Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental) · 2/8/2014 · Atualidades para o IBAMA t Analista...

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Aula 07 Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental) Professor: Leandro Signori

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  • Aula 07

    Atualidades p/ IBAMA (Analista Ambiental)

    Professor: Leandro Signori

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    AULA 07 Ecologia, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel - II

    Caros Alunos,

    Como esta a nossa ltima aula, deixo as seguintes orientaes para a

    continuidade dos seus estudos de Atualidades:

    1. Assistir diariamente um telejornal, sugestes: Jornal Nacional, Jornal

    da Globo, Jornal da Band ou Jornal da Record.

    2. Ler diariamente um jornal de circulao nacional, pode ser impresso ou

    na internet. Sugestes: O Globo/G1, Folha de So Paulo/Uol e Estado.

    3. Preste ateno nas notcias, no assista ou leia o noticirio com o

    pensamento voando, em outro lugar, ou interagindo na rede social pelo

    celular, etc. Largue tudo isso, se concentre no que est vendo, ouvindo

    e lendo.

    4. Compreenda o contexto dos fatos.

    5. Leia reportagens especiais, alm do fato em si, elas trazem informaes

    conceituais, contextuais e com vinculao histrica.

    6. Siga-me pela minha fan page no Facebook. Leia as notcias que posto.

    Elas tm grande probabilidade de cair na prova.

    7. Leia os meus artigos no site do Estratgia Concursos.

    Meus amigos, de corao, agradeo a oportunidade do convvio com vocs.

    Foi um imenso prazer ter ministrado este curso.

    Sobre o curso, espero sinceramente que ele tenha atendido as suas

    expectativas e lhes propiciado um excelente aprendizado.

    Fico no aguardo de notcias positivas sobre suas aprovaes, que

    certamente viro.

    timos estudos, que Deus os abenoe, ilumine e os acompanhe nos

    estudos, nas provas, como futuros servidores pblicos e em todas as suas vidas,

    Um grande abrao,

    Prof. Leandro Signori

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    Sumrio Pgina

    1. Problemas ambientais do planeta e do Brasil 2

    1.1 Aquecimento global 2

    1.2 Chuva cida 10

    1.3 Desmatamento 12

    1.4 Biodiversidade e extino de espcies 14

    1.5 Desertificao 17

    1.6 Escassez de gua 18

    1.7 Crise hdrica em So Paulo 22

    1.8 Resduos slidos 24

    2. Rompimento de barragem em Minas Gerais 25

    3. Agenda Ambiental da Administrao Pblica (A3P) 26

    4. Questes Comentadas 31

    5. Lista de Questes 55

    6. Gabarito 68

    1. Problemas ambientais do planeta e do Brasil

    1.1 Aquecimento global

    O aquecimento global tem como causa a intensificao do fenmeno natural do efeito estufa. Ele permite atmosfera da Terra reter parte do calor que o Sol envia ao planeta, o que mantm a temperatura mdia do nosso planeta em torno de 14C, essencial para boa parte das formas de vida.

    Quando os cientistas falam em mudana do clima e em aquecimento global, esto se referindo ao aumento extraordinrio da capacidade da atmosfera de reter calor. Situaes desse tipo j ocorreram antes na histria da Terra, motivadas, por exemplo, por alteraes na atividade solar ou por grandes

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    erupes vulcnicas. Mas agora a maioria dos cientistas acredita que o fenmeno est sendo alimentado pela ao do homem.

    Os gases responsveis pelo efeito estufa, como o dixido de carbono e o gs carbnico (CO2), so produzidos pela queima de combustveis fsseis, como petrleo e carvo mineral. O metano (CH4) gerado pelo arroto e flatulncia do gado, pela decomposio da matria orgnica no lixo e em plantaes alagadas. O xido nitroso (N2O) advm do processo digestivo do gado. Alm disso, ao alterar o uso da terra, por meio do desmatamento e de atividades agrcolas, o ser humano lana no ar CO2 que estava acumulado nas plantas e no solo.

    Efeito Estufa

    O excesso de gases liberados na atmosfera tem como consequncia alteraes no clima, como o aumento das chuvas em vrias regies, o avano do mar em reas litorneas e rasas e o agravamento das secas.

    Considerando as emisses anuais, tendo como base os ltimos anos, a China o maior emissor mundial de CO2, seguida dos Estados Unidos, Unio Europeia, Rssia, ndia, Japo, Brasil e Canad. No entanto, se considerarmos as emisses acumuladas, os dados so diferentes. Estudo do World Resources Institute e Global Carbon Project/Programa Internacional Geosfera-Biosfera das emisses acumuladas, no perodo entre 1850 a 2011, informam que os Estados

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    Unidos so os maiores emissores de CO2, seguidos da Unio Europeia, China, Rssia e Japo.

    O Painel Intergovernamental de Mudanas Climticas (IPCC) da ONU analisa e acompanha o processo do aquecimento global. O organismo elabora relatrios e documentos para acompanhar a situao ambiental do planeta. As concluses so de que j existe um aquecimento global em andamento, com evidncias de que ele agravado pelas atividades humanas.

    A posio do IPCC no unnime no meio cientfico. Um grupo bastante minoritrio de cientistas contesta a afirmao de que o aquecimento global estaria sendo causado pelas atividades humanas. Os crticos argumentam que at hoje a cincia no conhece todos os mecanismos que regem o clima, e que mudanas climticas intensas sempre aconteceram e so naturais.

    Nos ltimos 500 mil anos ocorreram vrios perodos glaciais (nos quais a temperatura global baixava muito) e tambm interglaciais (em que havia um aquecimento global). Assim, para os crticos, mesmo que esteja ocorrendo um aquecimento global, ele pode ter causas naturais, e no h certeza de que as aes humanas reforcem significativamente o efeito estufa.

    De acordo com trs das mais importantes instituies de monitoramento do clima no mundo - Nasa (agncia espacial dos EUA), Noaa (Administrao Nacional de Oceanos e Atmosfera, tambm dos EUA) e Met Office (servio de meteorologia do Reino Unido) 2015 desbancou 2014 e foi o ano mais quente desde que os registros globais de temperatura comearam, em 1880. O sculo XXI teve 15 dos 16 anos mais quentes, desde 1880.

    O ano que passou ficou marcado por eventos climticos extremos em todo o mundo seca e incndios nos EUA, recordes de temperatura no vero de pases europeus, onda de calor que deixou milhares de mortos na ndia, calor acima da mdia na Rssia, na China e na Amrica do Sul, com algumas capitais brasileiras batendo recordes histricos de temperatura, ciclones extratropicais como o Patrcia, inundaes na sia, entre outros.

    A combinao das mudanas climticas globais, causadas pelo acmulo de gases de efeito estufa na atmosfera, e de um forte El Nio est provavelmente por trs do tamanho do recorde a ltima vez que um recorde de alta de temperatura global foi batido com tanta folga foi justamente em 1998, outro ano de El Nio forte. O El Nio um ciclo natural de aquecimento no Oceano Pacfico, que tem um impacto sobre o clima global, elevando os termmetros.

    O Protocolo de Kyoto

    Para enfrentar o problema do aquecimento global, governos do mundo todo buscam, sob o guarda-chuva da ONU, adotar atitudes em conjunto para

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    diminuir as emisses dos gases de efeito estufa. Pelo Protocolo de Kyoto, elaborado em 1997, os pases desenvolvidos se comprometeram a reduzir sua emisso de gases do efeito estufa em pelo menos 5,2% em relao aos nveis de 1990 meta que deveria ser cumprida entre 2008 e 2012. Naes em desenvolvimento, como Brasil e China, no tm metas de reduo.

    Para entrar em vigor, o protocolo precisava ser ratificado por pases que representassem pelo menos 55% das emisses mundiais de gases do efeito estufa. O Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 2005, mas grandes poluidores, como os Estados Unidos, no o ratificaram, por considerar que isso afetaria sua economia.

    O prazo do protocolo venceu em 2005, mais foi prorrogado at 2020 por falta de um novo acordo.

    E o Brasil?

    O Brasil o stimo maior emissor mundial de gases estufa. Neste quesito, o Brasil continua melhorando, ao diminuir as suas emisses totais. A Terceira Comunicao Nacional do Brasil, submetida Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima, aponta reduo de 53,5% no total de gs carbnico (CO2) emitido pelo Brasil na atmosfera, entre 2005 e 2010. O setor que mais se destacou na reduo das emisses foi o uso da terra, ou seja, a retirada da vegetao para a atividade agropecuria.

    A Lei da Poltica Nacional da Mudana do Clima (PNMC) oficializa o compromisso do pas em reduzir as suas emisses de gases de efeito estufa em 37% at 2025 e 43% at 2030 em relao aos valores de 2005. Essas metas apresentadas na COP-21 foram consideradas ambiciosas porque so absolutas, ou seja, no dependem do crescimento da economia como foi apresentado por outros pases. Vejamos as metas apresentadas pelo Brasil:

    Acabar com o desmatamento ilegal; Restaurar 12 milhes de hectares de florestas; Recuperar 15 milhes de hectares de pastagens degradadas; Integrar 5 milhes de hectares de lavoura-pecuria-florestas; Garantir 45% de fontes renovveis no total da matriz energtica; Ampliar para 66% a participao da fonte hdrica na gerao de

    eletricidade; Ampliar para 23% a participao de fontes renovveis (elica, solar

    e biomassa) na gerao de energia eltrica; e Aumentar para 16% a participao de etanol carburante e das

    biomassas derivadas de cana-de-acar no total da matriz energtica.

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    Segundo relatrio cientfico do Painel Brasileiro de Mudanas Climticas, 2013, o aquecimento global pode levar a uma elevao da temperatura no Brasil de 3C a 6C at 2100, situao que ficaria ainda mais crtica com uma possvel escassez de chuvas.

    Na Amaznia, por exemplo, em 2100 a temperatura pode subir cerca de 6C e a distribuio de chuvas na regio pode cair 45%. Desmatamento e queimadas no bioma podem contribuir para alterar drasticamente o ciclo hidrolgico da floresta, prolongando a estao de seca e alterando a distribuio de chuvas no pas.

    O calor acentuado, at 5,5C a mais do que a temperatura registrada atualmente, desencadearia um processo de desertificao da Caatinga, bioma j considerado ameaado de extino. O Pantanal sofreria uma reduo de 45% na quantidade de chuvas e um aumento de 4,5C na temperatura. Na Mata Atlntica (poro Sul/Sudeste) a quantidade de chuva pode subir at 30% nas prximas dcadas, e no Pampa, at 40% o que aumenta o risco de inundaes e deslizamentos em reas costeiras.

    Se acontecerem, essas mudanas traro drsticas consequncias para a produtividade agrcola, a vazo dos rios vai diminuir reduzindo a gerao de energia, entre outros efeitos negativos. Veja no mapa a seguir, as previses do Painel Brasileiro de Mudanas Climticas.

    Fonte: Painel Brasileiro de Mudanas Climticas

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    (UEPA/SEFAZ PA/2013 FISCAL DE RECEITAS ESTADUAIS) Leia o Texto para responder a Questo

    O aquecimento global uma consequncia das alteraes climticas ocorridas no planeta."

    Diversas pesquisas confirmam o aumento da temperatura mdia global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudana do Clima (IPCC), da Organizao das Naes Unidas (ONU), o sculo XX foi o mais quente dos ltimos cinco sculos, com aumento de temperatura mdia entre 0,3C e 0,6C. "Esse crescimento pode parecer insignificante, mas suficiente para modificar todo clima de uma regio e afetar profundamente a biodiversidade, desencadeando vrios desastres ambientais".

    Brasil Escola, disponvel: http://www.brasilescola.com/ geografia/aquecimento-

    global.htm (com adaptaes)

    Sobre o aquecimento global correto afirmar que:

    a) o aquecimento global est diretamente relacionado aos fenmenos fsicos e naturais como degelo das camadas polares a desertificao e atividade industrial.

    b) as previses mais otimistas da comunidade cientfica estimam que nos prximos anos nos aproximaremos da erradicao da emisso de gases poluentes pela conscincia social e poltica do problema.

    c) o Brasil, principal poluidor e emissor de gases de efeito estufa, tem nos desmatamentos e nas queimadas as principais fontes de emisso de gases causadores do aquecimento global.

    d) as principais atribuies para o aquecimento global so relacionadas s atividades humanas, que intensificam o efeito estufa atravs do aumento na queima de gases de combustveis fsseis, como petrleo, carvo mineral e gs natural.

    e) atravs do Protocolo de Kyoto as naes desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emisso de gases que provocam o efeito estufa, pela metade em relao aos nveis de 1990.

    COMENTRIOS:

    a) Incorreta. O aquecimento global est diretamente relacionado ao aumento da concentrao de gases estufa na atmosfera. O degelo das camadas polares uma das consequncias do aquecimento global.

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    b) Incorreta. As previses da comunidade cientfica indicam um aumento da emisso de gases estufa na atmosfera, em linha com o que vem ocorrendo nas ltimas dcadas. Os sucessivos alertas dos cientistas no tm sido suficientes para a formao de uma slida conscincia social e da adoo, por meio da classe poltica mundial, de medidas para a efetiva soluo do problema.

    c) Incorreta. O desmatamento foi, durante muito tempo, a principal fonte das emisses brasileiras de gases do efeito estufa. Conforme o ltimo Relatrio de Estimativas Anuais de Emisses de Gases de Efeito Estufa, divulgado em outubro de 2013 pelo Ministrio da Cincia e Tecnologia, a agropecuria passou a ser a maior emissora, seguida do conjunto dos usos da energia, sobretudo os combustveis fsseis.

    d) Correta. As atividades antrpicas (humanas) so as grandes responsveis pelo fenmeno da intensificao do efeito estufa, principalmente, por meio da queima de combustveis fsseis como o petrleo, carvo e gs natural.

    e) Incorreta. Por meio do Protocolo de Quioto, as naes desenvolvidas se comprometeram a reduzir as suas emisses de gases em 5,2% em relao aos nveis de 1990. A reduo deveria ter ocorrido no perodo de 2008 a 2012, denominado de Primeiro Perodo de Compromisso do Protocolo de Quioto.

    Gabarito: D

    COP-21 Conferncia do Clima de Paris

    A Vigsima Primeira Conferncia das Partes da Conveno Quadro sobre a Mudana do Clima (COP 21) da ONU, realizou-se nos dias 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015, em Paris, Frana. A COP-21 foi realizada sobre um indito e fortssimo sistema e controle de segurana, pois, foi realizada poucos dias aps os atentados terroristas de Paris.

    O acordo, alcanado na COP-21, determina que seus 195 pases signatrios ajam para que temperatura mdia do planeta sofra uma elevao "muito abaixo de 2C", mas "reunindo esforos para limitar o aumento de temperatura a 1,5C", frente aos nveis da era pr-industrial. No foram dadas metas de reduo de emisso de gases do efeito estufa, mas uma inteno global em mudar para uma economia de baixo carbono.

    a primeira vez que se atinge um consenso global em um acordo em que todos os pases reconhecem que as emisses de gases do efeito estufa precisam ser desaceleradas e, em algum momento, comecem a cair.

    Cientistas criticaram a ausncia de metas especficas de cortes de emisso para perodos de longo prazo de 2050 -, mas o acordo deixa em aberto a

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    possibilidade de que essas sejam estabelecidas posteriormente, com "a melhor cincia possvel".

    O tratado no determina com preciso at quando as emisses precisam parar de subir e comear a cair, mas reconhece o pico tem de ocorrer logo.

    "As partes do acordo visam atingir um pico global nas emisses de gases de efeito estufa assim que possvel, reconhecendo que o pico levar mais tempo para pases em desenvolvimento", diz o texto.

    O documento ainda conclama os pases a "adotarem redues rpidas a partir de ento, de acordo com a melhor cincia disponvel, de modo a atingir um equilbrio entre as emisses antropognicas por fontes [queima de combustveis fsseis] e pela remoo por sorvedouros de gases de efeito estufa na segunda metade deste sculo."

    Antes da COP-21, as partes (pases) apresentaram Contribuies Nacionalmente Determinadas (CND) de reduo de emisses. So intenes de cada pas, no so compromissos obrigatrios. O Brasil apresentou como CND reduzir a emisso de gases de efeito estufa em 37% at 2025 e em 43% at 2030, sobre o que o pas emitiu no ano de 2005.

    Tambm est includo o compromisso de pases ricos de garantirem um financiamento de ao menos US$ 100 bilhes por ano para combater a mudana climtica em naes pobres e em desenvolvimento a partir de 2020, at ao menos 2025, quando o valor deve ser rediscutido.

    O acordo tambm inclui um mecanismo para reviso peridica das promessas nacionais dos pases para rever suas metas (CNDs) de desacelerar as emisses do efeito estufa, que no atingem hoje nem metade da ambio necessria para evitar o aquecimento de 2C.

    Tanto o financiamento quanto a ambio tero de ser revistos de cinco em cinco anos. A primeira reunio para reavaliar o grau de ambio dos cortes prevista para 2023, mas em 2018 deve ocorrer um encontro que vai debat-las antecipadamente.

    O Acordo de Paris deve entrar em vigor no trigsimo dia depois que pelo menos 55 pases que representem 55% das emisses globais tenham ratificado. O Brasil foi um dos primeiros pases a retificar o acordo. A ratificao j foi entregue a ONU.

    Nas discusses sobre a mudana do clima, o Brasil se articula e coordena posies com a China, ndia e frica do Sul, num grupo denominado de Basic.

    Principais pontos do Acordo do Clima aprovado:

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    - Manter o aumento da temperatura mdia global bem abaixo de 2C e perseguir esforos para limitar este aumento em 1,5 C acima dos nveis pr-industriais.

    - Pico de emisses o mais rpido possvel - As partes deste acordo objetivam alcanar um pico de emisses de GEE o mais rapidamente possvel, reconhecendo que as naes em desenvolvimento vo levar mais tempo para alcanar seu pico de emisses. O texto no determina quando emisses precisam parar de subir.

    - No h meno porcentagem de corte de emisso de gases-estufa necessria - Cada parte (pas) deve fazer sucessivas contribuies nacionalmente determinadas (CND) para o acordo, mas no acordo no h um nmero a ser atingido ou j inicialmente prometido.

    - Pases ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhes por ano.

    - Acordo deve ser revisto a cada 5 anos.

    1.2 Chuva cida

    Mesmo em ambiente no poludo, as chuvas so sempre ligeiramente cidas. A combinao de gs carbnico e gua presentes na atmosfera produz cido carbnico, que d s chuvas uma pequena acidez. O fenmeno das chuvas cidas de origem antrpica causa, porm, graves problemas por resultar da elevao anormal dos nveis de acidez da atmosfera, em consequncia do lanamento de poluentes produzidos sobretudo por atividades urbano-industriais. Trata-se de mais um fenmeno atmosfrico causado, em escala local e regional, pela emisso de poluentes das indstrias, dos meios de transporte e de outras fontes de combusto.

    Os principais causadores desse fenmeno so o dixido de nitrognio e o trixido de enxofre que a combinao do dixido de enxofre, emitido pela queima de combustveis fsseis, e do oxignio, j presente na atmosfera. A concentrao de trixido de enxofre aumentou na atmosfera com a ampliao do uso de combustveis fsseis nos transportes, nas termeltricas e nas indstrias. Cerca de 90% do dixido de enxofre eliminado pela queima do carvo e do petrleo. J pelo menos 70% do dixido de nitrognio emitido pelos veculos automotores. Enquanto a concentrao do primeiro est gradativamente diminuindo na atmosfera, a do segundo est aumentando, por causa da maior utilizao do transporte rodovirio.

    Os pases que mais colaboram para a emisso desses gases so os industrializados do hemisfrio norte. Por isso as chuvas cidas ocorrem com mais intensidade nessas naes, principalmente no nordeste da Amrica do Norte e na Europa ocidental.

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    Como ocorrem as chuvas cidas? O trixido de enxofre e o dixido de nitrognio lanados na atmosfera, ao se combinarem com gua em suspenso, transformam-se em cido sulfrico, cido ntrico e nitroso, respectivamente, que tm elevada capacidade de corroso. A ao corrosiva da chuva cida foi detectada no sculo XVIII e sua intensidade s tem aumentado.

    Alm de causar corroso de metais e deteriorao de monumentos histricos alguns extremamente valiosos, como os monumentos gregos de Atenas , as chuvas cidas provocam impactos, muitas vezes, a centenas de quilmetros das fontes poluidoras. Muitos lagos da Escandinvia esto acidificados por causa das chuvas alteradas pelo lanamento de dixido de enxofre e de dixido de nitrognio por indstrias localizadas na Alemanha, Reino Unido e Frana, a centenas de quilmetros ao sul. O mesmo ocorreu com lagos canadenses, localizados bem ao norte dos centros industriais da regio dos Grandes Lagos. A acidificao das guas est matando todas as formas de vida nesses lagos.

    Outro impacto causado pelas chuvas cidas, que tanto mais grave quanto mais prximo das fontes poluidoras, a destruio da cobertura vegetal. Essa tragdia ecolgica muito comum nos pases desenvolvidos. No Brasil, esse fenmeno ocorre de forma significativa na regio metropolitana de So Paulo, nas cidades mineiras onde se produz ao e no Rio Grande do Sul, prximo s termeltricas movidas a carvo, cuja poluio atinge at o Uruguai.

    O caso mais grave, porm, aconteceu nas dcadas de 1980 e 1990 em Cubato, municpio da Regio Metropolitana da Baixada Santista (SP). Em alguns pontos da escarpa da serra do Mar, nas proximidades das principais fontes poluidoras, parte da vegetao de pequeno e mdio porte desapareceu. As rvores resistiram poluio, mas, com a morte dos vegetais de pequeno porte, o solo ficou exposto, o que favoreceu a ocorrncia de escorregamentos e agravou o desmatamento das encostas. Nos ltimos anos, porm, a diminuio da emisso de poluentes pelas indstrias do polo petroqumico e siderrgico de Cubato permitiu a reconstituio da vegetao nas encostas afetadas pelo processo.

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    Obra de Aleijadinho prejudicada pela chuva cida em Congonhas (MG), em 2011.

    1.3 Desmatamento

    A destruio das florestas est entre os grandes problemas ambientais da humanidade. O desmatamento acentua o aumento das temperaturas globais e afeta os nveis de biodiversidade. A expanso de novas terras dedicadas agropecuria corresponde a da reduo das superfcies das formaes florestais do mundo. Outras causas do desmatamento so a explorao de madeira, o crescimento das cidades, a construo de grandes obras, como estradas e barragens de hidreltricas, e a minerao.

    Nos sculos passados, os pases desenvolvidos devastaram a maior parte de suas florestas. A Europa, por exemplo, praticamente eliminou todas as matas nativas do continente. Hoje, o desmatamento maior nas naes em desenvolvimento, principalmente no Brasil e na Indonsia.

    As reas florestais do mundo cobrem aproximadamente 1/3 das terras emersas do planeta. Em termos continentais, a Amrica o continente que apresenta as mais extensas reas recobertas por formaes florestais, devido principalmente as terras florestadas do Brasil, Canad e EUA. Cinco pases Rssia, Brasil, Canad, Estados Unidos e China -, concentram pouco mais da metade das formaes florestais do mundo.

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    O Brasil um pas florestal com aproximadamente 54% do seu territrio coberto por florestas naturais. No entanto, o pas perde anualmente milhares de quilmetros quadrados de vegetao com o corte de rvores e as queimadas. Estima-se que quase um quinto da mata original j tenha sido derrubada, at 2010.

    Somente no Bioma Amaznia, estima-se que, at 2010, tenham sido derrubados em torno de 740 mil km2, cerca de 18% da mata original do Bioma. O desmate da Amaznia acontece tanto nas zonas de transio, nas bordas da floresta com o cerrado regio conhecida como Arco do Desmatamento , quanto no interior da mata, principalmente no oeste paraense e no entorno da Rodovia BR-163 (Cuiab-Santarm), na Terra do Meio.

    A taxa de desmatamento na Amaznia cresceu 16% em 2015, puxada por aumentos expressivos em Mato Grosso, Rondnia e Amazonas. A devastao acumulada na floresta entre agosto de 2014 e julho de 2015 foi de 5.831 quilmetros quadrados, contra 5.012 quilmetros quadrados no perodo anterior. O maior crescimento percentual foi no Amazonas 54%. Mas Mato Grosso foi o Estado que mais perdeu floresta: 433 quilmetros quadrados de mata viraram fumaa em vrias regies mato-grossenses, mas sobretudo no noroeste, regio de grilagem, pecuria extensiva e extrao de madeira.

    Uma outra pesquisa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria (EMBRAPA), analisou o desmatamento acumulado nos ltimos dez anos. Por este levantamento o Par foi o Estado que mais desmatou a floresta no perodo analisado. O avano da agricultura se d pelo estado do Par e Mato Grosso, por isso chefiam a lista dos grandes desmatadores da Amaznia Legal" concluiu Igor Narvaes, que realizou o estudo.

    Diminuir o desmatamento na Amaznia um dos focos mais importantes da Poltica Nacional de Mudana do Clima (PNMC). O plano objetiva alcanar at o ano 2020, uma taxa 80% menor que a mdia registrada entre 1996 e 2005.

    Uma das grandes polmicas atuais sobre o uso do solo na Amaznia diz respeito construo de usinas hidreltricas, que pretendem aproveitar o potencial hdrico da Bacia Amaznica. Em 2010 e 2011, foram iniciadas obras das represas de Santo Antnio e Jirau, no Rio Madeira, em Rondnia (ambas j inauguradas), e a de Belo Monte, no Rio Xingu, no Par. Essa usina, com capacidade instalada para gerar 11,2 mil megawatts, ser a segunda maior do pas. Entidades ambientalistas temem os impactos sobre os ecossistemas amaznicos, as comunidades ribeirinhas e os 2,2 mil indgenas da regio.

    Outro grande problema da Amaznia, que contribui sobremaneira para o desmatamento da Amaznia so as queimadas. Segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre janeiro e junho de 2016, os focos de

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    incndio na Amaznia brasileira aumentaram 81% em relao mdia histrica, com dados colhidos a partir de 1999. Houve ainda um aumento de 746% no nmero de queimadas no Amazonas, Estado que costuma ter enormes pores de floresta preservadas.

    Queimadas na Amaznia normalmente no so acidente, mas provocadas por ao humana. Agricultores e pecuaristas usam o fogo para desmatar grandes reas a fim de iniciar cultivos e outras atividades. O ms de agosto tradicionalmente o incio da temporada dessas queimadas.

    Os incndios provocam grandes prejuzos floresta. A fauna e a flora so imensamente afetadas. Alm disso, o fogo causa a emisses de gases estufa que agravam o aquecimento global.

    Em maior ou menor grau, a degradao tambm alcana outros ecossistemas brasileiros Caatinga, Campos sulinos, Pantanal, zonas costeiras, Cerrado e Mata Atlntica. Este ltimo, que antes cobria cerca de 1,3 milho de km2 do territrio nacional, foi o primeiro bioma que sofreu o impacto da ocupao. Hoje, restam cerca de 90 mil km2 em fragmentos esparsos, que correspondem a apenas 7% da cobertura original em reas descontnuas.

    J o Cerrado, segundo maior bioma do pas, o mais ameaado. A sua cobertura original, com mais de 2 milhes de km2 (22% do territrio nacional), foi reduzida para cerca de 1 milho de km2. O Cerrado tem papel fundamental para o sistema hidrogrfico brasileiro, pois l se encontram as nascentes das bacias do Araguaia-Tocantins e do So Francisco, alm dos principais afluentes das bacias Amaznica e do Prata.

    Dados do Ministrio do Meio Ambiente revelam que 54,5% do bioma ainda mantm sua vegetao natural e 30% foi substituda por pastagens e cultivo de gros. O ranking do desmatamento liderado por Maranho, Tocantins, Piau e Bahia, conhecida por Matopiba, e considerada a ltima fronteira agrcola do Brasil.

    1.4 Biodiversidade e extino de espcies

    A biodiversidade consiste na variedade de todas as formas de vida (animais, vegetais e micro-organismos), espcies e ecossistemas em uma regio ou em todo o planeta. Estudos recentes comeam a avaliar o valor econmico da biodiversidade considerando os servios ambientais que oferece sociedade humana, tais como, a possibilidade de amenizar impactos de eventos extremos (ex. enchentes) e a contribuio para o equilbrio da sade mental e fsica da populao (lazer e turismo).

    No se fala mais em conservao de florestas apenas por causa de seu papel climtico na absoro do carbono. Florestas, como outros biomas, devem

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    tambm ser conservadas porque a diversidade gentica das plantas e animais a base das atividades agrcolas, pecurias, pesqueiras e extrativistas e da moderna indstria de biotecnologia. A manuteno da biodiversidade essencial para processos vitais do meio ambiente, como a purificao de ar e gua, a fertilidade do solo, a manuteno das chuvas e a regulao climtica. A biodiversidade no se distribui de maneira uniforme pelo planeta. Ela maior em ambientes em que h abundncia de luz solar, gua doce e clima mais estvel. Isso explica por que as florestas tropicais, mesmo ocupando apenas 7% da superfcie do globo, podem abrigar at 90% de todos os seres vivos.

    Humm .... agora deu para entender por que o Brasil destaque em termos de biodiversidade. Est no territrio nacional a maior floresta tropical mida (Floresta Amaznica), com mais de 30 mil espcies vegetais, bem como a maior plancie inundvel (o Pantanal), alm do Cerrado, da Caatinga e da Mata Atlntica. Alm disso, a costa brasileira possui uma srie de ecossistemas que incluem recifes de corais, dunas, manguezais, esturios e lagoas. O pas abriga 20% das espcies conhecidas, graas extenso de seu territrio e aos diversos climas que caracterizam os seus biomas.

    A Mata Atlntica o bioma brasileiro mais devastado. Por esta situao crtica ela considerada um hotspot (ponto quente, em portugus). O termo usado para designar lugares que, alm de apresentarem alto grau de diversidade biolgica e endemismo (referncia a espcies que s existem naquele ecossistema), devem ser especialmente protegidos, pois esto muito ameaados pela atividade humana. Foram definidos 34 hotspots no planeta, visando concentrar esforos na proteo dessas reas, sendo dois no Brasil. Alm da Mata Atlntica, o Cerrado tambm um hotspot.

    No mundo todo, ocorre um processo acelerado de perda de biodiversidade, de tal modo que h cientistas falando que a Terra est passando por seu sexto perodo de extino em massa (j houve cinco antes, por diversos motivos). O Brasil possui atualmente 627 espcies de animais ameaados de extino, de acordo com o Ministrio do Meio Ambiente. As principais causas de extino de espcies so a degradao de ambientes naturais consequncia da abertura de grandes reas para a implantao de pastagens ou da agricultura convencional , o extrativismo desordenado, a expanso urbana, a ampliao da malha viria, os desastres ambientais (derramamento de petrleo, poluio), o desmatamento, a formao de lagos para hidreltricas e a minerao.

    Outra causa importante a introduo de espcies exticas. So aquelas que entram em um ecossistema no qual no existiam (como, por exemplo, ocorre no Brasil com os eucaliptos, rvore australiana). Algumas dessas espcies se veem com vantagens competitivas no novo ambiente e, favorecidas pela ausncia de predadores, dominam nichos ocupados por espcies nativas.

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    A Conveno da Biodiversidade o acordo internacional que busca garantir a conservao e o uso sustentvel da biodiversidade no mundo. O tratado estabelece que deve haver valores comerciais para o conhecimento acumulado pelos povos das florestas, e que os pases paguem pelo direito de usar produtos sintetizados com a biodiversidade de fora de seu territrio. O acordo pode significar a entrada de recursos nos pases em desenvolvimento, em que h florestas preservadas, que podero ser aplicados para desenvolver e preservar seus ecossistemas. Com o tratado, a sada de material gentico de uma nao para a explorao comercial em outra sem pagamento de patente passa a ser considerada biopirataria.

    No mbito da conveno, o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurana estabelece normas para transferir, manipular e usar organismos vivos modificados por biotecnologia, inclusive transgnicos. A conveno inclui ainda o Protocolo de Nagoya, com metas para a conservao e o uso sustentvel da biodiversidade no mundo.

    Hotspots

    Regies ricas em diversidade biolgica mais ameaadas do planeta

    Fonte: Conservation International

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    1.5 Desertificao

    A desertificao a reduo da vegetao e da capacidade produtiva do solo, principalmente em regies ridas, semiridas e submidas, causada pela ao humana e, em menor grau, por mudanas naturais. Cerca de 15% da superfcie terrestre sofre algum tipo de desertificao. As reas mais afetadas so o oeste da Amrica do Sul, o nordeste do Brasil, o norte e o sul da frica, o Oriente Mdio, a sia Central, o noroeste da China, a Austrlia e o sudoeste dos Estados Unidos.

    O principal fator para a expanso das regies ridas no globo a ao do homem, por meio do desmatamento, das atividades de agropecuria extensiva e de certos tipos de minerao. Essas atividades levam reduo da cobertura vegetal, ao surgimento de terrenos arenosos, perda de gua e nutrientes do subsolo e eroso elica.

    Quando o solo se desertifica, a populao se desloca para outras terras, nas quais, com frequncia, provoca os mesmos danos, criando um crculo vicioso. A longo prazo, a desertificao pode causar reduo drstica das terras frteis. Atualmente, ela ameaa mais de 110 pases e afeta a vida de mais de 250 milhes de pessoas. Um bilho vive em regies de risco e podem ser prejudicadas nos prximos anos.

    Polgono das Secas

    Mais de 60% da poluo nordestina vive em reas ameaadas pela desertificao

    Fontes: Ibama e Agncia Nacional de guas

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    As reas semiridas somam 13% do territrio brasileiro e incluem o Polgono das Secas, que abrange a regio do semirido nordestino e o norte de Minas Gerais. Cerca de 10% do polgono sofre de desertificao grave. O Brasil conta com um Plano de Ao de Combate Desertificao. Segundo o Ministrio do Meio Ambiente, os quatro ncleos de desertificao onde o processo ocorre de forma mais acentuada so Cabrob (PE), Gilbus (PI), Serid (RN) e Irauuba (CE).

    1.6 Escassez de gua

    Mais de um bilho de pessoas no mundo vivem sem acesso quantidade mnima de gua de que necessitam diariamente. A crescente escassez hdrica uma realidade local e global. Resultado de um fenmeno natural e cclico, agravado por falta de polticas pblicas eficientes, a seca castiga o ser humano h muito tempo.

    Historicamente, diversos conflitos foram travados pelo controle do lquido. A ONU identifica 273 aquferos e 163 bacias hidrogrficas transnacionais, onde

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    vivem mais de 40% da populao mundial. A disputa pelo controle de rios e aquferos integra as causas de alguns dos mais longos embates entre naes, como o confronto entre Israel e seus vizinhos.

    Costuma-se dizer que a escassez tambm de qualidade da gua. Estima-se que mais de 700 milhes de pessoas no mundo no tm acesso gua potvel e 2,3 bilhes carecem de esgoto tratado. A gua transmite diferentes tipos de doenas, que podem ser evitadas com investimento econmico macio na rea de sade e saneamento bsico. Essas medidas fariam a mortalidade infantil diminuir drasticamente no mundo e, como resultado, haveria o aumento da expectativa de vida da populao mundial.

    Especialistas em gesto de recursos hdricos ponderam que a crise de gua mais uma questo de mau gerenciamento do recurso do que de escassez natural. O acelerado crescimento demogrfico, as alteraes climticas e a rpida urbanizao do planeta esto entre os principais fatores que pressionam o ciclo hidrolgico. Consome-se gua mais rapidamente do que a capacidade de reposio do lquido pela natureza.

    O Brasil um dos pases mais ricos em recursos hdricos do planeta. Abriga 12% de toda a gua doce disponvel na superfcie de planeta. O lquido, porm, no se distribui de maneira uniforme pelo territrio nacional. Cerca de 72% das reservas encontram-se nos rios da Regio Norte, que rene 5% da populao nacional.

    Para a gesto de polticas pblicas, o Brasil dividido em 12 regies hidrogrficas. O clima e o regime de chuvas alimentam uma rede hidrogrfica extensa, formada por rios com grande volume de gua. Com exceo das nascentes do Rio Amazonas, que se abastecem com o derretimento das geleiras andinas, a origem das guas dos rios brasileiros so basicamente as chuvas.

    O nosso pas tambm possui muita gua subterrnea. Embora ainda no haja dados finalizados, considera-se que existam 27 aquferos principais no pas, entre os quais se destacam o Aqufero Guarani, que se estende do Centro-Oeste ao Sudeste e Sul.

    Maior aqufero do Brasil em extenso e volumes de gua, o Sistema Guarani, se distribui por uma rea de aproximadamente 1,1 milho de quilmetros quadrados. Deste total, 70% esto em territrio brasileiro, espalhados pelo subsolo de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Gois, Minas Gerais, So Paulo, Paran, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e o restante nos territrios do Uruguai, do Paraguai e da Argentina. As reservas potenciais calculadas do Guarani so de 37 trilhes de metros cbicos de gua.

    Em 2010, pesquisadores das universidades federais do Par (UFPA) e do Cear (UFC) divulgaram dados de um estudo preliminar no qual dimensionam o Aqufero Alter do Cho, nos estados do Par e Amazonas, com um volume de

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    gua que o situa entre os maiores do mundo. Com rea de 437,5 mil quilmetros quadrados, projetando reservas que seriam de 86 trilhes de metros cbicos, um volume to grande que, caso confirmado, alteraria todos os clculos das reservas brasileiras, atualmente em 112 trilhes de metros cbicos.

    As regies hidrogrficas brasileiras

    Crdito: Conjuntura dos Recursos Hdricos no Brasil - Informe 2012. Agncia Nacional de guas (ANA)

    Com toda esta gua na superfcie e no subsolo, o Brasil no est livre do flagelo da escassez de gua. Como j dissemos, ela no est uniformemente distribuda, tendo muito pouca gua no semirido, que sofre com secas constantes.

    No Brasil, o semirido, no Nordeste, uma regio que sofre com secas constantes. A seca um fenmeno natural, mas, quando prolongada, causa graves problemas sociais, econmicos e ambientais no serto.

    Para atenuar o problema, o Estado brasileiro desenvolveu, principalmente a partir do sculo XX, polticas pblicas de combate aos efeitos da seca, tais como a construo de audes, represas, permetros de irrigao e polticas sociais. Atualmente dois grandes programas governamentais esto em execuo

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    no semirido. Um deles a instalao de um milho de cisternas para coletar a gua da chuva, nas zonas rurais.

    O outro programa a controversa obra de transposio do Rio So Francisco, com previso de gastos de oito bilhes de reais. Alguns especialistas afirmam que a construo de poos profundos e de cisternas para a coleta de gua da chuva seria uma alternativa mais eficaz e barata para combater a seca. Opositores da obra tambm argumentam que o projeto no alcanar muitas comunidades e beneficiar principalmente os grandes fazendeiros, alm de causar impactos ambientais ainda no bem mensurados no entorno do Velho Chico.

    O Brasil um dos pases mais ricos em recursos hdricos do planeta. Abriga 12% de toda a gua doce disponvel na superfcie de planeta. O lquido, porm, no se distribui de maneira uniforme pelo territrio nacional. Cerca de 72% das reservas encontram-se nos rios da Regio Norte, que rene 5% da populao nacional.

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    Seca no Nordeste j dura 5 anos e pode se tornar ainda mais severa

    A seca atual que aflige o Nordeste teve incio em 2012 e se intensificou desde ento. Ela j dura cinco anos e considerada a mais severa em vrias dcadas. A intensidade e a persistncia da atual estiagem podem ser indcios de que as mudanas climticas j comeam a cobrar sua fatura, aponta um estudo publicado na revista Theoretical and Applied Climatology.

    "As projees de clima geradas pelos modelos climticos sugerem que, daqui para a frente, as estiagens mais severas e prolongadas tendero a ser a regra, no mais a exceo", afirma o hidrologista e meteorologista Jos Antnio Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

    A seca um fenmeno natural no Nordeste. H relatos da sua incidncia desde o sculo 16, ou seja, desde o incio da colonizao do pas. O clima hoje semirido, mas no futuro poder no ser mais. Em outras palavras, o serto pode se tornar uma zona rida e favorecer um processo de desertificao, afirma Marengo.

    Atualmente, durante os meses chuvosos, h intervalos sem precipitao que duram de cinco a seis dias. O que as projees indicam que esses intervalos "secos" tendero a ser mais numerosos e mais longos, podendo alcanar 40 dias.

    Menos chuva significa tambm dias mais quentes. Segundo Marengo, a temperatura mdia no Nordeste j aumentou 0,8C entre 1900 e 2000 e as projees indicam que, na melhor das hipteses, o aquecimento vai aumentar 2C at 2040. No pior dos cenrios, at 4,4C at 2100.

    Nestas condies, se medidas governamentais srias e imediatas no forem tomadas para, por exemplo, conter os desmatamentos, o serto pode virar um grande deserto, alerta Marengo.

    Com menos chuvas e mais calor ao longo do ano, a vegetao tpica da caatinga tender a ser gradualmente substituda pelas cactceas, que so vegetao tpica de desertos. O impacto disso para a agricultura, principalmente a familiar e de subsistncia, ser incomensurvel. Fonte: UOL 21.09.2016

    1.7 Crise hdrica em So Paulo

    So Paulo viveu nos anos de 2014 e 2015 a pior crise hdrica de sua histria. Por mais de um ano, foi dramtico, o cenrio de escassez de gua. O

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    Sistema Cantareira esteve com seu nvel de gua muito abaixo da sua capacidade de armazenamento. Um dos maiores sistemas produtores de gua do mundo, o Cantareira, abastecia 8,8 milhes de pessoas na regio metropolitana de So Paulo. Com a crise hdrica passou a abastecer 5,6 milhes de pessoas, as demais passaram a ser abastecidas pelos Sistemas Guarapiranga e Alto Tiet. Outro sistema que esteve em situao crtica foi o Alto Tiet que abastece 4,8 milhes de pessoas. Os demais sistemas Guarapiranga (5,8 milhes de pessoas), Rio Claro (1,5 milho de pessoas), Rio Grande (1,2 milho de pessoas) e Alto Cotia (410 mil) estavam em melhor situao.

    O baixssimo nvel dos reservatrios teve como causa a pouca quantidade de chuva nos meses chuvosos na regio Sudeste - novembro a fevereiro. Os meses subsequentes maro a outubro so de poucas chuvas, insuficientes para repor o volume de gua dos reservatrios. O baixo volume de chuvas ocorreu nos meses de novembro a fevereiro de 2013 e 2014 e no incio de 2015 (novembro a janeiro).

    Por 19 meses junho de 2014 a dezembro de 2015 o nvel de gua do Sistema Cantareira esteve no volume morto, gua que fica abaixo do nvel de captao das comportas.

    Diante da situao de escassez, a Sabesp, companhia de saneamento do Governo de So Paulo, ofereceu um desconto para os consumidores que economizassem gua e passou a multar aqueles que consumissem gua excessivamente. A companhia tambm reverteu a distribuio de gua para 2,6 milhes de pessoas que passaram a ser abastecidas pelos sistemas Guarapiranga e Alto Tiet, em vez do sistema Cantareira.

    No entanto, a medida mais polmica foi a utilizao do chamado volume morto das represas de Nazar Paulista e Joanpolis. Trata-se de uma reserva de 400 bilhes de litros dgua, que est abaixo da linha de captao das bombas dessas represas.

    Entre as medidas para solucionar a crise, o Governo de So Paulo apresentou um pacote de obras hdricas, sendo que uma delas causou polmica: A transposio das guas do Rio Paraba do Sul para o Sistema Cantareira. A proposta chegou a gerar uma disputa entre os governos de So Paulo e do Rio de Janeiro. Autoridades fluminenses alegaram que a transposio poderia afetar o abastecimento de gua no Rio de Janeiro, j que o Paraba do Sul a principal fonte de abastecimento do Estado. Depois de uma longa negociao, em que foram estabelecidos limites e condies para a retirada de gua, o projeto recebeu o aval da Agncia Nacional de guas (ANA). O rgo tem entre suas funes mediar conflitos que envolvam rios que atravessam vrios estados e, portanto, pertencem Unio como o caso do Paraba do Sul.

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    No se pode atribuir culpa exclusiva natureza para justificar a crise. O consumo de gua cresce anualmente na grande So Paulo e a capacidade de armazenamento no acompanhou o ritmo desse crescimento. A poluio dos rios, a degradao das suas margens e nascentes, o desperdcio de gua pelos consumidores e as perdas (vazamentos) na rede de distribuio tambm ajudam a explicar a atual crise.

    O drama da falta dgua tambm atingiu, em maior ou menor grau, os moradores dos Estados vizinhos do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

    1.8 Resduos slidos

    A grande produo de resduos nas sociedades modernas obriga os governos a adotar solues caras para armazenar esse material. Se isso no for feito de maneira adequada, o lixo jogado na natureza contamina a gua, prejudica a flora e a fauna, compromete a sade pblica e contribui para as enchentes.

    De acordo com o Ministrio do Meio Ambiente, 59% do lixo produzido pelas cidades brasileiras vo para os lixes locais onde os resduos so lanados a cu aberto, sem nenhum controle e somente 13% so reaproveitados. Dados como esse levaram o governo federal criar a Lei da Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS), em 2010.

    A lei estabelece a responsabilidade compartilhada entre o poder pblico, a indstria e a sociedade. Tambm probe a criao de lixes e deu prazo de quatro anos, findo em 02/08/2014, para que os municpios substituam os lixes por aterros sanitrios locais adequados para o destino final dos resduos slidos. Vencido o prazo de adaptao, menos da metade dos municpios cumpriu a determinao: somente 2.202, de um total de 5.564 municpios.

    O Distrito Federal foi um dos entes federados que no cumpriu a determinao da lei. O lixo dos brasilienses depositado a menos de 15 km do centro da capital federal, no Lixo da Estrutural. Est em construo o Aterro Sanitrio de Samambaia para onde dever ser levado o lixo, aps entrar em operao.

    Um dos destaques da PNRS a chamada logstica reversa, que prev a responsabilidade do consumidor em devolver os produtos usados no final de sua vida til, como tambm a responsabilidade do comrcio de receber os aparelhos usados, e dos fabricantes e importadores de dar uma destinao final ambientalmente adequada ao lixo. Por exemplo, ao comprar um computador, a pessoa fica obrigada de, ao final de sua utilizao, dar um destino previamente acertado ao produto.

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    2. Rompimento de barragem em Minas Gerais

    No dia 05 de novembro a barragem do Fundo que armazenava lama resultante do rejeito da produo de minrio de ferro se rompeu em Mariana (MG). O mar de lama que escorreu da barragem passou por cima de outra barragem, a de Santarm. Ambas, ficam no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do municpio de Mariana, cidade histrica mineira a 124 km de distncia de Belo Horizonte. As barragens so de propriedade da mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. Alm de Santarm, que no se rompeu, outra barragem corre o risco de se romper, a de Germano.

    De acordo com a Samarco, o rejeito composto, em sua maior parte, por areia e no apresenta nenhum elemento qumico danoso sade. Segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis), a lama composta principalmente por xido de ferro e areia. No entanto, anlise laboratorial encomendada aps o desastre encontrou na gua do rio partculas de metais pesados como chumbo, alumnio, ferro, brio, cobre, boro e mercrio.

    A avalanche de lama destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues. Mas de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Elas abandonaram as casas e fugiram para as partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone.

    At o dia 20 de fevereiro no se sabia o que havia provocado o acidente. Dezessete pessoas morreram, vtimas da tragdia, dois desaparecidos ainda so procurados. Ao todo, 556 pessoas perderam tudo na tragdia.

    A lama chegou ao Rio Doce, seguiu pelo seu leito e chegou no Oceano Atlntico, desaguando no litoral do Esprito Santo, no municpio de Linhares. Alm dos metais pesados encontrados nos rejeitos, a fora da lama prejudicou a biodiversidade do rio para sempre ambientalistas no descartam a possibilidade de que espcies endmicas inteiras tenham sido soterradas pela lama. Por onde passou, a lama causou a morte de grande quantidade de peixes.

    Vrios municpios, alguns localizados a centenas de quilmetros de Mariana, que dependem do rio Doce para o abastecimento de gua para a populao, tiveram que suspender total ou parcialmente a captao de gua no rio. Entre eles, grandes municpios como Uberaba e Governador Valadares. Economicamente, o municpio mais afetado Mariana (MG).

    Vrias aes judiciais esto em andamento contra as mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton para ressarcir os danos ambientais e sociais causados. Em um dos acordos judiciais a Samarco deve aplicar R$ 1 bilho na

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    reparao dos danos. A Unio pediu R$ 20 bilhes para a criao de um fundo com a mesma finalidade.

    (CESPE/CPRM/2016 TNICO EM GEOCINCIAS) Considerado um dos maiores desastres ambientais da histria do Brasil, o rompimento de barragem de importante mineradora causou, recentemente, danos irreparveis, desde a morte de pessoas at a destruio material de comunidades inteiras e de um dos mais importantes rios da regio Sudeste. Assinale a opo em que so apresentados o municpio onde est situada a mineradora em questo e o rio que sofreu os efeitos devastadores do referido acidente.

    A) Tiradentes e rio Xopot

    B) Mariana e rio Doce

    C) Ouro Preto e rio Piranga

    D) So Joo del Rei e rio das Velhas

    E) Diamantina e rio Jequitinhonha

    COMENTRIOS:

    O municpio Mariana, em Minas Gerais e o rio o Doce.

    Gabarito: B

    3. Agenda Ambiental da Administrao Pblica (A3P)

    A Agenda Ambiental na Administrao Pblica A3P um programa de gesto que visa promover a responsabilidade socioambiental e inserir critrios de sustentabilidade nas atividades da administrao pblica. A insero desses critrios envolve mudanas comportamentais e transformaes nas aes pblicas relacionadas s prioridades de investimentos, compras e contratao de servios pelo governo, construes sustentveis, gerenciamento de resduos slidos e uso racional dos recursos naturais e bens pblicos. A sustentabilidade tambm tem que contribuir para a melhoria na qualidade de vida e segurana no ambiente do trabalho.

    Coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente, um programa de carter voluntrio, sem natureza impositiva e regulatria. No um programa de mbito federal, mas sim, de mbito nacional que pode ser implementado por distintas instituies pblicas de qualquer poder ou ente federativo.

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    Cabe-se ressaltar, no entanto, que com o advento da Poltica Nacional de Resduos Slidos (Lei n 12.3052010), o gerenciamento dos resduos slidos pelas instituies pblicas um dos eixos temticos da A3P - passou a ser uma atividade de carter obrigatrio.

    Segundo a ISO 16000, responsabilidade socioambiental a responsabilidade que uma organizao tem pelos impactos de suas decises e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento tico e transparente que contribua para o desenvolvimento sustentvel, inclusive a sade e bem-estar da sociedade; leve em considerao as expectativas das partes interessadas; esteja em conformidade com a legislao aplicvel e seja consistente com as normas internacionais de comportamento; esteja integrada em toda a organizao e seja praticada em suas relaes.

    A estrutura para a implantao de uma poltica governamental responsabilidade socioambiental demanda a construo de novas, bem como o aperfeioamento das atuais ferramentas pblicas, leis e regulamentaes, infraestrutura, servios e incentivos que possam promover e/ou garantir as mudanas necessrias para que as atividades pblicas sejam sustentveis.

    Objetivo principal da A3P: Aumentar a eficincia da gesto e incorporar critrios de gesto socioambiental nas atividades pblicas.

    Tambm so objetivos da Agenda:

    Promover a economia de recursos naturais e reduo de gastos institucionais;

    Reduzir o impacto socioambiental negativo decorrente das atividades pblicas;

    Promover a produo e o consumo sustentvel; Contribuir para a melhoria da qualidade de vida do servidor; Sensibilizar e capacitar os gestores pblicos para as questes

    socioambientais.

    A A3P est estruturada a partir de seis eixos temticos prioritrios:

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    Todos os eixos foram definidos tendo como base o princpio dos 5 Rs: Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar consumir produtos que gerem impactos socioambientais negativos.

    Vejamos cada eixo:

    1. Uso racional dos recursos naturais e bens pblicos - Usar racionalmente os recursos naturais e bens pblicos implica em aes de economicidade do gasto, otimizao do uso dos recursos naturais e bens pblicos e reduo do desperdcio. Este eixo engloba o consumo de gua, energia, papel, copos plsticos, madeira, transporte e demais bens e materiais utilizados pela administrao pblica.

    2. Gerenciamento de resduos slidos - O gerenciamento dos resduos slidos est definido e regulamentado pela Poltica Nacional de Resduos Slidos - Lei N 12.305/2010 e Decreto N 7.404/2010 que preveem a reduo e a destinao ambientalmente adequada dos resduos gerados pelas instituies pblicas. Este eixo engloba a prtica de hbitos de consumo sustentvel, um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilizao dos resduos slidos, a destinao e disposio final ambientalmente adequada dos rejeitos.

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    3. Qualidade de vida no ambiente de trabalho - A qualidade de vida no ambiente de trabalho envolve tanto os aspectos fsicos e ambientais, como os aspectos psicolgicos do local de trabalho. A estruturao deste eixo temtico visa atender as necessidades do servidor e desenvolver aes para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, aumentando a sua produtividade e bem estar no trabalho. Da mesma forma, engloba as questes relacionadas garantia da acessibilidade, reduo do estresse e ampliao da participao dos servidores nos processos institucionais.

    4. Sensibilizao e capacitao dos servidores - A sensibilizao busca desenvolver e estimular a prtica da conscincia cidad pelos gestores e servidores pblicos, a partir dos princpios da responsabilidade socioambiental. O processo de capacitao, por sua vez, contribui para o desenvolvimento de competncias institucionais e individuais e fornece novas oportunidades para o engajamento dos servidores nas questes socioambientais.

    5. Contrataes Pblicas Sustentveis - Compreendem as aquisies de bens, contrataes de servios, obras e reformas com critrios de sustentabilidade, e devem ser planejadas e realizadas a partir de uma viso sistmica do processo produtivo como, por exemplo, da Anlise de Ciclo de Vida do produto ACV. Este eixo encontra respaldo em distintos instrumentos normativos como leis, decretos, instrues e portarias. O Decreto n 7.746/2012 o principal referencial para a administrao pblica federal e estabeleceu critrios, prticas e diretrizes gerais para a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel por meio das contrataes realizadas pela administrao pblica federal direta, autrquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes. Por meio desse decreto tambm foi instituda a Comisso Interministerial de Sustentabilidade na Administrao Pblica CISAP.

    6. Construes Sustentveis - As construes sustentveis so edificaes e ambientes que considerem, desde a sua concepo, construo, operao e renovao, o uso de conceitos e procedimentos reconhecidos de sustentabilidade. A construo deve considerar medidas para: reduo e otimizao do consumo de materiais e energia; reduo dos resduos gerados; preservao do ambiente natural e melhoria da qualidade do ambiente construdo. O conceito abarca a sustentabilidade de forma sistmica (ambiental, social, econmica e cultural) e enfatiza a adio de valor qualidade de vida dos indivduos e das comunidades.

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    (CESPE/IBAMA/2013 ANALISTA ADMINISTRATIVO) Com relao responsabilidade socioambiental e Agenda Ambiental da Administrao Pblica (A3P), julgue os itens que se seguem.

    O governo brasileiro desenvolveu a A3P para ser implementada apenas na administrao pblica.

    COMENTRIOS:

    Cuidado com a palavra apenas, grande a probabilidade da questo estar errada. O governo brasileiro desenvolveu a A3P para ser implementada na administrao pblica. Todavia, no h bice nem impedimento de que seja implementada pelo setor privado.

    Gabarito: Errado

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    QUESTES COMENTADAS:

    01) (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANPOLIS/2016 PROFESSOR) Assinale a alternativa correta a respeito das consequncias da COP21 (conferncia do clima da ONU).

    a) A assinatura de um acordo histrico, que pela primeira vez obriga os pases ricos e industrializados a pagarem as despesas necessrias para reduzir as emisses de carbono e conter os efeitos do aquecimento global.

    b) A assinatura de um acordo histrico, que pela primeira vez probe todos os pases do mundo a acabarem, at 2020, com as emisses de carbono e conter os efeitos do aquecimento global.

    c) A assinatura de um acordo histrico, que pela primeira vez envolve quase todos os pases do mundo em um esforo para ampliar as emisses de carbono e conter os efeitos do aquecimento global.

    d) A assinatura de um documento reconhecendo que, de acordo com as mais recentes descobertas, as emisses de carbono no so minimamente responsveis pelo aquecimento global.

    e) A assinatura de um acordo histrico, que pela primeira vez envolve quase todos os pases do mundo em um esforo para reduzir as emisses de carbono e conter os efeitos do aquecimento global.

    COMENTRIOS:

    Na COP-21, 195 pases chegaram a um acordo histrico para reduzir as emisses de carbono e conter os efeitos do aquecimento global. O acordo determina que os signatrios ajam para que a temperatura mdia do planeta sofra uma elevao "muito abaixo de 2C", mas "reunindo esforos para limitar o aumento de temperatura a 1,5C", frente aos nveis da era pr-industrial. No foram dadas metas de reduo de emisso de gases do efeito estufa, mas uma inteno global em mudar para uma economia de baixo carbono.

    Gabarito: E

    02) (FEPESE/PREFEITURA DE FLORIANPOLIS/2016 PROFESSOR) A cidade de Mariana, em Minas Gerais, foi palco de uma das maiores tragdias ambientais ocorridas no Brasil.

    Assinale a alternativa que indica uma causa deste triste evento.

    a) O derramamento nos rios de milhes de metros cbicos de petrleo

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    b) Um incndio que destruiu a Mata Atlntica e causou a morte de milhares de animais.

    c) O rompimento da barragem da hidreltrica Samarco, que inundou a cidade provocando centenas de mortes e uma grande destruio.

    d) O rompimento de uma barragem de uma empresa mineradora que provocou o vazamento de milhes de metros cbicos de lama de rejeitos de minrio

    e) O rompimento de uma barragem de uma empresa mineradora que provocou o vazamento de milhes de metros cbicos de substncias radioativas.

    COMENTRIOS:

    Em novembro de 2015, a barragem do Fundo que armazenava lama resultante do rejeito da produo de minrio de ferro se rompeu em Mariana (MG). Milhes de metros cbicos escorreram causando uma grave acidente ambiental e social. A barragem de propriedade da mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton.

    Gabarito: D

    (CESPE/TJDFT/2015 TCNICO JUDICIRIO) Naomi Oreskes, historiadora americana e professora em Harvard, autora do livro O colapso da civilizao ocidental, avisa: Chegou a hora de percebermos que possvel ter crescimento econmico e cuidado com o meio ambiente ao mesmo tempo. Dizer que as duas coisas so excludentes a real ameaa nossa prosperidade. Na sua cruzada cientfica pela salvao do planeta, ela exalta o papa Francisco. Para ela, cientistas tratam o problema em termos cientficos, e no atingem o corao das pessoas. O papa veio colocar a questo em termos morais e veio dizer que o que est acontecendo uma injustia. Ele est fazendo o que os lderes polticos no fazem.

    O Estado de S.Paulo, caderno Alis, capa, 30/8/2015 (com adaptaes).

    Considerando que o fragmento de texto apresentado uma referncia inicial, julgue o item que se segue acerca do tema nele abordado.

    03) O tema aquecimento global controverso e est inscrito na pauta das grandes questes ambientais, que, nos dias de hoje, so debatidas por organizaes no governamentais, em foros acadmicos, e por lderes polticos mundiais, em encontros.

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    COMENTRIOS:

    O aquecimento global uma realidade e motivo de grandes e permanentes debates envolvendo cientistas, ONGs, governos, organismos internacionais e cidados. A opinio majoritria desses atores a de que o planeta Terra est aquecendo e de que a causa da elevao da temperatura mdia do planeta provm da ao humana.

    A controvrsia est em que um grupo minoritrio questiona se a Terra estaria em processo de aquecimento global. Outros concordam que a temperatura mdia do planeta est em elevao, mas divergem que as causas provm da ao humana. Defendem que um processo natural, do prprio planeta Terra.

    Gabarito: Certo

    04) O avano da industrializao no mundo contemporneo contribuiu para a degradao de reas naturais e para o surgimento de sensveis alteraes climticas devido ao modelo que privilegiava o aumento da capacidade produtiva sem maiores preocupaes com o meio ambiente.

    COMENTRIOS:

    A industrializao um acontecimento relativamente recente na histria da humanidade. Iniciou na Europa na segunda metade do sculo XVIII. Por dois sculos, o avano da industrializao ocorreu quase sem nenhuma preocupao com a preservao ambiental, com o uso racional e sustentvel dos recursos naturais. A industrializao gerou tambm a urbanizao das sociedades.

    A emergncia da questo ambiental um fenmeno recente na histria da humanidade, data da segunda metade do sculo passado. Durante muito tempo considerava-se a natureza como uma fonte inesgotvel de recursos naturais e com capacidade de absorver a poluio em qualquer escala. Mentalidade, que, mais tarde, a realidade comprovou estar errada.

    Gabarito: Certo

    05) Responsvel pelo maior volume de gases do efeito estufa lanados na atmosfera, o petrleo hoje uma fonte de energia relegada a plano secundrio, o que tem diminudo a relevncia que tinha frente a outras fontes de energia, como a elica e a solar.

    COMENTRIOS:

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    O maior volume de gases intensificadores do efeito estufa lanados na atmosfera provm da queima do petrleo como combustvel. No uma fonte de energia secundarizada na matriz energtica mundial. Individualmente o insumo mais utilizado como fonte de energia no mundo. Lentamente, o petrleo perde relevncia, mas, por vrias dcadas, segundo projees, continuar sendo o insumo mais utilizado na matriz energtica mundial.

    Gabarito: Errado

    06) (IDECAN/PRODEB/2015 ANALISTA DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS) Os objetivos de reduo dos gases de efeito estufa, anunciados at agora em nvel mundial, levariam a um aquecimento climtico bem superior a dois graus, limite fixado pela Organizao das Naes Unidas (ONU), segundo estudo divulgado em setembro de 2015, em Bonn (Alemanha). Ocupando o posto de maior pas emissor de gases do efeito estufa est:

    A) ndia.

    B) Brasil.

    C) Rssia.

    D) Estados Unidos da Amrica.

    COMENTRIOS:

    Considerando o total emitido pelos pases, do chamado carbono acumulado, os Estados Unidos so os maiores emissores mundiais. Dados do World Resources Institute e do Global Carbon Project, entre 1850 a 2011, indicam que os EUA foram responsveis por 27% das emisses totais de CO no perodo, seguidos da Unio Europeia (25 pases) com 25%, China com 11%, Rssia com 8% e Japo com 4%.

    Contudo, considerando as emisses recentes, as que so emitidas anualmente, os EUA no so mais o maior emissor, esto em segundo lugar. Nos ltimos anos, no balano anual, o pas que mais emite CO a China.

    Gabarito: D

    07) (VUNESP/SAP/2015 VUNESP) Na segunda semana de dezembro de 2014, ocorreu, no Peru, a 20 Conferncia das Partes da Conveno sobre Mudanas Climticas da ONU (COP-20), que contou com a presena de 196 pases. Ao final da conferncia,

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    a) os principais rgos de proteo ambiental da ONU conseguiram criar uma rgida poltica de controle do desmatamento que ocorre nos pases tropicais.

    b) os ambientalistas obtiveram importante vitria aps a aprovao de um documento que garante proteo especial aos pases mais atingidos por catstrofes climticas.

    c) os principais poluidores, tais como os Estados Unidos e o Japo, concordaram em reduzir a produo industrial e emitir menos gases do efeito estufa.

    d) os pases ricos concordaram em instalar filiais de suas indstrias menos poluentes nos pases pobres para reduzir os riscos de expanso do aquecimento global.

    e) os pases ricos, emergentes e em desenvolvimento admitiram assumir metas pblicas de reduo das emisses responsveis pelo aquecimento global.

    COMENTRIOS:

    Pelo Protocolo de Quioto, somente um grupo de pases ricos possui metas obrigatrias de reduo de emisses de gases intensificadores do efeito estufa. Os pases esto discutindo um novo acordo global sobre a mudana do clima e o aquecimento global. Na COP-20, os pases ricos, emergentes e em desenvolvimento admitiram assumir compromissos voluntrios de reduo das emisses de gases responsveis pelo aquecimento global.

    Gabarito: E

    08) (FCC/METR SP/2015) Em dezembro de 2014 ocorreu em Lima (Peru) a Conferncia das Partes da Conveno de Mudanas Climticas da ONU (COP20). Com a participao de representantes de 195 pases, um dos objetivos da Conferncia foi

    a) isentar os pases em desenvolvimento da responsabilidade sobre o aquecimento global.

    b) debater as consequncias do derretimento da calota polar e apontar os responsveis.

    c) definir metas de reduo da emisso de gases para os pases emergentes e desenvolvidos.

    d) preparar um documento sobre um novo acordo climtico que ser debatido em 2015, em Paris.

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    e) manter em vigor o texto e as metas do Protocolo de Quioto at o final da dcada.

    COMENTRIOS:

    A Conferncia das Partes da Conveno de Mudanas Climticas da ONU ocorre anualmente. Em dezembro de 2014 ocorreu a COP20 em Lima, Peru. Em dezembro de 2015 ocorreu a COP 21 em Paris, Frana. Nessa COP, as partes pretendiam aprovar um novo acordo climtico sobre o aquecimento global, o que foi alcanado.

    Um dos objetivos da COP20 foi debater previamente propostas para constar do documento final da COP21.

    Gabarito: D

    09) (FCC/METR SP/2015) Detentor do ttulo de maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, respondendo por cerca de 24,65% das

    emisses globais, o pas poder diminuir o consumo de carvo mineral

    porque tem potencial para dobrar o consumo de energias renovveis at

    2030, segundo um estudo realizado pela Agncia Internacional de

    Energia Renovvel (Irena, na sigla em ingls).

    (http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outrasmidias/surpresa-abraca-as-energias-renovaveis/)

    O pas retratado no texto

    a) a China. b) os Estados Unidos. c) a Alemanha. d) a Rssia. e) o Japo.

    COMENTRIOS:

    A China o pas que mais emite gases do efeito estufa, responsveis pelo aquecimento global. O carvo o principal insumo da matriz energtica chinesa. Os Estados Unidos so o segundo maior emissor mundial.

    Gabarito: A

    10) (CESPE/FUB/2015 ASSISTENTE EM ADMINISTRAO) Depois de quase esgotar o seu potencial hidreltrico na ltima dcada de 90, o Nordeste ressurge como a grande sensao da energia alternativa. At

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    2023, a gerao de novas fontes renovveis como elica e solar vai representar 60% da matriz energtica da regio. Juntas, as usinas vo somar 22 mil megawatts de potncia instalada, mais que o dobro da atual capacidade hdrica do Nordeste e quase metade da gerao alternativa prevista para o pas.

    O Estado de S.Paulo. 11/1/2015, p. B6 (com adaptaes).

    Tendo o fragmento de texto acima como referncia, julgue o item, considerando os diversos aspectos relativos ao tema tratado.

    Desde o segundo semestre de 2014, a populao de algumas reas do territrio brasileiro, como a regio Sudeste, veem seus reservatrios de gua cair a nveis preocupantes, com graves implicaes para o abastecimento da populao e para a gerao de energia.

    COMENTRIOS:

    A banca anulou a questo. A meu ver, o gabarito deveria ser errado e no a questo ser anulada. O nvel de gua do Sistema Cantareira j era preocupante, antes do segundo semestre de 2014. Em julho de 2014, o sistema Cantareira estava com o seu volume til de gua esgotado.

    Gabarito: Anulada

    11) (VUNESP/CMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS/2015) No incio do ms de outubro, o governo federal ps pela primeira vez em teste o bombeamento que far a gua circular pelos canais oriundos da transposio do rio.

    O bombeamento de gua comeou nesta quinta-feira (09.10.14) e seguir ao longo da prxima semana, primeiramente no canal do eixo leste da obra.

    (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1530911-governo-federal-faz-primeiro-teste-da-transposicao.shtml)

    O rio que ter parte das guas destinadas transposio o

    a) Amazonas. b) So Francisco. c) Paran. d) Parnaba. e) Tocantins.

    COMENTRIOS:

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    O Governo Federal desenvolve o projeto de transposio das guas do rio So Francisco. Est construindo canais que vo transferir de 1% a 3% das guas do "Velho Chico" para rios e audes que atualmente secam durante a estiagem do semirido nordestino. O governo diz que a obra beneficiar 12 milhes de pessoas e estimular a agricultura nas reas beneficiadas dos Estados do Cear, Pernambuco, Paraba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

    Gabarito: B

    12) (VUNESP/CMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS/2015 ASSISTENTE LEGISLATIVO) Agora oficial: o desmatamento na Amaznia disparou em agosto e setembro [2014]. Foram devastados 1.626 km de florestas, um crescimento de 122% sobre os mesmos dois meses de 2013.

    As anlises mensais do sistema de alertas de desmatamento Deter estavam prontas pelo menos desde 14 de outubro no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em agosto, foram desmatados 890,2 km, um salto de 208% sobre os 288,6 km do mesmo ms de 2013. Em setembro foram 736 km, 66% mais que no ano passado.

    (http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/11/1544688-desmatamento--na-amazonia-dispara-em-agosto-e-setembro.shtml. Adaptado)

    Um dos fatores responsveis pelo aumento do desmatamento foi

    a) a construo de hidreltricas. b) a abertura de uma ferrovia. c) o reincio das obras da BR-163. d) a reduo de terras indgenas. e) a expanso da agropecuria.

    COMENTRIOS:

    Pessoal, mesmo que vocs no tivessem lido nada sobre o assunto, fcil responder questo. A extrao ilegal de madeira, a criao de gado e a lavoura de soja so as principais causas do desmatamento da Amaznia. Quando falamos da criao de gado e da lavoura de soja, estamos falando da expanso da agropecuria.

    Assim, a alternativa e o nosso gabarito.

    13) (VUNESP/CMARA MUNICIPAL DE CAIEIRAS/2015) Entre os problemas ambientais que ocorrem no Brasil, um deles em especial tem

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    sido muito comentado porque tem aumentado de forma significativa no segundo semestre de 2014. Trata-se

    a) do desaparecimento das dunas no Nordeste.

    b) da reduo das reas destinadas minerao.

    c) do desmatamento na Amaznia.

    d) do enfraquecimento das frentes frias no Sul.

    e) do aumento das abelhas que atacam seres humanos.

    COMENTRIOS:

    Nos meses de agosto e setembro de 2014, o desmatamento na Amaznia Legal aumentou significativamente, quando comparado com o mesmo perodo do ano de 2013. O desmatamento dos biomas, um dos graves problemas ambientais brasileiros e o que chama mais ateno o da Amaznia.

    Gabarito: C

    14) (FCC/DPE RR/2015 ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Em setembro de 2015, a Amaznia Legal teve 229 quilmetros quadrados (km2) de

    floresta desmatada. O dado representa uma reduo de 43% em relao

    ao mesmo perodo de 2014, quando o desmatamento somou 402 km2.

    As informaes so do boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento

    (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia (Imazon).

    (Adaptado de: http://portalamazonia.com/noticias)

    Os dois estados mais desmatados foram

    a) Mato Grosso e Par. b) Rondnia e Amazonas. c) Tocantins e Amap. d) Acre e Roraima. e) Maranho e Rondnia.

    COMENTRIOS:

    Em setembro de 2015, a Amaznia Legal teve 229 quilmetros quadrados (km) de floresta desmatada. O dado representa uma reduo de 43% em relao ao mesmo perodo de 2014, quando o desmatamento somou 402 km. Os estados que mais desmataram foram Mato Grosso (55%), Par (28%) e Rondnia (12%). Os que registraram menor ocorrncia foram Amazonas (3%), Acre (1%) e Roraima (1%). As informaes

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    so do boletim do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia (Imazon).

    Gabarito: A

    15) (FCC/DPE RR/2015 AUXILIAR ADMINISTRATIVO) Leia a notcia amplamente divulgada no final de abril de 2015.

    Desde 2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de

    consumo de ...... . Enquanto nos ltimos dez anos o mercado mundial

    desse setor cresceu 93%, no Brasil, esse crescimento foi de 190%, de

    acordo com dados divulgados pela Anvisa. Segundo o Dossi Abrasco,

    publicado nesta tera-feira (28/04) no Rio de Janeiro, 70% dos

    alimentos in natura consumidos no pas esto contaminados.

    (Adaptado de: http://brasil.elpais.com/brasil)

    A notcia trata do consumo de

    a) produtos orgnicos. b) sementes transgnicas. c) fertilizantes qumicos. d) agrotxicos. e) sementes agroecolgicas.

    COMENTRIOS:

    Desde 2008, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking mundial de consumo de agrotxicos. Nos ltimos dez anos, o consumo cresceu 190% no Brasil, enquanto que no mundo cresceu menos da metade, 93%. Segundo o Instituto Nacional do Cncer INCA, o consumo no Brasil equivale a cada brasileiro tomar um galo de cinco litros de veneno por ano. As informaes tm como base o ms de abril de 2015.

    Gabarito: D

    16) (FCC/DPE RR/2015 AUXILIAR ADMINISTRATIVO) Considere a seguinte notcia divulgada em 2015:

    No Brasil Central, um dos tipos de vegetao mais ameaados,

    especialmente pela pecuria e pelo plantio de soja, ...... , que tem valor

    inestimvel para o equilbrio do planeta e para pesquisas cientficas.

    Uma rea imensa foi perdida, mas a boa notcia que a taxa de

    degradao caiu nos ltimos anos.

    (Adaptado de: http://www.correiobraziliense.com.br)

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    A notcia de 2015 destaca o tipo de vegetao denominado

    a) cerrado. b) restinga. c) floresta tropical. d) mata das araucrias. e) mangue.

    COMENTRIOS:

    Qual o tipo de vegetao dominante do Brasil central? o cerrado, pessoal. Eis a dica para acertar a questo. No Brasil central ainda encontramos a floresta amaznica ou equatorial, o pantanal e fragmentos de mata atlntica e campos.

    Restinga e mangue so tipos de vegetao litornea. Podemos considerar a mata atlntica como uma floresta tropical. A mata de araucrias, quase totalmente desmatada, encontrada na regio Sul.

    O cerrado tem sido muito desmatado para a criao de gado e o cultivo de gros, principalmente a soja.

    Gabarito: A

    (CESPE/ICMBIO/2014 TCNICO ADMINISTRATIVO /AMBIENTAL) Acerca do desmatamento na Amaznia Legal, julgue o item que se segue.

    17) A construo de obras de infraestrutura na Amaznia vista como estratgica para frear o aumento do desmatamento florestal, uma vez que contribui para regularizao do uso do solo.

    COMENTRIOS:

    Historicamente, a construo das grandes obras de infraestrutura na Amaznia tem causado vrios impactos sociais e ambientais, entre eles, o desmatamento florestal.

    Gabarito: Errado

    (CESPE/MDIC/2014 AGENTE ADMINISTRATIVO) O Leste da China est sofrendo com a mais grave poluio do ar em dcadas. Na cidade de Nanquim, escolas foram foradas a cancelar aulas e o horizonte de

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    Xangai foi encoberto por uma nvoa acre. Esse episdio um aviso de que nenhuma parte do pas est imune aos perigos da poluio.

    O Globo, caderno Amanh, 10/12/2013, p. 7 (com adaptaes).

    Tendo o fragmento de texto acima como referncia inicial e considerando a amplitude do tema que ele focaliza, julgue o item.

    18) A poluio atmosfrica um dos mais graves problemas do mundo contemporneo e, caso nada seja feito para reduzi-la ou impedir sua expanso, colocar em risco a prpria sobrevivncia no planeta.

    COMENTRIOS:

    A poluio atmosfrica, sobretudo, aquela relacionada emisso de gases estufa, causadores do aquecimento global, um dos mais graves problemas do mundo contemporneo. Caso nada seja feito para reduzir a poluio atmosfrica ou impedir a sua expanso, o planeta sofrer drsticas consequncias, que podem colocar em risco a existncia das formas de vida.

    Gabarito: Certo

    19) A emisso de gases poluentes na atmosfera, como os resultantes da queima de combustveis fsseis, contribui decisivamente para as alteraes climticas com as quais o mundo contemporneo vem convivendo h algum tempo.

    COMENTRIOS:

    O mundo contemporneo convive com a problemtica do aquecimento global, causado pela intensificao do fenmeno natural do efeito estufa. A emisso de gases estufa na atmosfera, como os resultantes da queima de combustveis fsseis (ex. gs carbnico), contribui decisivamente para as alteraes climticas.

    Gabarito: Certo

    20) (ESAF/MF/2014 ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Sobre as questes ambientais da atualidade, correto afirmar:

    a) No Brasil, a criao de gado est entre as atividades econmicas que contribuem para as mudanas do clima tanto pela sua relao com o desmatamento, como pela produo de gs metano pelos animais.

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    b) Ao contrrio de outros problemas ambientais que podem apresentar consequncias regionais, nacionais ou globais, a chuva cida um fenmeno que ocorre no mesmo local em que houve a emisso dos gases txicos que levam sua formao.

    c) Os gases de efeito estufa so os causadores dos buracos na camada de oznio e da desertificao: os buracos permitem que os raios solares entrem diretamente na atmosfera e atinjam a vegetao, causando sua deteriorao gradual.

    d) Uma medida relevante para o enfrentamento das mudanas do clima foi a proibio do uso dos clorofluorcarbono os (CFC) na produo de geladeiras e ar condicionados.

    e) Um dos fatores que contriburam para os avanos nas medidas propostas pelo Protocolo de Quioto foi a sua ratificao pelos Estados Unidos.

    COMENTRIOS:

    a) Correto. A criao de gado est entre as atividades econmicas que contribuem para as mudanas do clima tanto pela sua relao com o desmatamento, como pela produo de gs metano pelos animais. O gado produz o gs metano (CH4), um dos gases causadores do aquecimento global.

    b) Correto. A chuva cida pode sim ocorrer no mesmo local em que houve a emisso dos gases txicos que levaram a sua formao. Se a questo tivesse afirmado que o fenmeno ocorre exclusivamente no local em que houve a emisso de gases txicos, estaria incorreta.

    c) Incorreto. No so todos os gases, mas, alguns gases com pequena contribuio no efeito estufa, como os clorofluorcarbonos, que so os responsveis pelo buraco na camada de oznio.

    d) Incorreto. A proibio do uso dos clorofluorcarbonetos (CFC) na produo de geladeiras e ar condicionados foi uma medida relevante para conter a destruio da camada de oznio.

    e) Incorreto. Os Estados Unidos no ratificaram o Protocolo de Quioto.

    Por ter mais de um item correto, a assertiva foi ANULADA.

    21) (FCC/CMARA MUN DE SO PAULO/2014 - CONSULTOR TCNICO LEGISLATIVO) Em outubro de 2013, em Braslia, ocorreu a etapa nacional da maior conferncia j realizada no pas: a 4a Conferncia Nacional de Meio Ambiente, destinada a discutir a Poltica Nacional de Resduos Slidos, instituda pela Lei no 12.305/10.

  • Atualidades para o IBAMA Analista Ambiental Prof. Leandro Signori

    Prof. Leandro Signori www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 68

    Um dos pontos mais importantes da Lei e da Conferncia que afeta o conjunto de cidades brasileiras, no ano de 2014, a

    a) criao de infraestrutura nacional para tratamento de esgotos.

    b) definio de polticas de despoluio do litoral.

    c) substituio de todos os lixes por aterros sanitrios.

    d) regulamentao de uma poltica nacional de despoluio fluvial.

    e) implementao de mecanismos de controle de poluio dos rios urbanos.

    COMENTRIOS:

    A Lei n 12.305/2010 instituiu a Poltica Nacional de Resduos Slidos (PNRS). Pessoal, se a norma trata de resduos slidos, obviamente no vai versar sobre criao de infraestrutura nacional para tratamento de esgotos, despoluio do litoral, despoluio fluvial e controle de poluio dos rios urbanos. Isso tudo objeto de normas de recursos hdricos e guas.

    A PNRS probe o lanamento in natura a cu aberto (lixes) de resduos slidos, excetuados os resduos de minerao. Todos os lixes devero ser substitudos por aterros sanitrios em at quatro anos aps a data de publicao da lei (a publicao ocorreu em 03.