Atlas geologico do estado do paraná

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APOIO

ATLAS GEOLGICO DO ESTADO DO PARAN

Curitiba 2001

GOVERNO DO ESTADO DO PARANJaime Lerner Governador

SECRETARIA DE ESTADO DA INDSTRIA, DO COMRCIO E DO TURISMOEduardo Francisco Sciarra Secretrio

MINERAIS DO PARAN S/A MINEROPAROmar Akel Diretor-Presidente

Marcos Vitor Fabro Dias Diretor Tcnico Heloisa Monte Serrat de Almeida Bindo Diretora Administrativo-Financeira

Equipe TcnicaGelogo Donaldo Cordeiro da Silva - Gerente do Projeto Geloga Maria Elizabeth Eastwood Vaine

ColaboraoEconomista Carlos Alberto Pinheiro Guanabara Gelogo Edir Edemir Arioli Gelogo Gil Francisco Piekarsz Gelogo Luciano Cordeiro de Loyola Gelogo Luis Tadeu Cava Gelogo Luiz Marcelo de Oliveira Gelogo Srgio Maurus Ribas Tcnico de minerao Miguel ngelo Moretti

MINERAIS DO PARAN S/A - MINEROPAR Rua Constantino Marochi, 800 Telefone (041) 352-3038 - Fax (041) 252-7048 80.030-360 CURITIBA - PARAN e-mail: [email protected] http://www.pr.gov.br/mineropar

APRESENTAOO uso racional do espao territorial depende do conhecimento de suas caractersticas, potencialidades e fragilidades, que precisa ser tanto mais amplo quanto mais intenso o processo de ocupao e maior o nvel das atividades produtivas. Num momento em que o Paran atravessa um perodo de vigorosa industrializao, a MINEROPAR, apoiada por um acervo tcnico de mais de 20 anos, disponibiliza, atravs deste trabalho, um amplo conhecimento sobre a geologia e os recursos minerais do Estado, contribuindo para a compreenso da realidade do territrio paranaense. Trata-se de um material elaborado a partir de um conjunto abrangente de informaes que, por seu contedo e formato, possibilita larga utilizao, tanto aos alunos de ensino mdio e superior, quanto aos profissionais de diferentes formaes que atuam no campo da gesto territorial, do meio ambiente e dos recursos naturais. Cabe aqui um agradecimento muito especial Fundao Araucria, instituio estadual de amparo pesquisa e ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico, cujo apoio financeiro viabilizou o lanamento deste CD-ROM. Com a convico de estarmos cumprindo uma de nossas maiores responsabilidades, de gerar e disponibilizar informaes geolgicas do Estado do Paran, desejamos a todos feliz navegao. Omar Akel Presidente

Geologia a cincia natural que, atravs das cincias exatas e bsicas - matemtica, fsica e qumica - e de todas as suas ferramentas, investiga o meio natural do planeta, interagindo inclusive com a biologia em vrios aspectos. Geologia e biologia so as cincias naturais bsicas que permitem conhecer o nosso habitat e, por conseqncia, agir de modo responsvel nas atividades humanas de ocupar, utilizar e controlar os materiais e os fenmenos naturais. (Professora Dra. Maria Cristina Motta de Toledo - Instituto de Geocincias da Universidade de So Paulo).

INTRODUOO objetivo deste Atlas fornecer informaes bsicas sobre a geologia e os recursos minerais do Estado do Paran. O contedo foi organizado na forma de sees temticas, com diferentes graus de detalhe. Esta concepo possibilita seu uso, total ou parcial, em dispositivos de projeo ou impresso, e a transferncia de textos e grficos para outros documentos digitais. Os recursos de ampliao do texto e dos mapas permitem a visualizao no nvel de detalhe desejado pelo usurio. O conhecimento de algumas funes bsicas do Acrobat Reader necessrio para a utilizao dos recursos disponveis (consulte o arquivo de ajuda do Acrobat Reader apertando a tecla F1, ou no menu ajuda-reader guide, e selecione o assunto). O Atlas inicia com uma viso geral da Terra, sua estrutura interna, a formao da crosta, os grandes ambientes geolgicos e os principais tipos de rochas. A abordagem do tema Geologia do Paran procura, partindo das duas grandes unidades geolgicas, Escudo e Bacia do Paran, mostrar com nvel crescente de detalhe, em ordem cronolgica, os registros das rochas que constituem o arcabouo geolgico do Estado. Na descrio dos recursos minerais, deu-se nfase aos mais importantes do ponto de vista econmico, mostrando sua ocorrncia, aplicaes principais e dados sobre a sua produo no Estado.

SUMRIOINTRODUO A TERRA...................................................................................................1 ESTRUTURA INTERNA ..............................................................................2 EVOLUO DA CROSTA............................................................................3 TEMPO GEOLGICO E EVOLUO DA VIDA NA TERRA...........................4 GRANDES AMBIENTES GEOLGICOS.....................................................5 A FORMAO DAS ROCHAS....................................................................6 Rochas gneas..........................................................................................7 Rochas Sedimentares ..............................................................................8 Rochas Metamrficas. ..............................................................................9 A GEOLOGIA DO PARAN.......................................................................10 EVOLUO DO CONHECIMENTO GEOLGICO.......................................11 EVOLUO DO CONHECIMENTO PALEONTOLGICO.............................12 GRANDES COMPARTIMENTOS GEOLGICOS........................................13 DIVISES DOS COMPARTIMENTOS........................................................14 FSSEIS DO PARAN.............................................................................21 O ESCUDO PARANAENSE......................................................................24 Idade do Escudo......................................................................................25 Geologia do Escudo Paranaense...........................................................26 ARQUEANO E PROTEROZICO INFERIOR ..........................................28 PROTEROZICO INFERIOR E MDIO ...................................................30 PROTEROZICO SUPERIOR ................................................................31 PALEOZICO INFERIOR.......................................................................33 MESOZICO...........................................................................................35 A BACIA DO PARAN............................................................................37 Cobertura Sedimentar Paleozica.........................................................38 Cobertura Sedimentar e Vulcnica Mesozica......................................40 SEDIMENTOS CENOZICOS...................................................................42 OS RECURSOS MINERAIS.......................................................................44 IMPORTNCIA DOS RECURSOS MINERAIS.............................................45 MINERAO E MEIO AMBIENTE..............................................................46 POTENCIAL MINERAL DO PARAN..........................................................47 PRODUO MINERAL PARANAENSE......................................................50 Pedras e Metais Preciosos.......................................................................53 Matrias-primas para a Contruo Civil.................................................55 Recursos Energticos..............................................................................67 gua Mineral..........................................................................................69 Rochas Calcrias....................................................................................71 Minerais Metlicos..................................................................................80 Minerais Industriais.................................................................................82 OS STIOS GEOTURSTICOS....................................................................85 GLOSSRIO................................................................................89 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.........................................................116

A TERRA

ESTRUTURA INTERNANo incio de sua formao os planetas eram massas fundidas, indiferenciadas e homogneas. Este estado plstico possibilitou a separao dos materiais constituintes da Terra de acordo com as densidades. Os materiais pesados, ricos principalmente em ferro, constituem os minerais siderfilos, formadores das pores centrais do planeta. Os materiais leves, em geral associados ao silcio, denominados litfilos, constituem as camadas mais externas. Esta separao ou diferenciao originou a estruturao interna da Terra em camadas. Ncleo - com dimetro de 7.000 quilmetros, constitui 16% do volume da Terra e, devido sua alta densidade, em torno de 10,8 g/cm3, representa 32% da massa terrestre. diferenciado em ncleo interno e ncleo externo. Ncleo interno - composto por uma liga de ferro e nquel. Embora a sua temperatura seja muita alta, slido por estar submetido a presses muito elevadas. Ncleo externo - tambm constitudo por uma liga de ferro e nquel, contm grandes quantidades de oxignio e enxofre. Devido sua alta temperatura e s presses mais baixas do que no ncleo interno, permanece em estado plstico. Movimentos convectivos esto presentes. Por sua condutividade eltrica, esta camada tem contribuio importante no desenvolvimento do dnamo magntico que gera o campo magntico da Terra. Camada D - considerada parte do manto inferior, SEO DA ESTRUTURA INTERNA embora apresente composio qumica distinta. Manto - com densidade variando de 3,2 g/cm3, a poro mais externa, at 5 g/cm3, na interna, representa 82% do volume e 68% da massa terrestre. Constitui-se por trs camadas. Manto inferior - formado por elementos mais leves, como silcio, oxignio, magnsio, e por pequenas quantidades de elementos mais pesados, como ferro, clcio e alumnio. Zona de transio - tambm denominada manto intermedirio. Quando o material est quente, gera magmas baslticos, ricos em clcio e alumnio, com densidade mais baixa. Quando frio, forma granadas e silicatos aluminosos apresentando maiores densidades. Essa variao de temperatura importante no desenvolvimento dos processos tectnicos. Manto Superior parcialmente fundido, constitui-se principalmente por minerais de silcio e magnsio, olivina e piroxnio, cristalinos em altas temperaturas e transportados com as erupes magmticas. Sua parte inferior, tambm denominada astenosfera, fluda e caracterizada por movimentos convectivos. Crosta - representa menos de 0,5% da massa e menos de 2% do volume total da Terra. Este envoltrio relativamente fino compreende o mundo como o percebemos. Sob os oceanos, com espessura aproximada de 8 quilmetros e densidade em torno de 3 g/cm3, constitudo por rochas de composio semelhante do manto. A crosta continental pode atingir at 50 quilmetros de espessura, densidades prximas a 2,7 g/cm3 predominando materiais de baixa densidade silcio e alumnio formando quartzo e outrossilicatos pobres em metais (feldspatos). Juntamente com a poro mais superficial do manto superior, constitui a litosfera.

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EVOLUO DA CROSTA

Os processos predominantes aps o resfriamento da crosta, so estudados sob o ponto de vista de um modelo denominado Tectnica de Placas ou Nova Tectnica Global. Segundo este modelo a camada superficial da Terra divide-se em placas rgidas, que se movem umas em relao s outras. Este movimento, da ordem de 2 a 10 centmetros por ano, denomina-se deriva continental. A tectnica de placas envolve formao, deslocamentos laterais, interao e destruio de placas litosfricas. As deformaes ocorrem apenas nos limites das placas. As placas so constitudas por rochas relativamente frias e finas em relao ao dimetro da Terra. Correntes convectivas na astenosfera arrastam e quebram a litosfera em placas, formando o que a geografia denomina continentes. O processo de divergncia nas zonas de quebra das placas, conhecido como espalhamento do assoalho ocenico, forma as cadeias mesoocenicas. medida que divergem, rochas quentes do manto ascendem e preenchem o espao gerado, resfriam e tornam-se rgidas, aumentando o tamanho da placa. Como a rea da crosta constante, existe um processo complementar consumindo parte equivalente das placas nas fossas ocenicas. Quando duas placas adjacentes convergem, uma mergulha sob a outra. Este processo define regies conhecidas como zonas de subduco ou limites de convergncia de placas. A maior parte dos terremotos, vulces e reas de formao de montanhas ocorre nestas regies limtrofes das placas. A figura ao lado ilustra a evoluo da crosta terrestre ao longo dos perodos geolgicos, do Permiano aos tempos atuais. Mostrando como o supercontinente Pangea fragmentou-se progressivamente e, no Trissico, separou-se em Laursia, no hemisfrio norte, e Gondwana, no hemisfrio sul. Entre ambos os continentes situava-se o mar de Ttis. No perodo Jurssico j era possvel reconhecer os contornos dos continentes atuais, que se individualizaram totalmente no Cretceo, embora mantendo algumas regies de contato. Jurssico 135 milhes de anos Cretceo 65 milhes de anos Permiano 225 milhes de anos Trissico 200 milhes de anos

POSIO DAS PLACAS LITOSFRICAS AO LONGO DO TEMPO GEOLGICO

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TEMPO GEOLGICO E EVOLUO DA VIDA NA TERRADIVISES DO TEMPO GEOLGICO E PRINCIPAIS EVENTOS DE VIDA

As divises do tempo geolgico, em ordem decrescente de importncia so: Eon, Era, Perodo e poca. Estabelecidas a partir do sculo XIX, estas denominaes so arbitrrias e foram definidas de acordo com as convenincias prticas dos estudos estratigrficos, de modo a facilitar a descrio da ordem de idade das camadas de rochas sedimentares. Por extenso, elas acabaram designando os seus respectivos intervalos de formao. A Terra existe h 4,5 bilhes de anos. As primeiras formas de vida conhecidas na Terra foram as bactrias e algas azul-esverdeadas que apareceram h 3,5 bilhes de anos. As plantas e os animais s comearam a se desenvolver h 570 milhes de anos. A partir da, milhares de espcies de plantas e animais proliferaram, evoluram e alguns at se extinguiram, como os dinossauros. No incio da era Paleozica, houve o desenvolvimento explosivo de seres vivos. A vida evoluiu dos invertebrados primitivos e destes para os peixes, os anfbios e os rpteis; as plantas marinhas evoluram para florestas de samambaias e conferas gigantes. A Era Mesozica assistiu ao aparecimento dos mamferos, das aves e das plantas com flores. Durante a Era Cenozica evoluram os mamferos e, s muito recentemente, apareceu o homem.

Eon

Era

Perodo Quaternrio

poca Recente Pleistoceno Plioceno

idade evento em M.a. 0,01 1,6 5,3 23,7 36,6 57,8 66 144 208 245 286 360 408 438 505 570 2500 3800 4600 moluscos primeiro registro de vida formao da Terra plantas terrestres peixes mamferos separao do Pangea dinossauros rpteis anfbios extino dos dinossauros

aparecimento do homem

Cenozico Tercirio

Mioceno Oligoceno Eoceno Paleoceno

Fanerozico

Cretceo Mesozico Jurssico Trissico Permiano Carbonfero Paleozico Devoniano Siluriano Ordoviciano Cambriano

Pr-Cambriano

Proterozico Arqueano

A tabela ao lado apresenta a escala do tempo geolgico, com os eventos mais importantes da evoluo da vida sobre a superfcie da Terra.

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GRANDES AMBIENTES GEOLGICOSambiente ocenico ambiente transicional arco cinturo de complexo da zona cavalgamento de subduco bacia marginal bacia retro-arco nvel do mar bacia marginal ambiente continental

A figura a seguir mostra uma seo transversal representando as zonas de acrscimo e consumo de placas. A parte que compreende as placas denomina-se litosfera, formada por rochas relativamente frias e rgidas, fazendo com que o interior das placas no se deforme significativamente durante o deslocamento. medida que se afastam da cadeia ocenica, as placas esfriam e tornam-se mais espessas. As rochas abaixo da litosfera, que constituem a astenosfera, so suficientemente quentes para se deformarem livremente.estrato vulco calcoalcalino rifte continental fossa ilhas vulcnicas dorsal meso-ocenica magma

granito

andesito

SISTEMA DE SUBDUCO COM SEUS PRINCIPAIS COMPONENTES E BACIAS SEDIMENTARES

granito Moho pluma magma

crosta ocenica litosfera

plumas

RELAO ENTRE A FORMAO DE MAGMAS E A TECTNICA DE PLACAS

Ao afundarem no manto superior, as placas ocenicas fundem-se e geram magma de composio genericamente grantica. Menos denso do que o material do manto, o magma ascende por zonas de fraqueza da crosta e forma as zonas de plutonismo e vulcanismo. Onde as placas mergulham na direo do oceano, formam-se arcos de ilhas vulcnicas, como os do Japo e das Filipinas. Onde as placas mergulham sob a crosta continental, formam-se cadeias de plutonismo e vulcanismo continental, a exemplo dos Andes.

Com base na tectnica de placas e suas feies resultantes, pode-se identificar na crosta terrestre trs grandes ambientes: ocenico, transicional e continental, ilustrados na seo acima. O ambiente ocenico situa-se no apenas sobre os oceanos, mas tambm onde estes recobrem placas constitudas por basalto dito ocenico (mais rico em magnsio do que os formados sobre as placas continentais). O assoalho dos oceanos contm como feies mais importantes a plataforma continental, o talude e a zona abissal, a qual pode conter cadeias meso-ocenicas, fossas e plancies abissais. O ambiente transicional compreende parte dos oceanos que recobre a placa continental e se estende, geralmente, at os contrafortes das cadeias de montanhas de margem continental, como os Andes. Este ambiente tipicamente instvel, sujeito a vulcanismo, falhamentos e terremotos. Suas feies mais representativas so as bacias marginais e os arcos vulcnicos, que so as cadeias de montanha de margem continental. O ambiente continental, representado pelas placas estveis e espessas da crosta, caracteriza-se pela estabilidade. formado essencialmente pela plataforma (reas estveis com relevo pouco acentuado), pelos escudos (reas estveis de relevo mais acentuado e genericamente convexo) e pelas bacias sedimentares que se superpem s plataformas.5

A FORMAO DAS ROCHASA crosta terrestre constituda por muitos tipos diferentes de rochas e minerais. Oxignio, silcio, alumnio, ferro, magnsio, clcio, potssio e sdio so os principais componentes da maioria das rochas e minerais encontrados na superfcie terrestre. Os diferentes arranjos cristalinos e combinaes qumicas destes elementos produzem a diversidade de rochas e minerais. Existe um processo constante de transformao. A Terra tem 4,5 bilhes de anos, mas as rochas mais antigas apenas 3,9 bilhes de anos, pois as anteriores foram recicladas em novas rochas. As rochas classificam-se em gneas, sedimentares e metamrficas, de acordo com o processo de formao.

Rochas gneasFormadas a partir de magma primrio e de outras rochas que sofreram fuso, resfriamento e solidificao. Quando as rochas mergulham nas profundezas da Terra, sofrem fuso devido s altas presses e temperaturas. O magma resultante da fuso pode se deslocar para nveis superiores da crosta ou atingir a superfcie, formando vulces. Diferentes profundidades de resfriamento determinam a variabilidade granulomtrica apresentada pelas rochas gneas. Se o magma se posicionar na profundidade de alguns quilmetros abaixo da superfcie, ir resfriar lentamente, favorecendo o crescimento de cristais, resultando em rochas de granulao mais grosseira. Se o magma atingir a superfcie ou nveis muito prximos desta, o resfriamento ser rpido, formando cristais muito pequenos, resultando em rochas com granulao fina.

CICLO DE FORMAO DAS ROCHAS

Rochas sedimentaresFormadas na superfcie da crosta, em ambiente areo ou sob a gua. O material de formao pode ser proveniente de rochas gneas, sedimentares ou metamrficas que sofreram desintegrao, podendo conter restos de animais ou de plantas. O processo de desintegrao das rochas na superfcie, denominado intemperismo, pode ser causado por agentes fsicos, qumicos ou biolgicos. O material desagregado sofre eroso e transporte at os locais mais baixos do relevo onde depositado, formando camadas sedimentares. Processos de diagnese, que transformam os sedimentos em rochas, ocorrem desde a deposio at a consolidao dos sedimentos, compreendendo a compactao, cimentao e formao de novos minerais.6

Rochas metamrficasQuando as rochas sedimentares, gneas ou metamrficas so submetidas a presses intensas ou altas temperaturas, sofrem transformaes originando rochas metamrficas. Estas modificaes, denominadas metamorfsmo, ocorrem em profundidades variveis da crosta. O processo no intenso a ponto de fundir as rochas embora ocorram modificaes mineralgicas, texturais e granulomtricas .

Rochas gneasAs rochas gneas so formadas pela cristalizao do magma. Subdividem-se em rochas extrusivas ou vulcnicas, como os basaltos, e rochas intrusivas ou plutnicas, como os granitos. As rochas extrusivas se formam a partir de fluxo de lavas, cinzas e piroclastos, expelidos na atmosfera durante as erupes vulcnicas. Estas rochas formam os cones vulcnicos ou derrames de lava. As rochas intrusivas ocorrem de formas variadas. Os corpos tabulares verticais de rochas gneas so chamados de diques; quando horizontais, paralelos s camadas, so conhecidos como soleiras ou sills. Os corpos mais espessos so chamados de laclitos e, quando atingem grandes dimenses, formam os batlitos. A classificao das rochas gneas considera os seguintes critrios: textura e o tamanho dos gros; profundidade de formao na crosta; composio mineral; contedo em slica.

TEXTURA E CARACTERSTICAS DOS GROS

vtrea afantica fanertica pegmattica vesicular

no forma cristais gros finos, at 2 mm gros grosseiros, maiores que 2 mm gros muito grosseiros, maiores que 10 mm cavidades criadas por gases

ROCHAS GNEAS SEGUNDO A PROFUNDIDADE DE FORMAO

COMPOSIO MINERAL E CONTEDO EM SLICA

rocha gnea cida rocha gnea intermediria

contm mais que 65% de slica, composta principalmente por minerais flsicos ou de cores claras como feldspato e quartzo. contm de 50 a 65% de slica, composta por plagioclsio, alguns minerais mficos e quartzo. pobre em slica, menos de 50%, contm quantidades significativas de mficos ou minerais ferromagnesianos de cor escura, como olivina, piroxnio, anfiblio e mica. Sem quartzo.

cavidades preenchidas, amigdaloidal criadas por gases porfirtica alguns cristais grandes em matriz fina

rocha gnea bsica

PROFUNDIDADE DE FORMAO

rocha gnea intrusiva

formada no interior da crosta terrestre, tem textura granular mdia a grosseira devido ao resfriamento lento do magma. Em geral suas cores so claras.

formada na superfcie da crosta terrestre, vtrea ou de granulao fina devido ao resfriamento rpido rocha gnea extrusiva do magma. Pode ter cavidades devido separao de gases do magma. Em geral suas cores so escuras.7

Rochas SedimentaresRochas sedimentares so originadas pelo agrupamento de um ou mais tipos de materiais inconsolidados fragmentos de rochas, precipitados qumicos, materiais orgnicos que se acumulam em depresses ocenicas e continentais denominadas Bacias Sedimentares. A compactao do material litificao forma rochas sedimentares: conglomerados, arenitos, calcrios, entre outras. As rochas sedimentares deixam registros dos ambientes onde foram depositadas. Arenitos so indicativos de desertos ou praias; folhelhos e siltitos, de pntanos ou mares calmos; conglomerados, de rios, geleiras e de ambiente marinho costeiro de guas agitadas. Outros tipos de rochas sedimentares so os calcrios formados pela precipitao de carbonatos dissolvidos nas guas, ou por conchas e esqueletos de organismos que se depositam no fundo da plataforma marinha e na plancie abissal.ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTARESambiente sedimentar continental leque aluvial glacial deserto fluvial (rios) marinho praia laguna marinho raso-plataforma carbontica marinho moderadamente profundo - talude continental recife plataforma carbontica marinho profundo transicional delta laguna plancie de mar tipo de sedimento

AMBIENTES DE SEDIMENTAO

rocha sedimentar conglomerados e brechas tilitos e loessitos arenitos e evaporitos arenitos, siltitos e folhelhos arenitos folhelhos negros folhelhos fossilferos, arenitos e calcrios turbiditos calcrios fossilferos calcrios e calcarenitos chert e calcrios finos arenitos, siltitos, folhelhos e carvo folhelhos negros folhelhos carbonticos

cascalhos, areias e argilas mal selecionadas fragmentos de rochas (tills) e areias finas (loess) areias elicas e depsitos salinos de evaporao areias, siltes e argilas areias arredondadas, selecionadas, poucos seixos argilas e siltes ricos em matria orgnica areias, siltes, argilas e sedimentos carbonticos areias e argilas sedimentos carbonticos areias e argilas carbonticas vasas carbonticas e silicosas e argilas areias, siltes, argilas, com restos de plantas argilas ricas em matria orgnica argilas carbonticas

ORIGEM DAS ROCHAS SEDIMENTAREStamanho dos gros grnulos e seixos maiores que 2 mm areia - gros entre 0,062 e 2 mm silte - gros entre 0,004 e 0,062 mm argila - gros menores que 0,004 mm composio predominam fragmentos de rochas predominam gros de quartzo gros de quartzo e feldspato potssico gros de quartzo, argilas e fragmentos de rochas gros de quartzo e argilas argilas nome da rocha conglomerados e brechas arenitos arcsios grauvacas siltitos folhelhos e argilitos

textura cristalina ou bioclstica bioclstica ooltica cristalina restos orgnicos compactados

composio predomina calcita fragmentos de conchas predomina calcita dolomita halita gipsita quartzo microcristalino carbono

nome da rocha calcrio coquina calcrio ooltico dolomito halita gipsita chert carvo

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Rochas MetamrficasMetamorfismo a transformao de rochas preexistentes causada pelo calor, presso e fludos quimicamente ativos. As transformaes so mineralgicas e texturais. As rochas metamrficas se formam pela modificao de rochas gneas, sedimentares ou de outras rochas metamrficas, devido a um aumento de temperatura e presso, para provocar a transformao de seus constituintes minerais. Ocorrem em regies de choque de placas tectnicas, onde so comprimidas por forte aumento de presso, ou onde o magma entra em contato com outras rochas, transformando-as por aquecimento. As rochas metamrficas mais comuns so os gnaisses, os xistos e os quartzitos.

DESCRIO DOS FCIES METAMRFICOS xisto verde rocha verde, metabasito foliado, predomina clorita, epidoto e actinolita xisto azul rocha escura, cinza-azulado e azul, predominando anfiblios sdicos, glaucofana e crossita rocha verde escuro essencialmente biminerlica - hornblenda e anfibolito plagioclsio, originada pelo metamorfismo de rochas gneas: orto-anfibolito, ou sedimentares: para-anfibolito serpentinito rocha verde, preta ou avermelhada, composta por serpentina, produto da hidratao de peridotitos gneos ou metamrficos metabasito composto de granada e piroxnio (onfacita), sem eclogito plagioclsio caracterizado por minerais equidimensionais e facetados de temperatura muito alta relacionados com rochas plutnicas calco-alcalinas bsicas a moderadamente cidas (feldspato, granulito piroxnio, anfiblio). Sute charnoquito: granulitos com variedades distintas de feldspato potssico e hiperstnio migmatito rocha mista, constituda por paleossoma (xistos ou gnaisses), intercalado com veios de leucossoma (quartzo-feldspticos) metamorfismo de contato de intruso gnea, resultando na troca de elementos como silcio, alumnio, ferro, magnsio, com a rocha encaixante. Mrmores impuros contendo cristais de minerais calco-silicticos: granada, epidoto

TIPOS DE METAMORFISMO tipo de metamorfismo descrio contato regional dinmico hidrotermal impacto aquecimento de rochas encaixantes durante intruso gnea metamorfismo de grande escala, em cintures orognicos e reas de escudo como resultado de tectonismo caractersticas formao de minerais metamrficos sem orientao abrange grandes extenses e ocorre nos nveis profundos da crosta sob presso e temperatura elevadas tipos de rochas hornfels filitos, xistos, gnaisses milonitos e brechas de falha escarnitos ou tactitos

esforos tectnicos intensos e geralmente fragmentao e orientao de minerais localizados reaes qumicas resultantes da circulao alterao na composio qumica da de fluidos rochas original impacto de grandes meteoritos

formao de minerais densos na superfcie terrestre, os quais normalmente impactitos ocorrem nas profundezas do manto

escarnito

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A GEOLOGIA DO PARAN

EVOLUO DO CONHECIMENTO GEOLGICOO Paran foi um dos primeiros estados brasileiros a ser explorado, sendo pioneiro no desbravamento do interior do Brasil meridional. O incio das investigaes geolgicas no Estado data do sculo XVI, em 1531, quando um grupo liderado por Pero Lobo atravessou a Serra do Mar at a regio de Curitiba em busca de ouro e pedras preciosas. O Paran, provavelmente, foi pioneiro na minerao de ouro, com a explorao regular das minas de Paranagu a partir de 1578. O primeiro mapa do Brasil meridional, feito pelos padres da Companhia de Jesus em 1646, foi impresso na Holanda em 1662. Entretanto, os conhecimentos geolgicos s adquiriram maior consistncia no fim do sculo XVIII e na primeira metade do sculo XIX. Jos Bonifcio de Andrada e Silva e seu irmo Martin Francisco, pioneiros nos estudos geolgicos de carter cientfico, tiveram suas pesquisas publicadas em 1820 nos Arquivos do Museu Nacional. Entre os estudiosos estrangeiros, as obras de Wilheim Von Eschwege, de 1817 e 1833, e os de Von Spix e Von Martius, entre 1817 e 1820, contriburam na edio de um mapa geolgico da Amrica do Sul. Em 1875, a Comisso Geolgica do Imprio do Brasil, sob a direo de Charles Frederick Hartt, iniciou pesquisas mais sistemticas sobre a geologia paranaense, designando Luther Wagner para percorrer uma parte aprecivel do territrio. Nas duas primeiras dcadas do sculo XIX, foram notveis as contribuies geologia e paleontologia do Paran. Orville A. Derby, em 1877-78, delineou a base estratigrfica do Estado e estudos sobre as suas jazidas diamantferas. Em 1888, Luiz Felipe Gonzaga de Campos contribuiu para o conhecimento de novas reas e localidades fossilferas. No final do sculo, em 1898, os trabalhos de J.V. Sieniradzki traam o primeiro perfil geolgico do Paran. No incio do sculo XX, em 1908, sob a orientao de I. C. White, foi publicado o Relatrio Final da Comisso de Estudos das Minas de Carvo de Pedra do Brasil. Em 1913, John M. Clarke elaborou um estudo sobre os fsseis devonianos do Paran. Em 1916, Euzbio Paulo de Oliveira publica o trabalho Geologia do Estado do Paran, sintetizando o conhecimento geolgico anterior dcada de 20. Anos depois, em 1927 e 1933 respectivamente, elaborou o primeiro e o segundo mapa geolgico do Estado do Paran, na escala 1:1.000.000. A partir de ento, vrios foram os trabalhos sobre a geologia do Estado do Paran. Em 1953, Reinhard Maack elaborou um mapa geolgico do11

Paran, na escala 1:750.000, editado pelo ento Instituto de Biologia e Pesquisas Tecnolgicas - IBPT. O primeiro levantamento geolgico regional sistemtico do Brasil foi realizado pela Comisso da Carta Geolgica do Paran. Coordenada por Joo Jos Bigarella, esta comisso foi criada em 1964 para a elaborao de mapas geolgicos nas escalas 1:50.000 e 1:70.000, editados at o incio da dcada de 70. Os trabalhos desenvolvidos pela Petrobrs em 1971, para prospeco de petrleo e gs, originaram mapas, nas escalas 1:50.000 e 1:100.000, da poro da Bacia do Paran. Em 1974, o Departamento Nacional da Produo Mineral - DNPM publicou, pelo projeto Carta do Brasil ao Milionsimo, um mapa geolgico recobrindo o Estado do Paran, na escala 1:1.000.000. Em 1977, o Projeto Leste, desenvolvido pelo DNPM e pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM originou cartas geolgicas da poro leste do Estado, na escala 1:100.000. A partir de 1978, a Nuclebrs produziu cartas geolgicas, na escala 1:10.000, da regio de So Mateus do Sul. No incio da dcada de 80, estudos desenvolvidos pela Paulipetro no Paran resultaram nos mapas geolgicos, nas escalas 1:100.000 e 1:50.000, da regio da Bacia do Paran, principalmente da rea da cobertura vulcnica. Desde 1978, a Mineropar vem realizando levantamentos em escalas de 1:500 a 1:50.000, objetivando avaliar e desenvolver o aproveitamento dos recursos minerais do Estado, e, a partir de 1992, vem elaborando trabalhos de geologia aplicada ao planejamento territorial e urbano, visando ao uso e ocupao racional do meio fsico e determinao de reas de risco geolgico. A Mineropar, alm dos mapeamentos para projetos especficos, elaborou o Mapa Geolgico do Estado do Paran e o Mapa de Ocorrncias de Depsitos Minerais, nas escalas 1:1.400.000, publicados em 1986, mediante parceria com o antigo Instituto de Terras, Cartografia e Florestas do Estado do Paran - ITCF, atual Instituto Ambiental do Paran - IAP. Mais recentemente, em 1989, a Mineropar, em convnio com o DNPM, editou um novo Mapa Geolgico do Estado do Paran, na escala 1:650.000. Nos ltimos anos, muitas instituies vm desenvolvendo levantamentos geolgicos, em escalas de 1:25.000 at 1:200.000, com finalidades diversas. Entre estas, destacam-se: Petrobrs, JICA/MMAJ, Petromisa, CNEN, CPRM, UFPR, Petrosix, Copel e DNPM .

EVOLUO DO CONHECIMENTO PALEONTOLGICO

O incio da investigao paleontolgica sistemtica no Estado do Paran data de 1876. Nesta poca, Luthero Wagoner encontrou em Ponta Grossa alguns fragmentos fsseis datados como sendo devonianos. Em 1878, Orville A. Derby visitou a localidade fossilfera de Ponta Grossa, coletando algumas espcies mal preservadas de lamelibrnquios, espcies de Lingula, Spirifer, Rhynchonella, Streptorhynchus e Vitulina e alguns fragmentos de lepidodrendon. Embora no tenha feito qualquer descrio ou ilustrao, esta a primeira referncia genrica a fsseis encontrados no Paran. Em 1886, E. D. Cope descreveu o rptil fssil Stereosternum tumidum, procedente de So Paulo e mais tarde encontrado no Paran. No ano de 1888, Derby se refere tambm aos trilobitas do gnero Homalonotus e Luiz Felipe Gonzaga de Campos coletou diversos fsseis em Jaguariava, estudados em 1890 por John M. Clarke, que os descreveu como trilobitas Dalmanites gonzaganus. Em 1898, J. V. Sieniradzki publicou as observaes geolgicas feitas durante a sua viagem ao sul do Brasil, em que cita, alm dos fsseis de Ponta Grossa, os sambaquis de Paranagu. Os sambaquis so acumulaes artificiais predominantemente de conchas de moluscos, contendo ossos de mamferos, peixes, aves e rpteis. Estas acumulaes so os restos da alimentao de antigos acampamentos de populaes indgenas que viviam no litoral. Compem-se de diversas camadas arqueolgicas originadas pelas sucessivas ocupaes de culturas, muitas vezes distintas, ao longo do tempo. Na regio do litoral paranaense so conhecidos 269 sambaquis. A partir de 1900, inmeros foram os trabalhos sobre paleontologia e paleobotnica no Paran, os quais contriburam no esclarecimento tanto da distribuio dos fsseis, quanto da idade da sdiversas formaes geolgicas do Estado.

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GRANDES COMPARTIMENTOS GEOLGICOSA evoluo geolgica do Estado do Paran iniciou h mais de 2.800 milhes de anos. Os registros geolgicos, ainda que descontnuos, anteriores a 570 milhes de anos, so essencialmente rochas magmticas e metamrficas, que constituem o embasamento da Plataforma Sul-Americana. Posteriormente esta plataforma constituiu a base para a formao das unidades sedimentares e vulcnicas. Este embasamento, aqui denominado pelo termo Escudo, est exposto na parte leste do Estado ( Primeiro Planalto e Litoral), sendo recoberto a oeste pela cobertura vulcnica e sedimentar denominada Bacia do Paran.

Bacia do Paran Escudo

sedimentos cenozicos sedimentos mesozicos derrames baslticos sedimentos paleozicos rochas gneas e metamrficas

COMPARTIMENTOS GEOLGICOS DO PARAN

Escudo ParanaenseConstitui as pores mais antigas e elevadas do Estado. Formado por rochas cristalinas, gneas e metamrficas, da Plataforma Sul-Americana, recoberto a oeste pelas rochas sedimentares paleozicas da bacia.DISTRIBUIO DOS GRUPOS LITOLGICOS NO PARAN

PERFIL ESTRATIGRFICO DO TERRITRIO PARANAENSE - DIREO NW. (ESCALA VERTICAL EXAGERADA PARA REALAR AS ESTRUTURAS)

Bacia do ParanCompreende o Segundo e o Terceiro Planalto Paranaense, recobrindo a maior poro do Estado. uma bacia sedimentar, intracratnica ou sinclise, que evoluiu sobre a Plataforma Sul-Americana. Sua formao teve incio no Perodo Devoniano, h cerca de 400 milhes de anos, terminando no Cretceo. A persistente subsidncia na rea de formao da bacia, embora de carter oscilatrio, possibilitou a acumulao de grande espessura de sedimentos, lavas baslticas e sills de diabsio, ultrapassando 5.000 metros na poro mais profunda. Sua forma aproximadamente elptica, aberta para sudoeste, e cobre uma 2 rea da ordem de 1,5 milho de km . Apresenta inclinao homoclinal em13

direo ao oeste, poro mais deprimida. Sua forma superficial cncava deve-se ao soerguimento flexural, denominado Arqueamento de Ponta Grossa. As extensas deformaes estruturais, tais como arcos, flexuras, sinclinais e depresses, posicionadas ao longo das margens da bacia, so classificadas como arqueamentos marginais, arqueamentos interiores e embaciamentos. A consolidao e evoluo final do embasamento da Bacia do Paran se deu no Ciclo Tectono-magmtico Brasiliano, entre o Pr-Cambriano Superior e o Eo-Paleozico. Sua evoluo se deu por fases de subsidncia e soerguimento com eroso associada, no transcorrer das quais a sedimentao se processou em sub-bacias.

DIVISES DOS COMPARTIMENTOSMAPA LITOLGICO DO ESTADO DO PARAN

Cenozico Sedimentos inconsolidados Mesozico Cobertura sedimentar Magmatismo bsico e alcalino Paleozico Cobertura sedimentar Bacia vulcano-sedimentar/sedimentar restrita Proterozico Superior - Paleozico Inferior Magmatismo cido Proterozico Superior Terrenos cristalinos de baixo grau metamrfico Arqueano - Proterozico Inferior Terrenos cristalinos de alto grau metamrfico

Na rea do Escudo quatro conjuntos litolgicos, ou compartimentos, so definidos com base em parmetros estratigrficos, tectnicos e geocronolgicos. Arqueano e Proterozico Inferior - terrenos cristalinos de alto grau metamrfico (fcies anfibolito a granulito). Proterozico Superior - terrenos cristalinos de baixo grau metamrfico (fcies xisto verde a anfibolito), que afloram principalmente na poro nortenoroeste do Primeiro Planalto Paranaense. Proterozico Superior ao Paleozico Inferior - representado pelo magmatismo cido, durando, com interrupes, at o comeo do Paleozico. Paleozico - bacias vulcano-sedimentar e sedimentar restritas formadas no Ordoviciano, durante a transio entre o final do Ciclo Brasiliano e a cratonizao da Plataforma Sul-Americana, ao final das atividades orognicas.14

Na rea da Bacia do Paran trs conjuntos litolgicos podem ser individualizados. Paleozico - diz respeito aos depsitos sedimentares paleozicos, correspondentes grande feio de sedimentao marinha e litornea conhecida como Bacia do Paran, que se estende por mais de 1.500.000 km2 no sul e sudeste brasileiro e se manifesta geomorfologicamente no Segundo Planalto. Mesozico - constitudo por rochas sedimentares de origem continental, de idade trissica, e por rochas gneas extrusivas de composio predominantemente bsica de idade jurssica-cretcea, responsveis pelas feies do Terceiro Planalto Paranaense. Os ltimos eventos de grande expresso na coluna estratigrfica no final do Cretceo so os depsitos sedimentares de ambiente continental rido representados pelos sedimentos arenosos do noroeste do Estado. Cenozico - formado por sedimentos inconsolidados, de origem continental e marinha, recobrem parcialmente as unidades acima descritas. A constituio desses compartimentos est detalhada nas pginas seguintes e resumida na coluna estratigrfica do quadro a seguir, em que so indicadas as respectivas unidades geolgicas.

Escudo

Bacia do Paran

COLUNA ESTRATIGRFICA DA GEOLOGIA DO PARANEra Atual Cenozico 65 M.a 65 M.a Cretceo Mesozico 140 M.a 140 M.a So Bento 230 M.a S u p. Paleozico M d i o Quaternrio 1,8 M.a 65 M.a Bauru Alexandra Guabirotuba Adamantina Santo Anastcio Caiu Perodo Grupo Formao Rochas e fsseis principais Aluvies e sedimentos marinhos inconsolidados Arcsios, areia grossa, mdia e fina, seixos e cascalhos Argilitos, arcsios, margas e cascalhos Arenitos, siltitos e lamitos marrons Arenitos e lamitos Arenitos arroxeados (Therapoda) Diques baslticos e plutes sienticos, fonolticos e carbonatticos. Serra Geral Derrames e sills de basalto e "andesitos" Jurssico- Tr issico 230 M.a 230 M.a 230 M.a. Rio do Rasto Passa Dois Terezina Serra Alta Permiano Irati Grupo Guat Palermo Rio Bonito Rio do Sul I n f. 280 M.a Devoniano 345 M.a 395M.a. 436 Castro M.a . Ordoviciano 500 M.a 500 M.a Cambriano 570 M.a 500 M.a 570 M.a. S u p Aungui Capiru Proterozico 1.000 M.a Turvo Cajati gua Clara Setuva Perau 2.500 M.a. Arqueano 2.500 M.a. > 2.500 M.a. I n f Complexo pr-Setuva Complexo Serra Negra Calcoxistos, micaxistos, metabasitos, anfibolitos e quartzitos. Metavulcnicas cidas localmente. Migmatitos bandados gnaisses fitados, gnaisses ocelares, quartzitos a magnetita. Anfibolitos, metabsicas, serpentinitos e talcoxistos Charnockitos, granulitos, xistos magnesianos, anfibolitos, micaxistos e quartzitos. Votuverava Metassiltitos, metargilitos, filitos, mrmores dolomticos e dolomitos, metarenitos. Metassiltitos, metargilitos, metarritmitos, ardsias, metarenitos, micaxistos e calcrios Migmatitos bandados, micaxistos e quartzitos. Granada silimanita xistos, actinolita-biotita xistos, xistos calcossilicticos, mrmores dolomticos e calcossilicticas Calcoxistos, mrmores, micaxistos, metatufos bsicos. Rochas manganesferas Seqncia Antinha Itaiacoca 570 M.a Granitides Guaratubinha Camarinha Paran Furnas Arenitos e siltitos (Ronaultia furnai) Siltitos, arenitos, arcsios, conglomerados, riolitos, tufos e brechas riolticas. Riolitos, andesitos, siltitos arenitos e conglomerados. Siltitos, argilitos, conglomerados e arenitos arcosianos Granitos alcalinos, sienitos e alaskitos. Granodioritos, monzonitos e granitos com hornblenda, hornblenda + biotita. Cores cinzentas. Batlitos granticos com rochas de cores creme avermelhadas com macrocristais de feldspato potssico. Granitos gnassicos de anatexia. Metassiltitos, metarenitos e metacalcrios. Raros metaconglomerados. Metassiltitos, metarritmitos, mrmores, dolomticos, metarenitos, quartzitos e micaxistos. Itarar Mafra Campo do Tenente Ponta Grossa Siltitos cinzentos (Cardiocarpus e Dadoxylon) Arenitos, siltitos, folhelhos, calcrios e camadas de carvo (Pliccoplasia, Sanguinolite brasiliensis, Glossopteris e Gangamopteris) Folhelhos e siltitos cinzentos, arenitos e diamictitos (Chonetes sp Langela Imbituvenses, Wathia sp; Hetetopectem catharina) Arenitos, siltitos e ritmitos (Elonictthys gondwanus) Arenitos grosseiros, siltitos, diamictitos Folhelhos e siltitos cinzentos (Australocoelis Tourteloti e Metacryphaus Australis) Siltitos e calcrios (Pinzonella neotrpica) Lamitos e folhelhos (Maackia, tholonotus, Acantholeaia) Argilitos e folhelhos, folhelhos pirobetuminosos (Mesossaurus brasiliensis)

Pirambia e Botucatu Arenitos e siltitos com raros conglomerados (Collurousaria e Therapsida) Instruses gbricas com diferenciados alcalinos Siltitos e arenitos verdes ou vermelhos e calcarenitos (Endothidon, Leinzia, Terralopsis, Phyloteca e Calamites)

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5200 5300 5100 5000 2300

MAPA GEOLGICO DO PARAN

2300

5400

N2400 2400

50

0

50 km

Escala 1:3.000.000

4900

2500

2500

5400

Convenes Hidrografia2600 5000 2600 4900

CenozicoSedimentos inconsolidados Formao Alexandra Formao Guabirotuba5300

5100

Proterozico Superior - PaleozicoGrupo Castro

PaleozicoGrupo Passa Dois Formao Rio do Rasto Formao Teresina Formao Serra Alta Formao Irati Grupo Guat Formao Palermo Formao Rio Bonito

5200

MesozicoGrupo Bauru

Formao Guaratubinha Formao Camarinha Metamorfito de contato Granitos Subalcalino Granito/Sieno-Granito Granito Alaskito Granito porfirtico Migmatito e Granito de Anatexia Brasiliano

Proterozico MdioComplexo Turvo CajatiGrupo Setuva

Formao gua Clara Formao Perau Complexo Apiai-Mirim

Formao Adamantina Form. Santo Anastcio Formao CaiuRochas intrusivas Rochas alcalinas e carbonatitos

Proterozico InferiorSute Grantica Foliada Formao Rio das Cobras Sute Gnissica Morro Alto Complexo Gnissico Migmtico Costeiro Complexo Mfico Ultramfico de Pien

Proterozico SuperiorSeqncia Antinha Formao Itaiacoca Seqncia Abap Formao Capir Metabasitos

Rochas intrusivas bsicasGrupo So Bento

Grupo Itarar Formaes Rio do Sul, Mafra e Campo Tenente Grupo Paran Formao Ponta Grossa Formao Furnas

Formao Serra Geral Membro Nova Prata Formaes Pirambia e Botucatu

ArqueanoComplexo Granultico Serra Negra

16

Formao Votuverava

5300

5200

5100 5000

MAPA GEOCRONOLGICO DO PARAN2300 2300

5400

2400

2400

N

504900

0

50 mm

Escala 1:3.000.000

2500

2500

5400

2600 5000 4900

2600

5100 5300 5200

Arqueano Milhes de anosIndiviso

Proterozico

Fanerozico Paleozico

2.600

570Proterozico Superior-Cambriano

235

Mesozico

65

CenozicoCenozico < 65 M.a.

Permiano-Jurssico Permiano Superior Permiano Mdio/Superior Cretceo 141 - 65 M.a. Superior - 1.000 a 570 M.a. Permiano Mdio Cretceo Mdio/Superior Mdio - 1.800 a 1.000 M.a. Permiano Inferior/Mdio Cretceo Inferior Inferior - 2.500 - 1.800 M.a. Permiano Inferior Jurssico-Cretceo Carbonfero-Permiano Inferior Jurssico-Cretceo Inferior Devoniano 395 - 345 M.a. Trissico-Jurssico Ordoviciano 500 - 435 M.a. (Trissico: 235 - 195 M.a. Cambriano 570 - 500 M.a. Jurssico: 195 - 141 M.a.) (Carbonfero: 345 - 280 M.a. Permiano: 280 - 235 M.a.)

M.a. - milhes de anos

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ROCHAS GNEAS DO PARAN

N

Rochas alcalinas e carbonatitosRochas carbonatticas Rochas alcalinas50 km

50

0

Rochas cidas Rochas bsicas e cidasBasaltos, dacitos e riolitos Rochas cidas extrusivas Rochas granitides

Rochas bsicasDiques de diabsio e diorito Diques de microdioritos e quartzo-microdiorito Soleiras Basalticas Derrames baslticos

18

ROCHAS SEDIMENTARES DO PARAN

PaleozicoGrupo Passa Dois

Formao Rio do Rasto Formao Teresina Formao Serra Alta

N

CenozicoFormao Alexandra Formao Guabirotuba

Formao IratiGrupo Guat

50

0

50 km

MesozicoGrupo Bauru

Formao Palermo Formao Rio BonitoGrupo Itarar

Formao Adamantina Form. Santo Anatcio Formao Caiu Grupo So Bento Formaes Pirambia e Botucatu

Formaes Rio do Sul, Mafra e Campo TenenteGrupo Paran

Formao Ponta Grossa Formao FurnasGrupo Castro

19

Formao Guaratubinha

UNIDADES METAMRFICAS DO PARAN

Metamorfismo de contatoHornfels

Metamorfismo regionalbaixo grau - xistos verdes

Seqncia Antinha Formao Itaiacoca Seqncia Abap Formao Capiru Formao Votuveravabaixo e mdio grau - xistos verdes e anfibolito

Formao gua Clara Formao Perau Complexo Turvo-Cajati Complexo Apiai-Mirim Rochas metabsicas Sute Gnissica Morro Alto Formao Rio das Cobras Migmatitos e granitos de anatexia Complexo Gnissico Migmtico Costeirobaixo a alto grau - xistos verdes a granulito

Complexo Mfico Ultramfico de Pin Complexo Granultico Serra Negra 20 0 20 km

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FSSEIS DO PARAN

O PROCESSO DE FOSSILIZAOQuando ocorre deposio de sedimentos em um local, os restos de animais e vegetais mortos podem ser soterrados. Os restos orgnicos so ento conservados medida que a camada de sedimentos, ao passar pelas transformaes para se tornar uma rocha sedimentar, petrifica esses restos de organismos, transformando-os em FSSEIS. O processo de fossilizao a transformao da matria orgnica em mineral. So considerados fsseis tanto os restos preservados de um organismo quanto a sua impresso na rocha. Para acontecer a fossilizao, necessrio que haja soterramento rpido por sedimentos. O organismo degrada-se, mas as partes mais duras, como ossos, dentes e conchas, podem ser preservadas e substitudas por minerais dos sedimentos. Tambm ocorre a fossilizao quando as partes duras do organismo so dissolvidas, mas permanece uma impresso chamada molde. O molde preenchido por minerais, criando um contramolde do organismo.

O campo da geologia que estuda os fsseis a Paleontologia. Fsseis so restos de organismos petrificados. So muito importantes para determinar o ambiente onde os sedimentos se depositaram, para o estudo da evoluo dos seres vivos e para se conhecer a idade relativa de formao das rochas. Conhecemos a histria da Terra estudando os registros dos eventos passados, preservados nas rochas. As camadas das rochas so as pginas do nosso livro de histria.

Durante os processos de sedimentao, restos de animais e vegetais podem ser soterrados por camadas de sedimentos. Estas camadas podem ser formadas por partculas liberadas fisicamente de rochas preexistentes ou de sais (principalmente carbonatos e fosfatos) precipitados quimicamente no fundo de lagos, mares e oceanos. Com a passagem do tempo geolgico, os sedimentos transformam-se em rochas sedimentares e os restos de seres vivos so petrificados, por meio de processos de substituio da matria orgnica por slica, carbonato, fostato e outros minerais, inclusive metlicos. Desta forma, os restos orgnicos so preservados dentro das rochas, nos detalhes mais ntimos das suas estruturas, mas a sua composio j a mesma das rochas que os contm. A este processo se denomina fossilizao.O estudo das rochas e dos fsseis do Paran indica que o seu territrio j foi coberto por mares, geleiras, pntanos e desertos, alm de imenso vulcanismo basltico, que deu origem ao Terceiro Planalto Paranaense.

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ALGUNS FSSEIS DO PARAN1 Cordaicarpus nitens vegetal 80 a 235 milhes de anos Formao Palermo 2 Sanguinolites brasiliensis pelecpode 280 a 235 milhes de anos Formao Rio Bonito 5 Collenia itapevensis algas 1,8 a 1 bilho de anos formaes gua Clara e Capir 8 Pygaspis quadrata crustceo 280 a 235 milhes de anos Formao Palermo 11 Tholonotus peixe 280 a 235 milhes de anos Formao Serra Alta 14 Langella imbituvensis braquipode 345 a 280 milhes de anos formaes Rio do Sul e Mafra 15 Therpoda rptil 141 a 65 milhes de anos Formao Caiu22

3 Australocoelia tourteloti braquipode 395 a 345 milhes de anos Formao Ponta Grossa 6 Glossopteris sp vegetal 280 a 235 milhes de anos Formao Rio Bonito

4 Calmonia signifer trilobite 395 a 345 milhes de anos Formao Ponta Grossa

7 Calamites vegetal 280 a 235 milhes de anos Formao Rio do Rasto 10 Mesosaurus brasiliensis rptil 280 a 235 milhes de anos Formao Irati 13 Chonetes sp. braquipode 345 a 280 milhes de anos formaes Rio do Sul e Mafra

9 Sterioternum tumidum rptil 280 a 235 milhes de anos Formao Irati

12 Acantholeaia crustceo 280 a 235 milhes de anos Formao Serra Alta 16 Marenda nematides tecameba at 65 milhes de anos Formao Guabirotuba

5300'

5200'

5100' 5000'

2300'

#

STIOS DE INTERESSE PALEONTOLGICO 2300' E ARQUEOLGICO DO PARAN11

5400'

15

1

#

2 122400'

#

2400'

7# # #

N

50

0

50 km

6# # # #2500'

3 4

4900'

Escala 1:3.000.000

13

14

# #

5

2500'

#

8 165400'

#

17

#

# # # #2600' 5000' 4900'

92600'

105100'

Fsseis5300' 5200' 1234567891011121314151617Vegetal: Cordaicarpus nitens Pelecpode: Sanguinolites brasiliensis Braquipode: Austrolocoelia tourteloti Trilobite: Calmonia signifer Algas: Collenia itapevensis Vegetal: Glossopteris sp. Vegetal: Calamites Crustceo: Pygaspis quadrata Rptil: Stereoternum tumidum Rptil: Mesosaurus brasiliensis Peixe: Tholonotus Crustceo: Acantholeaia Braquipode: Chonetes sp. Braquipode: Langella imbituvensis Rptil: Therapoda Tecameba: Marenda nematoides Sambaqui: Homo sapiens

Formaes FossilferasFormao Palermo - Grupo Guat: anfbios e vegetais Formao Botucatu - Grupo So Bento: rpteis Membro Paraguau - Formao Rio Bonito - Grupo Guat: braquipodes e pelecpodes Formao Ponta Grossa - Grupo Paran: braquipodes e trilobites Formao gua Clara - Grupo Setuva, Formao Capiru - Grupo Aungui: estromatlitos Formao Rio Bonito - Grupo Guat: vegetais Formao Furnas - Grupo Paran: ichnofsseis Formao Rio do Rasto - Grupo Passa Dois, Membro Morro Pelado e Membro Serrinha: anfbios, pelecpodes e vegetais Formao Rio Bonito - Grupo Guat - Membro Paraguau e Membro Triunfo: braquipodes, pelecpodes e vegetais Formao Irati - Grupo Passa Dois, Membro Taquaral e Membro Assistncia: crustceos e rpteis Formao Serra Alta - Grupo Passa Dois: pelecpodes, peixes e crustceos Formao Teresina - Grupo Passa Dois: pelecpodes Formao Rio do Sul e Formao Mafra - Grupo Itarar: braquipodes, pelecpodes, gastrpodes e peixes Formao Caiu - Grupo Bauru: rpteis Formao Guabirotuba: tecamebas Depsitos Quaternrios - Sedimentos Recentes: sambaquis

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O ESCUDO PARANAENSE

Idade do Escudo

Constituda pelas rochas mais antigas do Estado, a rea de exposio do Escudo do Paran abrange todo o Primeiro Planalto e o Litoral. parcialmente recoberta por sedimentos recentes e sofreu intruso de rochas bsicas no Mesozico.

Idades das unidades intrusivas e de cobertura Cenozico Jurssico-Cretceo Idades das unidades do Escudo Ordoviciano Cambriano Proterozico Superior Proterozico Mdio Proterozico Inferior Arqueano

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Geologia do Escudo Paranaense

A evoluo do Escudo bastante longa. Envolve muitos eventos tectnicos e magmticos durante o Arqueano e o Proterozico, formando bacias preenchidas por rochas vulcnicas e sedimentares. Os registros mais antigos so as rochas gneas do Domnio Lus Alves, formadas durante o Arqueano e o Proterozico Inferior. J naquela poca compunham um segmento continental, com bacias marinhas ao seu redor. Em direo ao neoproterozico aconteceram aberturas de oceanos com a formao de bacias vulcano-sedimentares, como a do Grupo Setuva (1,4 bilho de anos) e a do Grupo Aungui (1,0 bilho de ano), onde podem ser encontradas rochas de origem marinha, como calcrios (hoje mrmores), entre outras. As sucessivas aberturas e fechamentos dos oceanos envolveram processos tectnicos complexos com formao e coliso dos continentes, originando estruturas complexas, dobramentos e falhamentos, alm do extenso magmatismo grantico, que ocorreu no final do Proterozico. No final do Proterozico e incio do Paleozico, toda a rea do Escudo foi palco de intenso magmatismo grantico, representado hoje por 42 corpos de granitos (ou granitides), com dimenses variadas. Aps a consolidao do Escudo, ocorreram intruses de rochas bsicas e alcalinas, relacionadas com os processos tectnicos associados aos eventos magmticos mesozicos da Bacia do Paran. A poro paranaense do Escudo aflora nas regies do Litoral e Primeiro Planalto, sendo constituda pelas rochas mais antigas do Estado. contm rochas gneas e metamrficas, cujas idades variam do Arqueano (2,6 bilhes de anos) ao Paleozico Inferior (450 milhes de anos). As rochas mais antigas, de alto grau metamrfico (granulitos) situam-se na poro sudeste, prximo ao litoral. As rochas de baixo grau metamrfico ocorrem na poro noroeste do Escudo, correspondendo s rochas do Grupo Aungui (filitos, mrmores, quartzitos, entre outras).

O mapa a seguir apresenta a geologia do Escudo Paranaense, com as suas grandes unidades litoestratigrficas, isto , unidades que representam conjuntos de rochas de mesma origem e idade. Chama a ateno no mapa uma primeira diviso, em dois blocos de dimenses semelhantes e separados por um contato sinuoso de direo geral N45oE. O bloco mais a leste, de cores mais claras, formado principalmente por rochas metamrficas de alto grau metamrfico e intruses granitides de composio variada. Ele dividido em dois grandes domnios tectnicos, denominados Lus Alves e Curitiba. O domnio Lus Alves engloba as rochas mais antigas do Sul do Brasil, principalmente metabsicas, metaultrabsicas, granulitos, charnockitos e outras de alto grau metamrfico, bem como os seus produtos de retrabalhamento tectnico (cataclasitos de um modo geral) e metamrfico (principalmente xistos de baixo grau). O domnio Curitiba compreende uma associao de gnaisses, migmatitos, granitos de anatexia e rochas resultantes do metamorfismo posterior, de grau mais baixo do que o de origem. Ocorrem ainda neste bloco as intruses granitides da Serra do Mar, cujas manifestaes vulcnicas so representadas pelos riolitos e andesitos da Formao Guaratubinha. Na regio de Curitiba, reconhece-se no mapa a extensa rede de depsitos sedimentares do Cenozico, preservados ao longo da bacia do Alto Rio Iguau e afluentes, sob o nome de Formao Guabirotuba. O bloco situado a oeste, representado em cores mais escuras no mapa, formado essencialmente por rochas metamrficas de baixo grau e intruses granitides de dimenses mais regionais do que as do bloco anterior. O baixo grau metamrfico das rochas que constituem os grupos Setuva e Aungui permite identificar facilmente a sua origem sedimentar ou gnea, ao contrrio das rochas de alto grau, que chegam a passar por fuso parcial e ter as suas estruturas e composies parcial ou totalmente modificadas. Outra caracterstica evidente deste bloco a estruturao em dobras mapeveis na escala regional, como as que ocorrem ao longo da zona de contato entre os dois blocos. A sinuosidade deste contato reproduz no mapa as grandes dobras da Formao Capiru sobre as rochas do Complexo Gnissico Migmtico Costeiro.

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GEOLOGIA DO ESCUDOCenozicoSedimentos Recentes Formao Guabirotuba Formao Alexandra

MesozicoIntrusivas Alcalinas Intrusivas Bsicas

Bacias Restritas

Paleozico-OrdovicianoGrupo Castro Formao Guaratubinha Formao Camarinha

Proterozico Superior e PaleozicoMetamorfito de contato Granitos subalcalinos Granitos e sieno-granitos Granitos alaskticos Granitos porfirticos Migmatitos e granitos de anatexia

Granitides Grupo Aungui

Proterozico SuperiorSeqncia Antinha Formao Itaiacoca Seqncia Abap Formao Capiru Formao Votuverava Rochas Metabsicas

Grupo Domnio Curitiba Setuva

Proterozico MdioFormao Perau Formao gua Clara Complexo Turvo-Cajati Complexo Apia-Mirim

Proterozico InferiorSute Grantica Foliada Formao Rio das Cobras Sute Gnissica Morro Alto Complexo Gnissico Migmtico Costeiro

Domnio Luis Alves

20

0

20 km

Arqueano-Proterozico InferiorComplexo Mfico Ultramfico de Pin Complexo Serra Negra

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ARQUEANO E PROTEROZICO INFERIORAs rochas arqueanas do Paran podem ser divididas petrograficamente em dois grandes grupos: metamorfitos de alto grau e metamorfitos de mdio a baixo grau. Entretanto este agrupamento muito genrico para os fins do mapeamento geolgico, de modo que se adota mais comumente, como um primeiro critrio de diviso, a natureza tectnica dos blocos de um escudo. A natureza tectnica dada, por sua vez, pela combinao de critrios litolgicos, estruturais, petrolgicos e geocronolgicos. Desta forma, o Arqueano e Proterozico Inferior do Escudo Paranaense so divididos em dois domnios tectnicos, denominados Lus Alves e Curitiba.

Domnio Lus AlvesCompreende os Complexos Granultico Serra Negra e Mfico Ultramfico de Pin. Complexo Granultico Serra Negra Este complexo forma pores isoladas dentro do Macio de Joinville, representando restos de embasamento Arqueano preservados dos eventos tectnicos e magmticos do Proterozico. Duas zonas mais extensas esto cartografadas no Mapa Geolgico do Paran: uma na regio de Pin-Tijucas do Sul, com aproximadamente 500 km2, e outra se estendendo entre So Joo da Graciosa e Serra Negra, at o limite com o Estado de So Paulo, com cerca de 700 km2 de rea aflorante. Em ambos os casos, as rochas arqueanas sustentam segmentos da Serra do Mar, merecendo destaque as de Serra Negra e de Santa Luzia, no setor norte do compartimento. Os metamorfitos de alto grau so associaes litolgicas essencialmente granulticas, de composio varivel entre ultramfica e cida, compreendendo noritos, enderbitos, metagabros, serpentinitos, esteatitos, granulitos gnissicos, dioritos, tonalitos e granodioritos gnissicos, entre outras variedades menos abundantes, com idades entre 2,8 a 2,2 bilhes de anos.

Os metamorfitos de mdio e baixo grau foram individualizados, dentro do Complexo Serra Negra, em trs associaes menores: uma associao de origem metassedimentar, com quartzitos e xistos micceos; uma associao de origem meta-vulcnica, com xistos e gnaisses magnesianos; e uma associao metavulcano-sedimentar, com gnaisses, xistos e quartzitos de composio muito variada, mas de modo geral rica em magnsio e ferro. Embora o critrio de agrupamento destas rochas seja o de associao geogrfica, reflete afinidades de natureza gentica. A estruturao geral destes metamorfitos mostra uma orientao mdia em torno de N20E, com mergulhos verticalizados, regionalmente concordantes com as encaixantes, refletindo dobramentos isoclinais e intensa transposio por cisalhamento. Dataes pelo mtodo K/Ar acusaram idades mnimas aparentes de 2.300 a 550 M.a. para as rochas analisadas na regio de Morretes e Antonina (Cordani, 1974). As idades mais antigas so correlacionveis com as de Pin e Barra Velha, cujas idades so de 3.400 milhes de anos (Minioli, 1972), situando-se no Arqueano Inferior.

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ARQUEANO E PROTEROZICO INFERIOR

Complexo Mfico-Ultramfico de PinEste complexo aflora imediatamente a leste de Pin, estendendo-se segundo uma direo geral N45E por uma distncia de aproximadamente 20 km e, com forma lenticular sinuosa, atinge largura mxima de 3 km. Sua rea de exposio alcana cerca de 35 km 2. Encaixa em terrenos migmatticos e granulticos, bem como no Granito Agudos do Sul.

Pode ser dividido em duas principais associaes litolgicas, uma metaultrabsica (fcies xistos verdes) e outra metabsica (granultica). A primeira inclui variedades magnesianas de gnaisses e xistos, enquanto a segunda compreende metamorfitos derivados de rochas bsicas, mais ricas em clcio e ferro, macias e de textura fina. Dataes pelos mtodos Rb/Sr e K/Ar acusaram um evento metamrfico de alto grau em torno de 2.000 milhes de anos, quando as rochas gneas do complexo foram levadas ao fcies granulito, com retrometamorfismo ao fcies de grau mdio, registrado entre 650 e 580 milhes de anos. Os dados petrogrficos e litoqumicos sugerem uma filiao magmtica nica para as associaes mficas e ultramficas de Pin. As associaes metaultrabsicas foram metamorfisadas em grau fraco (xisto verde) e correspondem possivelmente a ofiolitos (rochas da crosta ocenica).

Complexo Mfico Ultramfico de Pin Complexo Granultico Serra Negra DOMNIO LUS ALVES NO ESCUDO PARANAENSE

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PROTEROZICO INFERIOR E MDIODomnio CuritibaFormado durante o Proterozico, entre 2,1 bilhes e 580 milhes de anos, aflora na poro centro-sudeste e noroeste do compartimento. Consiste em uma seqncia de rochas que perderam suas caractersticas originais, tectono-fcies, formadas em diversos ambientes metavulcanosedimentares. Corresponde base das rochas dos Grupos Setuva e Aungui, deslocadas sobre o Domnio Lus Alves. Predominam as rochas gnissicas (biotita-anfiblio gnaisses) e migmatticas (mesossoma de biotitaanfiblio gnaisses e leucossoma de composio tonaltica-granodiortica), associadas a anfibolitos, gnaisses granticos, ncleos de gnaisses granulticos e rochas mfica-ultramfica toleticas (metaperidotitos, serpentinitos, xistos magnesianos, metapiroxenitos e corpos de gabros). A foliao NE-SW constitui o principal padro estrutural, marcado pelo achatamento e estiramento dos minerais.

Grupo SetuvaFormado no Proterozico Mdio (1.800 a 1.000 milhes de anos), subdivide-se nas formaes Perau e gua Clara. Formao Perau uma seqncia vulcano-sedimentar metamorfisada no grau fraco a mdio e retrometamorfisada. O ambiente formacional marinho desde litorneo, passando por guas rasas at profundas. constituda por quartzitos, rochas calcossilicatadas, mrmores, quartzo-mica xistos, xistos carbonosos, rochas metavulcnicas e formaes ferrferas. Nesta formao ocorrem mineralizaes de chumbo-zinco com prata e barita. Tem como principal feio estrutural a xistosidade associada com deformao dctil de baixo ngulo, direo nordeste e vergncia sudeste. Formao gua Clara uma sequncia vulcano-sedimentar, metamorfisada no grau fraco e retrometamorfisada. Depositada em ambiente marinho de gua rasa at profunda, preserva estruturas estromatolticas de algas fossilizadas. compem-se de rochas metavulcnicas bsicas e intermedirias, xistos manganesferos, quartzo-mica xistos, metamargas, formaes ferromanganesferas e calcrios calcticos.30 Grupo SetuvaDomnio Curitiba Sute gnissica Morro Alto Formao Rio das Cobras Complexo Costeiro Granito-gnaisses

Unidades do Proterozico Inferior e Mdio do Escudo Paranaense

PROTEROZICO SUPERIORGrupo AunguiFormado no Proterozico Superior (1.000 a 570 milhes de anos), constitui-se pelas formaes Capiru, Votuverava, Seqncia Antinha, Formao Itaiacoca e Seqncia Abap. Os conjuntos situam-se dentro de fatias tectnicas removidas de suas posies iniciais e reempilhadas de forma aleatria, sendo que a atual estratigrafia no original, refletindo os resultados desse empilhamento. A Bacia Aungui do tipo retroarco, situada entre um arco magmtico posicionado originalmente a oeste ou noroeste, representado pelo macio grantico de Trs Crregos, e uma rea continental a sudeste, pelo Domnio Curitiba. Seu fechamento se deu por compresso noroeste-sudeste, durante o Proterozico Superior, responsvel pela tectnica de cavalgamento, com transporte de massa para sul-sudeste, e mais tarde, pelas dobras do Sistema de Dobramento Aungui e pela tectnica transcorrente lateral direita. O metamorfismo do Grupo ocorreu durante o primeiro evento deformador, e os granitos intrudidos parecem ser contemporneos movimentao das falhas transcorrentes, com idades em torno de 500 M.a.Trs sistemas deformacionais foram reconhecidos no Grupo Aungui. O mais antigo, denominado Sistema de Cavalgamento Aungui, responsvel pela aloctonia do grupo, com conseqente seccionamento da coluna estratigrfica original em fatias ou lascas tectnicas, seguido de reempilhamento destas na forma de duplex. O metamorfismo que acompanhou esse evento do fcies xistos verdes, e a deformao heterognea. O segundo sistema um generalizado dobramento das estruturas anteriormente formadas. As dobras desse sistema variam de escala, estando nele includas estruturas como a antiformal do Setuva e a sinformal de Morro Grande. Como caracterstica principal, mostram eixos direcionados para nordeste, com caimentos menores que 20o, tanto para sudoeste quanto para nordeste. O terceiro sistema diz respeito a uma tectnica transcorrente, qual relacionam-se os principais lineamentos, como o da Lancinha e Morro Agudo. Foi denominado Sistema de Transcorrncia Lancinha, estando a ele associadas diversas falhas antitticas, sintticas e dobras escalonadas,

algumas inclusive com granitos intrudidos. As estruturas associadas evidenciam, pelo seu arranjo geomtrico em relao falha principal, uma movimentao lateral direita.

Formao CapiruFormada em regies de plataforma em margem continental passiva, algumas vezes de depsitos delticos. Apresenta mrmores dolomticos, filitos, quartzitos, metassiltitos, metargilitos e metarenitos.

Formao VotuveravaComposta de filitos, calcrios, quartzitos e metaconglomerados, apresenta depsitos com contribuio glacial (Bromado), seguido de espesso pacote de turbiditos (Coloninha) e carbonatos de guas mais rasas (Saiv).

Seqncia AntinhaConstitui-se de metarritmitos, metarenitos e metacalcrios e raros metaconglomerados. O empilhamento estratigrfico original parece preservado, no sendo identificadas falhas nos limites entre os conjuntos. A seqncia como um todo alctone ou parautctone, e o seu limite inferior de natureza tectnica.

Formao ltaiacocaOcorre junto com a Seqncia Abap entre os Complexos Cunhaporanga e Trs Crregos, sendo composta por mrmores dolomticos, metapelitos e metadoleritos intercalados. Esta formao desenvolveu-se em ambiente de plataforma carbontica em rifte de margem continental.

Seqncia AbapConstituda por depsitos de leques aluviais e fanglomerados depositados em calha profunda de rifte continental, composta por metarenitos e metarenitos feldspticos com intercalaes de rochas metavulcnicas e metavulcanoclsticas.Seqncia Antinha Seqncia Abap Formao Itaiacoca Formao Capiru Formao Votuverava

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Rochas granitidesExistem 42 corpos granticos mapeados no Estado do Paran, de formas e dimenses variadas, com a grande maioria apresentando um forte controle tectnico de direo NE. Uma reviso dos dados de campo e laboratrio, acumulados por inmeros estudos, feita por Chiodi Filho e colaboradores (1989), permitiu distinguir duas sutes regionais, com base na forma, composio e distribuio das intruses. A de maior expresso regional estende-se ao longo da borda sudeste do Escudo do Paran, formada por um conjunto de 25 corpos de granitos alcalinos, de formas polidricas a irregulares, menos freqentemente arredondadas. Eles se encaixam nos terrenos metamrficos de alto grau, sob regime tensional, e os seus contatos so claramente falhados, em consonncia com a sua origem tardi a pstectnica. Outra sute, de composio monzograntica a subalcalina, dominada pelos batlitos Trs Crregos e Cunhaporanga, com intruses menores associadas, encaixados nos metassedimentos do Grupo Aungui.Itaoca Morro Grande Banhado Carambe Trs Crregos Piedade Pula Sapo Trs Crregos Faxinal Alto Turvo Marumby Nagib Silva Serra do Tromom Nhaporanga Guaraqueaba Morro Grande Nagib Silva

Trs Crregos Joaquim Murtinho Cunhaporanga Trs Crregos Francisco Simas Francisco Simas So Domingos

Cunhaporanga

Trs Crregos Trs Crregos

Areia Branca

Mandira

Cerne Morro Grande Anhangava

Graciosa

Espigo do Feiticeiro

Serra da Igreja

As intruses granitides relaciona-se com as fases de evoluo da tectnica colisional proterozica, iniciando na fase pr-colisional (800-700 milhes de anos), com os complexos Cunhaporanga e Trs Crregos, migmatitos e granitos de anatexia brasilianos em ambiente de arco magmtico. Nas fases sin a tardicolisional (700-600 milhes de anos), formaram-se granitos gerados por fuso da crosta continental, Serra da Prata, Costeiro, Batlito Paranagu, na regio litornea e Morro Grande e Banhado no Primeiro Planalto. Nas fases tardi a ps-colisional (600-500 M.a.), ocorreram as intruses dos corpos concordantes e alongados, monzogranticos a lcali-sienogranitos no domnio de retroarco, compreendendo os granitos Cerne, Passa Trs e Piedade. O ltimo episdio, na fase ps-colisional (550-500 M.a.), corresponde aos corpos discordantes e arredondados, lcali-granticos, representados pelos granitos Graciosa, Marumbi, Morro Redondo e Anhangava na Serra do Mar, e alaskitos, na faixa noroeste do compartimento, denominados granitos Francisco Simas, Joaquim Murtinho e Carambe.

Serra das Canasvieiras Serra da Igreja Serra da Prata

Pedra Branca de Araraquara Morro Redondo

Fases de granitognese

Agudos

ps-colisional - 550-500 milhes de anos tardi a ps-colisional - 600-500 milhes de anos sin a tardicolisional - 700-600 milhes de anos pr-colisional - 800-700 milhes de anos

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PALEOZICO INFERIORFormao CamarinhaEsta seqncia sedimentar ocorre a noroeste de Campo Largo, contiguamente falha da Lancinha e Bacia do Paran. Tem sido interpretada como um dos resqucios da sedimentao tardiorognica do embasamento cristalino paranaense. Sua espessura estratigrfica ultrapassa 1.000 m. As litologias da Formao Camarinha compreendem siltitos, conglomerados, arcsios e argilitos, exibindo passagens rtmicas entre si. Sem evidncias de metamorfismo e recristalizao, esta seqncia mostrase dobrada em estruturas dos tipos anticlinal e sinclinal, cujos eixos tm o o caimento para NE e os flancos mergulham em ngulos de 30 a 80 para NW e SE. Estas rochas exibem contatos normais e tectnicos com o Grupo Aungui. O contato com a Formao Furnas sobrejacente bem definido, com uma discordncia angular separando as duas formaes. Estas relaes de contato permitem atribuir-lhe uma idade paleozica inferior. Suas caractersticas deposicionais indicam ambiente de sedimentao marinha, em rifte epicontinental, com transporte pouco acentuado.

Grupo CastroRecoberto a oeste pela Formao Furnas e delimitado a leste por uma falha, o Grupo Castro se justape s unidades proterozicas e cambrianas representadas pelo complexo grantico Cunhaporanga e pelos granitos Carambe e Joaquim Murtinho. Trata-se de um pacote de rochas vulcnicas e sedimentares intercaladas, de idade ordoviciana. As rochas vulcnicas so dominantemente cidas, com riolitos e piroclsticas (brechas e tufos) de vrios tipos, sendo os andesitos menos abundantes. Estas rochas contm feies de vulcanismo subareo ( bombas e lapilli, por exemplo) e subaquoso (almofadas e intercalaes de rochas sedimentares). As rochas sedimentares so representadas por conglomerados, arenitos, siltitos e lamitos depositados em ambientes lacustres e fluvial. Estas associaes litolgicas indicam uma origem em bacia associada a falhamentos da plataforma sul-americama. O Grupo Castro contm mineralizaes de ouro associadas a domos riolticos e falhas.

Formao GuaratubinhaA Formao Guaratubinha, descrita por Fuck et alii (1967), um conjunto de rochas sedimentares e vulcnicas repousando em discordncia angular sobre migmatitos e granitos do embasamento cristalino. Contatos por falhas so visveis ao longo da borda ocidental da unidade. O referido conjunto apresenta litologias cujas relaes estratigrficas no esto claramente definidas. Uma seqncia vulcnica cida repousa diretamente sobre os gnaisses e migmatitos, com riolitos, ignimbritos, tufos e brechas vulcnicas, recortados localmente por diques de microgranito, riolitos, prfiros e felsitos. Outra seqncia vulcnica, de carter intermedirio, constituda por lavas e tufos andesticos, subordinadamente dacitos. A seqncia sedimentar compreende arcsios, siltitos, argilitos e conglomerados polimticos. A formao est perturbada por intenso falhamento, com zonas de cataclase e dobras de arrasto observadas junto s falhas, principalmente ao longo dos contatos com o embasamento cristalino. Por suas semelhanas litolgicas e estruturais, a Formao Guaratubinha correlaciona-se ao Grupo Castro e Formao Campo Alegre, do Grupo Itaja, em Santa Catarina.33

BACIAS VULCANO-SEDIMENTARES E SEDIMENTARES PALEOZICAS

Grupo Castro

Arenitos mdios a grosseiros, conglomerticos e siltitos esbranquiados. Conglomerados, aglomerados e brechas vulcnicas Diques de microdioritos e quartzo-microdiorito (K-Ar 127 + 7 a 160 + 26 M.a.) Domos de riolito macios (Idades Rb-Sr: 445 M.a.) Riolitos fluidais, possveis ignimbritos Siltitos sericticos, argilitos e arcsios com conglomerados locais Tufos cinerticos, lticos e laplicos com pequenas intercalaes de riolitos fluidais

Formao Camarinha

Conglomerados Granito-gnaisses e gnaisses, gnaisses bandados, gnaisses ocelares com intercalaes de xistos Metassedimentos sltico-argilosos incluindo filitos, arcsios, sericita xistos e quartzo-sericita xistos Sericita-quartzo filitos, metassiltitos, quartzitos, sericita-muscovita xistos e metassiltitos Siltitos, siltitos argilosos, argilitos e arenitos arcosianos

Formao Guaratubinha

Andesitos e dacitos (Idades Rb-Sr 530-550 +-15 M.a.) Riolitos e piroclsticos cidos, possveis ignimbritos

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MESOZICOEmbora representado, no Paran, pelos extensos derrames baslticos do Terceiro Planalto, o perodo Mesozico tambm pode ser identificado na rea do Escudo por meio de dois tipos de associaes de rochas. O mais abundante o enxame de diques bsicos, subparalelos e orientados para N45oW, formados pela cristalizao do magma dentro das fraturas pelas quais este ascendeu superfcie da crosta. A outra associao de rochas mesozicas do Escudo Paranaense formada pelos complexos alcalinos e carbonatticos que ocorrem no Vale do Ribeira.

Diques de rochas bsicasRelacionam-se com a evoluo estrutural da Bacia do Paran, na fase de magmatismo basltico, e so intrusivos nas fraturas distensivas nordeste. As manifestaes bsicas so formadas por diques de diabsio e diorito, sendo notvel o enxame destes na faixa central do Escudo, com direo geral noroeste-sudeste, associados estrutura denominada Arco de Ponta Grossa.

Rochas alcalinas e carbonatitosAs rochas alcalinas e carbonatticas so representadas por dezenas de corpos, a maioria deles constitudos por pequenos diques e plugs sem expresso superficial. Os mais expressivos so os macios alcalinos do Banhado e de Tunas, e os carbonatitos de Mato Preto e Itapirapu. Suas encaixantes so rochas granitides do Complexo Trs Crregos e rochas metassedimentares do Grupo Aungui. As manifestaes alcalinas e carbonatticas correspondem a duas fases intrusivas distintas, com idades de 110-100 milhes de anos e 73-67 milhes de anos, respectivamente.

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ROCHAS GNEAS MESOZICAS DO ESCUDO PARANAENSE

Macio Alcalino do Banhado Carbonatito da Barra do Itapirapu

Carbonatito do Mato Preto

Macio Alcalino de Tunas

Rochas alcalinas e carbonatitosCarbonatitos, fenitos e lamprfiros Fonolitos, tinguaitos, nefelina-sienitos e carbonatitos Nefelina-sienitos, foiaitos, malignitos, ijolitos, essexitos e urtitos Sienitos, alcali-sienitos, pulaskitos, nordmarquitos, gabros alcalinos e brechas vulcnicas

Rochas bsicas

Diques de diabsio e diorito Diques de microdioritos e quartzo-microdiorito

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A BACIA DO PARAN

Cobertura Sedimentar PaleozicaGrupo Guat - Idade Permiano MdioAflora no Segundo Planalto Paranaense e compreende as rochas sedimentares paleozicas da Bacia do Paran. Limita-se a leste pelas rochas pr-devonianas do Escudo e ao norte e sul adentra os estados de So Paulo e Santa Catarina. A leste recoberta pelos derrames baslticos, sendo desconhecidos os seus limites. Formao Palermo Formada em ambiente de plataforma epinertica e plancie litornea, consiste de siltitos cinzentos, com laminao paralela, flaser e bioturbao. Formao Rio Bonito Constituda por arenitos, siltitos, folhelhos, carves e calcrios, contm os membros Siderpolis, Paraguau e Triunfo. Membro Siderpolis - arenitos finos de plancie litornea. Membro Paraguau - depositado em plancie de mars e plataforma, constitudo por arenitos e siltitos cinzentos, esverdeados e amarronzados, intercalaes de nveis calcrios, micrticos e estromatolticos. Apresenta laminao plano paralela e ondulada, microestratificao cruzada e bioturbao. Membro Triunfo - depsitos flvio-delticos de arenitos cinzentos esbranquiados, finos a grosseiros, nveis conglomerticos, siltitos, folhelhos carbonosos e estratificao cruzada, marcas onduladas e camadas de carvo (Figueira e Salto Aparado).

Grupo Paran - Idade devonianaFormao Furnas Depositada em ambiente aluvial e litorneo. Constituda por arenitos mdios a grosseiros com estratificaes cruzada e horizontal, subordinadamente arenitos conglomerticos e siltitos esbranquiados. Formao Ponta Grossa Oriunda de depsitos litorneos e de plataforma, formada por folhelhos e siltitos cinzentos, localmente betuminosos, com intercalaes de arenitos muito finos, esbranquiados. Apresenta estruturas como laminao paralela, ondulada e flaser.

Grupo Passa Dois - Idade Permiano SuperiorFormao Irati Compreende os membros Taquaral e Assistncia. O Membro Taquaral, formado em plataforma rasa, constitudo por argilitos e folhelhos cinzentos com laminao paralela. O Membro Assistncia, depositado em bacia restrita, formado por folhelhos pretos, pirobetuminosos, com intercalaes de calcrio e laminao paralela. Formao Serra Alta Depositada em plataforma epinertica, compe-se de lamitos e folhelhos cinzentos, escuros, macios e microlaminados. Formao Teresina constituda por siltitos acinzentados com intercalaes de calcrio micrtico e estromatoltico, de ambiente de plancie de mars e plataforma epinertica. Apresenta laminao paralela, ondulada e flaser. Formao Rio do Rasto Compreende os membros Morro Pelado e Serrinha. O Membro Morro Pelado, depositado em ambiente fluvial e de plancie deltica, contm siltitos e argilitos avermelhados e arenitos finos intercalados. O Membro Serrinha, desenvolvido em ambiente de frente deltica e plancie de mars, contm siltitos e arenitos esverdeados muito finos, micrticos e calcarenitos.38

Grupo Itarar - Idade Carbonfero-Permiano InferiorFormao Rio do Sul Formada em ambientes litorneos de plataforma periglacial e deltica, compe-se de folhelhos e siltitos cinzentos dos membros Passinho e Guarana, arenitos finos a mdios, esbranquiados, diamictitos e raras camadas de carvo de Ribeiro Novo. As estruturas so laminao paralela, ondulada, microcruzada e convoluta. Formao Mafra Constituda por depsitos de plancie litornea e de plataforma periglacial, tem como litologias arenitos finos a grosseiros, esbranquiados e amarelados, siltitos e ritmitos, com estratificao cruzada, horizontal, paralela rtmica e ondulada. Formao Campo do Tenente Originada de depsitos flvio-glaciais, constitui-se por arenitos grosseiros, avermelhados, siltitos, ritmitos e diamictitos (arenitos Vila Velha e Lapa). Apresenta estratificao cruzada horizontal e camadas contorcidas.

COBERTURA SEDIMENTAR PALEOZICA DA BACIA DO PARAN

Grupo Passa DoisFormao Rio do Rasto Formao Teresina Formao Serra Alta Formao Irati

Grupo GuatFormao Palermo Formao Rio Bonito

Grupo ItararFormaes Rio do Sul, Mafra e Campo Tenente

Grupo ParanFormao Ponta Grossa Formao Furnas

N

20

0

20 km

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Cobertura Sedimentar e Vulcnica Mesozica

Grupo So BentoCessada a deposio da Formao Rio do Rasto, sobreveio um ciclo erosivo de propores continentais no Trissico Mdio, denominado Gonduana. Aps este ciclo foi formado o Grupo So Bento, compreendendo: Formaes Pirambia e Botucatu - seqncias sedimentares continentais formadas no Trissico-Jurssico. Formao Serra Geral - constituda por extensos derrames de rochas gneas, predominando basaltos, de idade jurssica-cretcica. O Membro Nova Prata formado por rochas gneas, variando de bsicas a cidas, compreendendo basaltos prfiros, dacitos, riodacitos e rilitos. As atividades tectono-magmticas que ocorreram durante o Mesozico afetaram os demais compartimentos com a reativao do Arco de Ponta Grossa, representado por denso enxame de diques de diabsio, diorito, diorito prfiro e quartzo diorito. A relao entre o arqueamento e o aparecimento de fraturas crustais paralelas preenchidas por diques bsicos demonstra que as mesmas condies poderiam ter propiciado a colocao dos corpos intrusivos alcalinos no Escudo.

Grupo BauruFormado no final do Cretceo, constitudo pelas rochas sedimentares das Formaes Caiu, Santo Anastcio e Adamantina. Formao Adamantina Depositada em ambiente de plancie aluvial, compem-se de arenitos muito finos a finos, bancos de lamitos e siltitos. Apresenta estratificao cruzada e plano paralela como estruturas sedimentares. Formao Santo Anastcio Sua deposio se deu em ambiente de plancie aluvial. formada por arenitos muito finos a mdios, com raros leitos de lamitos avermelhados. Suas estruturas sedimentares so estratificaes dos tipos cruzada e plano paralela. Formao Caiu Constituda por depsitos de ambientes elico e fluvial, representados por arenitos finos a mdios, arroxeados, apresenta estratificao cruzada de grande porte.

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COBERTURA SEDIMENTAR E VULCNICA MESOZICA DA BACIA DO PARAN

Grupo Bauru

Formao Adamantina Formao Santo Anastcio Formao Caiu Formao Serra Geral Membro Nova Prata Formaes Pirambia e Botucatu

Grupo So Bento

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SEDIMENTOS CENOZICOSFormao AlexandraOcorre na regio de Alexandra, municpio de Paranagu, sendo constituda por depsitos de carter continental originados do intemperismo das rochas cristalinas da Serra do Mar. Sua base arenosa ou rudcea, com arcsios, areia grossa, mdia e fina, seixos e cascalhos.

Formao GuabirotubaOcorre nas regies de Curitiba e Tijucas do Sul. Depositada aps sucessivas fases erosivas que desenvolveram a superfcie do Alto Iguau, seguida por uma fase erosiva de clima mido que dissecou esta superfcie. Posteriormente iniciou-se a deposio em ambiente semi-rido, com chuvas torrenciais formando depsitos tipo playa-lake, constitudos por argilitos, arcsios, depsitos rudceos e margas.

Sedimentos inconsolidadosAs rochas do Estado do Paran esto local e parcialmente recobertas por sedimentos inconsolidados oriundos da eroso e deposio das litologias mais antigas intemperizadas. O processo formador hidrulico-deposicional, fluvial no interior do continente, condicionado s calhas de drenagem dos rios e plancies de inundao, e marinho e deltico, na faixa litornea. Os depsitos coluviais provenientes de movimentos de massa ocorrem em reas localizadas em encostas. A formao destes depsitos iniciou no perodo Quaternrio e continua ocorrendo devido ao avano do intemperismo, eroso e retrabalhamento dos sedimentos anteriormente formados. Os depsitos de terrao mais antigos passam, com o avano do processo erosivo, a constituir paleoterraos.

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SEDIMENTOS CENOZICOS DO PARAN

N

50

0

50 km

Unidades sedimentaresDepsitos em rampas e espiges Sedimentos de deposio fluvial (interior) e flvio lacustre marinha (litoral) Depsitos de mangue Sedimentos de fundo de baa Sedimentos de origem marinha e praial Depsitos aluviais em terraos Formao Alexandra Formao Guabirotuba 43

OS RECURSOS MINERAIS

IMPORTNCIA DOS RECURSOS MINERAIS

Os bens minerais tm importncia significativa para a sociedade, a tal ponto que as fases de evoluo da humanidade so divididas em funo dos tipos de minerais utilizados: idades da pedra, do bronze, do ferro, etc. Nenhuma civilizao pode prescindir do uso dos bens minerais quando se pensa em qualidade de vida. Os recursos minerais detm a capacidade de alavancar a economia de uma regio, gerando oportunidades de emprego, renda, desenvolvimento social e econmico. Diversos minerais tm importncia por constiturem a base do processo produtivo. Por exemplo: o calcrio a matria-prima bsica para a indstria do cimento e de corretivo de solos para a agricultura; as argilas especiais so a base das indstrias da cermica branca, sanitria, refratria e de isolantes eltricos; o petrleo, gs, carvo, folhelho pirobetuminoso (xisto) e turfa so geradores de energia e insumos para a indstria qumica. Uma pessoa consome direta ou indiretamente cerca de 10 toneladas/ano de produtos do reino mineral, abrangendo 350 espcies minerais distintas. A construo de uma residncia um exemplo desta diversidade. A indstria da minerao disponibiliza para a sociedade recursos minerais essenciais ao seu desenvolvimento, sendo a intensidade de aproveitamento dos recursos um indicador social. Tomando como exemplo o consumo per capita de agregados para a construo civil (areia + brita), este reflete a real intensidade estrutural de uma sociedade, pois est associado diretamente s vias de escoamento de produo, obras de arte, como viadutos e pontes, saneamento bsico, hospitais, escolas, moradias, edifcios, energia eltrica e diversos elementos intrnsecos ao desenvolvimento econmico e social de uma nao. Como o crescimento scio-econmico implica maior consumo de bens minerais, torna-se importante garantir a disponibilidade dos recursos demandados pela sociedade. Existe, portanto, uma relao direta entre desenvolvimento econmico, qualidade de vida e consumo de bens minerais.

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MINERAO E MEIO AMBIENTE

O fato de a minerao ser vista como uma atividade agressiva ao meio ambiente deve-se principalmente a dois fatores, normalmente combinados: o carter rudimentar das operaes de lavra e beneficiamento e a estratgia predatria de parte das empresas do ramo. O primeiro fator decorre do fato de que as frentes de lavra envolvem operaes de engenharia pesada que, se mal planejadas e executadas, produzem impactos ambientais profundos, ainda que geralmente restritos aos seus entornos imediatos. Por outro lado, devido aos altos custos destas operaes e incerteza da manuteno dos preos dos minrios no mercado, as empresas tendem a conduzir as suas lavras de forma predatria, extraindo as zonas mais ricas das jazidas, de modo a reduzir os prazos de retorno financeiro e as taxas de risco dos empreendimentos. A realidade atual est mudando, por efeito de uma fiscalizao ambiental cada vez mais eficiente e priorizada pelo poder pblico, bem como pela disponibilidade de tecnologias de controle e recuperao ambiental mais adequadas s necessidades da indstria mineral. A adoo de estratgias de mercado mais eficazes, tais como a verticalizao e a diversificao da produo, tem contribudo tambm para que a minerao brasileira abandone rapidamente a sua natureza de indstria rudimentar para adotar os recursos tecnolgicos e gerenciais compatveis com a conservao ambiental. Isto favorecido pelo carter normalmente local dos seus impactos ambientais e pela visibilidade fsica das suas operaes, que facilitam a fiscalizao e o controle.

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POTENCIAL MINERAL DO PARAN

A tabela a seguir apresenta o potencial mineral das unidades geolgicas do territrio paranaense. Alguns dos recursos minerais mais importantes so comentados abaixo, de modo a destacar para o leitor quais deles so mais utilizados pela indstria de transformao mineral, mesmo que ainda no sejam explorados no Paran. Nos sedimentos recentes que recobrem as demais unidades geolgicas do Paran, merecem ateno os depsitos de diamante do rio Tibagi, que j foram explorados no passado para uso industrial, e a zirconita que acompan