Atuação do Psicólogo em Hospitais

Componentes: Ana Carolina Lima RA: A128BD-2Carlos André Nery RA: A14HIE-3

Heliane Soares RA: T989AJ-1Laís Delfes RA: A16206-2

Kathia Priscila Neves RA: A17EJJ-9Renata de Jesus RA: A15BCH-1

Vanessa Luiz RA: A187EE-9

Referências Históricas RelevantesModelo Biomédico: • Olhar mecanicista e biologizante sobre o ser humano e o processo saúde -

doença;

• Foco na doença e não no sujeito adoecido;

• O sujeito é visto de forma fragmentada;

• Empoderamento do sujeito do conhecimento do suposto saber: O MÉDICO HIERARQUIZADO;

• Tratamento pelo viés hospitalocêntrico, resultando no distanciamento da realidade dos problemas de saúde da população;

• Objetivos: Higienização e Curativista

Modelo biopsicossocial: • O sujeito é visto de forma holística (olhar integral do ser e do

adoecer) e indivisível dos elementos que o constituí (orgânico, contexto sócio histórico e psicológico);

• Doença como possibilidade de ser e existir – como processo intrínseco ao ser humano e não como um mal a ser extirpado;

• Empoderamento dos sujeitos, instrumentalizando-os e possibilitando que façam uso dos seus saberes sociais ao atuarem no próprio processo de saúde e doença, humanizando os seres humanos;

• Clínica Ampliada – INTERDISCIPLINARIDADE • Objetivo: Sujeitos atendidos em sua totalidade e de forma

participativa.

Foco da atuação

• Pacientes, familiares, profissionais, instituição e comunidade;

• Promoção, prevenção e intervenção através de ações interdisciplinares, que levam em conta a constituição biopsicossocial dos sujeitos e o aperfeiçoamento das políticas públicas de atendimento em saúde.

Caraterísticas Gerais do trabalho do Psicólogo da Saúde

• Instituição permeando a atuação, muitas vezes através da hierarquização entre os profissionais e da imposição do modelo biomédico;

• Poucos psicólogos para atender a demanda hospitalar;

• Obrigatoriedade de um trabalho interdisciplinar – Clínica ampliada;

• Dinâmica de trabalho com multiplicidade de solicitações;

• Ambiente de ação aberto e variável, ou seja, espacialidade diferenciada – atendimentos onde houver necessidade, ou seja, na maioria das vezes não ocorrerá em locais silenciosos e privativos - o que impossibilita que o atendimento seja cerceado pelas bases do clinicar tradicional

• Tempo impondo limites – Atendimentos emergências, focais e breves;

• Sobreposição de sofrimento organopsíquico (o que faz necessário da parte do psicólogo, ter um conhecimento que vá além da área psíquica)

• Imposição X opção do acompanhamento psicológico;

• Morte e morrer como parceiros constantes na rotina de trabalho;

• Absoluta necessidade de visão multifatorial do paciente – biopsicossocial;

• Abrangência maior de conhecimentos específicos;

• Possibilidades múltiplas de promoção, prevenção e intervenção: paciente – família – equipe – instituição – comunidade – Nível primário (saúde da família) – Nível secundário (atendimento a cardíacos) e Nível terciário ( UTI e reabilitações);

 

Atuações: AIDS no contexto hospitalar e a Psicologia

• Representações associadas a AIDS: Sentença de morte; Culpabilização do paciente que a adquiriu devido a comportamentos de risco, como uso de drogas e sexo inseguro; Marginalização, discriminação e estigmatização do portador do vírus.

• Reações do paciente: As reações psicológicas se devem muito mais ao próprio estigma da AIDS do que ao medo da doença ou da morte; Não existe uma reação psicológica-padrão, porque cada paciente responde de uma forma, de acordo com sua capacidade de enfrentamento de situações de risco, a sua história de vida, o seu apoio social e familiar, a sua estrutura psicológica, a sua qualidade de vida no momento, entre outros inúmeros fatores.

 

Reações mais comuns:

• No recebimento do diagnóstico: Ansiedade acompanhada de sintomas somatoformes: Cefaleia, Insônia, diarreia e tensões musculares e negação do diagnóstico positivo;

• Durante o processo: Raiva, culpa, auto piedade, racionalização da doença aceitando os limites desta e o tratamento; Tristeza, depressão, insônia e demais transtornos emocionais; Isolamento social, comportamentos autopunitivos e nos casos graves, perda da esperança, exaustão física e psicológica - medo de ficar dependente dos outros e da própria morte.

Exemplo de atuação

• A atuação se dá em um ambulatório de AIDS inserido em um hospital-escola particular, que atende pacientes pelo convênio SUS (Sistema Único de Saúde). Este serviço ambulatorial é realizado com o objetivo de diagnosticar e fornecer tratamento para pacientes com o diagnóstico de HIV+ e/ou AIDS.

• População atendida: Distribuição homogênea quanto ao sexo; Idade média de 32,6 anos, numa faixa etária de 13 a 70 anos, além de pertencerem à classe média-baixa e com baixo nível cultural. Geralmente se encontram desempregados ou afastados pelo INSS.

Exemplo de atuação

• A equipe de saúde: Médicos, sendo um responsável pela coordenação do ambulatório, um assistente e um residente; Psicólogo, sendo um contratado pelo hospital e responsável pelo serviço e um estagiário de psicologia; Enfermeiros, estagiários e um assistente social, funcionário da Instituição;

Eram incluídos no tratamento os pacientes que:

• Espontaneamente, passavam pela triagem realizada pelo médico e pelo assistente social, onde, eram realizados os exames diagnósticos e o levantamento dos dados sociodemográficos e históricos do contexto no qual o sujeito estava inserido;

• Por encaminhamento dos serviços médicos de outras especialidades que diagnosticaram o vírus;

• Encaminhados pela enfermaria do serviço médico que diagnosticou o vírus ou pela instituição que realizou o tratamento de alguma doença oportunista.

Não eram admitidos para o atendimento:

• O paciente que não deseja realizar o acompanhamento psicológico;

• O paciente que apresenta transtornos esquizofrênicos, esquizotípicos e delirantes;

• O paciente que apresenta transtornos de personalidade;• O paciente que apresenta transtornos mentais orgânicos.

Respeitando-se o direito do paciente em ser atendido ou não por um psicólogo e dando o encaminhamento para os casos que exigem prioridade em outros serviços;

Como se dava o atendimento:

• O primeiro contato é com o Assistente social que visa: Fornecer as informações e orientações a respeito do tratamento e dos profissionais que compõem a equipe;

• Colher as informações a respeito das condições socioeconômicas do paciente, para que este receba os auxílios sociais necessários para a manutenção do tratamento;

• E compreender como o paciente encara a doença e o tratamento e se este tem apoio da família e de sua rede social.

• Segundo contato - atendimento Psicológico: Avaliação inicial das reações e dos comportamentos do paciente no momento da consulta, englobando as relações sociais, afetivas, ocupacionais e familiares;

• ... Onde será explicado a função da psicologia no tratamento, para facilitar na aderência ao tratamento e para estimular o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento à doença e ao próprio tratamento e estimular o paciente a buscar uma melhor qualidade de vida, em todos os âmbitos, sendo eles: pessoal, familiar, social, profissional e na saúde e, finalmente, tem como objetivo fornecer apoio e suporte ao paciente e estimular a participação ativa do mesmo no tratamento.

• Por fim é encaminhado ao médico e por último para o atendimento da equipe de enfermagem, que tem início apenas com medicalização.

Como se dá a atuação neste contexto

O Psicólogo junto ao paciente:

• Verifica a relação entre a sintomatologia psicológica e o quadro orgânico.

• Avalia as informações que o paciente possui sobre a transmissão, prevenção e tratamento;

• Verifica o conhecimento do paciente sobre a sua situação clínica;• Levanta as principais preocupações;• Identifica suas estratégias de enfrentamento e identifica sua rede de

apoio familiar e social;

Como se dá a atuação neste contexto

• Fornece informações sobre a doença e o tratamento, dá apoio psicológico e estimula o vínculo e a adesão do paciente ao tratamento;

• Durante o processo de avaliação psicológica, investiga a origem, desenvolvimento e manifestações dos sintomas psicológicos reativos ou associados ao diagnóstico HIV+ e/ou AIDS;

• Identifica os fatores desencadeantes e mantenedores dos sintomas psicológicos apresentados;

• Verifica a relevância do grau e da intensidade destes sintomas e, finalmente, propõem ao paciente um plano de intervenção psicológica específica para o caso.

Como se dá a atuação neste contexto

O Psicólogo junto a família:

• Fornece apoio e orientação, após o consentimento do paciente; (Exceção ao consentimento: Quando o paciente esta fornecendo risco a sociedade – no caso de parceiros que não foram informados do diagnóstico);

• Trabalha a conceituação dos membros da família sobre o preconceito e a discriminação relacionados a doença;

• A AIDS hoje: não é sinônimo de sentença de morte – Ressalta os tratamentos existentes e a necessidade da continuidade da vida afetiva, profissional, familiar e social para o tratamento;

Como se dá a atuação neste contexto

O Psicólogo junto a equipe interdisciplinar:

• Orienta a equipe de saúde sobre o comportamento do paciente frente à doença e ao tratamento, auxiliando-a no manejo adequado quanto ao paciente soropositivo ou com AIDS.

• Reforça a estratégia de que todos os atendimentos fornecidos pela equipe de saúde ao paciente devem ser individuais, vistos que cada paciente apresenta uma história de vida e uma determinada reação de enfrentamento à doença e ao tratamento;

Como se dá a atuação neste contexto

O Psicólogo junto a equipe interdisciplinar:

• Acolhe as angustias da equipe frente ao atendimento;

• E participar nas reuniões realizadas para discussão dos casos atendidos no dia – Contribuindo para a troca deste momento e para a elaboração de estratégias, dos objetivos de seus atendimentos e das condutas a serem adotadas pelos membros da equipe;

Como se dá a atuação neste contexto

• Objetivos que embasam a intervenção psicológica:

• Reforçar as capacidades de enfrentamento do paciente frente à doença e ao tratamento;

• Estimular a autonomia e a participação efetiva do paciente nas decisões sobre seu tratamento e sua própria vida, englobando relações afetivas, familiares, sociais e de trabalho;

• Auxiliar e fornecer apoio ao paciente para que o mesmo enfrente o estigma e o preconceito relacionado à doença;

Como se dá a atuação neste contexto

• Objetivos que embasam a intervenção psicológica:

• Minimizar as alterações psicológicas reativas à doença e ao tratamento;

• Reestruturar e modificar crenças irracionais apresentadas pelo paciente sobre a doença e o tratamento;

• Orientar e fornecer apoio à família sobre as questões psicológicas envolvidas no tratamento, quando necessário;

• Descrever o comportamento do paciente frente à doença e ao tratamento para a equipe de saúde, visando reforçar o atendimento interdisciplinar fornecido.

RESULTADOS

• Maior adesão dos pacientes e familiares; • Maior comprometimento com o tratamento e participação no

processo saúde-doença;• Maior integração da equipe;• Aumento do esclarecimento dos pacientes sobre sua condição

e com isso uma percepção de possibilidades outras de existir na vivência da doença, melhorando a qualidade de vida;

Oncologia e a Psicologia Hospitalar

• Representações associadas ao câncer: Sentença de morte; Processo degenerativo e de deformação do corpo; Sujeito limitado a vivência hospitalar – isolamento social, profissional e afetivo; Sofrimento prolongado e dor intensa. Em algumas culturas tido como castigo e punição.

• Reações do paciente: Tristeza, ansiedade, depressão, insônia e demais transtornos emocionais; Isolamento social, negação ou entrega a doença, perda da esperança, exaustão física e psicológica - medo de ficar dependente dos outros e da morte como algo inevitável.

Exemplos de Atuações

• Programa de Residência Multiprofissional em Saúde no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia: “ATENÇÃO EM ONCOLOGIA”

• Estágio profissionalizante “Atuação em Psico-oncologia: atenção interdisciplinar a mulheres mastectomizadas”

• Objetivo de ambos: Mostrar a importância da capacitação dos Psicólogos para a atuação hospitalar, levando-se em conta os fatores biopsicossociais dos sujeitos; Como a atuação é diferenciada quando isto ocorre e como é importante a instrução e inserção do psicólogo em uma clínica ampliada.

Programa de Residência Multiprofissional em Saúde no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia: “ATENÇÃO EM

ONCOLOGIA”

• Análise de Estudo de Casos;• Objetivo: buscar estratégias de trabalho, onde, cada especialidade

assumisse uma parte do processo de cuidado ao paciente; • Surge a barreira da Hierarquização do modelo biomédico;• Barreira transposta com a promoção do diálogo aberto e cooperativo

e com a diferenciação da dinâmica multidisciplinar da interdisciplinar;

• Característica mediadora do Psicólogo: Paciente e família – Equipe médica;

• Psicólogo como promotor de qualidade de vida para o paciente, familiares e profissionais envolvidos no enfretamento da doença.

Estágio profissionalizante “Atuação em Psico-oncologia: atenção interdisciplinar a mulheres mastectomizadas”

• O local de realização do estágio: Serviço público de atenção multiprofissional a mulheres mastectomizadas do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Assistência na Reabilitação de Mastectomizadas da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (REMA/EERP-USP);

• Não se restringe apenas aos cuidados anátomo-patológicos, mas também abrange cuidados biopsicossociais;

• Participantes: Idade média de 50 anos; Classe econômica baixa; Perfil diversificado indo das récem-mastectomizadas à pacientes que já finalizaram o tratamento;

• Grupos de apoio: Enfoque educativo, informativo e valorativo dos aspectos emocionais.

• Objetivo do grupo: favorecer, a partir da interação e da troca de informações entre as participantes, a aquisição de insights capazes de contribuir para o desenvolvimento de recursos adaptativos latentes e para a adoção de estratégias de enfrentamento mais eficazes frente à doença e seu tratamento;

• Atendimentos clínicos individuais e semanais;

ATUAÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS

• Vivência compartilhada no cotidiano: Participação na organização de festas, confraternizações, promoção de bazares, jogos e brincadeiras com as pacientes em datas específicas, participação em passeios e conversas informais durante os intervalos dos atendimentos;

ATUAÇÃO DOS ESTAGIÁRIOS

• Objetivo desta vivência: Levar o estagiário a construir uma nova forma de estar junto com seus pacientes, em sua realidade, através de uma aproximação de valores, crenças e compartilhamento de experiências.

• Integração na equipe multiprofissional do serviço: participação ativa das atividades como reuniões clínicas, estudos de caso, organização de eventos e intervenções na própria equipe;

• Ex. de Intervenção: Foi elaborada uma dinâmica na qual os demais profissionais, eram convidados a pensar nos diversos lutos que já tinham sofrido e de que modo isso repercutia na maneira como eles encaram o luto pela perda das pacientes;

Resultados

Constatou-se em ambos:• A importância do psicólogo saber qual é o seu papel como promotor

de saúde, de humanização e do olhar biopsicossocial sobre os sujeitos no âmbito hospitalar, para que assim, saiba quando, onde e como exercer sua função dentro do hospital e o faça respeitando o olhar daqueles que compõem a equipe de profissionais.

• Que o processo de saúde só tem a ganhar quando há a interdisciplinaridade, visto que, o atendimento passa a ser mais efetivo e sistêmico, levando em conta a integração do conhecimento dos profissionais envolvidos, ao em vez, da individualização destes, fazendo com que o atendimento ao paciente seja mais completo, por visar a totalidade deste.

• A experiência de estágio como possibilitadora de contato com a realidade no campo da saúde e de ressignificação de alguns paradigmas do atendimento psicológico;

• É preciso ver qualquer intervenção, seja no nível individual, grupal ou institucional, como uma intervenção social, para que sua visão seja ampliada, na medida em que seus agentes não vivem isolados, mas estão imersos em uma realidade social, construindo-a e sendo construídos por ela.

• Maior entendimento sobre o câncer por parte do paciente e da família – Estigmas e representações negativas reelaboradas;

• Maior compreensão e aceitação do tratamento pelos pacientes e familiares;

• O câncer não era mais visto como sentença de morte, mas, como uma experiência de aprendizagem e ressignificação de si como sujeito em todos os âmbitos: familiar, social e afetivo;

• Os pacientes não se sentiam mais aprisionados ao hospital e sim participantes do seu processo de saúde-doença;

• Os pacientes se sentiram mais acolhidos e com um olhar mais positivos sobre as perdas decorrentes do câncer (mastectomia).

Cardiologia e a Psicologia Hospitalar

Atuação Preventiva (Nível secundário):• “O Programa Educativo Multiprofissional de Prevenção

Secundária da Doença Coronariana”

Atuação Interventiva (Nível terciário):• “Psicologia na UTI cardiológica do Hospital das Clínicas de

Salvador-BA”

O Programa Educativo Multiprofissional de Prevenção Secundária da Doença Coronariana

• Objetivos gerais: Propiciar ao paciente com doença arterial coronária um acesso maior ao conhecimento técnico e científico da cardiopatia, promover melhor integração institucional, melhorar a adesão ao tratamento e motivá-los para a prevenção;

• Estrutura do programa: Ciclo de palestras, ministradas por profissionais integrantes da equipe multiprofissional, tais como o médico cardiologista, psicólogo, enfermeiro, assistente social, professor de educação física e nutricionista; Dramatizações;

• Técnicas de dinâmica de grupo para a discussão de temas específicos, visando facilitar a aprendizagem e levantamento de dificuldades; Técnicas de relaxamento e procedimentos recreativos, que pretendem facilitar o entrosamento entre os pacientes presentes e a troca de experiências.

• Participação dos paciente ao levantarem questões específicas sobre sua patologia e refletirem com o grupo sobre as dúvidas mais comuns;

Atuação do Psicólogo juntos aos pacientes

• Proposta inicial: Convite à reflexão sobre o comportamento e estilo de vida habituais;

• Demonstração da inter-relação entre os aspectos emocionais e as funções corporais;

• Introdução do conceito de fatores de risco psicológicos e sociais da doença coronária e dos estudos e experimentos que comprovam esta relação;

• Informações sobre o stress emocional dentro de uma perspectiva que engloba a elevação, a curto prazo, dos parâmetros fisiológicos, tais como a pressão arterial, o colesterol e os triglicérides e, a longo prazo, o desenvolvimento progressivo da aterosclerose;

Atuação do Psicólogo juntos aos pacientes

• Parte interativa:

• Proposição de medidas de prevenção, controle do stress e melhoria da qualidade de vida;

• Discussão de assuntos relativos às dificuldades habituais de mudar hábitos, atitudes, comportamento e estilo de vida;

• Apresentação dos mecanismos psicológicos de defesa e fatores de resistência a mudanças de comportamento comumente observados;

Atuação do Psicólogo juntos aos profissionais

• Visa colaborar para a integração entre os profissionais de saúde para a definição de propostas e temas a serem desenvolvidos no programa – reforçando o ponto de vista biopsicossocial dos sujeitos;

• Participa ativamente das palestras de outros profissionais;

• Propõem que se simplifique ao máximo a linguagem técnica científica dos profissionais, para facilitar a comunicação entre estes e os pacientes e entre as especialidades;

Atuação do Psicólogo juntos aos familiares

• Incentivo a participação dos familiares para uma maior aderência do paciente e dos próprios familiares às condutas preventivas;

RESULTADOS

• O contato direto com os profissionais quebra as idealizações e estes passam a ser percebidos como mais acessíveis; Os pacientes se sentem mais à vontade para esclarecer dúvidas e têm uma participação mais ativa no seu tratamento.

• Sucesso no exercício da Psicologia nas instituições médicas ou da Psicologia Hospitalar, visto que o programa representa uma alternativa viável, ainda que se considere as limitações de um programa de método predominantemente educativo;

• Maior interação das especialidades e com isso um atendimento integrado dos sujeitos;

Psicologia na UTI cardiológica do Hospital das Clínicas de Salvador-BA

• Características da UTI cardiológica: A UTI Cardiológica, chamada de Unidade Coronariana (UCO), é uma Unidade de Terapia Intensiva voltada para pacientes com infarto agudo do miocárdio, pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas e outras complicações cardiológicas. Esta unidade se diferencia das demais unidades de um hospital geral, por oferecer tratamento especializado e intensivo para o paciente em estado crítico;

• Características do paciente da UTI cardiológica: Pacientes admitidos no pré e pós-operatório de cirurgias cardíacas e pacientes clínicos como, por exemplo, aqueles acometidos por infarto agudo do miocárdio, doença arterial coronária, insuficiência cardíaca congestiva, entre outros diagnósticos cardiovasculares, com a idade média de 62 anos, residentes em cidades do interior da Bahia;

• Paciente e a UTI cardiológica: O paciente é admitido numa unidade fechada e fica exposto a diversos agentes estressores, como o confinamento, restrição ao leito, cirurgias, uso de aparelhos, ruídos e iluminação constantes, frequente realização de exames, além das alterações na sua rotina, afastamento do trabalho, dos amigos, dificuldade em conciliar o sono e mudanças alimentares repentinas, resultando em reações emocionais em variados níveis, como ansiedade, medo, conflitos, insegurança e irritabilidade;

• A equipe de saúde: Médicos plantonistas especialistas em cardiologia, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, técnicos, auxiliares de enfermagem, secretária administrativa e psicóloga;

• Atuação do psicólogo junto a equipe: Atende às solicitações dos profissionais relacionadas a aspectos psicológicos envolvidos na internação do paciente;

• Incentiva o contato entre o paciente - equipe e familiares - equipe, no intuito de promover a adesão e compreensão do tratamento por parte dos envolvidos no processo de hospitalização.

• Promoção do diálogo constante com os membros da equipe da unidade de todas as especialidades, visando um intervenção de mais qualidade;

• Realização de palestras educativas para os profissionais – instrumentalização para uma visão ampliada acerca do sujeito e uma intervenção humanizada;

• Disponibilização de textos que possam ser de interesse da equipe;

• Reunião interna semanal entre os profissionais do Serviço de Psicologia do hospital onde são discutidos os casos, procedimentos e temas de interesse da área.

Os principais objetivos na atuação do psicólogo hospitalar nesta unidade são:

• Promover a adaptação do paciente à hospitalização e ao processo de adoecimento, atentando para as às possíveis variáveis que influenciem estes aspectos;

• Criar estratégias, junto ao paciente e sua família, para lidar como agentes causadores e/ou decorrentes das reações emocionais disfuncionais;

• Facilitar a compreensão da equipe, pacientes e familiares em relação às manifestações psicológicas envolvidas no processo de adoecimento e hospitalização;

• Promover a integração de ações, voltadas para o paciente e sua família, provenientes das diferentes áreas de saúde, dentro de uma visão interdisciplinar;

• Propiciar um atendimento individualizado e um ambiente físico e social mais acolhedor aos pacientes e familiares;

• Facilitar a comunicação do paciente e família junto à equipe e vice-versa;

• Desenvolver pesquisas no âmbito da Psicologia e participar de pesquisas multiprofissionais.

Atendimento ao paciente

• Atendimento inicial fornecido a todos os pacientes;

• A continuidade do atendimento é de acordo com a necessidade da demanda;

• Uso de ferramentas criadas de acordo com a necessidade do contexto do hospital em questão pelas psicólogas= Clínica ampliada X Clínica tradicional;

Atendimento ao paciente

Primeiro atendimento - Investigação exploratória:• Avaliada a orientação espaço-temporal, o nível de

compreensão sobre a doença e o tratamento, os fatores de risco bio-psico-social que contribuíram para originar o problema e os aspectos emocionais envolvidos na internação e história de vida do paciente.

• Ficha de Admissão: Instrumento criado pelas então psicólogas da unidade, na qual é registrado o perfil psicossocial do paciente, fatores de risco e proteção e estratégias adotadas pelo mesmo, bem como a conduta profissional sugerida – Auxilia a identificação da demanda;

Atendimento ao paciente

Primeiro atendimento - Investigação exploratória:

• Os pacientes são, inicialmente, atendidos com foco na sua adaptação à hospitalização, considerando as demandas espontâneas;

• A partir das questões trazidas pelo paciente, são investigados fatores de risco e proteção presentes na história da doença do paciente e traçada uma conduta terapêutica.

Atendimento a família

Recursos utilizados:

• Caixa Sortida: Contém diversas atividades de entretenimento, como livros, revistas, jogos individuais, palavras cruzadas, mini-rádios, papel, lápis de cor e hidrocor e oferecida ao paciente internado. Outros materiais, que sejam adequados ao ambiente, podem ser sugeridos pelos pacientes, familiares e equipe com o objetivo de favorecer a adaptação do paciente ao ambiente.

Atendimento ao paciente

Demais passos do atendimento:

• Os aspectos psicológicos observados e conduta aplicada pelo psicólogo são discutidos com a equipe de saúde;

• Em caso de transferência da UCO para a Enfermaria Cardiovascular e Torácica, ou para qualquer outra enfermaria ou UTI, o psicólogo pode manter o atendimento, caso haja a demanda de continuidade ou o psicólogo realiza encaminhamento do paciente para que receba atendimento psicológico e/ou psiquiátrico após alta hospitalar.

Atendimento a família

Acolhimento inicial:

• Atendimento centrado no suporte emocional – Orientação informativa - ambientalização e adaptação;

• Acolhimento que visa a participação da família no processo e a humanização do atendimento;

Atendimento a família

Recursos utilizados:• Mural externo: Horários de atend. Psicológico – Mensagens

de apoio - Informações gerais sobre doenças cardiovasculares; Apoio da enfermagem que dispõem: Fotos do leito da unidade e instruções sobre os possíveis aparelhos a serem encontrados, auxiliando na preparação dos visitantes para a inserção ao novo ambiente;

• Panfleto de orientação para visitantes: Horários de visitas, cuidados higiênicos na UTI, aparelhos previstos conectados ao paciente;

Atendimento a família

Recursos utilizados:

• Círculos de mensagens: Cadernos de mensagens elaborado pelos familiares onde são dirigidas mensagens e experiências as outras famílias;

• Caixa de sugestões: Opinião sobre o atendimento da UCO – visando melhorias;

Resultados da atuação

• Favorece o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento da situação vivenciada;

• Resposta mais adaptada às circunstâncias adversas da hospitalização e a prevenção de quadros psicopatológicos facilitando a recuperação do paciente;

• Menor frequência de complicações no pós-operatório de pacientes atendidos em grupoterapia;

Resultados da atuação

• Redução de dias de internação do grupo de pacientes em acompanhamento psicológico;

• Benefícios do suporte psicológico aos familiares como comunicação mais frequente com a equipe de saúde, melhor compreensão das informações fornecidas, maior aceitação e enfrentamento da doença e cuidados, além de índices menores de ansiedade;