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Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo descritivo em jovens do sexo masculino com sobrecarga ponderal Dissertação de Mestrado em Atividade Física Adaptada, apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ao abrigo do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de Março. Orientador: Prof. Doutor José Manuel Fernandes Oliveira Sara Eliana Teixeira Valente 2014

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Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo descritivo em jovens do sexo masculino com sobrecarga ponderal

Dissertação de Mestrado em Atividade Física

Adaptada, apresentada à Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto ao abrigo

do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de Março.

Orientador: Prof. Doutor José Manuel Fernandes Oliveira

Sara Eliana Teixeira Valente

2014

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Ficha de catalogação:

Valente, S. (2014) Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo

descritivo em jovens do sexo masculino com sobrecarga ponderal.

Dissertação de mestrado. Faculdade de Desporto – Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: EXCESSO DE PESO, OBESIDADE, ATIVIDADE

FÍSICA, SONO

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e mana

Especialmente aos meus avós.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Professor Doutor José Manuel Oliveira, por toda a ajuda,

paciência, compreensão e disponibilidade demonstrada durante todo este

percurso, sem nunca perder a confiança.

Ao Professor Doutor Gustavo Silva que, mesmo não sendo meu orientador,

sempre se mostrou disponível para ajudar, com especial ênfase no tratamento

dos dados.

Ao Professor Doutor André Seabra que permitiu que este estudo se inserisse

no projeto “Futebol é Saúde” do qual é mentor, tendo sido uma preciosa ajuda

na recolha dos dados.

A todas as crianças e respetivos encarregados de educação pelo empenho e

responsabilidade reveladas, pois sem eles este estudo não seria passível de

ser realizado.

À Clínica de Recuperação Funcional da Trindade e ao colegas de trabalho que

me apoiaram e permitiram que este estudo fosse levado ao fim.

A todos os amigos sem exceção pela força, coragem, companheirismo e boa

disposição transmitida ao longo deste percurso.

À minha irmã Ana pela paciência e compreensão em todos os momentos.

Com especial carinho e orgulho, aos meus pais, pelo apoio transmitido ao

longo de toda a minha vida, pela esperança, amor e afeto, e por todos os

valores que me transmitiram, os quais me permitem ser quem sou.

Aos meus avós que, lá de cima ou cá em baixo, me deram força e alento para

completar esta etapa da minha vida.

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ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA V

AGRADECIMENTOS VII

ÍNDICE DE TABELAS XI

LISTA DE ABREVIATURAS XIII

RESUMO XV

ABSTRACT XIX

RÉSUMÉ XXIII

INTRODUÇÃO 1

1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO 5

1.1. Obesidade infantil 7

1.2. Obesidade e a duração e qualidade de sono nas

crianças 11

1.3. Intervenção ao nível da atividade física (como forma de

tratar a obesidade e regular a duração e qualidade de sono) 17

2. METODOLOGIA 21

3. RESULTADOS 29

4. DISCUSSÃO 37

5. CONCLUSÃO 51

6. BIBLIOGRAFIA 53

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Descrição das variáveis da amostra do estudo: idade, medidas

antropométricas e aptidão cardiorrespiratória.

Tabela 2: Caraterísticas globais da AF diurna e dos parâmetros do sono

obtidos a partir dos acelerómetros.

Tabela 3: Caraterização da AF nos dias de treino e nos dias sem treino, pelos

dados dos acelerómetros.

Tabela 4: Caraterização do sono nos dias de treino e nos dias sem treino,

pelos dados dos acelerómetros.

Tabela 5: Valores das correlações entre as variáveis da AF e do sono, nos dias

de treino.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AF – atividade Física

SEDPA – atividade física sedentária

LIGPA – atividade física ligeira

MODPA – atividade física moderada

VIGPA – atividade física vigorosa

MVPA – atividade física moderada e vigorosa

CPM – counts por minuto

CPM_n – counts por minuto no período do sono

TTC – tempo total na cama

TTS – tempo total na cama

DPS – duração do primeiro sono

FC – frequência cardíaca

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RESUMO

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O excesso de peso e obesidade são cada vez mais prevalentes, especialmente em

idades pediátricas. Este é um dos principais fatores geradores de problemas

relacionados com a quantidade e qualidade de sono. É aceite que a prática regular de

AF contribui para tratar e prevenir a obesidade assim como para a melhoria dos

problemas de sono. Porém, poucos estudos foram ainda realizados procurando

investigar em idades pediátricas o efeito agudo da AF na duração e qualidade do

sono. Objetivos: Pretende-se avaliar a AF e o sono numa fase aguda de adaptação ao

exercício com o intuito de determinar se, de facto, existe relação favorável entre a

quantidade e qualidade de sono e a AF nos dias em que os participantes participam

em atividades de treino. Participantes e métodos: a AF e o sono de 31 crianças do

sexo masculino com excesso de peso e obesidade foram avaliadas ao longo de 7 dias

através de acelerometria. Foram também realizadas avaliações das medidas

antropométricas e da aptidão cardiorrespiratória. Resultados: Verificou-se que nos

dias de treino os níveis de AF aumentam significativamente nas intensidades

moderada (MODPA; p=0,00), vigorosa (VIGPA; p=0,00) e moderada a vigorosa

(MVPA; p=0,00), bem como nos counts por minuto (CPM; p=0,00) e no número de

passos (nº passos; p=0,00). Quando relacionada a AF nos dias de treino com a noite

de sono subsequente, verificou-se a existência de uma relação positiva e

estatisticamente significativa entre o número de passos e o tempo total de sono

(p=0,015) e entre o número de passos e o tempo total passado deitado na cama

(p=0,014). Por sua vez, um aumento da VIGPA nos dias de treino, relacionou-se

significativamente com o número de despertares (p=0,041) e com a duração do

primeiro sono (p=0,043). Foi igualmente encontrada uma relação negativa e

significativa entre a eficiência do sono e o número de despertares (p=0,016).

Conclusão: No presente estudo a resposta aguda do exercício na quantidade e

qualidade de sono parece ser negativa, ao contrário do expectável, traduzindo-se num

sono menos eficiente apesar de mais longo. Os nosso resultados sugerem que numa

fase precoce de prática do exercício o sono poderá ser perturbado, e que os efeitos

positivos da AF no sono poderão apenas ser observáveis a médio e a longo prazo. No

entanto, mais estudos devem ser feitos para aprofundar estes temas, em especial em

populações com excesso de peso e obesidade.

Palavras-chave: EXCESSO DE PESO, OBESIDADE, ATIVIDADE FÍSICA, SONO

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ABSTRACT

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Overweight and obesity are becoming increasingly prevalent, especially in pediatric

age. This is one of the leading/main factors causing problems with quantity and quality

of sleep. Is accepted that regular practice of PA contributes to treat and prevent obesity

as well as for the improvement of sleep problems. However, few studies have been

conducted in pediatric ages looking to investigate the acute effect of PA on the duration

and quality of sleep. Objectives: The aim is to evaluate the PA and sleep in an acute

phase of adaptation to exercise in order to determine if in fact there is a positive

relationship between quantity and quality of sleep and the PA on the days in which

participants are taking part in training activities. Participants and methods: PA and

sleep of 31 male children with overweight and obesity were assessed over 7 days

through accelerometry. Other evaluations were also obtained from anthropometric and

cardiorespiratory fitness. Results: It was found / It was observed that on training days

PA levels increase significantly in moderate intensities (MODPA, p = 0.00), vigorous

(VIGPA, p = 0.00) and moderate to vigorous (MVPA, p = 0, 00) as well as the counts

per minute (CPM p = 0.00) and the number of steps (nº steps, p = 0.00). When related

the PA on training days with the subsequent sleeping night, it was verified the

existence of a positive and statistically significant relationship between the number of

steps and the total sleeping time (p = 0.015) and between the number of steps and the

total time spent lying in bed (p = 0.014). In turn, an increase in VIGPA on training days,

was significantly related to the number of awakenings (p = 0.041) and with the duration

of the first sleep (p = 0.043). It was also found a significant negative relationship

between sleeping efficiency and the number of awakenings (p = 0.016). Conclusion: In

this study the response to acute exercise on sleeping quantity and quality seem to be

negative, contrary to expected, resulting in a longer although less efficient sleep. Our

results suggest that on an early stage of practical exercise the sleep may be disturbed

and that the positive effects of PA on sleep may only be observable over the medium

to long term. However, more studies are required to explore these themes, in particular

in populations with overweight and obesity.

Key-words: OVERWEIGHT, OBESITY, PHYSICAL ACTIVITY, SLEEP.

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RÉSUMÉ

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L’excès de poids et l’obésité ont actuellement une prévalence accrue, notamment chez

l’enfant; ce qui est un des principaux facteurs causant des troubles du sommeil. Il est

communément accepter que la pratique régulière d’exercice physique contribue à

traiter et prévenir l’obésité, ainsi que les troubles du sommeil. Cependant, peu d’études

confirment les effets aigus de l’exercice physique sur la qualité et la durée du sommeil

chez l’enfant. Objectifs: Nous évaluerons les effets à court terme de l’activité physique

sur le sommeil, afin d’établir s’il existe une relation entre la quantité, la qualité du

sommeil et la pratique de l’exercice physique, les jours où les sujets seront soumis à

un entrainement physique. Participants et méthodologie: L’activité physique et le

sommeil de 31 enfants en excès de poids furent évaluer au long de 7 jours, à l’aide de

l’accélérométrie. Les mesures anthropométriques et la capacité cardio-respiratoire

furent également évaluées. Résultats: Les jours où les sujets furent soumis à un

entrainement physique, les niveaux d’activité physique augmentent de manière

significative pour les intensités modérées (MODPA; p=0,00), intenses (VIGPA; p=0,00)

et modérées et intenses (MVPA; p=0,00), ainsi que pour les counts par minute (CPM;

p=0,00) et les nombres de pas (nº passos; p=0,00). Nous avons mis en évidence une

relation positive et statistiquement significative entre le nombre de pas et la durée

totale de sommeil (p=0,015) et entre le nombre de pas et la durée passée allongé au lit

(p=0,014), les jours où les sujets étaient soumis à un entrainement physique. Une

augmentation de la VIGPA les jours d’entrainement serait significativement liée au

nombre de réveil (p=0,041) et à la durée du premier sommeil (p=0,043). Une relation

négative entre l’efficience du sommeil et le nombre de réveil (p=0,016) fut également

mise en évidence. Conclusion: Cette étude démontre que la pratique de l’exercice

physique aurait des effets négatifs sur la qualité du sommeil, le rendant moins efficace,

mais allongeant sa durée. Les résultats suggèrent que dans une phase initiale de

pratique de l’activité physique, le sommeil pourrait être perturbé. Nous pouvons

émettre l’hypothèse que les bienfaits de l’activité physique pourraient donc être

observables à moyen et long terme. Cependant, d’autres études devront être menées

afin d’approfondir ce thème, notamment pour les populations en excès de poids ou

souffrant d’obésité.

Mots-clefs: EXCÈS DE POIDS, OBÉSITÉ, ACTIVITÉ PHYSIQUE, SOMMEIL.

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INTRODUÇÃO

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O excesso de peso e obesidade afetam um número importante de crianças e

está associado a um conjunto de comorbilidades que põem em causa o seu

estado de saúde e afetam a sua qualidade de vida (Adair, 2008; Reilly &

Armstrong, 2005), tendendo a perdurar na adultícia. Por sua vez, o sono é um

estado fisiológico fundamental para todos os seres humano e particularmente

nas crianças, porque influencia o seu desenvolvimento e maturação (Padez et

al., 2009).

É curioso que a tendência de aumento do número de crianças com excesso de

peso e obesidade, é semelhante à tendência de uma diminuição da qualidade

e quantidade do sono. Vários estudos (Jiang et al., 2009; Patel & Hu, 2008)

reportam uma influência negativa da obesidade sobre o sono, outros (Nixon et

al., 2008; Olds et al., 2011) admitem que uma má qualidade e quantidade de

sono é um fator de risco para o aumento de peso.

É cientificamente aceite que a AF surge como moderador da redução da

sobrecarga ponderal e da otimização do sono (Ekstedt et al., 2013). No

entanto, os efeitos da AF numa fase inicial de adaptação ao exercício não são

ainda bem conhecidos. Desta forma, o presente estudo pretendeu investigar i)

os níveis de AF de um grupo de crianças com excesso de peso e obesidade

bem como ii) a qualidade e quantidade de sono. Procurou-se, ainda, iii) estudar

as diferenças registadas nos níveis de AF e da qualidade e quantidade de sono

nos dias em que os participantes realizavam um programa de intervenção de

AF e nos dias em que não participavam em sessões de exercício previstas no

programa. Adicionalmente, procurou-se iv) descrever as associações entre a

AF e os parâmetros do sono.

Este trabalho está organizado em 6 capítulos. O capítulo 1 é constituído por 3

subcapítulos e refere-se ao enquadramento teórico das temáticas que são

objecto do estudo que suporta a presente dissertação, nomeadamente: a

Obesidade infantil, a Obesidade e a duração e qualidade de sono nas crianças

e Intervenção ao nível da atividade física (como forma de tratar a obesidade e

regular a duração e qualidade de sono. Segue-se a apresentação da

metodologia do estudo de investigação original no capítulo 2 onde é

apresentado o desenho do mesmo, a caraterização dos participantes bem

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como os procedimentos de avaliação e a explicitação dos procedimentos

usados para a análise estatística dos dados. No capítulo 3 são apresentados

os resultados obtidos e uma descrição dos mesmos. No capítulo 4, interpretam-

se e discutem-se os resultados recorrendo-se sempre que possível à

comparação com os de outros estudos já realizados. Adicionalmente, são

apresentadas as limitações deste estudo. No capítulo 5 apresentam-se as

conclusões e sugestões para próximos estudos. O capítulo 6 consiste na lista

das referências bibliográficas consultadas e utilizadas no corpo de texto da

presente dissertação.

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REVISÃO DA LITERATURA

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OBESIDADE INFANTIL

De acordo com a WHO (2000), a obesidade pode ser definida como a

acumulação excessiva de tecido adiposo, em resultado de sucessivos balanços

energéticos positivos, em que a energia ingerida é superior à que é gasta.

Rippe et al. (1998) consideram a obesidade como uma doença crónica, e que

apresenta sérios riscos para a saúde (WHO, 2000).

A pandemia da obesidade em idades pediátricas tem aumentado

dramaticamente nas últimas décadas, principalmente nos países desenvolvidos

(Reilly & Armstrong, 2005), o que leva a que seja, mundialmente, considerada

um dos problemas de saúde pública mais graves que afeta este grupo

populacional (Sousa et al., 2008).

Comparativamente com o cenário Europeu, Portugal apresenta índices de

excesso de peso e obesidade que são dos mais elevados (Adair, 2008). Entre

1990 e 2000, a prevalência da obesidade duplicou em crianças de 9 anos

(47,3% em 2000) e triplicou em crianças de 11 anos de idade (Cardoso &

Padez, 2008). No estudo de Moreira (2007) com crianças entre os 6 e os 10

anos, verificou-se, no caso dos rapazes, uma prevalência de excesso de peso

variando entre 14.7 e 30.5%, e os valores de obesidade variaram entre 5.3 e

13.2%; nas raparigas, os valores de excesso de peso variavam entre 16.5 e

29.1%, e a prevalência de obesidade variava entre 6.4 e 12.6%.

A classificação do excesso de peso e obesidade em crianças e adolescentes

não é universal, na medida em que não existe um único critério para definir a

obesidade infantil (WHO, 2013). Da mesma forma, para a avaliação da gordura

corporal também não existem indicadores de referência consensuais para

classificar indivíduos em idade pediátrica como obesos (Flegal et al., 2006).

Embora, exista uma grande variedade de métodos utilizados para relacionar as

medidas antropométricas que permitem avaliar o estado ponderal, o mais

utilizado, tanto para crianças como para adultos é o Índice de Massa Corporal

(IMC) (Flegal et al., 2006; Sweeting, 2007), uma vez que existe uma correlação

elevada entre o IMC e a percentagem de gordura corporal (Nammi et al., 2004).

De modo a permitir comparações entre populações de diferentes países, Cole

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et al. (2000) apresentaram um conjunto de valores de referência usando dados

representativos de crianças e adolescentes de seis países (Gra-Bretanha,

Brasil, Holanda, Hong Kong, Singapura e Estados Unidos). Desenvolveram-se

curvas percentilícas que passam nos valores de IMC de 25 kg/m2 e 30 kg/m2

(Lobstein et al., 2004). Como o IMC apresenta variações significativas durante

a infância, até aos 18 anos é necessário ter em consideração variáveis como a

idade e o sexo na sua interpretação e comparação com os valores

padronizados (Flodmark et al., 2004; WHO, 2013). Assim, crianças que

apresentem um IMC entre o percentil 85 e o percentil 95 são classificadas

como tendo excesso de peso, enquanto que crianças com um IMC igual ou

superior ao percentil 95 são consideradas obesas (Lo Presti, Lai, Hildebrandt,

& Loeb, 2010; OMS, 2011). Ogden et al. (2008) estimam que 11.3% das

crianças e adolescentes com idades entre os 2 e os 19 anos se encontram no

percentil 97 ou acima do IMC, 16.3% se encontram no percentil 95 ou acima, e

31.9% estão no percentil 85 ou superior a este, tendo em consideração a sua

idade.

A etiologia da obesidade é multifatorial e complexa (WHO, 2000), estando no

entanto identificados vários fatores de risco independentes, tais como a

hereditariedade, distúrbios hormonais e metabólicos, bem como fatores

ambientais e sociais incluindo o stress, hábitos alimentares inapropriados e

níveis reduzidos de atividade física (Adair, 2008; Sardinha et al., 2009). Barlow

(2007) adverte que, apesar da influência que a genética possa ter na

obesidade pediátrica, o aumento da prevalência desta doença durante as

últimas duas décadas não poderá ser apenas explicada por fatores genéticos,

dado que essa janela temporal não será suficiente para que tenha ocorrido

uma mudança substancial no pooll génico da espécie humana. Se assim é,

uma possível explicação alternativa para o crescimento da prevalência da

obesidade consiste na ocorrência de modificações profundas do estilo de vida,

muito particularmente dos comportamentos alimentares e de AF.

Sousa et al. (2008) acrescentam que apenas 1% a 5% dos casos de obesidade

em crianças e adolescentes serão motivados por causas endógenas, isto é,

associadas a alterações genéticas ou hormonais. Os restantes 95% a 99% são

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gerados por causas exógenas, ou seja, são essencialmente atribuíveis à

ingestão alimentar excessiva, quando comparada com o gasto energético da

criança ou adolescente, e ao sedentarismo. O estilo de vida sedentário na

atualidade parece ser tão importante como a dieta no desenvolvimento da

obesidade (Rossner, 2002); Pereira (2007) que verificou que mais de um

milhão de portugueses tem excesso de peso, estando cerca de 30% da

população infantil afetada, não apenas devido a comportamentos alimentares

inapropriados, mas igualmente por passarem um elevado tempo do dia em

atividades sedentárias como ver televisão ou jogar videojogos.

As consequências da obesidade pediátrica são evidentes e multidimensionais

(Horne, 2008; Taveras & Gunderson, 2008). A obesidade está associada direta

ou indiretamente, a comorbilidades de natureza metabólica, alterações

ortopédicas, cardiovasculares, respiratórias, psicológicas, neurológicas,

hepáticas e renais (Daniels et al., 2005; Reilly & Armstrong, 2005; Reilly, 2006;

Smith et al., 2013). É de relevar que patologias como a Diabetes mellitus tipo 2,

que outrora ocorriam quase exclusivamente em adultos, têm uma prevalência e

incidência aumentada em crianças e adolescentes com excesso de peso e

obesidade (Speiser et al., 2005). Jago et al. (2013) verificaram igualmente um

risco cardiometabólico superior em ambos os sexos num grupo de crianças do

6º ao 8º ano de escolaridade com diagnóstico de obesidade. Outras

consequências comuns da obesidade são de natureza psicossocial (Taveras &

Gunderson, 2008), na medida em que crianças ou adolescentes associam a

sua forma corporal com excesso de peso, a alguém com pouca interação

social, fraco sucesso académico, bem como a distúrbios de personalidade e

fraca qualidade de vida (Viner & Cole, 2005).

Os distúrbios do sono são também associados à obesidade, na medida em que

alguns estudos longitudinais mostram que em paralelo com o aumento da

incidência de obesidade, se verifica uma diminuição significativa na duração e

qualidade do sono (Iglowstein et al., 2003; Thorleifsdottir et al., 2002). Existem

fortes evidências para apoiar uma associação entre obesidade infantil e

duração do sono na população pediátrica (Cappuccio et al., 2008; Chen et al.,

2008; Patel & Hu, 2008). Considerar estes resultados é da maior importância,

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uma vez que a duração do sono parece ser um fator de risco modificável que é

fundamental ter em conta na prevenção e tratamento da obesidade (Chaput et

al., 2006).

Existe uma consciência crescente de que o excesso de peso e obesidade em

crianças e adolescentes estão associados significativamente com problemas

na saúde física e psicossocial (Chan & Wang, 2013) e que quando essas

comorbilidades existem tendem a manterem-se desde a infância e

adolescência até à idade adulta (Biro & Wien, 2010; Lee, 2008; A. S. Singh et

al., 2008). Assim sendo, tratar e prevenir o excesso de peso e obesidade antes

da idade adulta adquire a maior importância, já que os hábitos e estilos de vida

são mais fáceis de serem alterados nas crianças e adolescentes do que na

adultícia (Pereira, 2004).

Para Plourde (2006) o principal objetivo para o tratamento da obesidade infantil

é encontrar um equilíbrio energético que provoque mudanças na composição

corporal sem prejudicar o crescimento e desenvolvimento normal da criança.

Este tratamento pode incluir o aumento da AF, modificação dos hábitos

alimentares, a terapia comportamental e, em casos extremos, a terapêutica

farmacológica para a perda de peso e a cirurgia (Nammi et al., 2004). Ainda

assim, Reilly & McDowell (2003) admitem que as intervenções para promover a

perda de peso em crianças com excesso de peso e obesidade que incorporem

a prática da AF parecem ser mais efetivas, em alternativa a aquelas que

apenas incorporam orientações dietéticas.

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OBESIDADE E A DURAÇÃO E QUALIDADE DE SONO NAS CRIANÇAS

O sono pode ser definido como um estado ativo, repetitivo e reversível, no qual

se verifica uma desconexão perceptual do ambiente, traduzindo-se por uma

falta de resposta, reversível, a esse mesmo ambiente (Dewald et al., 2010). O

sono desempenha um papel fundamental no crescimento, maturação e estado

de saúde das crianças e adolescentes (Bawazeer et al., 2009; Jiang et al.,

2009; Nixon et al., 2008), tendo este um padrão modificável ao longo da

infância (Sadeh et al., 2002).

Durante a noite, a maioria das pessoas segue um padrão de sono cíclico e

previsível, composto pela fases NREM (Non-Rapid Eye Movement) e REM

(Rapid Eye Movement). As fases do sono foram anteriormente revistas por

Kubitz et al. (1996) sendo considerados os estágios 1, 2, 3 e 4

correspondentes ao sono NREM e sono REM; estes estágios progridem

ciclicamente do estágio 1 até ao sono REM, recomeçando novamente no

estágio 1 (Siegel, 2005). As fases de sono NREM e REM alternam-se em

intervalos de cerca de 90 minutos, sendo este ciclo repetido entre 5 a 6 vezes

durante o período noturno do sono (Dworak, 2007). Em geral, cerca de 75% do

tempo de sono gasto é sono NREM (Hobson, 2005) que é mais profundo e

acontece predominantemente na primeira metade da noite, enquanto que o

sono REM predomina na segunda metade e é mais leve (Hobson & Pace-

Schott, 2003). Sabe-se que o sono NREM e sono REM provavelmente tem

mecanismos de homeostasia independentes (Siegel, 2005). O NREM

carateriza-se pelo relaxamento e uma diminuição progressiva dos movimentos

corporais, bem como um aumento progressivo de ondas lentas observáveis no

EEG, não há movimentos oculares rápidos e a respiração e o batimento

cardíaco são normais. Por outro lado, o sono REM apresenta como

caraterísticas principais a hipotonia, a emissão de sons, a existência de

movimentos oculares rápidos, a baixa voltagem no EEG e a respiração e o

batimento cardíaco são irregulares e é nesta fase que ocorrem os sonhos

(Antunes et al., 2008; Fernandes, 2006; Geib et al., 2003).

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De acordo com a National Sleep Foundation (NSF, 2011b), uma boa qualidade

do sono é considerada quando se podem experimentar todos estágios do sono

necessário para colher os benefícios restauradores e de reposição de energia

do sono. Estudos anteriores sugeriram que o aumento da quantidade de tempo

em sono NREM diminuiu latência do início do sono, diminuiu do tempo de sono

REM, e uma diminuição do número de despertares após o início do sono,

independentemente do tempo total de sono, estando todos estes parâmetros

correlacionados com uma melhor qualidade subjetiva de sono (S. Brand et al.,

2010; Fairbrother, 2011).

Empiricamente, sabe-se que existe uma relação entre o sono e a consolidação

de desempenho cognitivo, fato que permite atingir o pensamento abstrato bem

como um comportamento em função de objetivos e pensamento com

capacidade criativa (Dewald et al., 2010). Estudos realizados demonstraram

que o sono é crucial para o comportamento e desenvolvimento emocional da

criança, além de que ainda está relacionado com os aspetos cognitivos, como

a aprendizagem e a atenção que esta exige, desenvolvimento cerebral e

consolidação da memória (Gozal & Kheirandish-Gozal, 2009; Sadeh et al.,

2003). Todas as informações aprendidas são mais eficientemente

memorizadas após um período de sono adequado e é, possivelmente, durante

o estágio de sono REM que são consolidadas a longo prazo, algumas

informações memorizadas a curto prazo, razão pela qual alguns estudos

demonstraram que os processos de memorização e de raciocínio lógico podem

estar comprometidos se houver privação de sono ou mesmo um sono de má

qualidade (Boscolo et al., 2007). Representando funções neurocognitivas

elaboradas, estas tarefas criativas estão relacionadas com o envolvimento do

córtex pré-frontal que se sabe ser sensível ao sono (Curcio et al., 2006).

O sono também está associado a uma componente metabólica e endócrina

através da regulação da libertação de insulina que permite o controlo dos

níveis de glucose no sangue que, variando ao longo do dia (stress, jejum),

permite fornecer os níveis adequados de glicose ao cérebro. Durante o sono

aumenta a ritmicidade da libertação de insulina a qual está associada à

libertação harmoniosa de duas hormonas que permitem a regulação do apetite:

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a grelina e a leptina (Spiegel et al., 2005). A grelina é uma hormona que induz

a produção de gordura e estimula o apetite pelo que, consequentemente, induz

ao aumento da ingestão de alimentos e o aumento da massa corporal. No caso

da leptina, esta hormona está implicada na regulação da ingestão alimentar e,

por sua vez, no balanço energético, na medida em que a sua atuação sobre o

sistema nervoso central leva à diminuição do apetite e da ingestão de

alimentos e estimula o dispêndio de energia (Prinz, 2004). Vários autores

sugerem que um número insuficiente de horas de sono conduz à redução da

circulação dos níveis de leptina e aumento dos níveis de grelina (Lumeng et al.,

2007; Snell et al., 2007; Spiegel et al., 2004; Van Cauter & Knutson, 2008).

Patologias como a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) são causa

de perturbação da arquitetura normal do sono. Trata-se de uma patologia

bastante frequente em crianças com obesidade ou excesso de peso, que

consiste num transtorno respiratório durante o sono, caraterizado pela

obstrução total e/ou parcial de modo intermitente das vias aéreas altas que

perturbam a ventilação, induzindo a fragmentação do sono por causa dos

despertares frequentes (Trenell et al., 2007). Desta forma, a SAOS está

associada ao aumento da sonolência diurna, hipertensão arterial, hipertrofia

ventricular esquerda, resistência à insulina, dislipidemia, aumento da proteina

C-reativa e depressão (Caminiti et al., 2010; J., 2007).

O número de horas de sono necessários para satisfazer as necessidades do

ser humano varia ao longo da vida. Para a National Sleep Foundation (NSF,

2011a), 10 a 11 horas de sono por noite é o tempo ideal para crianças entre os

5 e os 12 anos de idade. No entanto, dormir menos do que aquilo que é

recomendado tornou-se frequente na sociedade moderna (Rodrigues, 2012).

Vários estudos têm demonstrado que a privação de sono prejudica o

desenvolvimento cognitivo, emocional e físico, associando-se também a

importantes mudanças neurocognitivas, incluindo sonolência diurna e

alterações do estado de humor (Snell et al., 2007; Spruyt & Gozal, 2013;

Vorona et al., 2005). Outros autores mostraram que parâmetros do sono, como

a duração e qualidade do sono, estão associados a doenças cardiovasculares,

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incluindo a hipertensão (Cappuccio et al., 2007) e a obesidade (Cappuccio et

al., 2008).

Nos últimos anos, esta redução do período de sono ganhou especial atenção

na medida em que se acredita ser um potencial contribuinte para a epidemia de

obesidade em adultos e crianças (Landhuis et al., 2008; Matricciani, 2012).

Dubern (2011) verificou que a redução do tempo de sono na infância está

associada a um maior risco de excesso de peso, sugerindo, a longo prazo,

uma relação inversa entre o sono e a obesidade. Num estudo de Snell et al.

(2007) realizado com 2281 crianças e adolescentes entre os 3 e os 12 anos de

idade, verificou-se que as crianças que dormiam menos, porque se deitavam

tarde ou acordavam muito cedo, tinham maior IMC e maior probabilidade de

virem a ser obesas.

Touchette et al. (2008) relacionaram a privação de sono com o IMC, sugerindo

que dormir menos de 10 horas por noite, de forma persistente durante a

infância, aumenta significativamente o risco de aumento de peso e obesidade.

Por sua vez, Nixon et al. (2008) observaram que crianças que dormem menos

de 9 horas tem maior probabilidade de terem excesso de peso ou serem

obesas e de passarem mais tempo em atividades sedentárias. Lumeng et al.

(2007b) realizaram um estudo longitudinal com crianças, mostrando igualmente

que uma menor duração do sono em crianças com 9 anos de idade estava

associado a um aumento do risco de obesidade dessas mesmas crianças aos

12 anos.

Em Portugal, foi realizado um estudo em 4511 crianças com idades entre os 7

e os 9 anos, no qual se verificou a existência de uma relação entre a duração

de sono das crianças reportada pelos pais e o IMC, concluindo-se que a

duração de sono diminuída pode estar associada a um aumento de risco para

obesidade (Padez et al., 2005). Outros autores estudaram a relação entre o

aumento da duração de sono e as dimensões das pregas cutâneas como

medida da gordura corporal total, revelando uma relação inversa, o que suporta

a evidência de que a privação de sono favorece a obesidade na criança (Nixon

et al., 2008; Padez et al., 2009).

A possibilidade de permanecer mais tempo acordado parece fornecer maior

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oportunidade para a ingestão de alimentos, da mesma forma que a duração do

sono altera o dispêndio de energia, pois a restrição do mesmo parece levar ao

aumento da sonolência diurna e diminuição da AF, favorecendo assim o

aumento de peso (Patel & Hu, 2008; Taheri, 2006).

Lumeng et al. (2007) sugerem que uma maior duração do sono se traduz numa

elevada probabilidade da criança ser fisicamente mais ativa, o que

consequentemente leva a menor risco de excesso de peso. Por sua vez, níveis

mais elevados de AF podem induzir o aumento da duração do sono nas

crianças e adicionalmente prevenir o aumento excessivo de peso (Lumeng et

al., 2007; Nixon et al., 2008).

Pode então concluir-se que o sono parece encontrar-se afetado em crianças

com excesso de peso e obesidade e parece igualmente assumir um papel

importante na saúde física das crianças enquanto moderador dos níveis de

actividade física e do aumento de peso na infância.

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INTERVENÇÃO AO NÍVEL DA ATIVIDADE FÍSICA (como forma de tratar a

obesidade e regular a duração e qualidade de sono)

Segundo a WHO (2010), a atividade física (AF) é definida como qualquer

movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos com dispêndio de

energia. O sedentarismo (inatividade física) é considerado um fator de risco

para o desenvolvimento de doenças crónicas e como causa de morte por

qualquer causa a nível mundial (WHO, 2010).

Além da importância na regulação do peso corporal, a prática de AF permite

uma redução do risco de ocorrência doenças, como por exemplo a doença

cardiovascular, diabetes ou hipertensão; além disso, tem também efeitos

positivos a nível emocional e aumenta a satisfação com a própria saúde,

contribuindo para o bem-estar físico e psicológico, sem descurar o seu caráter

preventivo (Gorely et al., 2009; Livingstone et al., 2003). Segundo a WHO

(2013) na faixa etária dos 5 aos 17 anos, ser fisicamente ativo implica realizar

diariamente pelo menos 60 minutos de actividade física de intensidade

moderada a vigorosa (MVPA), sendo expectável que atividades com esta dose

melhorem a aptidão cardiorrespiratória e muscular, bem como a saúde óssea.

Apesar das evidências sobre os benefícios da AF regular, verifica-se que estes

permanecem abaixo dos níveis considerados necessários para obter muitos

destes benefícios, principalmente em indivíduos com excesso de peso e

obesidade (Beets et al., 2010).

Bailey et al. (2013) reconhecem que a prática de AF é um fator crucial de

saúde e bem-estar em todas as idades. Ridgers et al. (2007) admitem que a AF

deve ser uma prioridade da saúde pública, dado que é considerada uma

componente integral de um estilo de vida saudável. Assim, as intervenções

para promoção e aumento dos níveis de AF habitual são consideradas

estratégias de prevenção primária e secundária passíveis de sucesso no

combate à obesidade em idades pediátricas e à regulação dos padrões de

duração e qualidade do sono (Dwyer et al., 2009), que se sabem estar

associados.

Estudos já realizados comprovam intervenções no estilo de vida com a

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realização de altos níveis de AF tiveram efeitos diretos na função metabólica e

resultaram numa perda de peso, bem como numa alteração quer dos fatores

de risco cardiovascular quer do comportamento alimentar (Brambilla et al.,

2011; Danielsen et al., 2013).

A participação regular em AF durante o dia é recomendada para melhorar a

quantidade e a qualidade do sono. A expectativa de que o exercício beneficia o

sono pode ser em parte atribuída às hipóteses de que o sono é fundamental

para a restauração do corpo, conservação de energia ou em funções de

termorregulação. O exercício físico é uma atividade complexa, que pode afetar

quase todos os sistemas orgânicos, incluindo os sistemas cardiovascular,

pulmonar, metabólico e endócrino (Hollmann & Hettinger, 2000).

No entanto, o interesse sobre as caraterísticas do exercício na promoção da

qualidade do sono é bastante recente e com evidência insuficiente a partir da

literatura atual (Dworak, 2007). Vários estudos epidemiológicos (Akerstedt et

al., 2002; Hublin et al., 2001; Morgan, 2003) e experimentais (Driver & Taylor,

2000; Youngstedt et al., 1997) em adultos demonstram os benefícios da AF

sobre o sono. Têm sido realizados vários estudos investigando a influência da

AF no sono em crianças e adolescentes e vice-versa através do uso de

questionários ou de uso do tempo diário para avaliar ambos os

comportamentos. A inconsistência nas conclusões resulta do facto de existirem

estudos que relatam que a AF promove um sono de melhor qualidade (Foti et

al., 2011), mas de outros terem observado que a AF não tem relação com a

duração do sono (Hense et al., 2011; Yu et al., 2011) ou ainda que está

associada a uma duração menor do sono (Olds et al., 2011). Por conseguinte,

a natureza e a relação atividade física -sono ainda não é clara. Embora exista a

convicção que a AF tem repercussões benéficas para o sono, existem também

estudos cujos resultados apontam para que um sono insuficiente em qualidade

e quantidade pode estar associado com níveis mais baixos de AF (Booth et al.,

2012), e que essa relação pode ser bidirecional (Haario et al., 2013; Pesonen

et al., 2011).

O advento da actigrafia forneceu uma técnica relativamente simples para

avaliar objetivamente alguns parâmetros relacionados com o sono assim como

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a AF durante o período de vigília (Cliff et al., 2009; Morgenthaler et al., 2008).

No entanto, apesar do crescente interesse nas relações entre sono, AF e

metabolismo energético (Klingenberg et al., 2012), existem ainda poucos

estudos que usam a actigrafia por períodos superiores a 24 horas para medir

objetivamente tais comportamentos. Este facto é de realçar, uma vez que as

relações entre a AF e o sono diferem em função do uso de ferramentas de

avaliação objetivas ou subjetivas (Colley et al., 2012).

Dois grandes estudos com crianças que mediram a AF através de

acelerometria e o sono através de questionários não relataram relações

significativas entre a MVPA e a duração do sono (Garaulet et al., 2011; Ortega

et al., 2011). Dois outros estudos examinaram a AF e sono usando

acelerómetros. Um deles não encontrou nenhuma relação entre o tempo total

de sono (TTS) e a AF medida ao longo de um período de uma semana, no

entanto, verificou que o aumento de MVPA parece relacionar-se com uma

maior fragmentação do sono (Ekstedt et al., 2013). O segundo estudo utilizou

análises temporais e mostrou que ser mais ativo durante o dia diminuiu a

duração do sono (Pesonen et al., 2011). Outros relataram que a maior

participação das crianças em MVPA promove uma melhor eficiência do sono

com menos despertares durante a noite (Williams et al., 2014).

Apesar de estudos anteriores mostrarem várias associações entre AF e o sono

em adultos e crianças, pode constatar-se que a variabilidade de metodologias,

de idades, de sexo, e do nível de condicionamento físico e massa corporal das

amostra, e ainda do tipo, duração, intensidade dos programas de AF, tornam

difícil a comparação dos resultados desses estudos (Brown & Summerbell,

2009; Harris et al., 2009; Lambiase et al., 2013; Palízková et al., 2013; Williams

et al., 2014).

Face ao anteriormente exposto, o presente estudo pretendeu investigar os

níveis de AF de um grupo de crianças com excesso de peso e obesidade bem

como a qualidade e quantidade de sono. Procurou-se, ainda, estudar as

diferenças registadas nos níveis de AF e da qualidade e quantidade de sono

nos dias em que estão sujeitos a um programa de intervenção de AF e nos

dias em que não participam no programa, bem como as respetivas associações

entre a AF e os parâmetros do sono.

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METODOLOGIA

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Desenho do estudo

O presente estudo é de tipo observacional. Os participantes do estudo são

crianças com excesso de peso e obesidade sinalizadas na Escola EB 2/3 de

Perafita bem como do Padroense Futebol Clube, em Matosinhos, integradas no

programa “Futebol é Saúde” da responsabilidade da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto.

Após aceitarem participar no estudo, todos os participantes realizaram as

avaliações propostas. Dados os objetivos deste estudo, as recolhas de dados

decorreram 15 dias após o início do programa.

As medições antropométricas, da composição corporal e a avaliação da

aptidão cardiorrespiratória decorreram apenas num dia e a entrega dos

acelerómetros também nesse dia. O tempo de avaliação da AF diurna e

noturna iniciais com os acelerómetros decorreu ao longo de 7 dias após a

entrega dos mesmos, com a posterior devolução e análise.

É de realçar que desde o início da realização do programa a que este estudo

se refere, os participantes participaram em sessões de AF com uma frequência

de três vezes por semana durante 60 a 90 minutos com a intensidade de treino

proposta situada numa FC média acima de 80% da FC máxima, sempre com

acompanhamento médico regular. Cada sessão de exercício consistia numa

fase de aquecimento (10-20 min), exercícios diferentes técnicas e pequenos

jogos da modalidade de futebol e um circuito dirigido para desenvolver a

resistência aeróbia, força, flexibilidade, coordenação e equilíbrio (40-60 min) e

finalizada com exercícios de relaxamento (10 min).

Participantes

A amostra deste estudo foi composta por 31 crianças do sexo masculino com

excesso de peso e obesidade. Para a participação no estudo foram incluídas

as crianças pertencentes à faixa etária dos 8-13 anos de idade e com um IMC

superior ao percentil 95 (Zimmet et al., 2007). Foram excluídos os participantes

que, no momento do estudo, estivessem a tomar medicação ou lhes tivesse

sido diagnosticada qualquer condição médica grave como doenças

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cardiovasculares, diabetes tipo I, insuficiência renal e doença hepática, pois

poderia limitar a sua capacidade de realizar AF. Outro critério de exclusão foi a

participação em programas estruturados de exercício, de nutrição ou de perda

de peso nos 6 meses anteriores à realização do estudo.

Apenas foram considerados os dados dos participantes que incluíssem as

avaliações da composição corporal e aptidão cardiorrespiratória bem como

medidas válidas dos acelerómetros de, no mínimo, 5 dias de avaliação diurna e

noturna, dos quais 2 dias de treino e 3 dias sem treino.

Em virtude de todos os participantes serem menores, os respetivos

encarregados de educação foram devidamente informados sobre o desenho e

procedimentos do estudo, bem como todas as entidades envolvidas.

Medidas antropométricas

A massa corporal, a altura e a circunferência da cintura foram medidos de

acordo com procedimentos padronizados. A massa corporal foi medida

utilizando balança digital (Tanita®, BC-418MA, USA), a altura usando um

estadiómetro fixo (Holtain Ltd., UK) e circunferência da cintura com uma fita

metálica (Holtain Ltd.). O IMC foi calculado com base no peso e na altura das

crianças (kg/m2), pelo que as crianças foram classificadas como obesas se o

IMC foi maior que percentil 95 para sexo e idade específica sugeridos pelo

CDC. ((CDC/NDHS), 2000)]

Composição corporal

A composição corporal foi medida por absorciometria radiológica de dupla

energia (DEXA) (Hologic QDR 4500A, Hologic Inc., Waltham, MA, EUA), que

segmenta o corpo em 3 componentes: massa gorda, massa óssea e massa

magra. O equipamento foi calibrado de acordo com o fabricante e os exames

foram realizados por um técnico especializado. As avaliações decorreram em

decúbito dorsal e os exames foram realizados em alta resolução. Segundo

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Marques, Heyward, & Paiva, o DEXA é uma tecnologia que vem sendo

reconhecida como método de referência na análise da composição corporal.

(Marques et al., 2008)

Aptidão cardiorrespiratória

Para avaliar o consumo máximo de oxigênio (VO2max), todas as crianças

foram submetidas a um exercício máximo, numa passadeira ergométrica. As

crianças foram instruídas para caminhar/correr até a exaustão, de acordo com

um protocolo padronizado do exercício. De acordo com este protocolo de

exercício, a avaliação começou a 4km/h sem inclinação e mantido por 3

minutos para que as crianças se pudessem adaptar à passadeira. Após 3

minutos, a velocidade foi aumentada para 8km/h. Ao fim de 5 minutos, a

inclinação foi aumentada para 3%. Após 7 e 9 minutos, a inclinação foi

aumentada para 6% e 9%, respetivamente. No caso de as crianças não terem

terminado a prova nos patamares anteriormente referidos, a velocidade era

aumentada para 9 km/h ao 10º minuto e depois para 10 km/h após o 13º

minuto.

Acelerometria

Acelerometria é, atualmente, considerada como um método de referência para

medir os níveis de AF de crianças em condições de vida dita normal (Puyau et

al., 2002; Schmitz et al., 2005; Trost, 2007).

A AF semanal foi medida durante as horas de vigília e durante a noite, durante

7 dias, utilizando um acelerómetro ActiGraph, modelo GT3X (Pensacola, FL

EUA), sendo 5 o número de dias válidos para que os dados fossem

considerados para análise (2 dias com treino e 3 dias sem treino) Este é um

monitor de atividade que detecta e regista o movimento em counts por minuto

segundo 3 eixos e permite estimar que a AF diária e a quantidade de gasto de

energia com base em fórmulas validadas e fornecidas pelo fabricante. O output

do acelerómetro pode, inclusive, ser interpretado usando pontos de corte

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específicos que permitem categorizar a AF em sedentária (SEDPA), ligeira

(LIGPA), moderada (MODPA) ou vigorosa (VIGPA).

Para determinar o tempo gasto em PA de diferentes intensidades, foram

considerados os seguintes intervalos de contagem em counts: 0-499 para

SEDPA, 500-1999 para LIGPA, 2000-3999 para MODPA, 4000 para ≥ VIGPA

(Ekelund et al., 2007) e ≥ 2000 para MVPA. (Andersen et al., 2006) Uma média

de 60 minutos por dia gasto em MVPA foi aceite como estimativa ideal de

acordo com as diretrizes da AF. (Janssen, 2007; Strong et al., 2005)

O tratamento dos dados foi realizado utilizando o programa Actilife v. 6.11, um

software específico para tratamento dos dados dos acelerómetros. Neste

estudo, os epocs foram definidos para 60 segundos, o que parece ser mais

preciso e adequado a respeito das atividades espontâneas e intermitentes das

crianças. (Vale et al., 2009) O acelerómetro foi firmemente ajustado à cintura

da criança por um cinto elástico sobre a roupa, sem que houvesse

impedimento de realizar qualquer tipo de atividade a não ser as que pusessem

em causa a integridade do aparelho (meio aquático).

A avaliação do sono foi igualmente realizada por acelerometria, recorrendo ao

mesmo aparelho da avaliação da AF diurna. Optou-se por utilizar este método

objetivo para compensar as lacunas existentes com o preenchimento de

questionários que remetem para a subjetividade e que podem estar associados

a viés por falta de compreensão das questões colocadas às crianças (Janz,

2006). O output do acelerómetro pode, igualmente ser interpretado pelo

software Actilife, fornecendo informações sobre o tempo total de sono (TTS),

tempo total na cama (TTC), latência do sono (tempo desde que vai para a

cama até que adormece), eficiência do sono (TTS/TTC), duração do primeiro

sono (DPS), número de despertares, duração média dos despertares e total de

counts. Para o tratamento dos dados do sono, recorreu-se ao algoritmo de

Sadeh tendo em conta a idade da população alvo (Sadeh, 2011). No período

noturno, o acelerómetro, por convenção, foi utilizado no punho da mão

dominante (Wong et al., 2013).

O estudo foi realizado ao longo de 7 dias consecutivos (segunda a domingo).

Para a avaliação da AF diurna, 10 horas foi considerado o número mínimo de

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horas para que os dados fossem válidos para a análise, desde que incluíssem

o período de realização dos treinos; no caso do período noturno, o mínimo de 6

horas foi o valor considerado. Crianças e pais foram orientados sobre a correta

utilização dos aparelhos, tendo sido aconselhados a preencher um diário de

bordo sempre que fizessem a recolocação dos aparelhos pela manhã e à noite

ou quando o acelerómetro não pudesse ser utilizado por um período de tempo

(meio aquático).

Análise estatística

A estatística descritiva foi realizada para as variáveis antropométricas,

composição corporal e aptidão cardiorrespiratória com informações sobre os

valores máximos, mínimos, da média e do desvio padrão, tendo-se verificado

desvios significativos a partir de uma distribuição normal, partindo de uma

análise univariada da normalidade através do teste de Shapiro-Wilk (n<50)

para as variáveis idade, peso, IMC, massa gorda e massa magra. As

diferenças as médias e desvio padrão (DP) dos parâmetros da AF e do sono

nos dias sem treino e nos dias com treino foram testadas com análise

unidirecional de variância (ANOVA).

Para a análise das relações bivariadas entre os parâmetros do sono e da AF

nos dias de treino recorremos à determinação dos coeficientes de correlação

de Pearson.

O nível de significância em todas as análises foi estabelecido em 0,05.

Para a análise final dos dados da AF e do sono apenas foram consideradas 31

crianças, uma vez que as restantes não possuíam o número mínimo de 5 dias

válidos da medidas de acelerometria.

As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa SPSS versão

21.0.

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´

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RESULTADOS

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A tabela 1 apresenta a caraterização da amostra deste estudo.

Tabela 1: Descrição das variáveis da amostra do estudo: idade, medidas

antropométricas e aptidão cardiorrespiratória.

Min. Máx. Média DP

Idade 9,00 13,00 10,54 1,18

Altura (cm) 128,50 176,40 145,87 11,52

Peso (Kg) 34,60 89,00 52,09 13,27

Massa Gorda (%) 21,21 50,81 35,69 7,27

Perímetro cintura (cm) 70,00 110,00 85,57 10,51

IMC 19,16 34,19 24,14 3,40

Massa Gorda (%) 9,00 43,00 19,01 7,65

Massa Magra (Kg) 22,90 56,40 33,08 7,64

VO2 pico(ml.Kg-1.min-1) 27,40 58,70 45,33 7,56

RER 0,81 1,13 0,95 0,08

FC máx 144,00 219,00 187,81 16,27

FCmax estimada para a idade 68,57 104,29 89,66 7,67

Na tabela 2 apresentam-se os valores descritivos globais (de 5 dias) das

variáveis da AF diurna e do sono avaliados por acelerometria.

Tabela 2: Caraterísticas globais da AF diurna e dos parâmetros do sono

obtidos a partir dos acelerómetros.

Min. Máx. Média DP

DIA

CPM 287,14 724,59 525,16 5061,35

Nº passos 8978 26979 15357,08 5061,35

MODPA 9,50 87 46,63 17,24

VIGPA 1,00 41,17 12,34 7,97

MVPA 10,50 114,67 58,98 23,07

NOITE

Latência 0,83 29 9,41 7,92

CPM_n 17597,67 106995 46929,91 24628,45

Eficiência 70,82 92,34 82,38 5,19

TTC (min) 483,50 630 554,10 39,11

TTS (min) 387,17 543,17 455,79 32,74

DPS (min) 32,67 155,50 88,90 28,85

Nº despertares 14,67 35 24,46 5,20

Tempo dos despertares 2,18 5,55 3,73 0,97

Page 56: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

32

Na tabela 3 são os valores das variáveis da AF diurna nos dias sem treino e

com treino e os valores de prova das comparações de médias.

Tabela 3: Caraterização do sono nos dias de treino e nos dias sem treino,

pelos dados dos acelerómetros.

Dia sem treino Dia com treino

Média DP Média DP p

CPM 477,3 122,9 620,3 149,6 <0,001

Nº passos 14083,2 5115,4 18165,0 5314,1 <0,001

SEDPA (min) 451,8 74,8 427,8 83,7 0,089

LIGPA (min) 384,5 83,1 397,1 93,2 0,299

MODPA (min) 39,2 16,1 62,1 26,6 <0,001

VIGPA (min) 9,0 7,8 18,4 11,7 <0,001

MVPA (min) 48,2 22,1 80,5 33,1 <0,001

Observou-se que os níveis de SEDPA diminuem nos dias com treino (451,8 ±

74,8) relativamente aos dias sem treino (427,8 ± 83,7). No que se refere à AF

de intensidades LIGPA, MODPA, VIGPA e MVPA, nos dias com treino os

valores foram superiores comparando com os dias sem treino, como era

expectável. Assim, os participantes envolveram-se em 384,5 ± 83,1 min de

LIGPA nos dias sem treino e 397,1 ± 93,2 min nos dias com treino. No que

respeita à MODPA, nos dias sem treino os participantes participaram em 39,2 ±

16,1 min e nos dias com treino, em 62,1 ± 26,6 min. A participação em VIGPA

foi de 9,0 ± 7,8 min nos dias sem treino e de 18,4 ± 11,7 min nos dias com

treino. A MVPA foi de 48,2 ± 22,1 min nos dias sem treino e 80,5 ± 33,1 min nos

dias sem treino. No que se refere aos CPM e nº de passos, verificaram-se

igualmente alterações entre ambos os momentos. Os CPM foram inferiores nos

dias sem treino (477,3 ± 122,9), comparativamente aos dias com treino (620,3

± 149,6). O nº de passos foi superior nos dias com treino (18165,0 ± 5314,1)

em relação aos dias sem treino (14083,2 ± 5115,4).

É de referir que as alterações na AF consoante os dias de treino apenas foram

significativas para a LIGPA (p=0,000), MODPA (p=0,000), VIGPA (p=0,000),

MVPA (p=0,000), CPM (p=0,000) e nº de passos (P= 0,000).

Page 57: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

33

Na tabela 4 são apresentados os valores das variáveis do sono nos dias sem

treino e com treino e os valores de prova das comparações de médias.

Tabela 4 : Caraterização do sono nos dias de treino e nos dias sem treino,

pelos dados dos acelerómetros.

Dia sem treino Dia com treino

Média DP Média DP p

Latência (min) 8,3 7,3 9,8 14,4 0,599

CPM_n 43448,3 18710,5 46396,7 36588,4 0,630

Eficiência (%) 82,8 5,0 82,3 7,0 0,688

TTC (min) 551,7 41,6 551,8 49,3 0,985

TTS (min) 455,9 34,5 454,1 53,3 0,847

DPS (min) 87,5 29,0 88,0 33,6 0,929

Nº despertares 24,7 5,7 24,5 6,0 0,800

Tempo dos despertares (min) 3,7 1,1 3,6 1,0 0,814

A latência do sono foi superior nos dias com treino (9,8 ± 14,4 min.) do que nos

dias sem treino (8,3 ± 7,3 min). Os CPM_n seguiu a mesma tendência, sendo

superior nos dias com treino (46396,7 ± 36588,4) do que nos dias sem treino

(43448,3 ± 18710,7). A eficiência do sono, por sua vez, foi superior nos dias

sem treino (82,8% ± 5) do que nos dias com treino (82,3% ± 7). O TMC foi

idêntico em ambas as situações, sendo ligeiramente superior nos dias com

treino (551,8 ± 49,3 min.) do que nos dias sem treino (551,7 ± 41,6 min.).

No que se refere ao TTS, tal como a eficiência, foi superior nos dias sem treino

(455,9 ± 34,5 min.) do que nos dias com treino (454,1 ± 53,3 min.). A duração

do 1º ciclo de sono foi ligeiramente superior nos dias com treino (88 ± 33,6

min.) do que nos dias sem treino (87,5 ± 29 min.). O número de despertares

aumentou nos dias sem treino (24,7 ± 5,7) em relação aos dias com treino

(24,5 ± 6), bem como o tempo médio dos despertares que foi igualmente

superior nos dias sem treino (3,7 ± 1,1 min.) comparativamente aos dias com

treino (3,6 ± 1 min.).

Apesar das diferenças observadas nos parâmetros de avaliação do sono

quando comparados os dias sem treino com os dias com treino, nenhuma

dessas diferenças alcançou significado estatístico.

Page 58: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

34

Na Tabela 5 são apresentados os valores de correlação entre variáveis da AF

e do sono.

Tabela 5: Valores das correlações entre as variáveis da AF e do sono, nos dias de treino.

SEDPA LIGPA MODPA VIGPA MVPA CPM Nº

passos

Latência

Pearson

Correlation -0,190 0,076 0,154 0,129 0,170 0,189 0,044

p 0,307 0,686 0,407 0,488 0,362 0,308 0,813

CPM_n

Pearson

Correlation -0,071 -0,096 0,179 0,277 0,242 0,234 0,059

p 0,703 0,606 0,335 0,132 0,190 0,206 0,751

Eficiência

Pearson

Correlation -0,017 0,142 -0,138 -0,326 -0,227

-

0,221 0,128

p 0,926 0,447 0,458 0,073 0,220 0,232 0,493

TTC

Pearson

Correlation -0,267 -0,042 0,031 0,204 0,097 0,136 0,435

p 0,147 0,823 0,868 0,270 0,603 0,466 0,014

TTS

Pearson

Correlation -0,221 0,073 -0,078 -0,078 -0,090

-

0,056 0,434

p 0,233 0,695 0,678 0,675 0,630 0,767 0,015

DPS

Pearson

Correlation 0,040 -0,210 0,103 0,368 0,213 0,206 -0,067

p 0,832 0,257 0,583 0,041 0,251 0,265 0,719

despertares

Pearson

Correlation -0,043 -0,243 0,127 0,365 0,231 0,199 0,187

p 0,820 0,188 0,496 0,043 0,211 0,284 0,314

Tempo dos

despertares

Pearson

Correlation 0,132 -0,106 0,029 0,198 0,094 0,100 -0,253

0,481 0,571 0,875 0,285 0,616 0,592 0,170

Pela análise da tabela 5 pode verificar-se a existência de uma relação positiva

e estatisticamente significativa entre o nº de passos e o TTC (0,014), o que

indica que nos dias em que há treino, o número de passos aumenta e o tempo

total na cama também.

Por sua vez, foi igualmente encontrada uma relação positiva e estatisticamente

significativa entre o nº de passos e o TTS (0,015), mostrando que nos dias em

que há treino, o nº de passos aumenta bem como o TTS.

Verificar-se ainda que existe uma relação positiva e estatisticamente

significativa entre a VIGPA e o número de despertares (0,019), o que indica

Page 59: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

35

que nos dias em que há treino se verifica um aumento da VIGPA, que se

relaciona com o aumento do número de despertares durante a noite. Por sua

vez, observa-se também uma relação positiva e estatisticamente significativa

entre a VIGPA e a DPS (0,043), mostrando que um aumento da VIGPA, se

relaciona com o aumento da duração do primeiro sono, nos dias em que há

treino.

Page 60: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

36

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37

DISCUSSÃO

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38

Page 63: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

39

No presente estudo comparou-se os níveis de AF habitual em crianças com

sobrepeso e obesidade ao longo de 5 dias consecutivos, estando essas

mesmas crianças na fase inicial da participação de um programa de

intervenção de AF. A divisão do tempo de avaliação em 2 momentos (dias sem

treino e dias com treino) foi feita com o propósito de encontrar resultados que

examinassem a influência da AF na quantidade e qualidade de sono numa fase

aguda de adaptação ao exercício de crianças com excesso de peso e

obesidade.

De acordo com os resultados obtidos, pode verificar-se que, nos dias sem

treino, as crianças passam uma grande parte do dia envolvidas em atividades

SEDPA e de intensidade LIGPA, tendo os valores médios do tempo passado

em atividades de intensidade MVPA registados no presente estudo situam-se

substancialmente abaixo dos 60 minutos recomendados para a prática de AF

diária para crianças. Já nos dias de treino, como seria de esperar, pode

observar-se um decréscimo de SEDPA e um aumento quer da LIGPA quer de

MVPA, chegando esta última a ultrapassar os níveis diários recomendados de

60 minutos para crianças (Pesonen et al., 2009). Apesar de no presente estudo

não haver um grupo controlo de crianças normoponderais, outros estudos

mostraram que as crianças com excesso de peso e obesidade têm valores de

AF inferiores. Hughes et al. (2006) realizaram um estudo com o intuito de medir

a AF habitual e os comportamentos sedentários em crianças, comparando

crianças obesas com crianças não obesas. Os resultados mostraram que as

crianças obesas são menos ativas do que as crianças não obesas, e que a

participação em atividades físicas de intensidades MVPA foi significativamente

mais baixa nas crianças obesas, comparando com o grupo de crianças não

obesas. Este estudo concluiu ainda que as crianças obesas passam a maioria

(81%) do tempo em que estão acordadas, envolvidas em comportamentos

sedentários (Hughes et al., 2006).

É de salientar que apesar das evidências sobre os benefícios da AF regular,

neste e noutros estudos verificou-se que a AF permanece abaixo dos níveis

considerados necessários para obter muitos destes benefícios (Beets et al.,

2010). Assim, uma compreensão abrangente dos fatores que condicionam a

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prática da AF entre os jovens é essencial para a identificação de pontos de

intervenção apropriada promover estilos de vida ativos e seus benefícios para

a saúde associados. (Davison & Lawson, 2006) De acordo com Goran et al., os

padrões de AF das crianças são influenciados por fatores fisiológicos,

socioculturais, psicológicos e ambientais. (Goran et al., 1999)

Associado à AF de intensidade MVPA, surge o número de passos por dia que

cumprem os valores recomendados e com diferenças significativas entre os

dias com e sem treino. De acordo com o Council on Sports Medicine e o

Fitness Council on School Health Medicine & Health (2006), 60 min de MVPA

por dia equivale a 13.000 e 11.000 passos por dia para meninos e meninas,

respetivamente). É interessante confrontar estes valores com os do estudo de

Laurson, Lee, Gentile, Walsh, & Eisenmann que comparam crianças do sexo

masculino normoponderais com crianças com excesso de peso e obesidade

relativamente ao número de passos. É curioso que as crianças com peso

normal cumpriam a recomendações, ainda que de forma muito tangencial

(13.382 passos), enquanto que as que tinham peso a mais realizavam um valor

inferior ao recomendado (11.647) (Laurson et al., 2014). No presente estudo,

pode verificar-se que, mesmo nos dias sem treino, o valor recomendado foi

ultrapassado. Estas diferenças podem ser justificadas pelo facto de no estudo

de Laurson, Lee, Gentile, Walsh, & Eisenmann o número de passos ser medido

através de um pedómetro enquanto que no presente estudo os resultados

surgiram a partir dos dados do acelerómetro.

Outra das explicações para estes resultados parece residir no facto de que,

apesar de as pessoas obesas serem geralmente inativas, a composição

corporal em termos de percentagem de massa gorda não é um indicador dos

hábitos de AF, logo não se pode assumir uma relação causal entre a AF e a

obesidade (Dwyer et al., 2007; Petersen et al., 2004). Desta forma, mais

estudos devem ser realizados no sentido de perceber se o número de passos é

um preditor credível dos níveis recomendados para a AF diária em populações

com características semelhantes às do presente estudo.

Os valores relativos à intensidade da AF em CPM

apresentaram diferenças nos

dois momentos de avaliação sendo essas diferenças estatisticamente

Page 65: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

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significativas. Os valores são superiores nos dias em que as crianças estão

submetidas ao programa de treino, relativamente aos restantes dias. Estes

resultados obtidos aproximam-se dos valores de um estudo de Aires (2004)

realizado com crianças com excesso de peso e obesidade com idades entre os

6 e os 16 anos em que foram analisadas as diferenças de AF momentos de

avaliação, bem como de outros estudos realizados em Portugal (Mota, Guerra,

et al., 2002; Mota, Santos, et al., 2002). Realça-se que na ausência de

indivíduos normoponderais, os valores obtidos não podem ser comparados no

entanto, a maioria dos estudos comparativos entre crianças obesas e não

obesas referem que os obesos são menos ativos. Além disso, os participantes

do presente estudo já estavam inseridos no programa de intervenção em AF,

pelo que, sendo os resultados encontrados semelhantes aos de Aires (2004),

pode inferir-se que antes da intervenção estas crianças eram ainda menos

ativas.

Dado que os hábitos da prática de AF em crianças perduram na infância e

idade adulta e que as crianças obesas têm mais propensão em tornarem-se

adultos obesos (Pereira, 2004; Wisemandle et al., 2000), estes resultados são

positivos pois permitem concluir que, mesmo numa fase de adaptação aguda

ao exercício, tendo em conta as características desta população, os valores

recomendados pelas organizações internacionais são atingidos nos dias de

treino, o que, a longo prazo, traz benefícios quer a nível do combate do

sobrepeso e obesidade. Além disso, a prática de AF traduz-se numa melhoria

da QV e bem-estar destas crianças (Deforchea et al., 2004; Suriano et al.,

2010), o que é imprescindível, principalmente tendo em conta a proximidade da

fase da adolescência.

Relativamente ao sono, apesar de não terem sido encontrados resultados

significativos sobre as diferenças entre os dias com treino e os dias sem treino,

os valores encontrados aparentemente são contraditórios quando comparados

com a literatura científica relativamente aos benefícios da AF no sono (Al-Eisa

et al., 2013; Massimini et al., 2005; Nixon et al., 2009; G. K. Singh et al., 2008;

Stone et al., 2013). Estes dados, apesar de não serem concordantes com a

literatura, assumem especial importância quando correlacionados os diferentes

Page 66: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

42

tipos de AF com as variáveis do sono.

Conforme foi já utilizado noutros estudos, atualmente o número de passos é

considerado uma medida válida para estimar a AF diária (Al-Eisa et al., 2013).

No presente estudo, foi encontrada uma relação positiva e estatisticamente

significativa entre o número de passos diário e o tempo total na cama, ou seja,

num dia com treino, as crianças passam mais tempo na cama.

Cumulativamente, verificou-se também uma relação positiva e estatisticamente

significativa entre o número de passos e o tempo total de sono. Há várias

hipóteses sobre a forma como o exercício afeta o sono, incluindo a

termorregulação, a restauração do corpo e hipótese da conservação de energia

(Youngstedt, 2005). Por exemplo, a teoria restauradora prevê que um aumento

no gasto energético exigirá um sono mais intenso, a fim de recuperar,

prevendo-se mais tempo de sono de ondas lentas e geralmente uma maior

duração do sono (Gebhart et al., 2011). Desta forma, o presente estudo parece

apresentar resultados que outros estudos com crianças realizados

anteriormente não mostraram. Nixon, em dois estudos realizados com 519

crianças que recorreram a medidas objetivas tanto para o sono como para a

AF, num período de 24 horas, verificou que níveis mais elevados de AF foram

associados com uma menor latência do sono em que não foram encontradas

associações significativas entre AF e a duração do sono (Nixon et al., 2008;

Nixon et al., 2009). No entanto é de ressalvar que apenas foi realizado um

único período de avaliação de 24 horas com actigrafia o que não produz

estimativas fiáveis do sono (Ancoli-Israel et al., 2003) e pode ter condicionado

os dados. Noutro estudo experimental em 11 crianças de 12 anos de idade,

usando polissonografia durante 3 dias, mostrou que a prática de AF durante 30

minutos de exercícios de alta intensidade cerca de 3 a 4 horas antes de dormir

aumentou a quantidade de sono de ondas lentas mas também não afetou a

duração do sono (Dworak, Wiater, Alfer, Stephan, Hollmann, & Strüder, 2008).

É comummente aceite que o exercício aumenta o tempo de sono profundo,

mas existem variações entre o tipo de exercício realizado (Driver & Taylor,

2000; Fairbrother, 2011).

Estudos documentaram que o exercício aeróbico, especificamente, é

Page 67: Atividade física, quantidade e qualidade do sono. Estudo ... · TTS – tempo total na cama DPS – duração do primeiro sono FC – frequência cardíaca . XII . XIII RESUMO .

43

associado com diminuições nas fases de sono REM, assim como aumentos

nas fases de sono profundo que são as mais restaurativas (Dworak, Wiater,

Alfer, Stephan, Hollmann, & Struder, 2008; Reid et al., 2010; Youngstedt &

Kline, 2006). Outros estudos ainda demonstraram um aumento do sono de

ondas lentas foi principalmente evidente após o exercício de alta intensidade

de longa duração (geralmente >2 horas) (Driver & Taylor, 2000), enquanto que

exercício de intensidade baixa e moderada não teve qualquer influência

(Dworak, 2007; Kemppainen et al., 2005).

Ao contrário dos resultados de Raikkonen et al. (2010) em que não se

verificaram associações significativas entre VIGPA e o sono, no presente

estudo foi encontrada uma relação positiva e estatisticamente significativa

entre a VIGPA e a DPS indicando que nos dias em que há mais AF, o tempo

decorrido desde que a criança adormece até que acontece o primeiro despertar

é maior. Segundo Carskadon & Dement (2011), os despertares decorrem no

seguimento das fases de sono profundo (NREM) pelo que, de acordo com os

resultados obtidos, pode concluir-se que o tempo de sono profundo aumenta

em virtude de o primeiro despertar acontecer mais tardiamente, estando o valor

obtido dentro do tempo estimado de aproximadamente 70 a 100 minutos para a

duração média do primeiro ciclo de sono NREM-REM. Estes dados podem ser

considerados positivos na medida em que parecem favorecer o processo de

recuperação; Myllymäki et al. (2011) no seu estudo com jovens verificou que a

prática de VIGPA ao fim do dia não prejudica a qualidade do sono medida

objetivamente (por actigrafia e polissonografia) nem subjetivamente, apesar de

haverem diferenças na frequência cardíaca, especialmente nas primeiras horas

de sono, o que parece indicar que o tempo necessário para uma recuperação

melhorada é menor.

Os resultados do presente estudo anteriormente referidos parecem concordar

com a literatura. No entanto, verificou-se a existência de uma relação positiva e

estatisticamente significativa entre a VIGPA e o número de despertares, o que

indica que nos dias de treino, os participantes despertam mais vezes durante a

noite e têm um sono mais perturbado. Este resultado não é concordante com

os de S. Brand et al. (2010) que compararam os dados de registo de sono de

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258 atletas com 176 controlos com idade média de 17,2 anos e descobriram

que o exercício de alto nível se relacionou com melhores padrões de sono,

incluindo uma maior qualidade do sono, menor latência do sono e menos

despertares durante a noite.

No entanto, num estudo em crianças recorrendo igualmente a acelerometria,

descobriu-se que uma maior AF durante o dia foi temporalmente associada

com uma pior qualidade do sono (menor duração, menor eficiência, maior

fragmentação) durante a noite e melhor qualidade do sono foi associada com

menor AF no dia seguinte. (Pesonen et al., 2011)

Estes resultados da AF e do sono, com uma direção aparentemente

contraditória podem ser explicados pelo facto de estas crianças tendo já maior

consciência da sua condição clínica e estando motivadas para o sucesso da

intervenção, poderem ter-se envolvido com maior empenho na prática de AF,

dedicando-lhe a maior parte do seu tempo livre, o que por sua vez além de

ajudar na redução do IMC, acaba por melhorar o seu funcionamento diário e

bem-estar físico e psicológico, reduzindo concomitantemente o volume de

comportamentos sedentários. No entanto, a ânsia de obter bons resultados,

pode ter levado a um aumento drástico e exagerado da AF que, numa situação

de descondicionamento físico, pode ter gerado um estado de fadiga elevada,

que substituiu o bem-estar proporcionado pela atividade regular, noites de sono

agitado ou mesmo períodos de insónia, diminuindo assim a qualidade do sono

(Rodrigues, 2012). Esta situação parece ter justificação fisiológica; apesar de

os mecanismos subjacentes ainda não estarem claramente identificados, sabe-

se que numa situação de descondicionamento físico (Bandyopadhyay et al.,

2012), a prática de AF vigorosa parece desencadear micro-traumas nos

músculos a uma velocidade que o organismo não tem capacidade de regenerar

(MacKinnon, 2000), bem como alterações hormonais associadas ao aumento

prolongado dos níveis de cortisol (Bandyopadhyay et al., 2012) que se sabe

estar aumentado em situações de stress, influenciando o ritmo circadiano

(Kudielka et al., 2007). Note-se que no presente estudo não foi averiguada a

existência de distúrbios psicológicos, variável que pode ter confundido os

resultados (Javaheri et al., 2008). A maturidade sexual pode também ser um

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importante fator de confundimento (Ortega et al., 2011), que não foi controlado.

É de ressalvar que as sessões de AF eram realizadas cerca de 4 a 5 horas

antes da hora média em que as crianças iam dormir, pelo que se sabe que

VIGPA realizada muito perto da hora de dormir pode interferir com o sono

(Driver & Taylor, 2000; Dworak, Wiater, Alfer, Stephan, Hollmann, & Struder,

2008; Myllymäki et al., 2011). Daí a que esta relação entre a VIGPA e o sono

seja modificada pela hora em que a atividade é realizada. No caso do presente

estudo, sabe-se que as sessões de treino eram realizadas no final do dia, entre

as 18h30m e as 20h, o que pode ser mais um fator que possa ter condicionado

os resultados obtidos.

Outra explicação é que a frequência e duração da AF pode ser mais importante

do que a intensidade para promover o sono (S. Brand et al., 2010; Foti et al.,

2011). Segundo alguns autores, pequenas flutuações na intensidade da AF

diária podem não ser suficientes para beneficiar o sono reforçando a ideia que

uma prática continuada de AF é benéfica para alterações positivas no sono

(Cavagnolli et al., 2010; Lambiase et al., 2013).

Apesar de neste estudo apenas ser considerada a prática de AF, sabe-se que

existem outros fatores que condicionam a duração e qualidade de sono das

crianças. De acordo com um estudo de Jiang et al. (2009) ,o sono das crianças

pode ser afetado pela duração do sono dos cuidadores, por fatores

socioeconómicos, pelo facto de dormirem com os pais e pela hora a que se

deitam. Segundo os mesmos autores, as crianças cujos cuidadores se deitam

tarde ou dormem pouco também apresentaram uma curta duração do sono.

Observaram, também, que as crianças cujas mães tinham níveis de educação

superior dormiam menos, pois as suas mães deitavam-se mais tarde

influenciando assim os padrões de sono das crianças e verificaram que as

crianças que dormiam juntamente com os pais apresentavam um padrão de

sono semelhante a eles. Por fim, concluíram também que a hora de deitar

também parece influenciar o sono das crianças, na medida em que as crianças

que se deitam mais tarde tendem a ter o sono mais curto e perturbado (Beebe

et al., 2007; Jiang et al., 2009). Desta forma, a coexistência de alguns destes

fatores com a prática de AF pode também ter influenciado os resultados

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46

obtidos.

Conforme referenciado cientificamente sobre os benefícios da AF no sono,

também é necessário atender que muitos desses estudos se baseiam em

avaliações com instrumentos em que as medidas são de natureza subjetiva, o

que parece sobrevalorizar esta prática. Numa meta-análise de Yang et al.

(2012) realizaram uma revisão abrangente de ensaios clínicos randomizados

que examinaram os efeitos de um programa de AF sobre a qualidade do sono

em jovens. Ainda que tivessem sido utilizados métodos subjetivos, as análises

agrupadas dos resultados indicam que a AF moderada tem um efeito benéfico

sobre o sono, tal como indicado por uma diminuição na pontuação global de

Pittsburgh Sleep Quality Index, bem como seus subdomínios de qualidade

subjetiva do sono, latência do sono e uso de medicação para dormir. Noutros

parâmetros, incluindo a duração, a eficiência e a perturbação do sono, não se

obtiveram resultados que evidenciassem melhorias significativas. Estes

resultados demonstram que os participantes, apesar de não terem um sono de

longa duração após a AF, percebem um sono de melhor qualidade.

Ekstedt et al. (2013) reforçam que poucos estudos têm incluído quer a

avaliação da intensidade da AF, quer o sono através de medidas objetivas, de

modo a poder esclarecer o seu relacionamento recíproco e sua associação

com o IMC em crianças. Além disso, os níveis desejáveis de AF para esta

população específica ainda estão por determinar, o que é fundamental para

que a sua relação com todas as outras comorbilidades sejam devidamente

estudadas. Perante todos os estes resultados, mais pesquisas são necessárias

para entender esse fato.

Assim, o principal ponto forte deste estudo refere-se à medição objetiva dos

dados sobre a PA e o sono ao longo de vários dias e noites consecutivos. Os

acelerómetros são amplamente utilizados em estudos epidemiológicos para

medir o sono no ambiente natural das crianças. (Hyde et al., 2007) No entanto,

a actigrafia também tem suas limitações, como a incapacidade de avaliar

exercício estático e certos tipos de atividades dinâmicas, por exemplo, andar

de bicicleta e desportos aquáticos (Corder et al., 2007).

Assim, analisando o presente estudo, devem ser enunciadas algumas

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47

limitações, nomeadamente, o número reduzido de participantes que poderá ter

inclusivé influenciado a ausência de associações significativas entre variáveis

da AF e do sono. Poderá ainda ser considerada uma limitação o curto período

de tempo entre o momento de avaliação e o início do programa, uma vez que o

efeito do exercício no sono poderá não ser exatamente aquele que seria

esperado se o tempo de prática fosse superior. Outra limitação resulta da não

aleatoriedade de inclusão dos participantes, visto que o recrutamento foi

realizado em função da disponibilidade dos pais e crianças para participarem

no programa. Finalmente, salienta-se que a ausência de um grupo de controlo

limita de alguma forma a generalização das conclusões relativamente aos

possíveis benefícios da participação em AF na mediação das variáveis do

sono. Assim, é crucial a existência de futuras investigações ao nível da

qualidade do sono das crianças obesas, uma vez que é uma área de

investigação bastante recente e que a duração do sono é potencialmente um

fator de risco modificável, que pode ser considerada na prevenção e

tratamento da obesidade. Ainda assim, mesmo considerando as limitações

mencionadas, os resultados deste estudo demonstram ser importantes a nível

científico bem como ao nível da prática clínica, contribuindo para a

compreensão do papel do sono no tratamento da obesidade infantil.

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48

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49

CONCLUSÃO

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50

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51

Os resultados do presente mostraram que um maior nível de PA aconteceu nos

dias de treino, pelo que a VIGPA se relacionou com um sono de mais baixa

eficiência e com uma maior fragmentação na noite subsequente ao treino, em

crianças com excesso de peso e obesidade que estão a participar na fase

inicial de um programa de intervenção em AF, contradizendo os achados

epidemiológicos que mostram os benefícios da PA sobre o sono. No entanto,

na linha com as hipóteses iniciais, verificou-se que o número total de passos

enquanto indicador da AF diária total se relacionou com um aumento do tempo

total na cama e com uma duração do sono igualmente aumentada e,

especificamente o aumento da VIGPA, se relacionou com o aumento do

primeiro ciclo de sono.

Perante estes resultados, a influência da AF no sono deve ser alvo de estudos

futuros, com um maior número de participantes e numa fase posterior do

programa de intervenção, de forma a obter resultados mais consistentes no

tempo.

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