Áudio Música e Tecnologia - Nº 252

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áudio música e tecnologia | 1 EXPOMUSIC 2012 Lançamentos e destaques da feira PEDRÃO 2012 O som da maior festa de São Pedro do Brasil SONAR Saiba como trabalhar com o iPad GRAVANDO VOZ EM CASA Engenheiros e produtores dão dicas simples, práticas e eficazes para os seus trabalhos Ano XXIV - setembro/2012 nº252 - R$ 12,00 - www.musitec.com.br TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO Como ler especificações

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Revista

Transcript of Áudio Música e Tecnologia - Nº 252

áudio música e tecnologia | 1

EXPOMUSIC 2012Lançamentos e destaques da feira

PEDRÃO 2012O som da maior festa de São Pedro do Brasil

SONARSaiba como trabalhar com o iPad

GRAVANDO VOZ EM CASAEngenheiros e produtores dão dicas simples, práticas e efi cazes para os seus trabalhos

Ano XXIV - setembro/2012 nº252 - R$ 12,00 - www.musitec.com.br

áudio música e tecnologia | 1

TÉCNICAS DE

MICROFONAÇÃO

Como ler especificações

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áudio música e tecnologia | 1áudio música e tecnologia | 1

ISSN 1414-2821Áudio Música & Tecnologia Ano xxIV – Nº 252 / setembro de 2012Fundador: Sólon do Valle

Direção geral: Lucinda DinizEdição técnica: Miguel RattonEdição jornalística: Marcio TeixeiraConsultoria de PA: Carlos Pedruzzi

COLABORARAM NESTA EDIçãOAlexandre Cegalla, Daniel Raizer, Enrico De Paoli, Fábio Henriques, Fernando Moura, Lu-cas Ramos, Luciano Alves e Ricardo Gomes

REDAçãOLouise Palma, Marcio Teixeirae Rodrigo [email protected]@musitec.com.br DIREçãO DE ARTE E DIAGRAMAçãO Client By - clientby.com.brFrederico Adão e Luiz Miller

Assinaturas Karla [email protected]

Distribuição: Eric Baptista

Publicidade Mônica [email protected]

Impressão: Ediouro Gráfi ca e Editora Ltda.

Áudio Música & Tecnologia é uma publicação mensal da Editora Música & Tecnologia Ltda,CGC 86936028/0001-50Insc. mun. 01644696Insc. est. 84907529Periodicidade Mensal

ASSINATURASEst. Jacarepaguá, 7655 Sl. 704/705Jacarepaguá – Rio de Janeiro – RJCEP: 22753-900Tel/Fax: (21) 3079-1820 (21) 3579-1821 (21) 3174-2528Banco Bradesco Ag. 1804-0 - c/c: 23011-1

website: www.musitec.com.br

Distribuição exclusiva para todo o Brasil pela Fernando Chinaglia Distribuidora S.A.Rua Teodoro da Silva, 907 Rio de Janeiro - RJ - Cep 20563-900

Não é permitida a reprodução total ouparcial das matérias publicadas nesta revista.

AM&T não se responsabiliza pelas opiniões de seus colaboradores e nem pelo conteúdo dos anúncios veiculados.2 | áudio música e tecnologia

De alguns anos para cá, fala-se muito em inovação. No meio tecnológico não existe

palavra mais repetida. É quase que uma obsessão para empresas e profi ssionais mo-

dernos: é preciso criar um produto inovador; é preciso ser uma pessoa inovadora, é

preciso estabelecer relações inovadoras...

É claro que nós, entusiastas da tecnologia, adoramos as inovações. É empolgante quando

algo realmente novo pode melhorar o nosso trabalho e produzir resultados acima do que

conseguíamos. Foi esta sensação que tive há alguns anos, ao testar pela primeira vez a

transferência de áudio via Ethernet: uau, transmitir 40 canais de áudio em 24 bits através

de um simples cabinho azul a 100 metros de distância!

Inovar é usar uma nova ideia ou conceito, que ainda não tinha sido usado para deter-

minada fi nalidade, para conseguir melhores resultados em termos de qualidade, custo,

durabilidade ou desempenho.

A área musical evoluiu bastante nas últimas décadas e grande parte dessa evolução se

deu graças a algumas inovações marcantes. Na era analógica, Bob Moog viabilizou o uso

da eletrônica para se fazer música a partir da interligação de módulos controlados por ten-

são (VCOs, VCFs e VCAs). Mais tarde, John Chowning, estudando a combinação de sinais

senoidais, desenvolveu um processo para criar sonoridades inusitadas, que deu origem ao

lendário DX7 e seus descendentes de síntese FM.

Nos estúdios de gravação, jamais conseguiríamos a qualidade sonora e a efi ciência que

temos hoje para produzir música se não tivéssemos incorporado as novas tecnologias

da informática. Mesmo no campo da Acústica, uma ciência cujos primeiros estudos são

seculares, as pesquisas pioneiras de Manfred Schroeder sobre a aplicação da teoria dos

números na construção de painéis difusores trouxe benefícios incontestáveis aos projetos

de estúdios, auditórios e salas de audição.

A criatividade é uma das características mais importantes do ser humano e a história

da nossa evolução está marcada por inovações. Mesmo que não existisse a competição

econômica do mundo moderno, ainda assim haveria alguém pensando além dos limites.

Inovar faz parte de nós.

Miguel Ratton

Inovação

EDITORIAL

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4 | áudio música e tecnologia

Logic ProUtilizando a ferramenta Varispeed para brincar com o tempoLeo da Silva

Em CasaInterfaces de áudio: os modelos topLucas Ramos

Técnicas de MicrofonaçãoComo ler especificaçõesFábio Henriques

Na sala, no quarto, no closetEngenheiros e produtores dão dicas simples, práticas e eficazes de como gravar vozes em casaRodrigo Sabatinelli

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editorial 2 review 14 índice de anunciantes 111

Pedrão 2012Maior festa de São Pedro do país reúne grandes artistas populares e conta com sistema NortonMarcio Teixeira

Especial Expomusic 2012Os lançamentos e destaques da 29ª edição do eventoRedação AM&T

Técnicas de EstúdioPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicosAlexandre Cegalla

Ableton LiveRacks de instrumentos e efeitos: trabalhando com os grupos de dispositivos que podem revolucionar suas produçõesLucas Ramos

Músico na RealMúsica e eleições: rola groove nessa combinação?Fernando Moura

Pro ToolsComo ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro ToolsDaniel Raizer

SonarUtilizando o iPad com o SonarLuciano Alves

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notícias de mercado 6conexão londres 90lugar da verdade 112

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Nova seção

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Pedrão 2012Maior festa de São Pedro do país reúne grandes artistas populares e conta com sistema NortonMarcio Teixeira

Especial Expomusic 2012Os lançamentos e destaques da 29ª edição do eventoRedação AM&T

Técnicas de EstúdioPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicosAlexandre Cegalla

Ableton LiveRacks de instrumentos e efeitos: trabalhando com os grupos de dispositivos que podem revolucionar suas produçõesLucas Ramos

Músico na RealMúsica e eleições: rola groove nessa combinação?Fernando Moura

Pro ToolsComo ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro ToolsDaniel Raizer

SonarUtilizando o iPad com o SonarLuciano Alves

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noTíCiAS DE MERCADO

Os animados alunos que participaram dos workshops cariocas e, em

meio a eles, Renato Muñoz: turnê passa por sete capitais brasileiras

Teve início no dia 21 de agosto, no IATEC do Centro do Rio de Janeiro, um

dos projetos mais aguardados pelos profi ssionais e entusiastas de técni-

ca de som e áudio. Com patrocínio da Harman do Brasil e realizado pelo

IATEC, o Sound Academy Tour 2012 percorrerá, até outubro, sete gran-

des cidades brasileiras. Depois de Rio e Recife (a capital pernambucana

recebeu o evento em 28 e 29 de agosto), será a vez de seguir para Porto

Alegre, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

Na nova edição do projeto, as aulas sobre equipamentos e técnicas em

sonorização são ministradas por Renato Muñoz, que além de instrutor do

IATEC e colaborador da AM&T (é de sua autoria a seção Notícias do Front),

tem em seu currículo trabalhos como técnico de som de nomes como

Skank, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Titãs. Entre os tópicos que foram

abordados nos workshops iniciais, realizados em 21 e 22 de agosto no IA-

TEC do Centro do Rio e que receberam, ao todo, cerca de 120 alunos, des-

taque para microfones, consoles, falantes, equalizadores e amplifi cadores.

Renato Muñoz foi objetivo ao dizer que um evento como o Sound

Academy Tour é importante porque faltam, no mercado, profi ssionais

qualifi cados. “A questão da mão de obra no setor é muito problemática,

e quanto mais incentivo houver para preparar essa mão de obra, me-

lhor. É legal poder levar o evento para tantos lugares do Brasil, pois é

informação que chega ao pessoal”, declarou ele.

“Vou falar, ao longo da turnê, sobre todo o sistema de sonorização, Do

microfone ao alto-falante. De ponta a ponta. É claro que em alguns

itens a gente perde mais tempo, como mesas, microfones e sistemas de

caixas, mas, se tivermos tempo, ainda quero falar da parte de plateia.

O ideal é dar uma noção geral para que os interessados depois possam

fazer cursos intensivos sobre esse ou aquele tema”, explicou Renato,

que elogiou os alunos cariocas ao ressaltar que as perguntas feitas por

eles primavam pela coerência.

Pelo lado da Harman, a forma de enxergar o evento é semelhante à do

técnico. Cintia Lutz, coordenadora de marketing da empresa, destacou que

há, na Harman, uma grande preocupação com o investimento em edu-

cação dentro do mercado de áudio. “É uma área que necessita muito de

informação, e encontramos no IATEC um grande parceiro para levarmos

o evento para todo o país. Ao fi nal da Sound Academy Tour 2012, espera-

mos que o público tenha obtido importantes conhecimentos técnicos sobre

áudio e sobre os produtos da marca Harman, que está presente no Brasil

há dois anos”, afi rmou.

Segundo o diretor do IATEC, Luiz Helenio, responsável pelos cursos e treina-

mentos da instituição, o Sound Academy Tour foi desenvolvido com o objetivo

principal de “democratizar a informação”. “Esse projeto da Harman é ainda

mais interessante porque passa por diversas cidades. Somos, aqui no IATEC,

COMEçA O SOUND ACADEMY TOUR 2012Etapa carioca abre a turnê brasileira de worshops promovidos pela Harman e IATEC

sempre cobrados por pessoas de outros centros, que pedem que eventos

como este não fi quem restritos ao Rio. Levar o conhecimento a outros locais

é bem positivo. Para nós, é uma ação bastante relevante”, afi rmou ele, que

enfatizou a importância, para a escola, da parceria com a Harman.

“Ela tem sido uma grande parceira. Trabalhar com educação no Brasil é extre-

mamente difícil, ainda mais quando se lida com tecnologia, pois o aluno quer

aprender utilizando equipamentos de ponta. Então, sempre temos que estar

atualizados, o que é bastante custoso para nós, e nem sempre conseguimos

repassar isso para o aluno. A Harman nos auxilia bastante nesse sentido.

Hoje, temos duas salas com equipamentos da marca sendo usados no dia a

dia de nossas unidades do Centro e da Barra da Tijuca”, destacou.

Luiz ainda adiantou os próximos passos do Sound Academy Tour. “Quando

essa turnê for concluída, iremos pensar nas próximas cidades e no módulo

dois, para que o aluno que está participando agora possa voltar em 2013

e se aprofundar”, acrescentou Luiz, para quem é natural que as primeiras

aulas acontecessem na capital fl uminense. “Com o tour partindo daqui,

podemos identifi car a necessidade de realizar algum ajuste, alguma corre-

ção. Fica mais fácil resolver”, concluiu.

Inscrições e mais informações sobre as próximas etapas do Sound Academy

Tour no site www.iatec.com.br/harman e pelo telefone (21) 2493-9628.

Próximas datas - Sound Academy Tour 2012

Porto Alegre: 05 e 06/09

Curitiba: 11 e 12/09

São Paulo: 25 e 26/09

Belo Horizonte: 02 e 03/10

Brasília: 09 e 10/10

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8 | áudio música e tecnologia

noTíCiAS DE MERCADO

No último dia 22 de agosto, durante coletiva realizada na

Broadcast & Cable 2012, Richard Griffi n, vice-presidente

de vendas, broadcast e enterprise da Avid para as Améri-

cas, anunciou uma remodelagem no plano de negócios da

empresa relacionado ao mercado latino-americano.

Segundo o executivo, a partir de agora as distribuido-

ras CIS Group, que é representante exclusiva da Avid no

segmento de vídeo, e a Quanta, que com exclusividade

atende a área de áudio para o meio musical, irão dividir o

mercado de áudio pro para broadcast.

O gerente de vendas Danillo Garcia, também presente no encontro, que recebeu profi ssionais do grupo Quanta e da CIS,

destacou, na ocasião, que a estratégia irá oferecer maior suporte aos consumidores brasileiros da empresa.

AVID ANUNCIA MUDANçAS DURANTE A BROADCAST & CABLE

A Sennheiser divulgou recentemente um aumento de 13% em

seu faturamento no ano de 2011. A empresa registrou um volu-

me de negócios de 532,4 milhões de euros, o que signifi ca um

aumento de 13,5% em relação ao ano anterior, cujo faturamen-

to foi de 468,2 milhões de euros.

“O aumento do volume de negócios é resultado direto da adminis-

tração cuidadosa de custos em todos os locais onde atuamos e de

todas as linhas de produtos. O destaque foi o desempenho extrema-

mente positivo da Europa, Oriente Médio, África e Ásia (EMEA), que

compensou os desafi os cambiais enfrentados na região do dólar”,

explica Volker Bartels, porta-voz do Executive Management Board.

A empresa identifi ca o foco no cliente e no segmen-

to premium como fatores determinantes para tal

crescimento. O segmento de fones de ouvido con-

tinua sendo a maior parcela da movimentação de

negócios da companhia, correspondendo a 32,9%

do volume do período. De acordo com Bartels, este

desenvolvimento do setor ocorre por conta da con-

tinuação da tendência dos grandes headphones. “Apesar

da forte concorrência nos Estados Unidos, a Europa fez da

Sennheiser líder de mercado, com market share de 21%

e um crescimento estável de 12% em 2011, bem como

em 2010”, explica.

Em seguida, estão os microfones sem fi o (26,4%), produ-

tos Sennheiser Communications (9,2%) e microfones com

fi o (7,4%). A linha Audiology representou 6%, enquanto

microfones para estúdio Georg Neumann e monitores de

áudio continuaram em 3,6%. Os produtos Installed Sound

chegaram a 3,3%.

SENNHEISER REGISTRA EM 2011 CRESCIMENTO DE 13% EM SEU FATURAMENTO

Quanta se junta à CIS Group no time de distribuidores no merca-do de áudio pro para broadcast

Richard Griffi n (primeiro à direita) junto a executivos da

Avid, Quanta e CIS Group: estratégia busca dar maior su-

porte aos consumidores

AM&

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Há mais de 20 anos no segmento de vídeo, a Pinnacle Broadcast, a

partir da assinatura de um acordo de distribuição exclusiva com a fabri-

cante de microfones Røde, recentemente adentrou o mercado de áu-

dio. Para apresentar os produtos da renomada marca australiana que

agora são oferecidos pela Pinnacle, a distribuidora realizou no dia 7 de

agosto, em sua sede, na cidade de São Paulo, o primeiro Røde Univer-

sity Live Brasil. No evento, três workshops, que também foram trans-

mitidos online, apresentaram desde características específicas dos mo-

delos Røde até detalhes de surpreendentes técnicas de microfonação.

O primeiro a falar ao público foi Thiago Bianchi, vocalista do Sha-

man e dono do estúdio Fusão, em São Paulo. Durante a palestra,

Thiago afirmou que, com a Røde, é a primeira vez que é endorsee

de uma marca por querer, de fato, contar com os produtos ofere-

cidos por ela. No Shaman, ele usa um microfone Procaster custom

de cápsula larga, que, segundo o cantor, em breve ganhará sua

assinatura e chegará ao mercado.

“Ele é um microfone robusto, com profundidade, o que é muito legal

para os vocais. Para os meus ouvidos, é como se esse mic tivesse uma

espécie de compressor interno”, afirmou Bianchi, que atua como produ-

tor desde os 15 anos e tem, no currículo, duas indicações ao Grammy

Latino. “Com o Procaster, é a primeira vez que sinto que tenho um mi-

crofone na mão, pois ele é pesado, tem presença. E se o assunto é preço,

trata-se de um produto que as pessoas podem ter. Seu custo-benefício

é bem interessante”, afirmou o artista, que na Expomusic mostrará, ao

lado de sua banda, como os microfones Røde soam ao vivo.

Depois foi a vez de Anselmo Gonçalves, coordenador do projeto

J-freaks, abordar a parte teórica dos microfones, falando

de diferentes tipos de modelos e passando por temas como

frequências e filtros. Anselmo falou de cada um dos mics Røde

selecionados para a captação dos instrumentos da banda J-freaks,

presente no evento: NT5 (chimbal), NT4 (pratos e violão) e os M1

e NT2 (guitarra), além do já citado Procaster (bumbo).

“Todos os microfones foram levemente ajustados na mesa, já que,

naturalmente, têm um belo som. O Procaster também foi pouco

equalizado, pois oferece, de fábrica, um grave bastante agradá-

vel”, observou. Antes de encerrar sua fala, Anselmo anunciou a

apresentação de um novo número da banda, que já havia tocado

no início do encontro. O objetivo foi permitir que o público pudesse

notar a sonoridade dos microfones utilizados na captação.

Fechando o evento, o produtor musical Manny Monteiro, formado no

Institute of Audio Research, em Nova York, apresentou um workshop

sobre técnicas avançadas de microfonação. Explicando o lado comple-

xo da captação sem esquecer as abordagens tradicionais, Manny citou

exemplos de aplicações (Foo Fighters, banda sempre citada em pales-

tras de áudio, não ficou de fora quando o assunto foi fase) e lembrou

nomes que, ao longo de sua carreira, passaram a ele muito do que sabe,

como Roy Cicala, que gravou e produziu gente como John Lennon, David

Bowie, Miles Davis, Queen, Frank Zappa, Prince, entre outros.

Entre as técnicas destacadas por Manny durante sua palestra, algumas

podem ser destacadas, como a M-S (Mid Side) Technique. “É uma técni-

ca antiga que não vejo ser muito usada no Brasil”, disse. “Nela, utilizam-

-se dois microfones. Procure dois Røde com os diagramas polares apro-

priados, um figura 8 embaixo e um cardióide em cima, apontando para

a fonte geradora de som, e use para o que for, pois ficará muito bom.

Já gravei, usando a M-S, desde instrumentos até corais de 20 cantores”,

afirmou ele, entre detalhes sobre posicionamento e os efeitos obtidos.

Manny ainda falou sobre o subkick, que, segundo ele, é uma técnica

inventada “por uns malucos nos EUA”, para, em seguida, virar ma-

nia. “Alguém um dia pegou um falante, inverteu a fase para fazer

dele um microfone e colocou a um palmo da frente do bumbo para

ver o que acontecia. O resultado foi que ele só captou o grave, o

‘lodo’ mesmo. Fica demais. Para som de bumbo pop, é insubstituí-

vel”, destacou o palestrante, que ainda falou sobre microfonação de

salas, isolamento e organização sonora, encerrando seu workshop e

o Røde University Live Brasil sob aplausos.

EVENTO DA RØDE APRESENTA PRODUTOS AO MERCADO NACIONAL

Anselmo na "versão online" de seu workshop: evento foi

transmitido em tempo real pela internet

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noTíCiAS DE MERCADO

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PRIMEIRA VISTA | Alexandre Cegalla

O advento do tablet criou novas

perspectivas também para os mú-

sicos, e não demorou muito para atrair

a atenção dos fabricantes de áudio. Um

exemplo disso é o SynthStation49, controlador

MIDI da AKAI desenvolvido especifi camente para ser

usado com o iPad. Apto a trabalhar com a primeira, se-

gunda e terceira gerações do iPad, o SynthStation49 vem com

um encaixe criado especialmente para se conectar com o tablet

da Apple, sem a necessidade de cabos. O controlador da AKAI é

compatível com o padrão iOS Core MIDI, o que permite que ele

seja usado junto com diversos aplicativos de música disponíveis

na App Store (loja da Apple). Além disso, ele também conta com

o aplicativo do SynthStation, por meio do qual o usuário pode

gravar e tocar arquivos MIDI diretamente, além de realizar per-

formances utilizando os pads de bateria. Como o próprio nome

indica, o SynthStation49 tem 49 teclas, com sensibilidade de in-

tensidade (key velocity).

No lado esquerdo do painel do SynthStation49 estão os contro-

ladores de pitchbend e de modulação. Em seguida, estão nove

pads de bateria sensíveis à intensidade e que acendem quando

tocados ou acionados via MIDI. Bem no centro do aparelho e

logo acima das teclas, facilitando sua visualização pelo músico,

fi ca o encaixe para o iPad. O encaixe possui um controle de

angulação, o que, dependendo da altura de quem for utilizar

o aparelho, pode ser muito conveniente. Outro detalhe é que,

caso você conecte o SynthStation49 na tomada de energia, ele

também irá carregar o seu tablet, sem que seja necessário con-

tar com mais de um cabo de alimentação. É importante salien-

tar que também é possível

utilizar o SynthStation49 com

PCs e usá-lo com qualquer apli-

cativo CoreMidi, além daqueles feitos

pelo próprio fabricante.

No lado direito do controlador se encontram os

botões de transporte que permitem controlar um

software DAW a partir do SynthStation49. São eles: Play,

Pause, Record, Rewind, Fastforward, um botão para mudar para

uma oitava acima e outro para uma oitava abaixo, seletor de

sequenciadores, de programas e muito mais. Uma porta USB

na traseira do controlador permite ligá-lo a um computador Mac

ou PC, além de receber alimentação de energia e realizar o

controle MIDI dos DAWs. Ou seja, mesmo tendo sido criado com

o iPad em mente, o SynthStation49 também pode ser usado

como um tradicional controlador MIDI junto ao seu computador.

E sem precisar de nenhum tablet.

Também atrás do aparelho se encontra um par de saídas P10 es-

téreo com controle de volume, para conectar o SynthStation49 a

mesas de som, caixas amplifi cadas e equipamentos de gravação

em geral. Há ainda uma terceira conexão, também situada no pai-

nel traseiro, para fone de ouvido. Para desenvolvedores de softwa-

re, a AKAI oferece o SynthStation SDK, que permite criar novos

programas compatíveis com o controlador. Os aplicativos desen-

volvidos podem ser enviados para o site SynthStationApp.com.

www.akaibrasil.com.br

www.akaipro.com

Divu

lgaçã

o

AKAI SYNTHSTATION

Teclado controlador

para iPad

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REVIEW Rodrigo Sabatinelli

Fernando Moura e Ary Dias - Cosme Damião (Independente)

BR69 - Solta o Preso (Independente)

Parceiro e colaborador de nossa revista, o maestro Fernando Moura se reuniu

com o percussionista Ary Dias para uma empreitada curiosa, que chamaram,

juntos, de Cosme Damião. Músicos que dispensam qualquer tipo de creden-

cial, eles fi zeram deste encontro uma verdadeira festa de ritmos e harmonia.

No trabalho, como de costume, Fernando deita e rola com as teclas pretas

e brancas tanto nos temas de sua autoria – dentre eles, Criação de Bicu-

dos, que abre o disco; Tudo Piano, que deu nome a seu trabalho anterior, e

Cangurus em Recife, outra magnífi ca pedida – como nos de Ary – Atenção,

em parceria com Nanda Dias – e nas releituras de Chick Corea (Armando’s

Rhumba) e Tom Jobim e Vinícius de Moraes (Água de Beber). E Ary... Bem,

Ary é o típico percussionista imprevisível. Quem saca um pouquinho de nada

de música consegue captar a originalidade do cara, que acompanha muito

bem as “loucuras” de Moura.

Mas engana-se quem pensa que dois instrumentistas fariam um disco total-

mente instrumental. Em Afro Bebê, incrível composição escrita pela dupla,

pinta uma voz no meio de um perfeito groove marcado. Dá-lhe, Ary! E dá-lhe Moura! Curiosamente, esta é, na minha opinião, a mais

bacana do trabalho, que tem outros muitos bons momentos. A faixa-título, por exemplo – outra escrita pelos dois –, é um. 44 do Segundo,

essa do pianista, é outro. Viagem total!

Saindo da música sofi sticada e entrando no rock nu e cru. Chegou

às minhas mãos o CD da banda carioca BR69. Solta o Preso, grava-

do ao vivo e mixado por Alexandre Griva e Jorge Guerreiro no Me-

lhor Do Mundo Estúdios (RJ) e masterizado por Michael Hateleyno

Lotus Mastering (LA), é “direto” como poucos álbuns de bandas da

atual cena são. Nele, temos de tudo um pouco. De Beatles a Johnny

Cash, entre muitos outros.

Arranjado como se a banda tivesse nascido nos anos 1960/70,

Solta o Preso é, nitidamente, um disco que dá de ombros para o

mercado. Algumas de suas músicas, por mais que tenham um perfi l

mais radiofônico, vencem por outras questões, como, por exemplo,

suas letras. Não Vou Por Aí, uma adaptação de poema homônimo,

é um belo exemplo disso.

Outros destaques entre as dez faixas do disco são Cheiro do Ralo,

que abre o tracklist, e Do Que Eles Vão Chamar?, que o encerra. Pal-

mas também para o trabalho de Guerreiro e Griva, que, experientes

do ponto de vista da sonoridade, deram uma cara especial ao CD.

áudio música e tecnologia | 15

BR69 - Solta o Preso (Independente)

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Nesta edição da AM&T temos a estreia da seção Logic Pro.

E para começar bem, é bom saber que seu autor, Leo da

Silva, é formado em Music Technology pela University of

Oregon e em Recording Arts pela Full Sail University, além

de ser instrutor master certifi cado da Apple para treina-

mentos em Logic Pro, Final Cut Pro e Sound Track Pro e de

realizar cursos regulares na ProClass, escola de tecnologia

audiovisual localizada no Rio de Janeiro.

Com base em Nova York, Leo leciona em escolas de reno-

me, como a Future Media Concepts, além de realizar trei-

namentos corporativos em diversas cidades americanas.

Entre seus principais clientes, estão a HBO, Under Armour,

Hearst Corp, BBC, Kanye West, Moby, OneRepublic, Snoop

Dogg, Mos Def, Dave Chappelle, Richard Dreyfuss, Rosie

Perez, Roberta Flack e Jerry Barnes, entre outros.

Quanto ao Logic Pro, você sabe, mas vale lembrar, que

se trata de uma ferramenta que agiliza, e muito, a par-

te técnica da criação musical, permitindo que gravação,

edição e mixagem sejam feitas de forma prática, com o

auxílio de uma vasta gama de

instrumentos, sons e loops e

de recursos que incluem auto-

mação e som surround.

Vamos, então, ao texto. É ler

e aplicar!

Aproveite!

VARISPEED

LOGIC PRO | Leo da Silva

UTILIZANDO A FERRAMENTA PARA "BRINCAR" COM O TEMPO

Figura 1

O Logic Pro 9 introduziu uma excelente ferramenta de con-

trole de tempo chamada Flex Time. Ela nos permite “quanti-

zar” áudio como se fosse MIDI. Outra ferramenta poderosa

também foi incluída na versão 9, mas está um pouco mais

escondida. Ela se chama Varispeed.

O nome tem origem na variação de velocidade possível nas

antigas máquinas de fi ta magnética e o recurso do Logic Pro

possibilita acelerar ou diminuir a velocidade de reprodução

do projeto inteiro. O que as máquinas veneradas não po-

diam fazer é manter a tonalidade fi xa enquanto manipulá-

vamos a velocidade. Já o Logic Pro faz isso com facilidade.

Para acessar o Varispeed, temos que, primeiro, confi gurar o

Transport Bar. Use control-click, para acessar as confi gura-

ções e habilite a opção Varispeed. Um botão com o símbolo

adição/subtração aparecerá no Transport Bar.

Como as confi gurações do Transport Bar só são salvas

com o projeto atual, é aconselhável clicar “Save As De-

fault” para sempre ter o botão Varispeed disponível.

VARISPEED

Acer

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18 | áudio música e tecnologia

Utilizar a função Varispeed é simples: basta clicar no botão

e mudar a porcentagem sob o termo “Speed Only”. A

velocidade de playback do projeto pode ser ajustada

entre 100% (dobro da velocidade) e -50% (metade da

velocidade) sem alterar a afi nação. O resultado é bem

interessante. Ele produz pouquíssimos artefatos, mes-

mo quando a velocidade é reduzida. Diferentemente

do Flex Time, o Varispeed afeta o projeto inteiro, e não

só regiões individuais. Ao fazer um bounce, a mudança

de velocidade também é registrada. Desta forma, fi ca

muito fácil experimentar andamentos diferentes num

projeto de áudio ou MIDI.

Observação importante: Se estiver usando uma pista com

EXS24, a velocidade de playback dos samples não será

alterada.

No entanto, o diferencial do Varispeed se encontra nas

opções disponíveis no menu que aparece quando clicamos

em “Speed Only”.

Na confi guração padrão, qualquer instrumentista pode se

tornar um virtuoso. É possível gravar um trecho com o Va-

rispeed ligado, ou seja, com o projeto sendo tocado num

andamento reduzido para facilitar a gravação de trechos

complexos. Após concluída a gravação, basta desligar o

Varispeed para ajustar a gravação à velocidade original do

projeto. Os Beatles teriam adorado esta função!

Ao alterar a confi guração para Varispeed (Speed and Pitch)

e Detune (Semitone.Cents), um comportamento emulando

o efeito tradicional de gravadores de fi ta é obtido.

Muitos cantores, como Billy Joel, usam o Varispeed para

alcançar notas acima do limite de sua tessitura vocal. Di-

minuir a tonalidade para -2.00 st, por exemplo, permitirá

ao cantor ou cantora gravar trechos um tom abaixo do

original. O Logic Pro automaticamente irá calcular a redu-

ção de velocidade para efetuar a redução de um tom.

Ao término da gravação, desligando o Varispeed, o

resultado é a impressão de que o trecho foi registra-

do sem esforço.

Na música, o ideal é sempre poder gravar performan-

ces perfeitas, mas quando se precisa de uma ajuda

extra, o Varispeed estará lá para isso. •

Figura 2

LOGIC PRO

Figura 3

Figura 4

Leo da Silva é um Apple Master Trainer que trabalha em Nova York e leciona cursos de Logic Pro e Final Cut Pro, entre outros, na ProClass no Rio de Janeiro. Contato: [email protected].

áudio música e tecnologia | 19

20 | áudio música e tecnologia

EquipamEntos para um HomE studio

intErfacEs dE áudio: os modElos top

EM CASA | Lucas Ramos

Nas últimas edições, falamos de diversas interfaces de áu-

dio, todas com um custo razoavelmente acessível. Agora

que já apresentamos as “pé-no-chão”, vamos sonhar mais

alto com as melhores e mais caras interfaces de áudio do

mercado. Esta lista é para a galera que está nadando na

grana ou, então, pra quem gosta de sonhar!

apoGEE

A Apogee é a mais popular desta lista, pois seus converso-

res são dos mais conhecidos do mundo e suas interfaces

também são de ótima qualidade, com conversores de alto

nível e bons pré-amps. Porém, o preço também é alto, como

são os das outras marcas da lista.

duet

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: USB 2.0

- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 1 instru-

mento (TS) + 8 linha (TRS)

- Pré-amplificadores de microfone: 2

- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): Nenhuma

- Saídas (digitais): Nenhuma

- MIDI: Não

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Sim

(partE X)

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

Ensemble

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: Firewire 400

- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/instrumento (TS) + 4

linha (TRS)

- Pré-amplificadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 2 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: Não

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

symphony i/o

Esta interface é modular, permitindo diversas configurações

de entradas e saídas. Há seis módulos diferentes e cada

interface comporta até dois módulos, permitindo até 32 ca-

nais de entrada e saída (analógico ou digital).

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: USB 2.0 ou PCIe

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

áudio música e tecnologia | 21

22 | áudio música e tecnologia

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

mEtric Halo

A empresa americana Metric Halo é considerada uma das

melhores fabricantes de interfaces compactas do mundo.

Aqui no Brasil é pouco conhecida, talvez por sua distribui-

ção ser limitada. As interfaces são, sem dúvida, de altíssi-

ma qualidade, com ótimos conversores e pré-amps, mas o

preço dessa qualidade também é elevado, o que mantém a

Metric Halo como uma opção para poucos.

uln-2

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: Firewire 400

- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS)/ins-

trumento (TRS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 2

- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 8 linha (DB-25)

+ 1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF

- MIDI: Não

- Taxa de amostragem: até 96 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Sim

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

uln-8

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: Firewire 400

- Entradas (analógicas): 8 mic (DB-25)/linha (DB-25) + 2

instrumento (TRS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 8

- Saídas (analógicas): 2 linha (TRS) + 8 linha (DB-25) +

1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 8 AES/EBU

- Saídas (digitais): 8 AES/EBU

- MIDI: 1 MIDI In + MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

2882

- Sistema operacional: Mac

- Conexão: Firewire 400

- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (DB-25)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 AES/EBU-S/PDIF

- MIDI: Não

EM CASA

a apogee é a mais popular desta lista, e suas interfaces são de ótima qualidade: (1) duet, (2) Ensemble, (3) symphony i/o

modelos da empresa americana metric Halo, que é considerada uma das melhores fabricantes de interfaces

compactas do mundo: (1) uln-2, (2) uln-8, (3) 2882

áudio música e tecnologia | 23áudio música e tecnologia | 23

24 | áudio música e tecnologia

- Taxa de amostragem: até 96 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Sim

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

prism sound

A empresa inglesa Prism Sound é muito conceituada no

mercado e seus conversores são considerados top de linha.

Também oferecem uma interface de áudio, que contém

conversores de altíssimo nível e pré-amps sensacionais. Por

isso, esta talvez seja a melhor entre todas as interfaces

desta lista... mas é também a mais cara!

não são exorbitantes, o que faz com que a RME seja mais

popular do que outras marcas presentes nesta lista.

fireface uc

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: USB 2.0

- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 4 linha

(TRS) + 2 instrumento (TS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 2

- Saídas (analógicas): 6 linha (TRS) + 1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

fireface ucX

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: USB 2.0/Firewire 400

- Entradas (analógicas): 2 mic (XLR)/linha (TRS) + 4 linha

(TRS) + 2 instrumento (TS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 2

- Saídas (analógicas): 6 linha (TRS) + 1 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Sim (somente Firewire)

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

fireface ufX

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: USB 2.0/Firewire 400

- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/linha (TRS)/instru-

mento (TS) + 8 linha (TRS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 2 linha (XLR) + 6 linha (TRS) + 2

fone (TRS)

- Entradas (digitais): 2 ADAT + 1 AES/EBU

- Saídas (digitais): 2 ADAT + 1 AES/EBU

EM CASA

orpheus

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: Firewire 400

- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (TRS)

+ 2 instrumento (TS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 2 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: 1 MIDI In + 1 MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim

rmE

A RME, também reconhecida como uma das melhores do

mercado, é bem conhecida no Brasil. Explicam sua fama os

seus conversores, que são muito bons, e as interfaces em

geral, muito confi áveis. Os preços são altos, mas também

a interface orpheus (acima), da inglesa prism sound, é a mais cara da lista e talvez a de maior qualidade

áudio música e tecnologia | 25

26 | áudio música e tecnologia

- MIDI: 2 MIDI In + 2 MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não

fireface 800

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: Firewire 400/Firewire 800

- Entradas (analógicas): 4 mic (XLR)/linha (TRS) + 1 instru-

mento (TS) + 8 linha (TRS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 8 linha (TRS) + 1

fone (TRS)

- Entradas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 1 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: 1 MIDI In + 1 MIDI Out

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certifi cações ofi ciais como Pro Tools Certifi ed Operator, Apple Logic Certifi ed Trainer e Ableton Live Certifi ed Trainer.E-mail: [email protected]

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Sim (somente Firewire 800)

uniVErsal audio

A Universal Audio é muito famosa por seus pré-amps, com-

pressores, plug-ins e processadores, mas, recentemente,

lançaram uma interface de áudio que está dando o que falar.

apollo

- Sistema operacional: Mac/Windows

- Conexão: Firewire 800/Thunderbolt (opcional)

- Entradas (analógicas): 4 mic/linha (XLR) + 4 linha (TRS)

+ 2 instrumento (TS)

- Pré-amplifi cadores de microfone: 4

- Saídas (analógicas): 10 linha (TRS) + 2 fone (TRS)

- Entradas (digitais): 2 ADAT + 1 S/PDIF

- Saídas (digitais): 2 ADAT + 1 S/PDIF

- MIDI: Não

- Taxa de amostragem: até 192 kHz

- Resolução: até 24 bits

- Alimentação via USB (bus power): Não

- Ligação em cadeia (daisy chain): Não (por enquanto)

Estas são as interfaces para a galera que tem grana pra torrar!

São todas de ótima qualidade e condizem com seus altos pre-

ços. Infelizmente, estão fora do alcance da maioria, especial-

mente aqui no Brasil, com nossos preços infl ados. Mas, para

quem pode, são, sem sombra de dúvida, ótimas opções. •

Mês que vem tem mais...

Até lá!

modelos da rmE, reconhecida pela qualidade de seus conversores e interfaces em geral: (1) fireface uc, (2) fireface ucX, (3) fireface ufX, (4) fireface 800

apollo, da universal audio: uma interface de áudio que está dando o que falar

EM CASA

áudio música e tecnologia | 27

Nesta parte fi nal da série sobre microfonação, vamos es-

tudar como entender a folha de especifi cações e tirar dela

informações úteis. Pra começar, toda “spec sheet” (folha de

especifi cações) vem, invariavelmente, com uma frase que

em si já é um problema: “O fabricante se reserva o direito

de alterar as especifi cações aqui contidas sem prévio aviso”.

Dá pra perceber o problema? Imagina se pudéssemos

acrescentar esta frase à nossa declaração de imposto de

renda ou a uma prova de vestibular... Que maravilha se-

ria! Mas os fabricantes precisam se resguardar e incluem

esta pérola sempre, e temos que torcer para que valha

o que está escrito. Normalmente, esta não é uma das

pegadinhas mais importantes, e como é quase impossível

a gente poder verifi car se o que está escrito é verdade, é

melhor acreditar e prestar atenção em outros pontos de

problemas em potencial.

TiPO

Esta é a informação mais básica de todas: se o microfone

é dinâmico ou capacitivo (condenser) e, mais especifi ca-

mente, se for dinâmico, se ele é de fi ta. Com base nestas

informações, e lembrando o que já vimos aqui há um bom

tempo, podemos já decidir algumas coisas. Por exemplo, se

precisamos de resposta rápida (implicando em melhor cap-

tação de harmônicos altos e transientes), o mais indicado é,

provavelmente, um capacitivo. Se queremos maior robustez

e menos sensibilidade, podemos optar por um dinâmico.

Para um som com agudos mais suaves e com forte efeito

de proximidade, podemos escolher um de fi ta. É importan-

te lembrar que o uso de microfones capacitivos implica na

exigência de um phantom power, ou de alimentação por ba-

teria, o que pode torná-los inviáveis em certas aplicações.

As duas outras informações mais diretas e importantes são,

sem dúvida, os gráfi cos de resposta em frequência e os dia-

gramas polares. São fáceis de entender e não precisam de

muitas considerações a respeito. Só que mesmo estes gráfi cos

precisam de atenção para serem corretamente interpretados.

Por exemplo, havia um fabricante de fi ta magnética analó-

gica profi ssional que mandava junto com cada uma um grá-

fi co de resposta em frequência individual para aquela fi ta.

E o gráfi co vinha com uma linha praticamente horizontal.

Era uma resposta em frequência perfeita! Mas se a gente

lesse as letras miúdas, estava escrito que era “um gráfi co

da conformidade desta fi ta à fi ta padrão armazenada na

fábrica”. Ou seja, ele só estava nos dizendo que a resposta

daquela fi ta era exatamente igual à resposta da fi ta padrão,

qualquer que ela fosse – e à qual a gente não tinha acesso!

Em resumo, ele só servia pra dizer que esta fi ta teria a mes-

ma resposta da outra que compramos, mesmo que ambas

fossem ruins. Então, temos que ter bastante cuidado ao

interpretar gráfi cos de resposta em frequência.

rESPOSTa EM FrEQuÊNCia

A coisa mais importante ao ler um destes gráfi cos é não

acreditar cegamente no que está ali. Estes gráfi cos não pre-

28 | áudio música e tecnologia

GRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio Henriques

TÉCNICAS DE MICROFONAÇÃO

GRAVAçãO | Fábio HenriquesGRAVAçãO | Fábio Henriques

COMO LER ESPECIFICAÇÕES

áudio música e tecnologia | 29

tendem ser precisos a ponto da gente decidir usar um certo

microfone porque, por exemplo, desejamos 2.5 dB a mais de

sensibilidade em 3 kHz em relação a 1 kHz. O que se pode

interpretar é o “jeitão” da resposta.

iguais para intervalos iguais. A legenda diz “Resposta Re-

lativa em dB”. Primeiro, já pode aparecer a dúvida: dB o

quê? SPL? dBm?

Bom, esta é uma das boas coisas quando se mede em dB.

A medida é sempre relativa a outra. No caso do SPL, por

exemplo, mede-se em relação à mínima sensibilidade au-

ditiva humana. E quando se mede qualquer coisa em dB e

se obtém como resultado o valor 0, significa que estamos

medindo um valor que coincide exatamente com a medida

relativa. Assim, quando o ponto de 0 dB faz parte do gráfi-

co, ele já mostra onde está o valor em relação ao qual todo

o gráfico é montado, e não há necessidade de sufixo.

Para a resposta em frequência, repare que sempre o ponto

de 0 dB ocorre justamente em 1 kHz. Isto não é uma coin-

cidência. O gráfico é montado da seguinte forma: toma-se

o valor para 1 kHz como sendo 0 dB; a partir daí, varia-se

a frequência e anota-se a diferença em dB em relação ao

valor neste ponto. Então, o que o gráfico vai nos mostrar é

o quanto a resposta varia em relação ao ponto de 1 kHz.

E nesta hora é importante notar qual é a escala das linhas

horizontais. No nosso exemplo, cada linha representa uma

variação de 5 dB. Podemos interpretar, então, que este mi-

crofone responde em torno de 6 kHz aproximadamente 6 dB

acima de sua resposta em 1 kHz.

Outro aspecto importante a se observar é a forma geral da

curva, e não sua minúcia. Neste exemplo, a primeira coisa

que se nota é que a curva é bem comportada demais, com

variações bem suaves, o que indica que houve um arredon-

damento de valores. Isso não implica necessariamente em

má fé do fabricante: ele apenas está deixando óbvio que

é para a gente observar o “jeitão” da curva e não o seu

detalhe (muitas vezes o próprio processo de fabricação não

oferece tanta precisão; o ideal seria o fabricante informar a

tolerância usada para desenhar a curva – os famosos x dB

“para menos ou para mais”, como os jornais adoram dizer

nas pesquisas de eleições).

Desta curva em particular, são informações importantes:

1. A partir de aproximadamemte 200 Hz ocorre uma

filtragem em direção aos graves, da ordem de uns 5

dB por oitava.

2. Ele capta um pouco menos por volta de 400 Hz.

Vejamos, como exemplo, o gráfico da figura 1, referente ao

valente SM57 e fornecido pela Shure, sua fabricante.

Primeiro, vamos observar o gráfico em si. Repare que os

valores no eixo horizontal não estão espaçados igualmen-

te. O espaço entre 100 e 200 Hz é maior do que o espaço

entre 200 e 300 Hz, e assim por diante. Quando se chega

a 1000 Hz, parece que o espaço entre ele e 2000 Hz é

o mesmo que lá atrás, entre 100 e 200, mas se a gente

observa os valores em questão, constatamos que são dez

vezes maiores. Ou seja o intervalo entre 1000 e 2000 Hz

tem dez vezes mais frequências que entre 100 e 200, mas

visualmente é o mesmo. Isto acontece porque este grá-

fico tem o eixo horizontal na forma de logaritmos, e isso

ocorre porque nossos ouvidos (por incrível que pareça)

também funcionam assim. Entre 100 e 200 Hz nós iden-

tificamos uma diferença de uma oitava, e entre 1000 Hz

e 2000 Hz também ouvimos que há uma oitava, embora

haja dez vezes mais hertz.

Assim, um gráfico mono-log como este é uma boa repre-

sentação visual do jeito como ouvimos. Praticamente todo

gráfico de resposta em frequência em áudio, qualquer que

seja a aplicação, é apresentado desta forma.

Já no eixo vertical, isto não acontece. Temos espaços

30 | áudio música e tecnologia

GRAVAçãO

Figura 1

áudio música e tecnologia | 31

máximo de uns 5 dB por volta de 10 kHz.

6. No cardioide, a curva do reforço atinge valores meno-

res (por volta de 3 dB) e é mais fechada, começando

acima de 5 kHz e batendo em 0 dB por volta de 15 kHz,

porém com o ponto máximo na mesma região do omni

(já que esta alta resposta tem como origem básica a

ressonância mecânica do diafragma).

7. No bidirecional, a curva vem para regiões mais baixas de

frequências, atuando entre 3 e 9 kHz, mais ou menos.

Vejamos mais um caso, que a princípio pode nos enganar:

o Shure 520 DX, na figura 3.

1. A curva já não é tão “macia”, o que indica que menos

arredondamentos foram feitos.

2. Há uma filtragem de uns 6 dB por oitava já a partir

de 600 Hz.

3. A partir daí temos um comportamento praticamente

linear até aproximadamente 3 kHz, onde há um pe-

queno reforço.

4. Acima de 4 kHz há uma filtragem bem acentuada.

Ao analisar estes dados, alguém poderia dizer que este mi-

crofone é muito ruim, mas não é o caso. Ele é um micro-

fone especialista. É para ser usado na captação de gaitas,

colocado nas mãos do músico. A gaita tem uma resposta

típica justamente na região em que este microfone é mais

sensível, e ele é bem insensível a regiões que, no caso, só

contêm ruídos de execução, respiração e do manuseio do

microfone. Ou seja, é bem adequado a seu uso, tanto que

seu timbre se tornou um clássico.

3. A partir de uns 2 kHz, começa uma acentuação que

tem seu máximo por volta de 6 dB em 6 kHz.

4. Acima desta frequência, a resposta se torna um tanto

irregular, mas sempre com mais nível que em 1 kHz,

até mais ou menos 15 kHz, quando cai bastante.

Munidos destas informações, podemos já imaginar o tipo

de aplicação a usar este microfone. Obviamente, não seria

nossa escolha para captar algo grave.

Vejamos um outro exemplo: o Neumann U87 da figura 2.

Temos os gráficos para três tipos de captação diferentes:

omni, cardioide e bidirecional. A primeira coisa a observar

é que as curvas também são bem comportadas demais, in-

dicando que, da mesma forma, houve arredondamentos, e

que nos apresentam a “visão geral” da resposta. Desta vez,

porém, cada linha horizontal representa 2 dB de diferença.

Comparando a resposta para as três figuras, podemos

concluir que:

1. Este microfone apresenta atenuação natural nos gra-

ves, que no omni começa por volta de 40 Hz (o ponto

onde um filtro “começa” a atuar é considerado aquele

3 dB abaixo da banda passante).

2. Em cardioide, a queda começa um pouco acima, por

volta de 60 Hz.

3. Em bidirecional, é ainda mais acima, por volta de 100 Hz.

4. A região de médias baixas e médias nos três casos

é bem plana.

5. No omni, existe um reforço entre 5 e 20 kHz, com

32 | áudio música e tecnologia

GRAVAçãO

Figura 2

Figura 3

E aqui chegamos a um ponto bem interessante. Podería-

mos, baseados no que vimos aqui, escolher um U87 para

gravar a gaita, pois assim conseguiríamos captar bem os

harmônicos mais altos, deixando o instrumento com brilho e

“ar”. Mas não seria um som de “gaita de rock”, por exemplo.

Se a intenção for essa, é mais fácil usar o 520 DX ou simular

sua resposta através de equalização na mixagem.

Da mesma forma, poderíamos usar um U87 para gravar a

caixa da bateria, e, de fato, se usa, mas o timbre não seria

o “clássico de caixa” que se obtém usando o SM57.

Esta questão de sons “clássicos” é bem interessante, e obvia-

mente discutível, mas a gente precisa admitir que quando de-

seja que algo soe ao ouvinte como familiar ou típico, escolhas

como o SM57 para a caixa e para amps de guitarra, U87 para

voz de estúdio, SM58 para a voz ao vivo, MD421 para ton-tons

e D-112 para bumbo podem ser coerentes. Mas longe disso

ser uma limitação. O fato de estes paradigmas existirem pode

nos ajudar a escolher, entre os microfones que dispomos,

aqueles cujas característica se assemelhem a eles. E até, por

que não, nos permite saber qual microfone escolher para que

obtenhamos um som completamente diferente do clássico.

Mês que veremos mais parâmetros que irão nos ajudar a

saber o que esperar de um microfone. •

áudio música e tecnologia | 33áudio música e tecnologia | 33

Fábio Henriques é engenheiro eletrônico e de gravação e autor dos Guias de Mixagem 1, 2 e 3, lançados pela editora Música & Tecnologia. é responsável pelos produtos da gravadora Canção Nova, onde atua como engenheiro de gravação e mixagem e produtor musical.

34 | áudio música e tecnologia34 | áudio música e tecnologia

CAPA | Rodrigo Sabatinelli

ENGENHEIROS E PRODUTORES DÃO DICAS SIMPLES, PRÁTICAS E EFICAZES DE COMO GRAVAR VOZES EM CASA

áudio música e tecnologia | 35

NA SALA, NO QUARTO, NO CLOSET

Glau

cio

Ayal

a

C om a democratização da tecnologia digital de gravação,

muita gente faz boa parte de seus discos em casa, seja

em pequenas estações de trabalho ou em equipados home

studios. Porém, ainda há, por parte de artistas, em sua maioria

independentes, e, naturalmente, técnicos, certo receio quanto aos

registros caseiros de voz. Muita gente ainda acredita que para se ter

bons resultados em gravações é preciso deixar o ambiente doméstico

e partir para um estúdio profi ssional. Mas péra lá: nem tudo que

reluz é ouro!

Convidados por nossa equipe para um grande debate sobre o tema,

os engenheiros Marcos Eagle, Walter Costa e Jorge Guerreiro, os

engenheiros/produtores Luizinho Mazzei e Cesar Santos e o produtor

Rafael Ramos contam, nas próximas páginas, um pouco de suas ex-

periências relacionadas ao tema. Juntos, eles dão importantes dicas

para quem não tem verba para gravar em salas de grande porte ou

que, por opção, gravam vozes em suas próprias casas. Segundo eles,

em uma residência são diversas as opções de espaços que podem

ser úteis a este tipo de gravação.

“De salas a closets, passando pelos quartos e escadas”, diz Walter,

“mas, na minha opinião, as salas são ambientes mais neutros, pois

geralmente são mais amplas e contam com alguns móveis, que as tor-

nam vivas, porém, com baixas refl exões”, completa ele. “As opções são

diversas, mas merecem ser escolhidas por quem realmente tem um

bom ouvido, afi nal de contas, não é qualquer ambiente que soa bem,

principalmente em uma gravação de voz, que deve sempre ser cercada

de muitos cuidados”, emenda Rafael.

Dentro de casa, muitos fatores podem prejudicar os registros de

vozes, como, por exemplo, gravá-las próximas a vidros, que resso-

nam com muita facilidade, e a pisos velhos de madeira, que chiam

e, consequentemente, atrapalham o sil êncio tido como necessário

por produtores, engenheiros e artistas. O que acontece do lado de

fora das residências também pode ser um problema para as grava-

ções. Como as ruas, principalmente de dia, têm “vida própria”, uma

boa saída é, por exemplo, gravar em horários de pouco movimento,

como fi ns de tarde, noites e madrugadas.

FAÇA UM BOOTH COM O QUE ENCONTRAR PELA FRENTE...

Gravar vozes em salas muito amplas e sem tratamentos acústicos

não é algo fácil. Por isso, em lugares como estes, que têm problemas

ture acessórios como pedestais de microfones a tapetes ou colchonetes.

Durante as gravações do CD de estreia do Agridoce, projeto paralelo da

cantora Pitty e seu guitarrista Martin Mendonça, o produtor musical Ra-

fael Ramos e o engenheiro Jorge Guerreiro tiveram que fazer o seu pró-

prio booth e seguiram a terceira dica acima. Na ocasião, “confi nados”

em uma casa no alto da Serra da Cantareira, em São Paulo, eles re-

correram a quatro pedestais de microfones e a encostos de uma espre-

guiçadeira que fi cava à beira da piscina para a confecção do acessório.

“Tentamos, inicialmente, gravar sem o booth, mas a sala ‘falava’

mais do que precisávamos e ele acabou se tornando fundamental

para um melhor domínio do ambiente, deixando a emissão de voz

da Pitty mais direta”, lembra o produtor. “A acústica da sala era inte-

ressante, porém, como visávamos a mixagem, optamos por ter uma

captação de voz mais controlada”, explica.

A dupla só abriu mão da “engenhoca” quando

decidiu gravar voz do lado de fora da casa, à

beira da piscina, A opção por não usar o booth,

neste caso, se deu pelo desejo do produto de

captar, além da voz de Pitty, a “natureza” do

ambiente, incluindo o cantar dos passarinhos.

“Consideramos que aquele era o momento

de pensar no conceito da canção. Por isso,

buscamos uma captação diferente para ela.

No entanto, apesar de toda a conceitualida-

de, não deixamos de lado um acessório fun-

damental: o anti-puff, com o qual bloquea-

mos a incômoda interferência do vento”, diz,

lembrando que o posicionamento do micro-

fone também foi estrategicamente pensado.

“Monitoramos tudo com muito cuidado e es-

colhemos a posição em que o vento tivesse

menor ação sobre a cápsula”, completa.

Hoje sócio do Estúdio Verde, um dos mais am-

plos e bem equipados de Belo Horizonte, César

Santos teve, por muito tempo, que se virar no

Dinosounds, home studio que mantinha em seu

apartamento no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Lá, ao con-

trário de Rafael e Jorge, que opcionalmente gravaram em um ambiente

“alternativo”, ele também tinha seu “booth improvisado”, com o qual

registrou vozes de cantoras como Liah e Nina Torres e do técnico da

seleção brasileira de vôlei feminino, Bernardinho, personagem de um

famoso jingle publicitário.

O tal booth era, segundo ele, como aquelas tradicionais cabaninhas

de crianças. Feito com pedestais e cobertores, ele isolava os can-

tores do restante do ambiente, garantindo, com isso, que grande

como refl exões indesejadas, é preciso colocar a mão na massa – ou

melhor, no que encontrar pela frente – e improvisar. Uma boa saída é

“construir” um booth (pequeno recinto isolado) semelhante aos dos

estúdios profi ssionais de gravação.

Há quem utilize, por exemplo, para isso, caixas de papelão de geladei-

ras duplex sem uma de suas quatro faces – cortando uma destas faces,

a caixa fi ca em forma de letra “U”. Também há quem recorra a biombos

de madeira de três faces cobertos por algum tipo de material antirrefl e-

xivo, como, por exemplo, colchas ou cobertores. E há, ainda, quem mis-

36 | áudio música e tecnologia

CAPA

Otáv

io S

ouza

O booth usado para a gravação de vozes de Pitty e Martin: fundamental para o domínio do ambiente

áudio música e tecnologia | 37

Certa vez, durante a gravação de voz do cantor Maurício Manieri,

Luizinho Mazzei também viu no closet do artista uma bela opção para

tal registro. Especialmente pelo local estar cheio de roupas, o que,

segundo ele, ajudou a controlar a reverberação natural existente no

ambiente, que não tinha qualquer tipo de tratamento acústico.

“O resultado fi cou muito acima das minhas expectativas e, since-

parte das refl exões nocivas às gra-

vações fossem eliminadas.

“Na verdade, quando optamos por

gravar vozes dentro de um ‘box’,

optamos por uma captação mais

seca, mais controlada, o que, de

certa forma, oferece um maior

conforto aos artistas, pois torna o

ambiente mais intimista para eles,

quase como se estivessem em um

mundinho particular”, diverte-se.

…OU USE O CLOSET!

Se você não tiver material su-

fi ciente para a “construção” do

booth, terá, inevitavelmente, que partir para um plano B. O mais

indicado por nossos amigos engenheiros e produtores é usar am-

bientes “mortos”, como um closet, se houver um em sua casa. O

engenheiro Marcos Eagle, por exemplo, diz que ambientes como

estes podem facilmente ser convertidos em boas cabines de gra-

vação. “No entanto”, ele alerta, “procure sempre evitar que o mi-

crofone seja posicionado muito perto de paredes”.

38 | áudio música e tecnologia

CAPA

Instalações elétricas caseiras tendem a produzir ruídos in-

cômodos, como, por exemplo, chiados. Por conta disso, o

ideal é reservar um bom tempo para entender a alimenta-

ção elétrica dos cômodos utilizados para a gravação antes

mesmo de começar a montagem dos equipamentos que se-

rão empregados na ocasião. A dica é do engenheiro Marcos

Eagle, exemplo de quem leva a sério este tipo de cuidado.

“Sempre me certifico de que eletrodomésticos como

geladeiras, micro-ondas, TVs e máquinas de lavar não

estejam ligados no mesmo disjuntor dos meus equipa-

mentos ou interfiram no funcionamento destes. Se os

equipamentos de áudio utilizados possuem o terceiro

pino de terra, hoje obrigatório por lei, procuro manter

todas as conexões elétricas aterradas. O mesmo vale

para as conexões de áudio entre os equipamentos, que

devem ser preferivelmente balanceadas e não baseadas

Glau

cio

Ayal

a

Ambientes como closets e armários também são indicados para o registro de vozes

CUIDADO COM A INSTALAÇÃO DO SISTEMA

em plugs ‘banana’ ou RCA de dois pinos”, explica ele.

Eagle também diz que procura conferir, individualmente, cada

equipamento plugado no sistema, a fi m de garantir que estes

não estão acrescentando ruídos elétricos ou interferências de

rádio e TV às gravações, principalmente nas de vozes, que

merecem cuidados redobrados. Segundo ele, é demorado fa-

zer isso individualmente, mas pode ser muito mais difícil en-

contrar a origem de um ruído quando todo o equipamento já

estiver montado.

“Em primeiro lugar, ligo o computador e o hardware usa-

do para a gravação. Em seguida, mantenho um fone de

ouvido plugado na interface do equipamento. Faço isso

enquanto vou acrescentando periféricos como pré-ampli-

fi cadores, mesas de som, compressores e equalizadores,

entre muitos outros”, ensina.

áudio música e tecnologia | 39áudio música e tecnologia | 39

ramente, bem melhor do que os conquistados em muitos estúdios

que conheço e já gravei. A captação foi tão bem sucedida que nada

além da própria voz do cantor – clara, limpa e envolvente – foi re-

gistrada, mesmo usando um pré-amplifi cador valvulado e sensível,

assim como o microfone, um condensador também valvulado”, diz.

A exemplo do engenheiro e seu companheiro Eagle, Walter Costa

também é fã dos closets. Para ele, quanto mais dentro do closet

estiver o microfone, melhor será a qualidade do seu registro.

“Gosto de gravar as vozes bem ‘sequinhas’, e, para isso, já utili-

zei closets e armários de madeira. No segundo caso, abri as por-

tas e posicionei a estante de microfone ao fundo, posicionando o

cantor de forma que cantasse literalmente para dentro daquela

‘caixa’”, explica.

ISOLE OS AMBIENTES INTERNAMENTE OU USE FONES

Em um estúdio profi ssional, o aquário exerce o papel de isolar os am-

bientes, evitando que todo e qualquer movimento ou barulho na técnica

prejudique os registros feitos na sala de gravação. Como em uma casa

você difi cilmente terá um elemento que possa ser tão funcional quanto

o aquário, a melhor opção é utilizar ambientes distintos – sendo um

a técnica e o outro a sala de gravação –, ou, se isso não for possível,

investir em alguns bons metros de cabos de qualidade para que os

equipamentos usados pelos engenheiros fi quem o máximo distantes de

onde a voz será captada.

“Na verdade, ter dois ambientes separados, como dois quartos dife-

rentes, é a melhor solução”, diz Marcos Eagle. “E tornar

ambos acusticamente ‘mortos’, pendurando cobertores

ou materiais absorventes nas paredes, é outra estraté-

gia segura”, completa ele, lembrando que, “neste caso,

lonas acolchoadas, utilizadas para proteger elevadores

de prédios em dias de mudanças, são bem-vindas, assim

como salas mobiliadas com móveis estofados, estantes

cheias de livros e tapetes são geralmente bem melhores

que salas vazias ou revestidas com materiais refl exivos”.

Na casa onde gravaram o álbum do Agridoce, Rafael e

Jorge foram benefi ciados por uma espécie de móvel de

madeira, que serviu como uma verdadeira divisória, se-

parando os ambientes “técnica” e “sala de gravação” e

40 | áudio música e tecnologia

CAPA

Divu

lgaç

ão

Walter Costa, que gosta de gravar vozes

“secas”, revela já ter utilizado

tanto closets quanto armários

de madeira para alcançar a

sonoridade vocal desejada

Otáv

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ouza

Rafael Ramos na casa-estúdio onde “nasceu” o primeiro álbum do projeto Agridoce: para o produtor, lugares onde vocais são gravados precisam ser escolhidos “por quem realmente tem um bom ouvido”

áudio música e tecnologia | 41áudio música e tecnologia | 41

42 | áudio música e tecnologia

CAPA

garantindo, com isso, que não houvesse qualquer tipo de interferência

nos registros de voz de Pitty e Martin.

“Escolhemos um cantinho e montamos nossa estação de trabalho, dei-

xando o local onde ela [Pitty] gravou as vozes e os demais instrumentos

do disco livres de qualquer interferência. Em uma das músicas, testa-

mos gravá-la ao lado de uma lareira, mas como o ‘chiado’ das madeiras

incomodava mais do que ajudava no conceito, tivemos de afastá-la até

chegarmos ao ponto ideal. Isso faz parte da produção”, diz.

Infelizmente, nem todo mundo dispõe de dois ambientes distintos

e livres para realizar gravações caseiras. Por vezes, esses registros

acabam sendo feitos em pequenos apartamentos, como conjuga-

dos ou quitinetes, inviabilizando o já citado isolamento. Quando isso

ocorrer, a saída será o uso de headphones, muito embora a preferên-

cia de engenheiros de gravação por monitores de referência externos

pareça ser esmagadora.

MICROFONE IDEAL: NEM SEMPRE O MELHOR É O MELHOR

“A escolha do microfone é um ponto crítico quando de trata de gra-

vação caseira de voz”, afi rma Marcos Eagle. De acordo com o ele,

em situações deste tipo, nas quais geralmente não há um controle

acústico absoluto sobre os ambientes, modelos de cápsulas muito

sensíveis, como condensadores de diafragma largo – que muitas ve-

zes seriam os preferidos em um estúdio – podem ser uma faca de

dois gumes. “Neste contexto”, diz ele, “um Shure SM58 bem utilizado

pode render muito mais do que um Neumann U89, afi nal de contas,

simplicidade e objetividade na microfonação de vozes e instrumentos

geram resultados imediatamente audíveis”.

Cesar Santos também defende o uso dos cardioides. Para o engenheiro/

produtor, “quando a gravação é feita num estúdio, com todas as

frequências sob controle, o padrão omnidirecional acaba sendo a

opção mais interessante. No entanto, quando a gravação se dá fora do

estúdio, fugir de um cardioide passa a ser bastante arriscado, pois, com

ele, é mais fácil evitar a interferência de ruídos externos, entre outros

fatores que podem condenar o registro”, diz. “Há, ainda, a possibilidade

de se trabalhar com um hipercardioide, mas é preciso que o cantor

tenha uma técnica vocal mais apurada, pois pode acabar prejudicando,

especialmente os registros de graves da captação”, completa.

Se o ambiente tiver pouca refl exão e pouca interferência externa, a

ousadia pode ser interessante. Os modelos de microfones usados por

Rafael e Jorge para gravar as vozes de Pitty e Martin, por exemplo,

foram totalmente atípicos. Dentre eles estiveram um RCA 44 – “aquele

de rádio, antigão, com um som bem particular, mais fechado que os de-

mais”, diz Rafael – e um Shure antigo “comprado numa feira de antigui-

dades e dono de um som distorcido, diferente, bom para determinados

momentos”, emenda o engenheiro.

Os microfones dinâmicos são, na opinião de Luizinho Mazzei, uma boa

opção quando se grava em ambientes mais “vivos”. “Certa vez, quando

gravava o disco dos baianos do Super Fly, recorri a um deles e conquis-

tei um excelente resultado”, recorda. Na ocasião, a maior preocupação

de Luizinho era registrar toda a energia da interpretação do artista. Por

conta disso, ele abriu mão de acessórios como pedestais e anti-puffs.

“Demos ao vocalista um Shure SM7 e o deixamos cantando como

se estivesse em um show. O resultado saiu exatamente como de-

sejamos”, conta. “Pensei até que pudéssemos ter algum tipo de

problema de reverberação, pois o quarto onde gravamos as vozes

tinha poucos móveis, um enorme armário de madeira e um piso de

ladrilho, portanto bem “vivo” e refl exivo. Mas justamente a escolha

do microfone dinâmico fez com que esses possíveis problemas fos-

sem solucionados de forma simples”, explica.

NÃO SE PRENDA À TECNOLOGIA!

Conceitos e dicas à parte, Luizinho Mazzei faz questão de destacar que

equipamentos e bases teóricas não são capazes de “salvar” uma gra-

vação de voz, seja ela em estúdio ou em casa. Para ele, é preciso que

o cantor seja realmente bom, criativo, musical e competente. “Muitos

profi ssionais acreditam que para alcançar um resultado fantástico na

gravação de uma voz é necessário ter à mão um supermicrofone e um

super pré-amplifi cador, bem como mesa, sala e estúdio sensacionais.

Isso é balela! O bom gosto será sempre mais importante do que tudo

isso que citei. Não adianta de nada um cantor desafi nado, uma melodia

errada, uma interpretação fria e uma letra sem emoção com tudo do

bom e do melhor em termos de conforto e equipamento”, conclui. •

Divu

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ão

O SM58 é, na opinião de Marcos Eagle, uma boa opção para a gravação caseira de vozes

áudio música e tecnologia | 43áudio música e tecnologia | 43

44 | áudio música e tecnologia

Pedrão 2012SHOw | Marcio Teixeira

áudio música e tecnologia | 45

São Pedro foi um dos 12 apóstolos de Jesus e é considerado o primeiro Papa da Igre-

ja Católica. Se levarmos em conta que o Brasil é o maior país católico do planeta,

nada mais natural do que perceber que a popular Festa de São Pedro, com o passar

dos anos, décadas, séculos, se transformou aqui em um verdadeiro carnaval fora

de época. E se quando falamos “aqui” nos referimos ao Brasil como um todo, o que dizer

da jovem cidade de Eunápolis, que fundada em 1988 e situada no sul da Bahia, a 671 km

de Salvador, anualmente é palco do Pedrão, tida como a maior festa de São Pedro do país?

Na mais recente edição do evento, realizado entre 29 de junho e 2 de julho, alguns dos prin-

cipais nomes da música popular brasileira, como Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Banda

Calypso e Michel Teló, marcaram presença, agitando um público de cerca de 120 mil pessoas

que curtiu o som de cada um dos quatro dias do Pedrão 2012. Sonorizado pela empresa

paulista Vinhedo, que mais uma vez recebeu consultoria técnica da Vitória Som, o festival,

organizado pela Prefeitura local e com produção da Téa Eventos, ofereceu aos técnicos dos

artistas uma estrutura adequada ao porte dos shows, com um sistema Norton completo.

SISTEMA NORTON É DESTAQUE

O PA principal foi o LS9, que tem na parte de cima dois alto-falantes de 18”, quatro de 8”,

com três drivers por caixa. Doze foram posicionados em cada lado, totalizando 24. Na parte

de baixo, foram empregados 24 subs SB221, que contam com alto-falantes de 21”. No PA

auxiliar, LR, LL e RR, a Vinhedo utilizou 12 LS3, que é uma caixa com dois alto-falantes de 8”

e um driver, para fazer a lateral. O front também foi feito com LS3, enquanto o side contou

com 12 LS1, seis por lado, mais o sub SB118X. No delay, foram usados 24 LS3.

Os operadores de PA se disseram agradados pelo desempenho do sistema. Carlos André,

vulgo Kareka, técnico de PA do Calypso, é um deles. “Gostei muito do som. É bem definido e

bastante potente”, resumiu o profissional, em conversa com a AM&T antes do início do show

de Joelma, Chimbinha e companhia. Kalunga, técnico de Ivete Sangalo, deixou clara sua

satisfação com o sistema ao colocá-lo num “pódio” em mensagem postada em sua página no

Maior festa de são Pedro do País reúne alguns dos PrinciPais artistas PoPulares brasileiros e conta coM sisteMa norton, da Vinhedo sonorização

2012M

arci

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delays LS3 e subs SB118X fizeram parte do sistema utilizado no Pedrão 201246 | áudio música e tecnologia

Facebook. Já André de Oliveira, que há quase três anos traba-

lha como técnico de PA da sensação internacional Michel Teló,

foi além. “Pela primeira vez em um show eu tive que segurar

um pouco o som, pois estava muito alto e bom. Gostei bastan-

te do PA. Bem potente mesmo.”

Marcio Almeida, que trabalha como técnico de PA do Chiclete

com Banana há quatro anos, sempre ao lado de Wilson Mar-

ques, um dos fundadores do grupo, também fez elogios. “Já

tínhamos trabalhado com este PA em São Paulo. O LS9 é um

sistema fantástico, com uma pressão sonora muito boa. O

show foi ótimo”, afirmou, antes de comentar que a estrutura

da festa em Eunápolis foi, “sem sombra de dúvidas, a melhor

entre as festas juninas e julhinas feitas pela banda em 2012”.

O gerente comercial da loja Vitória Som, José Junior – o

popular Juninho –, esteve presente ao evento fazendo o

pós-venda, que inclui acompanhar a montagem e ver se os equi-

pamentos estão sendo usados corretamente, de modo a renderem

o máximo. “O sistema usado pela Vinhedo no Pedrão é de ponta”,

destacou, ressaltando que a companhia que tem base na cidade

paulista homônima é uma de suas principais clientes.

Quando o assunto foi a chuva que caiu durante boa parte da festa,

a segurança de Juninho em relação ao sistema ficou ainda mais

evidente. “Poderia chover o que fosse, pois a impermeabilidade das

caixas manteria a qualidade sonora”, disse ele, que tinha ao seu

lado Jean Silva, responsável técnico da Vinhedo. “É um produto

que raramente apresentou defeitos. Mas, caso aconteça, sei que o

suporte é eficiente”, acrescentou Jean.

Por trabalhar na sonorização do evento desde sua primeira edição,

em 2010, a dupla Vinhedo/Vitória Som já sabia o que a festa iria

requerer, em termos técnicos, na edição 2012. “Por isso, não houve

excesso e nem falta de equipamentos”, destacou Juninho.

VENUE PROFILE E SC48 AGRADAM TÉCNICOS

Se o sistema Norton ofereceu som com potência e detalhes, é de

se imaginar que os consoles fornecidos pela Vinhedo estivessem à

altura, e foi o que aconteceu. Na house mix, as mesas Venue Profile e

SC48, da Avid, tão populares no universo do áudio profissional, mais

uma vez se mostraram escolhas acertadas.

“A Venue SC48 liga os delays, enquanto a Profile junta os PAs, fronts,

e passa pela SC48 para fazer os delays”, explicou Marcio, apontando

para as mesas. “O mais legal da Profile, na qual o Wilson e eu tra-

SHOw

PA principal foi o Norton LS9: potência e definição para um público de mais de 120 mil pessoas

áudio música e tecnologia | 47

SHOw

balhamos a quatro mãos durante os shows, é

a possibilidade de trabalhar com os plug-ins. A

cara do Chiclete é a voz do Bel, e com o Kalun-

ga arranjando uns plug-ins e uns reverbs para

a gente, conseguimos uma voz muito mais pre-

sente, na cara, o que em outras mesas é mais

complicado conseguir”, destacou Marcio, que

disse ter os plug-ins reverb 480, da Lexicon, e

o compressor multibanda C6, da Waves, como

seus favoritos.

“O som do Chiclete é muita emoção. Distorção de

guitarra, a voz do Bel, bateria, uma coisa mais

agressiva, mais rock’n’roll mesmo. Nenhuma

música da banda hoje precisaria do Pro Tools”,

afirma o técnico. Segundo Marcio, ele e Wilson –

responsável pela criação do som do Chiclete com

Banana – chegaram a um conceito de trabalho

que vem rendendo bem na Profile, embora am-

bos também mixem com a Yamaha 5D e, no trio,

com a Midas Pro6.

E se Carlos André “Kareka” revelou ter usado 44 canais da mesa no

show do Calypso, sendo 11 de bateria e nove das percussão, Marcio

destaca que, para um show do Chiclete, que tem seis músicos no palco,

ele destina 42 canais a instrumentos e um para a voz. “Só a bateria

ocupa dez canais. A percussão do Walter ocupa 14, pois tem muitos

instrumentos e detalhes. A outra percussão, do Denny, mobiliza 11.

Com a volta dos reverbs, nos canais externos, chegamos a um total de

48”, conta o técnico, que lança mão de microfones Shure SM57 na cai-

xa, com SM81 no over, Beta 52 no bumbo e Sennheiser E604 nos tons.

André, que usou 48 canais da mesa durante o show de Michel Teló, cap-

tado inteiramente por microfones Shure, disse que sua mixagem foi bem

descomplicada, tendo apenas um objetivo simples: “valorizar cada ins-

trumento e manter a voz acima de tudo”, segundo suas próprias pala-

vras. Ele ainda destacou que o bom trabalho da Vinhedo na distribuição

do som ao longo do espaço ocupado pelo evento foi algo que passou uma

segurança a mais para os técnicos dos artistas.

EXPERIÊNCIA E FAMILIARIDADE NA MONITORAÇÃO

Charles Nascimento, que há cerca de dez

meses atua exclusivamente como técnico de

monitor da Banda Calypso, gostou da mesa

disponibilizada para a monitoração do show

no Pedrão 2012. “Trabalhar em uma Yamaha

PM5D é ótimo. Gosto muito desse modelo e te-

nho bastante facilidade em lidar com ele, que

tem como destaque, para mim, o seu pré, além

da quantidade de vias, equalizadores e efeitos."

Charles, que atua na estrada desde o fim

dos anos 1990, tendo, inclusive, experiên-

cia no PA, destacou que não houve nenhum

problema na realização de seu trabalho no

Pedrão 2012. “A estrutura de som, luz e

palco é muito boa e a equipe é muito profis-

sional. Foi tranquilo”, afirmou ele, antes de

listar o que utilizou durante o show.

Mar

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Marcio Almeida, que, com Wilson Marques, atua como técnico de PA do Chiclete com Banana: elogios ao LS9 e à Avid Profile, principalmente pela possibilidade de trabalhar com plug-ins

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Bel em ação: recursos da Profile permitem que a voz do cantor fique bem mais presente na mixagem

“No Pedrão, usei oito vias de Power Play Behringer, quatro in-ears

Shure PSM 900, dois Shure PSM 700, um monitor SM400 EAW para

guitarra e um sub Norton na bateria. Cada um que está no palco se

escuta de uma forma diferente. Uns com bastante grave, outros com

um som mais agudo, uns fl at, outros com mais efeitos... O Chimbi-

nha, por exemplo, é bastante exigente e normalmente solicita mais

volume da sua guitarra, que tem um timbre bastante peculiar. O

importante é conhecer os gostos de cada um e atendê-los. Minha mi-

xagem serve justamente pra conciliar esses gostos dentro da técnica

e bom senso”, explicou Charles, destacando, ainda, que a pedaleira

virtual DigiTech iPB-10 de Chimbinha, que abriga um iPad, não pre-

cisa de nenhum tipo de atenção especial de sua parte, uma vez que

o próprio guitarrista a controla.

José Antônio, técnico de monitor do Chiclete há 13 anos, recorda que,

quando começou a trabalhar com a banda, ela tinha 12 monitores no

palco, cabendo a ele mudar tal panorama aos poucos. “Quatro anos de-

pois que entrei, comecei a introduzir a ideia de usarmos os in-ear. Hoje,

está todo mundo com os Shure PSM 600 e os Sennheiser CX 300. A so-

noridade do Shure, seu timbre, pra mim é inigualável. Tem mais ganho

Kalunga, técnico de PA de Ivete Sangalo, Carlos André “Kareka”, que ocupa o mesmo posto na equipe do Calypso, e Charles Nascimento, monitor da banda paraense: mais profissionais que “fizeram” o Pedrão 2012

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Conversando com Juninho

Natural de São Paulo, Juninho, gerente comer-

cial da Vitória Som (empresa que já está há 20

anos no mercado), tem 39 anos e trabalha com

som desde os 13 anos de idade, quando realiza-

va pequenos bailes, Tornou-se profissional mais

adiante, aos 19, na loja de novos e usados que

deu origem à Vitória Som, hoje distribuidora ex-

clusiva no país de marcas como DiGiCo e Norton.

Juninho, como a Vitória Som, por meio da Vinhedo, chegou ao Pedrão?

O prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, que é

dono da Axé e Cia e parceiro de nossa empresa há

anos, através do produtor Jairo Téa, da TEA Produ-

ções, solicitou a indicação de alguma empresa de

bom porte que pudesse realizar o serviço de sono-

rização da festa, já que a

mesma vinha crescendo

anos após ano. Falei ao

prefeito sobre a Vinhe-

do, uma companhia que

havia investido bastante

em equipamentos e que

estava em um processo

de franca expansão, sen-

do capaz de atendê-los

no que precisassem. No

primeiro ano aqui, 2010,

a Vinhedo trouxe um PA

Norton menor. No ano

seguinte, viemos com

um Norton um pouco

maior e, esse ano, che-

gamos com força máxi-

ma, já que o evento não

para de crescer.

Como você vê o atual mercado nacional de sonorização?

Os artistas, que são os principais usuários dos

equipamentos, têm exigido um profissionalismo

cada vez maior por parte das locadoras. Marcas

grandes lá de fora não costumam vender equipa-

mentos, mas sim soluções completas. Aqui, no

Brasil, há essa mania de comprar pela metade,

com a locadora adquirindo, por exemplo, o line ar-

ray sem o amplificador, pois acha que pode usar

um outro, ou usando um amplificador recém-ad-

quirido junto com um sub que a empresa já tem

em casa. Mas a gente não vende assim, pois co-

mercializamos sistemas, e as grandes bandas têm

exigido do locador soluções completas. Durante o

show do Chiclete com Banana, por exemplo, o som

estava maravilhoso e o show foi ótimo. Com um

PA ruim, a apresentação não teria sido como foi.

Com que frequência o sistema Norton LS9 tem sido usado? Que tipo de shows reque-rem seu emprego?

É um PA para grandes eventos. Está com a Vi-

nhedo há um ano e meio, tendo sido utilizado

pela primeira vez na Festa do Peão de Boiadeiro

de Barretos, no ano passado. O Pedrão foi apenas

a quinta vez que eles utilizaram o sistema, pois

não compensa tirar o PA da empresa para algo

que não justifique o seu uso. Um show que contou

com ele foi o do Deep Purple, em Americana, inte-

rior de São Paulo. A equipe da banda não conhecia

o PA, mas depois de testarem e usarem, queriam

fazer todas as turnês no Brasil com ele.

Quais os próximos passos da parceria Vitória Som/Vinhedo?

Temos uma longa história, e ela seguirá por

muito tempo. O proprietário, Seu Idalto Quei-

roz, foi o primeiro a comprar equipamentos da

Norton Audio na Vitória Som, e o LS9 foi o pri-

meiro PA importado que ele adquiriu. Hoje, a

Vinhedo já tem nove sistemas Norton comple-

tos, 12 x 12. Desde que começamos a assesso-

rá-los, fomos caminhando e evoluindo juntos.

Sobre os próximos passos da parceria, algo que

posso adiantar é que a Vinhedo já encomendou

com a gente as mesas DiGiCo SD10 e SD8, que

recentemente passamos a comercializar.

em entrevista à AM&T, gerente da Vitória Som falou sobre o mercado de sonorização, a presença da empresa no Pedrão e a parceria com a Vinhedo

e é mais cheio. O Sennheiser é mais baixo, mas sua qualidade

principal é a frequência. Sua faixa de frequência é muito livre,

então é raro termos problemas como perda de sinal.”

José faz coro com Charles Nascimento e também elogia a

PM5D. “Ela tem uma nitidez muito boa e um timbre bem

legal. Ajuda muito mesmo.” Sobre a mixagem, o técnico é

adepto do flat, realizando apenas alguns pequenos ajustes.

Perguntado sobre a passagem de som que havia sido realiza-

da algumas horas antes, José Antônio contou que o clima de

brincadeira que pôde ser sentido naqueles momentos é mais

facilmente transferido para a hora da apresentação quando ca-

racterísticas de alguns instrumentos, bem como as afinações,

são alteradas. “Serve para variar um pouco, sair da rotina”,

afirmou, bem-humorado. •

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Pedaleira digiTech iPB-10, de Chimbinha: controlada por um iPad, não precisa de nenhum tipo de atenção especial por parte do técnico de monitor

A primeira-dama de Eunápolis, Cláudia

Oliveira, Juninho e o prefeito da cidade,

Robério Oliveira: segundo o gerente,

mercado de sonorização tem exigido um

nível cada vez maior de profissionalismo

52 | áudio música e tecnologia

Entre 19 e 23 de setembro, São Paulo – mais pre-

cisamente o Expo Center Norte – será palco da

Expomusic – 29ª Feira Internacional da Música,

Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Aces-

sórios –, maior evento do gênero na América Latina. Pro-

movida pela Abemúsica (Associação Brasileira da Música)

em parceria com a Francal Feiras, o evento irá reunir, em 15

mil metros quadrados, 200 expositores de som profissional,

instrumentos musicais, acessórios, estruturas de palcos e

iluminação. Como se não bastasse, o evento oferece uma

extensa programação musical, com apresentações de diver-

sos estilos, realizadas por músicos dos quatro cantos do

Brasil. Em 2011, mais de 140 artistas realizaram shows e

showcases durante a Expomusic, totalizando impressionan-

tes 500 horas de música.

Segundo o presidente da Abemúsica, Synésio Batista da

Costa, a indústria nacional de instrumentos e acessórios

deve faturar R$ 666 milhões em 2012, o que represen-

ta um crescimento de 11% sobre 2011. Posto isso, vale

destacar que há uma expectativa de que somente a 29ª

Expomusic2012

EmprEsas anunciam sEus lançamEntos E os produtos quE sErão dEstaquE na

29ª Edição do EvEnto

ExPOMUSIC

Expomusic seja responsável por um montante de R$ 250

milhões em negócios.

Nos dois primeiros dias, 19 e 20, o evento é restrito a

profissionais do setor. Já nos dias 21 a 23 a Expomusic

é aberta ao público mediante compra de ingresso, que

custa R$ 20, porém maiores de 60 anos, crianças de até

12 anos, deficientes físicos e portadores de credenciais de

comprador e músico não pagam. O horário para visitação,

dos dias 19 a 22, é das 13h às 21h. Já no dia 23 a feira

estará aberta das 11h às 19h.

O Expo Center Norte fica na rua José Bernardo Pinto, 333,

Vila Guilherme, próximo à estação rodoviária Tietê. Para

mais informações, visite o site www.expomusic.com.br ou

ligue (11) 2226-3100.

Sim: mais uma vez a Áudio Música & Tecnologia e a Edi-

tora Música & Tecnologia estarão presentes nessa grande

celebração do áudio e da música, com um estande na rua

4/5/Q. Passa lá!

áudio música e tecnologia | 53

Expomusic AcedoAudio

No estande da AcedoAudio, o destaque continua sendo o 290,

um amplifi cador single ended que se destaca por sua potência

diferenciada. Ao contrário dos modelos single ended, normal-

mente destinados a aparelhos de estudo – de potência até 5 W

–, a válvula KT88 na saída do 290 possibilita uma potência de

20 W, além de atingir um volume para apresentações peque-

nas e médias com a máxima qualidade. O 290 também conta

com um circuito pré-amplifi cador de três canais, proporcionan-

do timbres limpos, drives poderosos e distorções fortes. Seu

alto-falante 12 AA tem 12” e oferece 80 W de potência.

www.acedoaudio.com.br

Ami music

Entre os destaques da AMI Music estão o sistema sem fi o UHF-5800, da VocoPro, disponível com um, dois, quatro e oito trans-

missores de mão, e o Edge, o novo processador DSP da Symetrix (foto). O equipamento possui arquitetura aberta, o que torna

possível a total customização de seu sistema. Seus recursos incluem mixers, auto-mixers, equalizadores, fi ltros, gates, limiters,

compressores, delays e eliminadores de realimentação. Com portas de entrada e saída de até 80 x 80, o Edge é indicado para

gerenciamento de ambientes grandes e para projetos complexos.

www.amimusic.com.br

54 | áudio música e tecnologia

ExPOMUSIC

Decomac

A Decomac, distribuidora oficial da D&B Audiotechnik no

Brasil, vai destacar em seu estande alguns produtos da

marca alemã. Entre eles, a linha V de line array, que

conta com duas caixas com resposta de frequência entre

67 Hz e 18 kHz. Enquanto o modelo V8 (foto) tem uma

dispersão nominal de 80 graus, o V12 apresenta dispersão

de 120 graus. O subwoofer V-Sub, de frequência entre 37

a 115 Hz, completa a linha.

www.decomac.com.br

cV Audio

O estande da CV Audio vai reunir produtos de marcas representadas pela empresa. Entre eles, o am-

plificador de RF (Booster) S8683 PWS, da Professional Wireless (foto). Indicado para apli-

cação de sinal direto da antena ou no receptor conectado com cabos coaxiais longos,

o equipamento apresenta ganho de 5 ou 15 dB chaveáveis, faixa de frequência de

RF de 470 a 806 MHz, fator de ruído de 2.7 dB, alimentação 12 VDC via BNC ou

conector para fonte opcional (S8683 PS) no painel frontal e controle de alimen-

tação para uso de várias unidades em cascata. A CV Audio ainda vai apresentar a

linha de suportes para iPad 2 desenvolvida pela König & Meyer, os suportes para

pedestal com rosca de 5/8” (a mesma de suportes de microfones) e também um

suporte com haste para fixação em tubos com diâmetro de 7 a 30 mm.

www.cvaudio.com.br

Audiopremier

Representante da Allen & Heath, a AudioPremier levará

duas novidades ao público da Expomusic. A primeira delas

é o mixer GLD-80: um sistema digital ao vivo de mixagem,

conceitualmente baseado na série iLive. O console conta

com 48 canais de entrada de processamento, 20 canais de

mixagem e DSP de energia, além de uma tela 8.4” touchs-

creen. Outro produto que estará exposto é o controlador

para o MixRack, iLive 144 (foto). O equipamento possui um

rack de áudio construído para fornecer entradas e saídas

locais de mixagem, além um controle para cada bloco de

processamento, touch screen, faders motorizados com ca-

madas independentes e SoftKeys. O equipamento permite

ainda uma variedade de áudio módulos I/O, formatos de

rede e opções de alimentação redundantes.

www.audiopremier.com.br

áudio música e tecnologia | 55

56 | áudio música e tecnologia

ExPOMUSIC

Eros

A Eros levará à Expomusic suas linhas automotiva e profissional de

alto-falantes. Entre os destaques estará o E-18 Strike Bass 4.5 K, um

alto-falante de 18” polegadas, com potência máxima de 2.250 wat-

ts, que foi desenvolvido para reproduzir as frequências de subgraves,

com destaque no grave. Também estará exposto o E-12 MG 2.8 K

(foto), um alto-falante de 12” da linha MG. Com potência que chega a

1.400 Wrms, ele foi desenvolvido para reproduzir médio-graves com

alto nível de pressão sonora. Entre outras características do produto

estão resposta da frequência de 45 a 3.400 Hz, sensibilidade de 95 dB,

frequência de ressonância de 50 Hz e massa total (MMS) de 84.815 g.

www.eros.com.br

FZ Áudio

Na Expomusic 2012, a empresa de Fabio Zacarias terá como um

de seus principais destaques o line array FZJ15A. Indicado para

grandes shows e eventos, ele oferece 3.000 watts de amplificação

e permite uma cobertura horizontal de 80 graus. Conta com dois

falantes de 15”, quatro de 8” e dois drivers e tem entradas de

áudio no padrão AES/EBU e conexão para Mac e PC via Ethernet.

www.fzaudio.com.br

Equipo

Como de costume, a Equipo chega à Expomusic com muitas novidades. Uma delas é a caixa

acústica Samson Auro D415 (foto), que combina leveza, componentes de alta qualidade e

engenharia meticulosa e é indicada para aplicações fixas e performances itinerantes. Conta

com woofer de 12” de baixa frequência estendida e driver de compressão de 1,35” em titânio,

oferecendo 400 watts de potência. Outro item em destaque é o novo controlador Waldman

Nitrogen 16, que conta com 16 pads de disparo sensíveis ao contato e velocidade, três bancos

de pads, oito faders deslizantes, seis controles giratórios de curso infinito e 39 saídas, tudo

em um corpo de 33 x 30 x 5 cm (largura x profundidade x altura) que pesa apenas 1,8 kg. Da

Koss, as novidades são os fones de ouvido Koss MV1 e UR50, com resposta de frequência de

10 Hz a 25 kHz e 16 Hz a 22 kHz e sensibilidade de 98 dB SPL e 102 dB SPL, respectivamente.

www.equipo.com.br

58 | áudio música e tecnologia

Habro

A Habro prepara um estande com novidades da Line 6. Entre elas, está a mesa

digital Stage Space M20d (foto), cujo sistema de mixagem foi desenvolvido para

sonorização ao vivo, através da tecnologia touchscreen. Seu DSP proporciona

processamento de áudio profi ssional em todos os canais, incluindo o supressor

de feedback multibanda. A mesa ainda conta com um gravador multicanais,

que permite a captura do áudio com ou sem computador. Seu sistema pode ser

controlado remotamente do palco ou da plateia, através de um iPad. Outros

destaques são os dois modelos do subwoofer StageSource: L3s e L3t, com 1200

W e 1400 W de potência, respectivamente. A Habro também vai apresentar o

Mackie DL1608 – equipamento que combina o poder de um completo mixer

digital com a mobilidade e facilidade do iPad. Através de até 10 iPads, é possível

não só mixar, mas também operar todos seus plug-ins, como EQ, processadores

de dinâmica e de efeitos.

www.habro.com.br

ExPOMUSIC

Harman

O estande da Harman prepara mais de 40 lançamentos das marcas AKG,

Crown, DBX, JBL e Soundcraft para esta edição da Expomusic. Entre as

novidades estão as caixas portáteis SPM, produzidas a partir da união das

engenharias da Selenium e JBL. Outros produtos em estaque são as linhas

ambientais de arandelas e caixas e os woofers das linhas CV5 e PW7, in-

dicados para sistemas de sonorização de pequenos e médios ambientes.

Enquanto a linha CV5 está disponível nos tamanhos 10”, 12” e 15” para

sonorização móvel e fi xa, os produtos da linha PW7 podem ser encontrados

em 8”, 10”, 12” e 15”. Esta série oferece grande desempenho na reprodu-

ção de médias e baixas frequências e é indicada para caixas de duas vias

de reforço de som. Ainda entre os lançamentos está o Whammy-01 (foto),

nova versão do aclamado pedal. Criado há 23 anos, ele tem dois novos

features que valem destaque: Chordal Pitch-Shifting e True Bypass, e conta

com nove confi gurações de harmonia, duas de detune e MIDI input.

www.jblselenium.com.br

Gobos

Em seu estande, a empresa contará com toda a série de microfones da americana

Audix e com a linha completa de sistemas de áudio profi ssional da fabricante italiana

K-array. Um dos produtos da empresa europeia que poderá ser conferido é o line

array KH15 (foto), que utiliza dois falantes de 8’’ com bobina de 3’’ (graves e

médios) e dois drivers de 1.75’’ (altas frequências). Para Esteban Risso, diretor

comercial da empresa, “K-array e Audix se destacam no mundo profi ssional pela

criatividade com que desenvolvem produtos inovadores de altíssima tecnologia.

Oferecem qualidade superior, são práticos, seguros, confi áveis e com excelente

custo benefício, o que tornou estas marcas referências no mercado”.

www.gobos.com.br

áudio música e tecnologia | 59

60 | áudio música e tecnologia

Kadosh

No estande da Kadosh estarão expostos os recém-lançados fones de ouvido profi ssio-

nais KHS-800, KF-700 e KDJ-600. Enquanto o primeiro é voltado ao monitoramento

de mixagens de áudio em home studio – alça com almofadas de couro garantem seu

uso prolongado –, o segundo foi pensado para uso domiciliar, com sua estrutura de

aluminio e almofadas de veludo suaves. Ambos os modelos têm um diafragma PET

de alta qualidade, design closed-back que minimiza o vazamento de som e reduz o

ruído do ambiente. A impedância é de 60 ohms, com uma resposta de frequência

de 15 Hz a 25 kHz. Já o modelo KDJ-600 foi desenvolvido para o monitoramento

de mixagem de áudio em ambientes barulhentos. O equipamento também possui

design closed-back e sua alça é ajustável, com o fone podendo girar 90 graus. Tem

impedância de 32 ohms e resposta de frequência de 20 Hz a 20 kHz.

www.kadoshmusic.com.br

ExPOMUSIC

No estande da Kadosh estarão expostos os recém-lançados fones de ouvido profi ssio-

nais KHS-800, KF-700 e KDJ-600. Enquanto o primeiro é voltado ao monitoramento

de mixagens de áudio em home studio – alça com almofadas de couro garantem seu

uso prolongado –, o segundo foi pensado para uso domiciliar, com sua estrutura de

aluminio e almofadas de veludo suaves. Ambos os modelos têm um diafragma PET

de alta qualidade, design closed-back que minimiza o vazamento de som e reduz o

ruído do ambiente. A impedância é de 60 ohms, com uma resposta de frequência

de 15 Hz a 25 kHz. Já o modelo KDJ-600 foi desenvolvido para o monitoramento

de mixagem de áudio em ambientes barulhentos. O equipamento também possui

design closed-back e sua alça é ajustável, com o fone podendo girar 90 graus. Tem

Léac’s

Entre os produtos que serão expostos pela Léac’s, o modelo VIP

1000 Plus merece destaque. Trata-se de um upgrade da VIP 1000

Ativa, que agregou “Plus” a seu nome por conta dos 1000 Wrms.

Além disso, a caixa sai de fábrica com Fly de seis pontos e saída

para uma VIP 1000 plus passiva. Com dois falantes de 15” e driver

TI, as caixas atendem a ambientes de médio a grande portes, como

igrejas, casas de espetáculo, casas noturnas, teatros e auditórios.

www.leacs.com.br

ibox

A Ibox levará para a esta edição da feira três novas linhas de acessórios exclusi-

vos para violão, guitarra e contrabaixo: Leather Quick Release, Print e VTR. Pro-

duzidas em couro e nylon, as correias da Leather Quick Release estão disponíveis

nas cores branca, preta e marrom e suportam até 20 kg em movimento. Já a

linha Print (foto) de correias femininas apresentam estampas coloridas de bara-

lho ou Artyx-fun e ponteiras de couro. Este modelo tem a capacidade de aguentar

até 12 kg e seu comprimento varia de 83 cm a 1,35 m. Também projetadas para

o público feminino, a linha de bags VTR tem alças de ombro fabricadas em tecido

aerado para maior conforto e conta com almofadas respiráveis na parte traseira,

além de distribuir o peso na região lombar.

www.ibox.ind.br

áudio música e tecnologia | 61

ExPOMUSIC

meteoro

A Meteoro preparou para este ano a repaginação de sua linha Demolidor (foto), que terá novas versões dos amplifi cadores de baixo de 20, 50 e

80 Wrms e de guitarra, com 50 Wrms. Mas a fabricante não deve parar por aí. Um dos lançamentos prometidos para a feira é o Digital Studio 700,

um amplifi cador multiuso com um falante de 15”, saída para fone de ouvido e entrada para foot switch. Pode ser utilizado para locuções ao vivo e

pré-gravadas, tem potência de 170 Wrms e falante de 15”.

www.amplifi cadoresmeteoro.com.br

Numark

A Numark irá apresentar cerca de 40 produtos na Expomusic, entre eles

baterias eletrônicas, controladores para DJs, mixers, caixas acústicas,

conversores e teclados. Uma das novidades é o iDJ Pro (foto), contro-

lador desenvolvido para a plataforma iOS, da Apple. O produto tem

integração total com o Djay Algoriddim, popular app para iPad, além

de também trabalhar com outros aplicativos. É compatível com a

tecnologia sem-fi o AirPlay e possui entrada para dispositivos ex-

ternos e saídas master XLR balanceadas. Outro destaque da em-

presa na feira será o controlador de quatro canais 4Trak, que foi

projetado para ser usado em conjunto com o software Traktor

4TRK, da Native Instruments (mas controla qualquer software com

protocolo MIDI), tem mixer independente e interface de áudio embutida.

www.djnumark.com.br

Lyco

Com o objetivo de, durante a Expomusic, fechar negócios que representem 20% de

suas vendas anuais, a Lyco levará à feira novidades como os microfones sem fi o VHF

de alta performance VH-102 (sistema de mão) e VH-202 (sistema de mão duplo que

pode ser conferido na foto ao lado). Os sistemas possuem duas antenas booster de

recepção, saída de áudio balanceada XLR e não-balanceada P10. Operam numa faixa

de até 50 metros entre as bases e os transmissores, com resposta de frequência de

40 Hz a 15 kHz. As fontes de alimentação dos receptores dos modelos funcionam

em qualquer tensão AC 110-240 V, pois possuem transformador externo. A empresa

ainda mostrará ao público um terceiro lançamento, que é o equipamento para DJs LDJ

300, que oferece oito efeitos DSP, função master tempo e multi cue.

www.lyco.com.br

áudio música e tecnologia | 63

oversound

Para quem pensa em diminuir seu sistema de graves, a Oversound

lança na Expomusic 2012 seu novo subwoofer de 21”, o Oversound

21 1200. Dotado de tecnologia que privilegia a performance, o fa-

lante foi desenvolvido para reproduzir baixas frequências, sendo ca-

paz de suportar grande potência e de oferecer um alto desempenho.

Composto por um conjunto magnético com ímã duplo e um efi ciente

sistema de dissipação térmica, o woofer utiliza cone em celulose especial

e sistema móvel de alta resistência e garante, de acordo com a empresa, um

melhor rendimento do transdutor.

www.oversound.com.br

áudio música e tecnologia | 63

64 | áudio música e tecnologia

ExPOMUSIC

pinnacle Broadcast

No estande da Pinnacle, que neste ano terá a parceria de empresas como The One

Audio, Roland e K&M, o destaque será o Stereo VideoMic Pro, da Røde (foto), micro-

fone padrão para uso em câmeras DSLR que conta com um par casado de cápsulas

condensadoras cardioides de ½” com um par XY, que proporcionam uma imagem

estéreo ampla e com profundidade natural. Dotado de sistema de shock-mount in-

tegrado, que o isola de possíveis vibrações e sons mecânicos que podem interferir na

qualidade do som, ele tem, ainda, controles de energia e equalização, além de um fi ltro

high pass em 75 Hz que corta sons de ar condicionado, tráfi co e outras interferências de

baixa frequência. Ainda na feira, a Pinnacle buscará mostrar ao público a qualidade de modelos

recém-lançados pela Røde, como o dinâmico Procaster, ideal para aplicações broadcast, e o versátil

K2, voltado para uso em estúdios.

www.pinnaclebroadcast.com.br

proshows

Distribuidora de inúmeras grandes marcas do setor, a ProShows levará

para a Expomusic muitos produtos novos. Na linha de microfones, o

destaque fi ca por conta dos kits para bateria LDM 7 e LDM 5, da

Lexsen. Na parte de consoles, as novidades estão por conta

do aguardado X-32, da Behringer (foto), e do Pro-2, novo

console de mixagem ao vivo da Midas. Demonstradas na AES

2012, as caixas KF-740, da EAW, também serão levadas para

a feira, assim como toda a linha de equipamentos para DJ da

Gemini, outra marca que a ProShows passou a distribuir recentemente.

Ainda no estande da empresa haverá uma tarde de autógrafos com o baixista

Stuart Hamm, que lançará, na ocasião, sua linha assinada de baixos Washburn.

www.proshows.com.br

proshows

Distribuidora de inúmeras grandes marcas do setor, a ProShows levará

para a Expomusic muitos produtos novos. Na linha de microfones, o

destaque fi ca por conta dos kits para bateria LDM 7 e LDM 5, da

a feira, assim como toda a linha de equipamentos para DJ da

Gemini, outra marca que a ProShows passou a distribuir recentemente.

Ainda no estande da empresa haverá uma tarde de autógrafos com o baixista

Stuart Hamm, que lançará, na ocasião, sua linha assinada de baixos Washburn.

www.proshows.com.br

penn Elcom

Depois de ser um dos principais destaques da Penn Elcom durante

a AES Expo, realizada durante o último mês de maio, o driver

Colossus Prime 18XS chega à Expomusic na mesma condição. E

não é à toa. Fabricado pela inglesa Fane, o falante de 18” oferece

1.200 watts de potência. Ao seu lado, no estande da empresa, po-

derão ser conferidos outros modelos da série, como os Colossus 15XB

e 18 SB, de 800 e 1.000 watts, respectivamente, e ainda os Sovereign Pro

12-500 e Pro 15-600, com 500 e 600 watts.

www.penn-elcom.com.br

áudio música e tecnologia | 65

66 | áudio música e tecnologia

Quanta

O gerente de marketing do grupo Quanta, Nelson Al-

berti, adiantou que a empresa levará para a Expo-

music 2012 produtos de diversas linhas. Dentre eles,

estarão as interfaces de áudio Fast Track C400 e C600,

da M-Audio, o mixer digital Studio Live, da PreSonus,

a linha XSW de microfones Sennheiser, indicada para

shows e palestras, e toda a linha de caixas FZ Áudio, com

destaque para a FJ08. Além destes produtos, a empresa irá

apresentar o console digital Venue SC48 Remoto (foto), da Avid.

www.quanta.com.br

ExPOMUSIC

Roland

A Roland terá como uma de suas novidades na Expomusic a versão

para iPads do Remote Control Software (RCS), app dedicado que per-

mite o controle do console digital Roland M-480. Segundo informa-

ções divulgadas pela empresa, com o controlador, além de gerenciar

parâmetros, os usuários podem guardar cenas e editar o Channel

Strip (EQ), GEQ e Sends on Fader. Usando uma conexão Wireless

LAN, usuários podem ajustar parâmetros de mixagem no palco ou

ao redor da sala, longe do M-480 posicionado na house mix. Conec-

tando-se o novo adaptador Wireless Connect USB ao M-480 USB, o

console aparece em uma rede wireless e permite ao iPad que o con-

trole. “É claro o sucesso do iPad como ferramenta em aplicações de

áudio ao vivo. Este app é um passo importante no progresso lógico

do nosso desenvolvimento de soluções para controle remoto de equi-

pamentos”, afirma John Broadhead, vice-presidente de tecnologia e

comunicações da Roland.

www.roland.com.br

santo Angelo

Em meio a cabos e conectores, além de acessórios para instrumentos musicais e áudio

profissional, a Santo Angelo anuncia que vai à Expomusic 2012 com o intuito de vender

dois meses de produção nos cinco dias do evento. E serão 20 os lançamentos da fabri-

cante. Entre os principais está a interface digital CSA (foto), especialmente projetada

para uso em dispositivos móveis da plataforma iOS, como iPhone, iPod Touch e iPad. Sua

utilização é simples, bastando conectar a guitarra, violão ou baixo na entrada P10 do CSA

e na saída da interface e ligar um fone ou um amplificador para, assim, poder utilizar os

inúmeros aplicativos do mercado que simulam pedais e amplificadores. Outros

lançamentos que merecem destaque são o Capotraste AC-01, produzido em

liga de alumínio com mola em aço de alta qualidade e almofadas de silicone

para proteção do instrumento, e o cabo Shogun, fabricado com liga de cobre

OFHC na bitola de 0.75 mm² e conectores P10 banhados a ouro 24

quilates, com dupla capa de PVC.

www.santoangelo.com.br

solid sound

Com um longo histórico na fabricação de cases e capas para instrumentos musicais, a

empresa curitibana Solid Sound recentemente ampliou sua linha e levará para a feira

racks tipo fl ight case, produzidos em ABS. Disponíveis em duas cores – preta e grafi te

–, os modelos são leves, práticos e possuem design moderno. Estão disponíveis nos

tamanhos 4, 6, 8 e 12 espaços (foto), sendo que este último também é oferecido na

opção com rodinhas, para um transporte mais fácil. Os racks, que têm tampas frontais

e traseira removíveis, fechos tipos borboleta e alças moldadas, vêm com rails de fi xação

na frente e atrás e acompanham parafusos.

www.solidsound.com.br

Gabr

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68 | áudio música e tecnologia

ExPOMUSIC

sparFlex

A empresa paulista levará à feira seus novos cabos Nitro Bass 150 e Nitro Teclado 100,

que permitem uma menor atenuação do sinal de áudio graças à tecnologia de injeção de

nitrogênio. O Nitro Bass 150 (foto), criado para ter alto desempenho em graves, conta com

plugues P10 SparFlex com ponta banhada a ouro e é disponibilizado em versões de 3, 5 e 7

metros de comprimento. Já o Nitro Teclado 100 é um cabo específico para teclados, instru-

mento que tem seus harmônicos bastante realçados pelo produto, que, a exemplo do outro

modelo, conta com plugues P10 SparFlex com ponta banhada a ouro, sendo dispobilizado

nas versões com 1, 3, 5, 7 e 10 metros de comprimento.

www.sparflex.com.br

staner

A Staner apresentará, durante a feira, o GT-212 e o 212-G, seus novos am-

plificadores de guitarra. Enquanto o primeiro integra a já consagrada linha

Stage Dragon, o segundo é parte da linha Shout, lançada recentemente (na

foto, o modelo Shout 215-G, amp de guitarra com alto-falante de 15” e 140

W de potência). Os novos GT-212 e 212-G contam com alto-falante de 12’’,

oferecem 100 Wrms de potência com alta fidelidade, pré-amps independen-

tes, conexões para efeito, entrada para conexão de pedal, efeito overdrive

com timbre exclusivo e chave Turbo. E se as características técnicas são as

mesmas, o diferencial fica por conta do acabamento. O GT-212 tem um visual

vintage e um estilo mais clássico, com cantoneiras metálicas, ao passo que

o 212-G possui um “ar” mais contemporâneo. Outro destaque da Staner na

Expomusic é que, na ocasião, a empresa já estará disponibilizando para o mer-

cado a linha de produtos da fabricante americana Whirlwind.

www.staner.com

sonotec

A Sonotec Music & Sound, presente há 40 anos no segmento musical, anunciou recente-

mente o início da distribuição dos amplificadores para instrumentos da marca Genz Benz,

cujos modelos já poderão ser conferidos na Expomusic. A alta potência e grande clareza

sonoras em amplificadores e gabinetes de baixo peso é a aposta tanto da distribuidora

quanto da fabricante para seduzir os músicos brasileiros, e este conceito, aplicado em

séries conhecidas, como Shuttle e Shenandoah, mostram alguns diferenciais da marca,

como a utilização de falantes com neodímio. Um dos modelos que poderão ser conferidos

na feira é o STL6.2-210T (foto), da série Shuttle, com dois alto-falantes de 10” de neodí-

mio, 375 watts em 8 ohms e 600 watts com o uso da extensão opcional. Pesa aproxima-

damente 19 kg.

www.sonotec.com.br

áudio música e tecnologia | 69

70 | áudio música e tecnologia

ExPOMUSIC

Tiafl ex

A Tiafl ex terá dois novos produtos na Expomusic. O primeiro é o Micropho-

ne Cable 2 x 0,30 mm2, cabo extra-fl exível com condutores em cobre OFHC

(Oxygen-Free Hight Conductivity 99,9%), bitola de 2 x 0,30 mm2 (22 AWG),

dupla blindagem de alumínio mais trança de cobre fechada e capa externa em

cloreto polivinila emborrachado, livre de metais pesados. O segundo lança-

mento será o do Musical Instrument Cable 0,50 mm2 (foto), também bastante

fl exível e com condutores em cobre OFHC, bitola de 0,50 mm2 (20 AWG),

dupla blindagem com película semicondutiva e trança de cobre fechada e capa

externa em materiais iguais aos do outro modelo. Ambos os cabos servem para

realizar interligações em instrumentos musicais, microfones, equipamentos de

áudio, instalações eletroeletrônicas, entre outras aplicações que requerem uma

blindagem efi ciente contra interferências externas.

www.tiafl ex.com.br

studio R/Nashville

A Expomusic será palco não apenas do lançamento da aguardada série de sistemas de line

array da Studio R (o primeiro modelo a ser apresentado será um line array ativo multiamplifi -

cado, processado e compacto), mas também da volta da linha SKY Sound da fabricante (foto).

Inteiramente renovada, ela tem como principal diferencial o projeto acústico de autoria

de Homero Sette. Os modelos – 600 Fly (com falante de 12”), 700 Fly (falante

de 15”), 2200 Fly (dois falantes de 12”) e 3000 Fly (dois falantes de 15”) – são

produzidos em compensado naval com sistema para fl y PA integrado e possuem

multiamplifi cação processada ativa com fonte bivolt de seleção automática. São

dotados de sistemas exclusivos de proteção com cinco processadores diferentes

e contam com drivers de titânio da fabricante inglesa Fane. Quanto à Nashville,

ela mostrará na feira a Nash1244, novidade que marca seu ingresso no mercado

de caixas ativas. O modelo conta com falante de 12” e driver de titânio, acompa-

nhados de biamplifi cação processada classe AB e classe D de ventilação passiva

e silenciosa com potência combinada de 640 watts.

www.studior.com.br

www.nashvilleaudio.com.br

Yamaha

A Yamaha Musical do Brasil terá como destaque os três modelos da série

de consoles digitais CL Series, que se diferenciam pelo número de faders

e pela quantidade de canais de entrada. Enquanto o CL5 (foto) conta

com três seções de fader para 72 canais de entrada mono e oito estéreo,

o CL3 possui duas seções de fader, com 64 canais de entrada mono e

oito estéreo. Por sua vez, o CL1, que tem dimensões menores, possui

duas seções de fader, com 48 canais de entrada mono e oito estéreo. Os

modelos da CL Series contam com 16 grupos DCAs, 24 vias, oito matri-

zes, master estéreo e mono, com comunicação com os novos I/O racks

RIO3224D e RIO1608D via interface Dante 64 in/64 out. Outro destaque

da empresa será a nova linha de caixas e subwoofers ativos DXR e DXS,

concebida em parceria com a Nexo. Todos os modelos full-range apre-

sentam um ajuste chamado FIR-X Tuning, que otimiza a resposta de fre-

quência e fase ao ajustar o tempo entre os transdutores HF e LF, criando

uma resposta suave na frequência de cruzamento.

www.yamaha.com.br

Colaboraram: Louise Palma, Marcio Teixeira e Rodrigo Sabatinelli

Para mais detalhes sobre o evento, visite nosso site: www.musitec.com.br.

Gabr

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áudio música e tecnologia | 71

TéCNICAS DE ESTúDIO | Alexandre P. Cegalla

Na terceira parte da série sobre plug-ins que simulam o

som de hardware, vamos abordar aqueles dedicados a

emular amplificadores, pedais e racks de efeitos, além de

alguns processadores especiais responsáveis por efeitos

únicos. Atualmente, quase todos os DAWs vêm com al-

gum plug-in que simula efeitos, pedais ou amps. O Logic

9, por exemplo, conta com o Amp Designer, o Pedalbo-

ard, o Guitar Amp Pro e o Bass Amp (os dois últimos já

existiam nas versões anteriores). Já o Pro Tools oferece

o Amp Farm, o Sansamp e o Eleven, enquanto o Cubase

possui o Guitar Amp Simulator e o Sonar tem o Audio

FX-2 e o Amp Sim.

Não nos esqueçamos também dos amps e pedais virtuais

do Garage Band e do TSE X50. Outros plug-ins à venda

que costumam rodar nos principais DAWs são Amplitu-

be (IK Multimedia), Guitar Rig (Native Instruments), Pod

Farm (Line 6), Peavey Revalver, Waves GTR, iZotope Trash,

Overloud TH1, Studio Devil, Kuassa Amplifikation, Nomad

Factory Rock Amp Legends e muitos outros. Entre os gra-

tuitos estão os da LePou (lepouplugins.blogspot.com), Ig-

nite Amps (igniteamps.com), Nick Crow Lab (nickcrowlab.

blogspot.com) e Aradaz (aradaz.blogspot.com).

aMPS E PEDaiS VirTuaiS, SOM aNaLÓgiCO

Amplificadores e efeitos de guitarra e de baixo estão en-

tre os mais modelados pelos plug-ins. No início, os “amps

virtuais” eram uma boa maneira de o músico gravar rapi-

damente suas ideias musicais ou de fazer a pré-produção

do seu CD. Hoje em dia esses plug-ins estão cada vez mais

realistas e são usados até na gravação final de álbuns. Isso

devido, entre muitos fatores, à qualidade do som, à ver-

satilidade e à possibilidade de se mudar as configurações

sempre que desejado, sem modificar o timbre original da

guitarra – geralmente, nesse caso, gravada “seca”.

SOaNDO CaDa VEZ MaiS rEaiSPlug-ins que simulam processadores de efeitos, amps e pedais analógicos

72 | áudio música e tecnologia

usando o amplitube e o Pedalboard para dar mais peso às guitarras

Imagine tocar guitarra em um cabeçote Marshall ligado em um

alto-falante 4X12 da Mesa Boogie e com uma meia dúzia de pe-

dais vintage conectados no FX loop do amplificador? Ou, melhor

ainda, imagine usar o exato setup do seu guitarrista favorito, com

amps, efeitos e até posicionamento de microfones que ele utiliza,

tudo isso dentro do seu computador? É exatamente isso que o

Rammfire, da Native Instruments, faz. Desenvolvido em parceria

com o guitarrista Richard Z. Kruspe, da banda alemã de metal

industrial Rammstein, o Rammfire modela até os microfones Neu-

mann e Telefunken que ele usa para captar o seu alto-falante,

além de simular os prés da Neve utilizados em suas gravações.

O Rammfire é um espécie de “plug-in dentro de outro plug-in”,

pois é carregado de dentro do Guitar Rig. Quem quiser saber mais

sobre ele, pode fazê-lo no site www.native-instruments.com.

No exemplo 1, temos uma produção de rock pesado, com duas

guitarras base, outras duas guitarras melódicas e a guitarra solo

no final. Nas guitarras base usamos o Amplitube Metal (cabeçote

Metal Lead W com alto-falante 4x12 Metal V3) no primeiro insert,

seguido do Pedalboard do Logic 9 (com o pedal Heavenly Chorus)

e um equalizador com high pass filter em 90 Hz (18 dB por oi-

tava), corte de 1.5 dB em 174 Hz, ganho de 1.5 dB em 1.5 kHz,

outro corte de 15.5 dB em 6 kHz e o low pass filter em 10 kHz (6

dB por oitava). Cada uma das duas guitarras estava com o pan

100% para um lado. Depois, gravamos as guitarras melódicas

(pan em 45 para cada lado) usando o gratuito (e muito bom)

cabeçote The Anvil, da Ignite Amps, no primeiro insert, seguido

áudio música e tecnologia | 73

do Amplitube Metal com o cabeçote desligado. Do Amplitu-

be Metal, utilizamos o alto-falante 4x12 Metal T1. Também

usamos os efeitos de chorus, reverb e delay do Amplitube.

Na guitarra solo, foi usado o mesmo setup das guitarras

melódicas, apenas com algumas variações de parâmetros,

equalizador no penúltimo insert, deixando o som com mais

brilho, e um delay no último insert com atraso de 990 sam-

ples, a fim de criar o efeito estéreo. As guitarras foram gra-

vadas direto em linha, passando por um pré API 3124+

antes de chegarem à entrada da interface. Confira elas se-

cas no arquivo MP3 guitarra_dry (que você pode ouvir

em http://tinyurl.com/gtr-dry) e depois veja a diferença na

versão guitarra_wet (http://tinyurl.com/gtr-wet). Os

plug-ins usados apresentaram muita qualidade e um

grau de realismo muito próximo dos amps valvulados. O

Anvil, por exemplo, simula o Mesa Boogie Dual Rectifier,

amplificador que temos em nosso estúdio. A emulação

da Anvil não apenas é superior à de muitos plug-ins

pagos do mercado, como também recria com fidelidade

o peso do Dual Rectifier.

rEVErB CLÁSSiCO

Quando o assunto é reverb, a Lexicon é sempre lem-

brada como um dos maiores fabricantes de processa-

dores desse efeito. A linha PCM de reverbs foi lançada

nos anos 1980 como uma versão simplificada e em

formato rack do caríssimo 480L (tão caro que podia

custar mais do que um carro!), mas sem que houvesse

perda da qualidade do som. Atualmente a Lexicon oferece

diferentes tipos de reverb, chorus, delay, pitch shifter e

outros efeitos da linha PCM em versão plug-in. No caso dos

reverbs, os plug-ins recriam os parâmetros das versões

em rack, incluindo pré-delay, difusão, tamanho da sala,

tempo do reverb, equalização, mix e muito mais. Você

pode adquirir os reverbs da linha PCM separadamente ou

no formato bundle no próprio site da Lexicon.

No exemplo 2, temos esse ritmo percussivo com conga,

chocalho e cerâmica. Sem ambiência, os três instrumentos

soam bidimensionais e até um pouco embolados, mesmo

usando-se o pan e equalização (ouça a versão percussão_

dry em http://tinyurl.com/perc-dry). Mandamos, então,

cada um desses instrumentos para um reverb diferente. A

conga foi mandada para o Lexicon Vintage Plate, com uma

cauda mais longa e mais brilho (preset “vocal plate”). As-

sim, o instrumento foi um pouco mais para trás na mix,

criando uma dimensão de profundidade. Já a cerâmica per-

cussiva foi para o Lexicon Room, com um reverb bem curto,

mais abafado, a fim de deixá-la mais na frente e com uma

certa ênfase nos graves. O chocalho, por sua vez, foi man-

dado para o Lexicon Chamber (preset “medium chamber

1”), cujo canal auxiliar acompanhou o pan de 40 para a

direita da trilha de áudio. Escute o resultado em percussão

reverb (http://tinyurl.com/perc-rev). Os instrumentos es-

tão agora bem mais espaçados e a mix soa tridimensional.

TéCNICAS DE ESTúDIO

No exemplo 3, temos esse piano soando seco demais (ver-

são piano_dry em http://tinyurl.com/piano-dry). Depen-

dendo da situação e do gosto do artista e do produtor, uma

levada como essa até pode ter mesmo pouco reverb, mas

decidimos adicionar uma boa dose de ambiência para dar-

-lhe um ar mais “sinfônico”. Mandamos o som para o Lexi-

con Concert Hall, com um tempo de reverb de 1.4 segun-

dos, difusão de 57% e um leve corte nos agudos. Os outros

parâmetros não foram modificados. Confira como ficou em

piano_reverb (http://tinyurl.com/piano-rev).

Música às vezes é difícil de descrever em palavras, mas nos

pareceu que o reverb dá um toque de emoção à melodia, prin-

linha PcM da lexicon disponível em plug-ins

74 | áudio música e tecnologia

cipalmente nas notas mais agudas. Outro detalhe percebido foi que,

mesmo oferecendo vários parâmetros, os plug-ins da Lexicon são

tão bons que poucos ajustes precisaram ser feitos. Isso porque os

presets que vêm de fábrica já soam ótimos. Certamente é bacana

vasculhar os parâmetros de um efeito e tentar obter diferentes re-

sultados, mas muitas vezes o tempo é curto e o engenheiro de som

precisa achar rapidamente um timbre que agrade a ele e ao cliente.

PEDaL DE CHOruS

Nem sempre os engenheiros de som precisam usar racks e equi-

pamentos caríssimos para obter um determinado efeito de qua-

lidade. Muitas vezes, pedais de butique para guitarra e outros

instrumentos podem se tornar verdadeiras “armas secretas” na

hora de tirar o som pretendido. Um desses pedais clássicos é o

Boss CE-1 Chorus Ensemble. Desenvolvido pela Roland em 1976,

o CE-1 foi o primeiro pedal de chorus fabricado e até hoje é usado

em muitos estúdios não apenas na guitarra, mas também no bai-

xo e nos teclados. E é numa levada de baixo elétrico que vamos

conferir o plug-in UAD Boss CE-1, que emula, inclusive no visual,

o original da Roland. Vamos aproveitar também e avaliar o Am-

peg SVX, da IK Multimedia, que reproduz a sonoridade de vários

modelos desse renomado amplifi cador de baixo.

No exemplo 4, temos o baixo tocando uma introdução em que a gui-

tarra limpa também aparece, a partir do quinto compasso. O baixo

foi originalmente gravado em linha (ouça a versão baixo_dry em

http://tinyurl.com/bass-dry) e carece daquele som mais natural que

só um amplifi cador pode lhe dar. Inserimos, então, o Ampeg SVX

para simular um amplifi cador de verdade. Nesse exemplo usamos

as emulações do cabeçote B-15 e do alto-falante BA-500. Assim

como o Amplitube, o Ampeg SVX também permite inserir pedais

virtuais (“stomp boxes”, em inglês). Usamos o pedal de delay para

dar uma leve profundidade ao instrumento e, em seguida, inserimos

o UAD CE-1, selecionando a opções “chorus” e “dual”. Reduzimos

os níveis de intensidade e de volume do efeito e aumentamos o

depth. O resultado (baixo_wet em http://tinyurl.com/bass-wet) é

um som cheio e sombrio e que não apresenta perda de defi nição.

EFEiTOS ESPaCiaiS

De vez em quando é bom variar e usar efeitos diferentes na

sua mix, caso não queira que ela soe muito “certinha”. O UAD

Roland RE-201 é uma boa ferramenta para conseguir isso. Ba-

áudio música e tecnologia | 75áudio música e tecnologia | 75

seado no Space Echo, que foi lançado pela Roland em

1973, esse plug-in é capaz de produzir spring reverb

(também chamado de “reverb de mola”), tape delay e

outros efeitos “espaciais”. No exemplo 5, usamos o RE-

201 no vocal, na bateria e na guitarra de um reggae. Na

bateria, mandamos o sinal para um auxiliar com o Space

Echo inserido e escolhemos o parâmetro “Retro Rocket”,

que produz um slapback echo. A sua intensidade começa

bem sutil e é aumentada a partir do quinto compasso. A

guitarra toca apenas um acor-

de, repetido até o final da me-

lodia graças ao controle “Repe-

at Rate”, que está no máximo.

O controle “Intensity” adiciona

uma distorção misturada com

modulação e dá o toque psico-

délico à produção.

Os diferentes tipos de echo do

RE-201 podem ser acessados no

“Mode Selector”, que fica bem

no meio da interface do plug-

-in. Automatizamos o plug-in

de forma e selecionar o modo 9

(echo e reverb) na primeira e na

terceira falas e o modo 12 (só

spring reverb) na segunda e na quar-

ta falas. Compare a versão dry_mix

(http://tinyurl.com/dry-mix), sem o

Space Echo, com a wet_mix (http://

tinyurl.com/wet-mix), em que o efeito

pode ser conferido.

Encerramos, com este artigo, a série

sobre plug-ins que simulam o som de

hardware. Existem muitos outros plug-

-ins modelando equipamentos analógi-

cos e a internet é o espaço ideal para

se pesquisar e escutar como cada um soa (em alguns sites é

possível até comparar o original com o plug-in). Os exemplos

mostrados nos três artigos dão apenas uma ideia do que es-

sas emulações são capazes de fazer. Se algum dia elas irão

igualar as versões analógicas, não se sabe, mas o fato desses

plug-ins soarem tão bem já é excelente. Como dissemos no

primeiro artigo: se eles fizerem sua mix ficar melhor, o inves-

timento valeu a pena. •

Até a próxima!

TéCNICAS DE ESTúDIO

Plug-ins do ampeg e do ce-1 no som do baixo

ecos e delays clássicos do roland re-201 no plug-in da uad

Alexandre P. Cegalla atua como engenheiro de som há mais de dez anos e já produziu artistas no Brasil e no exterior. é proprietário do Studio Bunker, em Curitiba (www.studiobunker.com.br).

76 | áudio música e tecnologia

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78 | áudio música e tecnologia

Divu

lgaç

ão

RACKS DE INSTRUMENTOS E EFEITOS NO LIVE (PARTE 1)

TRABALHANDO COM OS GRUPOS DE DISPOSITIVOS QUE PODEM REVOLUCIONAR SUAS PRODUÇÕES

ABLETON LIVE | Lucas Ramos

Se em nosso último encontro aprendemos a utili-

zar efeitos e instrumentos no Live, neste veremos

como é possível trabalhar com grupos de efeitos

e instrumentos através dos racks. Vale destacar: racks são

grupos de dispositivos que atuam juntos sobre um mes-

mo canal e são reunidos dentro de um único dispositivo.

Com isso, permitem criar efeitos e instrumentos comple-

xos através do uso de múltiplos dispositivos atuando em

conjunto, e, ainda, salvá-los todos em um único preset.

Além disso, as possibilidades de roteamento e mapeamen-

to dos racks permitem coisas realmente impressionantes e

que antes eram impossíveis! Vamos conhecer melhor como

funciona isso tudo.

TIPOS DE RACK

No Device Browser é possível visualizar todos os dispositi-

vos próprios do Live que estão instalados em seu computa-

dor, e é lá onde você também encontrará os racks. Há qua-

tro tipos diferentes de racks: Audio Effect (efeitos de áudio),

MIDI Effect (efeitos de MIDI), Instrument (instrumentos) e

Drum (instrumento de percussão).

• Audio Effect Rack – Podem ser inseridos somente em

canais de áudio e podem conter somente efeitos de

áudio (Audio Effects).

• MIDI Effect Rack – Podem ser inseridos somente em

canais de MIDI e podem conter somente efeitos de

MIDI (MIDI Effects).

• Instrument Rack – Podem ser inseridos somente em

canais de MIDI, mas podem conter instrumentos, efei-

tos de MIDI e também de áudio.

• Drum Rack – Assim como os Instrument Racks, podem

ser inseridos somente em canais de MIDI e podem con-

ter instrumentos, efeitos de MIDI e também de áudio.

Para criar um novo rack, basta arrastar um rack vazio

(sem preset) do Device Browser para um canal e depois

inserir os dispositivos desejados, arrastando-os para

dentro do rack. Também é possível inserir normalmen-

te os dispositivos no canal e depois selecioná-los, clicar

Um rack é composto por três partes (Chain List, Rack Devices e Macro Controls), que podem ser acessadas clicando em seus respectivos botões na barra de título do rack

áudio música e tecnologia | 79

o botão direito do mouse e selecionar a opção Group

(ou Ctrl/Cmd + G - Windows/Mac). Um novo rack será

criado, com os dispositivos selecionados em uma única

cadeia de dispositivos.

Presets

Também há diversos presets de racks que podem ser encontrados

no Device Browser com instrumentos e efeitos bastante elaborados

devido às possibilidades que os racks criam. Basta abrir a pasta do

tipo de rack desejado e encontrar o preset que lhe interesse. Vale a

pena dar uma investigada neles, pois há bastante coisa interessante!

Um rack é composto por três partes – Chain List, Rack De-

vices e Macro Controls –, que podem ser acessadas clicando

em seus respectivos botões na barra de título do rack. Tam-

bém há um botão para salvar o rack como um preset e um

botão de Hot-Swap que permite fácil acesso aos presets de

racks no Device Browser.

CHAIN LIST

Os racks, na verdade, são compostos por múltiplas cadeias

de dispositivos (device chains), que são grupos de disposi-

tivos que atuam juntos, em sequência. O Chain List mostra,

em forma de lista, todas as cadeias de dispositivos pre-

sentes no rack. Há controles de volume, mute/solo e pan

para cada cadeia, permitindo “mixar” as diferentes cadeias.

Também é possível renomear cada uma delas clicando com

o botão direito do mouse e selecionando a opção Rename

(ou Ctrl/Cmd + R - Windows/Mac).

ZONAS

Normalmente, todo sinal que entra em um rack é proces-

sado por todas as cadeias de dispositivos do mesmo, em

Auto Select

Quando o botão Auto Select (veja imagem) estiver ativado

(amarelo), as cadeias que estiverem atuando serão automa-

ticamente selecionadas (fi carão amarelas) na Chain List. Isso

pode ser bastante útil para identifi car quando uma cadeia está

sendo ou não acionada.

80 | áudio música e tecnologia

sequência. Mas os racks também permitem distribuir as ca-

deias de dispositivos para fi ltrar o sinal que entra no rack e

defi nir qual cadeia – ou quais cadeias – receberá tal sinal.

Isso pode ser feito através das zonas (Zones), tornando

possível criar instrumentos e/ou efeitos mais elaborados,

com múltiplas camadas de dispositivos.

Há três tipos de zonas: Key (nota), Vel (velocity) e Chain,

e é possível acessá-las através dos seus respectivos bo-

tões (o botão Hide oculta as zonas) no topo da Chain List.

Audio Effect Racks (racks de efeito de áudio) dispõem

somente da zona Chain, pois Key e Vel funcionam somen-

te com MIDI, enquanto os Drum Racks não dispõem de

nenhum tipo de zona.

Cada tipo de zona permite fi ltrar o sinal de acordo com al-

gum parâmetro diferente:

• Key – Permite determinar a zona de atuação de cada

cadeia de acordo com as notas MIDI que forem toca-

das. Com isso, é possível utilizar mais de um instru-

mento no mesmo canal e dividi-los (split) em regiões

diferentes do seu teclado. No topo, é possível ver

a extensão de notas em forma de um teclado. Há

uma barra verde para cada cadeia, que permite de-

terminar a zona de notas onde cada

cadeia irá atuar.

Exemplo: É possível determinar que entre

as notas C2 e B2 (Dó 2 e Si 2) somente

a primeira cadeia da Chain List toque, ao

passo que, entre as notas C3 e B3, somen-

te a segunda cadeia seja tocada. Assim,

se você pressionar um C2 no seu teclado

MIDI, somente a primeira cadeia irá tocar.

Se pressionar um C3, somente a segunda

cadeia tocará.

• Vel – Permite determinar a zona de

atuação de cada cadeia de acordo

com o velocity (intensidade) das no-

tas MIDI que forem tocadas. Isso per-

mite criar camadas de instrumentos

(ou efeitos... ou até instrumentos e

efeitos!), dando ainda mais dinâmica

ao seu som. No topo, é possível ver

a extensão de valores de velocity (1-

127) e há uma barra vermelha para

cada cadeia, o que permite determi-

nar a zona de velocities em que cada

cadeia irá atuar.

Exemplo: É possível determinar que entre os valores 1 e 63

de velocity somente a primeira cadeia da Chain List toque,

enquanto que, entre os valores 64 e 127 de velocity, só a

segunda cadeia. Assim, se você tocar uma nota “fraca”, so-

mente a primeira cadeia irá tocar. Se tocar uma nota “forte”,

somente a segunda cadeia tocará.

• Chain – Esse é o tipo de zona criada para performan-

ce, pois permite ao usuário determinar manualmente

qual cadeia deseja utilizar. No topo, é possível ver a

extensão de valores (1-127), e há uma pequena linha

laranja acima desses valores. Essa linha é chamada

de Chain Selector e permite escolher qual cadeia será

utilizada. É possível arrastá-la para a posição deseja-

da, e somente a cadeia (ou cadeias) cuja barra estiver

localizada sobre o valor onde o Chain Selector se en-

contra irá atuar. Há uma barra azul para cada cadeia.

Tais barras determinam a zona de valores em que cada

cadeia irá atuar. É possível mapear o Chain Selector

para um knob ou fader de seu controlador e alternar

entre as cadeias manualmente, virando uma ferramen-

ta perfeita para performance, pois é possível mudar

rapidamente de instrumento ou efeito em um canal!

Para determinar a zona de atuação de uma cadeia, basta

selecionar um dos três editores (key, vel, chain) e posicio-

Há três tipos de zonas: Key (nota), Vel (velocity) e Chain, e é possível acessá-las através dos seus

respectivos botões no topo da Chain List

ABLETON LIVE

82 | áudio música e tecnologia

nar a barra sobre a zona desejada. É possível mover uma

barra clicando sobre a mesma e arrastando-a para o local

desejado. Também é possível redimensionar o tamanho de

uma barra clicando em uma das extremidades e arrastando

para o local desejado. Com isso, é possível determinar pre-

cisamente a zona de atuação de cada cadeia. É importante

dizer que o sinal presente em um canal sempre será fi ltrado

por todos os tipos de zonas (key, vel e chain) e, portanto, é

necessário sempre checar o posicionamento das barras em

cada tipo de zona.

Também é possível criar fades nas zonas das cadeias, o

que permite convergir cadeias e, assim, obter transições

mais sutis entre as cadeias. No topo das barras das cadeias

há uma linha que determina a duração dos fades em cada

uma. Para criar um fade, basta clicar sobre a linha nas ex-

tremidades e arrastar até o ponto desejado.

RACK DEVICES

Clicando duas vezes sobre uma cadeia na Chain List é pos-

sível visualizar todos os dispositivos presentes na mesma

e ajustar todos os parâmetros de cada dispositivo normal-

mente. Para “esconder” os dispositivos, basta clicar duas

vezes novamente sobre a cadeia.

MACRO CONTROLS

Com muitos dispositivos em um único rack, é provável que

o controle fi que um pouco complicado, pois é necessário

modifi car diversos parâmetros simultaneamente. Os Macro

Controls permitem mapear múltiplos parâmetros a serem

controlados por um só knob. No total, há oito knobs, que se

encontram na parte esquerda do rack. É possível renomear

cada Macro Control e também determinar uma cor (clicando

com o botão direito e selecionando a cor desejada) para

facilitar a identifi cação.

Apertando o botão Map Mode, todos os parâmetros que pode-

rão ser mapeados fi cam “verdes”, e é possível fazer o mape-

amento dos Macro Controls clicando sobre o parâmetro dese-

jado e depois clicando em Map no knob desejado. Uma lista

(chamada Macro Mappings) com todos os controles mapeados

nos Macro Controls (veja imagem) também aparecerá, permi-

tindo determinar os valores máximo e mínimo para cada parâ-

metro mapeado. O mapeamento é similar ao mapeamento de

controladores MIDI e os parâmetros que estiverem mapeados

para algum Macro Control terão uma pequena marca verde no

canto esquerdo superior.

Uma lista, chamada Macro Mappings, permite determinar os valores máximo e mínimo para cada parâmetro mapeado nos Macro Controls

Lucas Ramos é tricolor de coração, engenheiro de áudio, produtor musical e professor do IATEC. Formado em Engenharia de Áudio pela SAE (School of Audio Engineering), dispõe de certifi cações ofi ciais como Pro Tools Certifi ed Operator, Apple Logic Certifi ed Trainer e Ableton Live Certifi ed Trainer.

Com os racks, é possível criar “super” efeitos e instrumen-

tos, com múltiplas camadas e diversos dispositivos traba-

lhando em conjunto, porém salvos em um único disposi-

tivo. E se eu te contar que é possível criar um rack que

contém outro rack, que contém outro rack, que contém

outro rack... Aí começa a complicar o negócio! Mas na pró-

xima edição nós vamos conhecer mais a fundo os racks,

inclusive com alguns exemplos práticos para produção e

performance. Não perca! •

Mês que vem tem mais... Até lá!

ABLETON LIVE

áudio música e tecnologia | 83áudio música e tecnologia | 83

84 | áudio música e tecnologia

MúSICO NA REAL | Fernando Moura

Na minha família, alguns assuntos, embora não sendo tabu,

eram tradicionalmente evitados em reuniões familiares. Além de

drogas e sexo, um dos temas que eram desestimulados com

mais vigor nessas ocasiões era a política. Nada a ver com times

de futebol ou praias preferidas, que sempre são assuntos ines-

gotáveis, mas partidos políticos, discursos e promessas de cam-

panha nunca foram sucesso de audiência no almoço de domingo.

Ao longo do tempo, como produtor musical e instrumentis-

ta, sempre acabaram aparecendo oportunidades profi ssionais

nessa área de jingles de campanha e trilhas para institucionais

de governos e partidos políticos. Pessoalmente, nunca passei

de uma ou outra demo para um candidato, mas sei que é uma

trabalheira danada lidar com muitos caciques de diferentes

praias pedindo “coisas” e modifi cações, afi nal, como sabemos,

“o brasileiro é muito musical”, não é mesmo, leitor? Mas pro-

duzir uma peça de propaganda política é produção de trilha

sonora, música pop ou publicidade?

No artigo desse mês vou contar um pouco do trabalho de pro-

dução de três peças para videoclipes da campanha Acorde Para

Votar, do Canal Futura, cujo objetivo é lembrar aos espectadores

a importância de exercer o voto consciente e participativo. Atra-

vés de uma convocação pela internet, via redes sociais, o canal

convocou os espectadores a contribuir com músicas de qualquer

estilo musical que atendessem a briefi ngs que incluíam temas

como compra de votos e falsidade ideológica.

Chegamos a três músicas de compositores e intérpretes de par-

tes diferentes do Brasil: os gaúchos Felipe e Rodolfo, que for-

mam a dupla Samba Grego, a mineira Julieta Garcia e a dupla

fl uminense Paulo Cezar e Paulo. Cada uma das músicas sele-

cionadas seriam adaptadas às necessidades de tempo de uma

peça publicitária de formato standard de um minuto de duração

e seria feito um videoclipe com cada intérprete. Cada vídeo seria

exibido na programação do Futura por aproximadamente dois

meses.

O processo foi desenvolvido em várias etapas. Depois da seleção

das músicas que vieram em forma de demo, trabalhei, como pro-

dutor musical, cada uma delas. Minha missão seria mostrar o me-

lhor das músicas sem descaracterizá-las, respeitando a estética

de cada composição selecionada e, ao mesmo tempo, atendendo

às necessidades do conteúdo da campanha institucional do Canal

Rola groove nessa combinação?

Música e Eleições

Mon

tage

m (A

M&

T)

áudio música e tecnologia | 85

Futura (veja o primeiro box), completando um mosaico de sotaques

a serviço de uma ideia de eleições mais conscientes.

Produzi demos com a ideia principal de levada e instrumentação de

cada uma delas para debatermos as possibilidades junto à produtora

dos vídeos e ao Canal Futura. Após o retrabalho de alguns deta-

lhes, marcamos a gravação, em meu estúdio e em dias diferentes,

de cada um dos intérpretes. Cada artista gravava a voz na véspera

da gravação do videoclipe e a mixagem era enviada na véspera para

o pessoal da produtora de imagens afi nar o roteiro com o que, afi -

nal, estava gravado e mixado, acrescido de locução/assinatura guia,

enquanto esperávamos algumas celebridades culturais darem seu ok

para gravarem a assinatura da campanha. Muito diferente de “gravar

sua música com toda a calma num home studio”, não acha, leitor?

Pois é: o timing das produções para TV realmente não é para todos...

OS PARTICIPANTES

- Samba Grego, com a música Pense Bem

A dupla gaúcha Felipe Chagas e Rodolpho Bittencourt chegou à con-

vocação feita pelo Canal Futura através de sua produtora, que “fi ca de

olho na internet”, em busca de oportunidades para a dupla. A música,

um pop que, no original, a bordo de um violão e voz, veio com DNA

de Lenine e Zeca Baleiro em sotaque gaúcho, foi repaginada a pedido

do cliente para uma pegada menos regional e com mais punch pop.

A melodia, com algumas nuances sutilmente autorais, não foi mexi-

da, e a harmonia também veio adequada, afi nal, Felipe vai estudan-

do arranjos com um livro do Henry Mancini que eu também estudei

Felipe e Rodolpho formam o Samba Grego: versão fi nal

da música ganhou pegada menos regional

Fer

nand

o M

oura

86 | áudio música e tecnologia

MúSICO NA REAL

(não se esqueça de devolver o K7 que eu te

emprestei!). A letra, sob responsabilidade de

Rodolpho, atendeu ao briefi ng do cliente e teve

apenas uma palavra alterada.

Felipe e Rodolpho se prepararam bem para a

gravação e acreditam estar seguindo “a traje-

tória normal de um trabalho autoral de MPB”,

sonhando com “uma sequência maior de sho-

ws” para poderem se desenvolver melhor ar-

tisticamente. Afi rmam que a internet “dá uma

exposição muito interessante para o artista,

mas não resolve a questão fi nanceira”, e no

que diz respeito a estratégias para fi nanciar

custos, pensam que “as leis de incentivo es-

tão sendo usadas até por artistas com mais

tempo de estrada do que nós, então isso é

sinal de que o caminho pode ser esse”.

Tirando o fato da fi gurinista dos clipes ter

vetado as camisas coloridas de Rodolpho para a gravação, pa-

reciam bem felizes e animados em sua primeira visita ao Rio de

Janeiro. Estão com um CD de sete músicas gravado em Porto

Alegre já lançado e maiores informações sobre a dupla podem

ser obtidas em [email protected].

- Julieta Garcia, com a música Vote

A mineira de 20 anos, dos arredores de Governador Valada-

res, fez sua primeira gravação profi ssional nesse trabalho e tem

tudo para continuar no mundo da música por um bom tempo.

Julieta possui uma voz de timbre agudo, forte, mas sem ser

estridente. Uma raridade que vale a pena conferir. Compôs a

música tocando no violão os poucos acordes “aprendidos em

aula de música há muito tempo” e lamenta não ter em sua ci-

dade uma escola boa para aprender um pouco de teoria, “que é

tão importante para a música”. Combinando o desembaraço da

juventude a uma certa sorte de principiante, gravou a voz em

dois takes e mostrou musicalidade ao acompanhar a mixagem

e os detalhes de teclado que foram surgindo depois que a voz

estava gravada, pois eu havia mutado alguns canais para não

tumultuar a atenção de quem estava, pela primeira vez, numa

cidade grande e num estúdio de gravação.

Um detalhe curioso nessa música é que foram tentadas vá-

rias ideias de bateria e percussão programadas, tocadas e

sampleadas, e o que deu mais certo foi a ausência de instru-

mento rítmico, fi cando o acompanhamento por conta apenas

dos violões de nylon e aço, das guitarras e do baixo. “Ficou

exatamente como eu havia imaginado”, sentenciou docemente

Julieta, com a sabedoria de suas duas décadas de vida. Todo

produtor sabe que esse é o maior elogio que se pode ter de um

artista e eu ganhei meu dia também.

- Paulo Cezar e Paulo, com a música Brasil Nota Dez

A dupla de Miguel Pereira foi selecionada por seu samba origi-

nal e inspirado que fala da compra de votos, fato corriqueiro

no interior fl uminense, segundo os próprios artistas. A demo

deles estava bem trabalhada, afi nal, os dois têm experiência no

mundo profi ssional: Paulo Cezar atua como cantor e compositor

nas noites e Paulo, além de tocar viola de dez cordas, tem um

estúdio para produções locais.

Depois de escolhida a música e feitas as modifi cações na letra

a pedido do canal, gravei uma demo do arranjo com minha voz

guia, como fi z com todos os participantes para que treinassem

as mudanças eventuais que tive que promover em levadas, har-

monias e estruturas, mesmo procurando respeitar ao máximo a

integridade artística dos participantes.

Julieta Garcia: voz com timbre raro e gravação do jeito que ela imaginava

Fer

nand

o M

oura

áudio música e tecnologia | 87

O CLIENTEBate-papo rápido com Lúcia Tupiassú,

responsável pelo projeto Acorde Para Votar

Lúcia Tupiassú, paraense de 28 anos, ocupa o cargo de redatora publicitária no Ca-

nal Futura e é a pessoa responsável pela realização do projeto Acorde Para Votar.

Em bom português: ela representa o cliente (vinheta com metais e tímpanos). Muito

longe de uma relação convencional e autoritária com os fornecedores e artistas,

Lúcia vestiu a camisa, acompanhou as gravações e mixagens pessoalmente e fez

todo um meio de campo entre artistas, produtores e diretores, o que foi fundamental

para o sucesso do projeto.

Quais as motivações do projeto Acorde Para Votar? Vocês poderiam ter en-

comendado uma peça publicitária a uma produtora ou agência de publici-

dade profi ssional...

Lúcia Tupiassú: A intenção do projeto é conscientizar nosso público sobre a impor-

tância do ato de cidadania que é o voto. A estratégia do Futura foi abordar o tema,

comumente tido como chato ou cansativo, de forma descontraída. Daí a opção por

clipes musicais, quase jingles, tratando do assunto. Despertar a identifi cação do públi-

co jovem é nosso desafi o e por isso buscamos gêneros musicais populares, de grande

apelo. Outro fator estratégico foi a opção por composições feitas não por profi ssionais,

mas por “gente comum”, aqueles com quem queremos falar. Encomendar peças prontas

de uma agência ou produtora poderia ser menos trabalhoso, mas certamente não nos

colocaria tão próximos da nossa audiência.

Qual a expectativa do Canal Futura em relação às peças produzidas?

LT: Em primeiro lugar, queremos chegar ao nosso público. Conseguir chamar a atenção

da audiência para um tema como esse, em meio a tanta informação, já é um desa-

fi o. Buscamos sensibilizar essas pessoas para a importância do voto e da democracia,

desconstruindo o senso comum que relega o assunto ao descrédito. Se colocarmos os

refrões na boca do povo, quem sabe não provocamos a refl exão na cabeça da gente?

E o produtor musical é peça-chave nesse projeto. É a nossa garantia de que teremos

produtos de qualidade, mesmo trabalhando com músicos não profi ssionais. O produtor,

além de nos emprestar seu faro musical durante a seleção das músicas, também enri-

queceu todos os arranjos.

áudio música e tecnologia | 87

88 | áudio música e tecnologia

Parafraseando a máxima “se macumba ga-

nhasse jogo, o campeonato baiano terminaria

empatado”, poderia dizer que se jingle de-

cidisse eleição, a de 2012 no Rio estaria na

fronteira do W.O. artístico. Não identifi quei

nenhum refrão daqueles que grudam ou se-

quer um bordão que vá se incorporar ao dia a

dia do carioca, mas entendo que não depen-

de só da inspiração dos compositores: tem o

briefi ng da agência, a orientação do comando

de campanha e muita coisa pode ser decidida

na base do gosto pessoal do candidato ou de

um amigo “que também é músico” (quem não

tem um, não é mesmo, leitor?).

Isso talvez explique o porquê de, em um lugar

mundialmente reconhecido como celeiro mu-

sical, duas das maiores expressões da música

carioca, a bossa nova e o funk, não tenham sido

representadas (pelo menos até o momento que

escrevo esse artigo) nos jingles de campanha

dos principais candidatos à Prefeitura do Rio.

A seguir, uma rápida apreciação musical e

técnica de cada uma das obras. Desde já que-

ro deixar bem claro que não tenho preferência

política por candidato algum e nem sei quem

são os profi ssionais que realizaram cada uma

destas peças, seja na criação, seja na produ-

ção musical.

Eduardo Paes

Uma verdadeira coletânea

de melhores momentos da

história dos sambas en-

redo do carnaval carioca

costurados de maneira a passar a mensagem

que “o sonho continuará”. Produção cuidada,

embora não luxuosa, gravada com músicos

que sabem o que estão fazendo no mundo do

samba. Um detalhe curioso é uma insistente

intervenção de um rulo de tímpano como que

para pontuar com “grandiosidade” vários tre-

chos da música.

Ouça: http://tinyurl.com/epaes

Marcelo Freixo

Uma mistura de groove

dos anos 1980, guitarras

com wah-wah e comen-

tários de instrumentos do

mundo do samba, como cuíca e tamborins,

sobre uma harmonia imutável de II m 7/V7. É

claramente inspirada em momentos da músi-

ca carioca dos anos 1990 (via Rappa e Gabriel

O Pensador, entre outros). Uma participação

“assinada” de Caetano Veloso parece ser o

maior trunfo desta peça que não tem um re-

frão empolgante nem memorável, e que me

parece um pouco sofi sticada para além das

fronteiras da Zona Sul carioca.

Ouça: http://tinyurl.com/mfreixo

Rodrigo Maia

Um samba mais sofi stica-

do, com toques de canção

e inspirações pescadas no

universo de Zeca, Arlin-

dinho e outros grandes do samba. Produção

cuidada, com coro e instrumentistas conhece-

dores do mundo do samba. Tem uma melodia

de refrão muito parecida com sucessos antoló-

gicos do estilo, mas que está no meio da músi-

ca, e, aí, mais uma vez o fenômeno do “refrão

chiclete” não acontece.

Ouça: http://tinyurl.com/romaia

Otávio Leite

Uma pegada próxima do

funk samba que começou

lá atrás com Fernanda

Abreu, seguiu com Faro-

fa Carioca e se entronizou com Seu Jorge.

A produção musical aqui, embora cuidada,

é visivelmente mais modesta que a dos con-

correntes. Apesar da insistência em repetir o

nome do candidato que é claramente menos

conhecido do público, não chega a empolgar

como refrão.

Ouça: http://tinyurl.com/oleite

Aspásia Camargo

Inspiração difícil de de-

tectar porque mistura um

clima de seriado de TV dos

anos 1980 com a harmo-

nia dominante/tônica típica de Bebeto e revi-

sitada com sucesso por Marcelo D2, entre ou-

tros. O estilo musical não combina bem com

as propostas políticas do PV. Talvez seja uma

daquelas tentativas de “sensibilizar o eleitora-

do jovem”, mas que a meu ver não funcionou

pelo acúmulo de elementos.

Ouça: http://tinyurl.com/acamargo

MúSICO NA REAL

E POR FALAR EM ELEIÇÕES...Analisando os jingles da campanha para prefeito do Rio de Janeiro

áudio música e tecnologia | 89

Fernando Moura é fl amenguista, músico, compositor, arranjador e produtor musical, além de ex-fumante. Visite www.myspace.com/fernandomoura.

Dois dias antes da gravação, chegou uma mensagem de que os auto-

res teriam fi cado “muito decepcionados com o arranjo porque estava

sem qualidade e com o som cheio de chiados”. Como todas as grandes

bombas, essa chegou num sábado e não havia muito o que fazer a não

ser explicar que o MP3 não tem uma qualidade confi ável, mas mesmo

assim fi quei intrigado com isso. Ao chegarem para gravar, ouviram

duas vezes a base, e Paulo Cezar, o cantor, sentenciou: “está totalmen-

te diferente do que ouvimos e está muito bom”. “Mas o que aconte-

ceu?”, perguntei, mais intrigado ainda. “Ouvimos nos alto-falantes de

meu laptop logo depois de downloadeado e o som estava muito ruim.”

O leitor arguto já entendeu o que se pode aprender desse aconteci-

mento: em tempos de internet, é preciso sempre perguntar em que

condições o nosso parceiro ouviu a música e talvez valha a pena in-

vestir num conversor de Wave para MP3 de boa qualidade, como os

Sonnox Frauhofer Pro Codec (http://tinyurl.com/sonnox).

Procure saber e até mês que vem, na estrada com uma sequência de

shows que nem o Indiana Jones talvez fosse capaz de dar conta. •

Até lá.

Paulo Cezar e Paulo: chiados nos alto-falantes de um laptop

foram motivo de preocupação para a dupla

Fer

nand

o M

oura

áudio música e tecnologia | 89

CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES | Ricardo Gomes

R ecentemente, entrevistei vários profi ssionais aqui

em Londres. Conversei com engenheiros de som

de diversas áreas, como masterização, mixagem

em estúdio e mixagem ao vivo. É muito interessante notar

como a paixão de cada um pela música e pelo áudio faz

com que eles dividam com a gente várias dicas e histórias

interessantes, sempre com muito entusiasmo.

Depois de tantos engenheiros, queria entrevistar alguém

que combinasse as atividades de compositor e produtor.

Um profi ssional que utilizasse os mais modernos recursos

tecnológicos (como instrumentos virtuais e plug-ins de

efeito) para criar soundtracks para fi lmes, comerciais de

TV, games etc.

Foi quando eu conheci a fi nlandesa Anné Kulonen, uma

compositora, sound designer e cantora que vive e traba-

lha em Londres. Anné faz música para comerciais de TV e

fi lmes. Seu trabalho inclui campanhas nos mais variados

lugares do mundo, como Reino Unido, China, Nova Zelân-

dia e Canadá, para clientes como Epson e Ponds. Anné

também fez música para os fi lmes The Foundling (em 3D)

e By Night, que foi fi nalista do Berlin Today Award, no Fes-

tival Internacional de Berlim 2010.

Com a palavra, Anné Kulonen!

Como começou sua carreira de compositora e produ-

tora. Você tem background como instrumentista?

90 | áudio música e tecnologia

TOQUE FEMININO

SOUND DESIGNER FINLANDESA ANNÉ KULONEN FALA SOBRE A COMBINAÇÃO DE ABORDAGENS TRADICIONAIS COM NOVAS

TECNOLOGIAS NA COMPOSIÇÃO DE MÚSICA PARA TV E CINEMA

Anné Kulonen: Virar compositora e trabalhar com música

e áudio foi um caminho muito natural pra mim. Música

sempre foi minha maior forma de expressão. Estive en-

volvida com performance e composição desde muito nova,

e, pra mim, sempre representou um universo no qual eu

poderia mergulhar e me “perder” completamente, não

importando qual fosse a situação da minha vida. Quando

você está compondo e, de repente, tudo se encaixa, você

percebe que tudo está exatamente da maneira que deveria

estar. Eu me considero privilegiada por fazer parte e ga-

nhar a vida com algo que me preenche tanto do ponto de

vista criativo quanto emocional.

Para mim, ter um background musical é defi nitivamente um

grande benefício, pois permite que eu me expresse mais

livremente e facilita a comunicação das minhas ideias aos

outros. Acho que esse meu background aparece em tudo

o que eu crio e funciona bem quando combinado com uma

abordagem mais tecnológica.

Você tem algum tipo de educação musical?

AK: Sim. Estudei desde muito nova. Primeiro, focando em

música clássica, em um conservatório tradicional da Fin-

lândia, com o piano como meu instrumento principal. Mais

tarde, em Londres, completei uma graduação estudan-

do composição e vocal de jazz combinada com a arte do

som. O conteúdo do curso envolvia uma grande variedade

de assuntos, como tecnologia da música, técnicas de es-

túdio, música eletroacústica e acústica. Para mim, estudar

todos esses aspectos da produção de áudio e da música

foi imensamente valioso. Tanto a capacidade de entender

abordagens mais tradicionais quanto a de utilizar novas tec-

nologias são importantes ferramentas no processo criativo.

Na minha opinião, quanto mais ferramentas você tem, mais

liberdade você tem ao se expressar criativamente.

Quais equipamentos você utiliza?

AK: Eu viajo muito por diversos continentes, tento man-

ter meu setup pequeno e o mais portátil possível para

que eu possa trabalhar onde estiver. Os principais com-

ponentes que eu estou usando agora são um Quad-Core

Mac Pro rodando o Logic Pro como meu principal software

ou meu Macbook Pro, se eu estiver viajando. Dependendo

Divu

lgaç

ão

de onde estou e do que preciso, vario entre as interfaces

de áudio Motu Traveler e Apogee Duet, que é compacta e

tem um bom som.

Tenho alguns microfones, mas normalmente uso um Røde

NT4 estéreo, que é muito bom para gravar em diferentes

confi gurações. Os monitores que uso são os Event Tuned

Reference 5s, que tenho há anos. Devo também adquirir

um par de Genelecs em breve. Utilizo muito instrumen-

tos virtuais e plug-ins de efeitos do Logic e stand-alones

e gosto especialmente dos softwares da Spectrasonics e

da Native Instruments. Uso regularmente Kontakt, Battery,

Omnisphere, Trillian e Absynth.

Hoje em dia, com tanta gente usando os mesmos ins-

trumentos virtuais, loops e sample libraries, qual é o

segredo para manter a sonoridade interessante, ori-

ginal e autêntica?

AK: Eu acho que o ponto é ser verdadeiro consigo

mesmo e com sua visão criativa. São a sua visão e a

abordagem pessoal que fazem sua música ter auten-

ticidade e se destacar. E quanto mais você cria, mais

essa visão se fortalece. Também é importante estar

sempre aprendendo e se desenvolvendo, estando

aberto a todo estímulo artístico à sua volta, seja vi-

sual, auditivo ou qualquer outro tipo de experiência

que sirva de inspiração para o seu trabalho.

Tanto a capacidade de entender abordagens mais

tradicionais quanto a de utilizar novas tecnologias

são importantes ferramentas no processo criativo "

"

No meu caso, raramente uso loops e tento usar ao

máximo minhas próprias gravações e sons. É bom

sempre tentar uma abordagem não-convencional e

não-ortodoxa, tanto na maneira de gravar quanto no

processamento. No meu trabalho, adoro misturar sons

mais experimentais com instrumentos mais tradicio-

nais para tentar criar sempre algo surpreendente e único.

Quais as principais diferenças entre fazer música

para o trabalho de um artista e fazer música para

uma imagem?

AK: Compor e produzir meu material como artista solo me

permite total liberdade de expressão e é a refl exão mais

direta da minha abordagem artística, uma vez que existe de

forma completamente independente. Se você estiver fazen-

do música para um outro artista, você precisa obviamente

ter em mente o estilo e a imagem desse artista para que

sua música se ajuste ao perfi l dele.

Sobre fazer música para imagem, o estilo e o gênero para um

determinado projeto é basicamente guiado pelo meu entendi-

mento do signifi cado e da mensagem do projeto e pela visão

do diretor. Na composição para imagem você tem que ser bem

sensível ao que está se passando na tela e deve achar um ca-

minho para que a música complemente e enalteça a imagem,

e não para que compita ou entre em confl ito com ela.

92 | áudio música e tecnologia

CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES

Røde NT4 estéreo: modelo, empregado em diferentes confi gurações, é o mais usado por Anné

Anné

Kul

onen

áudio música e tecnologia | 93

CONExãO LONDRESCONExãO LONDRES

Na sua opinião, quais características são

importantes para um bom compositor/pro-

dutor que trabalha com audiovisual? Algu-

ma dica para quem está começando?

AK: Existem, claro, algumas regras e algumas

ferramentas que compositores usam para atingir

um determinado efeito na cena, mas boa parte

também é intuitiva. Você também precisa enten-

der que, para que a imagem respire, às vezes a

melhor coisa que se po de ter é o silêncio.

Além da habilidade técnica e musical, é impor-

tante ser capaz de se comunicar bem com as

pessoas, ser versátil e adaptável e estar disposto

a trabalhar duro, muitas vezes com prazos e or-

çamentos apertados. Às vezes, pode ser uma profi ssão dura,

então são muito úteis a perseverança, a dedicação e saber

lidar com a rejeição. E, acima de tudo, você deve ser capaz

de confi ar na sua criatividade.

Você acha que há alguma área em particular onde

vai haver mais demanda por música e áudio, como

No fi m das contas, ao fazer música para imagem você está

trabalhando no projeto de uma outra pessoa e precisa achar

um caminho que deixe essa pessoa feliz e que também con-

temple a sua visão artística.

Como você vê a relação entre música

e sound design? Você acha que cada

vez mais essas atividades se mistu-

ram ou devem ser tratadas de forma

independente?

AK: Defi nitivamente, eu sinto que música

e sound design não são entidades separa-

das, como costumavam ser. Elas estão se

sobrepondo e se misturando muito mais

do que antes. Eu constantemente combi-

no elementos mais tradicionais com outros

que têm uma abordagem mais criativa do

ponto de vista de sound design. Os grandes

avanços da tecnologia e sua acessibilidade

têm facilitado muito a vida dos composito-

res e produtores no sentido da experimen-

tação com o uso do som de forma

geral, o que torna o trabalho com

áudio muito mais interessante.

94 | áudio música e tecnologia

Estação de trabalho com interface de áudio Motu Traveler e monitores Event Tuned Reference 5s. No quesito softwares, Anné destaca gostar especialmente dos lançados pela Spectrasonics e Native Instruments

Anné

Kul

onen

“São a sua visão e a abordagem pessoal que fazem sua música ter autenticidade e se destacar. E quanto mais você cria, mais essa visão se fortalece”, afi rma Anné

Divu

lgaç

ão

games, aplicativos, internet ou telefones celulares?

Seus planos para o futuro apontam em que direção?

AK: Eu acho que a demanda por produção de música e áu-

dio para internet e dispositivos móveis vai seguir crescendo

no futuro. Nos últimos anos houve grande crescimento da

demanda para música em games, que agora estão compe-

tindo de igual para igual com grandes fi lmes comerciais no

que diz respeito a valores de produção e orçamentos.

Sinceramente, eu amo compor música para imagem e tenho

muita sorte de ter trabalhado em tantos projetos interessan-

tes. Pretendo continuar trabalhando com comerciais de TV

em todo o mundo e aumentar meu trabalho para cinema. O

processo de trabalho de um comercial é bem diferente do de

um fi lme, e eu adoro estar envolvida nos dois. Parte do meu

tempo também será direcionada para a minha carreira como

artista solo. Ainda não me envolvi com a composição para ga-

mes, mas é outra área que pretendo considerar no futuro. •

Ricardo Gomes é guitarrista, produtor e sound designer. Atualmente mora em Londres, onde concluiu um mestrado em produção de áudio pela Universidade de westminster. Procura combinar arte e técnica, inspi-ração e transpiração, Brasil e Inglaterra. Site: www.rgxproductions.com

96 | áudio música e tecnologia

Um bom Carignano combina com uma bela paleta assada

de carneiro, mas você pode preferir um bom Malbec nesse

dia. Quem sabe é o dia de abrir aquele Barolo guardado,

o mesmo de preço mentido por questões

anticonfl ito. Certamente um Beaujolais não

combina, mas pode ser o último amigo pre-

sente na adega. Quer saber? Pega a loira

mesmo lá no freezer. Talvez duas.

Não importa se você gosta do feijão embai-

xo do arroz ou se você prefere um morrinho

menos escamoteado. O que importa é fazer

do seu jeito, ou melhor, ter opção para fazer

do seu jeito. Para isso há ajustes de prefe-

rências no Pro Tools e a Avid tem uma técnica

para lembrar a você que ela existe. Em quase

todos os lançamentos de Pro Tools há ao me-

nos alguma mudança sutil nas preferências

globais que faz com que a gente abra o Pro

Tools pela primeira vez (depois da centésima

quarta instalação) e diga “Ué!”. Daí, algumas

voltinhas no menu Preferences e tudo volta a

ser como a gente gostava. É um jeito de esti-

mular um pouco mais o espírito investigativo.

Tá certo que não dá para personalizar o Pro Tools como per-

sonalizamos alguns outros softwares, concorrentes, inclusi-

ve, mas o que temos à disposição para alterar faz parte de

uma fi losofi a lógica muito bem pensada que pretende dispo-

nibilizar ajustes para você adequar o Pro Tools ao seu estilo

PREFERÊNCIA NÃO É PERSONALIZAÇÃO

PRO TOOLS | Daniel Raizer

Como ajustar alguns parâmetros para trabalhar melhor no Pro Tools

A janela Preferences exibindo a guia MIDI

de trabalho e abstrai a permissão de colocar uma moldura

cor de rosa de coraçõezinhos em volta da Edit Window ou a

criação de um template estilo He-Man.

A partir do menu Preferences, que reside dentro do Menu

Setup (e também do Menu Pro Tools, para os usuários dos

computadores da maçã), podemos acessar o conjunto de

ajustes particulares do Pro Tools. Não é um lugar obriga-

tório de visita para se começar a usar o Pro Tools, pois o

áudio música e tecnologia | 97

software irá funcionar muito bem com as confi gurações default

e talvez nunca seja necessário mudar nada.

O mais importante a ser lembrado é “como” as preferências fun-

cionam, e não “qual parâmetro“ elas permitem que seja ajus-

tado; não que esse último item não seja importante também...

Veja: as preferências do Pro Tools são regidas por dois universos

– o global e o local. As preferências globais permitem que o

usuário ajuste parâmetros que fi carão defi nidos para todas as

sessões abertas a partir de então, sejam elas criadas no futuro

ou vindas do passado. As preferências locais afetam parâme-

tros que serão aplicados apenas às sessões atualmente em uso

(abertas) e também afetam aquelas que serão criadas depois

disso. Isto é muito importante, pois toda sessão nova terá as

mesmas preferências locais da anterior. Agora, é importante sa-

ber diferenciar as preferências globais das locais. Para isso, abra

a janela Preferences do Pro Tools e consulte a lista a seguir.

As preferências locais são:

- Guia Display

• Campo Edit Window Default Length

• Caixa Always Display Marker Colors

• Seleção Default Track Color Coding

• Seleção Default Clip Color Coding

- Guia Operation

• Campo Custom Shuttle Lock Speed

• Campo Back/Forward Amount (Pro Tools HD e Pro Tools com

o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)

• Caixa PEC/Direct Style Input Monitoring (Pro Tools HD e Pro

Tools com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)

• Caixa Destructive Punch File Length (Pro Tools HD e Pro Tools

com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)

- Guia Mixing

• Seleção Coalesce Trim Automation (Pro Tools HD e Pro Tools

com o pacote Complete Production Toolkit 2 apenas)

- Guia Processing

• Caixa Convert Imported WAV Files To AES31/BroadcastWave

áudio música e tecnologia | 97

98 | áudio música e tecnologia

PRO TOOLS

- Guia MIDI

• Opção Play MIDI Notes When Editing (Essa preferên-

cia não está na guia MIDI; para desativá-la é neces-

sário clicar em seu ícone na Edit Window, mas este

só aparece se houver uma pista de MIDI ou de

instrumento na sessão; seu ícone tem a forma de

um plug de MIDI)

• Caixa Display Events as Modifi ed by Real-Time

Properties

• Caixa Automatically Create Click Track in New Ses-

sions (Opa! Agora você sabe qual caixa desligar

para não aparecer mais a pista de metrônomo toda

vez que criar uma sessão!)

• Campo Default Thru Instrument

• Campo Pencil Tool Resolution When Drawing

Controller Data

• Seleção Delay for External Devices Options (Pro

Tools HD e Pro Tools com o pacote Complete Pro-

duction Toolkit 2 apenas)

Não é muito intuitiva essa diferenciação entre prefe-

rências globais e locais, pois não há uma observação

indicativa de seu gênero em cada uma delas ou uma

cor ou guia que as diferenciem. Mas acredite: não faz

muita diferença.

As únicas preferências que costumo mudar são:

Ícone Play MIDI Notes

When Editing desabilitado

Inserts mostrando a preferência de

exibição de plug-ins por fabricante

• Habilitar a caixa Timeline Insertion/Play Start Marker

Follows Playback na guia Operation (na verdade, cli-

co no seu ícone de atalho na Edit Window). Quando

ativa, faz o cursor (playhead) tocar a partir do último

lugar onde parou, e não do lugar onde estava antes.

Muito prático.

• Na guia Display, habilito a caixa Always Display

Marker Colors para que o espaço entre os marcadores

em sua régua fi quem preenchidos com cor, facilitando

a visualização dos diferentes trechos da sessão.

• Ainda na guia Display, a opção de colorir os channel

strips da Mix Windows de acordo com o tipo da pista

(opção Track Type do campo Default Track Color Coding).

Uma preferência que julgo necessária manter, principal-

mente para quem ainda está desbravando o Pro Tools, é a

caixa Function do campo Tool Tips da guia Display. Ela está

ativa por default e mostra o nome do parâmetro em que

está o ponteiro do mouse. Quando você já estiver confi ante

áudio música e tecnologia | 99

Barra de marcadores com a exibição de preenchimento ativa

Daniel Raizer é especialista de produtos sênior da Quanta Brasil, consultor técnico da Quanta Educacional, músico e autor do livro Como fazer música com o Pro Tools, lançado pela editora Música & Tecnologia. Mantém o blog pessoal danielraizer.blogspot.com.

o sufi ciente com o Pro Tools e entediado com as constantes

caixinhas explicativas, simplesmente desabilite-a aqui.

Outra preferência cujas variantes julgo interessante ava-

liar diz respeito à forma como os plug-ins são organiza-

dos. Esta fi ca na guia Display, no campo Organize Plug-In

Menu By, e suas opções são Category (Categoria), Manu-

facturer (Fabricante) e Category and Manufacturer (am-

bos). Dependendo de sua compulsão por plug-ins, talvez

você goste mais de outra opção além da default.

É verdade: o Pro Tools não é tão amistoso para quem quer

personalização em vez de preferências, mas quem quer isso

realmente? Uma preferência é tomar um Chianti a 16 graus.

Uma personalização é misturar, com a Sangiovesi, um pou-

co de Tannat. Talvez não seja uma boa ideia. •

Abração e até a próxima!

áudio música e tecnologia | 99

100 | áudio música e tecnologia

UTILIZANDO O IPAD COM O SONAR

SONAR | Luciano Alves

Nos últimos números da AM&T detalhei o Menu/Preferences do Sonar

X1 Producer. Ficaram faltando, ainda, alguns itens que serão abor-

dados brevemente. Por ora, farei uma pequena pausa no Menu/Pre-

ferences para esclarecer aos leitores um assunto muito importante:

como transformar o iPad em uma superfície de controle e conectá-lo

ao Sonar X1. Esta matéria é focada no Sonar, mas pode ser adaptada

para diversos softwares, como Nuendo, Cubase, Pro Tools, Reason e

Final Cut, entre outros.

O assunto superfície de controles em si não é, propriamente,

uma novidade. Inclusive, analisei a questão na AM&T 249 (ju-

nho/2012), pois esta é uma das funções disponíveis no Menu/Pre-

ferences. Contudo, superfície de controle via iPad e, ainda mais,

sem fi o, aí sim, trata-se de uma inovação realmente revolucionária

no universo da gravação digital.

Munido de um iPad é possível controlar remotamente diversos parâ-

metros do Sonar através de um aplicativo específi co. Além disso, o

próprio Sonar pode ser disponibilizado no iPad para controle direto,

sem fi o. Já que o iPad utiliza quase que exclusivamente a tecnologia

multi-touch screen (toques múltiplos e simultâneos na tela), diversas

operações tornam-se muito mais ágeis por não necessitarem do mou-

se e do teclado do computador. Além disso, é possível gravar, mixar,

editar e pilotar plug-ins mesmo estando distante do computador.

Se você acha que adquirir um iPad somente para ter uma superfície

de controle touch screen não vale a pena, talvez esteja com toda a ra-

zão. Entretanto, o iPad pode passar a ser um apetrecho indispensável

se você é um músico que compõe, produz, arranja, grava, divulga e

vende sua música, pilota sua homepage e se comunica pelo Facebook,

Skype, MySpace etc. Se você costuma viajar, aí não tem saída: vai

precisar de um iPad de qualquer jeito! Não consigo mais conceber

uma viagem sem o tablet. Além de ser uma central de produção mu-

sical ambulante, o iPad me auxilia muito no que toca à comunicação

e até à localização, pois seu GPS, além de trabalhar por conta própria

(via TomTom), acopla-se a diversos aplicativos que lidam com mapas.

Quer descobrir quais são as lojas de instrumentos em uma determi-

nada cidade? Consulte o Triposo Travel Guide, clique no Maps ou no

TomTom e vá seguindo a rota a pé, de carro ou de ônibus.

Agora que você já se convenceu da necessidade de um

iPad, vou ajudá-lo a colocá-lo para funcionar acoplado ao

Sonar. As instruções a seguir podem ser adaptadas para

diversos softwares DAW (Digital Audio Workstation).

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO

Além do modem, do Sonar e do computador (desktop ou

notebook com rede embutida), estes são os apetrechos

e softwares necessários para que o Sonar trabalhe con-

juntamente com o seu iPad:

1. Qualquer versão de iPad, já que todos possuem Wi-

-Fi. Por intermédio desta tecnologia de comunicação sem

fi o, o iPad se conecta com o Sonar. O 3G só é necessário

para os usuários que desejam conectar o tablet à internet

quando não houver uma conexão Wi-Fi disponível. O mo-

delo com 32 GB de arquivamento é recomendável. Inves-

timento: o iPad 3 com 32GB, Wi-Fi/3G e capa protetora

está custando em torno de R$ 2.100,00, enquanto o iPad

2 hoje está consideravelmente mais barato do que antes.

Sonar aberto no computador (com dois monitores) e controlado pelo iPad na posição ideal

INTRODUÇÃO

áudio música e tecnologia | 101

102 | áudio música e tecnologia

SONAR

2. Aplicativo V-Control Pro versão 1.5.1, da empresa Neyrinck (Paul

Neyrinck). Este é o software responsável pelo controle remoto dos

vários recursos do Sonar. O V-Control Pro necessita ser instalado no

iPad para que o mesmo passe a ser “visto” pelo Sonar como uma su-

perfície de controle física (da marca Mackie). Investimento: o custo

do V-Control na Apple Store (loja virtual da Apple) é de US$ 49,99.

3. Software Ney-Fi. É o driver de MIDI desenvolvido pela Neyrinck.

Após ser instalado no computador, o Sonar passa a mostrá-

-lo na seção MIDI Devices. O driver Ney-Fi é disponibilizado

em um arquivo zipado (ZIP), que deve ser baixado do site da

Neyrinck. Investimento: zero.

4. Software Bonjour. Este aplicativo, que pode ser baixado di-

retamente do site da Apple, é o responsável pela detecção de

qualquer tablet que tente acessar a rede caseira via Wi-Fi.

Baixe o Bonjour na versão relativa ao sistema operacional que

está instalado no seu computador (32 ou 64). Caso você use o

iTunes ou o QuickTime, é provável que o Bonjour já esteja no

seu sistema. Ele, obrigatoriamente, tem que estar instalado no

mesmo computador que o Sonar para que o Wi-Fi do iPad seja

detectado. Se você estiver na dúvida, verifi que se o Bonjour

está presente no computador consultando Iniciar/Painel de

Controle/Programas e Recursos (do Windows). Na lista deverá

constar “Bonjour - Apple Inc.”. Caso o fi rewall do computador

tente bloqueá-lo, clique na opção Permitir (em rede domésti-

ca). Investimento: zero.

5. Roteador wireless (sem fi o) que contenha, também,

portas para conexão de rede. Este é o aparelho respon-

sável pela conexão entre o iPad e o computador desktop

ou notebook. Além disso, possibilita que o computador

principal acesse a internet através de um modem. Inves-

timento: R$ 90,00.

6. Software iTunes versão 10. Este aplicativo pode ser

baixado do site da Apple. É o responsável pelo geren-

ciamento de todos os arquivos de mídia e de softwares

instalados no computador, no iPad e no iCloud (espaço

de armazenamento extra da Apple). Através do iTunes é

que se entra na Apple Store (loja da Apple) para adqui-

rir músicas, fi lmes e, principalmente, aplicativos para o

iPad. Investimento: zero.

7. Um cabo de rede de dois metros e outro de cinco metros

aproximadamente (para o caso do computador fi car afas-

tado do roteador).

CONEXÕES DO EQUIPAMENTO

Siga este passo a passo para que seu equipamento funcio-

ne corretamente:

1. O cabo da internet (Virtua, GVT, Velox, entre outras) deve estar

ligado na entrada do modem. A própria companhia provedora faz

esta instalação.

2. Ligue um cabo de rede da saída do modem para a entrada WAN do

roteador. Leia as instruções de registro do roteador. As confi gurações

do roteador são diferentes para cada companhia provedora de acesso,

Sonar X1 sendo mostrado e operado remotamente no próprio iPad

O painel do app V-Control, que pode ser adquirido na Apple Store

áudio música e tecnologia | 103áudio música e tecnologia | 103

104 | áudio música e tecnologia

SONAR

A janela Preferences/MIDI/Devices mostrando as opções do V-Control habilitadas

Janela da Control Surface, onde deve ser adicionada a superfície de controle Mackie com as opções de In Port e Out Port marcadas para V-Control

mas não se preocupe, pois o manual fornece todas as informa-

ções para habilitá-lo facilmente. Esta operação, que era trauma-

tizante, agora leva apenas cinco minutos. Se quiser evitar este

trabalho, peça ao vendedor da loja que o confi gure para você.

Ele irá lhe cobrar, no máximo, R$ 30,00. Vale destacar que os

técnicos que instalam o modem também sabem perfeitamente

como confi gurar o roteador. Posteriormente, por precaução, tro-

que a senha do roteador.

3. Ligue um cabo de rede entre uma das saídas do roteador e a

entrada de rede do computador. É impossível errar o local, pois

os conectores são dedicados a cada tipo de plug. Esta é a melhor

opção, pois ligar o computador ao roteador via Wi-Fi fará com

que a comunicação do computador com o iPad fi que muito lenta,

já que dois aparelhos estarão disputando a comunicação wireless

(sem fi o, Wi-Fi) simultaneamente. Há, ainda, uma outra possibi-

lidade que proporciona ótimo resultado e dispensa o roteador: a

criação de uma rede Ad Hoc que inclua o computador e o iPad.

Este tipo de rede é muito utilizado nas grandes empresas em si-

tuações de emergência (quando há algum problema na rede es-

truturada por roteador e esta para de funcionar). Pessoalmente,

utilizo este recurso esporadicamente para passar todo o conteú-

do de um computador para outro, se bem que, com a segurança

proporcionada pela clonagem de HD, tenho usado diariamente o

Disk Wizard, da Seagate, que é um ótimo clonador.

4. Acesse a internet para checar se o roteador e o modem estão

funcionando perfeitamente. Provavelmente, a Central de Rede e

Compartilhamento do computador abrirá uma janela e perguntará

que tipo de rede você deseja estabelecer. Neste ponto, opte por Do-

méstica em vez de Pública. No meu caso, compartilho somente a

impressora e uma pasta básica para troca de arquivos entre

os demais computadores da rede.

CONFIGURAÇÃO DO SONAR

Para que a comunicação entre os aparelhos funcione de forma

perfeita, é necessário, primeiramente, algumas regulagens no

Sonar. Siga os seguintes passos:

1. Rode o Ney-Fi para que ele fi que residente na memória do

computador. O respectivo ícone passará a aparecer na barra de

ferramentas. Não estranhe, pois o Ney-Fi não é um software

que possui confi gurações. Se, posteriormente, você reparar

que o Ney-Fi não está aparecendo como driver de entrada e

de saída de MIDI no Sonar, volte a este mesmo passo e rode-o

como administrador do computador que tudo dará certo.

2. Abra o Sonar e carregue qualquer arquivo.

3. Clique no menu Edit/Preferences/MIDI/Devices (ou tecle P)

do Sonar e habilite o V-Control para Input e Output de MIDI.

4. Adicione a superfície de controle Mackie através do menu

áudio música e tecnologia | 105áudio música e tecnologia | 105

106 | áudio música e tecnologia

SONAR

Edit/Preferences/MIDI/Devices (ou tecle P). Selecione MIDI/Control

Surfaces. Clique no ícone Add New Controller/Surface, que mostra

uma pequena estrela amarela. Abre-se a janela do Controller/Sur-

face Settings. Selecione a superfície de controle Mackie (no final da

lista). Aproveite e selecione V-Control para Input Port

e Output Port nos respectivos botões.

5. Ainda na janela Preferences/MIDI/Devices, marque

WAI e também Control Strips Visible in Tracks View.

6. Clique no Menu/Utilities/Mackie Control - 1. É aqui

que criamos associações das funções da superfície Ma-

ckie com os botões do aplicativo V-Control do iPad. Na

próxima AM&T detalharei estas opções minuciosamen-

te. Por ora, habilite apenas o item Meters para Signal

Leds + Meters. Por padrão, esta opção vem desligada,

mas ela é, justamente, a responsável por mostrar a

atividade dos VUs (Volume Units) no aplicativo V-Con-

trol do iPad. Você não vai querer mixar a partir do iPad

sem ver a atividade dos volumes de cada canal, certo?

7. Salve esta configuração como um novo Preset,

como, por exemplo, “Mackie com V-Control no iPad”.

LANÇANDO OS SOFTWARES

Uma forma de garantir o bom funcionamento do

complexo é seguindo esta ordem de ativação dos

componentes:

1. Ligue o modem e o roteador. É sempre bom que

os dois estejam conectados no mesmo filtro de li-

nha e que sejam ligados simultaneamente.

2. Ligue o computador.

3. Rode o Ney-Fi e confira se o mesmo está resi-

dente na barra de tarefas. Se o firewall ou sistemas

de segurança do computador tentarem bloquear a

atuação do Ney-Fi, opte pela opção Permitir (em

Rede Doméstica). Evite a opção Rede Pública para

não comprometer a segurança do seu computador.

O firewall só tenta bloquear o Ney-Fi na primeira

vez em que é acionado.

4. Rode o Sonar e abra um arquivo.

5. Ligue o iPad e rode o app V-Control. Confira se

o campo Neyrinck, à direita, em cima, está ver-

de. Observe que, automaticamente, o V-Control

assume a posição horizontal no iPad, pois o mes-

mo precisa de espaço para mostrar oito pistas de

cada vez. Verifique se a janela de Edit do iPad

controla o Sonar. Para tal, toque no botão verde, situado

embaixo, à direita. Após a janela Edit abrir, toque no bo-

tão New Audio e confira se o Sonar acrescentou uma pista

Janela da superfície Mackie Control - 1, onde podemos associar diversos recursos

ao aplicativo V-Control do iPad

A janela de Edit do V-Control possibilita controlar remotamente diversos recursos do Sonar

áudio música e tecnologia | 107

Luciano Alves é tecladista, compositor e autor do livro Fazendo Música no Computador. Fundou, em 2003, a escola de música e tecnologia CTMLA – Centro de Tecnologia Musical Luciano Alves (www.ctmla.com.br), que dispõe de seis salas de aula e um estúdio.

de áudio. Deslize o dedo sobre o Scrub/Shuttle e repare

se o Sonar avança e retrocede a posição do Now Time.

OBSERVAÇÕES

- Não esqueça de fazer backups regulares do iPad no seu

computador e no iCloud.

- Se algo não estiver funcionando, verifique se o Bonjour

está instalado no computador e se o In Port e Out Port es-

tão habilitados para V-Control no Menu/Preferences/MIDI/

Control Surfaces do Sonar.

- Comece a pesquisar os controles do V-Control. Você pode ini-

ciar pelos botões de Transport (Play, Stop, Pause, Rewind etc.).

Tente praticar os movimentos de mixagem nos faders e nos

botões rotativos do pan. Lembre-se de que o iPad é multi-touch

screen, logo é possível arrastar vários faders ao mesmo tempo.

- Utilize os botões Chan (channel) e Bank para visualizar

mais canais na tela do iPad. Lance o Sonar inteiro na tela

do iPad através do botão V-Window que está localizado à

direita e embaixo da tela do iPad. Controle o Sonar a partir

da tela do iPad sem utilizar o mouse.

- O aplicativo AC-7 Core, que custa US$ 7,99 na Apple Sto-

re, é uma alternativa para aqueles que desejam economi-

zar. No entanto, é necessário pesquisar e compará-lo com

o V-Control. Após vários dias lendo anúncios e resenhas,

concluí que valeria a pena o investimento de US$ 49,99

para ter um aplicativo mais eficiente e seguro. Esta é uma

despesa que realmente compensa. •

No próximo mês, detalhes dos recursos do V-Control

para iPad.

Boas gravações e sequenciamentos.

108 | áudio música e tecnologia

CLASSIFICADOS

CURSOS• Curso Básico de som através de uma abordagem prática e simplifi cada e demonstrações em equipamentos ao vivo.O aluno terá oportunidade de acompanhar o sinal de áudio desde sua captação passando por todas as etapas até chegar ao nosso ouvido.Informações e programa do curso em www.sabrasom.com.br fones 11 3227-6904 e 11 3228-7970 ou e/mail [email protected] - São Paulo/SP

• EM&T - Escola de Música e Tecnologia - Cursos de guitarra, contrabaixo, violão, teclado, bateria etc. São Paulo/SP - Tel.: 11 5012-2777 Email: [email protected] Site: www.emt.com.br

• AeM - Audio e MúsicaCursos de HomeStudio, Operador de Áudio (PA e Monitor), Materização, Sound Forge, SONAR, Pro Tools entre vários outros. Cursos Presenciais e à Distância. Tel.: 11 3711-3880 - Email: [email protected]: www.audioemusica.com.br

• CAM -Curso de Áudio & Música e Iluminação - (S.J.BCurso de: Áudio Profi ssional - Processadores de Efeitos - Geren-ciadores de Sistemas -Mixagem - P.A. - Monitor - Estúdio -Grava-ção e Masterização -Microfonação -Iluminação Profi ssional -Softwares - Tel.: 19 3633-2679 - Email: [email protected] - Site: www.camaudioemusica.com.br

• CTMLA - Centro de Tecnologia Musical Luciano AlveAulas individuais de Home Studio, Sonar, Sound Forge, Instru-mentos Virtuais e Produção de CD. As aulas personalizadas são ministradas pelo próprio Luciano Alves.Tel.: 21 2226-1033 - Email: [email protected] Site: www.ctmla.com.br

• Curitiba AudiowizardsÁudio Regular - Áudio Intermediário - Intensivo - Produção Musical. Curitiba/PRTel.: 41 3223-4432 - Site: www.audiowizards.com.br

• Curso de Áudio Pro RecCursos: Home-studio, Produção de CD independente, Montagem de PC para áudio, Treinamento em Sonar, Midi e outros. Informa-ções e inscrições online pelo site www.prorec.com.br ou pelo tel (21) 2439-9966 de segunda à sexta. Tel.: 21 2439-9966 - Email: [email protected] Site: www.prorec.com.br

• Curso de áudio profi ssional - básico e avançadoNúcleo de Formação Profi ssional de Belo Horizonte-MG oferece cursos para músicos, maestros, operadores de áudio, técnicos de instalação, técnicos de gravação, operadores de sistemas para igrejas etc. Tel.: 31 3374-7726Email: [email protected]. Site: www.dgcaudio.com.br

• Curso de DJsCurso de DJs na escola Groovearte com duração de um mês. Nele os alunos terão os conteúdos: iniciação musical para dis-cotecagem; mixagem; estilos; e profi ssionalização.A Groovearte fi ca no bairro Paraíso, em São Paulo-SP.São Paulo/SP. Tel.: 11 3887-1486. Email: [email protected]: www.groovearte.com.br

• Curso de Home StudioCurso ministrado por Sergio Izecksohn (coordenador), Pedro wood, Daniel Medeiros, Julio Moura e Diogo Bortoluzzi. Nele os alunos produzem um CD em todas as etapas, experimentando pessoalmente os programas, a operação do estúdio e os con-teúdos demonstrados nas aulas. Conteúdo: produção musical, masterização, mixagem etc.São quatro opções de horário: tarde, noite, intensivo e aos sábados. Rio de Janeiro/RJ Tel.: 21 2558-0300Email: [email protected] Site: www.homestudio.com.br

• FOUR MUSIC NEGÓCIOS MUSICAIS E ENTRETENIMENTO LTDADiscotecagem, Composição Musical, Áudio, Produção Eletrônica, Produção Musical e Music Business. São Paulo/SP - Tel.: 011 4105-9414 Email: [email protected]

• Hitec ÁudioCurso de Áudio e Acústica. projeto, instalação e manutenção Taubaté/SP. Tel.: 12 3632-1127Email: [email protected] Site: www.hitecaudio.com.br

• IATECÁudio Básico - Home Studio - Home Theater -Masterização - Medidas em Áudio -Música online -Produção ExecutivaProdução Fonográfica - Regular de Áudio - Restauração de Áudio - Roadies - Técnicas de GravaçãoTécnicas de SonorizaçãoRio de Janeiro/RJ. Tel.: 21 2493-9628Email: [email protected] Site: www.iatec.com.br

• IAV - Instituto de Áudio e VídeoCurso sobre Fundamentos Básicos de Áudio e Acústica- Pro Tools - Operação em Mesas Digitais - Efeitos para Mixagem -So-norização - Prático de Gravação- MIDI Básico - Musicalização para Técnicos e Músicos Iniciantes - Reciclagem para profi s-sionais de Áudio - Produção de Música Eletrônica. São Paulo/SP. Tel.: 11 5573-3818 Email: [email protected]: www.iav.com.br

• Áudio básico, regular e intermediárioA Curitiba Audiowizards promove cursos de áudio básico, regular e intermediário, além de pré-produção e produção musical para formação de técnicos de PA e estúdio.Tel.: 41 3223-4432Site: www.audiowizards.com.br

• Curso de áudio profi ssional - básico e avançadoNúcleo de Formação Profi ssional de Belo Horizonte-MG oferece cursos para músicos, maestros, operadores de áudio, técnicos de instalação, técnicos de gravação, operadores de sistemas para igrejas etc.Tel.: 31 3374-7726Email: [email protected]: www.dgcaudio.com.br

• Hi-Fi Audio SolutionsCentro de Producao Musical Hi-Fi Audio Solutions oferece cur-sos de fundamentos de audio em sistemas analogicos e digitais, ProTools, Reason, instrumentos virtuais, entre outros, para todos os interessados em topicos de musica e tecnologia e para todos os fi ns. Tel: (31) 3357-5292 / 8787-5292. email: [email protected]. site: www.fwjshifi .xpg.com.br Belo Horizonte/MG Tel.: 31 3357-5292

áudio música e tecnologia | 109

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áudio música e tecnologia | 109

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Equipamentos Novos na caixa - Dbx 260-R$ 2400,00/Par Led one PLS-R$530,00 / Inuke 3000 watts-R$1350,00 / Mixer Dj Dx 2000 USB-R$1.100,00 / Mesa xL 16 Beringuer-R$1550,00 reais / Shure Slx sem fio Beta 58-R$1500,00 - Antonio Lourenço - Tel.: (16) 9773-2749 Email: [email protected] Site: www.jmcaudioeiluminacao.com.br

110 | áudio música e tecnologia

áudio música e tecnologia | 111

Produto/Empresa

Allen & Heath (Audio Premier)

Arena

Attack

Audio Technica (ProShows)

Audix (Gobos)

Avid (Quanta Music)

B&C Speakers

Behringer (Pro Shows)

CTMLA

D.A.S (Decomac)

Edu Vianna

Electro-voice (Audio Premier)

EM&T

Expomusic

Focusrite (ProShows)

Gigplace

IATEC

Incrível Mundo

JBL (Harman)

João Américo

Kadosh

K-array (Gobos)

Knob

Lab.Gruppen (Decomac Pro)

Leac´s

Lexsen (Pro Shows)

Lighting week

Mackie (Habro Music)

Novation (ProShows)

Omid Academia de Áudio

Oversound

Penn Elcom

Power Click

Presonus (Quanta Music)

Prisma

Pro Class

Rode (Pinnacle)

Shure (Pride)

Sonotec

Studio R

Taigar

Vibrasom

waldman (Equipo)

Yamaha

Yellow

Telefone

11 4996-3654

71 3346-1717

43 2102-0100

11 3527-6900

11 4368-8291

19 3741-4646

51 3348-1632

11 3537-6900

21 2226-1033

11 3333-3174

11 8693-1023

11 4996-3654

11 5012-2777

11 3527-6900

21 2493-9628

51 3479-4000

71 3394-1510

21 2111-3119

11 4368-8291

21 3087-7432

11 3333-3174

11 4891-1000

11 3527-6900

11 2787-0300

11 3357-6900

11 3814-1571

12 3637-3302

11 5678-2000

21 2722-7908

19 3741-4646

51 3711-2408

21 2224-9278

11 2605-0563

11 2975-2711

18 3941-2022

11 5031-8660

49 3536-0209

11 4393-7900

11 2199-2999

11 3704-1377

41 3363-0113

Pág

29

75

45

11

65

49

35

2/3

109

21/23

89

31

112

107

59

87

95/99

105

7/9

87

19/41/73/79/83

57

97

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51

17

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15

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91/93

43

25

69

13

77

85

39

3/4ª capa

61

3ª capa

33

53

65

27

81

Home-page/e-mail

www.audiopremier.com.br

www.arenaaudio.com.br

www.attack.com.br

www.proshows.com.br

www.gobos.com.br

www.quanta.com.br/music

www.bcspeakers.com.br

www.proshows.com.br

www.ctmla.com.br

www.decomac.com.br

protools.eduvianna.com.br

www.audiopremier.com.br

www.emt.com.br

www.expomusic.com.br

www.proshows.com.br

www.gigplace.com.br

www.iatec.com.br

www.enricodepaoli.com

www.jblaudio.com.br

www.joao-americo.com.br

www.kadoshmusic.com.br

www.gobos.com.br

www.knob.com.br

www.decomac.com.br

www.leacs.com.br

www.proshows.com.br

www.lwbr.com.br

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www.proshows.com.br

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www.prismaaudio.com.br

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www.pinnaclebroadcast.com

www.shure.com.br

www.sonotec.com.br

www.studior.com.br

www.taigar.com.br

www.vibrasom.ind.br

www.waldman-music.com

www.yamaha.com.br

www.yelow.art.br

INDÍCE DE ANUNCIANTES

112 | áudio música e tecnologia

Demorou certo tempo até que surgisse o famoso

sonho de levar o computador a entrar na enge-

nharia de música (bem, e muitos anos mais para

inventarem o tal computador!). Mas quando ele

ingressou no estúdio, virou uma festa. Ele chegou

com alguma timidez, para não dizer incapacidade.

No início, os computadores somente gravavam

MIDI. A primeira vez que vi um Mac gravando e

reproduzindo áudio foi simplesmente emocionan-

te! E eu pensei: “um dia os estúdios não terão

mais mesas…”. Demorou até os sistemas de gra-

vação em computador ficarem com capacidade o

suficiente para abandonarmos as fitas de grava-

ção, mas este dia chegou, e ficamos com os Macs

“voltando” áudio nos canais das mesas.

Não existia processamento suficiente para abrir-

mos plug-ins em todos os canais, e nem o som dos

plug-ins era lá essas coisas. Isso seria um sonho, e

este sonho, sim, foi realizado. Temos MacBooks ro-

dando Pro Tools com plug-ins em todos os canais.

O áudio soa ótimo e os plug-ins também. Cabe

dentro de uma mochila pequena… Isso pra não di-

zer onde já estamos rapidamente chegando com

os iPads. E, agora, qual o sonho de todo mundo?

Ter uma mesa analógica clássica, pré-amps valvu-

lados e compressores com botões enormes!

Vamos lá: faz realmente alguma diferença? Que

pergunta complicada e que resposta delicada! Va-

mos começar por algumas vantagens da nossa

atual era tecnológica. Para início de conversa, an-

tigamente só gravava disco quem tinha a enorme

sorte de ser contratado por uma gravadora, e para

ser engenheiro de música, tinha que… nem eu sei!

A profissão era desconhecida! Hoje, qualquer pes-

soa pode comprar um notebook e gravar um disco

(às vezes, isso pode não ser tão bom...). Antes,

um disco era feito em períodos de horas alugadas

de um estúdio. Era caríssimo e depois que você

saía entrava um outro cliente, que mexia em todas

as suas regulagens e você nunca mais voltaria na-

quela mix, caso precisasse. Hoje você grava quan-

do quiser e onde quiser. Mas e o som?

Um Amplitube substitui um amplificador Fender,

uma sala maravilhosa e um Neumann M49? Di-

gamos que o som do simulador é inacreditável,

mas as milhares de variantes que se consegue

com o real são únicas. Agora, se você não tiver

o amp Fender, a sala maravilhosa e o M49, com

certeza terá um melhor timbre no Amplitube do

que no home studio do seu vizinho. E os equa-

lizadores? Um Pultec, por exemplo. As válvu-

las estão em alta há um bom tempo. Não sei o

que acontece com valvulados. Devem ser sexy,

pois são realmente desejados. O mais curioso

é que os dois pré-amps mais famosos da histó-

ria, Neve e os API, não são valvulados. O que

acontece é que a grande característica do som

de um valvulado vem mais do transformador de

entrada do que da válvula em si. E a maioria

dos equipamentos valvulados (caros) têm bons

transformadores em seus designs.

Pois bem, e o que isso tem a ver com os plug-ins?

Quem é melhor? Quando o áudio passa por esses

transformadores ele é muito modificado. Sim, um

famoso Neve, por exemplo, causa uma mudança

tão radical no som que ele não seria indicado para

uma gravação de cordas que pede uma sonorida-

de natural e transparente. No entanto, todas as

variações, cores, reações que um Neve tem ao

receber as mais variadas nuances de música não

são tão simples de simular. E tem mais: além da

impedância do pré-amp alterar o som lá dentro

do microfone, estes transformadores dentro dos

prés emitem harmônicos bem diferentes quando

alimentados com muito ganho, causando até mes-

mo uma compressão no áudio. Sim: muitos equi-

pamentos somente em ter o áudio passando por

eles com um certo ganho não apenas respondem

com mais harmônicos, engordando o som, como

também o comprimem, causando aquela sensação

de que tudo está mais alto, gordo, no lugar, com

os sons todos parecendo mais um único disco. Ou

seja, tudo aquilo que a gente busca quando está

mixando uma música dentro do computador.

Vale lembrar que cada equipamento causa isso

tudo de forma diferente. Se não fosse assim, só

existiria um único compressor, um único pré-amp

e um único equalizador. E se colocássemos, di-

gamos, 6 dB em 1 kHz em dois Eqs, ambos nos

dariam o mesmo resultado. E não é esse o caso.

Cada eletrônica reage de forma diferente à quan-

tidade de ganho passando por ela e de acordo

com as características do áudio que por ali passa

e é processado. Isso tudo torna o plug-in pior?

Não. Ele oferece mil vantagens, como preço, ta-

manho, recall, automação, estabilidade no tim-

bre, quantidade disponível por música etc., mas

não tem como emular toda e qualquer situação

que um equipamento real geraria.

Se alguém disser ao ouvir uma música no rádio

que aquele Eq da voz é plug-in ou real, creio que

a afirmação não será feita com tanta certeza, mas

pode ser que, no todo, note-se uma mix com um

outro resultado. Absolutamente melhor? Não. Ab-

solutamente diferente? Muito possível. Mas não se

preocupem: essa insatisfação que faz com que se-

jamos “do contra” e queiramos os equipamentos

todos de volta justamente quando o computador

passa a dar conta de tudo não é um privilégio dos

engenheiros de música. As canetas eram tinteiro

e os relógios eram mecânicos, e eram caríssimos.

Inventaram canetas descartáveis e relógios de ba-

teria, mas estes não têm a menor graça!

Bons sons, quentes e cheios de harmônicos (se

assim combinarem com a música), nos botões

ou nos mouses!

LUGAR DA VERDADE | Enrico De Paoli

Enrico De Paoli é engenheiro de música. Mixa e masteriza em seu Incrível Mundo Studio e soma classic & analog.

Trabalhos recentes incluem Ária, de Djavan, Vodka Smirnoff (campanha mundial) e Jorge Vercilo. Conheça também o

treinamento Mix Secrets. Site: www.EnricoDePaoli.com.

tudo é cíclico(E o jEito dE fazEr discos não é uma EXcEção)

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