Aula 00 - Conceitos e Paradigmas

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Comunicação para MPU Teoria e exercícios comentados Teoria e exercícios comentados Profa. Paolla Marletti – Aula 00 Profa. Paolla Marletti www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 31 AULA 00: Apresentação; Cronograma; Comunicação: paradigmas e conceitos. SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1 2. Cronograma 3 3. Introdução. Surgimento da ciência da comunicação. 5 4. Revolução Industrial e Primeiros Parâmetros 7 5. A Sociedade de Massa, a Era dos Públicos e o Funcionalismo 11 6. Behaviorismo e Gestalt 16 7. Pragmatismo e Teoria Crítica 18 8. Resumo do Concurseiro 21 9. Questões comentadas 24 10. Questões sem comentários 29 1. APRESENTAÇÃO Olá, amigo concurseiro! Finalmente saiu o tão esperando edital! Agora não temos mais tempo a perder! Os próximos dois meses serão uma verdadeira maratona de estudos, mas no final você estará preparado para vencer essa batalha. Meu nome é Paolla Marletti, e estarei junto com você na sua jornada rumo à aprovação no concurso público do Ministério Público da União. Vamos estudar em detalhes o conteúdo de Comunicação. Discutiremos as possibilidades de cobrança em questões, e comentaremos questões já aplicadas. Antes de colocarmos a “mão na massa”, me permitam uma pequena apresentação. Sou recifense e me graduei em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Pernambuco. Minha jornada no mundo dos concursos começou em 2005, quando fui aprovada para o cargo de Assistente Operacional da Superintendência de Trens Urbanos do Recife. Em 2010, eu e meu marido

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AULA 00: Apresentação; Cronograma; Comunicação: paradigmas e conceitos.

SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1 2. Cronograma 3 3. Introdução. Surgimento da ciência da comunicação. 5 4. Revolução Industrial e Primeiros Parâmetros 7 5. A Sociedade de Massa, a Era dos Públicos e o Funcionalismo

11

6. Behaviorismo e Gestalt 16 7. Pragmatismo e Teoria Crítica 18 8. Resumo do Concurseiro 21 9. Questões comentadas 24 10. Questões sem comentários 29 1. APRESENTAÇÃO

Olá, amigo concurseiro! Finalmente saiu o tão esperando

edital! Agora não temos mais tempo a perder! Os próximos dois meses

serão uma verdadeira maratona de estudos, mas no final você estará

preparado para vencer essa batalha.

Meu nome é Paolla Marletti, e estarei junto com você na sua

jornada rumo à aprovação no concurso público do Ministério Público da

União. Vamos estudar em detalhes o conteúdo de Comunicação.

Discutiremos as possibilidades de cobrança em questões, e

comentaremos questões já aplicadas.

Antes de colocarmos a “mão na massa”, me permitam uma

pequena apresentação. Sou recifense e me graduei em Comunicação

Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade

Federal de Pernambuco.

Minha jornada no mundo dos concursos começou em 2005,

quando fui aprovada para o cargo de Assistente Operacional da

Superintendência de Trens Urbanos do Recife. Em 2010, eu e meu marido

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tivemos que nos mudar para Brasília em razão de um cargo público

assumido por ele, e então decidi estudar para outros cargos.

Em 2011 fui aprovada no concurso para Assistente em

Administração da Universidade de Brasília (13o lugar) e em seguida decidi

prestar concursos específicos para comunicação, tendo logrado

aprovação, ainda em 2011, no concurso para Analista dos Correios, em 1°

lugar para a área de Publicidade e Propaganda. Atualmente desempenho

minhas funções no Departamento de Comunicação Estratégica da ECT,

mais especificamente na equipe de mídia.

Quanto ao nosso concurso, todos sabem o quanto as carreiras

do Ministério Público da União são procuradas pelos concurseiros. Claro

que essa procura se reflete na alta concorrência dos concursos, e a sua

opção por se preparar com o Estratégia Concursos é, sem dúvida, a

melhor escolha em termos de qualidade do material apresentado e de

comprometimento dos professores.

Ao longo das aulas, destrincharei os detalhes do conteúdo de

Comunicação, fazendo comentários que vão facilitar a sua compreensão,

além de esquemas, gráficos e tabelas para que você possa memorizar

mais facilmente aquilo que for necessário.

Garanto que todos os meus esforços serão concentrados na

tarefa de obter a SUA aprovação. Esse comprometimento, tanto da minha

parte quanto da sua, resultará, sem dúvida, numa preparação

consistente, que vai permitir que você esteja pronto no dia da prova, e

tenha motivos para comemorar quando o resultado for publicado.

Muitas vezes, tomar posse em cargos como esses parece um

sonho distante, mas, acredite em mim, se você se esforçar ao máximo,

será apenas uma questão de tempo. E digo mais: quando você for

aprovado, ficará surpreso em como foi mais rápido do que você

imaginava.

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2. CRONOGRAMA

Nosso curso será baseado no edital do concurso para

Analista do MPU, organizado pelo temido Centro de Seleção e de

Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB). O edital

foi publicado no dia 9/8/2013 e, para a nossa especialidade, estão sendo

oferecidas 16 vagas mais o cadastro reserva. Esse é um número

considerável se considerarmos o histórico de vagas de outros concursos

para Comunicação Social.

Nosso cronograma nos permitirá cobrir todo o conteúdo de

Comunicação Social, enfatizando sempre os aspectos mais importantes e

pontuando as possibilidades de cobrança por parte da banca.    

Aula 00

12/8/2013

Apresentação; Cronograma;

Comunicação: paradigmas e conceitos

Aula 01

19/8/2013

Teoria da comunicação: principais escolas e pensadores.

Aula 02

26/8/2013

Comunicação pública.

Comunicação digital.

Planejamento de comunicação organizacional.

Aula 03

2/9/2013

Assessoria de imprensa.

Release, press-kit e organização de entrevistas coletivas.

Notas oficiais.

Clipping

Aula 04

9/9/2013

Marketing institucional.

Imagem institucional.

Pesquisas de opinião e de mercado: pesquisas qualitativas e

quantitativas, amostragem, questionários, grupos de

discussão, grupos focais.

Aula 05

16/9/2013

Técnicas de relações públicas.

Comunicação dirigida.

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Públicos de uma instituição.

Cerimonial e protocolo.

Organização de eventos.

Aula 06

23/9/2013

Interfaces entre as relações públicas e a administração da

empresa.

Relações públicas e recursos humanos.

Instrumentos de comunicação interna.

Aula 07

25/9/2013

Responsabilidade social, consumo sustentável e relações com

a comunidade.

Ética no serviço público. Comportamento profissional; atitudes

no serviço; organização do trabalho; prioridade em serviço.

Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder

Executivo Federal (Decreto no 1.171/1994).

Aula 08

30/9/2013

Relações com consumidores. Serviços de atendimento ao

consumidor. Código de Defesa do Consumidor.

Encerrada a apresentação, vamos à matéria. Lembro a você

que esta aula demonstrativa servirá para mostrar como os textos fluirão e

como exploraremos o assunto. Isso não quer dizer que o conteúdo

abordado não faça parte do programa. Muito pelo contrário! Nesta aula

usamos o tópico do edital ”paradigmas e conceitos” para traçar as bases

do resto do curso e principalmente para elencarmos com mais segurança

as Teorias da Comunicação nas próximas aulas.

Para facilitar a leitura e dinamizar o conhecimento, vamos

estabelecer alguns padrões. Preste atenção a essa sinalização:

• Principais estudiosos à Estarão sempre sublinhados;

• Nomes técnicos de paradigmas e conceitos à estarão negritados

(grossinhos) e na cor vermelha;

• Melhores definições e insights à Para ajudar a fixar o assunto, vou

deixar esses negritados em preto.

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Faço um alerta desde já. Não se desespere para decorar todos

os nomes e definições. A intenção principal dessa aula é abrir caminho

para que possamos entender melhor as teorias da próxima aula (aí sim,

você terá que decorar). De todo modo, ao final, teremos um resumo com

a esquematização dos principais pontos.

Analise tudo com atenção e carinho. Espero que você se

identifique e até que se interesse mais por esse assunto que,

particularmente, amo! E que, no final, nos escolha para trilharmos juntos

esse caminho pela Comunicação Social em direção ao Ministério Público

da União.

Dito isto, vamos lá!

3. INTRODUÇÃO. SURGIMENTO DA CIÊNCIA DA COMUNICAÇÃO.

A palavra “paradigma” vem do grego parádeigma e quer

dizer, literalmente, modelo. É um pressuposto filosófico de onde se

origina o estudo de um campo científico. É uma referência inicial como

base de modelo para estudos e pesquisas, uma matriz, uma teoria. No

nosso caso, a Teoria da Comunicação.

Ao tentar se firmar como ciência, a Comunicação promoveu o

encontro de muitas outras ciências sociais, como a filosofia, história,

psicologia, sociologia, etnologia, biologia, cibernética... e tantas outras

que acabaram fotografando nessa nova aspirante à disciplina científica

problemas com sua própria legitimidade. Isso mesmo, a Comunicação

acabou tendo um problema de “identidade científica”.

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No livro “História das Teorias da Comunicação”, Armand e

Michèle Mattelart salientam a tensão que há no campo de observação dos

processos comunicacionais. Observe o que eles escrevem: “entre as redes

físicas e imateriais, entre o biológico e o social, a natureza e a cultura, as

perspectivas micro e macro, o local e o global, o ator e o sistema, o

indivíduo e a sociedade, o livre-arbítrio e os determinismos sociais.”

Segundo esses autores, “a história das Teorias da

Comunicação é a história das separações e a das diversas tentativas de

articular ou não os termos do que frequentemente surgiu sob forma de

dicotomias e oposições binárias, mais do que de níveis de análise”.

Nossa missão nesse curso não é aprofundar o conhecimento

sobre como se deu o estudo e a modelagem da Comunicação como

ciência, mas sim tecer os parâmetros da história que influenciaram esse

estudo para facilitar a memorização das diversas teorias que surgiram

durante esse processo. Afinal de contas, é isso que pode cair em nossa

prova.

A ideia que sugiro que seja retida, e que você perceberá à

medida que formos destrinchando as teorias, é que cada linha de

pensamento se apropria da outra em termos básicos, em seus

modelos/paradigmas, ao mesmo tempo que a contradiz.

Segue o passeio na roça...

A busca pela “autoafirmação” fez com que a Comunicação

utilizasse modelos e esquemas que muitas vezes pertenciam à

natureza, à biologia, à anatomia, mas que foram adaptados

através de analogias.

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4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E PRIMEIROS PARÂMETROS.

Definir o começo da Comunicação é tecnicamente impossível.

Desde que surgiu a humanidade... houve comunicação. Temos, portanto,

a comunicação oral, escrita, corporal, digital, etc. Seria necessário definir

qual o aspecto a ser analisado, já que ‘qualquer troca de informação’ é

uma boa definição para Comunicação.

A Retórica, por exemplo, foi um aspecto importante e

bastante estudado pelos gregos nos séculos antes de Cristo. Na Grécia

Antiga, dominar a arte de discursar e discutir parecia indispensável para

os estudantes.

Se viajarmos para tempos mais modernos, a gestão das

multidões humanas na vida pós Revolução Industrial (meados do século

XVIII) levou a Comunicação a analisar novos parâmetros: a perspectiva

da sociedade como organismo, ou seja, conjunto de órgãos com

funções determinadas, traçou as bases para o surgimento de uma

“ciência da Comunicação”.

A especialização e divisão do trabalho, o liberalismo de

Adam Smith, o trabalho industrial dentro das fábricas, e o êxodo

rural são paradigmas desse período histórico e nos dão um bom start

A vida depois do surgimento das fábricas na Revolução

Industrial reformatou toda a dinâmica social e impulsionou a

necessidade dessa GESTÃO DE MULTIDÕES HUMANAS e para

que isso ocorresse era crucial o planejamento e uso racional

da Comunicação Social.

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teórico. Percebe-se que, mais do que nunca, a Comunicação contribui

para a organização do trabalho coletivo no interior da fábrica e na

estruturação dos espaços econômicos.

Lembramos também que, em razão da evolução tecnológica,

novos meios de transportes e de comunicação traziam e levavam os

pensamentos em ambientes cada vez mais amplos e nada homogêneos.

Na Inglaterra, por exemplo, onde a revolução industrial já circulava mais

abertamente, a divisão do trabalho e os meios de comunicação para

massa davam ares de opulência e crescimento. Na França, no entanto,

ainda fundamentalmente agrícola, veio à luz a escola dos fisiocratas e

teóricos como François Quesnay (1694-1774).

Sendo médico, Quesnay encontra semelhança entre os

sistemas da anatomia do corpo humano e o conjunto de circuitos do

mundo econômico, que ele procura entender como “sistema”, “unidade”.

Baseado no conhecimento da circulação sanguínea, ele consegue

visualizar mais amplamente a ligação entre os “fluxos” na

economia formando um “corpo”.

Uma série de medidas da Revolução Industrial de 1789 libera

esses fluxos. Um bom exemplo disso é a adoção de um sistema métrico

[isso mesmo, metros, centímetros... Antes disso cada um adotava uma

unidade de medida, sem uma padronização], e isso tem o intuito de

acelerar a unificação do território nacional.

O primeiro sistema de comunicação à distância, o telégrafo

óptico de Claude Chappe, é inaugurado em 1793 para fins militares.

A divisão do trabalho e o modelo de fluxos são

paradigmas que estimulam a escola da economia clássica inglesa,

principalmente as análises de John Stuart Mill (1806-1873), que criam,

por sua vez, “um modelo cibernético dos fluxos materiais com os fluxos

feedback do dinheiro como informação.” Observe que esse é um estudo

das comunicações mecânico-elétricas e dos comandos automáticos

das máquinas.

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Interessante notar que de um mesmo paradigma (nesse caso,

os fluxos e a divisão do trabalho) surgem variadas teorias...

[Estudaremos as principais Teorias na próxima aula, ok?] O paradigma

Matemático Informacional começa a se desenhar.

Vamos dar um pulo na história para entender esse

paradigma... Na década de 50, a Cibernética de Norbert Wiener (1894-

1964) e a Teoria Matemática da Informação de Claude Shannon

(1916-2001) e Warren Weaver (1894-1978) – influenciados pelos estudos

de John Stuart Mill – consolidam o paradigma Matemático Informacional.

Em especial, Shannon monta um esquema de fluxo da informação. Para

ele há uma fonte originária que é formada por conjuntos de

símbolos ou signos extraídos de um repertório comum aos

envolvidos nesse processo de comunicação. O transmissor codifica

(transforma em código) a mensagem e a transmite por um meio

de um canal. O canal, por sua vez, é sujeito a ruídos. O receptor

recebe a mensagem do canal, decodifica-a e a transmite ao

destino final. Abaixo uma visualização do modelo de Shannon:

O modelo de Shannon é linear, simples, porém bastante

eficiente na detecção e resolução dos problemas técnicos de

comunicação. Ele pretende obter a precisão e a eficácia do fluxo

informativo e não ficou restrito à engenharia e foi adaptável a qualquer

FONTE  DA  INFORMAÇÃO  

TRANSMISSOR   CANAL   RECEPTOR  

DESTINO  

men

sagem   m

ensagem  

sinal   sinal  

RUÍDOS  

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processo de comunicação, independentemente das características dos

seus componentes.

Esse paradigma se expandiu nos níveis técnico (dispositivos

para uma boa transmissão da informação), semântico (sem grande

importância – para ele não interessa o significado da mensagem, mas se

o que é transmitido é o recebido) e eficácia (eliminação do ruído). O

nível técnico é o mais importante nessa vertente e o mais desenvolvido.

Norbert Wiener com a ciência do controle da

comunicação, chamada de Cibernética contribui para a teoria de

Shannon. Ele superou o conceito de “ruído” que, para Shannon, era uma

questão física. Wiener engloba tudo o que impossibilita a recepção

adequada da informação. Ele afirma que os princípios da regulação e

retroação dos sistemas são universais e possíveis de serem aplicados a

diversas áreas do conhecimento, inclusive a comunicação.

Voltemos para o século XIX...

Charles Babbage (1792-1871) discorreu sobre o paradigma da

divisão do trabalho mental, que mais à frente o leva a elaborar

projetos para mecanizar as operações da inteligência: a “máquina de

diferença” e a “máquina analítica”, que são precursoras das calculadoras,

que, por sua vez, acabam sendo as tataravós do computador!

Enfim, além de interessantes, essas informações também

servem para que percebamos a correlação entre a evolução

tecnológica e o estudo da Comunicação. Nas aulas futuras, veremos

como o advento dos meios de massa, a internet, a Comunicação

Integrada e até mesmo a Comunicação Organizacional, o Marketing e o

Endomarketing andam nessa mesma linha.

Voltemos aos nossos paradigmas... Outra ideia construída em

decorrência da revolução industrial é o conceito de rede, de Claude Saint-

Simon (1760-1825). Ele também retoma a metáfora com o ser vivo.

Saint-Simon percebe que é estratégico para a administração alinhar

o sistema das vias de comunicação ao estabelecimento de um

sistema de crédito. “Do mesmo modo que a imagem do sangue em

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relação ao coração humano, a circulação do dinheiro dá à sociedade-

indústria uma vida unitária.” (MATTELART)

Um outro conceito que dá fundamento à análise dos sistemas

de comunicação é o de progresso ou desenvolvimento. Auguste

Comte, discípulo de Saint-Simon, formulou os princípios de uma ciência

positiva das sociedades humanas. Ele não deu muita atenção à

tecnicidade da Comunicação propriamente dita, mas postulou que a

sociedade, por ser um organismo coletivo, obedece a uma lei

fisiológica de desenvolvimento progressivo.

A ideia dele toma como base a própria história da humanidade

que, segundo seus paradigmas, dá-se em três estados ou eras

sucessivos: 1o) teológico ou fictício, 2o) metafísico ou abstrato, e 3o)

positivo ou científico. É nesse último que se encontra a sociedade

industrial, a era da organização, da ciência, a decadência dos formatos

não-científicos do conhecimento.

Dessa representação surgem as bases para as Teorias

Difusionistas, que afirmam que o progresso só pode atingir a

periferia por meio da irradiação pelos valores do centro.

5. A SOCIEDADE DE MASSA, A ERA DOS PÚBLICOS E O

FUNCIONALISMO

Essas teorias foram testadas no choque das culturas na era

dos impérios (1875-1914) e foram restauradas no período após a

Segunda Guerra Mundial pela sociologia da modernização e sua

concepção de desenvolvimento, quando fica claro que as mídias

ocupam papel estratégico.

Vale lembrar que foi durante a Segunda Guerra Mundial que

a propaganda alcançou o que pode ser considerado o seu mais alto

patamar na história até então. Enquanto ambos os lados conflitantes,

aliados e o eixo, preparavam-se para a guerra, era necessário o

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estabelecimento de campanhas, a fim de motivar suas populações e

possibilitar o aumento de produção.

Nas duas últimas décadas do século XIX apresenta-se a

problemática da sociedade de massa e, por consequência, dos meios

de difusão de massa.

Para fazer melhor uso da Comunicação nessa nova sociedade

e dar um direcionamento a esse processo, surge a necessidade de criar

dispositivos de controle estatístico dos fluxos.

O astrônomo e matemático belga Adolphe Quételet, por volta

de 1835, funda uma nova ciência de mensuração social chamada de

física social. É usado pela primeira vez o termo homem médio, um

conceito que pretende avaliar desequilíbrios de ordem social. Quételet é o

rei do cálculo das probabilidades, e elabora, além das tabelas de

mortalidade, as “tabelas de criminalidade” afim de aferir a “tendência ao

crime” de acordo com o sexo, a idade, o clima, a condição social, para

obter as leis de uma ordem moral pretensamente paralela à ordem física.

Isso mesmo!

Ele pretende definir por esses parâmetros quem tem

propensão a se tronar criminoso! Como se fosse fácil assim... Enfim, ele

não tem muito sucesso nesse sentido, mas essa nova tecnologia do risco

acaba se tornando uma ferramenta de gestão dos indivíduos que, por

sua vez, começam a ser tomados em massa. Surge o princípio do

Estado-providência, que socializa as responsabilidades e reduz todos os

problemas sociais a questões de risco. O cidadão passa a se sentir

parte de um todo.

Essa noção quase biomórfica de Quételet contribui, mesmo

que rudimentarmente, para a identificação do indivíduo e o

estabelecimento de perfis. E começamos a observar mais

abertamente a racionalização da Comunicação de Massa.

A psicologia das multidões de Gustave Le Bon ganha

espaço em meio a debates sobre a natureza política de uma opinião

pública liberada das coerções à liberdade de imprensa e reunião. Surge

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uma visão manipulatória da sociedade, extrapolando a psicologia

individual. Segundo essa ideia, toda multidão tem os CONDUTORES

que sugerem ideias e acabam levando os CONDUZIDOS.

Ortega y Gasset, em A Rebelião das Massas, unem-se a Le

Bon e abordam algumas questões sobre os estudos das massas e das

multidões, que devem ser salientadas para nós:

ü Massa é a simples justaposição ou reunião de indivíduos de

diferentes procedências, uma aglutinação;

ü Os indivíduos que formam a Massa quase não interagem ou

não interagem, e, portanto, não se influenciam;

ü A Massa é formada de indivíduos iguais (atomizados), é

homogênea à As diferenças individuais não são relevantes,

ela nivela a todos;

ü Os indivíduos que compõem a Massa não compartilham as

próprias expectativas;

ü Numa Comunidade, ao contrário do que acontece nas

Massas, há laços de fraternidade quase inexoráveis

(similares aos clãs familiares e às aldeias...) à Se

analisarmos bem essa questão, podemos afirmar que nesse

sentido a massa é frágil. Concorda?

ü Símbolos universais representam a cultura dominante à a

Massa está exposta a esses símbolos e fica unida por um

mesmo conjunto de mensagens.

A partir da segunda metade do século XX, também ganha

espaço os estudos do magistrado Gabriel Tarde que afirma ter acabado a

Era das Massas dando espaço à Era dos Públicos. Para os estudiosos

dessa linha teórica, a “massa” surge por meio de contato psíquico, quase

como um contágio, em que uma ideia é sugerida e automaticamente

(sem pensar muito) obtém ampla adesão. Já quando tratamos de

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públicos, a coisa fica mais física, pois, para Tarde, os públicos

(diferentemente das massas) progridem com a sociabilidade.

Como sociólogo, Tarde observou que o desenvolvimento da

imprensa amplia o universo do público e que essa expansão seria

impossível sem a coexistência de três grandes invenções: a tipografia, o

telégrafo e o caminho de ferro (trilhos). Para ele, as multidões ou massas

ultrapassadas e estão condenadas a serem substituídas pelos públicos, na

medida em que não promovem a ação discursiva. Valoriza-se assim, o

público que se situa num estágio evolutivo superior.

A sociologia positiva de Émile Durkheim se opõe à

psicologia social de Tarde. Em seus estudos, Durkheim conclui que os

fatos sociais atingem toda a sociedade, o que só é possível se

consideramos a sociedade como um todo integrado. Portanto, se tudo

na sociedade está ligado, qualquer alteração num ponto afeta o todo.

Nesse período, surge em oposição à Durkheim e a favor de

Tarde, a sociologia organicista que tende a enxergar os pequenos

objetos da vida coletiva no cotidiano. Um estudioso dessa linha foi

Georg Simmel, que usou a metáfora da ponte (Brüke) e da porta (Tür),

para explicar os conceitos respectivos de realidades complementares e

concomitantes: a “sociação” e a “dissociação”. A primeira metáfora, da

ponte é para ilustrar a sociação e corresponde à capacidade do homem de

associar o que está separado, para o que parece não ter relação,

traça-se uma trajetória em comum. A segunda, a da porta, foi usada para

Um indivíduo só pertence a uma ÚNICA MASSA por vez, mas

pode-se fazer parte de VÁRIOS PÚBLICOS ao mesmo tempo.

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ilustrar a dissociação, corresponde à capacidade de separar e lhe

permite dar uma nova significação.

Essa teoria se contrapõe à sociologia positiva, pois o

pensamento durkheimiano define os objetivos a partir das instituições e

das estruturas, ou seja, a família, as classes, a Igreja, as corporações e

os grupos de interesse. Para ele, cada instituição exerce uma função

específica na sociedade.

Durkheim também afirma que o mau funcionamento de

uma instituição significaria um desregramento da própria

sociedade. Essa análise funcional das unidades sociais dá origem ao

Funcionalismo, que inicialmente aponta as instituições como meios

coletivos de satisfazer necessidades biológicas individuais.

O Funcionalismo é o estudo das funções e suas

consequências. Uma função social é a contribuição de um fenômeno a

um sistema maior do que ele mesmo. Esse é o mesmo conceito que

usamos quando dizemos que algo “cumpriu sua função social” ou que

“tem uma função social de...”.

As instituições, portanto, devem satisfazer necessidades

sociais maiores do que elas mesmas, especialmente a solidariedade

social.

Durkheim também chama de analogia orgânica o fenômeno

no qual as instituições sociais são funcionalmente integradas para

promover a estabilidade do sistema e que uma mudança em uma

instituição irá precipitar uma mudança em outras instituições.

Nesse sentido, quando uma mesma função pode ser

suprida por mais de um componente de um sistema, isso é chamado

de alternativa funcional (também chamada de equivalente funcional ou

substituto funcional).

Mais recentemente, o funcionalista Talcott Parsons aponta que

a sociedade e a respectiva cultura formam um sistema integrado

de funções.

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O Funcionalismo foi umas das primeiras teorias antropológicas

do século XX, até o movimentos sociais de 60, ele também é a visão

sociológica mais aceita. A partir daí começa a receber críticas.

É dito que o ele não sustenta modelos capazes de

promoverem mudanças sociais significativas. Dizem ainda que há

contradições e conflitos em suas teorias.

Críticos usam um argumento epistemológico dizendo que o

funcionalismo descreve as instituições sociais por meio, apenas, de seus

efeitos e não explica a causa deles.

Os estudiosos da Escola de Frankfurt, sustentando a teoria

Crítica também fazem crítica ao funcionalismo. Mas isso veremos mais a

diante...

6. BEHAVIORISMO E GESTALT

As transformações sociais trouxeram a tona outra tendência

científica que interferiu em várias disciplinas, inclusive na Comunicação:

estamos falando do Behaviorismo. Também conhecido como

Comportamentalismo ou Comportamentismo, é o conjunto de teorias

psicológicas que postulam o comportamento como o mais adequando

objeto de estudo da Psicologia.

Nesse paradigma, o conceito de comportamento é definido por

meio das unidades analíticas de ESTÍMULO e RESPOSTA, as quais são

investigadas pelo método da ciência natural chamado de Análise do

Comportamento.

O russo Ivan Pavlov foi um dos percussores do Behaviorismo.

Ele propôs o modelo de condicionamento do comportamento conhecido

como reflexo condicionado ou paradigma do estímulo-resposta, e

tornou-se famoso com suas experiências com cães. As obras de Pavlov

inspiraram John Watson, que foi o primeiro a usar o termo “behaviorismo”

e abriu a vertente denominada de BEHAVIORISMO CLÁSSICO.

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Essa fase “clássica” teve cunho mais experimental, e

encaixava na Psicologia a finalidade de prever e controlar o

comportamento de todo e qualquer indivíduo.

Para Watson, a pesquisa dos processos mentais internos

(como era a tendência anterior conhecida como mentalista, com foco nos

processos psicológicos internos, como memória ou emoção) era pouco

produtiva. Ele preferiu concentrar-se no que era observável, ou seja, no

comportamento. Para Watson, comportamento é sempre uma resposta a

um estímulo específico.

Em 1932, o comportamentalista Edward Tolman superou

Watson em seus estudos ao propor um novo modelo. No

Neobehaviorismo Mediacional de Tolman o esquema adotado é

estímulo-organismo-resposta. O organismo passa por eventos

mediacionais ou variáveis intervenientes. Para esse estudioso, essas

variáveis ou eventos seriam processos internos.

Baseado nesses princípios, Tolman apresenta o conceito de

mapas cognitivos, que postula a possibilidade de gerar expectativas no

organismo, fazendo com que ele adote comportamentos diferentes e mais

ou menos previsíveis para diversos conjuntos de estímulos.

Houve outras linhas de estudo Behaviorista, mas não vamos

prosseguir mais nesse sentido. Temos o suficiente para entender as

teorias da Comunicação que surgiram desses estudos. Gostaria apenas de

Os mapas cognitivos seriam construídos através do

relacionamento do organismo com o meio. Os processos

internos que permitem a criação de um mapa mental entre

um estímulo e outro são usualmente chamados GESTALT-

SINAIS.

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destacar o conceito de Gestalt: é uma palavra alemã sem tradução exata

para o português e diz respeito ao processo de dar forma, de

configurar.

7. PRAGMATISMO E TEORIA CRÍTICA

O Pragmatismo foi uma escola da filosofia que predominou

nos EUA ainda antes da Segunda Guerra Mundial e tem como destaque

Charles Peirce, William James, John Dewey. Passou um longo período

obscurecida pela teoria analítica, mas devido às obras de Richard Rorty o

pragmatismo voltou a ser popular e bastante difundido nos EUA, tendo

um forte impacto sobre sua cultura.

Esse paradigma defende que o sentido de tudo está na

utilidade, ou efeito prático, que qualquer ato, objeto ou

proposição possa ser capaz de gerar. As ideias e atos de qualquer

pessoa somente seriam verdadeiros se servissem à solução

imediata de seus problemas.

Nesse caso, verdade é o conjunto de todas as suas

consequências práticas relativas a determinado contexto. O

pragmatismo refuta a possibilidade de o intelecto e os conceitos humanos

poderem, por si só, representar adequadamente a realidade.

Para essa linha de estudo, o pensamento produz hábitos de

ação, que dão sentido às coisas. Os conceitos de ação e comunicação

nesse paradigma são fundamentais para o desenvolvimento de

uma teoria social.

Mead, outro pragmatista, propôs um modelo no qual a

comunicação passa a ser inserida na pragmática da ação humana e com

uma intenção de intersubjetividade. Vamos entender melhor... Na medida

em que os significados são apreendidos na interação, eles são

manipulados. Nesse processo é preciso que as pessoas se projetem no

mundo em relação ao outro, colocando a si mesmo como objeto. É por

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percebermos o posicionamento das outras pessoas com quem

interagimos que nos situamos no mundo e passamos a

compreendê-lo.

Estudaremos melhor na próxima aula a Teoria Comunicacional

de Mead assim também como as outas Teorias impactadas pelo

paradigma pragmático (Escola de Chicago e Escola Palo Alto).

A Teoria Crítica é uma abordagem que busca unir teoria e

prática. Um de seus principais objetivos era explicar, historicamente,

como se dava a organização e a consciência dos trabalhadores

industriais. Seus pressupostos se estenderam por diversas áreas das

relações sociais, entre elas a Comunicação Social.

A teoria parte de uma crítica ao caráter cientificista das

ciências humanas. Busca entender a cultura como elemento de

transformação da sociedade. Esse paradigma critica a crença absoluta

em dados empíricos e na administração como explicação dos fenômenos

sociais.

Para dar sentido às suas análises, a Teoria Crítica recorre ao

Marxismo, para explicar o funcionamento da sociedade e a formação de

classes, e à Psicanálise, para explicar a formação do indivíduo, enquanto

elemento que compõe o corpo social.

Um dos principais questionamentos tentava entender o

porquê de os indivíduos ficarem insensíveis à dor do autoritarismo,

negando a sua própria condição de indivíduo ativo no corpo social.

A Teoria Crítica influenciou, principalmente, a Escola de

Frankfurt [sobre a qual trataremos na próxima aula]. Os estudiosos de

Frankfurt faziam parte do Instituto para Pesquisa Social que era

patrocinado com recursos judeus (eis a razão para os estudos contra

governos autoritários – na época as teorias Nazistas e Fascistas estavam

em voga).

Por terem uma linha marxista de análise, os pesquisadores

críticos Max Horkheimer e Theodor Adorno entre outros são obrigados a

fugir da Alemanha para os Estados Unidos. Na América os estudiosos

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observam e criticam o surgimento do que os funcionalistas chamam de

Cultura de Massa ou Cultura Popular (conceito que surge no século

XIX com o advento de mídias de massa, principalmente do rádio). Eles

contestam o conceito dizendo que os funcionalistas camuflaram o termo

para que parecesse ter bases sócias e as origens na própria massa.

Ainda na década de 1940, os pesquisadores do Instituto

propõem o conceito de Indústria Cultural para substituir aquele dos

funcionalistas. Trataremos melhor esse conceito nas próximas aulas, mas

para você começar a entender, ela busca designar a situação da arte na

sociedade capitalista industrial.

Para Adorno e Horkheimer a autonomia e poder crítico das

obras de arte são provenientes de uma oposição à sociedade. Em sua

essência, elas são contestatórias. Mas, para eles, a máquina capitalista

de reprodução e distribuição da cultura acaba fazendo a arte

erudita e a popular esmorecerem. E isso aconteceria porque o valor

crítico dessas duas formas de arte é neutralizado, pois não permite a

participação intelectual dos seus espectadores.

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8. RESUMO DO CONCURSEIRO

A busca pela identidade científica da Comunicação fez com que ela

buscasse modelos e esquemas que pertenciam à natureza, à biologia, à

anatomia (e outras disciplinas), que foram adaptadas por analogias.

Cada novo paradigma se apropria do anterior em termos básicos, ao

mesmo tempo que o contradiz.

Eis aqui um esquema com os principais paradigmas tratados nesta

aula:

Paradigma/Conceito Considerações

Especialização e divisão do

trabalho, Liberalismo (Adam

Smith), êxodo rural

foram paradigmas da Revolução

Industrial que reformularam a

sociedade e interferiram na nova

Comunicação Social.

Gestão das multidões Fruto da vida pós Revolução

Industrial. Foi importante para o

início do uso racional da

Comunicação Social. A sociedade

passa a ser considerada como

organismo vivo.

Teoria Matemática da Informação

(Shannon e Weaver), Cibernética

(Wiener)

Ciência do controle da

comunicação.

Ruído Tudo o que impossibilita a

recepção adequada da informação

Rede (Claude Saint-Simon) É necessário alinhar o sistema das

vias de comunicação ao

estabelecimento de um sistema

de crédito.

Desenvolvimento (Auguste Comte) Ciência positiva das sociedades

humanas. A sociedade obedece a

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uma lei fisiológica de

desenvolvimento progressivo.

Teorias Difusionistas O progresso só atinge a periferia

por meio da irradiação pelos

valores do centro.

Sociologia da Modernização As mídias ocupam papel

estratégico.

Sociedade de massa/Meios de

Massa

Surge a necessidade de criar

dispositivos de controle

estatísticos dos fluxos.

Física Social/Homem médio

(Adolphe Quételet)

Cáculo de probabilidades

estabelecimento de perfis e

surgimento de ferramentas de

gestão de indivíduos e

racionalização da Comunicação de

Massa.

Era das Massas O cidadão passa a se sentir parte

de um todo.

Psicologia das Multidões (Le Bon) Debates sobre a opinião pública.

Surge uma visão manipulatória da

sociedade.

Os condutores sugerem ideias e

levam os conduzidos.

Era dos Públicos (Gabriel Tarde) Os públicos progridem com a

sociabilidade.

Sociologia Positiva, Funcionalismo

(Èmile Durkheim)

Os fatos sociais atingem toda a

sociedade, que é um todo

integrado.

O mau funcionamento de uma

instituição significaria um

desregramento da sociedade.

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Behaviorismo (Pavlov, Watson) Estímlo-Resposta

Análise do Comportamento.

Reflexo condicionado.

Gestalt Processo de dar forma, configurar

Pragmatismo (Peirce, James,

Dewey, Rorty)

O sentido está na utilidade.

Efeito prático.

Teoria Crítica, Indústria Cultural

(Horkheimer, Adorno)

A cultura é o elemento de

transformação da sociedade.

Cultura de Massa/Cultura Popular Surgem as mídias de massa.

Comunicação de massa

Pronto futuro colega concursado. Acabamos nossa primeira

aula, ou pelo menos a parte teórica.

Abaixo estão algumas questões com comentários sobre o que

abordamos hoje. Em seguida está a lista de questões sem os

comentários e o respectivo gabarito. Não se assuste com a quantidade

reduzida de questões. Não temos um histórico extenso de provas de

Comunicação Social, por isso não há muitas questões sobre alguns

assuntos.

Minha pretensão nesta aula demonstrativa é introduzir o

conteúdo para a melhor fixação das Teorias da Comunicação que serão

tratadas na próxima aula. Esse sim é um tópico bastante abordado nos

concursos de nossa área e teremos mais questões. Digo a você, amigo

concurseiro, que quando houver necessidade, mas não houver questões

disponíveis, irei criar algumas para nos ajudar no processo de

aprendizado e fixação do conteúdo.

Se houver alguma dúvida, manteremos contato no nosso

fórum.

Forte abraço!

Paolla Marletti

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9. QUESTÕES COMENTADAS

1. CAPES – Comunicação Social – 2008 – Cesgranrio. A teoria crítica

da comunicação tem por base os princípios formulados pelo pensamento

a) capitalista.

b) marxista.

c) cibernético.

d) funcionalista.

e) darwinista.

COMENTÁRIOS: Como falamos na aula, os estudiosos da teoria crítica

faziam parte do Instituto para Pesquisa Social e eram financiados pelos

judeus. Eles seguiam a linha Marxista, que se opunha aos governos

Nazista e Fascista da época.

GABARITO: B

2. TRT 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas

sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar

nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social

através do consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica

e deserção individual são combatidas, entre outros meios, através da

exploração mercantil da cultura e dos processos de formação da

consciência. Assim sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador

se vê freado e, ao invés do conhecimento emancipador em relação às

várias formas de dominação, as comunicações se veem acorrentadas à

ordem social dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França,

Vera Veiga (org): Teorias da Comunicação – Conceitos, Escolas e

Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133)

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Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de

a) organismos sociais.

b) semiótica.

c) indústria cultural.

d) culturalismo.

e) hibridismo.

COMENTÁRIOS:

“Organismo Social” é o conceito que define a sociedade como

um ser vivo. Ainda podemos dizer que estão contidos nele os conceitos de

“rede” como concebido por Saint-Simon, o qual visava alinhar sistemas de

comunicação e sistemas de crédito, e o de “fluxo”, de Quesnay, que se

baseia na corrente sanguínea e trata a sociedade como um conjunto de

circuitos econômicos em prol de um corpo. Essa, portanto, não é a nossa

resposta.

A alternativa B, fala de “semiótica”, que estuda os sinais como

mecanismos de significação. A Comunicação se apropriou da semiótica,

mas não é disso que trata a questão.

A letra C trás a “Indústria Cultural”. Como falamos na aula, os

estudiosos da Teoria Crítica criam esse conceito para criticar o efeito que

tem a máquina capitalista sobre as artes. Segundo eles, a arte tem

essencialmente um poder contestador e perde ele quando é reproduzida

sem participação intelectual da sociedade. A questão, portanto, corrobora

com essa proposta e esta é a alternativa que estamos procurando.

Sobre a letra C: o “Culturalismo” observa sociedades arcaicas

e postula que a cultura tem influência preponderante na personalidade

dos indivíduos. Na última alternativa, “Hibridismo” cultural ainda é um

conceito em desenvolvimento, que diz respeito à diversidade e mistura

cultural.

GABARITO: C

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3. Correios – Analista de Correios – 2011 – Cespe. Os termos cultura

de massa e meios de comunicação de massa têm origem nas reflexões

sociológicas empreendidas no início do século XX acerca da sociedade

moderna.

COMENTÁRIOS: Essa é uma casca de banana! Na verdade, os termos

cultura de massa e meios de comunicação de massa têm origem no

século XIX, em meio à mudanças sociais provenientes da Revolução

Industrial.

Esse evento tão importante nos nossos estudos começou em

1760, mas atingiu seu pico entre 1820 e 1840, quando sociedade

reconfigurada pelas novas características se consolidou. Portanto, século

XIX. O marco principal para a definição desses conceitos foi o surgimento

das mídias de massa, principalmente do rádio. A questão está ERRADA!

GABARITO: E

4. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A cultura

de sociedade de massa passou a ter uma importância considerável, dada

expansão do consumo industrial, a partir do século XIX, valendo-se, na

época, do jornal diário como meio de maior alcance da população e

consolidando-se no século seguinte, com o rádio, o cinema, a TV e a

Internet.

COMENTÁRIOS: Outra casca de banana! A cultura de sociedade de

massa passa a ter importância considerável, dada expansão do consumo

industrial (Revolução Industrial) a partir do século XIX e valeu-se, sim, do

meio jornal, mas há quem considere as primeira emissões de som por

ondas de rádio ainda no século XIX, pelo italiano Guglielmo Marconi.

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Ainda que não tivéssemos essa informação (concordo com

você que essa é difícil), vimos em nossa aula que o magistrado francês

Gabriel Tarde leva em consideração a expansão dos meios e diz que a Era

das Massas foi superada pela Era dos Públicos a partir do século XX.

Portanto, a TV, o cinema e a Internet, que são invenções do século XX e

XXI fazem parte da Era dos Públicos quando a cultura de sociedade de

massa não está mais em voga, por tanto nem se consolida. Questão

ERRADA!

GABARITO: E

5. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. Até a

primeira metade do século XX, os teóricos e pesquisadores da

comunicação entendiam que os comportamentos de uma sociedade de

massa estão associados ao fato de os indivíduos se encontrarem isolados,

amorfos, e, sendo a massa um todo uniforme, linear, ela absorve os

modismos da mídia.

COMENTÁRIOS: Você está percebendo como a passagem do século XIX

para o XX trouxe mudanças, não é? A questão está falando exatamente o

que Ortega, Gasset e principalmente Le Bon estudaram e salientaram

sobre as massas e as multidões, modelo vigente até a primeira metade do

século XX.

Vou aproveitar para lhe lembrar algumas características dessa

sociedade. Os indivíduos integrantes da massa/multidão não interagem e

não influenciam uns aos outros, suas diferenças não são consideradas (a

massa é homogênea), a massa é frágil, pois não há laços, e os

condutores lançam sugestões facilmente absorvidos pelos conduzidos, ou

seja modismos. A questão está CORRETA.

GABARITO: C

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6. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A

indústria cultural visa ao entretenimento e à diversão, enquanto a arte

produz inquietação.

COMENTÁRIOS: Os teóricos da Escola de Frankfurt, influenciados pela

Teoria Crítica, criaram o conceito de Indústria Cultural como uma crítica

(tratamos disso na segunda questão) ao esmorecimento da essência da

arte que é, sim, inquieta e contestadora.

Segundo eles, ela nasce em oposição à sociedade, ela critica a

sociedade. E na esfera capitalista passa a ser reproduzida repetidamente

por seus expectadores de forma passiva, não contribuindo

intelectualmente e não interferindo nessa produção. Ela acaba sendo

renegada a um papel de entretenimento e perde o teor crítico de sua

essência. Questão CORRETA!

GABARITO: C

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10. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. CAPES – Comunicação Social – 2008 – Cesgranrio. A teoria crítica

da comunicação tem por base os princípios formulados pelo pensamento

a) capitalista.

b) marxista.

c) cibernético.

d) funcionalista.

e) darwinista.

2. TRT 6ª Região (PE) – Analista Judiciário – 2012 – FCC. Nas

sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a se engajar

nas tarefas necessárias à manutenção do sistema econômico e social

através do consumo estético massificado. As tendências à crise sistêmica

e deserção individual são combatidas, entre outros meios, através da

exploração mercantil da cultura e dos processos de formação da

consciência. Assim sendo, acontece, porém que seu conteúdo libertador

se vê freado e, ao invés do conhecimento emancipador em relação às

várias formas de dominação, as comunicações se veem acorrentadas à

ordem social dominante. (Hohlfeldt, Antonio; Martino, Luiz C.; França,

Vera Veiga (org): Teorias da Comunicação – Conceitos, Escolas e

Tendências. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 133)

Nos estudos da Comunicação, o trecho acima explica, o conceito de

a) organismos sociais.

b) semiótica.

c) indústria cultural.

d) culturalismo.

e) hibridismo.

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3. Correios – Analista de Correios – 2011 – Cespe. Os termos cultura

de massa e meios de comunicação de massa têm origem nas reflexões

sociológicas empreendidas no início do século XX acerca da sociedade

moderna.

4. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A cultura

de sociedade de massa passou a ter uma importância considerável, dada

expansão do consumo industrial, a partir do século XIX, valendo-se, na

época, do jornal diário como meio de maior alcance da população e

consolidando-se no século seguinte, com o rádio, o cinema, a TV e a

Internet.

5. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. Até a

primeira metade do século XX, os teóricos e pesquisadores da

comunicação entendiam que os comportamentos de uma sociedade de

massa estão associados ao fato de os indivíduos se encontrarem isolados,

amorfos, e, sendo a massa um todo uniforme, linear, ela absorve os

modismos da mídia.

6. ABIN – Oficial Técnico de Inteligência – 2010 – Cespe. A

indústria cultural visa ao entretenimento e à diversão, enquanto a arte

produz inquietação.

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GABARITO

1. B

2. C

3. E

4. E

5. C

6. C