ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ATENDIMENTO DE PACIENTE … · por todo amor e cuidado! Agradeço...
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UniSALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Amanda Honório de Oliveira
Bruna Aparecida de Sá
Nátany Caroline de Souza
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ATENDIMENTO
DE PACIENTE COM ALZHEIMER: RELATO DE UM
CASO
LINS-SP
2018
AMANDA HONÓRIO DE OLIVEIRA
BRUNA APARECIDA DE SÁ
NÁTANY CAROLINE DE SOUZA
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ATENDIMENTO
DE PACIENTE COM ALZHEIMER: RELATO DE UM CASO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação da Profª Ma. Ana Cláudia de Souza Costa e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2018
Oliveira, Amanda Honório de; Sá, Bruna Aparecida de; Souza, Nátany Caroline de. Atuação fisioterapêutica no atendimento de paciente com Alzheimer: relato de um caso / Amanda Honório de Oliveira; Bruna Aparecida de Sá; Nátany Caroline de Souza. – – Lins, 2018. 76p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2018.
Orientadores: Ana Cláudia de Souza Costa; Jovira Maria Sarraceni;
1. Doença de Alzheimer. 2. Fisioterapia. 3. Qualidade de Vida. I Título.
CDU 615.8
O45a
Dedicamos esse trabalho a Deus, pois sem ele nada disso seria
possível. Através dele vencemos obstáculos e lutas e seguimos
firmes sem desistir.
Dedicamos aos nossos queridos professores que tanto nos
ajudaram nesses 5 anos de formação. Obrigada pelo conhecimento,
pela oportunidade de conviver com essas pessoas maravilhosas e
pela amizade que construímos.
Dedicamos também aos entes que se foram e que nos acompanham
em nossos corações.
Por fim, dedicamos aos nossos queridos familiares e amigos, que
sonharam esse sonho conosco!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus por seu amor de Pai, graça e misericórdia, por ter
sustentado minha vida e nunca ter desistido de mim. Através desse amor que tanto
sinto e creio foi possível chegar até onde eu jamais chegaria se não fosse esse
cuidado, que sem Ele não teria forças para chegar até aqui, pois quando achava que
não era possível Ele me direcionava e me mostrava que valia a pena persistir.
Gratidão ao meu Deus.
Aos meus pais João e Vera Lúcia, que me inspiram com tanta sabedoria para lidar
com as dificuldades da vida e humildade com as bênçãos alcançadas, me
ensinaram o quanto vale a pena investir em um sonho, grata por todo incentivo e
perseverança, por acreditarem e investirem em mim e sempre demonstrarem todo
apoio e amor, não teria como me expressar apenas com palavras, jamais seria o
suficiente. Gratidão aos meus pais.
A minha irmã Rafaela que sempre acreditou em mim e me incentivou, acompanhou
minha jornada até aqui, sempre torcendo e acreditando na minha capacidade.
Ao meu esposo, meu companheiro e amigo, por tanta dedicação, amor, cuidado e
principalmente paciência, abriu mão de tantas coisas para que eu pudesse concluir
as minhas, obrigada por acreditar e todos os dias me lembrar que mais um ciclo está
sendo finalizado. Obrigada por me acompanhar nos momentos que não foram fáceis
e me acalmar e me dar esperanças com palavras. Agradeço a Deus por sua vida,
meu maior presente.
A família do meu esposo que agora também é a minha, por tanta preocupação e
atenção comigo, cuidarem de mim e me apoiaram como filha, neta e sobrinha.
Nunca vou esquecer de tudo que fizeram e fazem por mim.
Aos professores por todo ensinamento, dedicação, confiança e carinho. Por toda
força que nos deu ao longo desses anos, sempre lembrando que já estiveram em
nosso lugar e nos apoiando dizendo que iremos conseguir.
A professora e orientadora Ana Cláudia, que desde o início foi presente e nos apoiou
nesse projeto, obrigada por todo incentivo e ensinamento.
As minhas companheiras e amigas Bruna e Nátany, por toda paciência, amizade,
muitos choros, mas muitas alegrias. Chegamos juntas até aqui. Grata pela vida de
vocês.
Amanda Honório de Oliveira
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus, que foi minha maior força nos momentos de
angustia e desespero. Sem ele, nada disso seria possível. Obrigada Senhor, por
colocar esperança, amor e fé no meu coração. Gostaria de agradecer a minha
família, especialmente ao meu pai José Aparecido Cardoso de Sá, minha mãe Maria
José Gonçalves de Souza e ao meu irmão, Daniel Aparecido Cardoso de Sá que,
juntos enfrentaram tantas dificuldades para que eu pudesse estudar.
Aos meus avós maternos José Gonçalves de Souza e Irene Bataglia de Souza e aos
meus tios Eliane Gonçalves de Souza e Celso Augusto Jorge, minha eterna Gratidão
por todo amor e cuidado!
Agradeço também a minha companheira, Luciana Aragonha Minani que, ao longo
desses anos me deu não só força, mas apoio para vencer mais essa etapa da minha
vida. Obrigada, meu amor, por suportar as crises de ansiedade/depressão e minha
ausência em diversos momentos.
Agradeço aos professores, que acompanharam a minha jornada acadêmica de perto
e deram muito apoio. Obrigada pela incansável dedicação, carinho, amizade,
respeito e confiança. Sou grata principalmente a professora Ana Cláudia de Souza
Costa, que foi a nossa orientadora e contribuiu muito para a realização dessa
pesquisa.
Só tenho a agradecer e dizer que esse TCC também é de vocês.
Bruna de Sá
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, que sabia das minhas dificuldades financeiras e me
presenteou com bolsa de 100% para fazer faculdade. Muitos falam sobre sorte, mas
eu acredito que sem Deus, nada disso seria possível. Obrigada Papai por não
permitir que eu desistisse, por me segurar nos momentos de angústia, por me fazer
forte quando me senti fraca e me manter de pé. Obrigada Papai do céu por ter se
lembrado de mim em tantos momentos, mesmo eu não merecendo a sua
misericórdia.
Aos meus pais, Marcos e Rosana, agradeço a educação que me deram, por me
ensinarem o caminho do bem e me mostrarem que eu era capaz de vencer.
Obrigada pelo apoio e orações.
Aos meus irmãos, tios e avós, agradeço por essa conquista. Obrigada por
compreenderem quando não pude estar presente em almoços, jantares ou viagens,
pelas palavras amigas quando eu estava triste e obrigada por se orgulharem de
mim, isso foi um combustível pra chegar até aqui.
Ao meu amor, obrigada por existir, por ser um homem bondoso e honesto e me dar
a mão em tantos momentos difíceis. Nunca vou me esquecer dos esforços que fez e
ainda faz para me fazer feliz. Sempre atencioso, diversas vezes me confortou com
abraços e palavras. Obrigada por me incentivar, parte dessa conquista, dedico a
você.
A minha orientadora Ana Cláudia, o meu sincero agradecimento. Obrigada pelas
caronas para não chegar tão tarde quando eu trabalhava à noite, pelas caronas nos
dias de chuva, obrigada por ser tão querida e única; e principalmente por
compartilhar seu conhecimento. Cada dia a admiro mais.
A minha orientadora de formatação Jojo, agradeço o auxílio e atenção para a
realização do presente trabalho. Graças a você, a elaboração se tornou menos
complicada.
As minhas queridas parceiras Amanda e Bruna, agraço pela amizade que
construímos durante esses anos. Obrigada por tornarem a minha vida acadêmica
mais divertida e por me apoiarem em momentos difíceis, não me deixando desistir.
Boa sorte e sucesso a vocês!
A nossa voluntária Dona Elza, obrigada por me permitir fazer parte da sua vida
nesse período, obrigada por se esforçar nos atendimentos e por me fazer rir com
suas histórias de vida. Sem a senhora, com certeza não realizaríamos esse trabalho.
Aos meus mestres agradeço pelo conhecimento compartilhado durante esse
período, agradeço as diversas ajudas, paciência e dedicação.
Aos meus amigos de turma, obrigada pela amizade. Que possamos guardar na
memória todos os momentos que passamos juntos e que vocês tenham muito
sucesso na profissão que escolheram. Foi difícil, mas conseguimos. Parabéns a
todos!
Nátany Souza
RESUMO
Durante o processo de envelhecimento ocorrem diversas mudanças comportamentais que não são compatíveis com outras idades, tais mudanças são decorrentes da demência. As demências causam declínio nos âmbitos ocupacional, social e funções cognitivas afetando diretamente a qualidade de vida do indivíduo. Sendo a Doença de Alzheimer (DA) a forma mais comum. A DA é uma doença degenerativa que em determinado momento afeta a memória, o raciocínio e capacidade de julgamento. De maneira lenta e progressiva, parte do cérebro onde localizam-se as células nervosas que controlam essas áreas ficam comprometidas, suspendendo as comunicações entre as células nervosas (neurônios). Desta forma, acomete as atividades de vida diária de pessoas sadias. É comumente encontrada em indivíduos de 65 anos ou mais, com a possibilidade de ocorrer no início da terceira idade. A DA não é uma doença de envelhecimento normal, mas sim uma doença cerebral que pôr diversos motivos prejudica a mobilidade do indivíduo afetado. A fisioterapia visa duas vertentes: prevenção ou reestabelecimento das funções acometidas, através de técnicas especificas, de acordo com a necessidade apresentada pelo paciente, acompanhando a evolução do tratamento fisioterapêutico. O objetivo de realizar o presente estudo foi verificar a eficácia de um tratamento fisioterapêutico através de técnicas específicas no aspecto funcional e social da paciente com diagnóstico de Alzheimer. A pesquisa do tipo experimental e abordagem quantitativa teve a participação de uma voluntária do sexo feminino, 83 anos de idade, com diagnóstico de Alzheimer. Antes, durante e ao final da intervenção foram realizados os testes: escala de Berg para avaliar equilíbrio; força de membros superiores e membros inferiores; coordenação motora; mobilidade por meio do Timed Up & Go (TUG), e foram aplicados os questionários Whoqol-Bref e Mini exame do estado mental (MEEM). O tratamento consistiu em um protocolo de atendimento por um período de quatro meses, duas vezes na semana, com duração de trinta minutos. Os resultados obtidos através da análise dos questionários e dos testes no qual foram aplicados antes, durante e após a intervenção não foram expressivos, tendo em vista que a participante teve progressões e regressões, apresentando quase o mesmo quadro do início do estudo.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer. Fisioterapia. Qualidade de vida.
ABSTRACT
During the aging process there are several behavioral changes that are not compatible with other ages, such changes are due to dementia. Dementias cause decline in the occupational, social, and cognitive functions directly affecting the individual's quality of life. Being Alzheimer's Disease (AD) is the most common form. AD is a degenerative disease that at one time affects memory, reasoning and judgment. Slowly and progressively, part of the brain where the nerve cells that control these areas are located is compromised, suspending communications between nerve cells (neurons). In this way, it affects the activities of daily life of healthy people. It is commonly found in individuals 65 years of age or older, with the possibility of occurring in early age. AD is not a normal aging disease, but a brain disease that causes several reasons that impair the mobility of the affected individual. Physical therapy aims at two aspects: prevention or reestablishment of the functions affected, through specific techniques, according to the need presented by the patient, accompanying the evolution of the physiotherapeutic treatment. The objective of the present study was to verify the efficacy of a physiotherapeutic treatment through specific techniques in the functional and social aspects of patients with Alzheimer's disease. The research of the experimental type and quantitative approach had the participation of a female volunteer, 83 years old, with diagnosis of Alzheimer's. Before, during and at the end of the intervention, the following tests were performed: Berg Scale to Evaluate Balance; strength of upper limbs and lower limbs; motor coordination; mobility through Timed Up & Go (TUG), and the Whoqol-Bref and Mini Mental State Examination (MMSE) questionnaires were applied. The treatment consisted of a protocol of care for a period of four months, twice a week, lasting thirty minutes. The results obtained through the analysis of the questionnaires and the tests in which they were applied before, during and after the intervention were not expressive, considering that the participant had progressions and regressions, presenting almost the same picture at the beginning of the study.
Key-words: Alzheimer's Disease. Physiotherapy. Living Quality.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Critérios para o diagnóstico clínico da doença de Alzheimer.............21
Figura 2: Ilustração do teste de coordenação....................................................41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Escala de Berg balance.....................................................................44
Tabela 2: Força muscular de membros superiores...........................................45
Tabela 3: Força muscular de membros inferiores.............................................45
Tabela 4: Coordenação motora.........................................................................45
Tabela 5: Timed Up & Go..................................................................................46
Tabela 6: Whoqol-Bref.......................................................................................46
Tabela 7: Mini exame do estado mental............................................................47
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADM: amplitude de movimento
ADRDA: (Alzheimer's Disease and Related Disorders Association) - Associação
de Distúrbios Relacionados a Doença de Alzheimer
CORE: sigla referente aos músculos responsáveis pela estabilização
segmentar
DA: Doença de Alzheimer
ENFs: emaranhados neurofibrilares
EVA: Etil Vinil Acetato é uma borracha não tóxica que pode ser aplicada em
atividades artesanais
MEEM: Mini exame do estado mental
NINCDS: (National Institute of Neurological and Communicative Disorders and
Stroke) - Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e Comunicativos de AVC
PNF: (proprioceptive neuromuscular facilitation) - facilitação neuromuscular
proprioceptiva
SNC: sistema nervoso central
TUG: Timed Up & Go
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15
1 CONCEITOS PRELIMINARES ............................................................... 17
1.1 Demência ................................................................................................ 17
1.2 Doença de Alzheimer .............................................................................. 17
1.2.1 Fisiopatologia da Doença de Alzheimer ............................................... 18
1.2.2 Epidemiologia da Doença de Alzheimer .............................................. 20
1.2.3 Critérios diagnósticos da Doença de Alzheimer .................................. 21
1.2.4 Diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer ................................. 22
1.2.4.1 Diagnóstico definitivo da Doença de Alzheimer ................................ 23
1.2.5 Quadro clínico da Doença de Alzheimer .............................................. 24
1.2.6 Comprometimento cognitivo da Doença de Alzheimer ........................ 25
1.2.7 Alterações comportamentais na Doença de Alzheimer ....................... 26
1.2.8 Tratamento farmacológico na Doença de Alzheimer ........................... 26
1.2.8.1 Tratamento não farmacológico na Doença de Alzheimer ................. 26
1.2.8.2 Tratamento da perda de memória na Doença de Alzheimer ............ 27
1.2.9 Manejo clínico das principais comorbidades do paciente com Doença
de Alzheimer ................................................................................................. 28
1.3 Intervenção Fisioterapêutica ................................................................... 28
1.3.1 Cinesioterapia ...................................................................................... 28
1.3.1.1 Alongamento ..................................................................................... 30
1.3.1.2 Manutenção da amplitude de movimento ......................................... 31
1.3.1.3 Exercícios ativos ............................................................................... 32
1.3.1.4 Exercícios passivos .......................................................................... 32
1.3.1.5 Exercícios ativo-assistidos ................................................................ 32
1.3.1.6 Exercícios resistidos ......................................................................... 33
1.3.1.7 Exercícios para controle postural ...................................................... 33
1.3.2 Os benefícios da intervenção fisioterapêutica para o paciente com
Doença de Alzheimer.................................................................................... 34
1.3.3 A influência do exercício no comprometimento cognitivo do paciente
com Doença de Alzheimer ............................................................................ 35
2 O EXPERIMENTO .................................................................................... 35
2.1 Recursos metodológicos ......................................................................... 35
2.1.1 Tipo de pesquisa experimental ............................................................ 36
2.1.2 Abordagem quantitativa ....................................................................... 36
2.1.3 Estudo de caso .................................................................................... 37
2.1.4 Critério de inclusão .............................................................................. 37
2.1.5 Critérios de exclusão ........................................................................... 37
2.2 Condições Ambientais ............................................................................ 37
2.3 Casuística e Métodos ............................................................................. 37
2.3.1 Casuística ............................................................................................ 37
2.3.2 Métodos ............................................................................................... 38
2.4 Material ................................................................................................... 38
2.5 Técnicas ................................................................................................. 39
2.5.1 Berg Balance ....................................................................................... 39
2.5.2 Força muscular de membros superiores .............................................. 40
2.5.3 Força muscular de membros inferiores ................................................ 40
2.5.4 Coordenação Motora ........................................................................... 40
2.5.5 Teste Timed Up & GO ......................................................................... 42
2.5.6 Teste de qualidade de vida Whoqol-Bref ............................................ 42
2.5.7 Mini Exame do Estado Mental ............................................................. 43
2.6 Procedimentos ........................................................................................ 43
2.6.1 Protocolo de atendimento .................................................................... 43
2.6.1.1 Exercícios ......................................................................................... 43
2.7 Resultados ............................................................................................. 44
2.8 Discussão ............................................................................................... 47
2.9 Conclusão .............................................................................................. 49
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 51
ANEXOS ...................................................................................................... 56
15
INTRODUÇÃO
O presente estudo foi desenvolvido com a intenção de verificar os efeitos que
a fisioterapia causa em paciente com diagnóstico de Doença de Alzheimer;
procurando averiguar as barreiras funcionais em conjunto com as alterações na
qualidade de vida, assim como os benefícios que a intervenção fisioterapêutica pode
proporcionar ao mesmo.
A Doença de Alzheimer (DA) atualmente considerada o tipo mais frequente de
demência, afeta o envelhecimento populacional de forma direta, atingindo milhões
de pessoas no mundo. Apesar de ser responsável por movimentar altos recursos
financeiros, diversos indivíduos permanecem sem diagnóstico ou tratamento, por
serem vítimas da falha nos sistemas de saúde ou até mesmo pela falta de
percepção dos familiares, que não se atentam ao início da doença. (CERA; ORTIZ;
MINETT, 2014)
Caixeta et al. (2012) afirmam que os processos degenerativos que ocorrem
no sistema nervoso central (SNC) causam prejuízos irreversíveis na memória e/ou
em funções cognitivas como orientação, linguagem e atenção. O diagnóstico da DA
se fundamenta no quadro clínico e exclusão de outras doenças através de exames
laboratoriais e sua confirmação por meio de exames neuropatológicos. (CAIXETA et
al., 2012)
A qualidade de vida depende diretamente de aspectos como bem-estar,
saúde, psicológico e fatores relacionados ao meio ambiente que o cerca. Diante
disso, o indivíduo com DA se torna progressivamente incapaz de realizar atividades
simples do cotidiano. (DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)
Segundo Kisner; Colby (2016) apesar de ser uma patologia progressiva, o
tratamento fisioterapêutico procura através de vários métodos preservar ou retardar
o seu desenvolvimento, buscando a manutenção do indivíduo de uma forma global,
com enfoque na reabilitação motora e independência do paciente. Vale lembrar que
a fisioterapia deve ser constante e por período indeterminado.
A voluntária do estudo é do sexo feminino, onde através de tomografia
computadorizada obteve o diagnóstico de Doença de Alzheimer e a pesquisa foi
realizada na sua própria residência. No início foram realizadas avaliações físicas de
força dos membros superiores; membros inferiores; coordenação motora; equilíbrio
por intermédio da escala de Berg; mobilidade por meio do Timed Up & Go, aplicação
16
do questionário Whoqol-Bref; Mini exame do estado mental; no qual os mesmos
foram realizados novamente após dois meses do início da intervenção e
posteriormente após quatro meses. A participante foi submetida a fisioterapia
durante o período de quatro meses, com periodicidade de duas vezes semanais.
O estudo foi guiado pelo seguinte problema: é possível através de um
programa de atendimento fisioterapêutico, promover melhora no aspecto funcional e
social apresentado por um paciente com Alzheimer?
Espera-se que a fisioterapia proporcione alivio das disfunções causadas
nesse paciente, como melhora de encurtamentos musculares, manutenção da
amplitude de movimento (ADM), fortalecimento dos músculos que se encontram
fracos, aperfeiçoamento da postura, marcha, equilíbrio e coordenação motora.
A apresentação deste estudo está organizada da seguinte forma:
Nos conceitos preliminares, descreve-se sobre a demência, fisiopatologia e
epidemiologia da Doença de Alzheimer; critérios para diagnóstico, quadro clínico,
comprometimento cognitivo, alterações comportamentais, tipos de tratamentos,
manejo clínico, exercícios utilizados e benefícios propostos pela fisioterapia.
Dentro do experimento informa-se o recurso metodológico, a pesquisa
experimental, a abordagem quantitativa, os critérios de inclusão e exclusão,
condições ambientais, casuística e métodos, materiais utilizados, os testes e
questionários aplicados na primeira, segunda e terceira avaliação, protocolo de
atendimento e exercícios propostos.
Ao final, é mostrado os resultados no formato de tabelas, realizando uma
comparação de todas as avaliações, acompanhado da discussão fundamentada no
embasamento teórico de diversos autores e a conclusão.
17
1 CONCEITOS PRELIMINARES
Incluso nestes conceitos será abordado desde a demência, Doença de
Alzheimer; sua fisiopatologia até o tratamento fisioterapêutico e seus benefícios.
Buscando esclarecer o assunto abordado neste trabalho.
1.1 Demência
A demência possui diversas definições que englobam declínio no âmbito
ocupacional, social, nas funções cognitivas e atividades simples da vida diária.
De acordo com Guimarães; Cunha (2004) a demência é caracterizada por
uma adversidade que resulta em déficit de pelo menos duas funções mentais, como
por exemplo declive de linguagem e memória, com suficiente intensidade para
dificultar o desempenho do indivíduo, seja no meio social ou profissional.
“Frequentemente, as manifestações iniciais do comprometimento cognitivo
consistem em disfunção da memória de trabalho, geralmente leve, e em diminuição
da capacidade de memória de curta duração”. (ZANINI, 2008, p. 2)
Ao contrário do conceito popular de loucura, a demência se define como a
ausência de processos cognitivos, ou seja, eles embaralham-se, fazendo com que a
visão da realidade aconteça de forma corrompida. A perda de células cerebrais faz
parte de um processo natural; porém, nos casos de demência, o ritmo dessa perda
aumenta, resultando em um cérebro com um funcionamento nada coerente.
Guimarães; Cunha (2004) destacam que existem causas prováveis de
demência, sendo a forma mais comum a doença de Alzheimer. As manifestações
podem ocorrer em três tipos, variando de acordo com o indivíduo:
a) alterações cognitivas;
b) manifestações neuropsiquiátricas e
c) perda da capacidade de realizar as atividades da vida diária.
1.2 Doença de Alzheimer
Em 1907, o médico psiquiatra Alois Alzheimer descreveu a Doença de
Alzheimer (DA) após examinar o cérebro de uma paciente que havia falecido. Em
vida, a paciente do sexo feminino, aos 51 anos de idade, avançou de um quadro
18
saudável para desorientação, distúrbios de linguagem (apresentando dificuldade em
se expressar e compreender), rápida deterioração progressiva de memória, que
piorava com o passar do tempo, e alterações comportamentais resultando em
incapacidade para cuidar de si. Alzheimer relatou alterações que atualmente formam
as características da patologia.
A DA é uma patologia neurológica de caráter progressivo e irreversível que deteriora o cérebro, deixando sequelas que podem se estender por um período de vida que oscila entre dois e 20 anos, chegando irremediavelmente à morte da pessoa afetada. (ALENCAR; SANTOS; PINTO, 2010, p. 8)
Segundo Bottino et al. (2002), a Doença de Alzheimer é uma doença
degenerativa e progressiva que se caracteriza pela morte de células e neurônios,
acarretando em grande prejuízo na individualidade da pessoa pela perda das
funções cognitivas e memória, que resultam em comprometimento das atividades
diárias, performance social e ocupacional do indivíduo.
1.2.1 Fisiopatologia da Doença de Alzheimer
“ doença neurodegenerativa, caracterizando-se
clinicamente por déficit precoce da memória episódica relacionado ao acometimento
de estruturas temporais internas, notadamente o hipocampo e o córtex entorrinal.”
(DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013, p.100)
Da perspectiva e observação neuropatológica encontram-se alterações que
definem a Doença de Alzheimer.
Existem três principais marcadores histopatológicos presentes no parênquima
cerebral dos portadores da Doença de Alzheimer: placas senis, neuritos distróficos e
emaranhados neurofibrilares (ENFs). (CAIXETA et al., 2012)
As placas senis são lesões complexas que estão associadas à abundância
extracelular de peptídeo β-amilóide.
“ hipótese da cascata amilóide sustenta que a hiperprodução de β-amilóide
seria o evento índice de uma sucessão de reações que culminariam no
desenvolvimento das lesões cerebrais e da demência”. (DINIZ; FUENTES;
COSENZA, 2013, p.103)
Neuritos distróficos são coleções esféricas focais de processos neuríticos
19
dilatados e tortuosos; e os emaranhados neurofibrilares dificultam o funcionamento
das células nervosas. Ambas são lesões compostas pelo acúmulo de filamentos
helicoidais que aparecem num processo denominado fosforilação, sendo a proteína
Tau seu componente principal.
De acordo com Monteiro (2011 apud MARTELLI; MARTELLI, 2014), a
fosforilação é o nome dado a um mecanismo importante na regulação da estrutura e
função das proteínas dos neurofilamentos.
Elas adquirem estabilidade e habilidade de interagir com outras proteínas do
citoesqueleto através do seu estado de fosforilação.
“ proteína Tau é responsável por formar e manter processos axionais e
contatos interneurais na maioria dos tecidos.” ( LMEI et ., 1997; FORLENZ ,
2005; HAMDAN, 2008 apud MARTELLI; MARTELLI, 2014, p. 48)
Desta forma, se a proteína Tau for fosforilada em seus sítios específicos, terá
garantido que seu funcionamento ocorrerá de forma normal, significando que caso
ocorra de forma inadequada, resultará em disfunções e diminuição da viabilidade
celular.
Caramelli, (2000 apud CAIXETA et al., 2012) afirma que entre os circuitos
neurais envolvidos no processamento de memória existem dois que aparentemente
relacionam-se com a DA:
a) No início da doença, as conexões entre córtex entorrinal e hipocampo são
as primeiras a serem atingidas pelos emaranhados neurofibrilares (ENFs),
ocasionando prejuízo no processamento de memória;
b) o segundo circuito atingido pelos ENFs são dos neurônios colinérgicos,
afetando os neurônios e diminuindo a produção de acetilcolina.
Segundo Geula (1998 ud C IXET et ., 2012, . 394) “ redução da
acetilcolina acomete predominantemente o córtex entorrinal e o hipocampo (regiões
com alta densidade de neurônios colinérgicos), comprometendo ainda mais o
fu o me to dess s est utu s”.
Existe outro aspecto importante na fisiopatologia da DA: a morte neuronal por
excitotoxicidade.
e toto d de de e-se, em te, e est mu o dos receptores ut m t os do t o NM , e m t do um e esso de f u o de C 2 t s do o sso do o e e to . t o e ess do e e to NM e odu o de d s
20
livres e out os o essos e m ticos que contribuem para a morte celular. (LIPTON, 2005 apud CAIXETA et al., 2012, p. 394)
A etiopatogenia da Doença de Alzheimer é múltipla; sendo assim, não há
causa específica. Dessa forma, existem diversos fatores de risco como: infarto
hemorrágico, herança genética, idade, estado de saúde em geral e traumatismo
cranioencefálico, sendo estes possíveis causas para desenvolver algum tipo de
demência. Apesar disso, a idade ainda é considerada o principal fator de risco para
o desenvolvimento de DA. (DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)
1.2.2 Epidemiologia da Doença de Alzheimer
Devido aos processos da patologia iniciarem antes de serem clinicamente
evidentes, o estudo epidemiológico torna-se de extrema importância.
O aumento da expectativa de vida aumenta expressivamente a incidência e
prevalência da Doença de Alzheimer. Aos 65 anos de idade, os indivíduos já
possuem alterações patológicas (de estágio inicial) que resultam na estrutura e
função cerebral em processo de degeneração e a cada cinco anos sua prevalência
aumenta.
m s e de estudos e dem o os most de fo m o s ste te o ume to d e e o d d de. Ce de 9 d o u o m de os s o omet dos pela DA, o que acontece com 34% das pessoas com mais de 85 anos e 43% daquelas acima dos 95 anos. (CAIXETA et al., 2012, p. 58)
Hipertensão e diabetes são alguns dos fatores de risco que aumentam seu
predomínio na meia-idade.
As alterações genéticas e exposições ambientais resultam em uma
combinação complexa que pode aumentar o risco de DA, mesmo que seja em
menor incidência. Desta maneira, tais fatores dificultam a intervenção preventiva da
demência.
Existem outros fatores associados ao risco para DA. Apesar de sua evidência na literatura ainda ser questionável, pode-se citar o trauma cranioencefálico, o sexo feminino, a etnia caucasiana, o alumínio e a aterosclerose. (CAIXETA et al., 2012, p. 59)
Formas familiares da Doença de Alzheimer são as que se iniciam
21
precocemente devido aos fatores de risco genéticos (caráter hereditário); são
responsáveis por 5 a 10% dos casos encontrados, enquanto as formas esporádicas
(quando não existe fator hereditário) têm uma frequência de 90%. (SAYEG, 2017)
Ainda não se sabe a causa exata dessa doença, mas existem múltiplos
fatores. Existe uma interação entre fatores ambientais, demográficos,
comportamentais e aspectos genéticos que estão sendo estudados e indicados para
o desenvolvimento da DA. Por isso, medidas de saúde pública tem papel
fundamental na prevenção e controle das causas modificáveis com o intuito de
diminuir a prevalência da doença de Alzheimer. (APRAHAMIAN; MARTINELLI;
YASSUDA, 2008, CAIXETA et al., 2012)
1.2.3 Critérios diagnósticos da Doença de Alzheimer
No passado, alguns autores afirmavam que a DA era diagnosticada por
exclusão de outras doenças que falhavam a memória, fossem elas, curáveis ou
incuráveis. Porém, atualmente, os critérios constituídos pela National Institute of
Neurological and Communicative Disorders and Stroke (NINCDS) e Alzheimer's
Disease and Related Disorders Association (ADRDA) apresentam adequados níveis
de sensibilidade e especificidade. (APRAHAMIAN; MARTINELLI; YASSUDA, 2008)
Abaixo serão citados os critérios, evidências e elementos que podem
contribuir para diagnosticar clinicamente o paciente com provável DA.
Figura 1: Critérios para o diagnóstico clínico da Doença de Alzheimer
Critérios para diagnosticar a Doença de Alzheimer
Demência identificada no exame clínico, documentada por testes do estado mental e confirmada
por provas neuropsicológicas;
Deficiência em duas ou mais funções cognitivas;
Piora progressiva da memória e outras funções cognitivas;
Ausência de alteração da consciência;
Início entre 40 e 90 anos, geralmente depois dos 65 anos;
Ausência de transtornos cerebrais ou sistêmicos que possam explicar deficiências cognitivas e
perda progressiva da memória.
Evidências que apoiam o diagnóstico de provável doença de Alzheimer
Deterioração progressiva de funções cognitivas específicas da linguagem (afasia), habilidades
22
motoras (apraxia) e percepção (agnosia);
Deterioração das atividades da vida diária e alteração dos padrões de conduta;
História familiar de transtornos similares (especialmente se confirmados por exame
anatomopatológico);
Punção lombar normal:
Alterações normais ou inespecíficas no eletroencefalograma;
Atrofia cerebral progressiva registrada por tomografia computadorizada ou ressonância
magnética.
Elementos compatíveis com provável Doença de Alzheimer (após excluir outras causas de
demência)
Existência de patamares na progressão da doença;
Sintomas associados: depressão, insônia; incontinência, alucinação, reações catastróficas
(verbais, emocionais e físicas), transtornos sexuais e perda de peso;
Outras anormalidades neurológicas (especialmente em casos avançados) incluem aumento do
tônus muscular, mioclonos e transtorno da marcha;
Convulsões (casos avançados);
Exame de tomografia ou ressonância magnética normal para a idade;
Início apoplético, repentino;
Sinais neurológicos focais como hemiparesia, perda sensorial, defeitos no campo visual e perda
precoce da coordenação;
Convulsões e transtornos da marcha (precoce);
Síndrome demencial com variações no início, apresentação ou curso, na ausência de outros
transtornos que possam ser a causa de demência;
Demência associada a transtorno cerebral ou sistêmico secundário suficiente para causar
demência, mas que não são considerados causa primária;
Deficiência cognitiva grave, individual, com progressão gradual na ausência de uma causa
identificável (critérios aplicáveis à pesquisa).
Fonte: Guimarães; Cunha; 2004, p.39-40
Vale ressaltar que utilizando apenas os critérios citados acima, a
probabilidade para diagnosticar o paciente é de 84%. (APRAHAMIAN; MARTINELLI;
YASSUDA, 2008)
1.2.4 Diagnóstico diferencial da Doença de Alzheimer
O diagnóstico diferencial é fundamental para identificar formas reversíveis de
demência e estabelecer estratégias terapêuticas. Tal diagnóstico deve ser realizado
de preferência no início da patologia. (GALLUCCI NETO; TAMELINI; FORLENZA,
2005)
23
Quando cada forma de demência exibe particularidades que auxiliam na distinção entre elas, uma vez que, nos estágios mais avançados, as diversas formas de demência tendem a compartilhar o mesmo quadro clínico. (CAIXETA et al., 2012, p. 116).
Vale ressaltar que problemas de memória em idosos nem sempre são
sinônimos de DA.
De acordo com Caixeta et al. (2012), existem onze principais diagnósticos
diferenciais da doença de Alzheimer.
a) senescência: correspondente a comprometimento cognitivo leve (processo
natural de envelhecimento);
b) degenerativas: equivalente a demências do tipo não Alzheimer;
c) psiquiátricas: relativa a uma falsa demência depressiva;
d) metabólicas: referente a ausência de vitamina B12, ácido fólico ou
hipotireoidismo;
e) vasculares: englobam demências vasculares, vasculites do sistema
nervoso central (SNC) ou amiloidose progressiva primária;
f) priônicas: te d o deso dem e e de e e t de om d
oe de C eut fe dt-Jakob;
g) infecciosas: quando ocorre sequela de demência na AIDS ou neurolues
(sífilis nervosa);
h) neoplásicas: caracterizando metástases e meningiomas (tumor benigno na
meninge);
i) traumáticas: como por exemplo traumatismo cranioencefálico recorrente;
j) genéticas: Doença de Fahr caracterizada por depósitos de cálcio no
cérebro e
k) outras: esclerose por epilepsia e hidrocefalia de pressão normal.
1.2.4.1 Diagnóstico definitivo da Doença de Alzheimer
“O d st o def t o de s ode se fe to om se sto to
do tecido cerebral post-mo tem”. (PORTH, 2002 apud ELY; GRAVE, 2008, p.126)
Kauffman (2001) afirma que para confirmação da doença não têm testes ou
marcadores bioquímicos periféricos. Porém, determinadas descobertas são capazes
de dar suporte ao diagnóstico clínico. Sendo assim, geralmente é utilizado o
24
diagnóstico de probabilidade.
Para o diagnóstico, é necessário se basear em achados clínicos, presença de
demência comprovada por exame, ausência de distúrbios na consciência, idade
entre quarenta e noventa anos, nenhum distúrbio sistêmico ou cerebral.
Placas senis contendo proteína β-amilóide, emaranhados neurofibrilares
(proteína tau), degeneração granulovascular, perda neural, glicose astrocítica e
angiopatia amilóide são algumas das alterações histopatológicas características
encontradas na DA. (FREITAS et al., 2013).
1.2.5 Quadro clínico da Doença de Alzheimer
Freitas et al. (2013) afirmam que nos primeiros estágios é possível encontrar
danos na memória episódica e obstáculos no aprendizado de novas informações;
habilidades visuoespaciais, cálculo, julgamento e raciocínio abstrato evoluem
gradualmente com prejuízos e diminuição no rendimento funcional de tarefas
complexas.
Em estágios intermediários, existe a possibilidade de apraxia (incapacidade
para executar movimentos coordenados) ou disfasia (incapacidade de coordenar a
fala de modo compreensível), de modo que o indivíduo apresenta obstáculo para
expressar determinada ideia ou nomear objetos.
Nos mais avançados estágios, ocorrem alterações comportamentais como
agressividade, alucinações e delírios, irritabilidade, ciclo sono-vigília e inaptidão para
cuidar de si.
Conforme a progressão da doença, utilizar utensílios domésticos, vestir-se,
cuidar da própria higiene e alimentar-se são exemplos dos obstáculos que o
paciente passa a ter para realizar tarefas simples. (PORTH; 2002, apud ELY;
GRAVE; 2008)
“N f se te m o se -se um indivíduo apático e distante, com perda de
orientação em ambientes familiares, normalmente apresentando incontinência e com
gradual perda da capacidade de locomover-se.” (PORTH, 2002 ud ELY; GR VE,
2008, p. 127)
Observa-se no decorrer das etapas da DA, que o indivíduo acometido fica
distante e apático, perdendo a orientação em ambientes familiares, ocorrendo perda
gradativa da autonomia e, consequentemente, necessitando de cuidados e
25
supervisão de terceiros cada vez mais.
Devido ao fato de ser uma doença crônica, geralmente o óbito se dá por
quadros infecciosos ou complicação de comorbidades, tornando o portador da DA
uma pessoa frágil.
1.2.6 Comprometimento cognitivo da Doença de Alzheimer
Os déficits de atenção surgem relativamente cedo na evolução da DA. Costumam ser observados após a instalação dos déficits de memória episódica, mas, em geral, antes das manifestações das alterações de linguagem e visuoespaciais. (CAIXETA et al., 2012, p. 176).
Nos pacientes com DA, o nível de atenção mantém-se relativamente
preservado; em contrapartida, o tempo na execução de tarefas pode afetar a
qualidade do desempenho, principalmente nos estágios moderados, sugerindo
alterações na vigilância.
Inicialmente notam-se dificuldades na conquista de novas informações,
comprometimento da memória episódica, evoluindo gradativamente em prejuízo de
outras funções cognitivas. Sendo, porém, a memória, o evento clínico de maior
relevância para o diagnóstico da doença de Alzheimer.
Os contratempos de comunicação e linguagem podem acontecer por uma
interrupção nas estruturas da linguagem ou por fatores não linguísticos (como por
exemplo, memória de curto prazo e percepção social).
“O e te f o ess me te me os, es o de às questões de forma
econômica e pode mostrar ecolalia (hábito de repetição das palavras e f ses ue
ou e) e e se e o”. (C IXET et ., 2012, p. 178).
Prejuízos na percepção também são adquiridos na DA, resultando em falhas
no reconhecimento de objetos, podendo falhar em identificações mais precisas.
Além disso, ocorrem dificuldades em coisas mais simples, como copiar linhas de um
desenho.
O portador de DA perde a orientação espacial que é totalmente dependente
dos lobos parietais, incluindo capacidade de localizar-se e indicar em determinado
espaço qual objeto está mais longe ou perto, o maior e menor ou até mesmo qual
está mais à direita ou à esquerda.
26
1.2.7 Alterações comportamentais na Doença de Alzheimer
“A inquietação e a agitação apresentadas pela pessoa portadora da doença
de Alzheimer são características muito comuns da doença e podem ter múltiplas
causas, algumas delas evitáveis”. (ALENCAR; SANTOS; PINTO, 2010, p. 15). Tais
alterações provavelmente originam-se do obstáculo para lembrar e se expressar, já
que a patologia reduz gradualmente as capacidades do indivíduo de comunicar-se
ou por ter pessoas com pensamentos negativos à sua volta. Em alguns estágios
encontram-se alterações comportamentais marcantes, como por exemplo
irritabilidade e agressividade.
Caixeta et al. (2012, .122) f m m: “ odem o o e de ess o e out os
t sto os”.
1.2.8 Tratamento farmacológico na Doença de Alzheimer
Forlenza (2005) afirma que o tratamento farmacológico na DA pode ser
dividido em quatro níveis:
a) terapêutica específica que objetiva a reversão de processos
patofisiológicos (conduzem à morte dos neurônios e à demência);
b) abordagem profilática, uma vez que deflagrado o processo, que tem o
objetivo de retardar o início da demência ou prevenir o déficit cognitivo;
c) tratamento sintomático visando restaurar parcial ou por um período de
tempo as habilidades funcionais, capacidades cognitivas e o
comportamento dos portadores de DA e;
d) terapêutica complementar que procura o tratamento de manifestações de
origem não cognitiva, como agressividade, distúrbio de sono, depressão e
psicose.
Mesmo com inúmeros medicamentos propostos para restabelecer ou
preservar o comportamento, cognição e habilidades funcionais do paciente com DA,
os efeitos das drogas para o tratamento atêm-se ao retardo na evolução natural da
patologia, oferecendo somente ganho temporário do estado funcional do portador.
1.2.8.1 Tratamento não farmacológico na Doença de Alzheimer
27
Vale et al. (2011), Arakaki et al. (2012) e Caixeta et al. (2012) relatam que as
abordagens não farmacológicas sempre devem ser estudadas antes das
farmacológicas.
Modelos de estratégias não farmacológicas fundamentam-se na reabilitação
neuropsicológica, que confere uma abordagem combinando grupos de
aprendizagem em família, psicoterapia, esquemas para instruções dos pacientes,
ambiente terapêutico, fisioterapia, estímulos para memória, estimulação para um
estilo de vida saudável, integridade do cuidador e outras funções cognitivas que
podem ser úteis durante as sessões de tratamento.
1.2.8.2 Tratamento da perda de memória na Doença de Alzheimer
Idosos sem patologia aparente geralmente apresentam déficits de memória
quando é exigida sua capacidade em lidar com diversas informações ao mesmo
tempo ou quando é necessário dividir a atenção.
De acordo com Salthouse (1992 apud BUENO, 2009) os déficits
apresentados geram uma perda das habilidades em armazenar várias informações
na memória de trabalho.
Bue o (2009, . 78) f m : “Ess d f u d de de m e me to de
informações se deve a alterações em nível celular e molecular que ocorrem no
e o du te o e e e me to”.
No indivíduo com envelhecimento cerebral normal também acontecem tais
alterações, porém a diferença é que na DA a intensidade de tais eventos acontece
de forma mais rápida.
A redução da substância branca, redução do número de neurônios, redução do peso do encéfalo, aumento do volume dos ventrículos e formação de emaranhados neurofibrilares são algumas alterações que prejudicam os processos de aprendizagem e memória. (PITTELA, 2006, apud BUENO, 2009, p.78)
Como a patologia é progressiva, alguns medicamentos podem ser eficazes
na tentativa de retardar o déficit de memória, porém o p ejuí o e e sí e . “Os
tratamentos disponíveis atualmente visam à melhora cognitiva e à diminuição de
sintomas comportamentais. Isso é alcançado por meio de medicação e técnicas
o t s de e t o.” (B ENO, 2009, . 80-1)
28
1.2.9 Manejo clínico das principais comorbidades do paciente com Doença de
Alzheimer
Caixeta et al. (2012) relatam que um manejo clínico adequado deve ser
iniciado com uma boa anamnese, avaliação clínica e laboratorial. Além de um
tratamento com enfoque no distúrbio cognitivo que o paciente apresenta, é
necessário que exista um controle eficaz das comorbidades presentes.
Geralmente, ocorre diminuição da reserva homeostática do mesmo,
resultando em órgãos sem compensação, que a princípio, não estavam doentes,
mas encontram-se mais frágeis.
“ u to me o ese omeost t de um o, m s f se su
des om e s o, o e u um m o u e d de de um os
pacientes com menor reser o t ”. (JONES et ., 2010 apud CAIXETA et al.,
2012, p.319)
Posteriormente à avaliação, devem ser listados os principais acometimentos
(agudos e crônicos) que foram encontrados no dia a dia clínico, para estabelecer a
conduta e prioridades no tratamento.
1.3 Intervenção Fisioterapêutica
Na intervenção fisioterapêutica foram utilizadas técnicas de cinesioterapia,
alongamento, manutenção da ADM, exercícios ativos e passivos, exercícios ativo-
assistidos; resistidos e exercícios para controle postural que serão elucidados a
seguir.
1.3.1 Cinesioterapia
De acordo com De Conti et al. (2003), a cinesioterapia é a terapia por
movimento, baseada em exercícios com finalidade terapêutica, que buscam
promoção ou manutenção das funções esqueléticas e musculares, resultando em
melhor performance do indivíduo.
Os exercícios podem ser fracionados em passivos, ativos, ativo-assistidos,
resistidos e para controle postural. Cada um desses exercícios será aplicado de
acordo com a individualidade e indicações de cada paciente.
29
a) flexibilidade muscular: se o alongamento muscular no grupo antagonista for
superior, mais inferior será a resistência produzida no processar do
movimento, isto é, a flexibilidade ficará maior, com menores obstáculos,
produzindo aumento do estímulo na manutenção da rigidez presente nos
tecidos. (GREVE; AMATUZZI, 1999)
b) exercícios para aumento da amplitude de movimento articular:
eventualmente é possível que os tecidos fibrosos que se encontram próximos
às articulações fiquem enrijecidos, causando limitação do movimento articular.
Ao serem alongados, eles apresentam comportamento biomecânico
semelhante às fáscias musculares. Desta forma, exercícios que alongam
músculos são semelhantes aos que alongam tecidos próximos às
articulações.
c) exercícios para controle e coordenação motora: por melhorarem a
funcionalidade, os exercícios para coordenação e controle são de extrema
importância. Fluidos e com leveza, proporcionam absorção dos impactos do
corpo contra o solo. Devendo ser a última etapa de uma ação motriz, o
controle e a coordenação motora dependem integralmente das restantes
funções envolvidas ao produzir os movimentos, isto é, com a força necessária
existe maior facilidade no ganho de coordenação. Existem diversas formas de
aprimorar a performance de determinada função: a repetição, treinar de forma
isolada a tarefa desejada e, posteriormente, reintegrá-la, ou apenas treinar a
coordenação e controle completamente e ao final realizar o treinamento da
tarefa.
d) e e í os de o o e o: “o to ue do te eut so e e e um
potente estímulo à propriocepção, assim como é a movimentação passiva ou,
ainda melhor, ativa- ss st d ”. (GREVE; AMATUZZI, 1999, p.78) O frio e a
vibração também podem ser utilizados como estímulos sensoriais.
A informação visual através de um espelho será de grande importância para
facilitar a execução do movimento de forma correta e vai agir como um
suplemento proprioceptivo. Vale ressaltar que o feedback visual não deve ser
usado de forma permanente e estímulos verbais também podem ser um
auxílio do terapeuta para a realização correta da ação.
Seja qual for o método usado, o princípio do treinamento
30
proprioceptivo é o reconhecimento da tarefa a ser executada e então sua repetição e correção constantes até o desenvolvimento dos engramas sensoriais e motores adequados. (GREVE; AMATUZZI, 1999, p.78)
e) exercícios de relaxamento: todo músculo, de acordo com sua fisiologia
natural, tem obrigação de contrair e relaxar completamente; porém, diversas
vezes o exercício terapêutico causa contração indesejada dos músculos,
fazendo-se necessário o relaxamento dos mesmos através de técnicas como
exercícios pendulares, contração e relaxamento periódicos, alongamentos
suaves entre outros. Tais exercícios devem ser obrigatoriamente efetuados ao
final de cada sessão, respeitando a singularidade de cada paciente, de
acordo com a contratura muscular, antes de repousar ou ao despertar.
f) fortalecimento muscular: partindo da utilização de altas repetições com
baixa resistência ao trabalhar com os músculos, produz força a partir das
células musculares, onde as proteínas existentes proporcionam tração em
meio aos músculos e tendões, servindo na produção de freio de movimento,
obedecendo à resistência que será imposta. Fortalecer a musculatura
abdominal é de extrema importância, visto que auxiliam na estabilização da
coluna lombar, evitando lesões e, portanto, dor. (DA CUNHA; MARTINS,
2016)
1.3.1.1 Alongamento
Todo movimento que proporcione aumento da flexibilidade de uma articulação
é denominado alongamento. O alongamento pode ser realizado de forma ativa ou
passiva:
a) alongamento ativo: quando o próprio indivíduo movimenta determinada
parte do corpo e mantém na posição desejada e
b) alongamento passivo: quando o mesmo movimento é realizado por uma
outra pessoa. (NELSON; KOKKONEN, 2007)
“Os quatro principais tipos de alongamento são estático, por facilitação
neuromuscular proprioceptiva (PNF), balístico e dinâmico.” (NELSON; KOKKONEN,
2007, p.8)
O alongamento mais utilizado é o estático, onde a pessoa vai alongar um
31
grupo muscular ou músculo específico, movendo de forma lenta determinada parte
do corpo para a posição que deseja e manter a mesma posição pelo tempo que
desejar.
Alongamento por PNF é uma técnica onde o músculo fica contraído
totalmente e é alongado, de modo que um membro se movimente ao longo da ADM
de uma articulação. Após transitar por toda a amplitude de movimento, antes que o
movimento inicie novamente, o músculo é relaxado e descansado.
A contração e alongamento muscular combinados objetivam o relaxamento
dos músculos utilizados na manutenção do tônus muscular.
O alongamento balístico opera nas contrações musculares, de modo a forçar
a extensão do músculo por intermédio de movimentos pendulares ininterruptos. A
cada repetição, o músculo é alongado rapidamente e esta modalidade geralmente
não é utilizada.
Alongamento dinâmico tem semelhança com alongamento balístico, pois
ambos realizam movimentos corporais de forma rápida para alongar o músculo;
porém, não realiza movimentos pendulares. É uma modalidade que ocorre no
decurso da execução de movimentos característicos de determinado esporte, ou
seja, é como efetuar o movimento específico do esporte, mas em uma intensidade
mais baixa.
O alongamento vai proporcionar, de uma forma geral, o aumento da
flexibilidade, boa mobilidade muscular e articular, melhor alinhamento e postura
corporal, diminuição de dores e desconfortos musculares entre outros, que pode
variar de acordo com o grau e frequência realizada.
1.3.1.2 Manutenção da amplitude de movimento
Muitos fatores podem acarretar uma diminuição na amplitude de movimento,
como doenças articulares, musculares, neurológicas, sistêmicas, agressões
traumáticas e cirúrgicas ou simplesmente imobilizações ou inatividade por
determinada razão. (KISNER; COLBY, 2016)
K s e ; Co y (201 , . 2) des e em: “Para manter a ADM normalmente, os
segmentos precisam ser periodicamente movidos em sua amplitude possível (tanto
articular como muscular)”.
Na perspectiva fisioterapêutica, a manutenção da ADM é de extrema
32
importância para preservar a mobilidade articular, manter a mobilidade dos tecidos
moles a fim de minimizar ou evitar a formação de contraturas ou encurtamentos.
Se for o caso de um paciente incapaz (repouso absoluto no leito, paralisado
ou comatoso), o movimento é feito de forma externa.
1.3.1.3 Exercícios ativos
Os exercícios ativos correspondem aos exercícios realizados de forma
voluntária pelo próprio paciente, onde há contração dos músculos, dinâmica ou
estaticamente dentro da amplitude de movimento livre sem causar dor ou forçar. Por
ocorrer de maneira natural através de incentivos do próprio indivíduo, estes são os
exercícios mais adequados para restaurar a função das estruturas lesionadas e ato
motor.
“Não existe outra maneira de promover a regeneração total dos tecidos
lesados e de seu controle se não a partir de estímulos dados pelo próprio indivíduo
o seu o o”. (GREVE; M T ZZI, 1999, .49)
1.3.1.4 Exercícios passivos
Os exercícios passivos são aqueles que o paciente não consegue realizar de
forma independente, ou seja, a força realizada é externa: o fisioterapeuta que
executa a movimentação desejada do corpo ou através de um dispositivo mecânico.
Neste caso, o paciente fica impossibilitado de realizar a movimentação ativa devido
à dor, lesões, ou fraqueza muscular, sendo primordial a realização dos exercícios
para evitar contraturas, aderências e manter a amplitude de movimento.
Este tipo de exercício específico não tem a capacidade de exercitar os
engramas neurológicos, possibilitando um pequeno efeito na manutenção da
hipertrofia muscular de desuso. Refere-se à uma conduta terapêutica pouco eficaz.
(GREVE; AMATUZZI, 1999)
1.3.1.5 Exercícios ativo-assistidos
Os exercícios ativo-assistidos são um tipo intermediário, no qual o paciente não
33
tem força suficiente para realizar o movimento de forma completa. Então, o
fisioterapeuta exerce uma força mínima para auxiliar e encorajar o paciente a
empregar a motricidade voluntária disponível para atingir a ADM total da articulação.
“Em e o o e e í o ss o, este tem m o d de de om te
hipertrofia muscular de desuso, além de iniciar o treinamento do controle neural do
mo me to”. (GREVE; AMATUZZI, 1999, p.49)
1.3.1.6 Exercícios resistidos
A aplicação de resistência durante os exercícios deve ser um componente
integral de um programa de reabilitação competente. A resistência aplicada pode ser
manual ou mecânica (equipamentos ou aparelhos), dependendo somente da
condição em que se encontra o paciente, com o intuito de aumentar a potência
muscular, resistência muscular à fadiga, e força. (GREVE; AMATUZZI, 1999)
1.3.1.7 Exercícios para controle postural
A postura refere-se a atitude, alinhamento ou maneira com a qual o indivíduo
sustenta o próprio corpo em pé, sentado ou deitado no ambiente. (KISNER; COLBY,
2016)
O desenvolvimento postural, a princípio, começa pela cabeça e, no decorrer
do tempo, alcança as demais partes do corpo. Posteriormente, quando os bebês se
desenvolvem e começam a andar, ocorre a formação completa da curvatura lombar
da coluna vertebral.
Na fisioterapia, qualquer assimetria entre os seguimentos corporais é
considerada como alteração da postura; por isso é necessário buscar o alinhamento
através de exercícios específicos para várias regiões do corpo.
Com omet me tos s t u es, os m s u os ou os te dos o ju t os odem e ostu s defe tuos s; ou, e o me te, s m s ostu s odem e om omet me tos d s t u es, dos m s u os e dos te dos o ju t os, ss m omo s tom s de desconforto e dor. (KISNER; COLBY, 2016, p.409)
Fortalecimento do reto do abdome a fim de estabilizar a pelve contra as forças
de rotação anterior e proporcionar sustentação para as cargas de inclinação
34
posterior.
Fortalecimento dos oblíquos internos e externos para controlar cargas
externas que podem causar lateralização ou inclinação posterior da coluna e,
consequentemente, estabilizar a pelve contra as forças de rotação anterior.
Fortificar o transverso do abdome criando uma tensão através da fáscia
toracolombar e aumentando a pressão intra-abdominal para promover estabilidade
segmentar.
1.3.2 Os benefícios da intervenção fisioterapêutica para o paciente com Doença de
Alzheimer
Devido ao fato de ainda não existir a cura da Doença de Alzheimer, a
intervenção fisioterapêutica faz-se necessária objetivando promover melhora do
quadro apresentado pelo paciente com DA, buscando pelo menos a recuperação da
capacidade de execução de tarefas diárias, utilizando técnicas específicas, mediante
a necessidade que o paciente apresenta; acompanhando a evolução do tratamento
fisioterapêutico em momentos distintos e avaliando a qualidade de vida.
O objetivo principal da reabilitação é o de restaurar ou maximizar funções
perdidas ou diminuídas. A prevenção de contraturas articulares, encurtamentos
musculares, manutenção da massa muscular na prevenção de atrofias, trabalho
visando ao melhor equilíbrio e marcha (SAYEG, 1991).
O fisioterapeuta atua basicamente em duas grandes áreas com referência à saúde: a prevenção e a reabilitação. Pacientes com demência são muitas vezes e por variados motivos levados a ter sua mobilidade prejudicada. (SAYEG, 1991, p. 187).
Conforme Bastos; Guimarães; Santos (2003), a fisioterapia é constante e
necessária por um período indeterminado, pois trata-se de uma demência que
compromete as áreas cerebrais. Apresentam evoluções, porém, não obtém a
melhora total das funções.
A prevenção de contraturas articulares, mobilização das secreções pulmonares, encurtamentos musculares, manutenção da massa muscular na prevenção das atrofias, trabalho visando melhor equilíbrio e marcha são alguns dos problemas tratáveis fundamentalmente pelo fisioterapeuta. (SAYEG, 1991, p. 188).
35
1.3.3 A influência do exercício no comprometimento cognitivo do paciente com
Doença de Alzheimer
É comprovado que existe uma relação favorável entre a prática de atividade
física e o metabolismo do SNC, evidenciando privilégios substanciais para cognição
psicológica e saúde. Portanto, existem hipóteses fisiológicas que poderiam explicar
os efeitos agudos e crônicos que o exercício efetua sobre a cognição. (MEREGE
FILHO et al., 2014)
Merege filho et al., (2014) afirmam:
a) aumento no fluxo sanguíneo regional e aporte energético: sabendo-se que
o oxigênio e nutrientes são fornecidos através de fluxo sanguíneo cerebral
para compor a demanda energética do corpo, caso haja aumento do exercício
corporal isso elevaria a demanda energética das áreas do córtex e haveria
uma redistribuição do fluxo, causando um aumento na oferta de oxigênio e
nutrientes, favorecendo uma melhora no funcionamento cognitivo;
b) maior atividade de neurotransmissores: o exercício é capaz de aumentar a
síntese de catecolaminas cerebrais (neurotransmissores sinápticos), devido
ao aumento da temperatura corporal possibilitar que elas ingressem com mais
agilidade no sistema nervoso central. Alguns exemplos são a noradrenalina
(envolvida na atenção, humor, aprendizado e memória) e a dopamina
(responsável pelo controle do movimento refinado).
2 O EXPERIMENTO
2.1 Recursos metodológicos
O Projeto foi submetido na Plataforma Brasil atendendo às resoluções 466/12
e 510/16 do Ministério da Saúde e aprovado pelo comitê de Ética e Pesquisa do
Centro Universitário Católico Auxilium Parecer n° 2.683.405, data da relatoria:
29/05/2018 (ANEXO A) e assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (ANEXO B) pelos responsáveis da voluntária. Esse estudo teve como
objetivo verificar a eficácia de um tratamento fisioterapêutico através de técnicas
específicas no aspecto funcional e social de paciente com diagnóstico de Alzheimer.
36
2.1.1 Tipo de pesquisa experimental
Gil (2008) afirma que em maior parte dos casos, o experimento corresponde
ao mais adequado modelo de pesquisa científica.
“O delineamento experimental consiste em determinar um objeto de estudo, selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a e odu o o jeto”. (GIL, 2008, . 1)
Gil (2002) afirma que neste tipo de pesquisa, o pesquisador não é um
observador passivo e sim um agente ativo.
As pesquisas experimentais não requerem a realização, em laboratórios;
podem ser elaboradas em qualquer lugar, devendo obrigatoriamente apresentar as
propriedades de controle, distribuição aleatória e manipulação.
Apesar de obter-se vantagens, a pesquisa experimental também apresenta
limitações, como diversas variáveis (o que dificulta ou impossibilita sua
manipulação), características humanas como idade, histórico familiar ou sexo que
não podem ser confirmadas às pessoas de maneira aleatória.
“Out m t o o s ste no fato de que muitas variáveis que poderiam ser
tecnicamente manipuladas estão sujeitas a considerações de ordem ética que
oí em su m u o”. (GIL, 2002, . 49)
Por exemplo, não se pode sujeitar pessoas a atividades estressantes a fim de
verificar oscilações em sua saúde física, mental ou social, prejudicando sua
autoestima.
2.1.2 Abordagem quantitativa
Na abordagem quantitativa, os dados colhidos são obtidos através de
instrumento de coleta, analisados estatisticamente ou através de fórmulas
matemáticas. Geralmente, esta abordagem é observável, objetiva e mensurável.
Envolve processos de coleta, análise, interpretação e redação dos resultados de um
estudo.
A pesquisa quantitativa é definida através de variáveis de uma população em
estudo e garantida através de uma escolha aleatória dos elementos que compõem a
37
amostra. (CRESWELL, 2007; UTISUMI, et al., 2007)
2.1.3 Estudo de caso
“O estudo de so te do e o estudo ofu do e e ust o de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível med te os out os t os de de e me tos o s de dos”. (GIL, 2008, p. 57-8)
Refere-se a um tipo de pesquisa amplamente utilizado em ciências sociais e
biomédicas.
2.1.4 Critério de inclusão
Paciente com diagnóstico de Alzheimer, com características específicas da
patologia, que não realize outro tipo de intervenção e que os responsáveis
concordem em participar, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
2.1.5 Critérios de exclusão
Paciente que possua uma outra comorbidade, como câncer ou diabetes, por
exemplo, que já realize outra intervenção ou que os responsáveis não concordem
com os termos propostos.
2.2 Condições Ambientais
O presente estudo foi realizado na residência da participante, cidade de
Promissão/SP, no período de junho a outubro de 2018, no horário das 18 horas.
2.3 Casuística e Métodos
2.3.1 Casuística
Participou do estudo uma voluntária do sexo feminino, com 83 anos de idade,
apresentando diagnóstico de Alzheimer.
38
Uma tomografia computadorizada realizada no ano de 2018, evidenciou
características predominantemente encontradas na Doença de Alzheimer.
No início do estudo, a participante foi avaliada através de testes específicos
para controles posturais estáticos e dinâmicos, força muscular, coordenação motora,
mobilidade, equilíbrio funcional, qualidade de vida, orientação, memória e atenção.
Após a primeira avaliação, iniciou-se o tratamento que consistiu na fisioterapia de
paciente com Alzheimer. Após dois meses do início do tratamento, foi realizada uma
segunda avaliação e, ao término, após quatro meses, outra avaliação.
Esta foi a única atividade realizada pela participante neste período.
2.3.2 Métodos
Para realização da pesquisa, foi utilizado o teste de Berg Balance para
avaliações físicas de equilíbrio, flexibilidade e força; força muscular de membros
superiores e inferiores; teste de coordenação motora; teste Timed Up & Go (TUG)
que avalia mobilidade e o equilíbrio funcional; Whoqol-Bref para avaliar domínios:
físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente e Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM) que abrange itens cognitivos como: orientação, memória e atenção. Os
testes e questionário foram aplicados no início, meio e ao final do estudo,
correspondendo ao período de junho a outubro do ano vigente, para comparação
dos resultados.
A intervenção fisioterapêutica foi realizada durante quatro meses, duas vezes
na semana, com duração de 30 minutos cada sessão.
As sessões foram distribuídas em terças-feiras, com abordagem para
fortalecimento da musculatura dos membros superiores, inferiores e tronco, através
de exercícios ativos e ativo-assistidos (quando necessário, melhorar o padrão do
movimento) e finalizado com alongamento de todas estruturas trabalhadas. Às
quintas, o enfoque era em equilíbrio, treino de marcha, coordenação, agilidade,
aperfeiçoamento de flexibilidade, propriocepção e cognição.
2.4 Material
As sessões foram realizadas na varanda da residência da participante, sendo
39
utilizados bola suíça, exercitadores elásticos, halteres de 1kg, tornozeleiras de 1kg,
faixa elástica e jogos da memória.
Na avaliação de equilíbrio na escala de Berg balance, foram usadas duas
cadeiras, constituindo uma com apoio para os braços e outra sem apoio, uma fita
métrica, step de EVA e uma caneta.
Para os testes de força muscular, foram utilizados uma cadeira sem apoio
para mãos e um halter de 3 kg. Na avaliação da coordenação motora, foram
utilizadas 3 latinhas de refrigerante, fita métrica, fita adesiva e mesa de plástico.
Para o TUG, foram utilizados uma cadeira sem apoio para os braços, uma fita
métrica e um cronômetro.
Nos casos do Whoqol-Bref e MEEM, foram utilizadas apenas as impressões
dos questionários e caneta.
2.5 Técnicas
No início e após o estudo, foram realizados testes para comprovação dos
efeitos que a intervenção fisioterapêutica causaria em indivíduo com diagnóstico de
Doença de Alzheimer, e que serão descritos a seguir.
2.5.1 Berg Balance
Berg balance é uma escala de equilíbrio que foi desenvolvida no ano de 1992,
por Katherine Berg e sua utilização é para avaliar indivíduos da terceira idade.
Miyamoto et al., (2004) traduziram e adaptaram a escala de Berg para a língua
portuguesa, já que a versão brasileira é um instrumento confiável para ser
empregado em pacientes idosos, analisando o equilíbrio dos mesmos. A escala
avalia o desempenho do equilíbrio funcionalmente, sendo dividida em 14 itens do
cotidiano, em que são avaliados os controles posturais estáticos e dinâmicos,
necessitando de força, equilíbrio e flexibilidade para serem executados os
movimentos.
A avaliação dos movimentos realizados é feita através de uma escala ordinal,
dividida de 0 a 4, onde 4 é a melhor condição em que o paciente realiza o
movimento e 0 a pior. A pontuação máxima que pode ser alcançada é 56. Ao final do
40
teste, são totalizados os valores de todas as questões e comparados ao valor
adquirido antes da intervenção fisioterapêutica.
2.5.2 Força muscular de membros superiores
Para realizar o teste, foram necessários um halter de 3 kg e uma cadeira sem
apoio. A participante foi colocada na cadeira sem apoio, em posição sentada, de
modo que seu braço dominante ficasse relaxado ao longo do corpo e o membro
contralateral estivesse posicionado sobre a coxa. O avaliador posiciona uma de suas
mãos na região do músculo bíceps do lado dominante da paciente e a orienta para
realizar uma flexão do cotovelo com a resistência do halter até tocar o antebraço na
mão do avaliador. Tal movimento deve ser realizado em um tempo determinado de
trinta segundos, devendo ser realizado o maior número possível de repetições nesse
tempo recomendado. (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005)
2.5.3 Força muscular de membros inferiores
O propósito desse teste é aferir a força e resistência dos membros inferiores,
utilizando unicamente uma cadeira sem apoio. A participante foi orientada por um
dos avaliadores a mudar da posição sentada para a posição ortostática e regredir
para a posição sentada novamente. Quando estiver na posição sentada, deve-se
elevar os pés do solo, realizando uma extensão de joelho. Tais movimentos devem
ser repetidos o máximo de vezes que a participante conseguir executar, em um
tempo determinado de um minuto, a partir do sinal do avaliador que deve
cronometrar e observar a quantidade de repetições que foram realizadas. (SANTOS;
SOUZA; CANDIDO, 2013)
2.5.4 Coordenação Motora
Coordenação pode ser definida como uma interação sincronizada entre o sistema nervoso central e a musculatura esquelética, o que permite uma ação ótima entre os grupos musculares na realização de uma sequência de movimentos com um máximo de eficiência e eficácia. (GOBBI; VILLAR; ZAGO, 2005, p. 207)
41
De forma geral, é o controle nervoso de diversos grupos musculares na
realização de determinado movimento, com o máximo de rendimento referente ao
objeto que for determinado.
Para avaliar a coordenação motora em indivíduos idosos, é muito utilizada a
bateria de testes da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation
and Dance (AAHPERD) pois é de fácil aplicação, baixo custo e não há riscos na
execução de testes físicos. (BENEDETTI; MAZO; GONÇALVES, 2014)
Para realização do teste, foi utilizado um pedaço de fita adesiva com
dimensão de 76,2 cm de comprimento fixado sobre uma mesa, de forma que acima
da fita sejam feitas seis marcas com a distância de 12,7 cm. A primeira e última
marca devem ter 6,35 cm de distância das extremidades da fita. Acima de cada uma
das seis marcas, é fixado um novo pedaço de fita adesiva de 7,6 cm.
Nos espaços são posicionadas três latas de refrigerante, de modo que sejam
numeradas de 1 a 6. A participante deve estar sentada, de frente para uma mesa, e
utilizar sua mão dominante para efetuar o teste. Seu cotovelo deve estar fletido e o
polegar posicionado para cima. Quando houver o sinal do avaliador, a participante
deve virar a lata invertendo sua base de apoio, de maneira que a lata 1 seja
colocada na posição 2; a lata 2 na posição 4 e a lata 3 na posição 6. Sem realizar
pausa, agora com o polegar para baixo, retoma o teste, recolocando as latas nas
suas posições iniciais e assim completa um circuito. Todo o teste deve ser
cronometrado. São atribuídas duas tentativas à participante como prática,
acompanhadas por outras duas tentativas válidas para avaliação. Como resultado
definitivo, é considerado o menor dos tempos realizados.
Figura 2: Ilustração do teste de coordenação
Fonte: Benedetti; Mazo; Gonçalves, 2014, p. 12
42
2.5.5 Teste Timed Up & GO
Para realização do teste, foi utilizada uma cadeira, onde a participante deveria
estar sentada e, em seguida, levantar sem a ajuda dos braços, caminhar a uma
distância de três metros, dar a volta e retornar. A princípio, é necessário que o
paciente esteja com o dorso apoiado ao encosto da cadeira e ao final do teste deve
encostar outra vez. O avaliador dá um comando de voz (vá) para iniciar o teste e o
mesmo só termina quando a participante encosta o dorso outra vez no encosto da
cadeira. O tempo deve ser cronometrado a partir do comando de voz e o teste
precisa ser realizado uma vez para que a participante se familiarize, e na segunda
vez para tomada do tempo. Um teste realizado em um tempo menor indica um
desempenho funcional melhor.
O objetivo do teste é avaliar a mobilidade e o equilíbrio funcional. O teste
quantifica em segundos a mobilidade funcional por meio do tempo que o indivíduo
realiza a tarefa de levantar de uma cadeira, caminhar três metros, virar, voltar rumo
à cadeira e sentar novamente.
Abaixo, apresenta-se o desempenho de acordo com o tempo de realização do
teste:
a) realização em 10 segundos corresponde a um desempenho normal com
baixo índice de quedas;
b) realização em 10,1 a -20 segundos, corresponde a um baixo índice de
quedas;
c) realização de 21 a -29 segundos, corresponde a um risco moderado de
quedas;
d) realização em 30 segundos ou mais, alto risco de quedas. (QUEIROZ,
2009, MARTINEZ et al., 2016)
2.5.6 Teste de qualidade de vida Whoqol-Bref
O Whoqol-Bref é um instrumento constituído por 26 questões e 4 domínios. A
primeira questão abrange a qualidade de vida de uma forma geral e a segunda
refere-se à satisfação do indivíduo com sua saúde. O restante das questões divide-
se nos domínios físico, psicológico, meio ambiente e relações pessoais. Tal
43
instrumento pode ser empregado em populações saudáveis ou em populações
acometidas com patologias crônicas, pois avalia a qualidade de vida em vários
grupos, valorizando a percepção individual da pessoa. (FLECK et al., 2000,
KLUTHCOVSKY; KLUTHCOVSKY, 2009, FERENTZ, 2017)
2.5.7 Mini Exame do Estado Mental
O Mini Exame do Estado Mental é uma escala/instrumento de pesquisa criado
por Folstein; Folstein; McHugh (1975) que serve para rastrear o comprometimento
cognitivo de indivíduos. É formado por duas partes: uma compreende atenção,
memória e orientação com uma pontuação total de no máximo 21 pontos; e outra
que abrange capacidades peculiares como compreender e nomear, pontuando 9
pontos no máximo. Quanto mais altos forem os valores do score, mais alto é o
desempenho cognitivo. As questões abordam tópicos como memória recente,
memória imediata, orientação de tempo e espaço, atenção, cálculo, linguagem e
habilidade construcional, completando um escore de 30 pontos. Vale ressaltar que o
MEEM é influenciado pela escolaridade. (VALLE et al., 2008)
2.6 Procedimentos
2.6.1 Protocolo de atendimento
O protocolo de atendimento foi realizado através de exercícios isolados e
combinados para fortalecimento de membros superiores, membros inferiores e
tronco, aumento da amplitude de movimento; exercícios de alongamento; comandos
para o posicionamento corporal correto com a intenção de diminuir possíveis dores;
aprimoramento da marcha; propriocepção; movimentos para treinar equilíbrio,
coordenação, agilidade e cognição visando o condicionamento da participante de
uma forma geral.
2.6.1.1 Exercícios
No início foram realizados exercícios ativos para membros superiores e
44
membros inferiores, utilizando materiais que servem para fortalecer os grupos
musculares, como por exemplo halteres, exercitadores elásticos, faixa elástica e
tornozeleiras, por meio dos movimentos de flexão, extensão, adução, abdução,
rotação interna e rotação externa em todas as articulações.
Para exercitar o tronco e propriocepção, foram realizados movimentos ativos
de flexão, extensão e inclinação lateral utilizando a bola suíça. Em tais exercícios, foi
associado um trabalho respiratório e de ativação dos músculos responsáveis pela
estabilização segmentar (CORE).
Ao terminar os exercícios, foi realizado um alongamento ativo de membros
superiores, inferiores e tronco, a fim de minimizar as dores musculares.
Realizaram-se circuitos utilizando os exercitadores elásticos e halteres como
obstáculos para a paciente treinar coordenação e agilidade. Posteriormente, para
dificultar o treinamento, a paciente recolhia os mesmos obstáculos enquanto
caminhava.
Também para treinar coordenação motora, eram realizados exercícios
alternados de membros superiores e inferiores
Para treinar marcha e equilíbrio, era traçada uma linha reta do ponto A a B
com distância de 5 metros, onde a paciente deveria caminhar sem oscilar
lateralmente.
No treinamento de cognição, eram entregues jogos da memória para a
participante e realizadas perguntas sobre o cotidiano, como por exemplo: que dia da
semana é hoje? Que dia do mês é hoje? Em qual cidade estamos? Qual é seu
nome? Você é casada? Tem filhos?
2.7 RESULTADOS
Os resultados dos testes e questionários aplicados durantes as avaliações,
estão descritos abaixo, em forma de tabelas.
Tabela 1: Escala de Berg balance
1° Avaliação 2° Avaliação 3°Avaliação
Total da pontuação: 42 42 37
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
45
A tabela 1 mostra os resultados do teste que avalia o equilíbrio, onde se
manteve a pontuação em relação a 1° e 2° avaliação, e na 3° avaliação teve um
declínio de 5 pontos.
Tabela 2: Força muscular de membros superiores
1° Avaliação 2° Avaliação 3°Avaliação
MD:9 flexões em 30 seg. MD:9 flexões em 30 seg. MD:9 flexões em 30 seg.
ME:7 flexões em 30 seg. ME:9 flexões em 30 seg. ME:9 flexões em 30 seg.
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 2 mostra os resultados do teste de força muscular de membros
superiores, onde a voluntária apresentou uma melhora na 2° avaliação realizando 2
flexões a mais no membro esquerdo durante o tempo de 30 segundos e manteve a
mesma repetição na 3° avaliação.
Tabela 3: Força muscular de membros inferiores
1° Avaliação 2° Avaliação 3°Avaliação
10 repetições em 1 min. 11 repetições em 1 min. 8 repetições em 1 min.
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 3 mostra os resultados do teste de força muscular de membros
inferiores, onde na 1° avaliação a paciente conseguiu realizar 10 repetições no
tempo de um minuto; na 2° avaliação a paciente conseguiu realizar 1 repetição a
mais no tempo de um minuto e na 3° avaliação teve um declínio, realizando 8
repetições.
Tabela 4: Coordenação motora
1° Avaliação 2° Avaliação 3°Avaliação
2 repetições realizadas 2 repetições realizadas 2 repetições realizadas
em 24 segundos em 30 segundos em 26 segundos
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 4 mostra os resultados apresentados no teste de coordenação
motora, onde a voluntária apresentou uma piora, já que realizou a mesma
46
quantidade de repetições em maior tempo, apresentando a diferença de 6 segundos
a mais na 2° avaliação e 2 segundos a mais na 3° avaliação.
Tabela 5: Timed Up & Go
1° Avaliação 2° Avaliação 3°Avaliação
realizou em 24 segundos realizou em 35 segundos realizou em 32 segundos
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 5 mostra os resultados apresentados no teste que avalia a
mobilidade e equilíbrio funcional. Após o estudo, a voluntária demorou mais tempo
para realizar o teste, com 11 segundos a mais na 2° avaliação e 8 segundos a mais
na 3° avaliação em relação à 1°.
Tabela 6: Whoqol-Bref
Domínios
1°
Avaliação
2°
Avaliação
3°
Avaliação
Percepção da qualidade de vida
Satisfação com a saúde
Físico
Psicológico
Relações sociais
Meio ambiente
3
1
2
2,6
3
3,25
2
2
3,1
2,6
3
2,75
3
2
2,5
1,8
2,3
3
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 6 mostra os resultados do teste que avalia a qualidade de vida e
satisfação do participante em relação a sua saúde, onde foi possível observar os
efeitos da intervenção fisioterapêutica em paciente com diagnóstico da Doença de
Alzheimer, através do questionário Whoqol-Bref aplicado nas três avaliações. Como
resultado, a participante apresentou melhora no aspecto de satisfação com a saúde
e domínio físico; já o domínio que avalia a percepção da qualidade de vida se
manteve, e os demais domínios que avaliam o psicológico, relações pessoais e meio
ambiente regrediram. De maneira geral, analisando todos os domínios, não houve
alteração significativa, pois a voluntária apresentou uma média de 14,85 na 1°
47
avaliação, 15,45 na 2° avaliação e 14,60 na 3° avaliação.
Tabela 7: Mini Exame do estado mental
Domínios
1°
Avaliação
2°
Avaliação
3°
Avaliação
Orientação
Memória
Atenção e Cálculo
Linguagem
7
10
4
8
10
8
3
6
11
6
3
9
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A tabela 7 mostra os resultados do questionário MEEM que foi aplicado nas
três avaliações para averiguar as perdas cognitivas da participante com diagnóstico
da Doença de Alzheimer. Como resultado, a participante apresentou melhora no
domínio orientação e linguagem, embora tenha regredido na memória, atenção e
cálculo. De uma forma geral, analisando todos os domínios, não houve alteração
significativa e mesmo com as regressões, pode-se afirmar que a paciente está com
um maior desempenho cognitivo, já que seu score deu em média 29 e a pontuação
máxima é 30.
2.8 Discussão
em o te mo e ue te deterioração intelectual global
decorrente de um transtorno, ou seja, ocorrem múltiplas perdas progressivas das
funções cognitivas. Tais perdas são suficientes para afetar os aspectos ocupacional
e/ou social, ocorrendo em um estado de consciência normal, apresentando declínio
cada vez maior. (STEELE, 2011)
Alencar; Santos; Pinto (2010) relatam que a Doença de Alzheimer é uma
patologia neurológica que afeta o cérebro de maneira degenerativa e progressiva.
Caracterizada pela morte de células e neurônios, a DA causa prejuízos imensuráveis
na individualidade da pessoa, perda de memória e outras funções cognitivas,
resultando em comprometimento na performance social e ocupacional do indivíduo.
48
Um dos principais problemas de saúde pública entre idosos é a Doença de
Alzheimer, sendo a demência mais prevalente em indivíduos com mais de 65 anos
de idade. (GUIMARÃES; CUNHA, 2004)
Segundo Sayeg (1991); Bastos (2003), o tratamento fisioterapêutico deve ser
contínuo e necessário por um período indefinido, já que a patologia compromete
áreas cerebrais e o indivíduo poderá apresentar evoluções, mas não irá adquirir o
desenvolvimento total das funções. Desta forma, o objetivo primordial da reabilitação
deve ser restaurar, prevenir ou maximizar as funções perdidas ou diminuídas.
Dentro do tratamento fisioterapêutico, pode ser trabalhada a cinesioterapia,
através de exercícios para melhora da flexibilidade, aumento da amplitude de
movimento, controle e coordenação motora, propriocepção, relaxamento,
fortalecimento muscular e alongamento. Tais exercícios podem ser realizados de
forma ativa, passiva, ativo-assistida, resistida e para controle postural. (GREVE;
AMATUZZI, 1999, DE CONTI et al., 2003, NELSON; KOKKONEN, 2007, KISNER;
COLBY, 2016).
A prática de atividade física possui influência positiva no comprometimento
cognitivo do paciente com DA proporcionando efeitos agudos e crônicos sobre a
cognição através do aumento no fluxo sanguíneo regional, aporte energético e maior
atividade de neurotransmissores. (MEREGE FILHO et al., 2014)
O tratamento farmacológico busca preservar ou restabelecer a cognição,
comportamento e habilidades funcionais do paciente com Doença de Alzheimer.
Porém, os efeitos das drogas limitam-se a adiar a evolução natural da patologia,
fornecendo apenas benefícios temporários ao portador. (FORLENZA, 2005)
Arakaki et al. (2012) ressaltam que o tratamento não farmacológico sempre
deve ser a primeira opção, buscando uma abordagem combinando aprendizagem
em família, ambiente terapêutico entre outros.
De acordo com o relato, o presente estudo pode comprovar através dos
resultados apresentados por meio dos testes aplicados, que a intervenção
fisioterapêutica não apresentou melhora significativa no equilíbrio, força muscular de
membros superiores e membros inferiores, coordenação motora e flexibilidade,
porém conseguiu manter a percepção em relação à qualidade de vida e melhorar a
satisfação com a saúde da paciente.
Existem diversos fatores de risco na Doença de Alzheimer, sendo a herança
genética, infarto e estado de saúde algumas das possíveis causas para a patologia,
49
embora a idade ainda seja o principal fator para o seu desenvolvimento. (CAIXETA
et al., 2012)
Diante da teoria apresentada, verifica-se a importância da fisioterapia no
tratamento de pacientes com Doença de Alzheimer, pois a mesma promove melhora
na qualidade de vida. Apesar de não ter sido possível evidenciar melhoras
expressivas no presente estudo, sugere-se inserir programas de intervenção a fim
de minimizar o quadro clínico apresentado por estas pessoas, em todos os quesitos.
2.9 CONCLUSÃO
Diante dos resultados adquiridos no presente estudo, observa-se que os
efeitos da intervenção fisioterapêutica para paciente com diagnóstico de Alzheimer
foram benéficos. Vale ressaltar que a voluntária manteve alguns aspectos e
melhorou outros, embora a grande maioria tenha evoluído. Porém, por se tratar de
uma patologia de caráter degenerativo, pode-se afirmar que as perdas foram
mínimas, levando em consideração que se a voluntária estivesse sem qualquer
intervenção, as perdas provavelmente seriam maiores.
Os resultados dos critérios foram definidos a partir de testes específicos
aplicados no início, durante e ao final da intervenção realizada. Tais testes avaliaram
equilíbrio, força muscular, coordenação motora, mobilidade articular, qualidade de
vida, saúde, estado físico e psicológico, relações sociais, meio ambiente, orientação,
memória, atenção e linguagem.
Apesar das regressões em determinados aspectos, através do estudo e
referências bibliográficas foi possível constatar que a fisioterapia para pacientes
neurológicos pode sim trazer resultados satisfatórios, proporcionando uma melhora
na qualidade de vida desses indivíduos.
Talvez a limitação de tempo para execução do tratamento, duração ou a
quantidade de sessões durante a semana tenham sido alguns dos fatores que
tenham contribuído para que os resultados esperados não tenham sido tão
expressivos.
A partir da teoria e prática apresentada, existe a possibilidade de novas
pesquisas acerca do assunto. Alguma possível solução para os obstáculos
encontrados é aumentar o tempo de intervenção, duração e quantidade de sessões
para verificar se é possível proporcionar resultados mais satisfatórios do que os
50
atuais.
Em suma, é importante esclarecer que independentemente dos resultados
apresentados, a prática dos exercícios propostos torna-se um benefício por se tratar
de uma doença degenerativa. Caso seja possível proporcionar um estacionamento
do quadro, é uma progressão em relação à patologia.
51
REFERÊNCIAS
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52
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ANEXOS
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ANEXO A - Parecer Consubstanciado do CEP
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ANEXO B - Termo de consentimento livre esclarecido (TCLE)
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa:
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO ATENDIMENTO DE PACIENTE COM
ALZHEIMER: RELATO DE UM CASO
A JUSTIFICATIVA, OS OBJETIVOS E OS PROCEDIMENTOS: O motivo que nos
leva a propor este estudo é a grande relevância da doença de Alzheimer nos dias de
hoje. É a causa mais comum da grave e progressiva perda de memória recente e
habilidade de pensar, em pessoas sadias de meia idade e idosa. Apesar de ser mais
comum entre os de mais de 65 anos, pode ocorrer no início da terceira idade. A DA
é uma doença cerebral e não de envelhecimento normal. Não se sabe ao certo por
que é ocasionada a DA e por isso não há métodos de presença de cura. O
fisioterapeuta atua basicamente em duas grandes áreas com referência a saúde: a
prevenção e a reabilitação. A prevenção de contraturas articulares, mobilização das
secreções pulmonares, encurtamentos musculares, manutenção da massa muscular
na prevenção das atrofias, trabalho visando melhor equilíbrio e marcha são alguns
dos problemas tratáveis fundamentalmente pelo fisioterapeuta. O objetivo principal
do estudo é verificar se é possível através de um programa de atendimento
fisioterapêutico, promover melhora no aspecto funcional e social apresentado por um
paciente com Alzheimer. E como objetivos secundários, utilizar técnicas específicas,
mediante a necessidade que o paciente apresenta; acompanhar a evolução do
tratamento fisioterapêutico em momentos distintos; avaliar a qualidade de vida.
DESCONFORTOS, RISCOS E BENEFÍCIOS: A sua participação neste estudo pode
gerar algum tipo de desconforto quanto ao aumento de um mal-estar, desequilíbrios
ou cansaço durante as atividades propostas. Os riscos podem ser queda, dor
durante a realização dos exercícios, podendo estes serem minimizados mantendo-
se as pesquisadoras sempre por perto, trabalhar dentro do limite, não ultrapassando
esse limite para não haver a piora da mesma. Espera-se como benefício, que a
fisioterapia proporcione alívio das disfunções causadas nesse paciente, como
melhora de encurtamentos musculares, manutenção da amplitude de movimento,
fortalecimento dos músculos que se encontram fracos, aperfeiçoamento da postura,
marcha, equilíbrio e coordenação motora.
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FORMA DE ACOMPANHAMENTO E ASSISTÊNCIA: O participante será
acompanhado durante todo o seu tratamento, desde as avaliações até os exercícios
propostos. Caso o participante apresente algum problema, será encaminhado para o
tratamento adequado com o auxílio dos pesquisadores, custeados pelos mesmos,
dentro da Instituição responsável pela pesquisa.
GARANTIA DE ESCLARECIMENTO, LIBERDADE DE RECUSA E GARANTIA DE
SIGILO: Você poderá solicitar esclarecimento sobre a pesquisa em qualquer etapa
do estudo. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou
interromper a participação na pesquisa a qualquer momento, seja por motivo de
constrangimento e/ou outros motivos. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios. O(s)
pesquisador (es) irá (ão) tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.
Os resultados do tratamento serão enviados para você e permanecerão
confidenciais. Seu nome ou o material que indique a sua participação não será
liberado sem a sua permissão. Você não será identificado (a) em nenhuma
publicação que possa resultar deste estudo. Este consentimento está impresso e
deve ser assinado em duas vias, uma será fornecida a você e a outra ficará com o
(s) pesquisador (es) responsável (eis). Se houver mais de uma página, tanto o
pesquisador quanto o participante deve rubricar todas as páginas.
CUSTOS DA PARTICIPAÇÃO, RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO: A
participação no estudo, não acarretará custos para você e será disponibilizado
ressarcimento em caso de haver gastos com transporte, creche, alimentação, etc.,
tanto para você, quanto para o seu acompanhante, se for necessário. No caso de
você sofrer algum dano decorrente dessa pesquisa você tem direito à assistência
integral e gratuita, neste caso procurar os pesquisadores.
DECLARAÇÃO DO PARTICIPANTE OU DO RESPONSÁVEL PELO
PARTICIPANTE
Eu, ................................................................................................., fui
informado (a) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e
esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas
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informações e ou retirar meu consentimento. Os responsáveis pela pesquisa acima,
certificaram-me de que todos os meus dados serão confidenciais. Em caso de
dúvidas poderei chamar as estudantes Amanda Honório de Oliveira; Bruna
Aparecidade de Sá; Nátany Caroline de Souza e o pesquisador responsável Ana
Cláudia de Souza Costa, ou ainda entrar em contato com o Comitê de Ética em
Pesquisa do UniSALESIANO, localizado na Rodovia Teotônio Vilela, Bairro Alvorada
– Araçatuba-SP Fone:(18)3636-5252, 08:00 às 14:00. O Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) é um colegiado composto por pessoas voluntárias, com o objetivo
de defender os interesses dos participantes da pesquisa em sua integridade e
dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões
éticos. O CEP – UniSALESIANO de Araçatuba é diretamente vinculado ao Centro
Universitário Católico Auxilium de Araçatuba-SP/Missão Salesiana de Mato Grosso.
Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma via deste
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e
esclarecer as minhas dúvidas.
Assinatura do participante de pesquisa ou impressão dactiloscópica(se
necessário).
Assinatura:
Nome legível:
Data: _____/_____/_____
...........................................................................
Assinatura do (a) pesquisador responsável
Data: _____/_____/_____
Im pr es s ã o
d a c t i l o s c ó pi c a
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ANEXO C – Escala de equilíbrio de Berg
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Fonte: (ESCALA..., 2013)
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ANEXO D - Questionário Whoqol-Bref
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(FLECK, 2017, p. 2)
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ANEXO E – Mini exame do estado mental
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(MINI..., SD)