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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP PÓLO DE APOIO PRESENCIAL SANTA BARBARA D’OESTE – SP UNIDADE DE ENSINO SANTA BÁRBARA D’ OESTE CURSO ALUNO: FLORA MARIA SANCHEZ MAYORAL RA: 4932931566 ALUNO: IRACILDA MARIA DA SILVA RA: 1299927318 ALUNO: JESSICA MILANE URBANO DE RA: 4355822656 ALUNO: KENIA BARRETO GARCIA PIAI RA: 4732905143 ALUNO: SIMONE GARCEZ SOTO RA: 4573912885 DISCIPLINA: FILOSOFIA ATIVIDADE: Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Psicologia da TUTOR A DISTÂNCIA: CLAUDIA UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

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PÓLO DE APOIO PRESENCIAL SANTA BARBARA D’OESTE – SP

UNIDADE DE ENSINO

SANTA BÁRBARA D’ OESTE

CURSO

ALUNO: FLORA MARIA SANCHEZ MAYORAL RA: 4932931566

ALUNO: IRACILDA MARIA DA SILVA RA: 1299927318

ALUNO: JESSICA MILANE URBANO DE SÁ RA: 4355822656

ALUNO: KENIA BARRETO GARCIA PIAI RA: 4732905143

ALUNO: SIMONE GARCEZ SOTO RA: 4573912885

DISCIPLINA: FILOSOFIA ATIVIDADE: Atividade Prática Supervisionada (ATPS) entregue como requisito para conclusão da disciplina “Psicologia da Educação”.TUTOR A DISTÂNCIA: CLAUDIA MARIA DE

SOUZA OLIVEIRA

Santa Bárbara D’ Oeste, 15 de setembro de 2012.

A CONTRIBUIÇÃO DE FREUD

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“É quase impossível conciliar as exigências

do instinto sexual com as da civilização.”

(Freud)

“A nossa civilização é em grande parte

responsável pelas nossas desgraças.

Seríamos muito mais felizes se a

abandonássemos e retornássemos às

condições primitivas.” (Freud)

Mesmo que no começo de seu trabalho Freud tenha sido desacreditado, seu

nome foi posteriormente consagrado. Assim, a rápida adesão à psicanálise tornou-se um

assunto de interesse para diversos autores. Richard Webster (1999) escreve com a

intenção de “explicar porque um sistema psicológico cuja linguagem e conceitos podem

a princípio parecer estranhos e inquietantes foram experimentados por tantas pessoas

como conhecidos e tranquilizadores” (p.11). O mesmo autor explica essa rápida adesão

considerando a psicanálise como “uma reconstrução sutil, em forma contestadora e

moderna, das mais antigas doutrinas religiosas e ideologias sexuais” (p. 21).

Curiosamente, o êxito e o prestígio de Freud, vinha do fato de terem trabalhado

para a destruição tanto da moral religiosa como também do culto do homem iniciado

pelo Humanismo renascentista. Freud mostrou ao mundo o Homem sendo um poço sem

fundo de ignomínias.

Assim como afirma o próprio texto sugerido para análise na ATPS

(www.culturabrasil.pro.br/freud.html), “Freud sempre achou que existia um certo

conflito entre os impulsos humanos e as regras que regem a sociedade”, sociedade esta

composta justamente pelo homem que não foi capaz de erigi-la de forma saudável, mas

que segundo o pai da Psicanálise, a formou a partir da repressão das maiores

necessidades, segundo ele, as sexuais.

De modo geral, o que se transmite é que Freud é o responsável pela descrição do

desenvolvimento afetivo-emocional das crianças. Esse desenvolvimento, ainda segundo os textos de

divulgação, se constituiria de três fases denominadas pelo próprio de fase oral, fase anal e fase fálica. De

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fato, a descrição das fases de desenvolvimento são freudianas, porém sua formulação se deve a Karl

Abraham, um de seus discípulos. Segundo Maria Cristina Kupfer (cujo livro cito logo mais na

bibliografia), Freud não teve a intenção de descrever o “desenvolvimento emocional de uma criança”,

no entanto foi assim que sua teoria foi difundida em nosso meio. “Freud queria, de fato, que sua teoria

constituísse, entre outras coisas, um modelo da construção dos processos através dos quais um

indivíduo se torna um ser sexuado.” Visto que uma de suas descobertas tida pela sociedade (a mesma

sociedade que Freud trata como influenciadora de neuroses e traumas) como mais importante, foi a

teoria de que a sexualidade se forma, ou se constrói, não sendo determinada pela Biologia, onde se

apoiaria o comportamento homossexual, tendo a partir disso se interessado em descrever tal

construção onde a teoria das pulsões e o complexo de Édipo são destacadas.

Segundo Kupfer (2004) e Millot (1987), entre as 3.667 páginas que compõem as

Obras Completas de Freud, em nenhuma delas o autor teve a intenção de formular

novas teorias pedagógicas que pudessem reger a educação. E em somente menos de 200

páginas encontramos reflexões superficiais ou críticas sobre o tema.

Ainda segundo Millot, antes de realizar descobertas sobre o tema da sexualidade

infantil, Freud salientava a necessidade de se promover, uma reforma na educação,

“responsável direta pelas neuroses” devido à influência da moral, repressora da

sexualidade, promotora da castidade entre os adolescentes (na época) e da apologia da

família nos padrões “normais” da sociedade, na gênese das neuroses. Freud dirigiu

duras críticas à educação em Moral sexual “civilizada” e doença nervosa moderna, onde

defende a estreita relação entre as tendências perversas manifestas na sexualidade de um

adulto e a proibição, por parte da educação, da prática sexual genital na adolescência. 

É interessante lembrar porém, que tal reforma sugerida pelo teórico, não pode

ser tratada apenas como um de seus sonhos, mas essa mesma reforma pode ser

observada hoje, até mesmo a olhos leigos na sociedade. Vemos uma educação contrária

ao que criticava Freud em sua época, uma educação que hoje não é repressora da

sexualidade, não é promotora da castidade, (aliás a maioria dos educandos não sabe o

que é isto), e muito menos faz apologia aos padrões de família da sociedade, visto que

esses padrões já não existem mais.

Bom, a reforma foi feita, porém, obtivemos os resultados almejados? Nunca se

viu como nos dias de hoje os consultórios psicológicos e psicanalíticos tão abarrotados

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de neuroses. As próprias instituições de ensino que aplicam os pensamentos freudianos,

vêem hoje a necessidade de se manter um psicólogo sempre a disposição dos alunos.

As contribuições de Freud para a educação, a partir dos adeptos a teoria freudiana, se

resumiriam em direcionar o educador na tarefa de educar, tarefa esta que o próprio teórico não

confiava ser possível. “Eduque-o como quiser, de qualquer maneira há de educá-lo mal (Freud).”

Pois o ser humano vive numa constante luta entre suas forças internas, regidas pelo princípio do

prazer (id) e as forças externas que impõem juízos de valor (superego) sobre esses desejos.

Precisando o educador buscar um equilíbrio que supostamente existe entre essas forças para que a

aprendizagem pudesse ocorrer de forma efetiva.

O médico judeu traz a psicanálise como meio de compreender o fenômeno educativo através

do conhecimento do psique humano, oferecendo bases para se pensar em uma pedagogia que vise

diminuir os efeitos prejudiciais da repressão e das neuroses. Freud pregou que um dos meios para

evitar o aparecimento de sintomas neuróticos seria oferecer uma educação não-repressiva que

respondesse aos questionamentos da criança à medida que eles fossem surgindo. Ele também

acreditava que os sintomas neuróticos poderiam resultar em certa inibição intelectual. “É

inquestionável que a pura liberdade não educa e não cria indivíduos saudáveis; pelo contrário, cria

inadaptados, narcísicos que acreditam que o mundo gira à sua volta e que nada existe além de suas

necessidades individuais.” (Audrey Souza, 2003, p.144)

A partir da apresentação de tal tese, ouso destacar em oposição ao método liberalista de

Sigmund, que combate o método repressivo na educação, o Método Preventivo, do educador italiano

Dom Bosco (esse sim, confiante na educação), conhecido como pai e mestre da juventude, que

prescreve que o coração do aluno seja conquistado pelo professor através do afeto, “fazendo-se amar,

para fazer-se respeitar”.

A BIOLOGIA DA INTELIGÊNCIA

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Considerado um dos maiores pensadores do século XX, o suíço Sir Jean William

Fritz Piaget, filho de pais socialistas, tendo ingressado já na adolescência no “Clube dos

amigos da natureza”, se forma primeiramente como biólogo.

Confessa em sua autobiografia que teve posteriormente seu interesse por

psicanálise e psicologia patológica despertado devido à precariedade da saúde mental de

sua mãe. Já a paixão pela Filosofia em Piaget, se deu através de uma decepção religiosa.

Tendo freqüentado a “Instrução religiosa” protestante, por obediência a sua mãe, tomou

conhecimento das bem conhecidas “Cinco provas da existência de Deus” de Aristóteles,

que julgou serem argumentos frágeis demais, como ele mesmo descreve em sua

Autobiografia.

A partir de leituras como o anti-intelectualismo de Bérgson, passou a admirar a

filosofia discutida por aqueles que não eram teólogos. “A identificação de Deus com a

própria vida foi uma idéia que me estimulou quase ao êxtase, porque me possibilitou ver

a explicação da origem de todas as coisas e de mim mesmo na Biologia” (Piaget, Jean

1980). Suas teses e estudos sobre o desenvolvimento das deias portanto, logicamente

são baseados somente na ciência biológica humana, deixando de lado a Inteligencia

humana como uma das potências da alma racional, assim como são também a Vontade e

a Sensibilidade, estudadas desta forma pela Filosofia.

Tendo se doutorado em ciências, em 1919 Piaget iniciou os testes de raciocínio

lógico em crianças parisienses, no início, sem muito entusiasmo. Apresentou como

observação, que a lógica não é inata, mas é desenvolvida pouco a pouco. Teve por

objetivo a descoberta de uma embriologia da inteligência.

Os estudos do suíço, assim como outras na linha da psicologia, busca

compreender o desenvolvimento do ser humano, trazendo como diferencial a tentativa de

integração entre o materialismo mecanicista e o idealismo. Desenvolveu também o que

chamou de Epistemologia Genética, através de suas pesquisas sobre a construção do

conhecimento. A teoria se propõem a explicar como o conhecimento é formado em nossa

psique desde nossa infância.

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Piaget sugere que os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de

exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam. A inteligência do indivíduo,

como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta

interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta

interação, mais “inteligente” será o indivíduo. As teorias piagetianas abrem campo de

estudo não somente para a psicologia do desenvolvimento, mas também para a

sociologia e para a antropologia.

A construção da inteligência dá-se, segundo Piaget em etapas sucessivas, com

complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. O desenvolvimento mental,

verbal e motor se dariam, portanto, em quatro períodos, o sensório-motor, o pré-

operatório, o das operações concretas e o das operações formais. Ainda segundo o

mesmo, cada período seria caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue

fazer dentro de cada faixa etária.

HENRI PAUL HYACINTHE WALLON

O francês Henri Paul Hyacinthe Wallon foi um homem de muitas formações.

Além de filosofo e médico, foi também político Marxista. Porém sua postura política

não aparece como forte influenciadora de suas ideias, que iam a oposição ao

materialismo histórico. Sempre demonstrou maior importância a afetividade e emoção

do que a racionalidade.

Em 1947, propôs mudanças no sistema educacional francês. Se colocou a frente

de um projeto de reforma do ensino, que constava que nenhum aluno deveria ser

reprovado numa avaliação escolar.

Em suas obras defende que o processo de aprendizagem é dialético, sujeito a

mutabilidade e que não é adequado postular verdades absolutas, mas, sim revitalizar

direções e possibilidades.

Uma das consequências desta postura foi a crítica às concepções reducionistas:

Wallon propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação a seu caráter cognitivo

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quanto ao caráter afetivo e motor. Porém, para ele, o conhecimento seria menos

importante que a afetividade e a cordenacão motora.

Wallon reconhece que o fator orgânico é a primeira condição para o

desenvolvimento do pensamento; ressalta, porém, que as potencialidades psicológicas

dependem especialmente do contexto sócio-cultural. O desenvolvimento do sistema

nervoso, então, não seria suficiente para o pleno desenvolvimento das habilidades

cognitivas.

O desenvolvimento não seria, na obra walloniana, um fenômeno suave e

contínuo; pelo contrário, o desenvolvimento seria permeado de conflitos internos e

externos.

Para Wallon, a cognição está alicerçada em quatro categorias de atividades

cognitivas específicas, às quais dá-se o nome de “campos funcionais”. Os mesmos

seriam o movimento, a afetividade, a inteligência e a pessoa.

É interessante destacar que o francês tras como significado de pessoa,

simplesmente uma de quatro categorias cognitivas sugeridas por ele. Da o nome de

pessoa um dos compos funcionais constituido de subconjuntos como o motor, afetivo e

o cognitivo. Esse campo funcional coordenaria os demais, mas não de modo absoluto,

pois entre os campos podem existir conflitos. A dialética certamente era algo sempre

presente em suas conclusões. Wallon contraditóriamente, em alguns momentos, sugere

que em qualquer momento ou fase de desenvolvimento, a pessoa é sempre uma pessoa

completa.

Aproveito para fazer rapidamente, uma alusão a tese marxista, ou melhor, a tese

de Hegel, o autor idealista seguido por Karl Marx, que defendia a concepção dialética

do ser. Assim, o Ser seria idêntico ao seu contrário. Essa concepção de ser certamente é

absurda, pois o Ser é idêntico a si mesmo e não ao seu contrário.

Wallon acreditava na existência de três leis que regulam o processo de

desenvolvimento da criança em direção ao adulto: a lei da alternância funcional, a da

preponderância funcional e a da integração funcional.

A primeira, chamada lei da alternância funcional, indica duas direções opostas

que se alternam ao longo do desenvolvimento: uma centrípeta, voltada para a

construção do eu e a outra centrífuga, voltada para a elaboração da realidade externa e

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do universo que a rodeia. Essas duas direções se manifestariam supostamente

alternadamente, constituindo o ciclo da atividade funcional. E novamente podemos

identificar a ideia dialética do teórico.

A segunda seria a lei da sucessão da preponderância funcional, na qual as três

dimensões ou subconjuntos preponderam, alternadamente, ao longo do desenvolvimento

do homem: motora, afetiva e cognitiva. Segundo Wallon, a função motora predomina

nos primeiros meses de vida da criança, enquanto as funções afetivas e cognitivas se

alternam ao longo de todo o desenvolvimento, ora visando a formação do eu

(predominância afetiva), ora visando o conhecimento do mundo exterior

(predominância cognitiva).

Por ultimo, se entenderia a chamada lei da diferenciação e integração funcional,

que trata sobre as novas possibilidades que se integram às conquistas dos estágios

anteriores no estágio subsequente.

Com certeza a tarefa de educar demanda posturas e conhecimentos diferenciados

da parte do professor, pois ele desempenha o papel de mediador do processo escolar de

aquisição da cultura pelo aluno, e, portanto, de cultivador de aptidões. Desta forma,

apresenta-se a nós uma tarefa complexa, que requer habilidades e conhecimentos

específicos, autoconhecimento e conhecimento do universo social do professor e do

aluno, para aí então tomar decisões comprometidas com a constituição da pessoa do

aluno.

A TEORIA DE VYGOTSKY

Lev Semenovich Vygotsky, um russo, assim como Freud era judeu, um

advogado judeu. Depois estudou também História e filosofia. Tendo vivido entre os

séculos XIX e XX, presenciou fatos históricos de influenciaram profundamente seus

conceitos.

Vygotsky é um marxista e tenta desenvolver uma Psicologia, com estas

características. Lembrando que o mesmo não se formou em psicologia, tendo já há muito

iniciado suas pesquisas se graduou em medicina.

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Todas as suas construções teóricas têm os experimentos como seu ponto de

partida. Nos textos, no entanto, muitas vezes, os experimentos são apenas apontados ou

são de terceiros.

Para Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é

nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação com os outros.

Nas interações cotidianas, a mediação do adulto acontece espontaneamente, no processo

de utilização da linguagem, no contexto das situações imediatas. Segundo Vygotsky, o

homem  se produz pela linguagem, isto é, é na interação com outros sujeitos que formas

de pensar são construídas por meio da apropriação do saber da comunidade em que está

inserido o sujeito.

A capacidade humana para a linguagem faz com que as crianças providenciem

instrumentos que auxiliem na solução de tarefas difíceis, planejem uma solução para um

problema e controlem seu comportamento. Signos e palavras são para as crianças um

meio de contato social com outras pessoas. Para Vygotsky, signos são meios que auxiliam

/ facilitam uma função psicológica superior sendo capazes de transformar o

funcionamento mental. Desta maneira, as formas de mediação permitem ao sujeito

realizar operações cada vez mais complexas sobre os objetos.

Para o russo, o pensamento e a linguagem iniciam-se pela fala social, passando

pela fala egocêntrica, atingindo a fala interior que é o pensamento reflexivo. Segundo

VYGOTSKY (1989), a aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento

do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-

aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Ele

explica esta conexão entre desenvolvimento e aprendizagem através do que chamou de

Zona de Desenvolvimento Proximal (distância entre os níveis de desenvolvimento

potencial e nível de desenvolvimento real), um “espaço dinâmico” entre os problemas que

uma criança pode resolver sozinha (nível de desenvolvimento real) e os que deverá

resolver com a ajuda de outro sujeito mais capaz no momento, para em seguida, chegar a

dominá-los por si mesma (nível de desenvolvimento potencial).

Vygotsky valoriza o trabalho coletivo, cooperativo, ao contrário de Piaget, que

considera a criança como construtora de seu conhecimento de forma individual. A zona

de desenvolvimento proximal, comentada anteriormente, possibilita a interação entre

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sujeitos, permeada pela linguagem humana e pela linguagem da máquina, força o

desempenho intelectual porque faz os sujeitos reconhecerem e coordenarem os conflitos

gerados por uma situação problema, construindo um conhecimento novo a partir de seu

nível de competência que se desenvolve sob a influência de um determinado contexto

sócio-histórico-cultural.

Através disso Vygotsky afirma que a criança ganhará mais confiança para

produzir algo, criar mais livremente, sem medo dos erros que possa cometer, aumentando

sua auto-confiança, sua auto-estima, na aceitação de críticas, discussões de um trabalho

feito pelos seus próprios pares.

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(Constance Kamil)

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