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| Prof. Augusto Fabiano de Souza Bernardino Administrador e Contabilista 1 Atividade APOSTILA DE ANÁLISE DE BALANÇOS Disciplina Etapa Série Data Professor Contabilidade Geral 1/2 Augusto Bernardino ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇO : INTRODUÇAO 1 - Objetivo da Contabilidade A contabilidade tem como objetivo captar, registrar, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das empresas, apresentando esta interpretação em gráficos que denominamos demonstrações contábeis. Os dados gerados pela contabilidade devem produzir interpretações que possibilitem ao titular do patrimônio, o planejamento e o controle de suas ações. Planejar significa decidir, entre diversas alternativas que se apresentem, qual curso tomar para atingir com mais eficiência e eficácia o objetivo almejado. Controlar, do ponto de vista da administração, significa certificar-se de que a organização está atuando de acordo com o planejado. 2 – Análise de Balanços 2.1 – Objetivos O objetivo principal da análise de balanço é a produção de informações fundamentais para a tomada de decisões importantes de acordo com a necessidade de cada usuário. As demonstrações contábeis apresentam centenas de números que, se analisados de forma desordenada ou separadamente dificultam, ou até mesmo, induzem a uma interpretação distorcida da realidade. Daí a importância da análise de balanço que pode transformar vários dados em uma única informação, suficiente para a interpretação do analista. As demonstrações contábeis na visão do administrador financeiro não divergem das apresentadas pela contabilidade, apenas as atenções do administrador está voltada para pontos específicos que lhe auxiliam nas tomadas de decisões. 2.2 – Usuários Os principais usuários das análises de balanços são: Fornecedores Clientes Bancos Comerciais ou carteiras comerciais dos bancos múltiplos Bancos de Investimentos ou carteiras de investimentos dos bancos múltiplos Sociedades de Crédito Imobiliário ou carteira de crédito imobiliários do banco múltiplo

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Atividade

APOSTILA DE ANÁLISE DE BALANÇOS

Disciplina Etapa Série Data Professor Contabilidade Geral 1/2 2ª Augusto Bernardino

ESTRUTURA E ANÁLISE DE BALANÇO

: INTRODUÇAO 1 - Objetivo da Contabilidade A contabilidade tem como objetivo captar, registrar, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas das empresas, apresentando esta interpretação em gráficos que denominamos demonstrações contábeis. Os dados gerados pela contabilidade devem produzir interpretações que possibilitem ao titular do patrimônio, o planejamento e o controle de suas ações. Planejar significa decidir, entre diversas alternativas que se apresentem, qual curso tomar para atingir com mais eficiência e eficácia o objetivo almejado. Controlar, do ponto de vista da administração, significa certificar-se de que a organização está atuando de acordo com o planejado. 2 – Análise de Balanços 2.1 – Objetivos O objetivo principal da análise de balanço é a produção de informações fundamentais para a tomada de decisões importantes de acordo com a necessidade de cada usuário. As demonstrações contábeis apresentam centenas de números que, se analisados de forma desordenada ou separadamente dificultam, ou até mesmo, induzem a uma interpretação distorcida da realidade. Daí a importância da análise de balanço que pode transformar vários dados em uma única informação, suficiente para a interpretação do analista. As demonstrações contábeis na visão do administrador financeiro não divergem das apresentadas pela contabilidade, apenas as atenções do administrador está voltada para pontos específicos que lhe auxiliam nas tomadas de decisões. 2.2 – Usuários

Os principais usuários das análises de balanços são:

♦ Fornecedores

♦ Clientes

♦ Bancos Comerciais ou carteiras comerciais dos bancos múltiplos

♦ Bancos de Investimentos ou carteiras de investimentos dos bancos múltiplos

♦ Sociedades de Crédito Imobiliário ou carteira de crédito imobiliários do banco múltiplo

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♦ Sociedades Financeiras ou carteiras de financiamento ao consumidor do banco múltiplo

♦ Corretoras de valores e público investidor

♦ Concorrentes

♦ Dirigentes

♦ Governo

♦ Acompanhamento de clientes e fornecedores.

2.3 – Principais Técnicas

♦ Análise através de índice

♦ Análise vertical e horizontal

♦ Análise do capital de giro

♦ Análise de rentabilidade

♦ Análise de alavancagem financeira

♦ Análise da DOAR e Fluxo de Caixa

♦ Análise prospectiva.

ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 1 – Demonstrações Contábeis Obrigatórias A Lei das Sociedades por Ações (Lei 6404) determina a estrutura básica das demonstrações contábeis que também se tornaram obrigatórias para os demais tipos de sociedades pela Legislação Fiscal. Essa lei trouxe consideráveis aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas anteriormente vigentes e tornou-se um marco na história da contabilidade no Brasil, apesar de ainda não incorporar todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis. As demonstrações contábeis obrigatórias são compostas de quatro peças a saber: a) Balanço Patrimonial b) Demonstração do Resultado do Exercício c) Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados q ue poderá ser substituída pela

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido ( v isto que esta contém aquela). d) Demonstração do Fluxo de Caixa e) Demonstração do Valor Adicionado Como parte integrante temos como obrigatoriedade, a apresentação das Notas Explicativas. Para as Companhias Abertas são obrigatórias também as apresentações do Parecer dos Auditores Independentes e do Relatório da Administração. As notas explicativas contêm um conjunto de elementos que auxiliam a fazer uma avaliação mais ampla da empresa devendo conter dados como taxa de juros, vencimentos e garantias de obrigações de longo prazo, critérios de elaboração das demonstrações contábeis, avaliação dos estoques, depreciações e amortizações, provisões diversas, garantias prestadas a terceiros,

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espécies de ações do capital social, eventos subsequentes à data do balanço que tenham efeitos relevantes sobre a situação financeira da companhia, bem como, outras informações relevantes que sirvam de auxílio na avaliação das demonstrações contábeis. O parecer dos auditores independentes é obrigatório apenas para as companhias abertas com papéis negociáveis , colocados junto ao público – ações e/ou debêntures. No Relatório da Administração os Diretores devem prestar informações aos acionistas sobre diversos aspectos do desempenho e de perspectivas da sociedade relativas a estratégias de vendas, compras, produtos, expansão, efeitos conjunturais, legislação, política financeira, de recursos humanos, resultados alcançados, previsões, etc.

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A – Balanço Patrimonial Conceito O balanço patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. Conteúdo e Estrutura O balanço patrimonial é constituído pelo ativo, pelo passivo e pelo Patrimônio Líquido. a) O ativo compreende as aplicações de recursos representadas por bens e direitos; b) O passivo compreende as origens de recursos representadas por obrigações; c) O Patrimônio Líquido compreende os recursos próprios da Entidade, ou seja, a diferença a maior do ativo sobre o passivo. Na hipótese do passivo superar o ativo, a diferença denomina-se “Passivo a Descoberto”. As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de realização, e as contas do passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os grupos e subgrupos. Os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações, estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Os direitos e as obrigações são classificados, respectivamente, em grupos de Realizável e Exigível a Longo Prazo, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações estabelecidas ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo. Os saldos devedores ou credores de todas as contas retificadoras deverão ser apresentados como valores redutores das contas ou grupo de contas que lhes deram origem. Os valores recebidos como receitas antecipadas por conta de produtos ou serviços a serem concluídos em exercícios futuros, denominados como resultado de exercícios futuros, na legislação, serão demonstrados com a dedução dos valores ativos a eles vinculados, como direitos ou obrigações, dentro do respectivo grupo do ativo ou do passivo. Os saldos devedores e credores serão demonstrados separadamente, salvo nos casos em que a Entidade tiver direito ou obrigação de compensá-los. Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como “diversas contas” ou “contas-correntes”.

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As contas que compõem o ativo devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em: I - Circulante No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subseqüente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte. O Circulante compõe-se de: a) Disponível => são os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da Entidade, compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. b) Créditos => são os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos. c) Estoques => são os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-fins da Entidade. d) Despesas Antecipadas => são as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subseqüente à data do balanço patrimonial. e) Outros Valores e Bens => são os não relacionados às atividades-fins da Entidade. II - Realizável a Longo Prazo No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; III - Permanente São os bens e direitos não destinados à transformação direta e meios de pagamento e cuja perspectiva de permanência na Entidade ultrapasse um exercício. É constituído pelos seguintes subgrupos:

a) em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

b) no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à

manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

c) no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão,

efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007)

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d) no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)

As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em: I - Circulante São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. II - Exigível a Longo Prazo São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício subseqüente à data do balanço patrimonial. III- Resultado de Exercícios Futuros Serão classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. IV – Patrimônio Líquido As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua expressão qualitativa, em: a) Capital => são os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporações de reservas de lucros. b) Reservas => são os valores decorrentes de retenções de lucros, de reavaliação de ativos e de outras circunstâncias. c) ajustes de avaliação patrimonial => Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo (§ 5o do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3o do art. 226 desta Lei) e do passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) d ) Lucros ou Prejuízos Acumulados => são os lucros retidos ou ainda não destinados e os prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela redutora do Patrimônio Líquido. No caso onde houver Passivo a Descoberto, devido à sua excepcionalidade, a Entidade deverá modificar a forma habitual da equação patrimonial, apresentando, de forma vertical, o ativo diminuído do passivo, tendo como resultado o Passivo a Descoberto. O balanço patrimonial é a demonstração que apresenta todos os bens, direitos e obrigações de uma empresa em uma determinada data. A diferença entre o ativo e o passivo é chamada de patrimônio líquido que representa o capital investido pelos proprietários da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, quer gerados em suas operações e retidos internamente em forma de lucros acumulados ou reservas.

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Todas as variações do ativo e do passivo exigível em relação ao que deveriam registrar, os seus valores corretos são refletidas no patrimônio líquido, que assim estará mais próximo ou menos próximo da realidade segundo as eventuais distorções dos ativos e passivos. Cabe também lembrar que, o balanço mostra apenas os fatos registráveis, segundo os princípios contábeis, ou seja, os fatos objetivamente mensuráveis em dinheiro, como compras, vendas, pagamentos, recebimentos, depósitos em conta, despesas incorridas, receitas faturadas, etc., deixando de lado uma série de fatos como marcas, participação de mercado, imagem, tecnologia, etc. A informação a ser extraída do balanço diverge em relação aos interesses de cada usuário. Um banqueiro por exemplo pode examinar um balanço em busca de evidências de liquidez e nível de capital de giro enquanto que um fornecedor pode estar interessado no nível das contas a pagar e na possível condição da empresa em liquidar esses passivos. Outros usuários poderão estar interessados apenas em saber quanto vale a empresa e não o seu custo, e , considerando estas diferenças de interesses, o administrador financeiro deve estar sempre atento e informado das diversas situações e qualidades da empresa que são omissas no balanço como por exemplo, a qualidade da administração, ativos não negociáveis, condições econômicas favoráveis, e assim por diante.

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ESTRUTURA BÁSICA:

ATIVO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

PERMANENTE

PASSIVO

CIRCULANTE

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

RES. EXERC. FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ESTRUTURA BÁSICA A PARTIR DE 2006 – DELIBERAÇÃO CVM 488 DE 03/10/2005:

ATIVO

CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

PASSIVO

CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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A P L I C A Ç Õ E S

D E

R E C U R S O S

B E N S

E

D I

R E I T O

S

ATIVO

CIRCULANTE - Disponibilidades - Direitos Realizáveis no Curso do Ex. Seguinte - Aplicações de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Direitos Realizáveis Após o Termino do Exercício Social Seguinte - Direitos Deriv. de Adiant. ou Emprést. a Coligadas e Controladas, Diretores, Acionistas ou Participantes no Lucro, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da Cia. PERMANENTE - Investimentos Participações em Outras Empresas - Imobilizado Bens destinados a manutenção das atividades da Companhia - Diferido Despesas que contribuirão para formação de resultados futuros

PASSIVO

CIRCULANTE - Obrigações vencíveis até o final do exercício social Seguinte EXIGÍVEL A LONGO PRAZO - Obrigações vencíveis após o término do exercício social Seguinte RES. EXERC. FUTUROS - Receitas de exercícios futuros deduzidos os custos e despesas correspondentes

PATRIMÔNIO LÍQUIDO - Capital Social - Reservas de Capital - Reservas de Reavaliação - Reservas de Lucros

O B R I G A Ç Õ E S

T E R C E I R O S

O B R I G A Ç Õ E S

S Ó C I O S

O R I G E N S

D E

R E C U R S O S

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De acordo com a nova estrutura, o Realizável a Longo Prazo e o Permanente passam a fazer parte do grupo dos Ativos Não Circulantes.

ATIVO

CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Investimentos Intangível Imobilizado Diferido

PASSIVO

CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

B – Demonstração do Resultado do Exercício Conceito A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da Entidade. A demonstração do resultado, observado o princípio de competência, evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. Conteúdo e Estrutura A demonstração do resultado compreenderá: a) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento; b) os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses ganhos e receitas. A compensação de receitas, custos e despesas é vedada. A demonstração do resultado evidenciará, no mínimo, e de forma ordenada: a) as receitas decorrentes da exploração das atividades-fins; b) os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, as devoluções e os cancelamentos; c) os custos dos produtos ou mercadorias vendidos e dos serviços prestados; d) o resultado bruto do período; e) os ganhos e perdas operacionais; f) as despesas administrativas, com vendas, financeiras e outras e as receitas financeiras; g) o resultado operacional; h) as receitas e despesas e os ganhos e perdas não decorrentes das atividades-fins; i ) o resultado antes das participações e dos impostos; j ) as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado; l ) as participações no resultado; m) o resultado líquido do período.

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A demonstração do resultado do exercício é uma demonstração dos aumentos e reduções causados no patrimônio líquido pelas operações da empresa. Como o próprio nome diz, esta demonstração é responsável pela apresentação gráfica da apuração do resultado, devendo portanto conter apenas contas de resultado que são as contas de receitas e despesas. Todas as receitas e despesas se acham compreendidas na DRE, segundo sua forma de apresentação que as ordena de acordo com sua natureza, fornecendo informações significativas sobre a empresa. A DRE retrata apenas o fluxo econômico e não o fluxo monetário, portanto, não importa se uma receita ou despesa tenha reflexos em dinheiro, basta apenas que afete o patrimônio líquido. Como as modificações no PL produzidas pelas receitas e despesas afetam a riqueza dos proprietários, a DRE é uma peça eminentemente econômica e não financeira. A Demonstração do Resultado mede o desempenho ao longo de um dado período. Enquanto que o balanço assemelha-se a um instantâneo, a demonstração do resultado apresenta um movimento ocorrido em um determinado período. A Demonstração do Resultado do Exercício discriminará os seguintes elementos: RECEITA BRUTA DAS VENDAS E SERVIÇOS (-) Devoluções (-) Abatimentos (-) Impostos (=) Receita Líquida de Vendas e Serviços (-) Custos dos Produtos e Serviços Vendidos (=) Lucro Bruto (-) Despesas com Vendas (-) Despesas Financeiras (deduzidas as receitas financeiras) (-) Despesas Gerais e Administrativas (-) Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais (=) Lucro ou Prejuízo Operacional (+) Receitas não Operacionais (-) Despesas não Operacionais (+) Saldo da Correção Monetária (=) Resultado do Exercício Antes do IR e CS (-) Imposto de Renda e Contribuição Social (-) Participação de debêntures (-) Participação dos empregados (-) Participação de Administradores e Partes Beneficiárias (-) Contribuições para Instituições ou Fundos de Assist. ou Previdência de Empregados (=) Lucro ou Prejuízo Líquido do Exercício (=) Lucro ou Prejuízo por Ação

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C - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados Conceito A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, as mutações nos resultados acumulados da Entidade. Conteúdo e Estrutura A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará: a) o saldo no início do período; b) os ajustes de exercícios anteriores; c) as reversões de reservas; d) a parcela correspondente à realização de reavaliação, líquida do efeito dos impostos correspondentes; e) o resultado líquido do período; f) as compensações de prejuízos; g) as destinações do lucro líquido do período; h) os lucros distribuídos; i) as parcelas de lucros incorporadas ao capital; j) o saldo no final do período. Os ajustes dos exercícios anteriores são apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes. A Entidade que elaborar a demonstração das mutações do patrimônio líquido, nela incluirá a demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. D - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Conceito A demonstração das mutações do patrimônio líquido é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que integram o patrimônio da Entidade. Conteúdo e Estrutura A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará: a) os saldos no início do período; b) os ajustes de exercícios anteriores; c) as reversões e transferências de reservas e lucros; d) os aumentos de capital discriminando sua natureza; e) a redução de capital; f) as destinações do lucro líquido do período; g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos impostos correspondentes; h) o resultado líquido do período; i) as compensações de prejuízos; j) os lucros distribuídos; l) os saldos no final do período.

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A DMPL apresenta as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorrida entre os dois balanços, independente da origem da variação, seja ela proveniente de reavaliação de ativos, de aumento de capital, variação no lucro acumulado ou simples transferências entre contas. Esta demonstração complementa os demais dados constantes do BP e DRE e é particularmente importante para as empresas que tenham seu PL formado por diversas contas e mantenham com elas inúmeras transações. Sua importância se torna mais acentuada em face dos critérios da Lei, pois ela indicará claramente a formação e a utilização de todas as reservas e não apenas das originadas do lucro. Servirá também para melhor compreensão, inclusive quanto ao cálculo dos dividendos obrigatórios. As mutações podem ser assim classificadas: 1 - Itens que afetam o Patrimônio Total

• Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo • Redução pelos dividendos • Acréscimo pela reavaliação de ativos • Acréscimo por doações ou subvenções para investimentos • Acréscimo pela integralização de capital • Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações

integralizadas • Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias • Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures • Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo pela venda • Acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores, etc.

2 - Itens que não afetam o Patrimônio Total • Aumento de capital com utilização de lucros ou reservas • Formação de reservas com lucros • Reversões de reservas • Compensação de prejuízos com reservas, etc.

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A PADRONIZAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Da mesma forma que um paciente deve ser preparado para uma cirurgia, as demonstrações contábeis devem ser preparadas para análise. A padronização das demonstrações consiste numa crítica das contas que as compõem, bem como na transição delas para um modelo previamente definido. Motivos da Padronização: • Simplificação - consiste na redução de número das contas, aglutinando aquelas com

características similares. • Comparabilidade - consiste no enquadramento de modelos variados de Planos de Contas,

quando esses não são legalmente padronizados, como é o caso de empresas autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, SUSEP, SPC. etc.

• Adequação aos objetivos da análise - consiste na reclassificação de contas de acordo com a sua real natureza. Ex. Duplicatas descontadas.

• Precisão nas classificações das conta - consiste numa criteriosa verificação das demonstrações contábeis com objetivo de reclassificar as contas que porventura tenham, intencionalmente ou não, classificadas incorretamente. Para isto é importante que o analista conheça bem as principais formas de manipulação de dados nas demonstrações com o objetivo de mascará-las ou embelezá-las.

• Descoberta de erros - intencionais ou não, os erros devem ser corrigidos antes da elaboração da análise.

• Intimidade do analista com as demonstrações da empr esa - consiste em o analista conhecer detalhadamente a história da empresa para que possa identificar claramente as transações que originaram os valores ali apresentados. Isto é de fundamental importância para facilitar a padronização das demonstrações e identificação de irregularidade.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS MODELOS DE PADRONIZAÇÃO ⇒ O ativo apresenta apenas as contas essenciais ⇒ O Ativo e o Passivo Circulantes são divididos em Operacional e Financeiro ⇒ O Passivo é apresentado um subtotal de capitais de Terceiros (PC + ELP) ⇒ No PL o Capital Social, já deduzido do Capital a Realizar, é somado as Reservas ⇒ A DRE evidencia apenas os valores fundamentais para análise, já considerando a correção

integral em moeda forte ⇒ A Receita Líquida de Vendas está deduzida das Devoluções , Abatimentos e Impostos ⇒ As Receitas e Despesas Financeiras estão líquidas dos efeitos inflacionários

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ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL A análise de balanços deve partir do geral para o particular começando pela análise de índices e passando para a análise Vertical/Horizontal. Numa análise de índices podemos concluir que uma empresa estava com alto nível de endividamento e com a análise vertical/horizontal podemos ver qual é o principal credor e como se comportou cada um durante o exercício. Podemos também através da análise de índices verificar que a empresa teve uma redução em sua margem de lucro (LL/V) e na análise V/H podemos ver que isto ocorreu devido ao crescimento desproporcional das despesas administrativas, por exemplo. ANÁLISE VERTICAL: No Balanço Patrimonial, calcula-se o percentual de cada conta em relação ao total do ativo. Na DRE , calcula-se o percentual de cada conta em relação às vendas (Receita Líquida ou Vendas Líquidas). ANÁLISE HORIZONTAL Verifica a evolução de cada conta em relação ao exercício anterior que deve ser igual a 100%. Logo, o que exceder de 100 é a variação positiva, o que faltar é a variação negativa. Temos 2 tipos de análise horizontal: 1 – Análise Horizontal Encadeada – apresenta uma análise da representação percentual da posição de uma conta em relação a um ano base qualquer. 2 – Análise Horizontal Anual – apresenta uma análise da variação percentual positiva ou negativa de uma conta em relação ao ano anterior. EXEMPLO: ANÁLISE DOS ESTOQUES: X1 = 2.890.143 X2 = 1.156.058 X3 = 1.926.764 X4 = 2.890.143

ANÁLISE HORIZONTAL ENCADEADA

ANÁLISE HORIZONTAL ANUAL

X1 = 100% X1 = 0 %

X2 = 40% X2 = - 60%

X3 = 67% X3 = + 66%

X4 = 100% X4 = + 50%

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Esta análise na variação dos estoques nos mostrou a seguinte situação nos dois critérios de análise: Na análise encadeada, a empresa teve uma redução de estoques em X2; tal redução passou a representar 40% dos estoques iniciais. Em X3 os estoques subiram para o nível de 67% dos iniciais e em X4 voltaram exatamente ao nível inicial. Na análise anual a empresa sofreu uma redução de 60% no seu estoque no primeiro ano e apresentou aumentos de 66% e 50%, respectivamente, nos dois anos seguintes. Isto sugere que a redução inicial teria sido inteiramente compensada em X3 e ainda havido aumento dos estoques em X$, o que não corresponde à realidade. Isto ocorreu porque a redução de 60% em X2 foi calculada em relação a uma base muito maior do que a base usada para o crescimento havido em X3 e X4. A análise anual, embora possa trazer algumas informações úteis, deve sempre ser usada como complemento à encadeada e nunca em substituição. A análise horizontal deve sempre ser feita juntamente com a vertical. É como se fosse uma única análise. Qualquer conclusão tirada, exclusivamente a uma delas, é considerada precipitada, podendo levar a erros na interpretação do analista. Na análise do resultado por exemplo que é feita em relação as vendas, a variação percentual pode representar uma grande mudança uma vez que o lucro líquido costuma representar um percentual pequeno em relação as vendas. Ex: Despesas Administrativas. X1 – 12% em relação às vendas X2 – 18 % em relação às vendas Numa análise vertical este crescimento pode não representar muito porém numa análise horizontal podemos observar um crescimento de 50% a mais que as vendas. Se as vendas crescem 100% as despesas administrativas cresceriam 150%, neste caso chamaria a atenção do analista para descobrir o item que estaria fora de controle. OBJETIVOS DA ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL A/V – mostra a importância de cada conta em relação à Demonstração Contábil. Os índices apurados comparados com os padrões das empresas do ramo permitirá uma interferência administrativa nos itens que não condizem com a realidade operacional da empresa em análise. A comparação de cada item em relação ao seu grupo permite saber a sua representatividade e coerência de acordo com o ramo do negócio ou atividade. Ex: Comércio = o AC > AP A/H = Mostra a evolução de cada conta das demonstrações contábeis e pela comparação entre si, permite tirar conclusões sobre a evolução da empresa em um determinado período de tempo. Na análise Vertical/Horizontal destacam-se dois objetivos específicos, quais sejam: a) Indicar a estrutura de Ativos e Passivos e suas modificações

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A análise vertical mostra, de um lado, qual a composição dos recursos tomados pela empresa, qual a participação dos capitais próprios e de terceiros, qual percentual de curto e longo prazo, qual a participação de cada item no capital de terceiros, etc. De outro lado a análise Vertical mostra a destinação dos capitais de terceiros ao Ativo Circulante, ao Ativo Permanente. Dentro do Ativo Circulante, identifica quanto dos recursos de terceiros foram destinados a cada item especificamente, da mesma forma para os itens do Ativo Permanente. A análise horizontal, por sua vez, verifica em qual item específico ao ativo que os recursos captados no AC e ELP estão sendo priorizados. Por exemplo, a análise horizontal pode mostrar que a empresa investe, prioritariamente, em bens do Ativo Imobilizado, enquanto que a principal fonte de recursos foi do Passivo Circulante. É interessante a Análise Horizontal observar comparativamente os seguintes itens: • crescimento dos totais do Ativo Permanente e Circulante e de cada um de seus componentes; • crescimento do Patrimônio Líquido comparativamente com o Exigível Total; • crescimento do Patrimônio Líquido mais o Exigível a Longo Prazo comparativamente com o

crescimento do Ativo Permanente; • crescimento do Ativo Circulante em comparação com o crescimento do Passivo Circulante; • verificação de quanto cada balanço da série contribuiu para a variação final obtida entre o

primeiro e o último balanço. b) Verificar em detalhes o desempenho da empresa A Análise Vertical encontra seu ponto máximo quando aplicada a DRE, pois toda a variação das contas gira em torno das vendas. Desta forma é possível determinar se o crescimento de uma empresa por exemplo corresponde a realidade dentro de uma trajetória administrativa.

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ANÁLISE VERTICAL/HORIZONTAL DO BALANÇO DA CIA. BIG

X1

AV

AH

X2

AV

AH

X3

AV

AH

ATIVO CIRCULANTE Disponível 34.665 1,27 100 26.309 0,66 75,89 25.000 Aplicações Financeiras 128.969 4,73 100 80.915 2,03 62,74 62.000 Clientes 1.045.640 38,36 100 1.122.512 28,18 107,35 1.529.061 Estoques 751.206 27,56 100 1.039.435 26,09 138,37 1.317.514 Total do Ativo Circulante 1.960.480 71,91 100 2.269.171 56,96 115,75 2.933.575 PERMANENTE Investimentos 72.250 2,65 100 156.475 3,93 216,57 228.075 Imobilizado 693.448 25,44 100 1.517.508 38,09 218,84 2.401.648 Diferido - 100 40.896 1,03 - 90.037 Total do Ativo Permanente 765.698 28,09 100 1.714.879 43,04 223,96 2.719.760 TOTAL ATIVO 2.726.178 100,00 100 3.984.050 100,00 146,14 5.653.335 PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores 708.536 25,99 100 639.065 16,04 90,20 688.791 Outras Obrigações 275.623 10,11 100 289.698 7,27 105,11 433.743 Empréstimos Bancários 66.165 2,43 100 83.429 2,09 126,09 158.044 Duplicatas Descontadas 290.633 10,66 100 393.885 9,89 135,53 676.699 Total do Passivo Circulante 1.340.957 49,19 100 1.406.077 35,29 104,86 1.957.277 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos 314.360 11,53 100 792.716 19,90 252,17 1.494.240 Financiamentos - 0,00 100 378.072 9,49 - 533.991 Total do Exigível a Longo Prazo 314.360 11,53 100 1.170.788 29,39 372,44 2.028.231 PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital e Reservas 657.083 24,10 100 1.194.157 29,97 181,74 1.350.830 Lucros Acumulados 413.778 15,18 100 213.028 5,35 51,48 316.997 Total do Patrimônio Líquido 1.070.861 39,28 100 1.407.185 35,32 131,41 1.667.827 TOTAL DO PASSIVO 2.726.178 100,00 100 3.984.050 100,00 146,14 5.653.335

Use a técnica de número índice onde o 1º ano é considerado igual a 100. ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL DA DEMONSTRAÇÃO DO RE SULTADO DA CIA. BIG

CONTAS X1 AV AH X2 AV AH X3 AV AH RECEITA LÍQUIDA 4.793.123 100,00 100 4.425.866 100,00 92,34 5.851.586 CMV 3.621.530 75,56 100 3.273.530 73,96 90,39 4.218.671 Lucro Bruto 1.171.593 24,44 100 1.152.336 26,04 98,36 1.632.915 Despesas Operacionais 495.993 10,35 100 427.225 9,65 86,14 498.025 Out. Rec. Desp. Operacionais 8.394 0,18 100 17.581 0,40 209,45 27.777 LUCRO OPERACIONAL (LADF) 683.994 14,27 100 742.692 16,78 108,58 1.162.671 Receitas Financeiras 10.860 0,23 100 7.562 0,17 69,63 5.935 Despesas Financeiras 284.308 5,93 100 442.816 10,01 155,75 863.298 LUCRO OPERACIONAL 410.546 8,57 100 307.438 6,95 74,89 305.304 Resultado N. Operacional 1.058 0,02 100 - - - - LUCRO ANTES DO IR 411.604 8,59 100 307.438 6,95 74,69 305.304 IR e Contribuição Social (187.863) (3,92) 100 (140.322) (3,17) (74,69) (139.348) LUCRO LÍQUIDO 223.741 4,67 100 167.116 3,78 74,69 165.956

A/V = sempre em relação as vendas líquidas ou receita líquida de vendas e serviços.

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ANÁLISE VERTICAL / HORIZONTAL NA PREVISÃO DE INSOLV ÊNCIA OU FALÊNCIA É possível com a análise Vertical/Horizontal detectar o risco empresarial em relação a flutuação dos comportamentos de diversos itens das demonstrações contábeis podendo com isto, concluir sobre o risco de falência de uma organização. A falta crônica de dinheiro caracterizada pelo agravamento da insuficiência de entrada de caixa em face as dívidas vincendas e/ou vencidas é fator determinante de concordata ou falência. Via de regra, a falta de dinheiro a curto prazo deve-se a 5 motivos. 1 – mal desempenho das vendas 2 – falta de controle das despesas 3 – prejuízos 4 – má administração dos ativos e passivos circulantes 5 – excesso de investimentos no AP Para que uma empresa seja solvente deve manter uma harmonia entre as entradas e saídas de recursos. A quebra desta harmonia pressupõe a ocorrência de um ou mais dos cinco itens anteriormente citados. Se a empresa , na ocorrência da desarmonia operacional, não for capaz de obter empréstimos ou manipular suas dívida, sua falência é inevitável. Vejamos agora um exemplo da empresa XYZ com atividade de indústria e comércio de produtos alimentícios que após se tornar concordatária veio a falência. Numa análise de índices em X3 pudemos ver que sua situação era muito boa. - Participação de capital de terceiros = CT/ PL X 100 = 81% - Índice de imobilização do PL = AP/PL = 0,8% - Liquidez corrente AC/PC = 2,21 - Índice de rentabilidade do PL = LL /PL = 12% Na análise vertical podemos ver faltas graves que o casionam a falência. CONTAS

X1 X1 X1 X2 X2 X2 X3 X3 X3 X4 X4 X4

VR AV AH VR AV AH VR AV AH VR AV AH L. BRUTO 2.144 11 100 14.849 33 693 13.641 29 92 11.682 31 86 OUT. DESP. OP 494 2 100 9.587 21 1.941 8.667 19 90 14.411 39 166 ESTOQUES 572 11 100 2.144 20 375 3.649 19 170 3.351 11 92 DUP. RECEB. 2.792 56 100 4.074 39 146 10.002 52 246 20.780 71 208 FORNECEDORES 924 19 100 1.603 15 173 1.616 6 101 1.305 5 81 SAL E CONTR. 0 0 100 743 7 0 2.508 13 338 6.115 21 244 1 – O lucro bruto em X2 aumentou 593% e em X3 caiu 8% e 14% em X4. 2 – Outras despesas operacionais em X2 cresceram 1841% em X3 ligeira queda de 10% e volta a crescer em X4 com 66%. 3 – Os estoques sobem em X2 e X3 e apresenta uma queda em X4 enquanto as duplicatas a receber sobem nos 3 anos. 4 – A participação de fornecedores no passivo total apresenta queda nos 3 anos. 5 – Aumento excessivo de salários, tributos e contribuições que sugere pagamentos em atraso.

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Enfim, esta turbulência verificada com a análise V/H não é tão evidente com a análise de índices o que comprova uma necessidade do analista sempre após a análise de índices, efetuar uma verificação na harmonia operacional da empresa através de uma boa análise Vertical / Horizontal.

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Cia BIG. Relatório Preliminar Com Base Somente nas Análise Verticais e Horizontais. O ativo total da empresa cresceu 107% de 31-12-X1 a 31-12-X3 em termos reais. Esse crescimento deve-se principalmente ao Ativo Permanente que teve expansão de 255%, Já o Ativo Circulante apresentou crescimento de apenas 50%. Dessa forma, alterou-se a estrutura de ativo da empresa. Em X1, 72% dos recursos achavam-se investidos no Ativo Circulante, percentual esse que caiu para 52% em X3. Esse crescimento foi financiado basicamente por Capitais de Terceiros de Longo Prazo em passaram, em X1, de 12% do Passivo Total para 35%, em X3, constituindo-se no principal grupo de financiamento neste último ano. O Patrimônio Líquido que representava 39% dos recursos em X1, caiu para 30% em X3, enquanto o Passivo Circulante caiu nesse mesmo período de 49% para 35%. Tendo o Passivo Circulante crescido menos que o Ativo Circulante, a empresa financiou parte desse último com recursos do Exigível a Longo Prazo ( o que, diga-se de passagem, é a melhor forma ). Os Capitais de Terceiros Tiveram crescimento superior ao do Ativo, ou seja, 141% contra 107% do Ativo, em virtude do terreno cedido pelo Patrimônio Líquido. Outro aspecto que se destaca é a alteração havida em “ Fornecedores “, essa era a principal fonte de recursos da empresa, em X1, representando 26% do passivo, financiando quase totalmente os estoque. Em X3 o percentual de Fornecedores sobre o passivo total caiu para 12%, cobrindo apenas metade dos estoques mantidos pela empresa. Essa alteração é desfavorável, pois, normalmente, os Fornecedores representam uma fonte estável de recursos e freqüentemente mais barata. A empresa substituiu-a em boa parte por financiamentos bancários que representam uma fonte de risco maior devido a incerteza da renovação. Em resumo, a empresa investiu maciçamente no Ativo Permanente, fez ainda algum investimento no Ativo Circulante, financiou a maior parte dessa expansão com Capitais de Terceiros e aumentou o risco global. A situação financeira não ficou sacrificada em virtude de a empresa ter-se valido de Exigíveis a Longo Prazo, tendo o Passivo Circulante crescido menos que o Ativo Circulante. Enquanto os investimentos tiveram grande impulso no período analisado, as vendas apresentaram pequena expansão. O crescimento real foi de 22% no período. A empresa teve bom desempenho no Custo dos Produtos Vendidos, os quais passaram de 76% para 72% de absorção das vendas. Com isso, o Lucro Bruto que representava 24% das vendas subiu para 28%. Esse acréscimo de 4 pontos percentuais é extremamente significativo diante do fato de o Lucro Líquido representar 4,66% das vendas em X1. Se tudo o mais se tivesse mantido constante, a empresa poderia alcançar a invejável percentagem de 8,66% de Lucro Líquido sobre Vendas. Infelizmente para a empresa, porém, suas despesas financeiras explodiram, crescendo 204% e portanto, muito mais do que as vendas. Essas despesas que consumiram 6% da receita em X1 passaram a consumir 15% em X3, fazendo a empresa perder 9 pontos percentuais. Ao final, o percentual de Lucro Líquido/vendas desceu para 2,83%, ou seja, quase metade daquele que havia alcançado em X1. As Despesas Operacionais mantiveram-se em proporções aceitáveis para a empresa.

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ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES

O principal instrumento utilizado para análise da situação econômico-financeira de uma empresa é o índice, ou seja, o resultado da comparação entre grandezas. Os índices estabelecem a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Contábeis, visando evidenciar determinado aspecto da situação econômico-financeira de uma empresa. Os índices servem como termômetro na avaliação da saúde financeira da empresa. Embora seja uma dado numérico estático, o índice não deve ser considerado isoladamente, mas sob o aspecto dinâmico e dentro de um contexto mais amplo, onde outros indicadores e variáveis devem ser conjugadamente ponderados.

PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES FINANC EIROS

ESTRUTURA DE CAPITAL Situação Financeira LIQUIDEZ Situação Econômica RENTABILIDADE

ÍNDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL Avaliam a SEGURANÇA oferecida pela empresa aos capitais alheios e revelam a sua política de obtenção de recursos e sua alocação nos diversos itens do Ativo. Mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos. SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO

1. CT/PL

- Participações de Capitais de Terceiros (endividamento)

Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

Quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada $100 de capital próprio

Quanto menor, melhor.

2. PC/CT

- Composição do Endividamento

Passivo Circulante x 100 Capitais de Terceiros

Qual o percentual de obrigações a curto prazo em relação às obrigações totais.

Quanto menor, melhor.

3. AP/PL

- Imobilização do Patrimônio Líquido

Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

Quantos reais a empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $100 de Patrimônio Líquido.

Quanto menor, melhor.

4. AP/PL+ ELP

- Imobilização dos Recursos não Correntes

Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

Que percentual de recursos não correntes (PL e ELP) foi destinado ao Ativo permanente.

Quanto menor, melhor.

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1. PARTICIPAÇÕES DE CAPITAIS DE TERCEIROS (CT/PL) Tal índice relaciona as duas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros, por parte da empresa. Também pode ser chamado índice de Grau de Endividamento. Do ponto de vista estritamente financeiro, quanto maior a relação Capitais Terceiros/Patrimônio Líquido, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses Terceiros. Já do ponto de vista de obtenção de lucro, pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração paga a esses capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios. Para uma apreciação sobre o nível de endividamento é preciso comparar os seus índices com padrões, o que será abordado nas aulas seguintes. 2. COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO ( PC/CT) Após conhecer o grau de endividamento da empresa, o passo seguinte é saber qual a composição dessas dívidas. Uma coisa é ter dívidas de curto prazo que precisam ser pagas com os recursos possuídos hoje, mais aqueles gerados a curto prazo; outra coisa é ter dívidas a longo prazo, pois aí a empresa dispõe de tempo para gerar recursos para pagar essas dívidas. 3. IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (AP/PL) As aplicações dos recursos do PL são mutuamente exclusivas do Ativo Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e , em consequência, maior será a dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. O ideal, em termos financeiros, é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela – CCP (CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO) – suficiente para financiar o Ativo Circulante. Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás de bancos).

CCP => PL- AP CCP => CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO PL => PATRIMÔNIO LÍQUIDO AP => ATIVO PERMANENTE Atente-se que em certos ramos de atividade, como o de transportadoras, ferrovias, siderúrgicas, produtoras de energia elétrica, é normal imobilizar além do Patrimônio Líquido. 4. IMOBILIZAÇÃO DOS RECURSOS NÃO CORRENTES (AP/ PL + ELP) Os elementos do Ativo Permanente têm vida útil que pode ser 2,5,10 ou 50 anos. Assim, não é necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de resgatar as dívidas de longo prazo.

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Uma consideração importante é que este índice não deve em regra ser superior a 100%. A parcela de Recursos Não Correntes destinada ao Ativo Circulante é denominada CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL). O CCL representa folga financeira a curto prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão cobrados a curto prazo. CCL => CCP + ELP CCL => CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO CCP => CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO ELP => EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Exemplos: a) PARTICIPAÇÃO DE CAPITAIS DE TERCEIROS 19x1 19x2 Capitais de Terceiros Patrimônio Líquido Índice de Participação de Capital de Terceiros b) COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO 19x1 19x2 Passivo Circulante Capitais de Terceiros Índice de Composição do Endividamento c) IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO 19x1 19x2 Ativo Permanente Patrimônio Líquido Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido d) IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES 19x1 19x2 Ativo Permanente Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido Índice de Imobilização de Recursos Não Correntes

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ÍNDICES DE LIQUIDEZ Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. São índices que, a partir do confronto dos Ativos Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base financeira da empresa.

SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO

1. LG

- Liquidez Geral

Ativo Circulante + RLP . Passivo Circulante + ELP

Quanto a empresa possui de Ativo Circulante + Realizável a longo prazo para cada $1 de dívida total.

Quanto maior, melhor.

2. LC

- Liquidez Corrente

Ativo Circulante . Passivo Circulante

Quanto a empresa possui de Ativo Circulante para cada $1 de Passivo Circulante.

Quanto maior, melhor.

3. LC

- Liquidez Seca

Disponível + Títulos a Receber + Outro Ativos Rápida Conversibilidade Passivo Circulante

Quanto a empresa possui de Ativo Líquido para cada $1 de Passivo Circulante.

Quanto maior, melhor.

1. LIQUIDEZ GERAL (AC+ RLP / PC +ELP) O índice de Imobilização do Patrimônio Líquido em análise anterior mostrava qual percentual do PL estava imobilizado, e complementarmente, qual percentual fora investido no giro dos negócios. Em 19x1 foi visto que 71% do PL foram imobilizados e 29% investidos no Ativo Circulante. Queremos saber se esses 29% são ou não suficientes para proporcionar boa base financeira para a empresa. É possível conhecer tal fato através do ÍNDICE DE LIQUIDEZ GERAL: 19x1 19x2 Ativo Circulante Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Liquidez Geral 1,18 0,88 O índice indica que em 19x1 que para cada $1 de dívida a empresa tem $1,18 de investimentos realizáveis a curto prazo. Ou seja, consegue pagar todas as suas dívidas e ainda dispõe de uma folga, excedente, ou margem de 18%. Esses 18% equivalem ao CAPITAL CIRCULANTE PRÓPRIO. Em 19x2 a situação mudou: O Ativo Circulante tornou-se menor que o ELP. Em 19x2 a empresa já não conta com nada do Patrimônio Líquido e também perdeu parte dos Capitais de Terceiros (que foram investidos no Ativo Permanente). Desta forma o Ativo Circulante ficou menor que os Capitais de Terceiros: para cada $1 de dívida existem investimentos circulantes de $0,88. Isto não quer dizer que a empresa esteja em insolvência, pois as dívidas de longo prazo não vencem já e que até o seu vencimento a empresa poderá gerar recursos. Está aí a diferença entre os dois índices: em 19x1 a empresa não dependia da geração futura de recursos para liquidar suas dívidas; em 19x2 criou-se essa dependência.

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2. LIQUIDEZ CORRENTE (AC/PC) 19x1 19x2 Ativo Circulante Passivo Circulante Liquidez Corrente 1,46 1,61 Nos dois exercícios, o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante , e isso significa que os investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda permitir uma folga de 46% e 61%, respectivamente, em 19x1 e 19x2.

Nos dois períodos , todos os recursos do Passivo Circulante foram investidos no Ativo Circulante. Além disso, acha-se investido no Ativo Circulante o Capital Circulante Líquido (CCL): CCL em 19x1 => Total do ELP + Capital Circulante Próprio CCL em 19x2 => Parte do ELP. Pelo exposto, pode-se concluir que, quando a Liquidez Corrente é superior a 1, o excesso em relação a 1 deve-se à existência do CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO. Logo: CCL = AC – PC CCL – Capital Circulante Líquido AC – Ativo Circulante PC – Passivo Circulante Concluindo, o Índice de Liquidez Corrente demonstra a margem de folga para manobras de prazos, que visa equilibrar as entradas e saídas de caixa. Quanto maiores os recursos, maior essa margem, maior a segurança da empresa, melhor a situação financeira.

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3. LIQUIDEZ SECA ( Disponível + Apl. Financeiras + Outros Ativos de Rápida Conversibilidade em Dinheiro / Passivo Circulante) Este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência da sua situação financeira. Quando o índice de Liquidez Corrente for satisfatório, o índice de Liquidez Seca não tem peso. De outro lado, o índice de Liquidez Seca conjugado com o índice de Liquidez Corrente é um reforço à conclusão de que a empresa é uma “atleta de liquidez”. 19x1 19x2 Disponível + Aplicações Financeiras Passivo Circulante Liquidez Seca 0,90 0,87 Liquidez Liquidez Corrente Nível ALTA BAIXA Liquidez

ALTA

Situação Financeira Boa

Situação financeira em princípio insatisfatória, mas atenuada pela boa Liquidez Seca. Em certos casos pode até ser considerada razoável.

Seca BAIXA

Situação financeira em princípio satisfatória. A baixa Liquidez Seca não indica necessariamente comprometimento da situação financeira. Em certos casos pode ser sintoma de excessivos estoques “encalhados”.

Situação Financeira Insatisfatória.

ÍNDICES DE RENTABILIDADE Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa. A rentabilidade é o reflexo das políticas e das decisões adotadas pelos seus administradores, expressando objetivamente o nível de eficiência e o grau do êxito econômico- financeiro atingido. SÍMBOLO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO

1. V/AT

- Giro do Ativo

Vendas Líquidas . Ativo

Quanto a empresa vendeu para cada $1 de investimentos.

Quanto maior, melhor.

2. LL/V

- Margem Líquida

Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos.

Quanto maior, melhor.

3. LL/AT

- Rentabilidade do Ativo

Lucro Líquido x 100 Ativo

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 de investimento total.

Quanto maior, melhor.

4. LL/PL

- Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Médio

Quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 de capital próprio investido, em média, no exercício

Quanto maior, melhor.

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1. GIRO DO ATIVO (V/ AT) O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um volume de vendas adequado. O volume de vendas tem relação direta com o montante de investimentos. Não se pode dizer se uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando-se apenas para o valor absoluto de suas vendas. Uma empresa que vende $10.000.000 por mês tem vendas elevadas se o seu Ativo é de $5.000.000. Certamente, suas vendas serão baixas se o Ativo for de $200.000.000 .

19x1 19x2 Vendas Ativo Giro do Ativo

Em 19x1 a empresa vendeu $1,75 para cada $1,00 investido. Em 19x2, houve queda acentuada do volume relativo de vendas: para cada $1,00 investido a empresa vendeu $1,11. O desempenho comercial da empresa não manteve em

19x2 o mesmo nível alcançado no ano anterior, o que pode ter diferentes causas: a) Retração do mercado como um todo; b) Perda da participação de mercado; c) Estratégia da empresa: a empresa aumenta seus preços; dispõe-se a vender menos, mas com margem de

lucro maior, compensado assim a queda das vendas.

2. MARGEM LÍQUIDA (LL/V) 19x1 19x2 Vendas Lucro Líquido Margem Líquida Este índice indica quanto a empresa obtém de lucro para cada $100 vendidos. No exemplo acima houve considerável queda na margem de lucro da empresa. Para cada $100 vendidos obteve $4,66 de lucro em 19x1 e $3,77 em 19x2. Dessa forma, houve queda do seu volume relativo de vendas simultaneamente à queda da margem de lucro. A conjugação dessas duas quedas provoca maior impacto sobre a rentabilidade do ativo, como se vê no próximo índice.

3. RENTABILIDADE DO ATIVO (LL/AT) Este índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma medida do potencial de geração de lucro da parte da empresa. Representa uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano.

19x1 19x2 Lucro Líquido Ativo Rentabilidade do Ativo

Para cada $100 investidos, a empresa ganhou $8,20 em 19x1 e $4,19 em 19x2. Houve, portanto, apreciável queda na rentabilidade do Ativo de um exercício para outro. Raciocinando, segundo dados de 19x1 a empresa demoraria 12 anos para dobrar o seu Ativo, contando exclusivamente com seu lucro. Segundo dados de 19x2, a empresa demoraria 24 anos para dobrar o seu Ativo. Por aí se vê a enorme diferença entre o desempenho nesses dois anos.

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Em resumo, a empresa teve acentuada queda simultânea do volume relativo de vendas, da margem líquida e, consequentemente, da rentabilidade do Ativo, reduzindo-se drasticamente seu poder de capitalização.

4. RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (LL/PL médio) O papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. Normalmente, espera-se das empresas rentabilidade superior à dos títulos de renda fixa; possuir o investimento na empresa representa um capital de risco, ou seja, nada garante sua rentabilidade, que poderá ser inclusive negativa. 19x1 19x2 Lucro Líquido Patrimônio Líquido Inicial 821.827 Patrimônio Líquido Final Patrimônio Líquido Médio Rentabilidade do Patrimônio Líquido Em 19x2 ocorreu queda acentuada na rentabilidade da empresa. A rentabilidade empresarial, porém, é assim mesmo: num ano acima das taxas de mercado, noutro abaixo e noutro em torno delas.

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BIBLIOGRAFIA BÁSICA. ASSEF NETO, Alexandre, Estrutura e análise de balanços, Editora Atlas, SP, 1998. MATARRAZZO, Dante, Análise financeira de Balanços, Editora Atlas, SP, 2003. FIPECAFI. , Manual de contabilidade das sociedades por ações: aplicável também as demais sociedade; 5ª ed; SP; Editora Atlas; 2000. MARION, José Carlos, Analise das Demonstrações Contábeis, SP; Editora Atlas, 1995. IUDÍCIBUS, Sérgio de, MARION, José Carlos, Curso de Contabilidade para não contadores, 3ª ed., São Paulo, Editora Atlas, 2000.