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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ATUAÇÃO GERENCIAL NAS ATIVIDADES DE
AUDITORIA INTERNA
Por: Paulo Roberto Martins de Sousa
Orientador: Antonio Fernando Vieira Ney
Niterói
2009
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ATUAÇÃO GERENCIAL NAS ATIVIDADES DE
AUDITORIA INTERNA
OBJETIVOS
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Pós-Graduação “Lato Sensu” de Auditoria e Controladoria. Por: Paulo Roberto Martins de Sousa
AGRADECIMENTOS
A Deus acima de tudo, por me orientar e dar-me dons
de discernimento e sabedoria.
À minha esposa, que sempre me estimula no crescimento profissional, aos meus pais, pela minha formação, à minha sogra pelo incentivo, aos amigos, pelo apoio de sempre e aos professores que me enriqueceram com novos conhecimentos.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho de pesquisa a minha esposa
que tanto colaborou para a confecção e
aperfeiçoamento deste trabalho. Também ao
nosso filho, fruto de amor que em breve estará
entre nós.
RESUMO
O presente trabalho pretende apresentar as principais atividades de
um gestor de auditoria interna dentro de uma empresa privada de médio ou
grande porte, demonstrando a relevância da gestão sobre a área, trabalhos
realizados e equipe de Auditores que são fatores primordiais para o sucesso da
área.
Além de definições, importância, objetivos e estrutura funcional da
área, este trabalho contempla procedimentos referentes a atuação gerencial,
tais como: Estrutura, atribuições e responsabilidades de um gestor.
Ao gestor da auditoria interna, cabe a responsabilidade de conduzir a
área a um padrão de excelência através da realização de trabalhos altamente
qualitativos e que agreguem valor ao negócio, com isso, surge a importância,
valorização, necessidade e continuidade da auditoria interna no ambiente
corporativo.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi desenvolvido com base em livros a respeito do
tema, artigos coletados na Internet, em jornais e em revistas, tudo de forma
exploratória. Foi utilizado também a minha experiência profissional de 4 anos
na área de Auditoria Interna da Drogarias Pacheco S.A.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................... 8 CAPITULO I - AUDITORIA INTERNA
1.1 - Definições .................................................................................. 10
1.2 - Importância ............................................................................... 11
1.3 - Objetivos .................................................................................... 12
1.4 – Estrutura funcional .................................................................. 13
CAPITULO II - O GESTOR DE AUDITORIA INTERNA
2.1 - Estrutura, atribuições e responsabilidades ....................... 16
CAPITULO III - ATIVIDADES DO GESTOR
3.1 - Gestão sobre a área ............................................................... 18
3.2 - Gestão sobre os Trabalhos ................................................... 20
3.3 - Gestão sobre os Auditores Internos .................................... 27
CONCLUSÃO ........................................................................................... 36
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 38
8
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem a finalidade de apresentar as principais atividades
que devem ser observadas no exercício do cargo de gestor da área de
auditoria interna em organizações privadas de médio e grande porte do Brasil.
O cenário atual do ambiente das organizações vem demandando,
cada vez mais, a adoção de medidas e técnicas de acompanhamento e
controle que visam minimizar falhas e evitar problemas que coloquem em risco
a imagem da empresa, diante dos acionistas, dos clientes e do mercado em
geral.
Essa nova postura corporativa tem proporcionado a materialização e a
aplicação de diversos mecanismos, objetivando não apenas detectar e
mensurar possíveis problemas, como também o oferecimento de alternativas
de soluções. Entre esses mecanismos, destacam-se as políticas de gestão de
riscos relacionadas à auditoria interna.
A auditoria interna tem como função principal avaliar o processo de
gestão, no que se refere aos seus diversos aspectos, tais como a governança
corporativa, gestão de riscos e procedimentos de aderência às normas internas
ou regulatórias, apontando eventuais desvios e vulnerabilidade às quais a
empresa está sujeita.
Diante desse cenário, cada vez mais evidenciado nas estruturas de
controle, tem aumentado consideravelmente, por parte das organizações, a
criação ou o aperfeiçoamento do controle de riscos, levando, por
consequência, a elevação do grau de importância das atividades
desempenhadas pela auditoria interna.
9 Nesse sentido, a importância da auditoria interna no processo de
gestão tem aumentado a exigência por um alto grau de especialização do
quadro de auditores, o que pressupõe uma equipe com visão multidisciplinar,
atuando de forma coordenada e tendo como finalidade básica o
assessoramento da alta administração por meio do exame e avaliação dos
processos e dos riscos do negócio.
O presente trabalho tem a finalidade de apresentar as principais
atividades que um gestor da área de auditoria interna deve observar no
desenvolvimento de seu trabalho. Esse profissional, responsável direto pela
equipe de auditores, tem a tarefa de qualificar seus colaboradores e aumentar
cada vez mais o nível de profissionalismo e ética, que sempre está sendo
colocada à prova.
10
CAPITULO I
AUDITORIA INTERNA
1.1 - Definições
A auditoria interna é conjunto de técnicas que visa avaliar de forma
independente, a gestão da empresa através de seus processos e resultados
gerenciais, mediante a comparação entre uma situação encontrada com um
determinado critério técnico, operacional ou normativo. Trata-se de um
importante componente de controle na busca da melhor alocação dos recursos,
não só atuando para corrigir eventuais falhas nos processos internos, mas,
principalmente, na avaliação dos controles e identificação de oportunidades de
melhorias. Os profissionais dessa área são empregados da empresa.
O Instituto dos Auditores Internos (IIA, 1999), define auditoria interna
como uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação
consultoria e tem como objetivo adicionar valor e melhorar as operações de
uma organização. A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos
adotando uma abordagem sistemática e disciplinada para a melhoria da
eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controle, e governança
corporativa.
O item 12.1.1.3 da Norma Brasileira de Contabilidade - NBC T12 – Da
Auditoria Interna, aprovada pela Resolução do Conselho Federal e
Contabilidade nº 986, de 21/11/2003, define que a Auditoria Interna
compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações,
metodologicamente estruturados para a avaliação da integridade, adequação,
eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de
informações e de controles internos integrados ao ambiente, e de
gerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no
cumprimento de seus objetivos.
11 Para Attie, “a Auditoria Interna é uma função independente criada
dentro da empresa para examinar e avaliar suas atividades, como um serviço a
essa mesma organização. A proposta da auditoria interna é auxiliar os
membros da administração a desincumbirem-se eficazmente de suas
responsabilidades. Para tanto, a auditoria interna lhes fornece análise,
avaliações, recomendações, assessoria e informações relativas às atividades
examinadas”. (ATTIE 1992)
Neste sentido, espera-se que a auditoria interna seja, principalmente,
uma ferramenta de apoio à gestão de topo e que ajude a organização a
alcançar os seus objetivos.
1.2 - A Importância
A empresa constitui uma área de auditoria interna visando resguardar
e salvaguardar seus interesses, essa área tem por finalidade fornecer aos
administradores, em todos os níveis, informações que os auxiliem a controlar
as operações e atividades pelas quais são responsáveis.
Dessa forma a auditoria interna é de grande importância para as
empresas, ajudando a eliminar desperdícios, simplificar tarefas, servir de
ferramenta de apoio à gestão e transmitir informações aos administradores
sobre o desenvolvimento das atividades executadas. Logo, uma empresa que
utiliza a ferramenta da auditoria interna é beneficiada na questão de liderança,
eficácia na manutenção e criação de controle interno. Assim, percebe-se que a
auditoria interna beneficia a empresa com um melhor controle de seu
patrimônio, procurando reduzir a ineficiência, negligência, incapacidade,
proporcionando uma maior segurança ao funcionamento correto das
operações.
12 A empresa, além de implementar um sistema de controle interno, deve
contar com uma área, independente, para verificar periodicamente se os
controles implementados são suficientes para mitigar os riscos existentes e,
caso não sejam, propor recomendações de melhorias aos gestores envolvidos
nos processos.
1.3 - Objetivos
Os trabalhos desenvolvidos pela área de auditoria interna objetivam,
em última instância, a adequação da gestão de riscos operacionais, dos
controles internos administrativos e do processo de governança corporativa
proporcionando uma razoável garantia de que tais processos funcionam de
acordo com o planejado, fazendo recomendações para a melhoria das
operações da empresa, em termos de economicidade, eficiência, eficácia,
efetividade e eqüidade do desempenho organizacional.
Jund (2001) coloca que o auditor interno tem como características
assessorar a administração no desempenho de suas funções e
responsabilidades, e suas atribuições são de avaliar:
Ø Os componentes das demonstrações financeiras;
Ø Normas, procedimentos, controles internos e estruturas
organizacionais quanto a aspectos de eficiência, efetividade,
qualidade e prevenção de fraudes e erros;
Ø As atividades, operações e programas para verificar se os
resultados estão sendo compatíveis com os objetivos e os meios
esclarecidos.
Ø A integridade e confiabilidade das informações e registros
contábeis.
13 Jund (2001) afirma que a auditoria interna é uma atividade de
avaliação independente e de assessoramento da administração, voltada para o
exame e avaliação da adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de
controle e que tem por missão básica assessorar a administração através do
exame da:
Ø Adequação e eficácia dos controles;
Ø Integridade e confiabilidade das informações e registros;
Ø Integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para
assegurar a observância das políticas, metas, planos,
procedimentos, leis, normas e regulamentos e da sua efetiva
utilização;
Ø Eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da
utilização dos recursos; dos procedimentos e métodos para
salvaguarda dos ativos e a comprovação de sua existência, assim
como a exatidão dos ativos e passivos;
Ø Compatibilidade das operações e programas com os objetivos,
planos e meios de execução estabelecidos.
As definições de auditoria interna dos autores citados neste tópico
apresentam um aspecto comum que se refere ao objetivo de examinar a
integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações
físicas, contábeis, financeiras, operacionais da empresa.
1.4 - Estrutura funcional
A estrutura da auditoria interna pode variar de acordo com o porte de
cada empresa, bem como o ramo de atuação e outras particularidades
organizacionais. A área de auditoria interna pode ser montada considerando
14 um gestor (gerente ou supervisor), que exerça a função de planejamento e
controle dos serviços em andamento e um corpo de auditores que executem as
tarefas e serviços planejados.
Cada empresa precisa ser analisada de acordo com o volume e a
periodicidade dos trabalhos a serem realizados.
A estrutura funcional de uma área de auditoria interna pode ser
dividida hierarquicamente com atribuições diferentes para cada cargo existente.
Em linhas gerais a estrutura da auditoria interna pode ser considerada, a título
exemplificativo, de acordo com a seguinte divisão:
Ø Diretor: Cargo destinado a dirigir toda a atividade da auditoria,
principalmente quando as divisões por especialização se tornem
necessárias. Congrega as diversas superintendências de auditoria e
canaliza os esforços dos segmentos para atingir os objetivos propostos
pela constituição da auditoria interna.
Ø Superintendente: Cargo indicado a desenvolver completa programação
de auditoria na divisão de sua especialidade. Dirige os setores sob sua
responsabilidade, obtendo das gerências o controle e eficiência dos
trabalhos.
Ø Gerente: Cargo indicado a determinar a divisão das tarefas de sua
responsabilidade aos supervisores. Gerencia os trabalhos em
andamento, administrando inclusive aqueles por realizar.
Ø Supervisor: Função determinada a promover o acompanhamento das
atividades exercidas pelos auditores de campo. Revisam os papéis de
15 trabalho, assegurando a completa execução segundo o programa pro-
posto.
Ø Sênior: Atividade referente a conduzir os trabalhos de campo e
supervisionar diretamente os assistentes e auxiliares alocados ao
trabalho.
Ø Assistente: Atividade destinada a conduzir pequenos trabalhos ou
assistir àqueles de maior expressão.
Ø Auxiliar: Atividade destinada a iniciantes da área de auditoria e que
serve de suporte a tarefas que não necessitem de técnicas ou
julgamentos em grande escala.
16
CAPITULO II
O GESTOR DE AUDITORIA INTERNA
2.1 - Estrutura, atribuições e responsabilidades
O Gestor de auditoria interna é o profissional que faz a gestão da área,
dos trabalhos e dos Auditores Internos. Reporta-se à Presidência da empresa e
fica com a responsabilidade de conduzir os Auditores a um alto nível de
qualidade técnica funcional e ética na conduta pessoal.
Esse profissional deve reportar-se a Presidência, visando assegurar a
independência para auditar as demais áreas da empresa.
As auditorias realizadas devem ser comunicadas formalmente através
de Relatórios ou Cartas para a Alta administração. Esses documentos devem
ser revisados e emitidos pelo gestor da área de auditoria interna.
As principais atribuições e responsabilidades do gestor de auditoria
interna são:
Ø Desenvolver e acompanhar o planejamento anual de auditoria
voltado para as áreas administrativas e operacionais de toda a
empresa;
Ø Acompanhamento da atividade exercida pelos auditores, de forma
que assegure a conformidade aos padrões aceitáveis de
auditoria.
Ø Estabelecer estrutura e políticas da área de auditoria;
Ø Aprovar a contratação, dispensa, promoção e reajustes salariais
dos auditores;
17 Ø Estabelecer parâmetros para o desenvolvimento de planejamento
anual dos trabalhos;
Ø Coordenar e acompanhar a execução do planejamento anual dos
trabalhos;
Ø Estabelecer padrões técnicos, administrativos e de conduta
pessoal para a execução dos trabalhos;
Ø Estabelecer procedimentos que assegurem a utilização eficiente
de recursos humanos e materiais da área de auditoria;
Ø Desenvolver manual de auditoria interna que contenha as normas
técnicas, aspectos administrativos e de conduta pessoal aplicável
à atividade;
Ø Estabelecer programa de treinamento para manter alto nível de
competência e profissionalismo do pessoal de auditoria;
Ø Aprovar planos e programas de auditoria para a execução dos
trabalhos;
Ø Emitir relatórios de auditoria sobre os exames praticados,
recomendando melhorias dos controles internos para
salvaguardar os interesses da empresa e assegurar a aderência
às leis e aos regulamentos internos e oficiais;
Ø Avaliar as ações corretivas tomadas pelos responsáveis,
acompanhando-as até que seja dada solução satisfatória sobre a
matéria;
Ø Reportar-se à presidência acerca de matérias não resolvidas
satisfatoriamente ou que traduzam possíveis riscos e
contingências para a empresa;
Ø Conduzir trabalhos especiais solicitados pela presidência, ou de
acordo com as necessidades detectadas pelo trabalho de campo.
18
CAPITULO III
ATIVIDADES DO GESTOR DE AUDITORIA INTERNA
3.1 - Gestão sobre a área
3.1.1 - Planejamento anual dos trabalhos
A variedade e a complexidade dos trabalhos que a auditoria interna
executa exigem planejamento e controles adequados. Sem esses elementos o
gestor da área corre o risco de perder a perspectiva de sua missão e deixar de
lado elementos essenciais à sua tarefa.
O gestor da área de auditoria deve elaborar o planejamento anual dos
trabalhos de auditoria, de forma a contemplar auditorias nas principais áreas da
empresa com base na materialidade e criticidade envolvida em cada processo.
Esse planejamento deve considerar o número de dias disponíveis para a
realização de exames específicos; o total disponível de dias/auditor, dividido
entre atividades planejadas e não planejadas. Os dias não planejados
constituem uma reserva para eventualidade, como exames especiais,
solicitações da Presidência, Diretorias, treinamento e etc.
3.1.2 - A subordinação da auditoria interna
Em relação à organização da área, um ponto relevante é a autonomia
e independência com que conta à auditoria interna da empresa. Nesse sentido,
o nível ao qual se reporta pode desde logo indicar o grau de independência e
autonomia dos auditores internos.
Para que esta autonomia e independência possam ser consideradas
adequadas, torna-se necessário que a auditoria interna se reporte a
Presidência, de modo a poder realmente escapar das ingerências e pressões,
19 bem como manter a liberdade de agir sobre todas as áreas da organização,
sem restrições.
A auditoria interna colocada dessa forma, em nível recomendável para
efeito do bom controle Interno, ficaria situada da seguinte forma em uma
estrutura organizacional:
3.1.3 - A interação com as áreas da empresa
O gestor da auditoria interna deve orientar aos auditores a forma de
relacionamento e postura com os auditados. Os auditores devem demonstrar
boas maneiras e conduzir os trabalhos com dignidade e compostura nas
diversas áreas auditadas, evitando familiaridades excessivas com o pessoal.
As apresentações dos assuntos auditados com os funcionários das
áreas precisam ser em bases profissionais e focadas no objeto da auditoria. De
forma nenhuma o auditor deverá demonstrar menosprezo pelo trabalho feito
pelos funcionários da área auditada, tais trabalhos devem ser olhados como
sérios e importantes por menores que possam ser.
20
3.1.4 – A valorização da área de auditoria interna
Cabe ao gestor da área de auditoria interna, através de trabalhos
altamente qualitativos, convencer a alta administração e seus executivos de
que pode auxiliá-los na melhoria de seus negócios, identificando áreas
problemáticas e sugerindo correção, para obter destes o apoio necessário ao
desenvolvimento da prestação de serviço a toda a empresa.
Para conseguir valorização e o respeito organizacional a área de
auditoria interna deve ter acesso irrestrito, fazer exames regulares, emitir
reporte oportuno e recomendar correções apropriadas.
3.2 - Gestão sobre os Trabalhos
3.2.1 - A qualidade no exercício da auditoria interna
O controle de qualidade das atividades de auditoria interna visa a
estabelecer critérios de avaliação sobre a aderência dos trabalhos realizados
pela área com relação à observância das normas internas e das práticas
internacionais da atividade, avaliando o desempenho dos auditores internos em
todas as etapas do trabalho, no intuito de identificar aspectos operativos
passíveis de aperfeiçoamentos.
O gestor da auditoria interna, a fim de possibilitar a consecução dos
objetivos, manterá sob constante controle e avaliação as atividades da área,
relacionadas, entre outras, com os seguintes e importantes aspectos:
21 Ø Organização administrativa dos recursos humanos, materiais e
instrumentais, da legislação atualizada, normas específicas,
programas de auditoria, papéis de trabalho, pastas permanentes;
Ø Planejamento dos trabalhos de forma a adequar suas atividades
às reais necessidades da alta administração da empresa a curto,
médio e longo prazos;
O gestor da auditoria interna deve revisar os trabalhos dos Auditores
Internos, atentando-se para:
Ø A elaboração de papéis de trabalho limpos, claros, objetivos,
conclusivos e corretamente referenciados;
Ø Comprovação satisfatória, junto aos papéis de trabalho, das
ocorrências detectadas que ensejarem sugestões e
recomendações às demais áreas da empresa;
Ø Obediência aos modelos estabelecidos para montagem e
apresentação dos relatórios e das notas técnicas;
Ø Distribuição dos assuntos, no corpo do relatório, com observância
da fundamentação legal, quando necessária, conteúdo técnico e
terminologia apropriada;
Ø Observância às normas ortográficas e gramaticais na redação dos
relatórios;
Ø Elaboração de comentários sucintos sobre os assuntos
enfocados, nas sugestões/recomendações, sem explanações
muito extensas, desnecessárias ou inexpressivas, que nada
acrescentem ao trabalho;
Ø Não utilização de termos dúbios, obscuros ou ofensivos;
22 Ø Eventual existência de interpretações ou conclusões subjetivas
que evidenciem pontos de vista pessoais, não calcados em
provas substanciais ou fatos devidamente comprovados;
Ø Análise dos atos e fatos, objeto de exame, com isenção e bom
senso, atendo-se mais à eficiência e segurança dos controles
internos administrativos e aos riscos operacionais envolvidos e
não, especificamente, às pessoas que os tenham praticado;
Ø Redação clara e objetiva, que transmita, por parte da equipe de
auditores internos, seriedade, consideração e respeito aos
responsáveis e dirigentes das unidades organizacionais
examinadas; e
Ø Conclusão objetiva, coerente com o assunto enfocado e ressalvas
oportunas condizentes com os itens que expressam claramente a
impropriedade ou disfunção detectada.
3.2.2 - Programa de Auditoria
O gestor da auditoria interna deve orientar aos Auditores a confeccionar
um programa de trabalho que é um plano de ação passo a passo e se destina,
principalmente, a direcionar adequadamente o trabalho do auditor interno.
O programa de auditoria é uma definição ordenada de objetivos,
determinação de escopo e roteiro de procedimentos detalhados, destinado a
orientar a equipe de auditoria, configura-se na essência operacional do trabalho
de auditagem relativamente a uma área específica da empresa ou à gestão de
determinado sistema organizacional e deve estabelecer os procedimentos para
a identificação, análise, avaliação e registro da informação durante a execução
do trabalho.
23 O programa de auditoria será estruturado de forma padronizada e
conterá minimamente:
Ø Sistema organizacional a ser auditado;
Ø Conceituação;
Ø Áreas envolvidas;
Ø Período;
Ø Objetivos;
Ø Cronograma dos trabalhos;
Ø Equipe de auditores internos;
Ø Custos envolvidos;
Ø Tick-marks utilizadas;
Ø Procedimentos;
Ø Questionário de Avaliação - Controles Internos Administrativos;
Ø Campo para observações dos auditores internos;
Ø Conceito dos auditores internos;
Ø Orientações gerais.
A utilização criteriosa do programa de auditoria permitirá à equipe
avaliar, em campo, sobre a conveniência de ampliar os exames (testes de
auditoria) quanto à extensão e/ou à profundidade, caso necessário.
O programa visa definir os meios mais econômicos, eficientes e
oportunos para se atingir os objetivos da auditoria. Deve ser suficientemente
discutido no âmbito da área de auditoria interna e ser aprovado por seu gestor,
antes do início de trabalho de campo.
24
3.2.3 - Papéis de Trabalho
Na execução dos trabalhos de auditoria, os auditores internos
deverão registrar as informações relevantes para fundamentar as conclusões e
avaliações adequadas.
Os papéis de trabalho constituem-se no conjunto formado pelo
programa de auditoria utilizado, acrescido dos elementos comprobatórios
coletados in loco, e se constituem na evidência do trabalho executado e no
fundamento da opinião da equipe de auditoria.
Os papéis de trabalho de auditoria são propriedades da empresa,
devendo permanecer sob rigoroso controle da área de auditoria interna e
devem ser acessíveis somente ao pessoal autorizado.
Os papéis de trabalho podem ser em papel, fitas, discos, disquetes,
CD, filmes ou outros suportes. Se os papéis de trabalho de auditoria forem em
suporte diverso do papel, deve-se providenciar a obtenção de cópias de
segurança (backup).
Os papéis de trabalho constituem a prova de validade dos exames
efetuados e, consequentemente, do relatório respectivo, e devem possuir os
seguintes atributos:
Ø Abrangência;
Ø Objetividade;
Ø Clareza;
Ø Limpeza.
25 Quando da elaboração dos papéis de trabalho, o auditor interno deve
levar em consideração os seguintes imperativos de apresentação:
Ø Devem ser concisos de forma que outro leitor entenda sem a
necessidade de explicações da pessoa que os elaborou;
Ø Devem ser objetivos, de forma que se entenda onde o auditor
interno pretende chegar com seus apontamentos;
Ø Devem estar limpos de forma a não prejudicar o seu
entendimento;
Ø Devem ser elaborados de forma lógica quanto ao raciocínio, na
sequência natural do objetivo a ser atingido;
Ø Devem ser completos, por si só.
São as seguintes as finalidades dos papéis de trabalho:
Ø Racionalizar e auxiliar na execução do trabalho;
Ø Garantir o alcance dos objetivos;
Ø Evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas;
Ø Fundamentar e servir de suporte à minuta do relatório de auditoria
ou da nota técnica;
Ø Facilitar e fornecer um meio de revisão do trabalho por parte do
gestor da auditoria interna;
Ø Constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim
de se obter detalhes relacionados com a atividade de auditoria
realizada;
Ø Fornecer orientação para futuros trabalhos.
26 Os papéis de trabalho serão revisados pelo gestor da auditoria e
confrontados com a minuta de relatório, no intuito de averiguar a consistência
interna do trabalho e se os registros na minuta do relatório são úteis e
relevantes.
3.2.4 - Testes e técnicas de auditoria
Os testes que caracterizam os procedimentos de auditoria interna são
classificados em duas espécies:
Ø Testes de observância (também denominados de aderência ou de
conformidade); e
Ø Testes substantivos.
O objetivo do teste de observância é proporcionar ao auditor interno
razoável segurança quanto à efetiva utilização dos procedimentos previstos
como controles internos administrativos, previamente especificados pela Alta
Administração nas normas internas. Visam, portanto, à obtenção de razoável
segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela
Companhia estão em efetivo funcionamento e cumprimento.
Os testes substantivos são procedimentos que objetivam obter
evidências que corroborem a validade e propriedade dos atos e fatos
administrativos, assegurando razoável grau de certeza quanto à conformidade
ou a existência de impropriedades.
Depende da decisão do auditor interno o dimensionamento do escopo
dos testes substantivos a serem realizados, quanto à extensão e à
27 profundidade. Visam, portanto, à obtenção de evidências quanto à suficiência,
exatidão e validação dos dados produzidos pelos sistemas administrativo e
contábil da empresa, dividindo-se, em linhas gerais, em testes de transações e
saldos e procedimentos de revisão analítica.
As espécies de testes substantivos se classificam em:
Ø Circularização (confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados
pelo auditado);
Ø Verificação física (in loco, com registro fotográfico, se possível);
Ø Conciliações (confronto de registros de fontes diferenciadas);
Ø Exame dos registros;
Ø Análise documental;
Ø Conferência de cálculos;
Ø Entrevistas (indagação escrita ou oral);
Ø Corte das operações (cut-off);
Ø Rastreamento;
Ø Teste laboratorial.
3.3 - Gestão sobre os Auditores Internos
3.3.1 - Conduta dos Auditores Internos
Para ATTIE (1992), Cada auditor representa a imagem do
departamento a que está ligado e, dessa forma, a aparência pessoal, os atos e
as impressões que possa infundir são fundamentais para o conceito que os
demais departamentos da empresa farão a respeito da auditoria. A imagem
que o auditor precisa refletir repousa em uma conduta correta e postura
28 elegante. Sua aparência pessoal necessita de cuidados e. em função do local
onde trabalhe, pode tornar-se indispensável o uso de vestimenta formal e
adequada ao ambiente. Sua palavra precisa ser colocada no tempo e local
apropriado de forma moderada e jamais usar suas ponderações com
agressividade. As recomendações ou julgamentos devem justificar por si só a
proposta do auditor no uso de seu senso profissional, baseado em suas
experiências práticas e técnicas. O equilíbrio pessoal deve ser cultivado e
melhorado ao longo de sua carreira buscando a obtenção de todas as
evidências que substanciem sua opinião, traduzindo-a de forma consciente e
impessoal.
A independência é condição primordial para a execução dos trabalhos
de auditoria. A atitude mental independente possibilita ao auditor obter dados e
fatos sem tendenciosidade.
O auditor não pode simplesmente adotar atitude de defesa ou de
acusação, mas de imparcialidade. É preciso que escute, analise e documente
os fatos sem conclusões precipitadas ou baseadas em elementos
imponderáveis.
A natureza e a complexidade do trabalho da auditoria requer
profissionais com capacidade de adaptação acima da média, para que possa
aprender rapidamente aspectos teóricos e práticos sobre as diversas atividades
objeto de exame.
Para isso, o auditor precisará, via de regra, possuir alto grau de
determinação no sentido de conduzir satisfatoriamente todas as atribuições a
ele confiadas. Fundamental também é a qualidade de seus relatórios, que
devem ser factíveis, imparciais, claros e completos.
29 O desempenho da função de auditor exige certas qualidades e um
padrão rígido de comportamento. O auditor tem a responsabilidade de se
conduzir de tal forma que sua fé e integridade nunca mereçam reparos. A
administração da empresa espera que a auditoria, como um todo, possa ser
encarada como a presença física desta, educando e sensibilizando todo o
pessoal da empresa a trilhar o caminho proposto para a consecução de seus
objetivos.
Os auditores internos necessitam de supervisão adequada. O gestor
da auditoria é o responsável pelos trabalhos feitos da área, logo dever revisar e
validar todas as tarefas executadas pelos auditores que devem observar os
seguintes aspectos:
Ø Comportamento ético - Deve ter sempre presente que, na
condição de empregado de uma empresa, se obriga a proteger os
interesses da organização e respeitar as normas de conduta, não
podendo valer-se da função em benefício próprio ou de terceiros,
ficando, ainda, obrigado a guardar confidencialidade das
informações obtidas, não podendo revelá-las a terceiros, salvo
com autorização específica da autoridade competente ou se
houver obrigação legal ou profissional de assim proceder;
Ø Cautela e zelo profissional - Agir com prudência, habilidade e
atenção, de modo a reduzir ao mínimo a margem de erro,
acatando as normas de ética profissional, o bom senso em seus
atos e recomendações, o cumprimento das normas e
procedimentos da empresa e o adequado emprego dos
procedimentos de aplicação geral ou específica;
Ø Independência - Manter uma atitude de independência com
relação aos auditados, de modo a assegurar imparcialidade no
seu trabalho, assim como nos demais aspectos relacionados à
sua atividade profissional;
30 Ø Soberania - Possuir o domínio do julgamento profissional,
pautando-se no programa de auditoria de acordo com o
estabelecido na ordem de serviço, na seleção e aplicação de
procedimentos técnicos e testes cabíveis e na elaboração dos
relatórios ou notas técnicas;
Ø Imparcialidade - Abster-se de intervir em casos onde haja
conflitos de interesses ou desavenças pessoais, que possam
influenciar a imparcialidade do seu trabalho, devendo comunicar o
fato ao seu superior imediato;
Ø Objetividade - Apoiar-se em documentos e evidências concretas
que permitam convicção sobre a realidade ou a veracidade dos
fatos ou situações examinadas;
Ø Conhecimento técnico e capacidade profissional - Deve
possuir, em função de sua atuação multidisciplinar, um conjunto
de conhecimentos técnicos, experiências e capacidade para
execução das tarefas a serem executadas, envolvendo o
processo de gestão, a operacionalização dos diversos processos
da empresa, aspectos econômicos, financeiros, contábeis e
orçamentários, assim como outras disciplinas necessárias ao fiel
cumprimento do objetivo do trabalho;
Ø Atualização dos conhecimentos técnicos e procedimentos de
auditoria - Manter-se atualizado sobre os conhecimentos
técnicos necessários ao desenvolvimento dos seus trabalhos,
acompanhar a evolução dos procedimentos aplicáveis ao Sistema
de Controle Interno da empresa, assim como das práticas
internacionais de auditoria;
Ø Cortesia e habilidade no trato – verbal e escrito – com pessoas
e demais áreas, respeitando superiores, subordinados e demais
profissionais da empresa, bem como aqueles com os quais se
relaciona profissionalmente.
31
3.3.2 - Treinamento e desenvolvimento dos Auditores
Chiavenato (2002) define treinamento como o processo educacional
de curto prazo aplicada de maneira sistemática e organizada, através do qual
as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de
objetivos definidos. O treinamento envolve a transmissão de conhecimentos
específicos relativos ao trabalho, atitudes frente a aspectos da organização, da
tarefa e do ambiente, e desenvolvimento de habilidades.
O desenvolvimento adequado da atividade da auditoria em uma
empresa depende substancialmente da qualificação profissional de cada um
dos auditores. O desenvolvimento profissional do pessoal da auditoria inicia no
processo de recrutamento, seleção e admissão e continua, através de um
programa que envolve a educação, o treinamento formal e de campo para
assegurar o aperfeiçoamento e a qualificação profissional.
O alcance efetivo dos objetivos de desenvolvimento profissional
proporciona impacto de alta qualidade nos trabalhos além de permitir, inclusive,
a automotivação em todos os níveis hierárquicos.
O desenvolvimento dos auditores necessita ser realizado por
intermédio de um treinamento prático adquirido através da experiência em
atividades variadas. Tais condições permitem o aumento da eficiência
operacional dos trabalhos e criam meios para as escaladas hierárquicas e a
realização automotiva de todo o quadro.
Um programa de educação e treinamento para os auditores possibilita-
Ihes receber carga de novos conceitos ou de conceitos mais avançados e,
32 sobretudo, colocar em prática essa nova gama de conhecimentos. Em verdade,
educação e treinamento contínuo compreendem não só o aprendizado formal
recebido por ocasião do atendimento e de cursos regulares, como também
aquele ministrado no andamento do trabalho de campo.
Em cada um dos níveis de auditores existe a necessidade de
conhecimento adequado para o desempenho de sua função. É indispensável a
elaboração de um programa de educação e treinamento contínuo a todos os
auditores para que as pessoas se mantenham capacitadas e orientadas a
conduzir suas tarefas.
Neste sentido, o treinamento não é uma despesa, mas um
investimento cujo retorno é altamente compensador para a empresa.
3.3.3 - Recrutamento e seleção de Auditores
Chiavenato (2002) define recrutamento e seleção como um conjunto
de técnicas e procedimentos que visa a atrair candidatos potencialmente
qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização.
Em termos, a seleção busca entre os candidatos recrutados aqueles
mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando a manter ou
aumentar a eficiência e o desempenho do pessoal, bem como a eficácia da
organização.
Ao preenchimento dos cargos disponíveis de forma sistemática o
processo de recrutamento inicia-se na lista dos requisitos indispensáveis ao
cargo que se quer preencher, dependendo do nível de auditor desejado e as
tarefas que terá de cumprir.
33 Como hábito recomendável é conveniente que o gestor da auditoria
fomente o preenchimento de vagas com a colocação e promoção do pessoal já
existente, somente buscando no mercado o que não se conseguiu
internamente.
Em geral, para o recrutamento é necessário envolver visitas às
universidades ou a empresas próprias de contratação de pessoal, avaliando os
candidatos por intermédio de entrevistas formais e com a execução de testes
de avaliação do conhecimento técnico dos entrevistados.
Dependendo do cargo em aberto, o gestor de auditoria pode optar pelo
tipo de candidato poderá concorrer ao recrutamento, podendo ser profissionais
da própria empresa ou externos.
Para o processo seletivo é importante estabelecer um critério uniforme
e válido que deve ser aplicado uniformemente a todos os candidatos. O critério
possibilita que candidatos heterogêneos possam ser medidos, segundo uma
mesma forma, e que sejam identificadas suas virtudes e deficiências.
Com base neste critério e o produto que dele se obterá o gestor da
auditoria pode fazer sua escolha em obediência aos perfis necessários ao
cargo e para a empresa. Em geral, a seleção envolve procedimentos de
revisão, entrevista e teste.
3.3.4 - Avaliação de Desempenho
Chiavenato (2002) define avaliação de desempenho como uma
apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa no cargo e o seu
potencial de desenvolvimento no futuro. Toda avaliação é um processo para
34 estimular ou julgar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa.
A avaliação de desempenho do pessoal deve ser criteriosamente
observada, em consonância com os objetivos de trabalho previamente
estabelecidos e com os padrões de desempenho geralmente esperados
daquele pessoal. O claro entendimento dos principais pontos fortes e fracos de
cada pessoa é essencial para o aperfeiçoamento, cabendo ao avaliador
identificá-los e comunicá-los a cada um dos avaliados.
A avaliação de desempenho compreende as características básicas
que formam o composto da profissão; abrange, de um lado, as qualificações
profissionais (conhecimento técnico e execução do trabalho) e, de outro lado,
as qualificações pessoais.
As qualificações profissionais referem-se aos conhecimentos técnicos
que possibilitam ao pessoal a realização, a execução e a condução de suas
atividades.
As qualificações pessoais referem-se às características individuais
necessárias na realização das atividades.
Devem-se ressaltar as qualificações pessoais e profissionais sem
promover e despertar a vaidade pessoal, mas incentivando o progresso
alcançado e ao perigo de se estacionar no desenvolvimento profissional. As
deficiências e aspectos que necessitam de melhorias precisam ser indicados
em forma de conselhos, jamais por críticas, auxiliando os auditores na
indicação de caminhos de aperfeiçoamento.
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3.3.5 - Plano de carreira
A função da auditoria interna nas empresas tem permitido aos
auditores acúmulo de experiência profissional devido à atuação destes ser
aplicada em cada um dos setores da empresa e, por decorrência, possibilita
que tenham razoável conhecimento das particularidades inerentes às funções e
aos negócios.
O alinhamento da experiência profissional, adquirido na empresa,
juntamente com a evolução técnica, proporciona que os auditores se
estabeleçam num patamar privilegiado com horizontes mais amplos perante a
empresa. Este fato permite não só a determinação de um plano de carreira,
com evolução dentro da área de auditoria como também a formação de
executivos para atuarem em várias áreas da própria empresa.
Cabe ao gestor da auditoria interna atentar para as oportunidades
disponíveis na empresa para possível indicação dos auditores que tenham o
perfil desejado.
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CONCLUSÃO
O crescimento organizacional das empresas além de exigir processos
bem estruturados requer controles internos fortalecidos para mitigação dos
riscos existentes. As mudanças no ambiente organizacional geram
expectativas e elevam os riscos associados a operação, dessa forma, os
proprietários do capital da empresa ficam cada vez mais preocupados com a
perda que qualquer risco possa gerar, visto que, na atualidade qualquer perda
pode comprometer o resultado e objetivos esperados.
Diante da preocupação da alta administração, a auditoria interna surge
com o papel principal na avaliação dos controles internos de forma a garantir
que tenham efetividade e minimizem a possibilidade de ocorrência dos riscos
relevantes.
A criação da área de auditoria interna demonstra que a alta
administração aposta e confia nos trabalhos da área, diante disso surge a
figura do profissional responsável pela área, equipe de auditores e trabalhos
realizados, ou seja, o gestor de auditoria interna. A partir desse momento esse
profissional deve gerenciar a área de auditoria interna para atingir os objetivos
propostos e atender às expectativas da alta administração.
O cargo de gestor de auditoria interna pode ser denominado de acordo
com o porte ou ramo de atuação da empresa como Diretor, Superintendente,
Gerente ou Supervisor de auditoria interna.
O profissional responsável pela auditoria interna deve estar atento e
sempre buscar a qualidade da área através de excelência nos trabalhos
reportados à alta administração, disseminar a importância da área e sua
37 valorização, cumprir os objetivos propostos, planejar anualmente os trabalhos,
exigir a subordinação da área sempre à Presidência da empresa, supervisionar
todos os programas e papéis de trabalhos realizados pelos auditores, verificar
o conhecimento técnico individual dos Auditores, prezar pela conduta ética da
equipe, providenciar treinamentos, recrutar, quando necessário, auditores para
composição do quadro funcional, avaliar o desempenho e estar atento a
oportunidades de promoção na própria área ou transferências para outras
áreas da empresa com o objetivo de promoção dos Auditores que estejam
dentro do perfil desejado.
O trabalho de auditoria interna, por muitas vezes, é visto pelos demais
empregados como uma ameaça a continuidade empregatícia na empresa, uma
vez que ao final da auditoria podem ser observados procedimentos
inadequados intencionais ou não e falhas humanas nas operações que podem
gerar demissões dos envolvidos. Por esse fato, qualquer procedimento
inoportuno do Auditor pode gerar comentários maldosos dos auditados,
comprometendo a realização do trabalho e a confiabilidade da auditoria, ou
seja, a conduta do Auditor constantemente colocada à prova.
Em linhas gerais, o gestor da auditoria interna deve manter a área
sobre dois pilares: Técnica profissional e conduta ética. A técnica profissional
nos trabalhos que, uma vez realizados com qualidade e atendendo às
expectativas da alta administração, elevarão a aceitação e confiança. A ética é
primordial no exercício da auditoria interna e deve sempre estar presente na
pessoa do Auditor.
Pondo em prática essas atividades gerenciais, a área de auditoria
interna pode ser bem sucedida dentro da empresa, atingindo seus objetivos,
agregando valor aos negócios, atendendo às expectativas da alta
administração e qualificando profissionais para exercerem cargos executivos
dentro da empresa.
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BIBLIOGRAFIA
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Paulo: 5ª Ed. Atlas, 1996.
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Paulo: Atlas, 2002.
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JUND, Sergio. Auditora. Rio de Janeiro: Impetus, 2001.
www.audibra.org.br, Ícone Normas internacionais de auditoria e código de
ética, Brasil - Instituto dos Auditores Internos do Brasil, acesso em 27/04/2009.
www.cfc.org.br, Ícone Legislação / Normas Brasileiras de Contabilidade, Brasil
– Conselho Federal de Contabilidade, acesso em 29/04/2009.