Aual 2.2 paul veyne

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VEYNE, Paul. Nada mais do que uma narrativa verídica. In:________. Como se escreve a História. Lisboa: Edições 70, 1971, p. 13-24. Resumo: Idéias centrais do livro: Primeiramente trata do objetivo da história e depois passa a considerar as diversas formas de compreensão do conhecimento histórico, finalizando com a noção do progresso histórico sob a perspectiva da sociologia. Profa. Viviane Borges (UDESC)

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VEYNE, Paul. Nada mais do que uma narrativa verídica. In:________. Como se escreve a História. Lisboa: Edições 70, 1971, p. 13-24.

Resumo:

Idéias centrais do livro: Primeiramente trata do objetivo da história e depois passa a considerar as diversas formas de compreensão do conhecimento histórico, finalizando com a noção do progresso histórico sob a perspectiva da sociologia.

Profa. Viviane Borges (UDESC)

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História – eventos reais que têm o homem como ator.

A história é uma narrativa de eventos: todo o resto resulta disso.

Não faz reviver os eventos

História: seleciona, simplifica, organiza, faz com que um século caiba numa página.

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O historiador, segundo Veyne, estuda qualquer coisa. Na verdade há apenas um requisito para que algo seja objeto da atenção de um historidor: tem de ter acontecido: “O campo da história é, pois, inteiramente indeterminado, com uma única exceção: é preciso que tudo o uqe nele se inclua tenha, realmente, acontecido” (VEYNE, 1998: 25) .

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Limites – os eventos são sempre apreendidos de forma incompleta, lateralmente, através de documentos e testemunhos, ou seja, através de indícios.

A história é conhecimento através de documentos.

Ela não mostra o passado ao vivo “como se você estivesse lá”

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PERGUNTA - Poderíamos dizer, então, que a história serve apenas para contar belas histórias?

VEYNE - De um lado, eu responderia que todo trabalho histórico é parcial e subjetivo.Não existe uma narrativa canônica única da história da França, e seria impossível fazê-la. Somos obrigados a escolher um ângulo de apresentação, o da estruturação do espaço francês ou o da vida cotidiana dos franceses, a história da nação ou da sucessão dos poderes etc.

Folha de S. Paulo, 28.6.09

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Existe necessariamente um corte. E, se você quiser fazer uma "história total", perceberá muito rapidamente que não fez mais do que reunir esses diferentes capítulos -e mais: que se esqueceu da história das mulheres e que isso não tem fim.

Por outro lado, penso que a história não tem mais utilidade que a astrologia. É umassunto de pura curiosidade ou, pelo menos, é preciso tratá-la como tal. A história não demonstra nada e não permite tirar lições eternas.

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Vamos visitar ruínas que podem ser informes: é o caso da maioria das ruínas de Roma. Não visitamos esses monumentos por suas qualidades de relíquia nem por seu valor estético, mas porque são um pedaço do passado. Existe um interesse pelo passado humano, simplesmente por ele próprio. A que se deve esse fascínio?

A íntegra desta entrevista saiu na revista "Sciences Humaines".

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Retomando o que foi visto até agora:

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Segundo o historiador Marc Bloch, o historiador tem o papel de investigar, e seu objeto de estudo é “o homem”, ou melhor, “os homens”, e mais precisamente “homens no tempo”.

BLOCH, Marc. Apologia da História ou O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

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O historiador se utiliza das fontes históricas para realizar seu estudo. E fonte pode ser tudo aquilo que ajudar ao historiador a entender o seu objeto.

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É impossível para o historiador se afastar de seu objeto de estudo suficientemente para uma relação distinta entre Sujeito e Objeto.

O historiador é fruto de seu tempo e portanto incapaz de imparcialidade total.

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O oficio de historiador nos remete a tentar compreender e não julgar os fatos.

Cabe-nos então tentar relacionar os objetos de uma forma dialética considerando a totalidade e tendo em mente que também somos objeto nesse processo.

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BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007.

História

Dinâmica

espaço de conflitos e contradições

em permanente discussão

Fruto da ação humana

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História: nada mais que uma ciência dos homens no tempo, que incessantemente tem necessidade de unir o estudo dos mortos e dos vivos.

Marc Bloch