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VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM MUSEUS DE CIÊNCIAS, PARQUES E RESERVAS FLORESTAIS. Selma Abreu Amorim Marcílio Hubner de Miranda Neto RESUMO Este trabalho apresenta de forma sumária o “olhar” de uma professora do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná sobre espaços onde ocorre a educação não formal e discute a importância e formas de sua integração com a educação formal. Enfoca, especialmente, a utilização museus de ciências, parques e reservas florestais em ações não formais e informais de ensino. No processo de visitação apresenta-se três importantes momentos: no primeiro, em função do programa curricular desenvolvido com os alunos, o professor (mediador) identifica o espaço onde as informações trabalhadas na escola podem ser complementadas por meio de vivências;no segundo, a visitação ou aula passeio quando os alunos visitantes apreciam a beleza do espaço finalizando a contemplação com o processo de análise dos objetos de mediação existentes no espaço. Nesse momento o professor, assessorado por monitores ou guias, atua como facilitador da mediação colocando em evidência, detalhes e informações prioritários para o tema em estudo; o terceiro ocorre em sala de aula posteriormente à visitação constituindo-se em atividades de desdobramento cujo objetivo é contribuir para que as discussões não se restrinjam ao momento da visita orientada, mas que as reflexões propostas naquele espaço deixem de ter um caráter pontual. Pretende-se ainda, refletir sobre a alfabetização científica desenvolvida nesses espaços de educação priorizando e enfatizando a importância de se estreitar laços entre as práticas de ensino formal e não formal. Palavras chave: Educação não formal; Museus de Ciências; Parques e Reservas Florestais; Alfabetização Científica 1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento científico e tecnológico vem criando nos educadores a necessidade de adotar modelos de ensino que atendam às novas demandas da sociedade. Além disso, um dos resultados mais insistentemente apontados pela pesquisa acadêmica no tocante à formação de professores é a dissociação entre a teoria e a prática pedagógicas. Tal característica adquire contornos peculiares na formação continuada, ignorando-se freqüentemente a realidade da escola e da sala de aula, bem como toda a rica experiência profissional dos professores e suas concepções prévias sobre os assuntos tratados. Procurando a superação desses obstáculos o Governo do Estado do Paraná e a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED/PR) oferecem

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VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS EM MUSEUS DE CIÊNCIAS, PARQUES E RESERVAS FLORESTAIS.

Selma Abreu Amorim Marcílio Hubner de Miranda Neto

RESUMO

Este trabalho apresenta de forma sumária o “olhar” de uma professora do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná sobre espaços onde ocorre a educação não formal e discute a importância e formas de sua integração com a educação formal. Enfoca, especialmente, a utilização museus de ciências, parques e reservas florestais em ações não formais e informais de ensino. No processo de visitação apresenta-se três importantes momentos: no primeiro, em função do programa curricular desenvolvido com os alunos, o professor (mediador) identifica o espaço onde as informações trabalhadas na escola podem ser complementadas por meio de vivências;no segundo, a visitação ou aula passeio quando os alunos visitantes apreciam a beleza do espaço finalizando a contemplação com o processo de análise dos objetos de mediação existentes no espaço. Nesse momento o professor, assessorado por monitores ou guias, atua como facilitador da mediação colocando em evidência, detalhes e informações prioritários para o tema em estudo; o terceiro ocorre em sala de aula posteriormente à visitação constituindo-se em atividades de desdobramento cujo objetivo é contribuir para que as discussões não se restrinjam ao momento da visita orientada, mas que as reflexões propostas naquele espaço deixem de ter um caráter pontual. Pretende-se ainda, refletir sobre a alfabetização científica desenvolvida nesses espaços de educação priorizando e enfatizando a importância de se estreitar laços entre as práticas de ensino formal e não formal.

Palavras chave: Educação não formal; Museus de Ciências; Parques e Reservas Florestais; Alfabetização Científica

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento científico e tecnológico vem criando nos educadores a

necessidade de adotar modelos de ensino que atendam às novas demandas da

sociedade. Além disso, um dos resultados mais insistentemente apontados pela pesquisa

acadêmica no tocante à formação de professores é a dissociação entre a teoria e a

prática pedagógicas. Tal característica adquire contornos peculiares na formação

continuada, ignorando-se freqüentemente a realidade da escola e da sala de aula, bem

como toda a rica experiência profissional dos professores e suas concepções prévias

sobre os assuntos tratados. Procurando a superação desses obstáculos o Governo do

Estado do Paraná e a Secretaria Estadual de Educação do Paraná (SEED/PR) oferecem

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ao quadro próprio do magistério um programa de formação continuada denominado

Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

De acordo com o documento síntese, divulgado pela Coordenação do Programa, o

PDE está organizado em três grandes eixos de atividades: atividades de integração

teórico-práticas, atividades de aprofundamento teórico e atividades didático-pedagógicas

com utilização de suporte tecnológico. As atividades a serem realizadas no decorrer do

Programa, estão distribuídas em dois anos, composto por quatro períodos. Nos dois

primeiros períodos o professor da Rede Estadual de Educação é afastado totalmente do

exercício de suas funções e passa a receber suporte pedagógico e metodológico em

parceria com as Instituições de Ensino Superior (IES). Nos dois períodos subseqüentes o

professor PDE deverá retornar a sua escola de origem com carga horária reduzida (75%)

para efetuar as atividades de aprofundamento teórico que contemplam o Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola, o processo de Orientação nas IES, a Produção

Didático-Pedagógica, direcionada para a implementação do projeto na escola, a

coordenação de Grupo de Apoio à Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica

e um Artigo Científico, considerado como trabalho de conclusão do Programa.

O PDE possui características peculiares, pois é desenvolvido em parcerias com as

Pró-Reitorias de Extensão das Universidades e Faculdades Públicas do Paraná tendo na

maioria das vezes cumprido com o propósito de articular o ensino, a pesquisa e a

extensão na busca pela superação de problemas que ocorrem no cotidiano das escolas

públicas, a maioria decorrentes da falta de articulação entre o ensino que forma

professores e a realidade das salas de aula, bem como de fragilidades existentes no

processo de formação continuada.

O resultado do conjunto de fragilidades aqui citadas e de muitas outras não

mencionadas repercute de forma drástica em sala de aula e na sociedade de maneira

geral; dentre outras repercussões negativas estão a evasão escolar e o analfabetismo

funcional.

Outro grave problema a ser enfrentado é o analfabetismo científico que acomete

grande parte da população gerando dificuldades ao desenvolvimento do país e à vida das

pessoas que não estão preparadas para conviver em um mundo cada vez mais permeado

pela ciência e pelas tecnologias decorrentes dos avanços científicos e tecnológicos.

Autores como Gaspar e Hamburger (1993), Valente (1995), Gohm (1999), Cazelli

(2000), Constantim (2001), Massarani (2002), Gaspar (2002), Chassot (2003), Krasilchik e

Marandino (2004), Sabbatini (2006), Sapiras (2007), Rocha (2008), Moreira (2009)

definem alfabetização científica da sociedade como pré-requisito necessário à

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compreensão de assuntos controversos relacionados ao cotidiano dos cidadãos a fim de

participarem de forma consciente da formulação de políticas públicas em questões ligadas

às ciências e Tecnologia.

As instituições de ensino básico e superior, na maioria das vezes, não contam com

pessoal habilitado para trabalhar aquilo que esses autores referem-se como alfabetização

científica, ou não possuem instrumentos e/ou equipamentos imprescindíveis à atuação

desses docentes como alfabetizadores científicos em sua área de conhecimento. Nos

processos de educação continuada de professores, bem como para os estudantes parte

desta lacuna pode ser preenchida por meio da articulação de ações educativas

desenvolvidas em espaços não formais de ensino.

Dentre as muitas formas de se referir aos espaços não formais de educação

destacamos o trabalho de Jacobucci (2008, p. 56) que, na tentativa de definir esses

espaços sugere duas categorias:

locais que são Instituições e locais que não são Instituições. Na categoria Instituições, podem ser incluídos os espaços que são regulamentados e que possuem equipe técnica responsável pelas atividades executadas, sendo o caso dos Museus, Centros de Ciências, Parques Ecológicos, Parques Zoobotânicos, Jardins Botânicos, Planetários, Institutos de Pesquisa, Aquários, Zoológicos, dentre outros. Já os ambientes naturais ou urbanos que não dispõem de estruturação institucional, mas onde é possível adotar práticas educativas, englobam a categoria Não-Instituições. Nessa categoria podem ser incluídos teatro, parque, casa, rua, praça, terreno, cinema, praia, caverna, rio, lagoa, campo de futebol, dentre outros inúmeros espaços. De forma sintética, pode-se dizer que os espaços formais de Educação referem-se a Instituições Educacionais, enquanto que os espaços não-formais relacionam-se com Instituições cuja função básica não é a Educação formal e com lugares não-institucionalizados (JACOBUCCI, p. 56, 2008).

Frente ao exposto realizamos este trabalho que se baseia no projeto de

intervenção pedagógica elaborado como parte dos requisitos do PDE- Paraná e

consistindo em um levantamento de espaços não formais de educação existentes em

Cianorte e região e de sua utilização com grupos de alunos da educação básica. Busca

analisar a utilização de aulas passeio em espaços não formais de educação,

especialmente museus de ciências, parques e reservas florestais. Toma-se como ponto

de partida as ações não formais programadas pelos autores e, na medida do possível, por

meio de suas vivências e do suporte teórico oferecido pela literatura, promove um

conjunto de reflexões e faz algumas proposições visando contribuir para potencializar a

função educativa e o aproveitamento de uma aula passeio. Pretende-se ainda refletir

sobre a alfabetização científica desenvolvida nesses espaços e discutir a importância de

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se estreitar laços entre as práticas do ensino formal e o não formal.

2 DESENVOLVIMENTO

A realização deste trabalho constou de um conjunto de etapas as quais podem ser

sumarizadas da seguinte maneira:

• preparação da professora PDE para compreender e atuar no processo de

integração da educação formal com a educação não formal;

• levantamento de museus e centros de ciências, parques e reservas

florestais situados no município de Cianorte ou em municípios vizinhos para

que a distância não se constituísse em uma grande barreira para o

deslocamento de professores e alunos;

• produção de material pedagógico em que consta cada um dos espaços

visitados pela professora PDE e discussão do material pedagógico no

Grupo de Trabalho em Rede, onde o professor PDE socializa o que está

produzindo com outros professores da Rede Pública Estadual de Educação

por meio da plataforma moodle e por meio de fóruns virtuais discute e

aprimora o material;

• implementação da experiência da integração da educação formal realizada

na escola da professora PDE com ações de educação não formal que

ocorreram por meio da preparação prévia e da visitação a três dos espaços

levantados (MUDI – Museu Dinâmico Interdisciplinar da UEM, Parque

Municipal Cinturão Verde de Cianorte e o MIC- Museu Interdisciplinar de

Ciências da UNIPAR – Cianorte).

2.1 O PROCESSO DE PREPARAÇÃO DA DOCENTE

Poucas são as instituições de ensino básico ou superior que incluem em suas

estratégias pedagógicas a realização de procedimentos caracterizados como ações não

formais de educação. Na maioria das vezes quando realizam uma aula passeio a

metodologia adotada caracteriza-se como educação informal, pois carece de

planejamento e formas próprias da educação não formal. Preparar-se para efetivar tal

trabalho implicava em compreender este conceito, bem como vivenciar na prática sua

aplicação para que depois pudesse reaplicar suas vivências e aprendizagens de

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educação não formal com os alunos na implementação pedagógica.

Durante o processo de preparação foram desenvolvidas as seguintes atividades:

leitura de textos relacionados à alfabetização cientifica por meio da educação informal,

não formal e formal; atuação prática na sede e em ações itinerantes do Museu Dinâmico

Interdisciplinar da UEM; realização de cursos que envolviam fundamentação teórica e

aulas passeios com visitação a Museus, parques, reservas, teatros e monumentos

históricos do Rio de Janeiro e da Argentina (Missões Jesuíticas, salinas, vulcões,

cordilheira dos Andes, parques nacionais, sítios de reprodução de pingüins e de lobos

marinhos, museus de paleontologia, edifícios e monumentos históricos);

Concomitantemente, nesse período, a professora PDE participava de um conjunto de

atividades teórico-práticas ofertadas pelas Instituições de Ensino Superior (IES)

conveniadas e pelo PDE/SEED objetivando ampliar, aprofundar e atualizar os seus

conhecimentos; o conteúdo abrangia temas relativos aos Fundamentos da Educação, à

Metodologia Científica e aos conteúdos curriculares específicos de sua área de ingresso

no PDE, compreendendo: cursos, seminários, encontros de área, eventos de inserção

acadêmica e teleconferências.

2.1.1 Diferenciando educação informal, educação não formal e educação formal

Os diversos autores consultados, em suas concepções acerca das modalidades de

educação, trazem conceitos que se complementam e que em alguns pontos, por vezes,

são divergentes. Marandino et al. (2003, p.9) observa a inexistência de uma definição

comum desses termos tanto na bibliografia consultada como entre os profissionais que

atuam nestas áreas, uma vez que foi verificado o uso de critérios diferenciados para a

definição dos termos havendo autores que adotam o termo informal como sinônimo da

educação não formal e outros que o definem como outra modalidade de educação.

Coexistem assim, três adjetivos distintos para educação: formal, não formal e informal.

Referindo-se à educação formal como sendo a que se realiza na escola, pode-se

conceituar como não formal “aquela que não é operacionalizada a partir de currículos

tradicionais, que não confere graus ou diplomas e que não possui caráter obrigatório,

estando disponível ao publico em geral” (GASPAR, 1998, p.33).

Por sua vez, Gohm (1999, p.18), define educação não formal como a que

proporciona “a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como

museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam

desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objetivo definido”. Também

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compartilham com concepção Sabbatini (2006, s/p.) e Barros (1998, p.199), os quais

entendem que os museus de ciências inseridos na educação não formal.

Cabe então destacar que a educação não formal recebe este adjetivo por

acontecer em espaços diferentes da clássica sala de aula ou dos laboratórios, ou seja, em

espaços que segundo Jacobucci (2008, p. 56) podem ser institucionais ou não

institucionalizados. Nestes espaços a literatura nos permite afirmar que pode ocorrer tanto

a educação não formal quanto a informal dependendo do objetivo da visitação ou da

forma como é conduzido o processo de visitação. A vivência teórica e prática no decorrer

deste trabalho evidenciou que a educação não formal exige planejamento prévio pelo

professor, o qual utilizar-se-á dos referidos espaços para dar corpo àquilo que em função

da estrutura curricular está sendo estudado na escola isso implica em três diferentes

momentos: a preparação que antecede a visita ou aula passeio, o processo de visitação e

um conjunto de sínteses que são realizadas após a visitação.

Por outro lado a educação informal não requer preparação prévia e nem está

voltada necessariamente aos estudantes. Gaspar (2002, p. 179) argumenta que Vigostsky

estabeleceu relações claras e explícitas entre o ensino informal e o formal: Na sua

nomenclatura o primeiro dá origem aos conceitos espontâneos e o segundo aos conceitos

científicos. Os conceitos científicos, nesse caso, não se referem exclusivamente a

conteúdos tradicionais de ciências, mas a todo conteúdo de qualquer disciplina formal.

Na educação informal, não há lugar, horários ou currículos. Os conhecimentos são compartilhados em meio a uma interação sociocultural que tem, como única condição necessária e suficiente, existir quem saiba e quem queira ou precise saber. Nela, ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente, sem que, na maioria das vezes, os próprios participantes do processo deles tenham consciência (GASPAR, 2002, p. 173).

No decorrer da preparação prática no Museu Dinâmico Interdisciplinar a

professora PDE identificou ações de educação não formal e informal.

Dentre as não formais estavam visitas agendadas por escolas do ensino básico,

de cursos técnicos e até superior com objetivo previamente estabelecido. A titulo de

exemplos foram acompanhadas: visitas monitoradas para integrantes do corpo de

bombeiros e posteriormente aos estudos teóricos da anatomia humana voltados ao

embasamento de primeiros socorros visitaram o MUDI a fim de verificar nas peças

anatômicas e no cadáver glicerinado da exposição de anatomia humana, os órgãos e

sistemas que estavam estudando; apresentação das peças de teatro educativo do MUDI,

dentre as quais “O Auto da Barca do Fisco” para grupos que estudavam Cidadania e

Consumo e que assistiam “O Auto da Barca do Fisco” como forma de motivá-lo

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complementando seus conhecimentos; ainda apresentações do “Música e Poesia para

Falar de Cidadania e Meio Ambiente” objetivando e sensibilizar os alunos sobre o papel

do cidadão em relação à preservação ambiental; visita ao MUDI com maior enfoque no

corpo humano para alunos de sétima série, entre outras ações.

No mesmo museu foi acompanhado o processo de educação informal através da

observação de visitas de grupos familiares que caminhavam espontaneamente no recinto

direcionando atenção àquilo que consideravam curioso nas exposições, quando então

solicitavam explicações aos monitores ou envolviam-se em discussões com outros

visitantes. Também apresentavam caráter informal as visitas de grupos escolares, que

embora realizassem-nas mediante agendamento prévio, não tinham como propósito

complementar uma ação curricular iniciada na sala de aula nem tampouco aprofundar o

conhecimento de matérias estudadas. A finalidade era conhecer o museu como um todo

de maneira que cada aluno ao longo do processo de visitação pudesse satisfazer

curiosidades sobre o que os organizadores das exposições pretendem comunicar com os

diversos objetos de mediação.

2.1.2 Alfabetização científica: o que é isto e como ela se processa nos espaços de

educação formal e não formal?

Da mesma forma que há divergências conceituais referentes às modalidades de

educação (formal, não formal e informal), Jacobucci (2008, p.63) afirma ser freqüente a

utilização, por pesquisadores brasileiros, de diferentes expressões para descrever a

necessidade de aproximar a Ciência e a população:

alfabetização científica (CAZELLI, 2000, CONSTANTIN (2001) CHASSOT, 2003), letramento científico (SANTOS, 2007), divulgação científica (BUENO, 1985; MASSARANI, 1998; LOUREIRO, 2003), comunicação científica (DUARTE, 2004; MUELLER, 2006), popularização da ciência (GERMANO, 2005) (JACOBUCCI, 2008, p. 63)

Com o movimento Ciência Sociedade e Tecnologia (CTS) outro termo vem sendo

utilizado pelos estudiosos: “alfabetização científica e tecnológica”. Dentro da concepção

CTS, a ciência deixa de ser exclusividade de um público restrito que se relaciona

diretamente com ela para fazer parte do cotidiano da população não acadêmica. Santos

ressalta:

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como todos sabemos, a conceptualização CTS presta especial atenção a modos de articular ciência/tecnologia com a sociedade e com situações que permitam debates éticos e culturais. Demarca-se de ópticas vincadamente acadêmicas e aproxima-se de ópticas baseadas nas realidades quotidianas. É particularmente sensível ao estabelecimento de novas relações entre o ser e o saber. Afasta-se da racionalidade científica, típica do positivismo, e abre caminho à construção de novas racionalidades. Com esta construção não se trata de incorporar uma “nova” racionalidade – racionalidade CTS - noutras, nem de amalgamar as lógicas científica, tecnológica e socioambiental, mas de convocar diferentes matrizes de racionalidade (científica, tecnológica, social, cultural, etc.), questioná-las, dialogar com todas, mas diferenciar- se delas (SANTOS, 2005, p.150).

Ildeu de Castro Moreira, diretor do Departamento de Popularização e Difusão da

Ciência, do Ministério de Ciência e Tecnologia, advoga que para a educação de qualquer

cidadão no mundo contemporâneo, é fundamental que ele tanto possua noção, no que

concerne à ciência e tecnologia (C&T), de seus principais resultados, de seus métodos e

usos, quanto de seus riscos e limitações e também dos interesses e determinações

(econômicas, políticas, militares, culturais etc.) que presidem seus processos e

aplicações. O significado social e cultural da ciência como atividade humana, socialmente

condicionada e possuidora de uma história e de tradições, fica muitas vezes camuflado

nas representações escolares e em muitas atividades de divulgação, particularmente na

mídia. Falar de inclusão social no domínio da difusão ampla dos conhecimentos

científicos e tecnológicos e de suas aplicações compreende, portanto, atingir não só as

populações pobres, as dezenas de milhões de brasileiros em tal situação, mas também

outras parcelas da população que se encontram excluídas no que se refere a um

conhecimento científico e tecnológico básico.

A compreensão da realidade em que se vive a capacidade de compreender e

enfrentar os desafios do mundo atual, quer seja em relação à problemas de saúde, à

preservação do meio ambiente ou a questionamentos de ordem política e social são, em

linhas gerais, os critérios consensualmente mais aceitos para se considerar alguém

"alfabetizado" em ciências.

Diante da heterogeneidade de termos e significados optamos por utilizar o termo

“não formal” para designar a educação nos espaços de educação científica e

“alfabetização científica tecnológica” para designar as ações que propiciam a leitura e o

entendimento da linguagem em que é escrito o discurso científico, misto de fatos,

vocabulários, conceitos, história e filosofia, ferramentas necessárias para entender

debates públicos sobre questões de ciências e tecnologia, lidar com informações do

campo científico e opinar sobre o nosso destino.

Segundo Constantin, “esta alfabetização deve ser contínua, como são os avanços

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das ciências e a entrada de tecnologia em nossa vida diária” (CONSTANTIN, 2001,

p.198). Apesar da presença cada vez mais constante dos produtos das Ciências no

cotidiano, seja através da tecnologia, no trabalho e em casa, nos meios de transporte, na

prevenção e no tratamento da saúde, assim como na participação em decisões políticas e

éticas que envolvem o rumo para o qual podemos nos encaminhar, a maior parte dos

cidadãos não se dá conta de que isso acontece e nem de como acontece. Situação

reforçada nas palavras de Delício:

uma grande parcela da população considera as Ciências como algo distante, sem relação e função direta com seu cotidiano, isto talvez seja reflexo das formas tradicionais de seu ensino, as quais são realizadas de forma pouco compreensível e não motivante, o que conduz a uma atitude de rechaço, menosprezo ou indiferença para com esta área do conhecimento humano (DELÍCIO, 2009, p. 207).

Inscritos nessa problemática, os espaços não formais de educação constituem um

dos múltiplos veículos utilizados para aproximar a ciência da população, apresentando,

todavia características fortemente distintivas:

Os Centros e Museus interativos de Ciências são espaços não-formais de Educação onde são oferecidas atividades interativas educativas que possibilitam ao público-visitante deste museu à aproximação com as Ciências e à realidade do seu meio; São espaços que além de divulgar as Ciências, contribuem para a ampliação e diversificação do ensino de Ciências. Permitem a assimilação de informações de uma forma agradável, oferecendo ao mesmo tempo entretenimento e educação; A educação científica realizada nesses locais apresenta características específicas como a livre escolha, a abordagem não seqüencial, não vinculada a um currículo, entre outras que a diferem do sistema formal de educação; além de ter peculiaridades interessantes e elementos como tempo, espaço e objetos, que são meios dinâmicos de intercâmbio pelo qual se somam novos conceitos e experiências ao conhecimento individual e coletivo (DELICIO, 2009, p.208; VIEIRA e BIANCONI, 2007, p.34; ROCHA et al., 2007, p.4; MENENDEZ, s/d).

Segundo Miranda Neto et al. (2003, p.12) para que os museus de ciências

cumpram com tão importantes papéis que lhe são atribuídos é preciso desconstruir a idéia

de que museus são espaços de “velharias” e passar a encarar tais espaços como locais

onde objetos concretos estimulam nosso imaginário para viajar no tempo buscando

compreender as múltiplas relações em que aqueles objetos foram produzidos. Neste

sentido, a mediação feita por monitores durante a visita, bem como o trabalho prévio

realizado por professores emprestam vida aos objetos das exposições e dão significado

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aos experimentos e interações realizados no museu.

Além dos museus de ciências os parques e as reservas florestais possuem um

excelente potencial pedagógico ainda pouco explorado pelas escolas. Costa, (2003, p.15)

destaca que o ambiente urbano pode ser considerado um dos mais alterados pela ação

antrópica; por isso, áreas verdes instaladas no interior das cidades se tornam importantes

para o desenvolvimento de pesquisas científicas e de ações educativas, pois constituem

espaços onde as condições ecológicas são mais próximas das naturais do que no resto

da cidade propiciando a contemplação humana e a educação ambiental, além de possuir

extrema importância social proporcionando lazer, saúde, melhoria na qualidade de vida no

meio urbano, conhecimento científico à população local e também de outras áreas.

2.2 LEVANTAMENTO DE ESPAÇOS PARA A EDUCAÇÃO NÃO FORMAL

Nesta etapa do trabalho realizou-se um levantamento de parques, museus,

centros de ciências e reservas florestais situados em Cianorte ou em municípios vizinhos

cuja distância não se constituísse uma grande barreira para o deslocamento de

professores e alunos.

O desconhecimento de espaços onde pudesse ocorrer a educação informal e não

formal com ganhos para a cultura científica por parte dos professores e da comunidade

escolar foi constatado desde o primeiro encontro da professora PDE com seu orientador

que, na ocasião, perguntou-lhe de forma capciosa, porém fundamental para o projeto em

questão: “Em sua há um museu de ciências?” A partir da resposta negativa o orientador

revelou-lhe a existência em Cianorte do Museu Interdisciplinar de Ciências da

Universidade Paranaense (MIC/UNIPAR). Mediante da surpresa, evidenciou-se a

necessidade da realização de um levantamento desses espaços destacando-se o

potencial pedagógico e divulgação dos mesmos a fim de que, não só professores, mas

também a comunidade em geral pudesse usufruir dos mesmos. As visitas de

reconhecimento, em Cianorte e cidades circunvizinhas revelaram museus de ciências,

parques e reservas florestais, herbários, trilhas ecológicas com acervos e enfoques

importantes para ensino e construção da cultura científica.

Foram efetuadas expedições de campo e registro fotográfico aos seguintes espaços: Museu

Interdisciplinar de Ciências da Universidade Paranaense – Umuarama, Museu

Interdisciplinar de Ciências da Universidade Paranaense – Cianorte, Museu Dinâmico

Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá- Maringá, Parque Municipal Cinturão

Verde de Cianorte, Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santos – Fênix, Parque

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Estadual Lago Azul – Campo Mourão, Estação Ecológica Cerrado – Campo Mourão,

Parques Municipais de Umuarama: Bosques dos Xetás e do Uirapuru – Umuarama,

Reserva Florestal de Figueira do Oeste e Viveiro de Mudas do IAP – Engenheiro Beltrão,

Reserva do Patrimônio Particular Natural - São Manoel do Paraná, Reservas e Floresta

Urbanas e Parques Municipais de Maringá.

A pesquisa in locus objetivou o reconhecimento das instalações físicas, dos

módulos interativos bem como do acervo museal ou do patrimônio natural, horários de

atendimento e contatos para agendamentos, a avaliação da acessibilidade, da localização

e do relevo, da manutenção das trilhas, da qualidade paisagística, do porte e densidade

da vegetação, da diversidade da fauna e das possibilidades educativas peculiares a cada

local os quais estão detalhados por Amorim e Miranda Neto, (2010) disponível no site

“diaadiaeducacao” do Governo do Estado do Paraná

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos>.

2.3 PRODUÇÃO DE MATERIAL PEDAGÓGICO

Como parte das atividades previstas para o PDE está a produção do material

pedagógico. Durante sua elaboração foi discutido via fórum virtual com outros

professores; posteriormente ocorreu a implementação do mesmo na escola de origem da

professora PDE.

O Material foi produzido com base nos dados coletados durante as visitas

realizadas a possíveis espaços de educação não formal e constituiu-se no caderno

temático “Museus de ciências, parques e reservas florestais de Cianorte e região:

Possibilidades de utilização na dinamização do ensino formal de ciências por meio do

ensino não formal” disponível no Portal de educação dia-a-dia-educacao do Governo do

Estado do Paraná. Nele o leitor encontrará informações sobre agendamento de visitas,

meios de contato (telefone, e-mail, endereços), horários de atendimento, acervo, ações

que promovem tais como, oficinas destinadas a professores e comunidade em geral,

exposições itinerantes, pesquisas, divulgação, atividades culturais, entre outras.

O objetivo ao conhecer e divulgar esses espaços foi incentivar o uso dos mesmos

na proposição de atividades educativas de diferentes áreas do conhecimento para todas

as faixas etárias. Utilizando por meio de atividades de educação não formal ou da

educação informal onde qualquer membro da comunidade possa vivenciar e aprender em

tais espaços.

As atividades didático-pedagógicas com utilização de suporte tecnológico

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possibilitam a interação do professor PDE com os demais professores, através dos

Grupos de Trabalho em Rede (GTR). O GTR possibilita a inclusão virtual dos docentes

nos estudos, reflexões, discussões e elaborações realizadas pelos Professores PDE,

como forma de democratização do acesso aos conhecimentos teórico-práticos específicos

das áreas/disciplinas do Programa. Assim, antes de sua publicação o referido caderno

temático foi socializado com os demais professores inscritos no curso “Centros e Museus

de Ciências: ferramentas pedagógicas para a socialização do conhecimento científico” através do

Grupo de Trabalho em Rede.

Os fóruns de debate freqüentes no GTR constituem um processo de aprendizado,

neles os professores trabalham juntos, possibilitando que cada um aprenda com o

outro e conseqüentemente compartilhe evidências e informações na buscar de

soluções. Nessas condições observa-se um aumentando das expectativas que

favorecem os estudantes e permitem que os professor reflitam a cerca dos problemas

que os afetam. A prática pedagógica passa a ser objeto de ação e reflexão continuada,

crítica, decisiva e determinante na busca individual e coletiva de trabalho docente

qualificado. Nos fóruns houve concordância do grupo quanto à necessidade de melhorias

no ensino de Ciências em nosso sistema educacional pautado na memorização de

conceitos isolados de sua aplicação; houve ainda um consenso quanto a firmação de

parcerias entre ensino formal e não formal, bem como a importância dos espaços não

formais de educação para a promoção da alfabetização científica, melhoria dos processos

de ensino e de aprendizagem e promoção social.

Considerando que os espaços de educação não formal apresentam-se como

complementares à educação formal, que muitos educadores desconhecem essas

instituições bem como seu potencial pedagógico para melhoria do ensino de ciências e

para a efetivação da alfabetização científica e tecnológica e objetivando estreitar laços

entre as práticas do ensino formal e o não formal serão descritas algumas

possibilidades educativas nos locais investigados:

• Trilha Interpretativa: uma alternativa para trabalho educativo em campo, as

trilhas permitem total interação entre o homem e a natureza oportunizando a

aquisição de maior conhecimento sobre o local como: histórico da área, a

vegetação que forma o parque e suas principais espécies, a classe e a

formação do solo da região que permitiu o desenvolvimento do tipo de floresta

existente e a fauna que já habitou ou ainda habita a região fitogeográfica na

qual está inserido o parque. Essas trilhas podem ser guiadas por monitores ou

autoguiadas através de placas e outros componentes visuais. No levantamento

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identificou-se duas trilhas no Parque Estadual Lago Azul Usina Mourão, cidade

de Campo Mourão (“Perobas” e “Aventura”), ambas guiadas por guardas-

parque e diferem no grau de dificuldade de percurso; duas trilhas no Parque

Municipal Cinturão Verde, Cianorte (“Trilha das Perobas” e “Trilha do

Fantasminha”), diferente das anteriores por não apresentarem diversidade de

percurso, sendo que as caminhadas só podem realizar-se mediante

autorização prévia da Secretaria Municipal de Meio Ambiente por se tratar de

área ambiental protegida; Três trilhas no Parque Estadual Vila Rica Do Espírito

Santos em Fênix todas abertas a livre visitação, o parque possui ainda trilhas

exclusiva a pesquisadores devido ao seu grande valor histórico arqueológico,

haja vista nelas existirem as ruínas de Vila Rica do Espírito Santo II, uma das

quatro comunidades espanholas fundadas entre nos séculos XVI e XVII; uma

trilha na Reserva Florestal de Figueira na cidade de Engenheiro Beltrão com

início no Centro de Sementes Florestais e término no viveiro, onde, durante o

percurso, é possível identificar vários estágios da vegetação; uma trilha na

Reserva Florestal do Caraguatatiba em São Manoel do Paraná; outra trilha no

Parque das Palmeiras em Maringá na qual consta com brinquedos rústicos.

Conforme levantamento realizado por Bovo e Amorim, (2008) a parte externa do

parque conta com lanchonete, sanitários e bebedouros, a iluminação tanto

baixa como alta é considerada ótima havendo ainda várias lixeiras instaladas

por todo o parque. Os parques e reservas urbanas dispõem também de pistas

de caminhada ideais para exercícios físicos, contemplação e observação da

atividade antrópica nestas áreas, como veremos a seguir;

• Estudo do Efeito de Borda: os parques e reservas das cidades de Cianorte,

Umuarama, Campo Mourão, Maringá contam ainda com pistas de caminhada

em seu entorno, ideais para observação da atividade antrópica, pois, conforme

destacado por Costa (2003, p. 20) áreas periféricas de fragmentos florestais são

mais susceptíveis a impactos externos, ocasionando um desequilíbrio do

ecossistema de fora para dentro, pois essas áreas de transição entre a parte

externa e a parte interna da floresta são mais quentes e mais secas por receber

maior iluminação, além de estarem mais susceptíveis a atividade humana.

Sendo assim, podem-se realizar estudos e análises da situação de borda dos

parques e reservas de forma a detectar os potenciais impactos causados pela

ação antrópica no local;

• Educação Ambiental: os parques e reservas de Cianorte, São Manoel do

Page 14: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

Paraná, Engenheiro Beltrão, Campo Mourão e Fênix possuem centro de

educação ambiental onde são recebidos grupos participantes de atividades

culturais como cursos e palestras. Em todos os parques visitados é possível a

realização dessa atividade por meio de panfletos ou placas distribuídos ou

espalhados na localidade;

• Pesquisa Científica: as visitas aos museus, parques e reservas podem ser

realizadas também com o intuito de produção científica. No MUDI/UEM é

possível desenvolver atividades que levem os alunos a explorarem aspectos da

metodologia científica e proporcionem oportunidades para o desenvolvimento

da capacidade de observação, compreensão, da relação entre desenvolvimento

científico e social, utilização de procedimentos de investigação, análise crítica

do papel da ciência e da tecnologia na melhoria das condições de vida da

população, bem como de suas repercussões ambientais; agendar visita a

laboratórios de pesquisa do MUDI/UEM para que os alunos possam interagir

com pesquisadores e seus orientados (iniciação científica, mestrado e

doutorado) de maneira a se interar das pesquisas por eles realizadas, conhecer

equipamentos e procedimentos utilizados nas pesquisas e na popularização de

seus resultados. Já os parques e reservas florestais, por se tratarem de uma

área com a vegetação hoje edificada por cidades, possui apenas alguns

fragmentos isolados em determinados pontos da malha urbana, representa um

rico objeto de estudo para a fitogeografia, a geografia, a biologia e outras áreas

afins, caracterizam-se como um laboratório vivo e ao ar livre para o

desenvolvimento das mais variadas pesquisas;

• Visitas Orientadas: Krapas e Rebello (1999, pág. 12) definem a visita orientada

ou guiada como sendo “a maneira de atendimento mais freqüente oferecida ao

público nos espaços de educação não formal” e como aquela que “se

caracteriza pelo acompanhamento de um grupo (escolar ou não) por um guia

ou monitor que transmite informações previamente selecionadas” ( Id., 1999).

Através das visitas guiadas os espaços não formais de educação conseguem

que os visitantes façam uma leitura do local mais próxima possível dos

objetivos pretendidos por seus idealizadores. De acordo com as especificidades

do grupo visitante a visita guiada pode adquirir características de

reconhecimento, de aprofundamento ou visitas por temáticas. A esse respeito,

vale lembrar que no agendamento da visita fique claro o objetivo do grupo

visitante;

Page 15: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

• Observação, Contemplação e Lazer: os estudos elaborados por Costa (2003,

p. 20) revelam que os espaços de educação não formal possuem ainda grande

potencial turístico e de entretenimento podendo ser explorados por outros

grupos, sem função educativa, haja vista o mais importante ser o

entretenimento e o lazer. Os parques e reservas florestais de Cianorte, São

Manoel do Paraná, Engenheiro Beltrão, Campo Mourão, Fênix e Maringá

possuem infra-estrutura que conta com brinquedos, trilha em seu interior,

aparelhos para atividades físicas, pista para caminhada, campo de futebol e

praça de alimentação. Além disso podem ser explorados por observadores de

pássaros, borboletas e até morcegos. Os parques de Fênix e Campo Mourão

(Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santos, e o Parque Estadual Lago Azul

de Campo Mourão) recebem visitantes aos sábados e domingos. O Museu

Dinâmico Interdisciplinar da Universidade Estadual de Maringá, além da

programação diária, recebe visitantes no período noturno; aos sábados e

domingos oferece programação especial a grupo de idosos e familiares, as

visitas individuais ou de grupos familiares são livres e não carecem de

agendamento prévio, aos domingos o enfoque das visitas é, principalmente,

para grupos familiares. Portanto os espaços de educação não formal possuem

atrativos para a visitação de qualquer membro da comunidade, possibilitando

através da procura do lazer, a realização de todas as outras atividades

propostas anteriormente.

2.4 IMPLEMENTAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DA INTEGRAÇÃO DA EDUCAÇÃO FORMAL

E NÃO FORMAL

A implementação na escola ocorreu com alunos de quinta série, turma - Maurício

de Souza do Colégio Estadual Igléa Grollmann de Cianorte.

A primeira atividade realizada foi uma visita ao Museu Dinâmico Interdisciplinar da

Universidade Estadual de Maringá (MUDI/UEM), desenvolvida de acordo com o

planejamento característico da educação não formal. A referida visita foi embasada na

literatura, e em especial na proposta de Requeijo (2009), cuja concepção assegura que o

“ ‘sucesso’ de uma visita escolar a um espaço de educação não formal é, em grande

parte, dependente das expectativas, do conhecimento prévio e, sobretudo, das atitudes

dos professores em relação a tal espaço, antes e depois da visita” (REQUEIJO et al.

Page 16: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

2009, p. 2). A visita foi efetuada com o intuito de desenvolver um trabalho contextualizado

social e historicamente, além de estar comprometida com a alfabetização científica e

tecnológica tem como base as especificidades do museu enquanto espaço de educação

não formal. Em sua proposta metodológica, a visita orientada compreende três

momentos: antes, durante e depois da visita ao espaço físico do museu, detalhados a

seguir.

No momento antes, em função do programa curricular desenvolvido com os alunos

foram selecionados e agendados os espaços a fim de que as informações trabalhadas na

escola pudessem ser complementadas por meio de vivências:

A exposição Celebração Galineana;

A Biodiversidade no Mundo com e Sem Água;

Tabagismo

Neste momento os principais papéis do professor consistem em proporcionar

atividades que fundamentem o processo de visitação de maneira que os alunos durante a

visita possa encontrar significados diferenciados e cientificamente pautados, bem como

incutir neles o desejo de conhecer o local, contemplá-lo e analisá-lo. Como atividade de

fundamentação foram apresentados aos discentes textos variados sobre as temáticas,

realizadas visitas ao Parque Municipal Cinturão Verde, bem como um jogo de tabuleiro,

um vídeo sobre consumismo e um questionário da “pegada ecológica”.

Proporcionadas as atividades de fundamentação deu-se continuidade à proposta,

momento durante, realizando a visita ao MUDI/UEM.

A ansiedade gerada pela visita foi minimizada disponibilizando-se aos visitantes

um primeiro momento para percorrem todos os ambientes apenas com a finalidade de

reconhecê-los. Só então, baixada a expectativa, foram exploradas as temáticas que

desejávamos em estudo. Esse momento pode ser usado para informar onde ficam os

banheiros, a praça de alimentação, locais para descansar e relaxar, saídas de

emergência. Outros elementos que compõem o ambiente como placas informativas,

legendas, textos de parede, etiquetas, vitrinas, áudios, gráficos e computadores

interativos também podem ser explorados rapidamente neste primeiro momento.

Conhecer o ambiente propicia ao visitante um nível maior de controle sobre a experiência

pedagógica, o que faz com que a visita seja mais satisfatória.

De acordo com a proposta metodológica de Requeijo, durante a visita orientada

estabeleceu-se discussões que valorizam o conhecimento prévio dos alunos, gerados nas

atividades de fundamentação. Nesse momento, o mediador utilizou questões provocativas

para estabelecer um diálogo sobre os assuntos relacionados às temáticas. As questões

Page 17: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

procuraram ir além da transmissão de conteúdos e buscaram estabelecer relações entre a

ciência e o dia a dia, a história, a cultura, do aluno-visitante. Por meio dessas respostas o

próximo passo foi sendo construído; as relações estabelecidas em um espaço são pontes

para a tomada de um novo assunto no mesmo ou em outro espaço. Desta forma constrói-

se o caminho a ser percorrido pelos alunos e pelo mediador por meio de diálogos

(relações entre saberes) estabelecidos durante a visita. Espera-se, desse modo, contribuir

para o reconhecimento não só dos produtos da ciências, mas das relações existentes

entre a mesma, os indivíduos e o mundo.

Para que as discussões não se restringissem a visita orientada foram propostas

atividades para serem feitas no momento depois da visita garantindo a continuidade das

reflexões, complementando o aprendizado, e despertando nos alunos o desejo de

socialização o conhecimento adquirido com seus familiares e principalmente de

retornarem a esses espaços atuando como mediadores, pois segundo Gil e Lourenço

os museus de ciência e tecnologia servem para que os visitantes, após a visita, olhem para o mundo de maneira diferente, vejam coisas que nunca viram e, eventualmente, façam coisas que nunca fizeram porque achavam que não eram capazes. Este é o âmbito dos Centros e Museus de Ciência: a sensibilização para a cultura científica, a remoção de eventuais bloqueios “anti-científicos” e o estímulo das atitudes e dos processos da ciência, em particular a curiosidade e o espírito crítico (GIL E LOURENÇO 1999, p.04, grifo nosso).

Como atividades complementares foram produzidos textos, ilustrações, uma

pesquisa sobre tabagismo, uma visita ao Museu Interdisciplinar de Ciências (MIC)

vinculado à Universidade Paranaense (UNIPAR), Unidade Campus de Cianorte, a

programação de uma visita à Reserva Florestal do Caraguatatiba em São Manoel do

Paraná e de uma segunda visita ao MUDI/UEM a fim de que os alunos-visitantes

socializassem os conhecimentos vivenciados com seus familiares. Devido ao mau tempo

a visita à reserva foi cancelada e uma falha mecânica durante o trajeto Cianorte/Maringá

impossibilitou que a segunda visita ao MUDI/UEM fosse realizada.

As atividades após a visita contribuíram para avaliar o processo, pois durante a

mesma torna-se difícil saber se a mediação está sendo ou não adequada e se promove

ou não aprendizagem.

A concretização das ações descritas, tendo como público alvo a quinta série

Maurício de Souza envolveu parcerias com outros seguimentos da comunidade escolar e

municipal como a equipe pedagógica, a direção, os professores, os pais de alunos, a

Page 18: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

prefeitura municipal, a divisão de transportes municipais, a coordenação dos museus,

parques e reservas florestais e do IAP (Instituto Ambiental do Paraná). A conciliação entre

agendamentos, disponibilidade de transporte, previsão de chuva, horários compatíveis

podem ser citados como alguns entraves à realização de algumas ações. No entanto, as

dificuldades não comprometeram o objetivo principal, a ampliação e a melhoria do

conhecimento científico dos alunos e comunidade em geral, muito menos ofuscaram a

alegria e prazer de aprender ciências de forma prazerosa diferente da tradicional,

peculiar ao ensino formal.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Segundo Lorenzete e Delizoicov ( 2001, s/p) a alfabetização científica preocupa-se

com os conhecimentos científicos e suas respectivas abordagens constituindo-se num

aliado para que o aluno possa ler e compreender o seu universo. Pensar em transformar

o mundo que nos rodeia tem como pressuposto conhecer os aportes científicos,

tecnológicos assim como a realidade social e política. Portanto, a alfabetização científica

no ensino de ciências naturais é compreendida como processo pelo qual a linguagem das

ciências naturais adquire significados contribuindo para o indivíduo ampliar seu universo

de conhecimento, sua cultura como cidadão inserido na sociedade. Esses autores partem

do pressuposto de que a escola, dissociada de seu contexto, não dá conta de alfabetizar

cientificamente e mencionam a existência de uma série de espaços e meios que podem

auxiliá-la na complexa tarefa de possibilitar a compreensão do mundo, sendo portanto

necessário o planejamento do docente para a condução das atividades que se propõem

nos espaços extra escolares.

Busca-se com este trabalho, num primeiro momento, identificar espaços e

possibilidades para a alfabetização científica e posteriormente implementar ações práticas

por meio da visitação em tais espaços. Observando-se o comportamento dos alunos

durante e depois do processo de visitação percebeu-se que as atividades realizadas

nesses espaços aumentam a curiosidade, o senso de observação, a criatividade, o

interesse pelas Ciências e desenvolvem principalmente a alfabetização científica. Porém,

para que esta alfabetização ocorra, além das interações entre os objetos e artefatos das

exposições museais ou dos elementos do meio natural, dos mediadores da aprendizagem

e dos conhecimentos prévios dos alunos é necessário que, ao retornarem à escola, os

professores e alunos sistematizem este conhecimento, aprofundem conhecimentos e o

Page 19: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

socializem o que se aprendeu com outros escolares, familiares e amigos. Sugere-se,

portanto, que tais visitas ou aulas passeio tenham um roteiro previamente elaborado, que

o professor conheça o local, selecionando os materiais e determinando o tempo

necessário para a realização de cada atividade. A visita aos parques e reservas florestais

necessita ainda de cuidados específicos tais como: tipo de vestimenta e calçados, uso de

protetores e repelentes, manter-se junto ao grupo durante as trilhas, seguir as orientações

do guia, entre outras. Embora consideremos importante a existência de um roteiro

previamente preparado, parte das descrições feitas pelos alunos após a visita destacam

fatos, objetos e conhecimentos que foram observados fora do que havia sido programado

e apresentado, ressaltando ainda mais necessidade de se estreitar laços entre a

educação formal, não formal e informal para a alfabetização científica e tecnológica e

para a formação de cidadãos.

Em suma, a educação não formal e informal coexistem nos museus, parques e

reservas florestais, sendo sutis os limites entre ambas. Tornar uma aula passeio uma

ação de educação não formal é responsabilidade do professor que irá acompanhar os

alunos. Esta responsabilidade passa pela preparação prévia para que os alunos levem

em sua bagagem cognitiva elementos que lhe permitam compreender e valorizar o que

está sendo visitado. Implica também delimitar o tema central da visita solicitando aos

mediadores do espaço a possibilidade de maior ênfase nas exposições ou ambientes

onde se encontram os “objetos de mediação” que estão mais voltados aos objetivos da

aula passeio em consonância com os estudos curriculares que estão sendo realizados.

Mas é preciso também que o professor tenha bom senso e no início da visita deixe

deliberadamente um tempo para que os alunos conheçam e conversem sobre o espaço

livremente, ou seja informalmente. Ao final do período em que foram “abordados” os

temas previstos para a visitação é novamente hora de um tempo livre para que cada um

possa rever o tema que lhe despertou a curiosidade; destas observações sem

compromisso pode emergir a construção de um conceito científico não previsto na

programação. Além do mais não faz sentido realizar uma aula passeio totalmente

“engessada” onde o professor, à semelhança do que ocorre em exposição teórica na sala

de aula, continua na postura de que é o único a decidir o que deve despertar a atenção

dos alunos.

Nossa região possui vários e diversificados espaços ou instituições onde podem

ocorrer ações de educação não formal e informal voltadas à alfabetização científica, a

maioria deles era desconhecida pelos autores deste trabalho. Infelizmente por falta de

uma maior divulgação, por “surdez” da sociedade e dos educadores e da comunidade em

Page 20: Atualizado revisado vivencias pedagogicas em museus

geral, por falta de intensificação de atividades formadoras de público para estes

importantes espaços, por dificuldades administrativas criadas no âmbito da escola, por

falta de uma política de aulas passeio por parte das escolas públicas e privadas, dentre

outros motivos estes espaços e as oportunidades que oferecem são pouco aproveitados.

Segundo a Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciências, ao longo da última

década, museus e centros de ciência vêm sendo criados em todo o país. Porém, de

acordo com o edital do CNPq n.º 064/2009, os espaços científico-culturais brasileiros,

especialmente aqueles com características interativas, são relativamente poucos,

apresentam distribuição muito desigual pelo território nacional e têm ainda pequena

capacidade para promover a divulgação científica em grande escala. Enquanto em países

desenvolvidos esses espaços são freqüentados por parcela significativa da população, no

Brasil, a visitação média exibe números muito baixos: cerca de 4% da população visita

alguma destas instituições uma vez por ano.

Frente ao exposto questiona-se: quais são os espaços para a educação não formal

de sua região, que contribuição eles podem oferecer para formar cidadãos cientificamente

alfabetizados com capacidade de analisar, criticar, sugerir e deliberar sobre os caminhos

da ciência e da tecnologia em nossa sociedade?

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