vinte e sete dias do mês de setembro do ano de dois mil e dezessete, às nove 2
horas, na Sala do Conselho Universitário (CONSU), na Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, 3
Distrito de Barão Geraldo, em Campinas, reuniu-se a Comissão Central de Pós-Graduação 4
(CCPG), sob a Presidência do Professor Doutor ANDRÉ TOSI FURTADO, com o 5
comparecimento dos seguintes Conselheiros: Ângela Maria Moraes (FEQ), Armando Lopes 6
Moreno Júnior (FEC), Célio Hiratuka (IE), Cínthia Pereira Machado Tabchoury (FOP), Daniella 7
Jorge de Moura (FEAGRI), Edivaldo Góis Junior (FEF), Emilson Pereira Leite (IG), Fabio Augusto 8
(IQ), Guilherme Pimentel Telles (IC), Ivan de Oliveira (FT), Jörg Kobarg (FCF), Leonardo Tomazeli 9
Duarte (FCA), Luciana de Farias (Representante Discente/IG), Mara Regina Martins Jacomeli 10
(FE), Marco Lúcio Bittencourt (Vice-Presidente da CCPG/FEM), Marcos Cesar de Oliveira (IFGW), 11
Mariana Baruco Machado Andraus (IA), Michel Nicolau Netto (IFCH), Nancy Lopes Garcia 12
(IMECC), Rosana Teresa Onocko Campos (FCM) e Walmir de Freitas Filho (FEEC). Estiveram 13
presentes Profa. Dra. Eliana Pereira de Araújo, substituindo a Profa. Dra. Maria Filomena Ceolim 14
(Coordenadora da CPG/FENF), Profa. Dra. Elaine Minatel substituindo Prof. Dr. Marcelo Carnier 15
Dornelas (Coordenador da CPG/IB) e Prof. Dr. Marcelo El Khouri Buzato substituindo Profa. Dra. 16
Maria Viviane do Amaral Veras (Coordenadora da CPG/IEL). Justificaram ausência a Profa. Dra. 17
Miriam Dupas Hubinger (Coordenadora CPG/FEA), o Prof. Dr. Fernando A. de Almeida Hashimoto 18
(Pró-Reitor da PREAC), Sr. Orlando Carlos Furlan (Coordenador DAC) e a Sra. Andresa 19
Mendonça de Oliveira (Representante Discente/FENF). Estiveram presentes os seguintes 20
convidados: Prof. Dr. José Antônio Rocha Gontijo (FCM), Profa. Dra. Maria Ângela de Almeida 21
Meirelles (FEA) e Prof. Dr. Roberto Luiz do Carmo (IFCH), Profa. Dra. Cláudia Regina Cavaglieri 22
(Assessora da PRPG), Prof. Dr. Fabio Akcelrud Durão (Assessor da PRPG), Sra. Cristina Ferreira 23
de Souza (AT da PRPG), Sra. Silvana Milanin Mendes (Diretora de Assuntos Acadêmicos da 24
PRPG/CCPG) e Sra. Carmen Garcia da Silva Diniz (Suporte Técnico de Apoio da CCPG). 25
Havendo número legal, o Sr. Presidente deu início à Sessão Extraordinária da Comissão Central 26
de Pós-Graduação (CCPG) apresentando os professores convidados, membros do CTC da 27
CAPES, Maria Ângela de Almeida Meirelles (FEA), da área de Ciência de Alimentos, Roberto Luiz 28
do Carmo (IFCH), da área de Planejamento Urbano, Regional e Demografia e José Antônio Rocha 29
Gontijo (FCM), da área de Medicina I. Explicou que o objetivo da Reunião Extraordinária da CCPG 30
era discutir a avaliação quadrienal da CAPES, do período de 2013 a 2016, e os três professores 31
da Unicamp, membros do CTC, poderiam dar mais detalhes do processo para que os presentes 32
pudessem entender melhor o resultado daquela avaliação. Como o convite para a reunião 33
extraordinária tinha sido estendido aos coordenadores de programas, pediu aos professores que 34
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se apresentassem dizendo o nome, o programa e a unidade a qual pertenciam. Apresentaram-se: 1
1) Claudia Hilsdorf Rocha (Ex- Coordenadora do Programa de Linguística Aplicada/IEL); 2) Silvia 2
Fernanda de Mendonça Figueirôa (Coordenadora do Programa Multiunidades de Ensino de 3
Ciências e Matemática - PECIM); 3) Maria Beatriz Machado Bonacelli (Coordenadora do 4
Programa de Política Científica e Tecnológica - PCT/IG); 4) Célio Hiratuka (CPG/IE); 5) José Dari 5
Krein (Coordenador do Programa de Desenvolvimento Econômico/IE); 6) Rosângela Barros 6
Zanoni Lopes Moreno (Coordenadora do Programa de Ciências e Engenharia de Petróleo - 7
CEP/FEM); 7) Jörg Kobarg (CPG e Coordenador do Programa em Ciências Farmacêuticas/FCF); 8
8) Armando Lopes Moreno Junior (Coordenador dos dois Programas: Arquitetura, Tecnologia e 9
Cidade; e Programa de Engenharia Civil/FEC); 9) Rosana Teresa Onocko Campos (CPG e 10
Coordenadora do Programa em Ciências Médicas/FCM); 10) Marco Lúcio Bittencourt (CPG/FEM); 11
11) Alfredo Luiz Paes de Oliveira Suppia (Coordenador do Multimeios/IA); 12) Rafael de Almeida 12
Evangelista (Coordenador do Mestrado do Programa em Divulgação Científica e Cultural - 13
DCC/IEL); 13) Edivaldo Góis Junior (CPG/FEF); 14) Cláudia Regina Cavaglieri (Assessora da 14
PRPG e Ex Coordenadora do Programa de Educação Física/FEF); 15) Fabio Akcelrud Durão 15
(Assessor da PRPG); 16) Cínthia Pereira M. Tabchoury (CPG/FOP); 17) Ângela Maria Moraes 16
(CPG/FEQ); 18) Fabio Augusto (CPG/IQ e Coordenador do Programa de Química), 19) Nancy 17
Lopes Garcia (CPG/IMECC); 20) Milena Pavan Serafim (Coordenadora do Programa de Ciências 18
Humanas e Sociais Aplicadas/CHSA/FCA) substituindo o Coordenador da CPG, Prof. Dr. Eduardo 19
José Marandola Junior (CPG/FCA); 21) Leonardo Tomazeli Duarte (CPG/FCA); 22) Michel Nicolau 20
Netto (CPG e Ex Coordenador da Sociologia/IFCH): 23) Antonio Roberto Guerreiro Junior, Ex 21
Coordenador da Antropologia Social, substituindo a atual Coordenadora, Profa. Dra. Nashieli 22
Cecilia Rangel Loera/IFCH); 24) Neura Bragagnolo substituindo o Prof. Dr. Anderson de Souza 23
Sant’Ana/Coordenador da Ciência de Alimentos CA/FEA); 25) Andreas Karoly Gombert 24
(Bioenergia Integrado de doutorado Usp, Unicamp e Unesp); 26) Walmir de Freitas Filho 25
(CPG/FEEC); 27) Elaine Minatel (Coordenadora do Programa Biociências e Tecnologia de 26
Produtos Bioativos) substituindo o Prof. Dr. Marcelo Carnier Dornelas (CPG/IB); 28) Martin 27
Francisco Pareja Piaggio (Coordenador do Programa de Ecologia/IB); 29) Daniella Jorge de 28
Moura (CPG e Coordenadora do Programa de Engenharia Agrícola/FEAGRI); 30) Joaquim 29
Eugênio Joaquim Seabra (Coordenador do Programa de Planejamento de Sistemas Energéticos - 30
PSE/FEM); 31) Gabriela Alves Macedo (Coordenadora do Programa em Alimentos e 31
Nutrição/FEA); 32) Frésia Soledad Ricardi Torres Branco (Coordenadora do Programa de 32
Geociências/IG); 33) Emilson Pereira Leite (CPG/IG); 34) Guilherme Pimentel Telles (CPG e 33
Coordenador do Programa de Ciência da Computação/IC); 35) Mariana Baruco Machado Andraus 34
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(CPG e Ex Coordenadora do Programa em Artes da Cena/IA); 36) Silvia Maria Geraldi 1
(Coordenadora do Programa em Artes da Cena/IA); 37) Raquel Franco Leal (Coordenadora do 2
Programa em Ciências da Cirurgia/FCM); 38) José Guilherme Cecatti (Coordenador do Programa 3
de Tocoginecologia); 39) José Guilherme Cecatti (Tocoginecologia/FCM); 40) Waldir Antonio 4
Bizzo (Coordenador do Programa de Engenharia Mecânica/FEM); 41) Cláudia Vianna Maurer 5
Morelli (Coordenadora do Programa de Ciências Médicas/FCM); 42) Christophe Frédéric Gallesco 6
(Coordenador do Programa de Estatística/IMECC); 43) Eliana Pereira de Araújo (Coordenadora 7
Associada do Programa de Enfermagem) substituindo a Profa. Dra. Maria Filomena Ceolim 8
(CPG/FENF); 44) Sra. Luciana de Farias (Aluna representante discente da CCPG e aluna do 9
Programa de Doutorado em Política Científica e Tecnológica – PCT/IG); 45) Ivan de Oliveira 10
(CPG/FT); 46) Marcos Cesar de Oliveira (CPG/IFGW); e 47) Marcelo El-Khouri Buzato 11
(Coordenador do Programa em Linguística Aplicada/IEL) substituindo a Profa. Maria Viviane do 12
Amaral Veras (CPG/IEL). O Sr. Presidente agradeceu a presença de todos e disse que, 13
inicialmente, faria a apresentação de algumas transparências que apresentavam um balanço do 14
resultado da avaliação da CAPES. Na sequência, passaria a palavra para os professores 15
convidados comentarem sobre a avaliação e depois abriria a palavra para que os coordenadores 16
pudessem expor seus pontos de vista. Iniciou sua apresentação esclarecendo que as 17
transparências tinham sido feitas com base no resultado da avaliação da CAPES que tinha sido 18
divulgado no dia 20/09/2017. O primeiro ponto destacado era o resultado agregado para a 19
Unicamp dos programas acadêmicos, em contraposição com a avaliação trienal anterior. Dos 20
setenta e cinco programas da Unicamp, setenta e um foram avaliados pela CAPES: quatorze 21
programas foram avaliados com nota sete, dezoito programas com nota seis, dezoito programas 22
com nota quatro e dezoito com nota três. Comparou os resultados das últimas avaliações da 23
CAPES e constatou que, dos setenta programas avaliados anteriormente, dois programas nota 24
sete tiveram queda, um programa nota seis subiu, dois programas nota cinco tiveram queda, dois 25
programas nota quatro subiram e dois programas nota três subiram. A média dos programas da 26
Unicamp avaliados entre as notas cinco e sete, na avaliação trienal, foi de 75% e caiu na última 27
avaliação para 70,4%, colocando a universidade em um nível inferior. A segunda transparência 28
possibilitava visualizar o movimento de ascensão e declínio das notas dos programas. A Unicamp 29
tinha onze mestrados profissionais: sete eram novos e não participaram da avaliação, três 30
mantiveram a mesma nota da avaliação anterior e um aumentou a nota. Dos setenta e um 31
programas acadêmicos avaliados, quarenta e dois mantiveram a mesma nota da avaliação 32
anterior, doze subiram de nota e dezesseis tiveram suas notas rebaixadas. O gráfico apresentado 33
contrapunha a evolução geral da Unicamp com a evolução dos programas e indicava que os 34
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programas da Unicamp caíram mais do que a média geral do Brasil, o que era preocupante. 1
Informou que trinta e três programas do Brasil caíram dois pontos na avaliação e que dois deles 2
eram da Unicamp. O lado positivo era que treze programas, doze acadêmicos e um profissional, 3
tinham subido de nota na avaliação. O Programa de Saúde Coletiva (FCM) subiu de quatro para a 4
nota cinco, o Programa de Arquitetura, Tecnologia e Cidade (FEC) subiu de quatro para cinco, o 5
Programa de Mestrado Profissional Saúde Coletiva: Política e Gestão em Saúde (FCM) subiu de 6
três para quatro, o Programa de Planejamento de Sistemas Energéticos (FEM) subiu de três para 7
quatro, o Programa de Ciências e Engenharia de Petróleo (FEM) subiu de quatro para cinco, o 8
Programa de Radiologia Odontológica (FOP) subiu de quatro para cinco, o Programa de Artes da 9
Cena (IA) subiu de quatro para cinco, o Programa de Música (IA) subiu de cinco para seis, o 10
Programa de Ciência Política (IFCH) de cinco para seis, o Programa de Ambiente e Sociedade 11
(IFCH) subiu de cinco para seis, o Programa de Geografia (IG) de cinco para seis, o Programa de 12
Clínica Odontológica (FOP) subiu de seis para sete e o Programa Biologia Vegetal (IB) subiu de 13
seis para sete. Destacou a importância dos programas que passaram a ser nota sete. Informou 14
ainda que quarenta e dois programas mantiveram o conceito na avaliação e parabenizou os doze 15
programas que mantiveram o conceito sete. Os dezesseis programas restantes tiveram suas 16
notas rebaixadas na primeira etapa da avaliação quadrienal: o Programa de Ciências Médicas 17
(FCM) caiu da nota cinco para quatro, o Programa de Ciências da Cirurgia (FCM) caiu de cinco 18
para quatro, o Programa de Tecnologia de Alimentos (FEA) caiu de seis para cinco, o Programa 19
de Engenharia Agrícola (FEAGRI) caiu de cinco para quatro, o Programa de Engenharia Elétrica 20
(FEEC) caiu de sete para seis, o Programa de Multimeios (IA) caiu de quatro para três, o 21
Programa de Ecologia (IB) caiu de sete para seis, o Programa de Ciências Econômicas (IE) caiu 22
de seis para cinco, o Programa de Divulgação Científica e Cultural (IEL) caiu de cinco para quatro, 23
o Programa de Antropologia Social (IFCH) caiu de seis para cinco, o Programa de Ciências 24
Sociais (IFCH) caiu de cinco para quatro, o Programa de História (IFCH) caiu de sete para seis, o 25
Programa de Relações Internacionais (IFCH) caiu de cinco para quatro, o Programa de Ensino e 26
História de Ciência da Terra (IG) caiu de cinco para quaro, e os dois programas que caíram dois 27
pontos foram o Programa de Engenharia Mecânica (FEM), que caiu de sete para cinco e o 28
Programa de Linguística Aplicada (IEL) de seis para quatro. Pontuou que quatro programas com 29
nota sete e quatro programas com nota seis tinham sido rebaixados na primeira etapa da 30
avaliação quadrienal. No saldo geral, houve mais programas rebaixados do que programas que 31
subiram suas notas e aquele fato penalizava a avaliação da Unicamp. Comentou que achou 32
interessante fazer uma espécie de benchmarking comparando a Unicamp com as melhores 33
universidades com maior número de programas nota sete. A primeira universidade destacada era 34
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a USP, que tinha quarenta e nove programas com nota sete. A USP era seguida pela UFRJ, 1
UFMG e UFGRS. A Unicamp não estava mais como a segunda universidade brasileira com mais 2
programas nota sete. A UFGRS estava em primeiro lugar no indicador de programas com nota 3
cinco a sete, totalizando 74%. Esclareceu que aqueles dados possibilitariam analisar a avaliação, 4
as Universidades que se posicionaram melhor e como a avaliação da Unicamp se colocava 5
naquele cenário. A última transparência analisava as notas dos mestrados acadêmicos. A média 6
da Unicamp era de 5,31, e ela ainda estava bem posicionada. A UFMG e a UFGRS tinham como 7
média 5,35, pouco acima da Unicamp. Finalizou dizendo que aquela era uma visão geral, que os 8
casos seriam analisados individualmente. Passou a palavra ao Prof. José Gontijo, para que ele 9
expusesse suas impressões sobre a avaliação da CAPES. O Prof. José Gontijo cumprimentou 10
os presentes e agradeceu o convite para participar da Reunião Extraordinária da CCPG. Disse 11
que estava como coordenador da área da Medicina I há aproximadamente nove anos e que sairia 12
em março de 2018. Era uma experiência muito interessante e achava importante a rotatividade 13
das Comissões, porque, efetivamente, as pessoas entenderiam melhor a avaliação quando dela 14
participassem. Não era um processo novo, mas, em sua opinião, talvez, fosse o processo de 15
Avaliação do Ensino Superior mais consolidado e respeitado pela sua forma clara. Os critérios 16
indicadores, na maioria das áreas, eram definidos no transcorrer do quadriênio ou triênio e através 17
de discussões anuais feitas pelas áreas. Os critérios eram dinâmicos como as notas. Não havia 18
garantia de persistência da nota. Era um processo de avaliação nacional que era adequada, 19
isenta, com distribuição nacional dos avaliadores, respeitando critérios de gênero. Disse que era 20
professor da Unicamp e que toda sua atividade estava dentro da universidade, mas achava que 21
as universidades estaduais paulistas eram pouco participativas junto à CAPES, o que, em sua 22
opinião, era ruim. Citou como exemplo que no CTC havia representatividade do FOPROP, que 23
fazia a interlocução com os Pró-Reitores, e que as discussões realizadas no CTC muitas vezes 24
não permeavam as universidades paulistas. Entendia que era um Estado com produção 25
expressiva, que tinha uma formação importante na pós-graduação, que não podia ficar alheio ao 26
processo de avaliação. Teriam que ter uma participação mais ativa e claramente não iriam impor 27
novas regras, inclusive porque em algumas universidades havia normas e critérios diversos aos 28
da CAPES. A CAPES era uma fundação nacional e via a pós-graduação do Brasil como um todo. 29
Mais especificamente sobre a sua área, disse que estava há algum tempo no processo de 30
avaliação e por um bom período acreditou que o processo de formação na pós-graduação era 31
igual ao de um relojoeiro: a relação era entre aluno e professor. A realidade não era aquela. A 32
instituição tinha que participar do processo, porque era ela que auferia ao mestre ou doutor o título 33
e não a unidade ou programa de pós-graduação. O processo de avaliação da pós-graduação era 34
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muito profissional, mas, dentro das instituições, ele ainda era um pouco amador. Comentou que o 1
Programa Ciência sem Fronteiras teve problemas, mas mostrou como o processo de formação de 2
mestres era diferente fora do Brasil e que a apropriação do conhecimento e metodologia científica 3
era muito importante. Disse que era convidado para reuniões promovidas pelas instituições de 4
ensino, principalmente quando as notas caiam, e que constatou que havia uma dificuldade muito 5
grande de entendimento da pós-graduação. Muitos docentes de boas instituições do estado de 6
São Paulo, que tinham um projeto de pesquisa aprovado pela FAPESP, tinham que ter uma 7
equipe para tocar o projeto e nele incluíam os alunos de pós-graduação, mas ao fazê-lo não 8
estavam preocupados com a formação daqueles alunos. A pós-graduação no Brasil era um 9
sucesso, mas era preciso repensá-la dentro das instituições, para uma responsabilidade maior no 10
processo de formação do pesquisador e/ou docente. Explicou que o processo de avaliação 11
consistia em três etapas: a primeira era o momento de entrega dos conceitos; a segunda da 12
oportunidade de reconsideração e a terceira do recurso. Todo o processo de avaliação era 13
realizado pelas comissões de áreas e passavam pelo CTC. No CTC os pareceres das áreas eram 14
avaliados na sua forma por dois consultores de outra área, sem avaliação do mérito. Se o formato 15
fosse aprovado, a nota era homologada e encaminhada aos programas, que poderiam 16
encaminhar o pedido de reconsideração à área, e, posteriormente, enviar recurso à Presidência 17
da CAPES. Comentou que, na área de Medicina, tinham noventa e quatro programas, sendo 18
quatorze profissionais, que foram avaliados fora do processo de avaliação dos mestrados e 19
doutorados acadêmicos. Cada programa era avaliado por dois consultores das comissões e o 20
parecer era levado para aprovação e emissão de conceito do programa na plenária de avaliação. 21
Disse que seu papel dentro do CTC era como coordenador de área, e não como professor da 22
Unicamp, e que para isenção do processo, retirou-se nos momentos de avaliação da Unicamp, 23
assim como foi feito pelos demais membros das comissões de áreas na avaliação de programas 24
de suas respectivas universidades. A avaliação era numérica e detalhada. Considerava a proposta 25
de APCN do programa, a coerência, os critérios de formação, disciplinas, infraestrutura. 26
Comentou que a questão de avaliação do APCN era debatida na CAPES: se ele deveria ou não 27
ter nota. Em sua opinião, o APCN não deveria ter nota. Ele seria aprovado ou não. Atualmente, 28
era estabelecida uma nota para o APCN sem ter nenhuma garantia de aquele programa seria 29
efetivado. A nota do APCN muitas vezes prejudicava a demanda de um doutorado durante o 30
período de avaliação. Disse que, na área de Medicina, um dos aspectos avaliados nos APCNs era 31
o compromisso institucional e a forma como a instituição estimulava a pesquisa e iniciação 32
científica. Os bons cursos na área médica, com conceitos entre cinco e sete, eram compostos 33
30% por médicos e os 70% restantes não eram médicos, o que em sua opinião era importante, 34
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porque arejou e possibilitou uma discussão muito boa na área. No entanto, os pares médicos 1
precisariam ser substituídos nas instituições e a preocupação era saber qual a política da 2
instituição para aquelas reposições. Disse que, na área de Medicina, o último momento para 3
estimular a entrada do indivíduo para a carreira universitária era na residência médica. A área 4
estava estimulando a associação do mestrado com a residência médica. Esclareceu que não era 5
uma substituição da residência, e que já acontecia nos Estados Unidos. Comentou que na 6
Unicamp havia o Programa Integrado de Formação (PIF), aprovado na época em que estava na 7
CPG/FCM e o Professor Dr. José Cláudio Geromel era Pró-Reitor de Pós-Graduação e o 8
Programa Médico Pesquisador. O programa permitia que uma instituição de pesquisa, como era 9
efetivamente o caso da Unicamp, formasse indivíduos com talento durante a graduação, 10
estimulando-os para a carreira acadêmica. Outro aspecto cobrado e valorizado para os cursos 11
seis e sete era a preocupação com a utilização de recursos multiusuários, e citou como exemplo a 12
utilização aberta de equipamentos caros e de grande importância obtidos a partir de recursos 13
públicos, que estivessem disponíveis durante vinte e quatro horas, e não apenas durante o 14
período de expediente administrativo da universidade. A avaliação de docentes estava sendo 15
cada vez menos importante, porque os programas sabiam o perfil adequado para o programa. 16
Disse que a área de Medicina, e os demais professores poderiam confirmar nas demais áreas, 17
abriu a oportunidade para o credenciamento dos jovens docentes, como permanentes, durante 18
sete anos, mesmo que não tivessem produção adequada. Os jovens doutores deveriam ser 19
identificados pelos programas para que fossem retirados do denominador da avaliação da 20
produção do programa. Era um estímulo para a incorporação de novos docentes com potencial 21
para a pós-graduação. Outro aspecto importante sobre a avaliação era a valorização da produção 22
vinculada ao discente. A produção global muitas vezes não era refletida nos programas de pós-23
graduação. Havia ótimos grupos de pesquisas com produção expressiva que não estava 24
vinculada à formação do discente no programa de pós-graduação. Outro bom critério da avaliação 25
das produções foi o fator “h”, ao invés de índice de impacto, um índice bibliométrico. O fator “h” foi 26
utilizado para calcular o impacto da produção na área de conhecimento. O cálculo foi feito a partir 27
de, pelo menos, duas publicações por docente das duas últimas avaliações de cada programa 28
pelo período de sete anos. As críticas sobre o cálculo do índice de impacto tinham diminuído. 29
Outro aspecto estimulado pela avaliação era a tendência dos programas com notas cinco, seis e 30
sete de formarem mais doutores do que mestres. A inserção social teve peso maior na avaliação 31
dos mestrados profissionais, comparados aos mestrados acadêmicos, e avaliava a exposição do 32
programa na mídia, a acessibilidade do site, as informações com relação às bolsas, professores, 33
critérios de ingresso, número de evasão, número de formação, se o programa intitulava-se como 34
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internacional, se o site era bilíngue/trilíngue e se as disciplinas eram oferecidas em outro idioma. 1
Outros aspectos avaliados foram: solidariedade dos programas na nucleação de outros programas 2
ou na formação de pessoal para outras instituições e a preocupação institucional, a partir de 3
programas e comitês, para avaliação dos aspectos éticos e de integridade na pesquisa. Finalizou 4
dizendo que estavam preocupados com a repercussão da crise financeira nas instituições, 5
principalmente nas universidades federais, que já estavam sendo mais afetadas e que aquele 6
fator certamente iria repercutir na próxima avaliação. O Sr. Presidente agradeceu as sugestões e 7
contribuições do Prof. José Gontijo e passou a palavra para a Profa. Maria Meirelles. A Profa. 8
Maria Ângela Meirelles agradeceu o convite para participar da reunião e por ter a oportunidade 9
de fazer apontamentos enquanto coordenadora de área. Disse que estava em seu primeiro 10
mandato e aquela era sua primeira avaliação. Complementando a fala do Prof. José Gontijo sobre 11
a participação das três universidades paulistas na CAPES, disse que não era somente uma 12
questão de participação, achava que as universidades nem sabiam o que era ser coordenador de 13
área da CAPES e o tratavam como se tivesse uma tarefa meramente burocrática. O coordenador 14
de área era o responsável por mudar a cara da área e levar a ciência para todo o Brasil. Disse que 15
o trabalho dos coordenadores de área era volumoso, envolvia muitas reuniões e viagens e que 16
eles não recebiam muito apoio das suas próprias universidades, pois, dificilmente tinham redução 17
do seu volume de trabalho. Comentou que no dia anterior estava no sertão da Bahia em reunião 18
com um programa que teve sua nota mantida na avaliação, mas estavam se programando para os 19
próximos quatro anos de avaliação. Aquela reunião refletia uma expansão da área de alimentos 20
para além do eixo sul-sudeste. Sobre o processo de avaliação nas diferentes áreas, disse que a 21
essência da avaliação era a mesma, mas que tinham alguns aspectos particularizados. O primeiro 22
aspecto que achava muito importante era a isenção das comissões. As comissões eram formadas 23
mantendo-se uma parte dos integrantes, para manter um pouco da experiência da avaliação 24
anterior, e por integrantes que representassem todo o Brasil em suas diferenças. Comentou que 25
alguns cursos da área de alimentos, dentre eles das universidades estaduais paulistas, 26
mantinham a proposta de curso de 50 anos, apesar de seu corpo docente ter mudado e que 27
poderiam atualizar a proposta e torná-las um reflexo do que o corpo docente estava 28
desenvolvendo. Existiam propostas completamente divorciadas da realidade do programa, que 29
eram públicas pela da Plataforma Sucupira, e que foram consideradas na atribuição de nota na 30
avaliação. A proposta de um programa que estivesse disputando notas seis e sete tinha que ser 31
impecável em todos os quesitos e foi questão decisiva para alguns programas. Comentou que era 32
importante analisar as notas que subiram ou que se mantiveram, mas principalmente as notas que 33
caíram e se houve descredenciamento de programas. Na área de alimentos, a Unicamp teve um 34
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programa que caiu do conceito seis para cinco e a USP teve um programa que caiu de nota sete 1
para cinco e numa área parente um curso de Nutrição foi descredenciado. Disse que grande 2
número de programas de mestrado e doutorado foi descredenciado. Algumas áreas mais 3
exigentes descredenciaram doutorados com nota três e indicaram que eles deveriam submeter 4
uma nova proposta de APCN. Outro ponto importante destacado foi sobre a produção do 5
programa. O programa deveria produzir recursos humanos altamente qualificados. A produção do 6
programa era a produção do discente como autor. O docente era avaliado pelos órgãos de 7
fomento e pelos relatórios institucionais. O que a CAPES avaliava era um conjunto de docentes 8
trabalhando para a formação de recursos humanos no mestrado e no doutorado. Disse que a 9
produção com o discente foi decisiva para a avaliação na área de alimentos. Programas com 10
produção alta que não estivesse vinculada ao discente receberam um peso muito mais baixo. O 11
Prof. Jörg Kobarg pediu a palavra e perguntou como os novos cursos foram avaliados. A Profa. 12
Maria Ângela Meirelles respondeu que os novos cursos não foram avaliados, apenas 13
acompanhados. O curso novo quando fosse avaliado, quatro anos depois, deveria ter uma 14
produção espelhada no que ele formou durante o período avaliativo. O Prof. Jörg Kobarg 15
perguntou se os discentes eram o foco. Lembrou que na primeira avaliação não teriam formado os 16
primeiros doutores. A Profa. Maria Meirelles respondeu que os discentes não eram o foco e que 17
a avaliação verificava se o curso em andamento estava espelhando o que foi proposto. Ainda 18
sobre a avaliação, comentou que, na avaliação anterior, os programas foram penalizados pela 19
produção não ser uniforme entre os vários membros do programa. Disse que naquela avaliação 20
não penalizaram os programas pela produção não estar uniforme entre os docentes. O docente 21
deveria produzir pelo menos o mínimo estipulado pela área, de acordo com a nota do programa, e 22
a sua produção seria considerada boa. O docente que publicasse além daquele número definido 23
teria a sua produção considerada muito boa. Concordou com o Prof. José Gontijo que a avaliação 24
da CAPES era dinâmica. Comentou que durante aquele quadriênio tinha surgido a proposta de 25
avaliação separada dos cursos com notas seis e sete dos cursos com demais conceitos. Disse 26
que era contrária aquela separação, porque um curso com nota sete no início da avaliação 27
poderia deixar de sê-lo ao final. Não havia garantia de manutenção do conceito. Finalizando seus 28
apontamentos, comentou que era importante e pouco se falava da questão da metodologia 29
científica. Disse que aquele era um problema encontrado também em cursos consolidados, nos 30
quais o pós-graduando desenvolvia o trabalho sem perguntar se o que estava sendo feito deveria 31
ser feito daquela maneira. O aluno, eventualmente, aceitava o tema de trabalho do projeto 32
desenvolvido pelo professor e não questionava a oportunidade daquele tema. Achava que era o 33
momento de resgatar questões de formação conceituais mais básicas. Os alunos precisam 34
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aprender a dar aulas, escrever projeto de pesquisa. Redigir papers era uma consequência do 1
trabalho acadêmico e não o objetivo da formação. Nas áreas mais aplicadas já estavam quase 2
nivelando a questão da oferta de mão de obra qualificada paras as vagas em instituições de 3
ensino. Com o tempo não haveria mais vagas para os novos doutores e seria necessário mudar o 4
enfoque para enviar aquele doutor para o setor produtivo, o que seria, em sua opinião, 5
fundamental para o real desenvolvimento do país. Em seguida, a Profa. Maria Ângela Meirelles 6
passou a palavra para o Prof. Roberto Luiz do Carmo que cumprimentou os presentes e 7
agradeceu o contive do Prof. André Furtado. Enfatizou que aquela discussão sobre a avaliação 8
era muito importante para a Unicamp e para o sistema de pós-graduação do Brasil. Era o 9
momento de se posicionar em relação ao que foi feito na avaliação e refletir sobre o que pode ser 10
feito daquele momento para frente. Passou uma visão mais geral da avaliação, lembrando aos 11
presentes que o sistema de avaliação da pós-graduação brasileira começou em 1998, com mil 12
duzentos e cinquenta e nove programas e chegou em 2017 com quatro mil, cento e setenta e sete 13
programas, segundo dados disponíveis no GeoCAPES. O sistema de pós-graduação cresceu algo 14
em torno de 7% ao ano. Disse que a primeira observação importante era pensar qual era o 15
significado daquele crescimento anual. A segunda questão era pensar qual era o papel do sistema 16
de pós-graduação no país, que deveria pensar no processo de formação dos alunos, como já 17
pontuado pela Profa. Maria Ângela Meirelles. Aquele ponto remetia a outro aspecto fundamental 18
que era a própria concepção da universidade brasileira. Comentou que a concepção de 19
universidade, que refletia na avaliação, era a de uma universidade moderna, onde o ensino e a 20
pesquisa estavam intimamente associados. Significava que para dar uma boa aula era preciso ter 21
um bom curso e fazer pesquisa. A avaliação da pesquisa era realizada pela produção científica, 22
que era valorizada em todas as fichas de avaliação. Disse que era possível perceber com clareza 23
o peso maior relacionado à produção científica juntamente, e em muitos casos se sobrepondo, 24
com as características dos docentes do programa de pós-graduação. Outro aspecto importante, já 25
destacado anteriormente pelo Prof. José Gontijo, era o desconhecimento da Unicamp em relação 26
ao sistema de avaliação. Lembrou aos presentes que naquele momento a CAPES tinha 50 áreas 27
de avaliação, que significava ter representações que eram diferenciadas das áreas de 28
conhecimento e de concepções diferenciadas do que era ciência. As reuniões do CTC refletiam a 29
disputa em definir o que era ciência e como ela se configurava. Aquela discussão refletia 30
diretamente em como era medido os resultados da ciência. A importância do processo de 31
avaliação era dar uma satisfação para a sociedade sobre como os recursos públicos estavam 32
sendo utilizados nas universidades. A avaliação tinha como resultado a atribuição de nota que 33
implicaria diretamente na questão da distribuição de recursos, principalmente para a atribuição de 34
11
bolsas. Uma maior nota significaria acesso a maiores recursos. Outro aspecto apontado 1
anteriormente pela Profa. Maria Ângela Meireles era que os critérios estabelecidos na avaliação 2
atribuíam a nota aos programas e definiam quais programas deveriam ou não funcionar. Sobre as 3
fichas de avaliação, já comentadas anteriormente por seus colegas, disse que o Sistema da 4
Plataforma Sucupira funcionou e aquele seria um ponto divisor de águas, levando-se em 5
consideração os problemas apresentados pelo sistema até a avaliação anterior, principalmente 6
para as áreas de humanidades, que tiveram muita dificuldade de trabalhar com os dados. Disse 7
que, para a avaliação atual, receberam as tabelas com os dados brutos e cada área de avaliação 8
teve condições de estruturar minimamente a informação numérica. Concordou com o Prof. José 9
Gontijo que a avaliação numérica era uma parte do processo de avaliação e tinha sua importância 10
dentro do sistema. Disse que outro ponto fundamental foi a utilização da Plataforma Sucupira 11
como única fonte de informações no processo de avaliação. As instituições que não conseguiram 12
preencher adequadamente a Plataforma Sucupira foram prejudicadas na avaliação. Concordou 13
com as falas dos demais professores quanto à composição das comissões, que respeitavam para 14
a sua composição a distribuição regional, sexo e idade. Disse que era importante preservar a 15
experiência das comissões anteriores, mas também era importante dar oportunidade para 16
pessoas novas que estivessem entrando no processo de avaliação. Citou um bordão que o Prof. 17
Lívio gostava de falar, que “a CAPES somos nós” e que aquela frase era fundamental para 18
entender que o processo de avaliação refletia a opinião da comunidade científica daquela área. A 19
participação no processo de avaliação era o ponto central para definir os critérios que deveriam ou 20
não ser considerados no processo. Citou como exemplo as fichas de avaliações, que eram 21
diferentes e definidas pelas áreas, assim como os pesos que elas teriam na avaliação. Comentou 22
que havia uma série de questões a serem pensadas na avaliação e como agiriam para as futuras 23
avaliações. Aquele quadriênio era um ponto para reflexão, porque, efetivamente, a partir dele 24
todos os dados comparativos e de produção científica dos programas estavam disponíveis na 25
Plataforma Sucupira. Era o primeiro momento em que se permitia, efetivamente, comparar os 26
critérios quantitativos entre os programas e que aquele fato teria implicações para as próximas 27
avaliações. Iria chegar o momento no qual seria possível acessar o indicador número para cada 28
programa do país. Comentou que, possivelmente, precisariam incorporar elementos qualitativos 29
que tinham certa dificuldade em serem quantificados no processo de avaliação. Lembrou aos 30
presentes que os últimos dois anos foram de instabilidade institucional, com indicação de quatro 31
ministros da educação, o que impactou no sistema de avaliação. Por um determinado momento, 32
ficaram na dúvida se haveria processo de avaliação e até se a CAPES e o CNPq se manteriam. 33
Disse que a chegada daquela nova diretoria de avaliação, no ano anterior, foi importante para 34
12
garantir a realização do processo de avaliação. Sobre o papel da Unicamp, disse que a 1
universidade deveria se aproximar da diretoria de avaliação para colaborar numa análise mais 2
aprofundada sobre o processo de avaliação e pensar nos próximos passos para melhoria do 3
sistema, da formação dos quadros, da integração com a pesquisa e com a sociedade. Finalizou 4
dizendo que as universidades e o sistema de pós-graduação precisam dialogar com a sociedade 5
para conseguir justificar a existência da universidade pública no Brasil. O último item da avaliação, 6
que era o da inserção social e tinha peso de 10%, deveria, em sua opinião, ser muito mais 7
valorizado. O Sr. Presidente agradeceu a apresentação dos professores, que possibilitou três 8
visões muito boas sobre os critérios e o processo de avaliação. Disse que ficou clara a mensagem 9
que a Unicamp precisava se engajar mais para participar do processo de avaliação. Os três 10
membros do CTC eram da Unicamp, o que era uma boa representatividade, mas, talvez, a 11
universidade não estivesse participando das câmaras e consultorias. O Prof. José Gontijo 12
comentou que outros professores já foram membros do CTC, e citou como exemplo a Profa. 13
Nancy. Disse que aquela era a primeira vez que vinham conversar com a comunidade da pós-14
graduação da Unicamp. Muitas vezes, a universidade discutia a pós-graduação e os 15
coordenadores de áreas não eram convidados a participar daquelas discussões. O Sr. Presidente 16
respondeu que os professores eram bem-vindos e que era muito importante ouvi-los. A CAPES 17
era uma instituição central para a pós-graduação. Concordava que a Unicamp poderia contribuir, 18
em termos de competência dos seus docentes, para melhorar o processo de avaliação. Disse que 19
a universidade se empenharia em melhorar o diálogo com os consultores e coordenadores de 20
área para melhorar a inserção das informações no sistema e dos relatórios. Em seguida, abriu a 21
palavra ao plenário. A Profa. Maria Beatriz Bonacelli agradeceu as colocações e observações 22
feitas pelos três professores. Disse que, mesmo com a experiência no processo de avaliação, 23
estavam procurando aperfeiçoar e entender melhor o processo e que havia nuances que eram 24
importantes serem conhecidas. Perguntou se houve, em algum momento, discussão no processo 25
de avaliação sobre a grave crise dos últimos três anos, que afetou bastante a pós-graduação. 26
Comentou que receberam 10% do recurso, tiveram cortes de bolsas sanduíche (PDSE) e que 27
discutiram se haveria possibilidade de rebaixamento de nota de programa devido à situação da 28
crise. Também perguntou se havia alguma discussão sobre a continuidade da utilização do 29
Qualis. Comentou que, a área da qual faziam parte, tinha mais de trezentos e trinta programas, 30
quatro ou cinco câmaras interdisciplinares e eram muitas revistas para serem classificadas e 31
sabiam das dificuldades encontradas no sistema. Na área de Política Científica Tecnológica 32
tinham poucas revistas classificadas como A1, e quando os docentes conseguiam publicar nelas, 33
o programa era penalizado porque as revistas não apareciam no rol das revistas com maior 34
13
produção. Havia várias distorções e que eram repetidamente indicadas, inclusive no relatório da 1
CAPES. Concordou que a Plataforma Sucupira tinha avançado bastante, mas ainda não era 2
possível obter os indicadores do programa através da plataforma, e citou como exemplo o número 3
indicador da produção discente, o da produção docente e o da produção internacional. Não era 4
possível acessar nenhum indicador quantitativo do programa e disse que indicou no relatório que 5
aquela ferramenta de consulta deveria ser inserida na Plataforma Sucupira. Outro aspecto 6
comentado pelos convidados e que sempre era colocado no relatório e reuniões com a CAPES 7
era a inserção social, solidariedade e relação entre a universidade e sociedade. Disse que por 8
mais que se esforçassem para ampliar a relação da universidade com a sociedade, a produção 9
técnica era considerada como atividade de segunda linha pela CAPES. Citou como exemplo a 10
organização de obra e palestras. Finalizou dizendo que considerava que um dos caminhos para a 11
pós-graduação se mostrar mais para a sociedade era pela produção técnica, para além da 12
produção científica, mas ainda era pouco valorizada. A Profa. Cláudia Cavaglieri (Assessora da 13
PRPG) agradeceu a presença dos representantes do CTC e parabenizou-os pela avaliação. Disse 14
que os professores falaram bastante em relação à formação do discente do programa. Era 15
possível perceber nos critérios de todas as áreas a valorização da produção do discente com 16
publicação de artigos, participação em congresso, patentes em algumas áreas, livros e outros 17
tipos de produção e não valorizava efetivamente aonde aquele aluno formado por aquele 18
programa estava inserido. Comentou que um dos professores tinha dito que a preocupação do 19
programa deveria ser com a formação do aluno e não com a produção e publicação de paper, 20
mas que a produção de artigos era extremamente valorizada no processo de formação do aluno. 21
Perguntou quais eram os outros quesitos que estavam sendo considerados na ficha de avaliação 22
e se um deles seria o tempo de integralização. Disse que a CAPES, inclusive, fazia a média de 23
integralização com relação à formação. Achava que ainda não tinham encontrado um mecanismo 24
eficaz de avaliar a formação dos alunos. O Prof. Emilson Leite agradeceu a explanação dos 25
professores e disse que ficou mais tranquilo em escutar como efetivamente foi todo o processo de 26
avaliação quadrienal. Destacou a fala da Profa. Maria Ângela Meirelles de que os programas não 27
foram penalizados pelo desequilíbrio na quantidade de publicações dos docentes dos programas. 28
Disse que a consideração era excelente, pois no Programa de Geociências tinham certo 29
desequilíbrio, porque alguns docentes publicavam mais que outros. Explicou que a quantidade de 30
publicação dependia muito do tema de estudo. Alguns demandavam mais tempo para a coleta de 31
dados, trabalho de campo, análises, e por aquele motivo acabavam publicando menos por conta 32
do tipo de pesquisa. Complementou que os docentes também contribuíam com outros aspectos 33
importantes do programa e não somente com a produção de papers. As parcerias nacionais, 34
14
internacionais, intercâmbios eram contribuições importantes que sempre deveriam ser 1
consideradas na avaliação. Disse que ficou com dúvida com relação à atualização da proposta do 2
programa. O programa de Geociências, e acreditava que seria o caso de outros programas, 3
mantiveram a mesma proposta ao longo dos quatros anos. Apesar das pequenas alterações no 4
quadro docente, as linhas de pesquisa e os temas, praticamente, continuaram iguais. Perguntou 5
se era válido ficar alterando a proposta todo ano e se um programa que o fizesse seria 6
considerado mais consistente. Comentou que o programa de Geociências manteve uma 7
consistência muito grande e, em sua opinião, não haveria necessidade de alterar a proposta 8
básica, os objetivos e linhas de pesquisa, porque formavam alunos todo ano. Entretanto, foi 9
chamada a atenção do programa sobre aquele fato na ficha de avaliação. Disse que o Programa 10
de Ensino e História de Ciências da Terra foi rebaixado de nota cinco para quatro e o coordenador 11
do Programa, Prof. Pedro Gonçalves, iria entrar com recurso. Perguntou se a PRPG encaminharia 12
as orientações gerais para a elaboração dos recursos e se haveria alguma assessoria para 13
auxiliá-los naquela tarefa. O Prof. Waldir Bizzo pediu a palavra e disse que o programa de 14
Engenharia Mecânica obteve o conceito sete durante dez anos e que naquela avaliação teve sua 15
nota reduzida de sete para cinco. Comentou que assumiu a coordenação do programa há quatro 16
meses e que descobriu que não sabia absolutamente nada sobre a avaliação da CAPES, assim 17
como a maioria dos colegas que anteriormente não participaram de uma coordenação. Comentou 18
que um dos fatos que derrubaram a nota foi a não atualização da proposta do programa, que 19
permanecia a mesma há dez anos. Outro fator foi o indicador numérico da produção e do número 20
de docentes. Disse que a grande maioria dos programas da Unicamp, tradicionalmente, 21
credenciavam todos os docentes e tinham percebido que os programas concorrentes, pelo menos 22
na área de Engenharias, subiram de nota porque adotaram uma medida drástica, que foi a de 23
credenciar poucos docentes ou de descredenciar alguns docentes. Questionou se a redução ou 24
uma maior exigência para o credenciamento fosse a solução, como ficaria a situação dos 25
docentes com RDIDP. Perguntou como ficariam os orientandos daqueles docentes e como fariam 26
para recuperar aquele docente para o programa. Pediu que a PRPG se posicionasse sobre 27
aquele aspecto. O segundo ponto era sobre o regulamento da CAPES, que definia o professor 28
permanente, o colaborador e o visitante. A Unicamp adotou aquelas definições em seu Regimento 29
Geral e aquele fato, em sua opinião, fechava completamente a possibilidade de cooperação com 30
outras unidades e outras instituições. Citou como exemplo o professor colaborador que se 31
configurava como um peso para o programa, porque ele só entrava na parte do denominador na 32
fração e não tinha o mecanismo que permitia a coorientação sem que ele estivesse credenciado 33
como colaborador. A figura do professor visitante estava bem clara, era alguém que viria visitar o 34
15
programa e estava sendo usada erroneamente como coorientador. Finalizou dizendo que a 1
principal questão do programa era reescrever a proposta do programa e iria fazê-la, mas que 2
gostaria de escutar uma posição dos professores sobre os indicadores numéricos. O Prof. 3
Alfredo Suppia pediu a palavra e comentou que o seu programa já estava se reunindo para 4
elaborar o pedido de reconsideração. Disse que analisaram as fichas de avaliação das avaliações 5
trienais desde 2006 e que a ficha atual era a mais lacônica e taquigráfica em termos de 6
informações de dados. A ficha atual indicava a pontuação e depois já passava para o conceito. 7
Havia discrepância de dados objetivos e muita margem para discussão em quesitos qualitativos e 8
subjetivos. Comentou que o programa começou a funcionar em 1986 e até aquela data ainda 9
formava quadros para o Brasil inteiro na área de comunicação. Fizeram um levantamento dos 10
programas que ascenderam à nota naquela avaliação quadrienal e constaram que alguns 11
estavam em sua segunda avaliação. Parte do quadro daqueles programas foi formada pelo 12
programa da Unicamp e alguns programas apresentavam pontuação inferior de produção 13
intelectual, critério que mais penalizou o programa de Multimeios. Disse que a maior punição do 14
programa foi na produção intelectual, mas que analisando a avaliação trienal anterior constataram 15
que todos os índices do programa melhoraram, as médias da atual avaliação foram superiores. 16
Comentou que ao longo daqueles quatro anos tiveram graves problemas no programa e citou 17
como exemplo a perda de quatro docentes: três por aposentadoria e um por falecimento. Apesar 18
daqueles fatos, o programa lutou para manter a qualidade da produção e da formação de 19
pesquisadores como um todo. Comentou que aquela situação estava indicada nos dados 20
quantitativos. Nas avaliações anteriores, o percurso da avaliação final era muito bem 21
demonstrado, o que não ocorria na avaliação atual. O cenário da área de comunicação teve dois 22
cursos rebaixados para nota três, sendo um da Unicamp, e um curso tinha sido descredenciado, 23
do Amazonas. Todos os demais cursos mantiveram ou subiram de nota, o que era curioso, porque 24
nunca houve tanta ascensão de nota. Disse que iriam refazer os cálculos, não só da produção 25
intelectual, que ficaram com conceito regular e foram mais penalizados, apesar de terem subido a 26
média de publicação em relação a avaliação anterior, mas também no quesito de inserção social, 27
que apesar de ter peso inferior, também havia discrepância de dados. Em 2015, organizaram o 28
evento internacional de maior importância da área e na apreciação da inserção social apareciam 29
elogios aos eventos na “A Casa do Lago”. Organizaram eventos internacionais de pequeno porte 30
e tudo estava contabilizado nos relatórios. Em sua opinião, havia margem para recurso em termos 31
quantitativos e qualitativos. O Sr. Presidente agradeceu as manifestações e respondeu que a 32
Pró-Reitoria de Pós-Graduação iria auxiliar os programas que quisessem entrar com recurso. 33
Alertou que os recursos deveriam ser bem elaborados. Deveriam ser feitos com base numa 34
16
análise criteriosa dos indicadores, documentos, ficha de avaliação e critérios. Sobre as categorias 1
de credenciamento de docentes, disse que aquele tema já tinha sido discutido na CCPG, porque 2
houve mudança no Regimento Geral. Disse que o documento da CAPES deixava claro que o 3
coorientador não precisava ser docente colaborador do Programa e que poderia constar como 4
participante externo na Plataforma Sucupira. Pediu aos coordenadores que ficassem atentos no 5
preenchimento dos dados. O Prof. Waldir Bizzo pediu a palavra e disse que o Regimento da 6
Unicamp obrigava que o coorientador fosse credenciado como colaborador ou permanente. O Sr. 7
Presidente respondeu que, apesar de ser uma exigência do Regimento Geral da Unicamp, para o 8
preenchimento da Plataforma Sucupira não havia aquela necessidade. Se a área de avaliação 9
considerasse aquilo um critério determinante poderia prejudicar o programa. O Prof. Waldir Bizzo 10
sugeriu que a Pró-Reitoria deixasse clara uma política de credenciamento. Disse que uma das 11
soluções para subir o programa era cortar docentes dos programas e seria um conflito com 12
RDIDP. Pediu orientação de como proceder naquele caso. O Sr. Presidente respondeu que 13
aquela seria uma margem de manobra de cada programa. Não cabia à Pró-Reitoria estabelecer 14
os critérios de quem deveria ser credenciado ou não como professor permanente. O programa 15
deveria avaliar as atividades do docente no programa e os critérios para o credenciamento. 16
Finalizados os assuntos que diziam respeito à PRPG, passou a palavra para os convidados 17
esclarecerem os demais pontos. O Prof. José Gontijo tomou a palavra e disse que vários 18
aspectos levantados pelos professores eram temas de discussão constante no CTC, entretanto, 19
alguns pontos eram específicos de cada área, e eles não teriam condições de respondê-los. O 20
processo de avaliação era dinâmico e, felizmente, ascendente. Aquilo significava que, mesmo que 21
o programa de Multimeios tenha atendido os critérios exigidos há quatro anos, para a avaliação 22
atual eles eram superiores. E aquele fato valia para todas as áreas. O processo de avaliação era 23
dinâmico e ascendente e, provavelmente, mesmo o Programa de Multimeios tendo superado suas 24
médias da avaliação anterior, naquela avaliação teve sua nota rebaixada por não ter atendido as 25
novas exigências. Sobre a crise, disse que ela estava na fala de todo mundo, pois as atividades 26
acadêmicas dependiam da atividade de financiamento, mas esperavam que ela fosse temporária. 27
A avaliação tinha de ser perene e a crise não poderia interferir no processo. A CAPES norteava a 28
proposta de formação de recursos humanos para o Brasil e fazia o processo de avaliação. A crise 29
não foi um fator que mudou os critérios de financiamento da CAPES. Comentou que 30
universidades como a Universidade Federal do Ceará e Universidade Federal do Rio Grande do 31
Sul tiveram grande ascensão de vários programas e ambas dependiam de recursos federais, que 32
foram os que mais comprometeram a atividade de pesquisa e de formação no Brasil. Concordou 33
com o Prof. Roberto do Carmo que a centralização dos dados e informações na Plataforma 34
17
Sucupira seria importante no processo de avaliação. Disse que algumas áreas já tiveram 1
aplicativos anexados à Plataforma Sucupira e que seria possível e interessante para permitir o 2
acesso a todos os números. Comentou que outra discussão na CAPES era no sentido de definir a 3
função da Plataforma Sucupira: se ela seria um banco de dados para o Brasil, como ela acabou 4
sendo da produção científica, ou se ela seria uma plataforma de apoio à avaliação, porque não 5
precisavam daquele montante de dados para avaliar os programas. Sobre a produção técnica, 6
disse que os critérios eram diferentes para as diferentes áreas. Na área de engenharia não 7
avaliavam livros e anais em congresso. Na área de computação, que era muito dinâmica, era 8
avaliada a publicação em congresso. Disse que a produção precisaria ser repensada no próximo 9
ano, porque teriam os mestrados profissionais e acadêmicos. Seria necessário desmitificar a ideia 10
de que os mestrados profissionais eram de segunda categoria e entender que alguns programas 11
produzem mais um produto de aplicação imediata e outros de produção mais acadêmica. Sobre a 12
área interdisciplinar, disse que era uma área progressivamente crescente, que contava atualmente 13
com quatro câmaras, e era um problema para a CAPES. Ela deveria ser uma área que 14
privilegiasse programas ou propostas de qualidade máxima em que houvesse interação de 15
conhecimento de diversas áreas, mas acabou sendo uma área em que desaguavam propostas 16
que não foram aprovadas em outros comitês. Disse que a área teria que ser repensada. 17
Comentou que houve uma tentativa no último quadriênio para identificar quais propostas se 18
enquadravam como interdisciplinares e quais deveriam ser avaliadas por outras áreas, a despeito 19
do encaminhamento da instituição. Sobre os egressos, disse que a Controladoria Geral do Estado 20
(CGE), através de levantamento da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), fez um 21
levantamento de onde estavam os nossos egressos: em instituição de pesquisa, nas indústrias, 22
nas universidades. Os dados não foram bem aproveitados, porque teriam que alterar a ficha de 23
avaliação e foram inseridos dentro da inserção social. Disse que, certamente, a CAPES iria alterar 24
a ficha de avaliação e aquele produto iria ser avaliado. Seria levado em consideração onde o ex-25
aluno estava nucleando, qual a sua participação e colaboração nas diferentes áreas da 26
sociedade. Era uma fragilidade que existia há anos e precisaria ser repensada pela CAPES. 27
Finalizou dizendo que a inserção social deveria ser uma preocupação da Universidade, além do 28
tripé ensino, pesquisa e extensão, e deveria partir de uma política institucional de órgão superior, 29
e que muitas vezes acabava sendo transferida para o docente. A Profa. Maria Ângela Meirelles 30
respondeu que a crise foi discutida nas reuniões, mas que, especificamente, na área de Alimentos 31
ainda não tinha refletido na avaliação. A área tinha pesquisas mais experimentais e havia o tempo 32
entre a finalização do trabalho e a divulgação dos resultados. Provavelmente, os impactos da crise 33
iriam aparecer na próxima avaliação, que refletiriam nas pesquisas que poderiam ter sido feitas e 34
18
não foram realizadas, referentes aos anos de 2016 e 2017. Sobre o Qualis, disse que também era 1
um problema sério na área de Engenharia e que deveria ser feito com critérios aprovados e 2
discutidos com a comunidade. Para a área multidisciplinar, do jeito que estava constituído, 3
dificilmente o Qualis teria uma solução adequada. Sobre a Plataforma Sucupira, disse que ela foi 4
criada para captar informação e não tinha sido pensado como seria retirada dela a informação 5
inserida. Houve tentativas de montar a interface do banco de dados com o usuário, mas elas não 6
tinham avançado. A Diretoria de Avaliação desenvolveu um programa que possibilitava visualizar 7
os dados, que ficou pronto no final do processo e não foi totalmente utilizado naquela avaliação. 8
Sobre a inserção social, disse que o CGE fez um trabalho em relação ao Qualis Tecnológico. 9
Disse que a inserção dos indicadores da produção tecnológica não iria alterar a classificação de 10
notas para os programas acadêmicos, porque já tinham feito algumas simulações. Sobre a 11
produção discente, esclareceu que o aluno deveria sim escrever artigo, mas que aquela não era a 12
sua única função, também deles deveriam ser cobrados outros aspectos de formação. Sobre a 13
atualização da proposta, disse que era relevante que os programas a fizessem. Houve grande 14
número de aposentadorias na universidade e as pessoas repostas não o foram necessariamente 15
com a mesma característica de pesquisa. Muitas propostas não foram atualizadas e não refletem 16
o corpo docente atual. Não significa alterar a proposta a cada ano, mas informar as alterações 17
realizadas. Citou como exemplo uma disciplina denominada “Tópicos da atualidade” com 18
bibliografia de 2005. O avaliador não iria considerar que aquela proposta estava de acordo com o 19
que aconteceu de 2013 a 2016. Sobre a área de Alimentos, disse que faziam reuniões anuais e 20
indicavam o que esperavam que fosse preenchido nas propostas e o que deveria ser feito para 21
diferenciar em cada ano. O diálogo do coordenador do programa com o coordenador de área era 22
muito importante. Sobre a preocupação especial com a área de ensino, sugeriu que os 23
interessados procurassem a Profa. Tânia, coordenadora de área, para tentar entender o que 24
aconteceu e para verificar se a recomendação da área foi diferente da recomendação do CTC. O 25
Prof. Emilson Leite pediu a palavra e disse que no seu caso tinha sido diferente: a 26
recomendação da área era manter a nota cinco e o CTC os avaliou como quatro. A Profa. Silvia 27
Figueirôa pediu a palavra e disse que era da área de ensino e que tinha constatado que o CTC 28
não tinha acatado a recomendação nem de subida e nem de manutenção de vários cursos. Tinha 29
algumas questões mais específicas daquela área. A Profa. Maria Ângela Meirelles respondeu 30
que ela não era a pessoa mais apropriada para conduzir aquela discussão e nem aquele era o 31
momento. Relatou que foi membro externo da avaliação de várias propostas da área de ensino e 32
que as fichas estavam muito bem elaboradas. Disse que uma questão que causou confusão, e foi 33
mencionada pelo Professor da Engenharia Mecânica, foi que o professor colaborador para 34
19
universidade e o professor colaborador para o programa eram figuras distintas. Para o programa 1
de pós-graduação não existia a definição de vínculo empregatício. Citou-se como exemplo: ela era 2
professora do quadro permanente do programa, embora fosse aposentada, mas para a Unicamp 3
era considerada como professora colaboradora. Na maioria das áreas o professor colaborador 4
não trazia a produção e não entrava na divisão. Disse que era mais ou menos consensual no CTC 5
que quando um programa tinha algum pesquisador que produzia, ele era mantido como 6
permanente, porque iria adicionar ao programa. A reedição da portaria foi elaborada justamente 7
para retirar o caráter funcional das diferentes figuras do professor do programa de pós-graduação. 8
Sobre a questão da produção do programa Multimeios, disse que eles precisavam comparar a 9
atual produção com as dos demais programas da área e a estratégia do recurso deveria ser 10
baseada naquela diferença. Explicou que a manutenção de um curso na mesma nota por 11
avaliações consecutivas não significava que o curso não tinha mudado, mas que eventualmente 12
ele não tinha mudado na velocidade necessária para atingir outro patamar. O Prof. Roberto Luiz 13
do Carmo disse que os pontos abordados tinham sido bem colocados pelos colegas, mas que iria 14
retomar alguns deles. O aumento do número de programas ao longo do tempo significou também 15
aumento da competição entre os programas, aumento da produção científica e, talvez, explicasse 16
a questão colocada pelo programa de Multimeios. O aumento da produção científica poderia levar 17
a um produtivismo altamente competitivo e para evitá-lo precisariam valorizar a qualidade da 18
produção e não apenas a quantidade. Perguntou quanto da produção qualificada estava nos 19
estratos melhores classificados pelo Qualis ou da avaliação de livros. Pontuou que a sua área 20
considerava a avaliação dos livros no mesmo patamar da produção de periódicos. Comentou que 21
havia uma discussão importante sobre a possibilidade de um Qualis único. Questionou se seria 22
possível, se seria desejável e em quais critérios seriam baseados. A experiência dizia claramente 23
que não era possível. As áreas tinham características e especificidades diferentes. Concordou 24
com a fala da Professora Maria Ângela Meirelles quando sugeriu que o curso de Multimeios 25
comparasse a sua produção com as de seus pares, porque era o papel da comissão da 26
coordenação de área deixar claro que era um movimento que iria considerar a quantidade e a 27
qualidade das produções da área. Comentou que existiam programas que tinham maior 28
capacidade de se adaptar ao sistema, que foram os casos dos programas das universidades 29
particulares que entenderam a lógica do processo e investiram para melhorarem os seus 30
indicadores. Disse que aquele era o momento de autoavaliação do programa e que a revisão da 31
ficha deveria ser o ponto central do recurso. Muitos programas não conheciam ou não levaram em 32
consideração algumas características que estavam claramente definidas na ficha e que não foram 33
preenchidas pelos programas. Havia uma incompatibilidade na partida. O funcionamento do 34
20
programa não estava adequado ao critério pelo qual ele seria avaliado. Naquele caso, como 1
elaborar um recurso se o programa não estava atendendo ao que estava na ficha. Sobre os 2
apontamentos do Professor Waldir, da Engenharia Mecânica, a avaliação era do programa e não 3
do docente individualmente, embora tivesse rebatimentos individuais. O programa deveria ser 4
pensado no conjunto. Não era para todo mundo fazer todas as atividades: publicar, orientar, 5
ministrar aulas e fazer extensão. Disse que deveriam tomar cuidado, principalmente, quando 6
fossem pensar os critérios de credenciamento para não excluir grande parte dos possíveis 7
participantes dos programas. O Sr. Presidente pediu licença para participar de uma reunião de 8
emergência no Gabinete do Reitor e passou a presidência da reunião extraordinária para o vice-9
presidente da CCPG, Prof. Marco Lúcio Bittencourt. O Sr. Vice-Presidente cumprimentou os 10
presentes e abriu novamente a palavra ao plenário. O Prof. Alfredo Suppia pediu a palavra e 11
comentou que, desde que o programa teve a nota rebaixada, estava fazendo a comparação com 12
os outros programas. Disse que era um trabalho difícil porque as fichas não estavam públicas e 13
precisava entrar no sistema para consultar. O Prof. Roberto Luiz do Carmo respondeu que todo 14
mundo tinha acesso ao relatório de avaliação da área. Disse que aquele era o parâmetro que 15
achava importante para a elaboração do recurso. O Prof. Alfredo Suppia comentou que, a partir 16
da consulta da produção dos programas que ascenderam de nota, constatou que a produção da 17
Unicamp não era tão discrepante em termos qualitativos e quantitativos. Compreendia que a área 18
fosse se atualizando e elevando alguns parâmetros, mas o rebaixamento de curso era uma 19
medida drástica e os parâmetros subiram muito pouco. Disse que seria muito difícil o curso 20
recorrer se os indicadores mostrassem claramente que houve um declínio na produção do 21
programa, mas os indicadores não eram claros e algumas vezes mostravam o contrário. Na 22
comparação do quadriênio com a avaliação trienal anterior, a Unicamp obteve uma média melhor, 23
que sinalizava uma média maior de produção por docente o que indicava algo que não estava tão 24
negativo. Na comparação com outros programas, constatou uma discrepância qualitativa. O 25
programa indicou como cinco produções mais relevantes três artigos nos estratos A1 e A2 e dois 26
livros publicados em editoras internacionais. Programas que ascenderam indicaram três 27
produções mais relevantes, um artigo no estrato B1 e dois livros, ou cinco itens, sendo dois artigos 28
em jornal e um artigo no estrato B2. Pontuou que era apenas uma amostragem, iria refazer o 29
cálculo de toda a produção, mas já sinalizava que havia problemas. A competitividade aumentou, 30
mas não acreditava que fosse o suficiente para que a universidade fosse rebaixada. Comentou 31
que já tinha pontuado na fala anterior sobre a avaliação da internacionalização do programa, que 32
era forte, e não tinha sido apreciada. Foram penalizados por não terem orientação de TCC, mas 33
foi explicado no relatório que no curso de graduação não havia TCC. Disse que incluiu no relatório 34
21
a explicação sobre o falecimento de um professor, que implicou na redistribuição dos seus 1
orientandos. Finalizou dizendo que estava preocupado com a dificuldade que estava tendo para 2
comparar programa a programa. O Prof. Edivaldo Junior disse que concordava com a fala do 3
professor que dizia “a CAPES somos nós”, mas em algumas áreas aquilo poderia ser um 4
problema, porque os dados não eram neutros, assim como nenhuma avaliação era neutra. Disse 5
que estava pensando especificamente na área de Educação Física, que tinha uma característica 6
multidisciplinar, e envolvia professores que trabalhavam com a área pedagógica, ciências 7
humanas, fisiologia do exercício e bioquímica. Os professores disseram que o objetivo da 8
avaliação era olhar para a formação do aluno e não para a produção intelectual, mas 55% da ficha 9
de avaliação era sobre a produção intelectual e quem estava sendo avaliado era o corpo discente. 10
Para representar o que acontecia na área, citou como exemplo a geociência: um professor que 11
trabalhava com geografia humana seria cobrado em relação à produção de um geólogo. Era 12
exatamente o que acontecia na Educação Física e, enquanto gestor tinha duas saídas: questionar 13
a avaliação ou se adaptar à norma. Historicamente, a Educação Física da Unicamp questionava a 14
avaliação. Foi o que ocorreu na gestão anterior da Profa. Cláudia e o que aconteceria na sua 15
gestão. Ele iria dar continuidade na política de uma Educação Física Plural e não iria reduzir o 16
corpo docente para biólogos e fisiologistas para serem bem avaliados, como sugeriu o professor 17
da engenharia. Disse que a mediana para a produção da Educação Física foi novecentos e trinta 18
e cinco pontos, o que equivalia a quase dez artigos A1 em quatro anos. Para um professor da 19
área biológica, aquela pontuação não seria uma mediana, mas, para quem trabalhava com 20
ciências humanas, publicar dez artigos A1, num Qualis da Educação Física que tinha um periódico 21
com escopo para as ciências humanas no estrato A1, era uma discrepância. Sobre a fala dos 22
professores de que a ficha de avaliação foi discutida com a comunidade, discordou dizendo que 23
alguns deles foram inseridos posteriormente ao seminário de acompanhamento. Nesse sentido, a 24
opção que tinham era questionar o porquê da avaliação não ser neutra. O Prof. Andreas 25
Gombert pediu a palavra e disse que a função da pós-graduação era produzir recursos humanos 26
de alto nível que dariam um retorno para a sociedade brasileira, mas que, ao olhar para o cenário 27
internacional, tinha a impressão de que eram formados muitos doutores no Brasil. A FEA, 28
Faculdade de Engenharia de Alimentos, tinha cem defesas de mestrado e doutorado por ano e 29
comparou aquele fato com a Universidade Tecnológica de Delft, principal universidade tecnológica 30
da Holanda, muito bem colocada nos rankings internacionais, que formava cem doutores por ano. 31
Apesar da crise, disse que era do conhecimento de todos que os alunos se candidatavam em 32
vários programas de pós-graduação e eles ingressavam naquele que tivesse bolsa. Perguntou se 33
existia na CAPES alguma discussão com relação à redução do número de bolsas pela metade ou 34
22
para que fosse dobrado o valor da bolsa, no sentido de forçar um aumento da qualidade e 1
redução do número de doutorandos. O Prof. José Gontijo respondeu que aquele questionamento 2
não deveria ser feito para o Brasil. O país ainda tinha baixíssimo índice de doutores e 3
engenheiros. A indústria brasileira praticamente não produzia nada de tecnologia e a maioria dos 4
doutores estava dentro das instituições de ensino. Citou uma frase de um Lorde inglês que 5
constava no documento de criação da FAPESP, “nós vamos continuar sendo carregadores de 6
pedra e nós não vamos ter independência” e disse que significava que o país seria independente 7
a partir do momento que ele produzisse pessoas que fossem capazes de produzir conhecimento. 8
Finalizou dizendo que a prioridade do país era a produção de pesquisa e pesquisadores para que 9
o país não fosse uma nação escrava para o resto da vida e que, em sua opinião, aquele tipo de 10
pensamento não poderia existir dentro da Unicamp. A Profa. Maria Ângela Meirelles concordou 11
integralmente com a resposta do Prof. Gontijo. O Prof. Marcelo Buzzato pediu a palavra e disse 12
que o programa de Linguística Aplicada era um dos programas que tinha caído de nota em dois 13
pontos e que iriam fazer uma análise mais detalhada para a elaboração do recurso, assim como o 14
programa Multimeios. Comentou que a ficha de avaliação continha erros inadmissíveis. Havia 15
questionamentos de informações que foram inseridas no relatório e que não foram observadas. 16
Em sua avaliação era levantado o fato de que o programa não tinha inserção internacional, 17
porque o site não estava em três línguas, quando, na realidade, o site já estava em três línguas há 18
alguns anos. Comentou que, de fato, o programa estava com problemas na composição do corpo 19
docente, pois tiveram oito docentes novos, dois aposentados e dois em processo de 20
aposentadoria, que estavam tirando licenças, mas que ainda não tinha saído do programa e não 21
havia espaço na avaliação para a inserção daquelas situações. Perguntou se tinham alterado de 22
média para mediana ou se sempre foi usada a mediana para avaliar a produção. O Prof. José 23
Gontijo respondeu que era diferente para cada área e que os professores estavam trazendo 24
questionamentos muito particulares, que talvez eles não conseguissem responder. O Prof. 25
Marcelo Buzzato retomou a palavra e disse que um dos quesitos que prejudicou o programa foi a 26
questão da homogeneidade na produção. O programa tinha professores com grande volume de 27
publicações e outros com publicações mais extensas, mas, tradicionalmente, a produção do 28
programa era muito elogiada. Reforçou o que foi dito sobre a produção discente. Salientou que os 29
egressos do programa estavam muito bem colocados em ótimos centros, eram produtivos, mas 30
aqueles dados não entravam na produção discente. A produção discente do programa tinha caído 31
e no meio do caminho as revistas da área proibiram publicação de doutorandos, a não ser que 32
fossem feitos em coautoria com o orientador. Entretanto, os orientadores não queriam publicar 33
com o doutorando, pois aquela publicação valeria menos pontos para ele. Comentou que 34
23
elogiaram a internacionalização e outros aspectos do programa. De maneira indireta, disseram 1
que gostariam de manter a nota cinco, mas como não chegaram à produção desejada iriam 2
rebaixar o programa para nota quatro. Disse que estava conferindo todos os números da 3
avaliação para entender o resultado da avaliação. A mediana, apesar de não ser relevante para 4
todas as áreas, sempre tinha vinculação entre os instrumentos de mensuração e de gestão. O 5
programa não tinha a pretensão de deixar a CAPES coordenar o programa fazendo tudo o que ela 6
queria. Se o programa acatasse a sugestão de credenciar o docente por sete anos para mostrar 7
se ele poderia produzir ou não, a nota do programa cairia para zero. O prazo teria que ser de um 8
ou dois anos, porque tudo era dinâmico. Mas o procedimento tinha que ser anunciado, treinado, 9
divulgado de forma clara no meio do processo, para que fosse possível ajustar aos novos 10
instrumentos. O Prof. Célio Hiratuka pediu a palavra e parabenizou a iniciativa da reunião com os 11
membros do CTC e sugeriu que aquela experiência fosse repetida, porque traria parâmetros 12
importantes para os interessados entenderem o que estava acontecendo no CTC e que 13
extrapolavam as áreas. Disse que compartilharia um pouco da experiência da área da economia 14
para mostrar como era importante a interlocução dos coordenadores e do conjunto dos 15
professores que estavam envolvidos na pós-graduação com os representantes de área. Aquela 16
aproximação era importante para entender qual a direção da avaliação e as possibilidades de 17
influenciar em seus critérios. A participação na área de economia foi muito importante, porque era 18
uma área problemática nas avaliações anteriores. Havia muita dificuldade para definir o que era 19
considerado um bom programa, quais eram os critérios e o Qualis. Era um grupo importante de 20
programas tentando impor à avaliação a sua própria concepção. A área de Economia era 21
interdisciplinar e assim sendo apresentava diversidades de visões. A Coordenadora da área fez 22
um trabalho muito importante de estabelecer um consenso, a partir da discussão da área, e, 23
obviamente, avançaram em muitos aspectos, dentre eles sobre o Qualis, que ainda tinha 24
problemas, mas havia melhorado e que passara a contemplar um pouco as diversidades dos 25
programas. Comentou que a área de Economia talvez fosse a única que considerava produção 26
fora dela. O documento da área criou válvulas de escape para contemplar os programas que 27
tinham característica multidisciplinar, como o da Unicamp, que interagia e publicava em outras 28
áreas como a História, a Ciência Políticas e as de Relações Internacionais. Na avaliação da área, 29
o Programa de Desenvolvimento Econômico estava com nota quatro, mas foi recomendado para 30
nota cinco por critérios qualitativos acordados dentro da área. No CTC a nota foi mantida em 31
quatro, apesar da recomendação da área. O Programa de Economia estava com nota seis e, 32
pelas características do programa, foi recomendada pela área a manutenção da nota. No CTC a 33
nota caiu para quatro, apesar da recomendação da área. Comentou que participavam das 34
24
discussões da área para influenciar nos critérios, mas quando chegava ao CTC, talvez por falta de 1
condições de absorver as discussões da área ou por não ter ficado claro no documento de área, 2
as recomendações da área eram alteradas. Finalizou dizendo que faria o recurso e tentaria trazer 3
aquela discussão que tinha acontecido dentro da área. O Sr. Vice-Presidente disse que passaria 4
a palavra para os membros do CTC e, em seguida, a abriria novamente para o plenário. O Prof. 5
Roberto Luiz do Carmo concordou que a avaliação não era neutra, que havia uma disputa no 6
CTC do que era ciência e como ela deveria ser definida, qualificada e avaliada. Comentou que 7
tinha destacado anteriormente que aquele era o momento de discutir aspectos da transição entre 8
aquela característica de explicação do que seria quantitativo e de valorização daquele quantitativo 9
para que se pudesse passar para outro momento onde seria possível considerar outros aspectos 10
da avaliação. Lembrou aos presentes de que ele era da área das humanidades e que muitos 11
daqueles critérios colocados não faziam sentido para a sua área. Citou como exemplo a criação 12
de um prêmio na Unicamp para o professor, que nos critérios do ano anterior, publicasse num 13
periódico com impacto acima de seis. Na área de Ciências Humanas não havia nenhum periódico 14
com fator de impacto acima de seis e o exemplo citado dava um pouco da dimensão daquela 15
discussão entre as áreas e justificava que o diferencial era importante existir dentro da avaliação 16
de acordo com as áreas. Disse que se tratava de disputa e que, em vários momentos, tinha ficado 17
sozinho e não estava culpando os demais colegas, mas era importante deixar explícito que havia 18
conflitos entre as áreas no CTC, assim como havia dentro da própria universidade. Sobre a 19
questão de formação de doutores, disse que era necessário avaliar a velocidade em que o 20
processo de formação de novos doutores estava acontecendo e, talvez mais importante, deveria 21
haver a redução das diferenças regionais. Havia muitos doutores em algumas partes do país e em 22
outras partes, não existiam. Sobre os critérios de cada área levantados pelo Prof. Marcelo (IEL) e 23
pelo Prof. Célio (IE), sugeriu que cada pedido de reconsideração fosse realizado a partir do 24
relatório de avaliação de cada área. A área construía os documentos de avaliação ao longo do 25
período, assim como o Qualis e a ficha de avaliação, e fazia a avaliação do programa. O papel do 26
CTC era verificar se a avaliação estava coerente com os documentos de avaliação elaborados 27
pela área. Aquela era a única garantia de que o processo seria republicano e os critérios seriam 28
aplicados para todos os programas. O Prof. José Gontijo disse, com relação aos comentários do 29
Prof. Célio, que a área de Economia tinha chamado atenção, porque 50% dos cursos eram de 30
excelência e os critérios não estavam muito explícitos. Era estranho que uma área tivesse 50% 31
dos seus programas de excelência. Houve rediscussão e readequação dos critérios que estavam 32
explicitados no documento de área. Com relação à Educação Física, disse que a área era 33
multidisciplinar e o problema com os critérios de avaliação não era uma peculiaridade da 34
25
Educação Física, e que, na verdade, a produção intelectual era em torno de 17 ou 18% da nota e 1
não 55%. Para o item quatro, ela era 55%, só que o item quatro, dependendo da área, era de 30 a 2
35%. O Prof. Edivaldo Junior pediu a palavra e disse que estava com a ficha de avaliação aberta 3
e o questionou sobre as porcentagens aplicadas à produção intelectual. O Prof. José Gontijo 4
respondeu que, quanto às porcentagens, ele considerava que seria melhor que ele as discutisse 5
com o coordenador da área de Educação Física, Prof. André Luiz Felix Rodacki. Disse que o 6
Qualis da Educação Física tinha peculiaridades e ele era construído a partir do perfil da área. O 7
Sr. Vice-Presidente agradeceu os esclarecimentos e pediu aos presentes que as questões 8
fossem mais gerais sobre o processo de avaliação e abriu a palavra novamente ao plenário. O 9
Prof. Armando Junior pediu a palavra e disse que a CAPES 10
não avaliava a produção total do programa. Um programa que formava dez doutores por ano era 11
diferente de outro que formava cem doutores por ano e aquele dado deveria constar em algum 12
item da avaliação. Perguntou se os comitês tinham discutido sobre o tamanho do programa, se 13
havia algum interesse da CAPES de que os programas fossem menores ou se existia um limite de 14
número de docentes por programa. A Profa. Maria Ângela Meirelles respondeu que havia um 15
número mínimo, mas não havia número máximo. Os programas eram medidos em função do 16
número de docentes permanentes. Informou que a área de Química tinha programas muito 17
grandes. O Prof. Armando Junior pediu a palavra e disse que estava clara a tendência da 18
CAPES em reduzir cada vez mais o número de docentes por programa, quando não valorizava a 19
produção total e sim a produção per capita. O Prof. Roberto Luiz do Carmo disse que não via da 20
CAPES nenhum direcionamento naquele sentido. A perspectiva era contrária, que os programas 21
grandes, de alguma maneira, influenciassem nas suas áreas de avaliação para mostrar que 22
tinham importância e que aqueles elementos eram importantes para a avaliação. Explicou que no 23
valor per capita estava diluído os valores absolutos. O cálculo tinha o objetivo de permitir a 24
equalização da produção. Se não fosse per capita aconteceria exatamente o contrário, que seria a 25
valorização somente dos programas grandes. O Prof. Leonardo Duarte pediu a palavra e disse 26
que a FCA era uma unidade nova, com quatro programas. Dois cursos de mestrados foram 27
iniciados em 2013 e em 2014 e eles estavam apresentando as propostas de APCNs de doutorado 28
para serem submetidas à apreciação da CAPES. O planejamento era sempre linear. O mestrado 29
melhoraria a nota e solicitariam o doutorado, mas foi a primeira avaliação dos cursos e as notas 30
foram mantidas. Comentou que na área de Engenharia III, 90% dos programas com curso de 31
mestrado ficavam com nota três, apenas quatro cursos dos quarenta da área tinham nota quatro. 32
Dois daqueles quatros tinham características muito específicas, que era em metrologia. 33
Questionou qual seria a estratégia adotada pela CAPES para fechar o programa. A Profa. Mara 34
26
Jacomeli pediu a palavra e disse que o Programa de Pós-Graduação em Educação era gigante, o 1
maior do Brasil e da América Latina, e que estavam tentando subir a nota para seis há vários 2
anos. Por mais que os professores dissessem que o CTC estava levando em consideração a nova 3
forma de demonstração dos dados e da Plataforma Sucupira, recolhimento de informações, a área 4
de Educação, em especial o CTC, foi extremamente rigoroso na avaliação de seu programa. A 5
área de Educação tinha cento e oitenta programas, dos quais apenas oito receberam conceitos 6
seis e sete. Comentou que, em várias oportunidades, reuniram-se com membros do CTC, com 7
representantes da CAPES e naquelas oportunidades tinha sido dito que seria considerada a 8
situação econômica do país e as questões da Plataforma Sucupira. Entretanto, tinham percebido 9
que, em última instância, o que definia a não passagem de muitos programas para as notas seis e 10
sete era a questão financeira. Não havia dados efetivos no parecer da comissão de avaliação que 11
justificassem que o programa de Educação da Unicamp não deveria subir de nota cinco para seis. 12
Os professores convidados disseram que a questão da produção acadêmica intelectual não era o 13
fator de corte, mas a coordenação de área informou que a prioridade tinha sido a produção 14
docente intelectual e que o problema estava no CTC. Se o programa não implantasse um projeto 15
quantitativista de produção intelectual, não conseguiriam subir de nota. Outra questão que 16
aparecia no parecer de avaliação era sobre a titulação discente, especialmente dos bolsistas. O 17
Regulamento do programa previa sessenta meses de prazo para o término do doutorado. Quando 18
tentavam fazer adequações nos prazos, havia movimentos de docentes e discentes que não 19
deixavam reduzir o prazo de titulação do mestrado e doutorado, porque o regulamento permitia, 20
por exemplo, que o doutorado fosse finalizado em até sessenta meses. O último regulamento do 21
Programa de Pós-graduação em Educação, aprovado no final do ano anterior, reduziu o prazo do 22
mestrado para trinta meses e doutorado para cinquenta e dois meses. Para a próxima avaliação 23
continuariam com o mesmo problema no CTC, porque ainda não seriam atendidos os prazos de 24
vinte e quatro e quarenta e oito. O Prof. Michel Netto pediu a palavra e agradeceu a presença 25
dos convidados. Sugeriu que uma nova reunião fosse marcada para que as discussões pudessem 26
ser ampliadas. Perguntou ao Prof. José Gontijo se a possibilidade de inserção de docentes novos 27
em uma categoria especial era específica das áreas ou se era aplicável para todo o sistema de 28
avaliação. Aquela tinha sido uma questão bastante impactante para o Instituto. O IFCH tinha dez 29
programas, dos quais dois subiram, quatro caíram e o restante mantiveram suas notas. Citou 30
como exemplo o Programa de Antropologia Social, que contava com dezesseis professores 31
permanentes, dos quais dez foram contratados em 2013 e que não teriam condições de término 32
de orientação. A grande concentração das orientações estava em seis pessoas e foi anotada 33
como ponto negativo no relatório. Sobre a questão dos egressos, disse que seria interessante que 34
27
a Unicamp discutisse entre todos os programas um sistema de acompanhamento dos egressos e 1
gostaria de saber como a CAPES iria tratar aquela informação. Comentou que o programa de 2
Antropologia da Unicamp teve a sua nota rebaixada. Os membros da comissão de avaliação 3
fizeram uma carta apontando uma série de questões e criticando o próprio sistema de avaliação e 4
o coordenador de área. A carta foi encaminhada à PRPG para que ela os apoiassem no que fosse 5
possível. O Prof. José Krein agradeceu a oportunidade gerada pela PRPG em discutir questões 6
da avaliação com os membros do CTC. Disse que, historicamente, o Comitê de Economia era 7
mais problemático, porque envolvia um jogo de interesses bastante acentuado, especialmente 8
pela presença das universidades privadas e da forma como ele foi composto. A partir das falas 9
dos membros do CTC e dos demais colegas, foi questionado se o CTC não arvorou um papel um 10
pouco absoluto de ser julgador de todos os programas. A intervenção do CTC não foi só na área 11
de Economia, mas em todas as áreas, de forma mais acentuada ou não. Disse que era necessário 12
discutir melhor qual era o papel do CTC e até que ponto ele respeitava as especificidades 13
construídas coletivamente em cada uma das áreas. Comentou que era novo na pós-graduação e 14
que achou interessante existir critérios muito diferenciados para cada área e que seria importante 15
compreender o funcionamento das demais áreas para construir melhores critérios dentro da sua 16
área. Sobre a questão da produção colocada pelo professor da engenharia mecânica, disse que 17
havia uma indução por parte da CAPES de selecionar os eleitos para que participassem da pós-18
graduação a partir da produção métrica do CTC, que era absolutamente quantitativa, sem 19
considerar nenhum outro critério na avaliação dos programas. Havia uma indução de reduzir o 20
número de pessoas que poderiam participar da pós-graduação. Para as universidades federais 21
não seria um problema, mas para os professores da Unicamp seria, porque a progressão do 22
professor na carreira pressupunha que ele participasse da pós-graduação. Havia uma série de 23
dificuldades e implicações, e como bem colocado pelo Prof. Roberto, poderia caminhar para o 24
produtivismo altamente competitivo, que traria consequências para a carreira dos docentes e para 25
o sistema de pós-graduação no país. Sobre a questão de redução do número de doutores 26
formados, disse que concordava com os membros do CTC que não deveria haver redução, mas 27
que havia uma indução para a redução dos programas. Questionou se não era uma contradição 28
um programa que formava 50 doutores no quadriênio anterior reduzir para a formação de 20 29
doutores para se ajustar aos critérios de avaliação e receber uma nota melhor de avaliação. O 30
Prof. Alfredo Suppia pediu a palavra e perguntou ao Prof. Roberto, da área de humanidades, 31
como iria refazer o cálculo da produção intelectual do programa se a classificação do Qualis livros 32
era sigilosa. Ficava uma lacuna, porque não conseguia saber quanto dos livros do programa 33
pontuaram. O Prof. Roberto do Carmo respondeu que não deveria ser sigiloso. O Prof. Alfredo 34
28
Suppia disse que o coordenador de área respondeu que a informação era sigilosa e passou uma 1
listagem com os índices de L1 a L4, mas não tinha a pontuação dos livros. Explicou que um L4 2
poderia variar de 85 a 100 pontos. Para compreender melhor a pontuação do programa ficava 3
uma nuvem sobre o aspecto do Qualis livros, que era fundamental para a área de humanidades. 4
O Prof. José Gontijo retomou a palavra e, sobre o questionamento do Prof. Leonardo Duarte, 5
respondeu que os APCNs de mestrado e doutorado poderiam ser aplicados juntos ou 6
separadamente. Três portarias da CAPES foram revogadas por discussões no CTC e ficou aberto 7
para as áreas definirem sobre a aplicação de novas propostas de cursos. Existia limitação em 8
relação à nota do doutorado, embora existissem doutorados com nota três, o que não era 9
adequado, porque aquela nota indicava que o programa não estava consolidado. Entendeu que a 10
FCA tinha programas de mestrado que, apesar de terem boa produção, não ascenderam de nota 11
com a justificativa da área que o programa não tinha o doutorado. Disse que a tendência de não 12
estabelecer nota no APCN reduziria muito aquele problema. O APCN, se aprovado, começaria a 13
funcionar e depois o programa teria a sua avaliação a partir da sua produção e dos critérios 14
estabelecidos pela área. Sobre a questão dos jovens doutores, respondeu que era uma questão 15
específica de algumas áreas, e citou a Química, Física, Medicina I, Medicina II com alguns limites. 16
Na medicina I não tinham limite percentual de inclusão de jovens pesquisadores. O prazo era de 17
sete anos e incluíam jovens docentes, pessoas com programas de bolsas de pós-doc, programa 18
de financiamento de trabalhos e projetos de instituições financiadoras. Foi passada a palavra para 19
a Profa. Maria Ângela Meirelles que disse que todas as áreas agrárias também tinham o jovem 20
professor. O Prof. José Gontijo disse que a participação do jovem docente era uma forma de 21
arejar a área e trazer novos professores para dentro dos programas. Sobre a área de Educação, 22
concordou com a fala do Prof. Roberto, que o CTC não avaliava novamente o programa. Ele 23
verificava se o programa estava cumprindo os critérios de avaliação estabelecidos pela área. 24
Concordou que havia problemas internos nas áreas e conflito de interesses, mas o papel do CTC 25
era verificar se a avaliação estava respeitando o documento da área. O Prof. Roberto Luiz do 26
Carmo comentou que a ideia da avaliação não era limitar os programas ou o número de doutores 27
formados, mas que os programas grandes acabaram tendo algumas dificuldades e precisariam 28
rediscutir os efeitos do processo de avaliação. Sobre a composição etária dos programas, disse 29
que era uma questão importante e que, como demógrafo, no seu relatório de avaliação da área 30
incluiu a discussão sobre o processo de envelhecimento que seria acentuado nos próximos anos, 31
com uma proporção muito importante dos docentes acima de setenta anos. Eles tinham um pouco 32
mais de dificuldade de ter níveis elevados de produção científica, mas compensavam aquele fato 33
de outras maneiras. Na sua área, os docentes com mais experiência eram justamente aqueles 34
29
que conseguiam orientar com tal capacidade que eram os seus orientandos que ganhavam os 1
prêmios CAPES, por exemplo. Finalizou sua fala dizendo que era importante a contribuição dos 2
jovens doutores, mas também era importante considerar o papel dos professores mais 3
experientes. A avaliação deveria ser pensada em conjunto no programa. O Sr. Presidente 4
agradeceu novamente a participação dos professores José Gontijo, Maria Ângela Meirelles e 5
Roberto Luiz do Carmo que trouxeram a visão do CTC aos presentes. Disse que foi muito 6
interessante discutir com as pessoas que estavam envolvidas no processo de avaliação sobre 7
aspectos que deveriam ser considerados pelos programas para a elaboração dos recursos e para 8
futuras avaliações. Disse que na próxima reunião da CCPG, de 11/10/2017, continuariam 9
conversando sobre a avaliação quadrienal e sobre os recursos que poderiam ser enviados até dia 10
20/10/2017. Disse que a equipe da PRPG estava à disposição para auxiliar os programas que 11
fossem entrar com recurso. Não havendo mais manifestações, agradeceu a presença de todos e 12
declarou encerrada a Sessão Extraordinária da CCPG. Campinas, 27 de setembro de 2017. 13
NOTA DA CCPG: A presente Ata foi aprovada na 347ª Reunião
Ordinária da CCPG, realizada em 08 de novembro de 2017.