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1 1. NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS DESAFIOS. http://mapadecursosonline.com/novas-tecnologias-na-educacao/ Sejam bem-vindos ao módulo 1 da disciplina Educação e Novas tecnologias. Nessa disciplina iremos estudar as novas tecnologias da comunicação e informação e suas aplicações na educação, buscando identificar a relação comunicação e educação na sociedade contemporânea, assim como as relações entre mídia, cultura e subjetividade. A influência da TV e das redes sociais nos processos escolares e a utilização da mídia como instrumento didático-pedagógico. Iremos discutir sobre a qualidade do ensino, sobre novos desafios, sobre novas abordagens da comunicação mediada pela tecnologias da informática. Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional. O uso de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos, caracterizada por vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de ganhos acadêmicos significativos. Estudos apontam prováveis causas do pouco sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores, burocracia institucional, equipamentos inadequados. AULA 01

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1. NOVAS TECNOLOGIAS, NOVOS DESAFIOS.

http://mapadecursosonline.com/novas-tecnologias-na-educacao/

Sejam bem-vindos ao módulo 1 da disciplina Educação e Novas tecnologias.

Nessa disciplina iremos estudar as novas tecnologias da comunicação e informação

e suas aplicações na educação, buscando identificar a relação comunicação e

educação na sociedade contemporânea, assim como as relações entre mídia, cultura

e subjetividade. A influência da TV e das redes sociais nos processos escolares e a

utilização da mídia como instrumento didático-pedagógico. Iremos discutir sobre a

qualidade do ensino, sobre novos desafios, sobre novas abordagens da comunicação

mediada pela tecnologias da informática.

Ao tratarmos de novas abordagens de comunicação na escola, mediadas pelas

novas tecnologias da informação, estamos tratando de Tecnologia Educacional. O uso

de artefatos tecnológicos na escola tem sido uma história de insucessos,

caracterizada por vantagens educacionais do seu uso, complementadas por um

discurso dos proponentes salientando a obsolescência da escola. Após algum tempo

são lançadas políticas públicas de introdução da nova tecnologia nos sistemas

escolares, terminando pela adoção limitada por professores, sem a ocorrência de

ganhos acadêmicos significativos. Estudos apontam prováveis causas do pouco

sucesso da inovação, tais como falta de recursos, resistência dos professores,

burocracia institucional, equipamentos inadequados.

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O trecho de um discurso de Thomas Edison, inventor do telégrafo, do

gramofone e da lâmpada elétrica, prevê, em 1913, que os livros didáticos se tornariam

obsoletos nas escolas e que, usando filmes, seria possível instruir sobre qualquer

ramo do conhecimento humano. Em 1922, Edison ainda afirmava que “... o filme está

destinado a revolucionar nosso sistema educacional e em poucos anos suplantará em

muito, senão inteiramente, o uso de livros didáticos”.

Nossa utopia é sempre tentar mudar a história futura para melhor, e não

defendo posições tradicionalistas ou contrárias à tecnologia na educação. Vejo as

novas tecnologias como mais um dos elementos que podem contribuir para melhoria

de algumas atividades nas nossas salas de aula. Por outro lado, também não adoto o

discurso dos defensores da nova tecnologia educacional, que mostram as mazelas da

escolas (algo muito fácil de se fazer), deixando implícito que nossos professores são

dinossauros avessos a mudanças.

No Brasil, na década de 80, a contradição entre tecnologia de ponta e escolas

precárias era mais evidente, uma vez que os computadores eram máquinas mais

caras e não estavam tão disseminados na sociedade como hoje. Aprendemos que a

expectativa de administradores, professores, alunos e pais era que se ensinasse

informática na escola, não no sentido de uso pedagógico de computadores, nos

levando a explorar a introdução da informática na escola como uma mistura de

informática na educação e de preparação para o trabalho.

ASSISTA:

Para iniciarmos nossa disciplina indico a vocês o vídeo sobre as novas

tecnologias relacionadas à Educação.

https://www.youtube.com/watch?v=XdY57PMsTsQ

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2. INOVAÇÃO CONSERVADORA

http://gemateloucos.blogspot.com.br/2014/10/curso-online-gratuito-para-formacao-de-professores-no-uso-tecnologias-

em-sala-de-aula.html

A história da tecnologia educacional contém muitos exemplos de inovação

conservadora, de ênfase no meio e não no conteúdo. Devido ao efeito dramático,

sedutor, da mídia, em certos casos a atenção era concentrada na aparência da aula,

tomando-se como algo “dado” o conteúdo veiculado, seja na sala de aula por

transparências ou filmes, ou pela difusão ampla de conteúdos, através da TV, do rádio

ou mesmo de livros textos cheios de figuras, cores, desenhos, fotos.

Atualmente a inovação conservadora mais interessante é o uso de programas

de projeção de tela de computadores, notadamente o PowerPoint, com o qual o

espetáculo visual (e auditivo) pode tornar-se um elemento de divagação, enquanto o

professor solitário na frente da sala recita sua lição com ajuda de efeitos especiais,

mostrando objetos que se movimentam, fórmulas, generalizações, imagens que

podem ter pouco sentido para a maioria de um grupo de aprendizes. A inatividade

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(física e mental) do aprendiz é reforçada pelo ambiente da sala, geralmente à meia

luz e com ar condicionado.

Mas tal tipo de artefato pode também ter efeitos contrários, gerando situações

onde o aluno não precisa nem mais copiar - a coisa já vem pronta e acabada para se

levar para casa e memorizar para a prova. Tal tipo de mídia pode também reforçar no

aluno uma falsa sensação de ter aprendido a lição, pois tudo que o mestre escreveu

está ali, gravado, do jeito dele, com os mesmos espaços, tamanhos, etc.

Outro exemplo comum é a digitação de trabalhos escolares convencionais,

dentro ou fora da sala de aula e sem a orientação do professor. Neste caso, a

tecnologia pode até facilitar ou dissimular a cópia plagiadora de pedaços de

enciclopédias, de páginas da Internet, de livros de texto e de materiais gráficos

escaneados. Tais produções de alunos podem impressionar professores sem

experiência de computadores, pelo aspecto gráfico esmerado dos trabalhos e pela

extensão do texto (em alguns casos feitos por outra pessoa, algo mais difícil de ocorrer

quando o professor conhece a caligrafia do aprendiz).

A presença da tecnologia na escola, mesmo com bons software, não estimula

os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a adotarem novos

modos de aprender. Como ocorre em outras áreas da atividade humana, professores

e alunos precisam aprender a tirar vantagens de tais artefatos.

Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade da

informação, com novo formato de receber e transmitir informação, e de uma busca

interminável de conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as

suas tradições culturais, com muita mais eficácia e rapidez que ontem. Com a

explosão da computação e, consequentemente da internet, passou-se a considerar

que disponibilizar informação em uma página da internet seria um processo educativo

contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estaria sendo realmente

transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens e

desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da

educação nos dizem que, educar não é adestrar, nem governar informações para um

indivíduo e sim servir como mediador desse processo.

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3. CONCEITUANDO AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E DE

COMUNICAÇÃO

https://www.youtube.com/watch?v=Zge9v2jIhRA

O que entende-se por novas tecnologias digitais? Entendemos por novas

tecnologias digitais a aplicação de um conhecimento científico ou técnico, de um

“saber como fazer”, de métodos e materiais para a solução de uma dada dificuldade.

A Tecnologia de Comunicação designa toda forma de veicular informação. Têm-

se como ambiente de veiculação, incluindo desde as mídias mais tradicionais, como

os livros, o fax, o telefone, os jornais, o correio, as revistas, o rádio, os vídeos, até as

mídias modernas como a informática e a Internet. A segunda é a Tecnologia de

Informação designa toda forma de determinar, gravar, armazenar, processar e

reproduzir as informações. Como exemplos de suportes de armazenamento de

informações são: o papel, os arquivos, os catálogo, os HD’s dos computadores, os

CD’s, DVD’s ou agora, os PEN DRIVES, os MP3, MP4, etc. Dispositivos que permitem

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o seu processamento, são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que

possibilitam a sua reprodução são a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o projetor

de slides (data show).

Tecnologias de Informação e Comunicação (chamadas de TIC) exercem um

papel cada vez mais importante na forma de nos comunicarmos, aprendermos e

vivermos. As novas tecnologias de informação e de comunicação (TIC), usadas na

comunicação social, estão cada vez mais interativas, pois permitem a troca de dados

dos seus usuários com recursos que lhes permitem alternativas e aberturas das mais

diferentes, os programas de multimídia, como o vídeo interativo, a Internet. São essas

novas tecnologias que permitem a preparação e manipulação contínua de teores

específicos por parte do professor/aluno (emissor) e do aluno/professor (receptor),

codificando-os, decodificando-os, recodificando-os conforme as suas realidades, as

suas histórias de vida e a tradições em que vivem; permitindo um entendimento mais

eficaz, alternando os papéis de emissor e receptor, como co-protagonistas e

contribuintes da ação cognitiva.

Nos dias de hoje, os diferentes usos dessas mídias (tecnologias) se confundem

e passam a ser característicos das Tecnologias de Informação e de Comunicação,

que mudam os padrões de trabalho, do lazer, da educação, do tempo, da saúde e da

indústria e criam, assim, uma nova sociedade, novas atmosferas de trabalho, novos

ambientes de aprendizagem. Criando-se um novo tipo de aluno que necessita de um

novo tipo de professor. Um professor ligado e compromissado com o que está

acontecendo ao seu redor. Tecnologias colaborativas são as que consentem à

otimização do trabalho em equipe. Explicitando, as novas tecnologias de informação

e de comunicação podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais

isoladamente.

Assim, quando um professor pesquisa certo assunto, em bases de dados da

Internet e, ao descobrir documentos importantes, guarda-os para seu uso particular

em sua biblioteca virtual individual (CD-ROM ou no disco rígido do seu computador),

os seus objetivos individuais não estão sendo admirados. Se, por outro lado, comunica

a existência desses textos a outros professores que estão trabalhando com ele (de

forma interdisciplinar) em um projeto comum, propondo uma discussão conjunta

através dos serviços da própria Internet (e-mail, teleconferência), essa tecnologia se

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reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí ser então denominada

de tecnologia colaborativa.

http://pt.slideshare.net/mdamasco/tecnologia-conhecimento-slides

Como usar as Novas Tecnologias na Educação? Sala de aula deve ser ambiente de

criação?

Assista ao vídeo abaixo e pense nas perguntas mencionadas acima:

https://www.youtube.com/watch?v=Zge9v2jIhRA

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4. LECIONAR E APRENDER NA ERA TECNOLÓGICA

http://canaldoensino.com.br/blog/curso-gratis-ensina-professor-a-usar-tecnologia-em-sala-de-aula

Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de

aula requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o

mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o desenvolvimento

contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e informações sobre

o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura, posicionando-se e expressando-

se, de modo significativo, com os elementos observados, elaborados que serão

melhor avaliados. Ao se trabalhar, adequadamente, com essas novas tecnologias,

Kenski constata-se que:

a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades, do criar e do refletir juntos. (KENSKI,1996, p. 20).

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Esta é a parte visível da introdução de novas tecnologias na educação. A

estrutura das salas de aula deverá mudar como já mudaram em algumas instituições

de ensino no Brasil e estão mudando em muitas regiões do mundo. A implantação

(mudança) se inicia e continua com a criação de certa infraestrutura tecnológica e de

um programa de utilização em que os professores sejam treinados operacionalmente,

capacitados metodologicamente e filosoficamente para a utilização dessas novas

tecnologias na sua prática pedagógica.

O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores

precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das

tecnologias digitais que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas.

Os professores precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar os

alunos a, e eles também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem

manipulados por elas. Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua

existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas

potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e novos

usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar seus alunos a

“lerem” e “escreverem” com elas.

Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas

tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas são

únicas e resgatar os usos das velhas em organização com as novas, isto é, usar cada

uma naquilo que ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra. O uso e

influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só em relação à sua

atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a

pesquisa com as novas tecnologias tem características diferentes que estão

diretamente ligadas à procura da constante informação.

Os docentes devem construir e trabalhar em conjunto com seus alunos não só

para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e selecionar

elementos, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem conceitos.

Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos.

Como descrever Gadotti, o professor “deixará de ser um lecionador para ser um

organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do conhecimento,

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um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um

organizador de aprendizagem” (Gadotti, 2002).

Não podemos deixar de destacar a importância de se repensar os métodos

docente a partir de uma maior valorização da metodologia de interação e colaboração

mutua que devem estar presentes proporcionalmente na educação à distância quanto

na educação presencial, escolha metodológica tão discutida hoje em dia e que vem

sendo exercitada por profissionais das áreas mais variadas da educação. É muito

inquietante como os professores estão se afastando dessas práticas alternativas,

apresentando, com isso, muita oposição e resistência.

A educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus

docentes tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e

comunicação quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. Os

Cursos de Educação à Distância são exemplos desta iniciativa.

http://pt.slideshare.net/mdamasco/tecnologia-conhecimento-slides

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5. TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

http://www.artigonal.com/educacao-online-artigos/a-escola-o-professor-e-as-novas-tecnologias-5472765.html

Hoje, as tecnologias contribuem para um melhor processo de ensino-

aprendizagem, proporcionando novas formas de ensinar e aprender. O professor deve

ser alguém criativo, competente e comprometido com o advento das novas

tecnologias, interagindo em meio à sociedade do conhecimento, repensando a

educação e buscando os fundamentos para o uso dessas novas tecnologias, que

causam grande impacto na educação e determinam uma nova cultura e novos valores

na sociedade.

A partir de mudanças na forma de ensinar e com a inserção de tecnologias nesse

processo de ensino, mudam-se também as formas de aprendizagem. Os alunos

sentem-se mais motivados, pois estas diferem de antigamente, quando não existia

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diálogo entre professor e aluno; hoje há uma troca de informações em sala de aula,

na qual o professor não é mais o detentor de todo o conhecimento, de modo que o

aluno passa a ser o principal responsável pela construção do seu conhecimento, tendo

um papel mais ativo, na busca de soluções das suas necessidades.

Segundo Moran:

A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis. A presença dos recursos tecnológicos na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender. A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por parte de alunos e professores. (MORAN, 1995, apud MAINART; SANTOS, 2010, p. 04)

O principal objetivo do processo de ensino-aprendizagem por meio da tecnologia

é formar alunos mais ativos, de modo que o educador e a tecnologia se tornem

mediadores desse processo, devendo estar unificados para que a aprendizagem se

torne eficaz.

Por meio da utilização das tecnologias, a associação das práticas pedagógicas,

juntamente com o aprendizado, representa uma possibilidade a mais para os

professores, pois estimula o aprendizado, de modo que os participantes desse

processo passam a investigar as soluções para os problemas e para as situações em

estudo. Essa nova maneira está relacionada a uma nova visão de construção do

conhecimento, em um processo que envolve todos os participantes, professores e

alunos, superando as formas tradicionais na relação de ensino-aprendizagem.

https://www.youtube.com/watch?v=XdY57PMsTsQ

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QUESTÃO 01

Observe atentamente a charge e, em seguida, assinale a opção que melhor se

relaciona com a situação apresentada por ela.

http://lapegeouemgfrutal.blogspot.com.br/2011/06/educacao-novas-tecnologias-seminario.html

a) As TIC são muitas vezes usadas para reforçar crenças existentes sobre ambientes

de ensino em que ensinar é explicar e aprender é escutar.

b) A contribuição mais significativa das tecnologias da informação e da comunicação

é a capacidade para intervir como mediadoras nos processos de aprendizagem.

c) As escolas planejam a utilização dos recursos tecnológicos como um investimento

na capacidade dos alunos de adquirir sua própria educação.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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d) A utilização das TIC na escola é resultado de decisões colegiadas que respondam,

de forma satisfatória, às iniciativas dos professores.

QUESTÃO 02

“Otto Peters, em recente publicação, destaca os modelos mais adotados no ensino

superior a distância, mostrando tendências que mesclam padrões presenciais ao

potencial do uso das tecnologias da informação e da comunicação, que privilegiam o

desenvolvimento do autoaprendizado e algumas que se situam mais próximas das

experiências das universidades abertas virtuais.” (GOUVEIA, Guaracira. Educação a

distância na formação de professores: visibilidades, potencialidades e limites. Rio de

Janeiro: Vieira & Lent, 2006. p. 64)

Leia atentamente as descrições dos modelos que seguem e, em seguida, marque a

opção que identifica, respectivamente, os modelos apresentados.

I Modelo que se desenvolveu nos anos de 1970-1980 e preconizava o uso regular do

rádio e da televisão integrados ao material impresso.

II Modelo que se pauta na avaliação das condições de possibilidade econômica e

social e na possibilidade de combinar ambientes de EaD e presenciais.

III Modelo mais antigo que ainda é empregado por ser simples e barato: o material é

impresso e durante 150 anos esse modelo desenvolveu um número de abordagens

típicas para EaD.

IV Modelo de EaD que também utilizava o rádio e a televisão como mídia de ensino,

pincipalmente para palestras de eminentes professores.

a) Híbrido – Baseado em rede – Educação por correspondência – Multimídia

b) Multimídia - Híbrido - Educação por correspondência - EaD em grupo

c) Educação por correspondência – Ead em Grupo – Híbrido – Baseado em rede

d) Preparação para exames – EaD em grupo – Baseado em rede – Híbrido.

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QUESTÃO 03

As transformações decorrentes do avanço das TIC têm cada vez mais exigido a

formação de um professor com capacidades de mediar o processo de descoberta,

assimilação e construção de novos conhecimentos. Esse professor seria o que

inúmeros autores classificam como mediador. Sobre mediação pedagógica, leia os

postulados dados e, em seguida, assinale a opção correta.

I Uma prática, verdadeiramente mediadora, depende fundamentalmente dos meios

tecnológicos, sem os quais se torna inviável o processo de interação.

II A mediação é a característica da interação especialmente na experiência de

aprendizagem e na transmissão cultural.

III A mediação pedagógica não é possível em situações em que o professor utiliza

técnicas didático-pedagógicas tradicionais.

IV O uso das TIC não garante a qualificação da prática docente mediadora, podendo

até mesmo ser um obstáculo a essa realização.

a) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.

d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

QUESTÃO 04

Nas últimas décadas do século XX e início do século XXI, o mundo vem assistindo a

um vertiginoso avanço das tecnologias da informação e da comunicação com sérias

implicações para as sociedades. Dentre essas implicações, podemos assinalar a:

a) perda de importância dos setores econômicos ligados ao lazer, aos serviços e à

comunicação.

b) consolidação dos modos de produção fundados no paradigma organizacional

taylorista-fordista.

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c) alteração da estrutura de interesses, do caráter dos símbolos e da natureza da

comunidade.

d) diminuição da fadiga, principalmente para o grupo de trabalhadores do chamado

trabalho imaterial.

QUESTÃO 05

Assinale a opção que apresenta o conceito de material interativo multimídia.

a) Software informático desenhado para ser aplicado em contextos específicos de

ensino e aprendizagem, levando-se em consideração os objetivos pedagógicos e as

concepções sobre aprendizagem.

b) Página cujo acesso é não linear, por meio de links, e que se caracteriza pela

possibilidade intersemiótica de integrar linguagem verbal e não verbal e pela

acessibilidade ilimitada a outros espaços.

c) Recurso virtual que pode ser usado e reutilizado com o intuito exclusivo de apoiar

e favorecer a aprendizagem, por meio de atividade interativa, na forma de animação

e simulação, com aspecto lúdico.

d) Material em suporte informático que se caracteriza por permitir tanto o enlace de

forma interativa das diversas informações que contém como a apresentação dessas

informações em códigos simbólicos.

QUESTÃO 06

Sancho e Hernández (2006) citam vários trabalhos (Escudero, 1991; Zammit, 1992;

Fabry & Higos, 1997; Richardson, 2000; Burbules & Cullister, 2001; Cuban, 2001;

Pelgrum, 2001; Zhao et al., 2002) que analisam as práticas de uso de computadores

em aula e a incorporação das TIC aos processos educacionais, cujas conclusões

apresentam fatores que parecem incidir no sucesso ou fracasso dessas práticas.

(SANCHO, Juana María; HERNÁNDEZ, Fernando. Tecnologias para transformar a

educação. Porto Alegre, RS : Artmed, 2008.)

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Analise os itens a seguir e assinale a opção que indica os fatores mais citados entre

esses estudiosos.

I a existência de um projeto institucional que impulsione e avalize a inovação educativa

utilizando as TIC.

II a existência de instrumentos de avaliação quantitativa em relação à instituição, ao

curso e à aprendizagem dos estudantes.

III a existência de condições e de cultura organizacional nas escolas que apoie e

impulsione o uso das TIC nos processos pedagógicos.

IV a formação de professores e sua predisposição em relação ao uso das TIC no

processo educativo.

a) Apenas II, III e IV estão corretas.

b) Apenas I, III e IV estão corretas.

c) Apenas I, II e III estão corretas.

d) Apenas II e IV estão corretas.

QUESTÃO 07

“A palavra ‘tecnologia’ é usada a todo momento por pessoas das mais diversas

qualificações e com propósitos divergentes. Sua importância na compreensão dos

problemas da realidade atual agigantase, em razão justamente do largo e

indiscriminado emprego, que a torna ao mesmo tempo uma noção essencial e

confusa.” (VIEIRA PINTO, Álvaro. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro:

Contraponto, 2005, p. 219.)

Sobre alguns significados existentes do termo tecnologia, leia as proposições dadas

e, em seguida, assinale a opção correta.

I A tecnologia aparece como a teoria, a ciência, o estudo, a discussão da técnica,

abrangida nesta última uma noção de artes, as habilidades do fazer, as profissões e,

generalizadamente, os modos de produzir alguma coisa.

II A tecnologia equivale, pura e simplesmente, à técnica. Indiscutivelmente constitui

esse o sentido mais frequente e popular da palavra.

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III Tecnologia diz respeito ao conjunto de todas as técnicas de que dispõe uma

determinada sociedade em qualquer fase de seu desenvolvimento.

IV O termo tecnologia é usado também condensadamente como a ideologia da

técnica.

a) As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.

b) Apenas as alternativas I e IV estão corretas.

c) Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.

d) Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.

QUESTÃO 08

“Os meios de ensino ou materiais didáticos são um dos eixos vertebrais de grande

parte das ações de ensino e aprendizagem desenvolvidas em qualquer dos níveis e

modalidades de educação. Desde o período da educação infantil até o ensino

universitário, na educação a distância, na educação não formal... em definitivo, em

qualquer atividade formativa, sempre existe algum tipo de meio impresso, audiovisual

ou informático – de referência e apoio para os docentes e alunos.” (MOREIRA, Manoel

Area. Los medios y las tecnologías en la educación. Madrid: Pirámide, 2004. p. 73.)

Com base na reflexão acima, podemos concluir que

a) a relevância dos meios nos processos de ensino está condicionada mais pelos

conteúdos apresentados e menos pelo contexto da situação educativa.

b) os meios são meros depositários de informação e sua importância depende dos

usos que os sujeitos fizerem no processo de ensino e aprendizagem.

c) os meios de ensino não diferem de outros meios de comunicação social, uma vez

que estes podem se converter em meio de ensino.

d) em qualquer meio material de ensino deve existir algum tipo de sistema de símbolo

ou referente que represente algo diferente de si mesmo.

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QUESTÃO 09

Assim como o conceito de tecnologia evoluiu de acordo com a concepção de mundo

de cada época, no Século XX, surgiram várias correntes de estudo sobre o assunto

que acabaram por definir maneiras diferentes de conceber a tecnologia. Essas visões

comumente são chamadas de teorias sobre a tecnologia. Leia cada uma das

definições abaixo e, em seguida, assinale a opção correta.

I As tecnologias são ferramentas que têm o objetivo de servir aos fins dos que delas

fazem uso. É a visão da tecnologia como objeto e corresponde ao senso comum.

II A tecnologia não é um simples meio, mas transformou-se em um ambiente e em

uma forma de vida: este é o seu impacto.

III A tecnologia seria um campo de luta social ou talvez uma metáfora, melhor seria

dizer em um parlamento das coisas no qual formas alternativas são debatidas e

discutidas.

IV Não há como separar tecnologia de sociedade, pois o processo de criação e

produção é, sobretudo, social e os sujeitos sociais responsáveis por esse processo e

pelo uso das tecnologias criadas a partir dele estão em permanente processo de

negociação com elas e daí resultam os modelos sociais específicos de cada

sociedade. As assertivas acima descrevem, respectivamente, as teorias

a) instrumental, substantiva, crítica e construtivista.

b) construtivista, crítica, instrumental e substantiva.

c) crítica, construtivista, substantiva e instrumental.

d) substantiva, instrumental, construtivista e crítica.

QUESTÃO 10

Na EaD, desde muito tempo, trabalha-se com a ideia de formação de equipes

multidisciplinares para a estruturação e ofertas de cursos. Uma das funções que

ganhou maior importância foi a do designer instrucional, termo que enfrenta algumas

resistências ao ponto de alguns teóricos preferirem chamar de projetista pedagógico.

Comumente o profissional encarregado de atuar nessa parte em um curso a distância

tem a responsabilidade de

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a) analisar a produção final dos materiais organizados somente para cursos on-line,

no que diz respeito às possíveis falhas na configuração de design gráfico que de

alguma forma possam dificultar a leitura pelo aluno usuário.

b) projetar soluções para problemas educacionais específicos em situações de

aprendizagem por meios eletrônicos ou por outros meios, em níveis diferenciados,

restringindo-se às iniciativas educacionais intencionais.

c) avaliar especificamente o nível de coerência entre os objetivos de aprendizagem, a

apresentação dos conteúdos e a estrutura das atividades de fixação, principalmente

no que diz respeito à clareza dos enunciados e dos comandos.

d) revisar o material didático impresso no estágio em que ele é finalizado na busca de

identificar possíveis erros no processo de formatação gráfica, tais como erros de

digitação, deslocamentos de textos ou imagens, entre outros.

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6. TECNOLOGIAS

http://noticias.universia.com.br/tag/tecnologia-na-educa%C3%A7%C3%A3o/

Segundo o dicionário de Língua Portuguesa, Tecnologia é uma “ciência cujo

objeto é a aplicação do conhecimento técnico e científico para fins industriais e

comerciais” e um “conjunto dos termos técnicos de uma arte ou de uma ciência”.

A base da tecnologia encontra-se no conhecimento, técnica e experiência. É por

meio deste conjunto que novas tecnologias são criadas e que aos poucos são

transformados os indivíduos e a sociedade, independente da utilização que se faça

dessa tecnologia. Essa absorção da tecnologia pela cultura ocorre a partir de valores

preestabelecidos pela sociedade.

Para Kenski, “[...] as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana”

(2012, p. 15). Elas existem desde a idade da pedra, quando os mais fortes se

destacavam com ideias para a sua própria sobrevivência e, à medida que iam

sobrevivendo, surgiram novas necessidades, de modo que novas tecnologias foram

sendo criadas. Esse processo ocorre até os dias atuais, isto é, no decorrer da

evolução originaram-se diferentes tecnologias. Atualmente, temos uma evolução

tecnológica bem diferente da realidade da idade da pedra, mas que possui os mesmos

objetivos, sempre buscando novas formas de melhorar os processos existentes que

AULA 06

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ocorrem nos diversos setores da sociedade, desenvolvendo mudanças tanto na vida

coletiva, como na vida individual.

Em muitos casos não é uma nova tecnologia que está surgindo, mas sim uma

inovação de uma tecnologia já existente. É muito rápido o processo de

desenvolvimento tecnológico atual, em que fica difícil definir o que é um novo

conhecimento, instrumento e procedimento ou o que é uma inovação de uma

tecnologia já existente.

O critério para a identificação de novas tecnologias pode ser visto pela sua

natureza técnica e pelas estratégias de apropriação e de uso. Atualmente, as novas

tecnologias estão relacionadas aos processos e produtos originários da eletrônica, da

microeletrônica e das telecomunicações, as quais caracterizam-se por serem áreas

evolutivas, em permanente transformação.

Hoje são comuns as expressões “sociedade tecnológica”, “a tecnologia invadiu

nosso cotidiano”, o que, às vezes, causa certo receio nas pessoas, as quais se

assustam com as possibilidades demonstradas nos filmes de ficção científica, em que

a tecnologia passa a ter domínio sobre os seres humanos. A tecnologia faz parte de

nossa vida em todos os aspectos, por exemplo, comer só é possível graças à

tecnologia dos talheres, pratos, geladeira, fogão, micro-ondas etc. E, dessa mesma

forma, a tecnologia está presente em todas as atividades da nossa rotina e, para a

realização das mesmas, são necessários produtos e equipamentos resultantes de

estudos, planejamentos e construções. Pensando dessa forma, não é só agora que

se vive a “era tecnológica”. Essa “era” já existe desde os primórdios, porém em cada

época existiu um tipo de tecnologia diferente, que, cada uma a sua maneira, tinha o

objetivo de melhorar a qualidade dos processos.

As tecnologias atuais representam mudança de comportamento. Um exemplo

simples é a internet, que, apesar de ser uma tecnologia já antiga (em 1960 já se falava

de internet), possibilita a comunicação das pessoas sem que estas estejam no mesmo

local e a Educação a Distância, que permite àqueles que não têm a possibilidade de

cursar o Ensino Superior de forma presencial ou que não possuem recursos para arcar

com esse investimento. Outros exemplos: televisão, computadores, celulares etc.

As pessoas já estão dependentes de toda a tecnologia existente. Hoje é muito

comum uma criança já saber utilizar um celular e/ou os programas de computador.

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Uma realidade muito diferente de anos atrás, já que o acesso a essas tecnologias se

dava apenas quando fossem jovens e/ou adultos.

A escola e o professor precisam explorar esse conhecimento que já possuem,

permitindo assim novas formas de ensinar e aprender e também incluir aqueles que

ainda estão nas estatísticas de exclusão digital, pois, apesar das facilidades de acesso

às tecnologias, ainda existe desigualdade social nesse âmbito. Este é outro ponto

importante da utilização das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem, já que

a escola passa a fazer um trabalho social, inserindo essas pessoas no mundo

tecnológico, eliminando assim todas as barreiras que possam existir, sejam elas

sociais, culturais ou intelectuais.

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7. AS PRINCIPAIS TECNOLOGIAS UTILIZADAS EM EAD

• Mídia impressa: texto impresso, caderno de estudos, jornais e boletins, notas de

aulas, livros didáticos, apostilas etc.

http://www.unoeste.br/facopp/noticias_visualizar.php?id=1109

Mídia sob a forma de áudio e vídeo: fitas gravadas, CD-ROM.

http://www.copynotify.com/DeviceControl.html

Rádio e televisão: programas ao vivo e gravados:

AULA 07

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http://www.historiadetudo.com/televisao

Com o surgimento da internet tornou-se possível uma nova forma de disseminação

por vídeo, denominada vídeo transmissível, ou seja, vídeo no formato digital que

permite que as pessoas façam DOWNLOAD na forma compacta, direto de um servidor

da WEB.

• Tecnologia de telecomunicação interativa, que pode ser via áudio, audiografia

(agrega imagens visuais ao áudio), vídeo e computador.

• Audioconferência: os participantes são conectados por linhas telefônicas.

• Audiográfico: tecnologia que agrega imagens visuais, o áudio e também é transmitida

por linhas telefônicas.

• Videoconferência: permite a transmissão nos dois sentidos de imagens televisivas

via satélite ou a cabo. Outros tipos de equipamento, como monitores de televisão,

gravadores/ aparelhos de videocassete, microfone, câmeras e computadores também

são usados.

• Aprendizado com o uso do computador: programas de estudo autogerenciado que o

aluno usa sozinho no computador. O programa educacional pode ser disponibilizado

em CD-ROM ou conectado à internet para ter acesso ao hipertexto (conteúdo, página

ou texto de internet) e hipermídia (permite ao usuário a interatividade de acesso pelas

“ligações” existentes no conteúdo ou página ou documentos da internet).

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8. AMBIENTES EDUCATIVOS VIRTUAIS

http://pt.slideshare.net/cmidias/ava-ambiente-virtual-de-aprendizagem

Muitas plataformas ou ambientes educativos foram criados para promover o

aprendizado com o uso do computador conectado à internet. Esses ambientes

favorecem o acesso às tecnologias educacionais. Como exemplos de plataformas ou

ambientes de aprendizagem, cito:

PVANet: ambiente virtual de aprendizagem, desenvolvido na Universidade

Federal de Viçosa/MG para cursos na modalidade a distância. Esse ambiente permite

criar, manter e administrar cursos baseados na internet. Para saber mais, acesse:

https://www2.cead.ufv.br/sistemas/ pvanet/geral/login.php

AulaNet: ambiente desenvolvido em julho de 1997, pelo Laboratório de

Engenharia de Software do Departamento de Informática da PUCRio. Esse ambiente

permite criar, manter e administrar cursos baseados na internet. Para saber mais,

acesse: http://www.aulanet.com.br/

AULA 08

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ProInfo: ambiente desenvolvido na década de 1990, pelo Programa Nacional

de Informática na Educação do MEC. Seu objetivo inicial era auxiliar a formação

continuada de professores; atualmente esse ambiente está disponível para outros

projetos vinculados ao MEC. Para saber mais, acesse:

http://www.educacaodigital.kit.net/abertura.htm

TelEduc: ambiente desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Informática

Aplicada à Educação da UNICAMP. Seu objetivo era a produção, participação e

administração de cursos na internet. Hoje em dia essa plataforma de ensino é livre,

para uso de qualquer instituição de ensino para cursos na modalidade a distância.

Para saber mais, acesse: http://hera.nied.unicamp.br/~teleduc

Moodle: ambiente desenvolvido na década de 1990, pela Curtin University of

Tecnology, na Austrália. Possui ferramentas que permitem a criação e integração de

conteúdos. Na versão em português, é muito utilizado para projetos educacionais a

distância, inclusive pelo MEC. Para saber mais, acesse:

http://docs.moodle.org/pt/Hist%C3%B3ria_ do_Moodle e

http://moodle.universidadevirtual.br/

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9. FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO

http://pt.slideshare.net/Belcapires/tarefa-4-av-as-ambientes-virtuais-de-aprendizagem

Cada plataforma e/ou ambiente possui características próprias, mas, no geral,

todos eles apresentam ferramentas para promover a comunicação em tempo real

(síncrona) ou não (assíncrona), que podem ser denominadas conforme cada ambiente

virtual de aprendizagem. Uma ferramenta de comunicação assíncrona permite a

interação dos participantes sem que estes estejam necessariamente conectados ao

mesmo tempo. Já a comunicação síncrona permite a comunicação de forma mais

interativa e dinâmica.

Dentre as ferramentas de comunicação e gerenciamento encontradas nas

plataformas e/ou ambientes de ensino em EAD, podemos citar:

• Correio eletrônico ou e-mail: esta é uma das ferramentas de comunicação

assíncrona muito utilizada em cursos a distância. E, como tal, permite a interação dos

participantes sem a necessidade de estarem conectados ao mesmo tempo. Indicado

AULA 09

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para enviar e receber arquivos anexados às mensagens, esclarecer dúvidas, dar

sugestões etc.

• Chat ou bate-papo: é uma ferramenta que permite a comunicação 9.3 em

tempo real, ou seja, de forma síncrona. Com essa ferramenta, é possível que o

professor e os alunos encontrem-se virtualmente para esclarecimentos de dúvidas e

grupos de alunos encontrem-se para debater sobre trabalhos em equipes. Para que o

sistema funcione, porém, é indispensável que os participantes do chat estejam

conectados simultaneamente no ambiente virtual do curso.

• Fórum: esta é uma das ferramentas de comunicação assíncrona muito

utilizada em cursos de EAD no desenvolvimento de debates. Permite o debate de

temas com a inclusão de opiniões em qualquer tempo. Não é necessário que todos

os participantes estejam conectados ao mesmo instante para interagir, como na

comunicação síncrona. O fórum é organizado de acordo com a postagem dos

assuntos, mantendo a relação entre o tópico lançado, respostas e respostas das

respostas.

• Mural: é uma ferramenta que pode ser utilizada pelo professor e alunos para

colocar avisos, informações de interesse coletivo da turma, registros de aulas práticas,

resultados e notas de atividades etc. A comunicação através dessa ferramenta pode

acontecer em qualquer tempo, não sendo necessário os participantes estarem

conectados ao mesmo tempo.

• Perguntas e Respostas/FAQ: é uma ferramenta utilizada para facilitar o envio

de dúvidas pelos alunos, ao mesmo tempo em que permite que o professor envie

respostas às perguntas mais frequentes. Propicia economia de tempo para o

estudante, já que ele pode consultar essa ferramenta para verificar se já existe uma

resposta para sua dúvida disponibilizada no ambiente virtual da aula.

• Relatórios: os relatórios gerados a partir dos fóruns de discussão são

ferramentas de gerenciamento. Essa ferramenta geralmente apresenta informações

que auxiliam o acompanhamento do estudante pelo professor, assim como o auto-

acompanhamento por parte do estudante. Os relatórios apresentam informações

relativas ao histórico de acesso ao ambiente de aprendizagem pelos estudantes, bem

como notas, frequência de acesso, histórico dos artigos lidos e mensagens postadas

para o fórum e correio, participação em sessões de chat e mapas de interação entre

os professores e estudantes.

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• Avaliação on-line: ferramenta de gerenciamento/comunicação. Essa

ferramenta envolve as avaliações que devem ser feitas pelos estudantes e os recursos

on-line para que o professor corrija as avaliações. Do mesmo modo, fornece

informações a respeito das notas, o registro das avaliações que foram feitas pelos

estudantes, tempo gasto para resposta etc.

Recomenda-se, no entanto, para os cursos de EAD, a utilização de mais de

uma tecnologia e várias mídias para promover a comunicação e disponibilizar os

conteúdos do curso. O objetivo maior é atingir todos os estudantes, não excluindo

aqueles que porventura tenham dificuldades de acesso às tecnologias de

comunicação e informação mais recentes, como, por exemplo, internet e o

computador.

http://slideplayer.com.br/slide/389929/

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10. A TECNOLOGIA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

https://caldeiraodeideias.wordpress.com/2011/06/27/tecnologia-e-educacao/

A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a

melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola

não é, por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente

modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na memorização de

informações.

A concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e

na forma como professores e alunos utilizam os recursos tecnológicos disponíveis -

livro didático, giz e quadro, televisão ou computador. A presença desse aparato

tecnológico na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender.

A tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a

construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa por

parte de alunos e professores.

AULA 10

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O Brasil é um país com grande diversidade regional, cultural e com grandes

desigualdades sociais; portanto, não é possível pensar em um modelo único para

incorporação de recursos tecnológicos na educação. É necessário pensar em

propostas que atendam aos interesses e necessidades de cada região ou

comunidade.

Se a escola for entendida como um local de construção do conhecimento e de

socialização do saber, como um ambiente de discussão, troca de experiências e de

elaboração de uma nova sociedade, é fundamental que a utilização dos recursos seja

amplamente discutida e elaborada conjuntamente com a comunidade escolar, ou seja,

que não fique restrita às decisões e recomendações de outros. Tanto no Brasil como

em outros países, a maioria das experiências com uso de tecnologias informacionais

na escola estão apoiadas em uma concepção tradicional de ensino e aprendizagem.

Esse fato deve alertar para a importância da reflexão sobre qual é a educação que se

quer oferecer aos alunos, para que a incorporação da tecnologia não seja apenas o

"antigo" travestido de "moderno".

Os meios eletrônicos de comunicação oferecem amplas possibilidades para

ficarem restritos à transmissão e memorização de informações. Permitem a interação

com diferentes formas de representação simbólica - gráficos, textos, notas musicais,

movimentos, ícones, imagens -, e podem ser importantes fontes de informação, da

mesma forma que textos, livros, revistas, jornais da mídia impressa. Entrevistas,

debates, documentários, filmes, novelas, músicas, noticiários, softwares, CD-ROM,

BBS e Internet são apenas alguns exemplos de formatos diferentes de comunicação

e informação possíveis utilizando-se esses meios.

O computador, em particular, permite novas formas de trabalho, possibilitando

a criação de ambientes de aprendizagem em que os alunos possam pesquisar, fazer

antecipações e simulações, confirmar ideias prévias, experimentar, criar soluções e

construir novas formas. Além disso, permite a interação com outros indivíduos e

comunidades, utilizando os sistemas interativos de comunicação: as redes de

computadores.

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http://avanaeducacaoadistancia.blogspot.com.br/p/mapas-conceituais-na-educacao.html

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QUESTÃO 01

A escola, por si, não forma cidadãos, mas pode preparar, instrumentalizar e

proporcionar condições para que seus alunos possam apropriar-se dos

conhecimentos, firmar-se e construir sua cidadania. Para cumprir essa função social,

a escola precisa:

I. buscar sua autonomia e competência, como espaço de decisão e apropriação de

conhecimentos e habilidades significativas.

II. diminuir a repetência e aumentar a permanência das crianças e adolescentes na

escola, revendo a avaliação que nela se processa, bem como discutir e adotar uma

política de inclusão escolar.

III. proporcionar condições para o uso de tecnologias educacionais no processo

ensino-aprendizagem, voltado para a produção e apropriação do conhecimento.

IV. aprofundar a discussão sobre uma escola pública de qualidade, como aspecto

essencial para o efetivo cumprimento de sua função social.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II, III e IV.

b) Apenas II e IV.

c) Apenas I, II e III.

d) Apenas I e IV.

QUESTÃO 02

As Novas Tecnologias em Educação, tais como o uso da informática, a utilização da

internet, da multimídia e de outros recursos ligados às linguagens digitais de que

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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atualmente se dispõe, estão cada vez mais presentes nas escolas para qualificar o

processo educativo. Sobre elas, é correto afirmar:

a) Em nada ou muito pouco vêm colaborar para tornar o processo ensino-

aprendizagem mais prazeroso, eficiente e de qualidade.

b) A integração das novas tecnologias à educação deverá ocorrer de forma aleatória,

sem o estabelecimento de objetivos específicos ou projetos próprios, pois o que

importa é oferecer aos alunos o acesso ao computador.

c) São usadas para substituir as técnicas e metodologias convencionais, como, por

exemplo, o livro, o quadro de giz e o mimeógrafo.

d) A obtenção de resultados qualitativos no processo educacional escolar com o uso

dessas tecnologias depende da forma como elas são introduzidas e utilizadas nesse

processo.

QUESTÃO 03

No mundo contemporâneo, é perceptível o crescimento da formação corporativa

continuada mediada pelas tecnologias de informação e comunicação. Acerca desse

tema, assinale a alternativa correta.

a) Em processos de formação continuada que fazem uso de tecnologias da

informação e comunicação, ressalta-se que a tecnologia deve ser vista como a

finalidade única do processo educativo.

b) Nesses processos formativos, as tecnologias de informação e comunicação

necessitam ser vistas como uma ferramenta educacional, servindo como meio para

que a educação corporativa ocorra.

c) O uso da tecnologia é justificado exclusivamente por possibilitar ao pedagogo

empresarial o monitoramento e controle da participação dos colaboradores nos

processos formativos.

d) Discute-se hoje a importância da tecnologia na educação corporativa, de maneira

que as teorias contemporâneas defendem a total extinção desses recursos.

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QUESTÃO 04

Em relação ao E-learning, assinale a alternativa correta.

a) Utiliza a tecnologia como meio para possibilitar a formação não presencial de

colaboradores da instituição, significando um processo relevante para a educação

coorporativa.

b) Trata-se de aspectos e meios de comunicação dos indivíduos por meio de textos,

cartas e bilhetes trocados internamente dentro da empresa.

c) Realiza uma interferência pouco significativa nos resultados de uma empresa, de

modo que a administração científica descarta o seu uso em grandes organizações.

d) Trata-se de uma prática prescindível aos processos educacionais nas

organizações, uma vez que possui eficácia discutível.

QUESTÃO 05

O texto abaixo se refere a um dos aspectos que são desejados pelos alunos virtuais

de um curso.

Os cursos on line não existem isoladamente; são parte de um currículo ou de um

programa de treinamento e ministrados, na maior parte das vezes, no campus de uma

universidade ou de um ambiente corporativo. Assim, da mesma forma que precisam

ter a sensação de estarem em uma comunidade, os alunos virtuais precisam sentir-

se conectados à instituição que patrocina o curso. (Palloff e Pratt, 2004)

Os demais aspectos que os estudantes de cursos on line procuram podem ser

enumerados da seguinte forma:

I. um programa de curso baseado na capacidade de atender às necessidades de

alunos não tradicionais;

II. foco no aluno e não no professor;

III. tecnologia barata de forma a melhorar o custo-benefício;

IV. fácil navegação e transparente para o usuário;

V. baixa expectativa na interação professor/tutor e aluno.

Estão corretas apenas as afirmações.

a) I, II e III.

b) I, II e IV.

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c) II, III e IV.

d) III, IV e V.

QUESTÃO 06

A Pedagogia tem passado por muitas inovações e mudanças no que se refere aos

processos de ensino e aprendizagem, em relação ao que se compreende hoje sobre

o que é o campo do currículo, em relação aos métodos e técnicas de ensino.

Algumas questões exemplificam essas afirmações:

1. começam a ser conhecidas e praticadas as propostas de trabalhos por projetos;

2. os estudos curriculares apontam que é preciso problematizar a hierarquização

linear dos conteúdos;

3. há uma reflexão sobre o uso das tecnologias em educação, ao preço da escola se

distanciar da vida concreta dos estudantes.

No que se refere à hierarquização linear dos conteúdos, faz-se uma crítica quanto à

a) presença da interdisciplinaridade nos currículos.

b) presença da não disciplinaridade nos currículos.

c) interdisciplinaridade presente nos currículos.

d) não presença da interdisciplinaridade nos currículos.

QUESTÃO 07

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas

tecnologias, principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações.

Expressões frequentes como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e

“conexão total com o mundo” “fetichi - zam” novos produtos, transformando-os em

objetos do desejo, de consumo obrigatório. Por esse motivo carregamos hoje nos

bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.

Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático

perverso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e

controle, sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemosuma relação simbiótica

de dependência mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada

imagem compartilhada e a cada dossiê pessoal transformado em objeto público de

entretenimento.

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Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para

nos aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as

estruturas midiáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.

SAMPAIO A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em:

http://observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 1 mar 2013 (adaptado).

Ao escrever um artigo de opinião, o produtor precisa criar uma base de

orientação linguística que permita alcançar os leitores e convencê-los com relação ao

ponto de vista defendido.

Diante disso, nesse texto, a escolha das formas verbais em destaque objetiva

a) criar relação de subordinação entre leitor e autor, já que ambos usam as novas

tecnologias.

b) enfatizar a probabilidade de que toda população brasileira esteja aprisionada às

novas tecnologias.

c) indicar, de forma clara, o ponto de vista de que hoje as pessoas são controladas

pelas novas tecnologias.

d) tornar o leitor coparticipe do ponto de vista de que ele manipula as novas

tecnologias e por elas é manipulado.

QUESTÃO 08

Considerando as implicações que o ciberespaço traz para a educação, assinale a

opção correta.

a) O ciberespaço sustenta tecnologias intelectuais que amplificam, exteriorizam e

modificam numerosas funções cognitivas humanas.

b) Na era da cibercultura, a transmissão do conhecimento deve ser previamente

planejada, estabelecendo-se conteúdos fixos, predeterminados, visto que os

percursos da aprendizagem na EAD devem ser comuns a todos os indivíduos.

c) No ensino a distância online, o professor desempenha o papel de fornecedor direto

do conhecimento.

d) A simulação, modo de conhecimento próprio da cibercultura, é utilizada para

substituir experiências concretas, mas não possibilita a formulação e a exploração

detalhadas de inúmeras hipóteses de pesquisa.

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QUESTÃO 09

A partir da década passada, com o advento das novas tecnologias de informação e

comunicação (TICs), tem-se desenvolvido uma cultura de mídias integrada à

cibercultura. Com relação a essa cultura de mídias e às novas TICs, assinale a opção

correta.

a) A evolução das tecnologias digitais de comunicação online contribuiu para a

dessocialização da sociedade segmentada, que se transformou em sociedade de

massa, cuja expansão foi acelerada pela democratização do acesso a informação.

b) As mídias, consideradas agentes da socialização no mundo contemporâneo,

transmitem valores, padrões e normas de comportamento e referências para a

formação de identidades.

c) A natureza multimídia dos ambientes online, embora propicie a construção de

situações de aprendizagem audiovisuais, torna difícil a integração entre os recursos

dos meios convencionais, como TV, rádio e texto impresso, e os dos meios digitais, o

que inviabiliza a construção de uma pedagogia da aprendizagem online integradora e

experimental.

d) As TICs apresentam novas funções comunicacionais, em um processo evolutivo

que exige dos fabricantes aparelhos cada vez mais específicos para cada uma delas.

QUESTÃO 10

Considerando que o desenvolvimento das TICs constitui um dos fatores-chave para

explicar as transformações econômicas, sociais, políticas e culturais ocorridas nas

duas últimas décadas, assinale a opção correta.

a) As novas TICs transformam os ambientes educacionais, mas não alteram

profundamente o pensamento e a visão de mundo da sociedade.

b) As mudanças proporcionadas pelas TICs alcançam todas as áreas do

conhecimento e beneficiam o Brasil, onde mais de 80% da população tem acesso à

Internet.

c) A expressão novas tecnologias foi cunhada durante a Revolução Industrial, período

histórico em que o crescimento científico da humanidade acelerou-se.

d) Tecnologia refere-se a todo o conhecimento utilizado na criação de inventos que

auxiliem a execução de um trabalho preestabelecido.

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11. O PROFESSOR DIANTE DA EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

http://marciookabe.com.br/tecnologia-na-educacao-professor-1-0-e-aluno-3-0/

As orientações e práticas pedagógicas de instrução, os paradigmas de

investigação e os modelos de formação tecnológicas podem ser adaptados, e são

dependentes das perspectivas sobre a natureza do conhecimento, do pensamento e

das diferentes teorias da aprendizagem. Ou seja, as orientações metodológicas e

curriculares, as práticas, derivam e fundamentam-se, pois, nas teorias da

aprendizagem e do desenvolvimento, sendo, então, os seus pilares a Filosofia e a

Psicologia, dentre outros.

A grande evolução e utilização das novas tecnologias informacionais vem

provocando transformações radicais nas concepções de ciência, e impulsiona as

AULA 11

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pessoas a conviverem com a ideia de aprendizagem sem fronteiras e sem pré-

requisitos. Tudo isso implica em novas ideias de conhecimento, de ensino e de

aprendizagem, exigindo o repensar do currículo, da função da escola, do papel do

professor e do aluno.

Uma mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece

quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as

telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.

Houve uma passagem muito rápida do livro para a televisão e vídeo e destes

para o computador e a Internet, sem que houvesse a aprendizagem e a exploração

de todas as possibilidades de cada meio. As habilidades relacionadas ao uso de

tecnologia delineiam um novo modelo para a escola. Os recursos oferecidos pelos

computadores, pela Internet e outras redes de comunicação evidenciam a

necessidade de se estabelecerem vínculos entre os conteúdos das disciplinas

escolares, as diversas aprendizagens no âmbito da escola e a realidade cotidiana.

Notadamente as informações circulantes são mais ricas em forma e mais

diversificadas em conteúdo do que as existentes na escola tradicional.

Até o advento das tecnologias de informação e comunicação, a escola era o

lugar para onde as pessoas se destinavam a fim de adquirir conhecimento

sistematizado, o lugar onde estavam as informações mais importantes e o professor

era visto, então, como o detentor e provedor de saberes. Com a profusão de mídias e

facilidade de acesso oferecido pelas tecnologias de informação e comunicação, a

escola redefine-se no que diz respeito a ser repositório de informações e o professor

passa a ter o papel de mediador e orientador da aprendizagem, devendo ser hábil no

uso das tecnologias para a educação.

Para empreender um trabalho, no espaço escolar, comprometido com uma

nova realidade tecnológica, o professor precisa criar novas metodologias de ensino

que tenham como ponto de ancoragem a realidade da escola e de seus protagonistas,

relacionando o cotidiano escolar a contextos mais amplos, articulando o senso comum

ao saber sistematizado e socialmente construído, integrando e contextualizando os

diversos componentes curriculares à nova realidade social. Dadas as transformações

socioculturais que ocorrem numa velocidade jamais vista, os profissionais da

educação devem estar continuamente se informando, se transformando, se formando.

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12. O PAPEL DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/tecnologia/0021.html

Das abordagens de integração das TIC no contexto educativo, hoje podem

considerar-se mais relevantes a do computador visto como uma ferramenta e

instrumento de trabalho e a promovida pela utilização da internet no ensino e

aprendizagem, na perspectiva do computador como máquina de fornecer informação

e ferramenta auxiliar para a construção de conhecimento.

A internet está revolucionando os métodos de pesquisa e deste modo, embora

a sua utilidade, é necessário avaliar adequadamente a sua informação,

nomeadamente os alunos, dado que muitos confiam e utilizam a internet como

primeira fonte de informação sem formação formal sobre as dificuldades envolvidas.

A utilização das TIC deve ser sempre justificável à luz dos benefícios e

vantagens para o processo de ensino-aprendizagem. No entanto, o aproveitamento

AULA 12

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otimizado destas novas tecnologias implica uma mudança nas nossas formas de

ensinar e de aprender. Isto é, a integração das TIC pode ser ainda mais efetiva ao

explorar novos modelos pedagógicos diferenciados, onde se enquadram as

pedagogias construtivistas.

Sugere-nos a necessidade de um modelo flexível para a experimentação e

inovação curricular. Assim, a flexibilização beneficia a construção de caminhos

conducentes à obtenção de competências diversificadas, produzidas e desenvolvidas

tanto ao nível de competências cognitivas, como pessoais e sociais, designadamente,

através de métodos participativos que posicionem os alunos no centro do processo

de ensino-aprendizagem e fomentem a sua autonomia, preconizados pelas

pedagogias construtivistas.

A ideia da concepção construtivista do ensino e da aprendizagem é

normalmente utilizada para designar uma posição com alargado enfoque, no qual

convergem diversas teorias psicológicas e educativas, que partilham o pressuposto

de que o conhecimento e a aprendizagem não se constituem como uma cópia da

realidade, mas sim como uma construção ativa do sujeito em interação com um

ambiente sociocultural.

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA ESCOLA COM USO DA INFORMÁTICA

Facilitação da construção do conhecimento Desenvolvimento do raciocínio lógico Desenvolvimento da sequência lógico-temporal Aumento da flexibilidade do pensamento Aumento da organização na realização de tarefas Aumento da atenção na realização de tarefas Possibilidade de lidar com diferentes exigências temporais Possibilidade de lidar com os próprios erros de forma produtiva

Estímulo à curiosidade (exploração do novo) Desenvolvimento da imaginação/criatividade Fortalecimento da autonomia

Tomada de decisões, escolhas mais rápidas "Melhoria" da autoestima

Desenvolvimento da leitura informativa Interpretar e seguir ordens Rapidez na leitura (ritmos diferentes) Rapidez na resposta

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13. PEDAGOGIAS CONSTRUTIVISTAS NO ENSINO E APRENDIZAGEM DAS

NOVAS TECNOLOGIAS.

http://slideplayer.com.br/slide/385968/

Os modelos centrados no aluno assentam na perspectiva filosófica de John

Dewey e de outros educadores progressistas do século XX, designadamente, a

pedagogia de Montessori ou a Escola Nova de Freinet, assim como, de psicólogos

defensores do pensamento cognitivo, como Piaget e Vygotsky. A perspectiva

construtivista defende que o conhecimento é algo pessoal e o significado é construído

pelo aluno através da experiência. A aprendizagem é vista como uma atividade social

e cultural em que os próprios alunos constroem os significados e são influenciados

AULA 13

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pela interação entre o conhecimento previamente adquirido e as novas experiências

de aprendizagem.

Consequentemente, as pedagogias construtivistas podem mais facilmente

promover a criação e o desenvolvimento de competências diversificadas, tanto ao

nível cognitivo como comportamental, ao orientarem os alunos para a construção do

próprio significado, e assumindo estes um desempenho ativo nessa construção. Em

geral, podemos dizer que a competência integra conhecimentos, capacidades e

atitudes. Ou seja, trata-se do processo de ativar recursos, em diversos tipos de

situações, associado a algum grau de autonomia em relação ao uso do saber.

Desta forma, os professores devem recorrer a pedagogias diferenciadas que

perspectivem a progressão individual dos alunos. Esta técnica permite abarcar

diferentes estádios de desenvolvimento dos alunos, respeitar diferentes ritmos de

aprendizagem, valorizar processos complexos de pensamento e a aquisição de

competências, como a autonomia, a liderança democrática e a

autorresponsabilização.

Nos grupos de trabalho, os alunos podem organizar-se de forma que cada grupo

investigue um aspeto sobre determinado tema, tendo depois cada grupo a

responsabilidade de apresentar aos restantes o conhecimento então construído.

Assim, a aprendizagem feita em comum permite a todos a possibilidade de poder

“aprender a aprender”, mas também desenvolver competências ao nível do saber, ser

capaz e o estar.

As práticas educacionais diferenciadoras distinguem-se, tendo em conta que a

base estruturante do trabalho é a autonomia e a responsabilização do aluno em que

se pressupõe um princípio de heterogeneidade e trabalho colaborativo. O método

educacional das novas tecnologias também define para cada aluno um plano de

trabalho autónomo. Este é um mapa de planeamento das atividades e da verificação

do seu cumprimento, onde se pode observar o trabalho de estudo e treino de

competências que cada aluno se propõe realizar. Esta organização cooperativa

usando as novas tecnologias promove o desenvolvimento moral, cívico e social dos

alunos, propiciando um ambiente facilitador da criação e incremento de competências

diversificadas.

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14. A CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO USANDO AS NOVAS TECNOLOGIAS

http://slideplayer.com.br/slide/1249232/

A utilização das novas TIC no âmbito da didática, como recurso complementar

de outros, sobretudo com base no paradigma construtivista, inclui hoje o uso da

internet. Esta, entre outras vantagens, facilita o acesso a fontes; contribui para o

desenvolvimento do espírito crítico; permite experimentar formas de trabalho; ajuda à

construção de conceitos; incentiva a transdisciplinaridade; desenvolve o sentido de

cooperação e autonomia dos alunos. No entanto, a exploração didática das TIC

envolve uma enorme complexidade, obrigando à mobilização de saberes

multidisciplinares, tendo os professores que integrar as variáveis pedagógicas e

AULA 14

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tecnológicas. Não basta colocar os equipamentos nas salas de aula, para que o ensino

seja eficaz, sendo essencial planear e analisar de que forma se pode promover

ativamente a integração das TIC no processo de ensino e aprendizagem.

Nesta perspectiva, as TIC não devem ser simplesmente um fenômeno

informativo ou comunicativo orientado para o processo de informação, mas sim um

instrumento de desenvolvimento cognitivo, que permita a transformação da

informação em conhecimento. Assim, o caminho a seguir na educação para a

autonomia dos alunos é tirar partido da concepção e realização de projetos, tanto

individuais como coletivos, com a orientação e mediação do professor.

Segundo uma visão construtivista e sociocultural dos processos de ensino e

aprendizagem, categorizam três formas de uso das TIC pelos alunos: 1) como

suporte, seguimento e apoio do professor; 2) como apoio ao trabalho colaborativo dos

alunos em pequeno grupo; 3) como apoio à reflexão e regulação dos alunos sobre o

seu próprio processo de trabalho e aprendizagem.

Adicionalmente, as TIC podem ser utilizadas como ferramentas de suporte à

comunicação entre professor e aluno e também entre alunos e, simultaneamente,

conceber-se como contextos virtuais alargados relativamente à atividade presencial,

combinando o presencial e o virtual no processo de ensino-aprendizagem. Desta

forma, o professor, para além das aulas presenciais, pode prestar um apoio

personalizado ao trabalho autónomo dos alunos de forma assíncrona, através da

utilização das TIC, com o uso do Moodle, email, blogs ou sites.

Ligadas ao aspeto da autonomização, as TIC constituem um aspeto da

inovação nos sistemas educativos. Pelo que, a integração destas nos processos de

ensino e aprendizagem, para além de permitirem a produção e desenvolvimento de

competências, podem conduzir à criação e construção de conhecimento.

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http://slideplayer.com.br/slide/1249232/

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15. AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM: O MOODLE

http://www.artigonal.com/educacao-online-artigos/a-educacao-de-jovens-e-adultos-integrada-as-novas-

tecnologias-educacionais-de-informacao-e-comunicacao-uma-perspectiva-para-a-inclusao-digital-

5452731.html

Para a promoção de cursos a distância, ambientes virtuais estruturados são

desenvolvidos com o objetivo de promover a aprendizagem. São espaços eletrônicos

construídos para permitir a veiculação e interação de conhecimentos e usuários,

Esses ambientes são chamados de Sistemas de Gerenciamento de Aprendizagem

(do inglês: Learning Management Systems – LMS). São softwares projetados para

atuarem como salas de aula virtuais e têm como características o gerenciamento de

integrantes, relatório de acesso e atividades, promoção da interação entre os

participantes, publicação de conteúdos.

Os LMS são Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), que diferentemente

de outros, oferecerem características de controle e gerenciamento inexistentes em

outras interfaces da web. Os ambientes de aprendizagem se caracterizam e se

AULA 15

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diferenciam de outros ambientes da web porque eles têm uma dinâmica própria para

atender ao fazer pedagógico, o qual é orientado no sentido de que se estabelecem

metas para o aluno atingir. Outro diferencial é o oferecimento de feedback. O feedback

é fundamental para que os alunos possam avaliar se estão atingindo os objetivos

estabelecidos para o curso. Objetivos orientados a feedback são um dos aspectos

críticos de um ambiente de aprendizagem, pois, se o aluno não recebe comentário

sobre as atividades que ele desenvolveu em um curso ele não tem como saber se

está ou não atingindo os objetivos estabelecidos.

Nos AVA’s, os recursos que dão suporte à educação a distância são os

mesmos da internet: correio, fórum, chat, conferência, banco de recurso. O

gerenciamento desses ambientes engloba diferentes aspectos, dos quais destacamos

a gestão das estratégias de comunicação e mobilização dos participantes, a gestão

da participação dos alunos por meio de registro das produções, interações e caminhos

percorridos, a gestão de apoio e orientação dos formadores aos alunos e a gestão da

avaliação.

Pelo fato de ser um software livre, gratuito e aberto, o Moodle pode ser

carregado, utilizado, modificado e distribuído. Ele é um projeto de desenvolvimento

contínuo, por isso, podemos receber atualizações constantes, tendo também os

próprios usuários como seus construtores. Por propor uma aprendizagem colaborativa

on-line, ele é considerado um ambiente baseado numa proposta sócio-construtivista.

Sendo assim, o Moodle é um ambiente que permite a adequação das

necessidades das instituições e dos usuários, e, enquanto ambiente virtual de

aprendizagem, foi desenvolvido levando em consideração que a aprendizagem

acontece, através da colaboração do conhecimento. Percebe-se na filosofia do

desenvolvimento do Moodle uma clara expressão das intenções de promover a

colaboração e cooperação do outro para com o outro, buscando desenvolver uma

cultura baseada em conhecimentos compartilhados entre o grupo.

O fato de o Moodle ser um ambiente de aprendizagem que possibilita o

feedback, a própria construção do ambiente e a construção do conhecimento

compartilhado conduz que se adote uma concepção social para a compreensão de

sua dinâmica de aprendizagem.

Para o desenvolvimento das atividades são utilizados recursos que reforçam

os princípios sócio interacionistas pelo fato de oportunizarem a comunicação e a

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intervenção do usuário durante o processo. Esses recursos são disponibilizados no

ambiente e oportunizam a interação dos alunos com os conteúdos e com colegas e

professores.

Essas ferramentas são consideradas de informação e comunicação. No caso

das interfaces de comunicação destacam-se as ferramentas de interatividade

síncronas e as assíncronas. As ferramentas de comunicação síncronas são as que

permitem a participação de alunos e professores em eventos marcados, com horários

específicos, via internet, a exemplo dos chats. Para esse tipo de interatividade, a

comunicação em tempo real, possibilita aos envolvidos uma sensação de grupo, de

comunidade, o que pode ser determinante para a continuidade do curso, uma vez que

preserva a motivação, a interação em tempo real, o retorno e a crítica imediata,

encontros regulares, etc.

Já as ferramentas de comunicação assíncronas como o Fórum, o Diário, o

diálogo, a lição, entre outros, são consideradas como revolucionárias pelo fato de

possibilitar que o usuário faça sua intervenção de forma mais organizada, uma vez

que ele terá tempo para sistematizar sua opinião, comentário, respostas, etc.

Cada uma dessas ferramentas tem uma função definida no ambiente e com

possibilidades limitadas e cabe ao professor selecioná-las, conforme os objetivos de

seu curso. Todavia se acrescenta que como o Moodle é um ambiente de construção

pública e livre, ele pode ser alterado e novas ferramentas podem surgir e serem

agregadas a já existentes.

As ferramentas mais comuns no ambiente Moodle são as seguintes: arquivo de

Materiais, Lição, Fórum, Tarefa, Questionário, Chat, SCORM, Glossário, Pesquisa de

Opinião, wiki, Pesquisa de Avaliação, Diário, Diálogo.

O emprego das NTICs (Novas Tecnologias de Informação e Comunicação) na

educação possibilita a criação de ambientes novos com estruturas flexíveis, abertas,

integrando várias mídias e possibilitando a interação entre os participantes do

processo. Mas o uso da tecnologia reforça a existência de um projeto educativo com

definição de perfil de alunos, objetivos, parâmetros pedagógicos, conteúdo e

avaliação dos conteúdos que serão ministrados, além de ajustes no decorrer do

processo ensino e aprendizagem. E o grau de interatividade presente nelas vai, em

muito, depender da mediação pedagógica que subjaz ao processo de ensino e

aprendizagem a que se propõe o curso, o professor.

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http://pramidias-pmf.blogspot.com.br/2011_03_01_archive.html

CHOQUE DE GERAÇÕES

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QUESTÃO 01

Correlacione os conceitos apresentados às suas definições e, em seguida,

assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de preenchimento dos

parênteses:

(1) Sociedade

(2) Ciência

(3) Tecnologia

( ) Constitui-se de um conjunto de conhecimentos organizados, desenvolve-se

através do tempo, parte de mecanismos de causalidade dos fatos observáveis,

baseia-se no estudo objetivo de fenômenos empíricos, está relacionada à

comprovação de teorias e associada à publicação de artigos, teses, livros etc, sendo

seus conhecimentos criados livremente veiculados e patrimônio da civilização.

( ) Constitui-se de um conjunto de conhecimentos científicos ou empíricos,

desenvolve-se através do tempo, baseia-se na aplicação dos conhecimentos na

produção ou melhoria de bens e serviços, está relacionada aos impactos

socioeconômicos sobre uma comunidade, seus resultados são obtidos a partir da

aplicação de novos materiais, processos, métodos e produtos nos meios de produção,

está sintonizada com o desenvolvimento econômico e o bem-estar da sociedade

sendo seus produtos e processos passíveis de negociação e de enquadramento como

patentes.

( ) Constitui-se por um conjunto de pessoas e baseia-se num sistema de

relacionamentos entre elas, desenvolve-se através do tempo, seus membros

compartilham propósitos, interesses, preocupações e costumes e interagem entre si

constituindo uma comunidade, que constrói conhecimentos e desenvolvem

tecnologia.

a) 1, 3, 2

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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b) 2, 1, 3

c) 2, 3, 1

d) 3, 2, 1

QUESTÃO 02

Analise as sentenças abaixo e classifique-as como Verdadeiras (V) ou Falsas

(F). Em seguida, assinale a alternativa que traz a sequência correta de

preenchimento dos parênteses.

( ) Há conceitos diferenciados sobre sociedade, ciência e tecnologia, variando de

acordo com o período histórico, a cultura, o contexto e a abordagem que lhe são

atribuídos.

( ) Sociedade, ciência e tecnologia mantêm uma relação contínua entre si, em

constante interação, entretanto não determinam impactos mútuos em sua evolução.

( ) A ciência e a tecnologia, bem como seus fatos e artefatos, são neutros e universais,

não cabendo, portanto, ao profissional de TIC avaliar antecipadamente os impactos

de sua ação no contexto regional e organizacional de sua atuação.

( ) A abordagem da associação em rede nos traz uma visão mais ampla das relações

entre sociedade, ciência e tecnologia, com atores protagonistas, que em sua atuação

em rede, geram fatos e artefatos tecnológicos, de acordo com interesses específicos,

direcionando a evolução científica e tecnológica num determinado momento.

a) V, V, V, F.

b) V, F, F, V.

c) F, V, F, V.

d) F, F, F, V.

QUESTÃO 03

Analise as sentenças abaixo sobre a relação entre ciência e tecnologia e, em

seguida, assinale a alternativa correta:

I. A ciência e a tecnologia, por serem culturas e produtos humanos, apresentam

dimensões de ordem filosófica, política, econômica e social que, necessariamente, as

enquadram em contextos sócio-históricos, com os quais interagem e se desenvolvem;

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II- As nações investem em ciência objetivando a expansão do conhecimento humano,

o aprimoramento do seu corpo de técnicos e cientistas a longo prazo, para uma

possível exploração de novos princípios e materiais;

III- Os investimentos em tecnologia visam aperfeiçoar o parque industrial e melhorar

a qualidade dos produtos, tendo em vista a competição e tradicionalmente, o prestígio

político e econômico.

a) Nenhuma das sentenças está correta

b) Somente as sentenças II e III estão corretas

c) Somente a sentença I está correta

d) Todas as sentenças estão corretas

QUESTÃO 04

Atualmente vivenciamos a transição da sociedade industrial para a sociedade

do conhecimento.

Marque a alternativa que indique uma prática da sociedade do conhecimento.

a) Na sociedade do conhecimento o capital humano é substituído pela tecnologia.

b) Na sociedade do conhecimento, assim como na sociedade industrial a

valorização principal é na linha de produção.

c) Na sociedade do conhecimento busca-se valorizar o capital intelectual, pois a

partir dele é possível capturar o conhecimento para armazenamento e

disseminação.

d) Na sociedade do conhecimento a moeda de troca os esforços se voltam ao

cliente.

QUESTÃO 05

A nossa humanidade sempre teve seu desenvolvimento relacionado ao uso dos

artefatos tecnológicos disponíveis. Na atualidade, podemos dizer que essa

característica está mais acentuada. Nesse contexto é correto afirmar que:

I – A relação entre Ciência Tecnologia e Sociedade molda a forma que vivemos.

II Somente a Tecnologia determina a nossa forma de viver.

III – A Sociedade influencia a Ciência e não é recebe essa influência da mesma

forma.

a) Nenhumas das afirmativas estão corretas

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b) Somente a afirmativa I está correta

c) Somente a afirmativa II está correta

d) Somente a afirmativa III está correta

QUESTÃO 06

A sociedade não é um elemento estático, muito pelo contrário está em constante

mutação e como tal está inserida num processo de mudança em que as novas

tecnologias são as principais responsáveis. Alguns autores identificam um novo

paradigma de sociedade que se baseia num bem precioso, a informação.

O texto fala sobre:

a) A sociedade industrial.

b) A sociedade militar.

c) A sociedade educacional.

d) A sociedade do conhecimento.

QUESTÃO 07

A Sociedade atual é denominada, por algumas pessoas, como Sociedade do

Conhecimento e tem as seguintes características:

I – Geração do conhecimento como atividade principal, Informação e tecnologia como

fonte de riqueza, Mercado globalizado, Desenvolvimento intensivo de hardware e

software, Era das parcerias, da interação e do relacionamento, Internet e realidade

virtual, redes digitais, redes de conhecimento, redes de relacionamento.

II – Baseada na economia de subsistência, Uso do fogo e de armas, Tribos nômades,

Linguagem oral e figurativa.

III – Revolução industrial, Produção em série, Concentração em cidades, Processos

industriais, Valorização do capital, Desenvolvimento de máquinas, Noção de mercado,

Imprensa e livros, Invenção do rádio.

a) Somente a afirmativa II está correta

b) As afirmativas I e II estão corretas

c) Somente a afirmativa III está correta

d) Somente a afirmativa I está correta

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QUESTÃO 08

Analise as sentenças abaixo sobre o conceito de sociedade em rede e em seguida,

assinale a opção correta:

I – É uma sociedade baseada em transformações estruturais nas relações de

produção, na economia, nas formas de poder, na tecnologia, nos meios de interação,

entre outros aspectos.

II – Nova forma de organização da produção possibilitada pelas tecnologias da

informação e comunicação.

III – Uma sociedade em que as estruturas sociais e as atividades principais estão

organizadas em torno das redes de informação eletronicamente processadas.

a) Somente a sentença II está correta

b) Somente a sentença III está correta.

c) Somente as sentenças I e II estão corretas

d) Todas as sentenças estão corretas.

QUESTÃO 9

Leia as afirmativas abaixo sobre a Sociedade da Informação e do Conhecimento e

classifique-as corretamente como verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) A preocupação com a formação do capital intelectual está relacionada diretamente

com os investimentos em diversos ativos intangíveis (não materiais), a saber:

pesquisa e desenvolvimento (P&D), ciclo de vida mais curto dos produtos, educação

permanente, softwares aplicados a diversas áreas de negócios, entre outros.

( ) Entre as iniciativas da OCDE destaca-se a e-Europe, que entende como

fundamentais os papéis da Sociedade da Informação para o século XXI da mesma

maneira que a revolução Industrial marcou o século XVIII.

( ) O comércio eletrônico é a pedra de toque da nova política.

( ) A perspectiva do Livro Verde estimulou alguns avanços, particularmente nas ações

de governo eletrônico, internet para pesquisadores e aumento da população com

acesso à rede após a reforma dos setores de telecomunicações.

A alternativa que possui a sequência de preenchimento correta:

a) V, F, F, V.

b) V, V, F, V.

c) F, F, F, V.

d) V, F, V, V.

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20. PROJETOS DE INOVAÇÃO TECNOLOGICA NA EDUCAÇÃO

http://rosangelaasantos.blogspot.com.br/

O principal aspecto a ser questionado sobre a elaboração de materiais didáticos

mediatizados por novas tecnologias da informação e da comunicação é a sua

contribuição para novas concepções da aprendizagem. Essa questão é polêmica,

visto que parece não haver um ponto de vista único entre os especialistas da área.

Muitas pessoas consideram que a contribuição da informática é apenas de ordem

tecnológica e não conceitual, o que significa que ela não oferece subsídio para a

elaboração de novas ideias acerca dos processos de aprendizagem ou ensino.

Desde que usadas como fundamento do processo de ensino e aprendizagem

e não como mero instrumento, as novas tecnologias podem representar uma nova

AULA 16

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forma de pensar e sentir ainda em construção, vislumbrando, assim, um papel

importante para elas na elaboração do pensamento. Vista dessa perspectiva, a

concepção de materiais didáticos que incorporem novas tecnologias, capazes de

oferecer uma reestruturação do processo de aprendizagem, depende do esforço de

relacionar novas abordagens teóricas sobre a aprendizagem a seu desenho

instrucional.

Tomando, porém, como exemplo a pesquisa no campo da informática

educativa nos últimos dez anos, pode-se observar que a transferência de descobertas

nas ciências cognitivas e sociais para a prática do planejamento de materiais didáticos

raramente é um processo tão direto, o que representa o grande desafio para os

projetos de inovações tecnológicas na escola. O construtivismo tem sido ultimamente

a abordagem teórica mais utilizada para orientar o desenvolvimento de materiais

didáticos informatizados, principalmente o de ambientes multimídia de aprendizagem.

Podemos considerá-lo como um guarda-chuva que tem dado origem a

diferentes propostas educativas que incorporam novas tecnologias, às vezes de forma

implícita, às vezes de forma explícita. O fato de a abordagem construtivista ser hoje

predominante não significa uma tendência única refletida nos materiais didáticos,

mesmo porque a ideia de construção do conhecimento está presente na obra de vários

autores, como Piaget, Vygotsky, Wallon, Paulo Freire, Freud, entre outros e,

dependendo de qual deles seja o referencial eleito, configura-se uma proposta

pedagógica um pouco diferenciada.

Apesar das diferenças entre as concepções teóricas desses autores sobre o

construtivismo, há elementos comuns que são fundamentais. Talvez o mais marcante

seja a consideração do indivíduo como agente ativo de seu próprio conhecimento, o

que no contexto educativo desloca a preocupação com o processo de ensino (visão

tradicional) para o processo de aprendizagem. Na visão construtivista, o estudante

constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão

constituir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a ideia de

que o conhecimento possa ser adquirido ou transmitido. Assumir esses pressupostos

significa mudar alguns aspectos centrais do processo de ensino-aprendizagem em

relação à visão tradicional.

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À medida que professores e elaboradores de materiais didáticos que

incorporam as novas tecnologias apropriam-se dos pressupostos teóricos

construtivistas, estes tomam uma feição diferenciada, parecendo mesmo apoiarem-

se em abordagens diferentes. Isso pode, de fato, acontecer porque não há uma

correlação perfeita entre pressupostos teóricos do construtivismo e as características

técnicas de materiais didáticos.

A transferência da teoria para a prática do desenho instrucional não é fácil nem

óbvia e, muitas vezes, as iniciativas de usar os pressupostos construtivistas no

desenvolvimento de ambientes tecnológicos de ensino-aprendizagem ficam aquém da

intenção inicial. Procurando colocá-los em prática, materiais didáticos que incorporam

as novas tecnologias têm como característica principal passar para as mãos do

estudante o controle de sua aprendizagem, tornando possível uma interação na qual

ele “ensina” à tecnologia mais do que aprende com ela.

A epistemologia construtivista relaciona-se fundamentalmente com a ideia de

construção, o que no planejamento de materiais didáticos informatizados pode ser

traduzido na criação de ambientes de aprendizagem que permitam e deem suporte à

construção de alguma coisa ou ao envolvimento ativo do estudante na realização de

uma tarefa, que pode ser individual ou em grupo, e a contextualização dessa tarefa.

Para isso, oferecem ferramentas e meios para criação e manipulação de artefatos ao

invés de apresentarem conceitos prontos ao estudante.

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A oposição entre os papéis ativo e passivo do aluno frente à aprendizagem é

insuficiente. Com o conceito de abordagem profunda, a TIC pretende dar ênfase à

apropriação das estratégias metacognitivas pelo aluno na interação com materiais

didáticos informatizados. Essa perspectiva quer marcar a diferença em relação ao

processo tradicional de ensino, no qual o aluno interage com o conteúdo visando

apenas à avaliação. Para que o aluno desenvolva uma abordagem profunda à sua

aprendizagem, é necessário que ele adquira a consciência do que consiste aprender,

etapa que será fundamental no processo.

Em outras palavras, o mais importante é aprender como aprender, como

construir e refinar novos significados. A metacognição pode, assim, ser associada à

resolução de problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete

sobre suas próprias abordagens ao problema. Essa reflexão pode gerar estratégias

alternativas mais produtivas. O alvo do processo educativo passa a ser a habilidade

de reflexividade e não o de memorização.

http://pedagogiafacecg2010.blogspot.com.br/2011/02/inclusao-digital.html

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17. MATERIAIS DIDÁTICOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS

http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-e-midia/uso-das-novas-tecnologias-em-sala-de-aula/

Na perspectiva construtivista, o tecnólogo educacional deve ter todo o cuidado

para que o desenho instrucional dos ambientes de aprendizagem atenda aos seus

pressupostos teóricos, pois, sendo a informática uma ferramenta que funciona

segundo uma linguagem binária, ela se ajusta muito mais facilmente a pressupostos

comportamentalistas do tipo “sim/não”, “certo/errado”, “seguir/voltar” do que a padrões

de interação criativos que explorem o raciocínio e a criatividade do estudante.

As principais características das novas tecnologias da informação e da

comunicação presentes na elaboração de materiais didáticos e projetos

fundamentados na abordagem construtivista são:

(1) a possibilidade de interatividade;

(2) as possibilidades que o computador tem de simular aspectos da realidade;

(3) a possibilidade que as novas tecnologias de comunicação, acopladas com

a informática, oferecem de interação a distância e

AULA 17

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(4) a possibilidade de armazenamento e organização de informações

representadas de várias formas, tais como textos, vídeos, gráficos, animações e

áudios, possível nos bancos de dados eletrônicos e sistemas multimídia.

Essas possibilidades têm sido experimentadas em propostas educativas de

utilização das novas tecnologias na perspectiva construtivista por professores,

tecnólogos educacionais e elaboradores de materiais.

18. O PAPEL DO PROFESSOR NA ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS

http://gepoteriko.pbworks.com/w/page/78219185/IMAGENS%20E%20CHARGES

Embora seja consensual que a utilização das tecnologias da informação e da

comunicação na educação não vai substituir o professor, reconhece-se, hoje em dia,

que o trabalho docente pode ser apoiado por esses meios. O trabalho do professor é

fundamental nos projetos de inovações tecnológicas até porque “a qualidade

AULA 18

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educativa destes meios de ensino depende, mais do que de suas características

técnicas, do uso ou exploração didática que realiza o docente e do contexto em que

se desenvolve” (LIGUORI, 1997, p. 38). Referindo-se à informática educativa e, mais

recentemente, à utilização da Internet no processo educativo, vários autores discutem

de que forma o papel do professor poderia adequar-se ao uso das novas tecnologias

educacionais na concepção construtivista da aprendizagem.

O professor deixa de ser o repassador do conhecimento para ser o criador de

ambientes de aprendizagem e facilitador do processo pelo qual o aluno adquire

conhecimento. O papel do professor, cuja função básica não é mais dar aula, pois isso

pode ser feito através da televisão ou do microcomputador, apresenta-se como o

orientador do processo reconstrutivo do aluno, através da avaliação permanente, do

suporte em termos de materiais a serem trabalhados, da motivação constante e da

organização sistemática do processo.

O ensino com as novas mídias deveria questionar as relações convencionais

entre professores e alunos. Para tanto, define o perfil desse novo professor - ser

aberto, humano, valorizar a busca, o estímulo, o apoio e ser capaz de estabelecer

formas democráticas de pesquisa e comunicação. Nas atividades pedagógicas

realizadas através da Internet, o professor e o aluno tornam-se participantes de um

“novo” jogo discursivo que não reconhece a autoridade ou os privilégios de monopólio

da fala presentes, com frequência, nas relações de ensino-aprendizagem tradicionais,

inaugurando, assim, relações comunicativas e interpessoais mais simétricas.

Na Aprendizagem baseada em Problemas, por exemplo, a atividade mais

crítica do professor está relacionada com as questões que ele irá formular aos

estudantes. É essencial que elas valorizem e desafiem o pensamento do aprendiz,

não o induzindo sobre o que fazer ou como pensar. O mais importante, ao contrário,

é que o ensino questione o pensamento do estudante.

O papel do professor, na abordagem construtivista, aproxima-se de uma

concepção de profissional que facilita a construção de significados por parte do aluno

nas suas interpretações do mundo. Assim, este profissional será melhor denominado

de facilitador pedagógico. Para que possa ajudar o aluno, o facilitador pedagógico,

primeiramente, deverá possuir uma concepção clara da construção de conhecimento

enquanto processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo

real. Deverá possuir base teórica consistente, clara concepção do objetivo da

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aprendizagem e da metodologia a ser utilizada, assim como do processo de avaliação

de acordo com a visão construtivista de conhecimento.

Em sua prática, o facilitador pedagógico poderá, entre outras atividades:

(l) desenvolver poucos conceitos com maior produtividade;

(2) encorajar o aluno a buscar outros pontos de vista e a desejar aprender e

entender;

(3) propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão crítica;

(4) promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio

de experiências.

Na realidade, as relações convencionais professor-aluno estão em pauta de

discussão dessa aula não só como consequência da visão construtivista de

aprendizagem, mas também porque o professor deixou de ser o único a ter acesso à

informação nessa relação. Esse dado está levando o professor a mudar de postura,

abdicando do poder que detinha enquanto único possuidor do conhecimento relevante

no contexto escolar, favorecendo uma relação mais simétrica com o aluno.

https://professordigital.wordpress.com/

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66

19. PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES NAS TICS.

http://tecnoeducacao1pm.blogspot.com.br/

O planejamento instrucional tradicional tinha uma função primordialmente

prescritiva, incluindo as etapas de análise das necessidades, seleção dos materiais e

métodos instrucionais e avaliação. Na análise de necessidades, eram identificadas as

subtarefas que deveriam ser cumpridas pelo estudante e cada parte do conhecimento

que ele deveria adquirir. A partir dessa fase, os passos que o aluno deveria seguir

para adquirir conhecimento podiam ser planejados. Nesse processo, surgiam os

objetivos, que eram subdivididos em objetivos específicos. Os objetivos específicos

eram, então, estabelecidos em termos de comportamentos observáveis e

mensuráveis. A partir dos objetivos especificados, o planejador escolhia os métodos

e recursos instrucionais necessários para que os objetivos fossem alcançados.

AULA 19

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67

Esse tipo de planejamento, hoje considerado demasiadamente mecânico e

prescritivo, é ainda seguido, por exemplo, para elaborar software educacionais

tutoriais ou de exercício e prática.

A perspectiva construtivista, ao questionar a aprendizagem por uma sequência

instrucional imposta, volta-se para as formas de facilitar o processo construtivo de

aprendizagem. Essa perspectiva leva a uma abordagem muito mais centrada na

provisão de experiências de aprendizagem ao aluno do que no planejamento da

instrução. Por não ser prescritivo, o planejamento pedagógico, no paradigma

construtivista, impõe grandes desafios a serem enfrentados pelo professor, pois não

há uma fórmula (e será muito difícil encontrar uma) que permita a transferência

imediata de seus princípios à prática.

Esse processo exige um planejamento cuidadoso, pois romper com modelos

tradicionais de ensino e aprendizagem não quer dizer que o planejamento seja

dispensável, ao contrário, a natureza complexa das interações em ambientes

tecnológicos de aprendizagem exige a articulação de princípios e modelos conceituais

à criação de espaços que ofereçam suporte em diferentes experiências de

aprendizagem, estimulem a participação e a meta-aprendizagem do aluno.

A contextualização da aprendizagem defendida pelo construtivismo exige o

planejamento de tarefas de aprendizagem inseridas em contextos de resolução de

problemas que sejam relevantes no mundo real. A análise de tarefas procura evitar a

decomposição das atividades de aprendizagem e passa a se preocupar com a criação

de problemas contextualizados relevantes e realísticos. Preferencialmente, os

problemas enfrentados têm que mostrar a relevância que as habilidades e os

conhecimentos envolvidos na sua solução podem ter para a vida do aluno.

O domínio de fatos e conhecimentos, objetivo da educação tradicional, deu

lugar às habilidades e aos processos necessários para tornar o aluno um especialista

que pode operar construtivamente dentro de um conteúdo/contexto. O engajamento

em colaboração, a apreciação de múltiplas perspectivas, a avaliação e o uso ativo do

conhecimento tornam-se o alvo do planejamento.

Por isso, não faz sentido dividir o conteúdo em pequenos módulos e ordená-

los de acordo com níveis crescentes de dificuldade. Da mesma forma, não é possível

fazer afirmações genéricas sobre como a informação será usada pelo aluno, o que

torna difícil pensar em objetivos específicos predeterminados. Ao contrário do previsto

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na visão tradicional, os objetivos específicos surgem na realização de tarefas

autênticas e durante a resolução de problemas significativos para o estudante.

Também não basta planejar uma única tarefa ou problema. A construção do

conhecimento, sendo um processo individual e particular, não permite o planejamento

de tarefas únicas para um determinado perfil médio de alunos. Para atender a essa

nova abordagem, é necessário que o desenho instrucional do ambiente de

aprendizagem possa ajustar-se às necessidades particulares de cada aluno, o que

ainda é um grande desafio para o planejamento na área de tecnologia educacional.

20. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS AULAS COM TICS

http://www.asasead.net/asasEAD/?p=354

Da mesma forma que o planejamento, a avaliação, na perspectiva

construtivista, é diferenciada da tradicional. Apesar de ser uma questão em aberto, há

algumas diretrizes que podem orientar o processo de avaliação do desempenho do

AULA 20

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estudante em projetos educacionais com utilização de novas tecnologias nesse novo

paradigma.

Se, na abordagem construtivista, o estudante irá desenvolver diferentes

perspectivas da realidade por meio de processos individuais de construção do

conhecimento, os processos de avaliação deveriam acomodar uma variedade mais

ampla de opções de respostas aos problemas. Além disso, sendo priorizada a

avaliação dos processos mentais do aluno em relação aos produtos finais, os

conceitos de certo ou errado tornam-se secundários na medida que o aluno deve ser

capaz não só de chegar a uma resposta, mas também de justificar e defender seus

julgamentos e decisões durante a resolução de problemas.

Enquanto, convencionalmente, os resultados da aprendizagem são definidos

em termos do conhecimento e das habilidades adquiridas pelo estudante, os

construtivistas argumentam que experimentar e tornar-se proficiente no processo do

conhecimento é mais importante. Nesse sentido, uma atividade de avaliação coerente

com os pressupostos construtivistas é a reflexão do estudante sobre sua própria

aprendizagem e o registro do processo através do qual ele construiu sua visão do

conteúdo. A tendência da avaliação é servir menos como reforço ou instrumento de

controle e mais como ferramenta de auto-análise.

A avaliação objetiva, aplicada como uma medida separada do resultado da

aprendizagem, não funciona no paradigma construtivista. Ele defende a avaliação da

aprendizagem em função da solução bem sucedida de uma tarefa. O julgamento da

resolução do problema deve então, ser feito pelo professor, com base na

consideração de todas as evidências disponíveis.

Os autores construtivistas consideram importante a avaliação da aprendizagem

inserida em um contexto. Professores tradicionais também têm reconhecido que as

habilidades importantes não são cobradas em testes desvinculados do contexto da

aprendizagem. A procura de melhores meios de avaliação, porém, ainda é uma

questão em aberto. As alternativas oferecidas pelos construtivistas ainda soam

imprecisas. Elas precisam tornar-se mais claras, mostrarem-se válidas

economicamente e atenderem às demandas das diferentes partes interessadas.

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REFLITA SOBRE A PERGUNTA ABAIXO:

http://pt.slideshare.net/rosecarvalho3591/tecnologias-e-midias-educativas

O texto abaixo apresenta uma definição para Tecnologia da informação e

comunicação (TIC). Leia-o atentamente.

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Tecnologia da informação e comunicação (TIC) pode ser definida como um

conjunto de recursos tecnológicos, utilizados de forma integrada, com um objetivo

comum. As TICs são utilizadas das mais diversas formas, na indústria (no processo

de automação), no comércio (no gerenciamento, nas diversas formas de publicidade),

no setor de investimentos (informação simultânea, comunicação imediata) e na

educação (no processo de ensino aprendizagem, na Educação a Distância).

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O desenvolvimento de hardwares e softwares garante a operacionalização da

comunicação e dos processos decorrentes em meios virtuais. No entanto, foi a

popularização da internet que potencializou o uso das TICs em diversos campos.

Através da internet, novos sistemas de comunicação e informação foram

criados, formando uma verdadeira rede. Criações como o e-mail, o chat, os fóruns, a

agenda de grupo online, comunidades virtuais, web cam, entre outros, revolucionaram

os relacionamentos humanos.

Através do trabalho colaborativo, profissionais distantes geograficamente

trabalham em equipe. O intercâmbio de informações gera novos conhecimentos e

competências entre os profissionais.

Novas formas de integração das TICs são criadas. Uma das áreas mais

favorecidas com as TICs é a educacional. Na educação presencial, as TICs são vistas

como potencializadoras dos processos de ensino – aprendizagem. Além disso, a

tecnologia traz a possibilidade de maior desenvolvimento – aprendizagem –

comunicação entre as pessoas com necessidades educacionais especiais.

As TICs representam ainda um avanço na educação a distância. Com a criação

de ambientes virtuais de aprendizagem, os alunos têm a possibilidade de se

relacionar, trocando informações e experiências. Os professores e/ou tutores têm a

possibilidade de realizar trabalhos em grupos, debates, fóruns, dentre outras formas

de tornar a aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, a gestão do próprio

conhecimento depende da infraestrutura e da vontade de cada indivíduo.

A democratização da informação, aliada à inclusão digital, pode se tornar um

marco dessa civilização. Contudo, é necessário que se diferencie informação de

conhecimento. Sem dúvida, vivemos na Era da Informação.

http://www.infoescola.com

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QUESTÃO 01

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) vieram aprimorar ou substituir

meios tradicionais de comunicação e armazenamento de informações, tais como o

rádio e a TV analógicos, os livros, os telégrafos, o fax etc. As novas bases tecnológicas

são mais poderosas e versáteis, introduziram fortemente a possibilidade de

comunicação interativa e estão presentes em todos os meios produtivos da

atualidade.

As novas TIC vieram acompanhadas da chamada Digital Divide, Digital Gap ou Digital

Exclusion, traduzidas para o português como Divisão Digital ou Exclusão Digital,

sendo, às vezes, também usados os termos Brecha Digital ou Abismo Digital. Nesse

contexto, a expressão Divisão Digital refere-se a

a) uma classificação que caracteriza cada uma das áreas nas quais as novas TIC

podem ser aplicadas, relacionando os padrões de utilização e exemplificando

o uso dessas TIC no mundo moderno

b) uma relação das áreas ou subáreas de conhecimento que ainda não foram

contempladas com o uso das novas tecnologias digitais, o que caracteriza uma

brecha tecnológica que precisa ser minimizada.

c) uma enorme diferença de desempenho entre os empreendimentos que utilizam

as tecnologias digitais e aqueles que permaneceram usando métodos e

técnicas analógicas.

d) um aprofundamento das diferenças sociais já existentes, uma vez que se torna

difícil a aquisição de conhecimentos e habilidades fundamentais pelas

populações menos favorecidas nos novos meios produtivos.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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QUESTÃO 02

Na sociedade da informação e do conhecimento, a escola tem o papel de

a) restringir o uso das redes sociais, minimizando assim as situações de ciberbulling

ou eventuais contatos com pessoas fora da escola sem o acompanhamento dos

professores.

b) preservar os processos de ensino da forte influência das tecnologias, tendo em

vista o caráter de dominação política que as empresas de tecnologia exercem no

mercado.

c) atender as demandas do mercado de trabalho, assumindo as ferramentas do ensino

a distância como as mais influentes do cenário social da contemporaneidade.

d) propiciar a integração das mídias ao cotidiano escolar, de forma que os processos

de ensino possibilitem a construção de capacidades de reflexão e seleção da

informação e do conhecimento.

QUESTÃO 03

A respeito da relação entre Educação e Tecnologias da Informação e da

Comunicação, assinale a opção incorreta.

a) As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) foram introduzidas na

educação para informatizar as atividades administrativas, visando agilizar o controle

e a gestão técnica.

b) O uso das TICs na sala de aula contribui para facilitar a aprendizagem e dinamizar

o ensino se for relacionado a projetos e atividades dinâmicas.

c) A relação inicial entre TICs e o ensino e a aprendizagem foi sem uma integração às

atividades de sala de aula, representando uma atividade adicional ou compondo

projetos.

d) As TICs favorecem uma nova relação com o saber ultrapassando os limites dos

materiais instrucionais tradicionais e favorecendo a criação de comunidades de

colaboração.

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QUESTÃO 04

“O chat é um espaço (MARCO SILVA, 2005). Um exemplo clássico de uso do chat é

a) a proposta de um tema para elaboração de um texto conceitual.

b) a construção de mapas conceituais por meio de softwares disponíveis na internet.

c) a elaboração e construção de webquest sobre um tema específico.

d) a proposição de um tema para debate-lo, considerando a participação de todos.

QUESTÃO 05

“Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia

de informação e comunicação (TIC), mas principalmente:

a) saber utilizar esta tecnologia para busca e seleção de informações que permitam a

cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na

transformação do seu contexto.

b) criar redes de conhecimento, decorrente das interações do homem com objetos e

artefatos da internet, apesar dos dados do IBGE apontarem que 13,3% de analfabetos

são de pessoas entre 10 e 15 anos.

c) permitir ao professor inserir em sua sala de aula tecnologias evoluídas, apesar dos

dados do IBGE apontarem que 13,3% de analfabetos são de pessoa entre 10 e 15

anos.

d) saber utilizar esta tecnologia para a busca e a seleção de informações que

permitam a cada pessoa desenvolver os problemas do passado, pensando no futuro,

observando que o mundo não pode ser modificado em seu contexto.

QUESTÃO 06

Perrenoud (2000) postula a teoria de que o professor precisa, mais do que ensinar,

concentrar-se na gestão e na regulação de situações de aprendizagem. Para que o

professor consiga realizar esta gestão da sala de aula precisa perceber-se como:

a) colaborador indispensável.

b) organizador de atividades.

c) cooperador do conhecimento.

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d) mediador do conhecimento.

QUESTÃO 07

Quando a escola possibilita aos alunos atividades na internet, seja por meio de blogs,

chats, fóruns ou sites, ela está lançando mão da nova mídia para a potencialização

da aprendizagem dos conteúdos curriculares, ao mesmo tempo em que:

a) contribui significativamente para que os alunos aprendam a usar a internet.

b) associa significativamente pessoas e conteúdos para um aprendizado concreto.

c) contribui pedagogicamente para a inclusão dos alunos na cibercultura.

d) associa significativamente alunos e professores para um aprendizado concreto.

QUESTÃO 08

Às novas maneiras de ensinar, aprender e desenvolver o currículo ao integrar

diferentes tecnologias à prática pedagógica voltada à aprendizagem significativa do

aluno, especialmente quando se trabalha com projetos. Assinale a opção incorreta.

a) O aluno, sujeito ativo da aprendizagem, aprende ao fazer, levantar e testar ideias,

experimentar, aplicar conhecimentos e representar o pensamento.

b) São criadas pelo professor situações que provoquem os alunos a interagir entre si,

trabalhar em grupo, buscar informações, dialogar com especialistas e produzir novos

conhecimentos.

c) É fundamental que o professor possa observar e dialogar com seu aluno para

compreender suas dúvidas, inquietações, expectativas e necessidades.

d) O professor, ao propor atividades de aprendizagem, não necessita colocar em

negociação as intenções, objetivos e diretrizes dos alunos.

QUESTÃO 09

Assinale a opção incorreta. As tecnologias são:

a) produtos de uma sociedade e de uma cultura, não existindo relação de causa e

efeito entre tecnologia, cultura e sociedade, e sim um movimento cíclico de retroação.

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b) artefatos, cultura, atividades com determinado objetivo, processo de criação,

conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos processos.

c) ferramentas, aparelhos, máquinas, dispositivos, materiais, objetivando uma ação

deliberada e a análise de seus efeitos.

d) novos conhecimentos, mas não permitem compreender as problemáticas atuais no

desenvolvimento de projetos, nem consegue buscar alternativas para a transformação

do cotidiano e a construção da cidadania.

QUESTÃO 10

Marque a opção incorreta.

a) O uso da internet na escola é exigência da cibercultura.

b) A internet na escola tem provocado novo espaço de sociabilidade, de organização,

de informação, de conhecimento e de educação.

c) Cibercultura quer dizer modos de vida e de comportamentos assimilados e

transmitidos na vivência histórica e cotidiana marcada pelas tecnologias informáticas.

d) A educação do cidadão pode estar alheia ao novo contexto sócio-econômico-

tecnológico.

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21. INTERATIVIDADE E INTERAÇÃO NAS AULAS COM TICS

http://profraulcuore.blogspot.com.br/2011/03/o-professor-frente-as-novas-tecnologias.html

O ensino a distância on-line tem sido divulgado como uma alternativa que se

configura hoje pela inserção das novas tecnologias de informação e comunicação e

junto com elas a ideia da interatividade. Conceito que vem sendo muito discutido, pelo

fato de amparar valores e concepções que têm variado no tempo e na história.

Existem três reações frequentes ao termo “interatividade”: a primeira como

oportunista, ou seja, como modismo, nome novo para coisas velhas. A segunda como

estratégia de marketing para expansão do mercado e a terceira como uma estratégia

de dominação da técnica, que promove a regressão do homem à condição de

AULA 21

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máquina. A terminologia interatividade surge para atender a uma nova modalidade

comunicacional, a interativa, que se caracteriza pelo modo dialógico com que os

usuários interagem uns com os outros. A interatividade é vista como um fenômeno

que emerge da Sociedade da Informação.

Apenas a disponibilização da informação não caracteriza a Sociedade da

Informação, mas o diferencial e o que é mais importante é desencadeamento de um

continuado processo de aprendizagem. Assim, dizemos que as novas tecnologias que

permitem a interatividade também promovem uma nova relação do aluno com o

conhecimento, com outros alunos e com o professor, a partir do momento, em que se

propõe um ensino que considera como prioridade as formas de aprendizagens e,

consequentemente, os aprendentes. A possibilidade de interagir, através das

ferramentas tecnológicas, implica rever todos os papéis dos envolvidos no processo

ensino e aprendizagem e como também a metodologia utilizada para a promoção

dessa aprendizagem.

O papel do professor se amplia. Ele deve promover, por força de uma

intervenção pedagógica, a autonomia do aluno, no sentido de ajudá-lo a reelaborar o

conhecimento existente. Ao professor cabe o papel de promotor-interventor. O

professor na perspectiva da interatividade deixa de ser o contador de histórias,

conselheiro, parceiro ou mesmo facilitador e passa a ser um sistematizador de

experiências.

Os alunos, desta forma, deixam de aprender passivamente, como acontece com

o ensino instrucionista, em que a máquina ou o professor transmitem ou repassam as

informações, e passam a exigir mais, tanto dos proponentes quanto de si mesmos,

exigindo liberdade e autonomia. Autonomia significa o estabelecimento das relações

que o aluno construir com o mundo exterior e os outros.

Na visão sócio interacionista, o homem constitui-se como tal, por meio de suas

interações sociais, portanto, ele é visto como alguém que transforma e é transformado

nas relações produzidas em uma determinada cultura. Na interação com o outro e

com o meio, o indivíduo se deparará com situações conflitantes, que exigirão que ele

encontre as possíveis soluções, o que possibilitará a aprendizagem e

consequentemente, o seu desenvolvimento intelectual.

No contexto de EAD, o favorecimento da interação é marcado pela ação

dialógica entre o sujeito e a técnica. Com as tecnologias disponibilizadas, a educação

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a distância oportuniza, portanto, maior interatividade entre professor e aluno, alunos

e alunos, todos e máquina, ampliando, renovando e construindo conhecimentos

porque as novas tecnologias comunicacionais permitem ampla liberdade para o

usuário fazer as conexões que lhe forem convenientes, de forma a atualizarem-se e

de produzirem as intervenções que mais lhe convierem.

Assim, temos um movimento entre interação e interatividade que vai além do

humano e máquina, uma vez que a interação é relação necessária entre sujeito e

objeto para a aquisição do conhecimento e interatividade condição para a

acessibilidade à comunicação em rede, consequentemente, essas relações estão tão

imbricadas, que uma não se diz sem a outra em EaD.

Investir na interatividade significa investir em novos caminhos, em novos

desafios, que serão superados no fazer coletivo, na superação individual. A educação

a distância, que oportuniza instrumentos tecnológicos para aproximar pessoas, para

garantir a reelaboração do conhecimento e o acesso ao conhecimento científico, tem

como objetivo preparar o indivíduo para a vida, para intervir no mundo de forma

madura e autônoma, autonomia no sentido de compreensão, de poder de decisão e

de escolha e ainda de construção. Que esse indivíduo compreenda que ele faz parte

de uma sociedade, que se transforma e que ele, enquanto agente dela, tem que estar

preparado para acompanhar e participar dessas transformações.

Assim sendo, a proposta de Educação a Distância que pretende a promoção do

ensino, ensejando que o aluno aprenda com as novas tecnologias interativas,

pretende sim a sua promoção social, por meio da interação pela interatividade. O

conceito de interatividade, como mais um recurso para a intervenção do aluno no

processo de aprendizagem, de forma que a sua participação possa influenciar outros

e a si mesmo. Todavia, caberá ao professor pesquisar e propor situações e/ou

atividades que levem em consideração os recursos que a tecnologia oferece para

ampliar o mundo do aluno, numa perspectiva de reconstrução e de aprendizagem

colaborativa. As novas tecnologias interativas permitem a participação, a intervenção,

a bidirecionalidade e a multiplicidade de conexões.

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http://blogues.publico.pt/pagina23/2013/02/27/a-unesco-preconiza-o-uso-educativo-das-novas-tecnologias-moveis/

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22. A INFLUÊNCIA DE VYGOTSKY PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS

EDUCACIONAIS

http://sociedaderedenovastecnologiasrp.blogspot.com.br/

O processo de aprendizagem pelo qual o sujeito passa quando está diante de

um objeto de conhecimento pode ser observado sob várias concepções, todavia,

quando se entende que a aprendizagem é um processo ativo que conduz a

transformações no homem, o olhar se desvia para uma orientação em que o processo

se estabelece pelas relações, sobretudo, pelas relações sociais. Esta ideia nos remete

a Vygotsky (1998), para quem a questão da relação entre os processos de

desenvolvimento e de aprendizagem é central. Mas é o aprendizado que possibilita o

despertar de processos internos de desenvolvimento, ou seja, o aprendizado precede

o desenvolvimento. Quanto mais se oferece à criança mais chance ela tem para se

desenvolver.

Com base nos estudos de Vygotsky (1998), apresentamos alguns conceitos

que são fundamentais para que se compreenda a formulação da concepção sócio

interacionista e sua influência para a educação, em especial, para a educação a

distância. A teoria da dupla formação das funções psicológicas superiores, a

internalização, a mediação e a zona de desenvolvimento proximal.

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As funções psicológicas superiores, que compreendem a consciência, a

intenção e o planejamento, dizem respeito ao estabelecimento das relações sociais

que aparecem, primeiramente sob a forma de processos intermentais, ou

interpessoais, que significa que o conhecimento se dá entre as pessoas, num contexto

externo para depois passar para processos intramentais ou individuais, o processo é,

neste caso, interno.

Portanto, é do social para o individual que o homem se constitui, de fora para

dentro, o que significa dizer que o homem tem características próprias, mas necessita

da experiência do outro para viver melhor. Já para o entendimento do processo de

internalização compreende-se que a aprendizagem se dá mediante a reconstrução

interna de uma operação externa, ou seja, quando o sujeito consegue reconstruir um

conhecimento existente, resultado dos processos interpsicológico e intrapsicológico.

Todos esses processos cognitivos têm como base a mediação: enquanto

sujeito do conhecimento o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso

mediado, através de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que

dispõe, portanto enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada

por várias relações.

Por último, destaco o conceito da zona de desenvolvimento proximal, como um

dos níveis de desenvolvimento pelo qual a criança passa no processo de aquisição

do conhecimento e que serve para indicar o nível de desenvolvimento em que se deve

intervir para que a criança avance e aprenda o conhecimento em potencial.

Segundo Vygotsky (1998), a capacidade de a criança realizar tarefas sozinha

representa o nível de desenvolvimento real, que representa resultado de processos

maduros. Neste nível, a criança já tem consolidado o conhecimento. Já o nível de

desenvolvimento potencial, significa o conhecimento que está por vir, aquele que pode

ser internalizado, e que foi detectado na zona de desenvolvimento proximal.

Representa o conhecimento que pode ser alcançado com a ajuda do outro, de um

colega, pais, professores, ou mesmo, por qualquer objeto sociocultural. Por isso, as

potencialidades do indivíduo devem ser levadas em conta durante o processo de

ensino-aprendizagem, como forma ativar os seus esquemas cognitivos ou

comportamentais nas variadas situações de aprendizagem.

Em termos gerais, Vygotsky (1998) trouxe para a educação reflexões que

permitem pensar a prática pedagógica sob ótica da aprendizagem. Para ele a

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concepção de ensino e aprendizagem inclui, por um lado, a ideia de que quem ensina

e quem aprende não se refere necessariamente a situações em que haja um educador

fisicamente presente e que a presença do outro social pode se manifestar por meio

de objetos, do próprio ambiente, dos significados que rodeia o mundo cultural do

indivíduo.

Neste contexto sóciointeracionista, vislumbra-se a Educação a Distância como

uma modalidade que se utiliza de dinâmicas participativas de cooperação e de

comunicação, regras flexíveis, do desenvolvimento da criatividade e da

individualidade. O aluno é quem constrói seu próprio conhecimento, sendo auxiliado

pelo Tutor/Professor, que o ajuda, instiga-o a avançar e a aguçar a curiosidade.

Acompanha o processo de construção do conhecimento do aluno, sempre atento ao

fato de que cada ser humano tem sua forma peculiar de aprendizagem, exercendo,

assim, papel de mediador da aprendizagem.

Esta teoria pode ser aplicada em EAD, pois respeita o ritmo do aluno,

considerando-o como um ser único, sendo ele, aluno, o sujeito da aprendizagem. O

fato de o ensino e a aprendizagem serem veiculados e processados por uma máquina,

não minimiza, como já foi dito, o papel do professor, que nesta propositura tem a

função de mediador e, portanto, será responsável pelo material didático postado no

ambiente virtual. De acordo com a concepção sócio interacionista, o material deverá

ser atrativo, favorecer o questionamento, a reflexão e, consequentemente, a

reelaboração do conhecimento. Também, deverão prezar pela interação entre os

colegas e, por conseguinte, pela socialização do conhecimento. A aprendizagem é,

pois, vista como atividade de elaboração conceitual em um ambiente caracterizado

pela interação.

As atividades propostas para a educação a distância, portanto, devem

considerar a questão da capacidade individual do aluno e por isso, oferecer atividades

que venham a contribuir com o seu avanço intelectual. Para tanto, deve-se propor

atividades que permitam o feedback, a devolutiva com as orientações necessárias, de

forma que o aluno seja obrigado e motivado a repensar o conhecimento existente. A

proposta deve ser desafiadora e problematizadora. O professor, enquanto mediador,

deve avaliar o aluno, a partir de sua capacidade de entendimento e de sua produção

oral e escrita. Os conteúdos propostos devem considerar o contexto sócio-histórico-

cultura, no qual estão inseridos os alunos, e os objetivos do curso.

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23. ADESÃO E CRÍTICA A NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS

http://blogpedagogiacantinhodosaber.blogspot.com.br/

A educação desprovida de novas tecnologias resumida ao uso das tecnologias

antigas e no simples discurso do professor admite que o espaço da aula transfigure-

se num ambiente de monotonia sem estímulo algum aos principais elementos de

mobilidade do processo. Cabe ao professor buscar o conhecimento sobre o uso

adequado das novas tecnologias, uma vez que todo e qualquer instrumento utilizado

para mediar à interação professor/aluno é considerado ferramenta tecnológica.

Os educadores devem ter um papel dentro da sociedade que vai muito além do

fazer de conta. É papel do educador possibilitar a inserção na comunidade estudantil

de serviços que ajudem no seu desenvolvimento, além de, pesquisas a fim de

contribuir, de alguma forma, para o crescimento intelectual dos alunos. É necessário

ainda que haja uma interação entre educador e sociedade para que juntos detectem

os problemas e as deficiências existentes, em especial nas escolas públicas, no que

diz respeito ao alcance das novas tecnologias e busquem soluções eficientes que

levem ao desenvolvimento adequado do processo de ensino/aprendizagem.

AULA 23

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Quando pensamos em tecnologia a favor da educação, devemos vê-la como

um conjunto de ferramentas que proporciona ao professor várias vantagens, como a

praticidade para adquirir as informações necessárias à construção do conhecimento

ao longo da sua vida. A soma dos métodos antigos com as novas descobertas

linguísticas e tecnológicas vem dando aos professores, que a aderiu, suporte

necessário no desenvolvimento das suas atividades.

Usar a tecnologia a favor da educação é saber utilizá-la como suporte auxiliar

na busca da qualidade do processo educacional. Os novos recursos tecnológicos são

para ajudar o professor no processo de ensino aprendizagem e cabe ao professor

perceber qual recurso deve, quando e como usar.

A pesquisa científica deve fazer parte da vida do educador. Assim o professor

supera um conhecimento já existente sobre um determinado assunto e abre um novo

mundo de descoberta por meio da curiosidade e do interesse de cada um sabendo,

claro, separar o que é seu, do que é do outro, respeitando as informações que foram

obtidas por meio desta busca.

O educador precisa ser flexível, paciente ou crítico naquilo que se propõe fazer

e ser. Esse mesmo compromisso deve assumir ao orientar seus alunos para a vida.

Mostrar ao jovem aluno que é necessário sempre fazer uma seleção coerente e

planejar tudo que se pretende alcançar. Assim também deve acumular conhecimentos

de modo que venha atender às exigências que a vida pode estar propondo

futuramente.

A Educação sempre foi e sempre será um processo composto de detalhes que

se utiliza de algum meio de comunicação como instrumento ou suporte visando

alcançar a qualidade no processo de ensino/aprendizagem e objetivando o melhor

desempenho na ação do professor, na interação pessoal e direta com seu público.

As tecnologias na escola elevarão o nível de desenvolvimento dos sentidos, e

as novas tecnologias estimularão a ampliação dos limites dos sentidos e com isso o

potencial cognitivo do ser humano. As ferramentas tecnológicas vêm provocando

visíveis transformações nos métodos de ensinar e na própria forma do discurso escrito

que apresentam considerável adaptação ás novas tecnologias.

A resistência à aquisição de novos conhecimentos é um fator negativo no

processo de formação cultural intelectual do indivíduo na relação ensino-

aprendizagem. Assim, como enfrentar os novos desafios?

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Como ferramenta pedagógica, a Internet deve ser utilizada com cautela para

que não prejudique o desenvolvimento de suas principais habilidades como o saber-

fazer, dando-lhe informações prontas que podem ser “copiadas e coladas” sem sequer

ter sido feita uma leitura prévia. Essa prática tem sido comum e vem despertando a

aplicação, por parte de alguns administradores, da censura restringindo o uso da

internet e impedindo o acesso, principalmente, de páginas sociais como Orkut, MSN

e mesmo a vídeos do YouTube. Os problemas, no entanto, não param por aí. As novas

tecnologias usadas na educação requerem professores capacitados que saibam como

utilizá-las em benefícios do aprendizado do aluno, mas o que se percebe é uma

reação negativa de muitos educadores a essas inovações. Muitos insistem em utilizar

métodos tradicionais de ensino por não saberem lidar com novos instrumentos

tecnológicos. “[...] o homem está irremediavelmente preso às ferramentas

tecnológicas em uma relação dialética entre a adesão e a crítica ao novo”. (PAIVA,

2008. p.1).

A adesão das novas tecnologias na educação é extremamente importante, uma

vez que facilita o acesso ao conhecimento e permite que o aprendiz tenha autonomia

para escolher entre as diversas fontes de pesquisas. “Os recursos da web 2 oferecem

ao aprendiz tecnologia que lhe permite, efetivamente, usar a língua em experiência

diversificadas de comunicação”. (PAIVA, 2008. p.10). As novas tecnologias levarão o

homem a uma evolução mais rápida e ao conhecimento mais preciso. É necessário,

apenas, dominá-las.

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24. A AULA DE PORTUGUÊS E O USO DA TECNOLOGIA

https://www.linkedin.com/pulse/o-uso-de-novas-tecnologias-na-educa%C3%A7%C3%A3o-e-

mudan%C3%A7a-da-pr%C3%A1tica-oliveira

E qual é a melhor forma de usar toda essa tecnologia na aula de português.

Afinal, o que fazer com ela? Deve-se lembrar que para usar o computador na sala de

aula, é preciso uma nova realidade de ensino. Nessa nova realidade não há lugar para

conteúdos que devem ser decorados nem para o que não é significativo para o aluno

e sim são todas as tentativas de fazer com que o aprendiz se envolva na construção

do seu próprio conhecimento.

É também importante lembrar que a obtenção de resultados satisfatórios com

o uso do computador depende de como esse equipamento está sendo usado. O

computador não faz nada sozinho e nem faz milagres. Ele tem muitos recursos e nos

dá acesso a uma infinidade de informações, no entanto, cabe ao professor planejar o

uso desses recursos e informações em sua sala de aula.

Tão importante quanto a tecnologia em si, é como ela está sendo usada para

fins educacionais. Uma nova tecnologia mal usada pode ser perigosa e quem vai

sofrer as consequências disso são os alunos, cidadãos de nossa sociedade que

AULA 24

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merecem a melhor educação que podemos oferecer a eles. Ao professor cabe o papel

de preparar bem as aulas oferecendo desafios e questões interessantes para os

alunos, explorando da melhor maneira possível os recursos que o computador lhe

oferece. Cabe a ele também estimular a reflexão crítica e competente dos alunos em

relação aos elementos linguísticos envolvidos nas leituras e produções de texto dos

alunos.

Sabe-se que há textos mal escritos e com informações equivocadas que às

vezes estarão ao alcance dos alunos na Internet. Isso não pode ser encarado como

um problema. O professor que está consciente desse fato, alertará seus alunos para

ele e, inclusive, usará os textos com problemas em discussões com os alunos a

respeito do uso de mecanismos linguísticos, da estruturação e organização dos textos,

para fazer críticas à estrutura argumentativa, entre muitas outras reflexões que um

texto mal escrito pode suscitar.

E por que não fazer um trabalho interessante de reescrita desses textos? Cada

grupo de alunos pode escolher um texto para apontar os problemas e propor soluções

para os problemas encontrados. É justamente a riqueza na variedade de textos que

se pode encontrar na Internet que a torna tão fascinante e tão útil ao professor de

português.

http://educacaocominovacao.blogspot.com.br/2011/02/charge-02-charge-02-charge-03.html

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25. NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA.

https://professordigital.wordpress.com/2009/05/04/projetos-educacionais-e-tecnologias-digitais/

A expansão da informática que temos vivenciado nestas duas últimas décadas

tem sido responsável por transformações significativas nos setores de trabalho e nas

relações humanas, chegando também a influenciar o aprendizado e o

aperfeiçoamento do estudo da Língua Portuguesa.

Com o fácil acesso aos computadores e à Internet, foi aberta uma nova

dimensão para a introdução de novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem,

principalmente no que diz respeito a softwares e atividades que possibilitem um alto

grau de interatividade por parte dos aprendizes. Isto traz uma série de vantagens,

como: facilitar o esclarecimento de dúvidas e diminuir o isolamento dos alunos com

vistas a favorecer a obtenção de informações sobre seu aproveitamento, motivando-

os para o aprendizado.

AULA 25

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O bom uso e a exploração das tecnologias como ferramenta auxiliar ao ensino

de Língua Portuguesa auxiliam muito na aquisição de novos conhecimentos dos

alunos e complementam a prática pedagógica da sala de aula.

O papel do professor no processo de ensino da Língua Portuguesa é introduzir

no ambiente dos alunos elementos capazes de provocar uma situação conflitual, que

poderá levá-los a aprender, dependendo do modo que agirão a partir desse conflito.

A ação pedagógica deve caracterizar-se por atividades didáticas que auxiliem os

alunos a se apropriarem do saber e não apenas a recebê-lo, pois receber não implica

necessariamente em aprender.

O uso da informática na Língua Portuguesa passa a ser uma ciência onde há a

busca pela descrição, pela explicitação, pela análise e decomposição dos

comportamentos inteligentes em pequenos módulos. O ensino pode ser considerado

como sendo mais do que uma simples ferramenta de transmissão de conhecimentos.

http://tecnologianaeducaotics.blogspot.com.br/p/charges.html

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QUESTÃO 01

Dadas as afirmativas que completam o parágrafo abaixo. A formação do professor

para o uso das tecnologias de informação e comunicação envolve muito mais do que

provê-lo com conhecimento técnico sobre computadores. E ainda deve

I. Criar condições para que ele possa construir conhecimento sobre os aspectos

computacionais.

II. Compreender as perspectivas educacionais subjacentes às diferentes aplicações

do computador.

III. Entender por que e como integrar o computador na sua prática pedagógica; deve

ser voltada para a elaboração de projetos temáticos do interesse de cada aluno.

IV. Proporcionar ao professor as bases para que possa superar barreiras de ordem

administrativa e pedagógica, possibilitando a transição de um sistema fragmentado

de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo.

V. Oferecer condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado e a

experiência vivida durante sua formação para sua realidade de sala de aula.

Verifica-se que estão corretas

a) I e III, apenas.

b) I, II e V, apenas.

c) III, IV e V, apenas.

d) I, II, III, IV e V.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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QUESTÃO 02

Os recursos tecnológicos, utilizados na escola, como as Novas Tecnologias da

Informação e da Comunicação, oferecem alternativas diferenciadas para o ensino e a

aprendizagem. Em relação a essas tecnologias, afirma-se:

I A utilização dos computadores na escola garante mudanças nas formas de ensinar

e aprender.

II O uso das redes sociais, como o facebook é inadequado à construção de novos

conhecimentos escolares.

III Os softwares educativos voltados para a transmissão do conhecimento devem ser

privilegiados na aprendizagem construtivista.

IV O computador pode ser um excelente instrumento de aprendizagem para os alunos

portadores de deficiências sensoriais e motoras.

Das afirmações,

a) apenas IV é correta.

b) apenas II é correta.

c) II e I são corretas.

d) II e IV são corretas.

QUESTÃO 03

As Novas Tecnologias da Informação e as Comunicações como tecnologias

educacionais vêm reconfigurando a identidade das instituições escolares. Sobre as

novas tecnologias educacionais e seu impacto nas escolas, é correto afirmar:

a) As tecnologias digitais permitem aos professores trabalhar nas fronteiras do

conhecimento que pretendem ensinar.

b) As novas tecnologias na sociedade digital reduzem o papel do professor na

educação, no contexto escolar.

c) O professor, na sociedade digital, adquire maior autonomia, o que possibilita um

trabalho criativo individualizado.

d) O uso das novas tecnologias exige da escola a formação da crítica, como

capacidade de oposição às ideias anteriores.

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QUESTÃO 04

Analise o texto abaixo:

“O professor encontra um espaço educacional radicalmente diferente no meio. Para

incorporá-lo à sua ação docente é preciso uma transformação estrutural em sua

metodologia de ensino, na sua percepção do que é ensinar e aprender e nas formas

de utilização do livro didático no contexto das novas tecnologias.”

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.

a) digital

b) acadêmico

c) informacional

d) intelectual

QUESTÃO 05

O Livro Verde da Sociedade da Informação no Brasil (2000: 07) aponta que:

“Na nova economia, não basta dispor de uma infraestrutura moderna de comunicação;

é preciso competência para transformar informação em conhecimento. É a educação

o elemento-chave para a construção de uma sociedade da informação e condição

essencial para que pessoas e organizações estejam aptas a lidar com o novo, a criar

e, assim, a garantir seu espaço de liberdade e autonomia.”

Para que os professores e alunos possam desenvolver essa competência, a melhor

ação a ser tomada é:

a) Aumentar o acesso à Internet.

b) Criar laboratórios de informática.

c) Conectar computadores à Banda Larga.

d) Incentivar a educação regular e continuada.

QUESTÃO 06

Segundo Bonilla,

“A partir do lançamento do Livro Verde do Programa Sociedade da Informação no

Brasil, em 2000, um novo tema de discussão toma o cenário nacional – a inclusão

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digital; no entanto, este só começa a ser incorporado pelas escolas a partir de 2007,

com a reformulação do Programa Nacional de Informática na Educação – Proinfo.

Apesar do tema estar presente nos documentos oficiais, ainda está distante das

práticas pedagógicas, uma vez que continua a percepção de que inclusão digital está

numa dimensão e educação em outra.”

Em outras palavras, a autora afirma:

a) Dois programas de iniciativa governamental foram criados desde o ano 2000,

através de documentos oficiais, com o objetivo de estimular a inclusão digital.

b) Apesar de a inclusão digital ser um tema discutido desde o início dos anos 2000,

inclusive em documentos oficiais, ela ainda é vista de forma desvinculada da

educação.

c) Com exceção do Livro Verde, de 2000, e do Programa Nacional de Informática na

Educação, de 2007, não há nas práticas pedagógicas a percepção sobre a inclusão

digital.

d) Mesmo com a reformulação do Programa Nacional de Informática na Educação –

ProInfo – as escolas não percebem a importância da inclusão digital.

QUESTÃO 07

O gráfico abaixo apresenta alguns dados colhidos por uma pesquisa encomendada

pela Fundação Victor Civita sobre o uso das tecnologias na Escola e publicado na

Edição Especial de dezembro de 2009 da Revista Nova Escola:

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A partir da leitura desse gráfico, podemos afirmar que a atuação de um professor

formador responsável pela sala de informática:

a) Não influi de maneira significativa no acesso aos computadores da escola, já que o

professor de cada disciplina se responsabiliza por essa atividade.

b) Não influi de maneira significativa no acesso aos computadores da escola, já que o

uso dos computadores com fins pedagógicos continua restrito à equipe escolar.

c) Motiva a que professores e alunos utilizem os computadores em atividades

complexas de aprendizagem em mais da metade das escolas analisadas.

d) Motiva a que alunos utilizem os computadores em atividades complexas de

aprendizagem em mais de um terço das escolas analisadas.

QUESTÃO 08

Analise o texto abaixo:

“Por muito tempo as aprendizagens ocorreram essencialmente no contexto concreto,

real e linear das salas de aulas, nas quais a figura e o papel do professor assumiam

a posição de destaque e de comando. Propor que aprendizagens ocorram em outros

contextos que não sejam presenciais implica propor aos autores dessas

aprendizagens, sejam eles alunos ou professores, mudanças de paradigma e não

simplesmente a troca do contexto presencial para o digital, o que representa rupturas

descontínuas e revolucionárias nas concepções, valores, percepções e práticas

compartilhadas por uma comunidade.”

Das ferramentas listadas a seguir, qual não pode ser considerada um recurso virtual

de aprendizagem?

a) wiki

b) blog

c) chat

d) livro didático

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QUESTÃO 09

Segundo Monica Fantin, no livro Mídia-educação (2010: 36),

“A mídia-educação pode ser compreendida em duas dimensões: pode configurar-se

como campo de conhecimento interdisciplinar na interseção entre as ciências da

educação (didática em particular) e as ciências da comunicação (principalmente a

sociologia da comunicação e a semiótica), delineando-se também como possível

disciplina. E pode ser entendida como prática social em contextos não só

extraescolares. Ou seja, podemos entender a mídia-educação como duas áreas de

saber e de intervenção em diversos contextos: como práxis educativa com um campo

metodológico e de intervenção didática; e como instância de reflexão sobre essa

práxis”.

Considerando essa conceituação, podemos entender a mídia-educação:

a) como um campo metodológico fechado, baseado fundamentalmente em uma

reflexão teórica.

b) como um espaço de reflexão teórica, sem estar necessariamente interligado a um

fazer educativo.

c) como um campo metodológico aberto apenas relacionado a um fazer educativo.

d) como um campo metodológico aberto, um espaço de reflexão teórica e um fazer

educativo.

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26. TECNOLOGIAS E SALA DE AULA

http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao

As diversas possibilidades de acesso às tecnologias proporcionaram novas

formas de viver, de trabalhar e de se organizar na sociedade. Um exemplo é a

constante comunicação entre as pessoas, localizadas em locais diferentes e, muitas

vezes, distantes, através de aparelhos celulares, de e-mails, de comunicadores

instantâneos ou de redes sociais. Com base nisso, percebe-se que essas novas

possibilidades tecnológicas não interferem apenas na vida cotidiana, mas passam a

interferir em todas as ações, nas condições de pensar e de representar a realidade e,

no caso da educação, na maneira de trabalhar em atividades ligadas à educação

escolar.

De acordo com as tradições, o ensinar era tarefa exclusiva da escola. Os

conhecimentos eram apresentados às crianças ao entrarem nas escolas e esses eram

finitos e determinados; ao final de uma determinada formação, o aluno era

considerado uma pessoa formada, já que possuía conhecimentos necessários para o

AULA 26

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ingresso em alguma profissão. Atualmente, não é possível ter esse mesmo

pensamento, pois as rápidas mudanças tecnológicas atribuem novas formas à

atividade de ensinar e aprender, estando constantemente em processo de

aprendizagem e adaptação, não sendo mais possível considerar uma pessoa

completamente formada, independente do seu grau de formação.

A escola de hoje faz parte desse momento tecnológico revolucionário e, para

atender sua função social, ela deve estar atenta e aberta para incorporar esses novos

parâmetros comportamentais, hábitos e demandas, participando ativamente dos

processos de transformação e construção da sociedade. Deste modo, é necessário

que os alunos desenvolvam habilidades para utilizar os recursos tecnológicos,

cabendo à escola integrar a cultura tecnológica ao seu cotidiano.

A utilização das tecnologias no processo de ensino-aprendizagem institui um

fator de inovação pedagógica, possibilitando novas modalidades de trabalho na

escola, devendo esta acompanhar as transformações sociais. A escola precisa se

tornar mais atraente, estreitando a linha que a divide do mundo externo, no qual o

aluno vai absorver grande parte das informações. A escola precisa transformar-se de

simples transmissora de conhecimentos em organizadora de aprendizagens e

reconhecer que já não detém a posse da transmissão dos saberes, proporcionando

ao aluno os meios necessários para aprender a obter a informação, para construir o

conhecimento e adquirir competências, desenvolvendo o espírito crítico.

Educar é colaborar para que professores e alunos transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional e a tornarem-se cidadãos realizados e produtivos. Na sociedade da informação todos estão reaprendendo a conhecer, a comunicar-se, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino-aprendizagem acontece quando se consegue integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, as musicais, as lúdicas e as corporais. Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio. (MORAN, 2000, p. 26)

A utilização das tecnologias no processo educativo proporciona novos

ambientes de ensinar e aprender diferentes dos ambientes tradicionais, e as reais

contribuições das tecnologias para a educação surgem à medida que são utilizadas

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como mediadoras para a construção do conhecimento. A presença das tecnologias

na educação é indispensável, pois estas objetivam escolarizar as atividades da

sociedade, adequando-as aos seus objetivos, permitindo assim uma compreensão

profunda do mundo e enriquecendo o conhecimento.

Atualmente, existe uma infinidade de tecnologias que contribuem na parte

pedagógica, que proporcionam novas formas de transmissão e articulação do

conhecimento, mais atrativas, mais dinâmicas, tornando a aprendizagem do aluno

mais interessante, por exemplo, TV, DVD, câmeras, videocassete, retroprojetor, rádio,

computador, projetor, internet etc. Por meio dessas tecnologias, como o computador

conectado a um projetor e com som, é possível ilustrar as aulas, tornando-as mais

atrativas, possibilitando aos alunos vivenciar situações reais do conteúdo que está

sendo abordado. Um filme, um documentário, ilustrações ou até mesmo uma simples

apresentação de slides, complementando a aula expositiva, torna-a mais dinâmica,

atraindo a atenção dos alunos, gerando, dessa forma, maiores possibilidades de

construção do conhecimento. E uma aula com internet? Quantas possibilidades não

são encontradas na rede mundial de computadores? Quem nunca utilizou a internet

como recurso didático-pedagógico?

Hoje, tudo o que se precisa é encontrado na internet. Através dela são possíveis

“viagens” incríveis, ter acesso a bibliotecas, ambientes, jogos, simulações, que

possibilitam uma infinidade de novos conhecimentos e que vem a complementar o

processo de ensino-aprendizagem. Por exemplo, existem diversos sites de jogos

educativos, onde, brincando, os alunos aprendem, explorando o conteúdo em estudo

de uma forma totalmente diferente da tradicional. Também existem diversos sites que

possibilitam a aplicação de simulações e desafios, permitindo ver na prática a teoria

estudada. Outro exemplo que também pode ser citado são os blogs construídos por

professores, que sempre são atualizados com informações que agregam

conhecimento aos alunos, por meio de leituras complementares relacionadas com os

conteúdos em estudo, e os próprios alunos também podem fazer comentários,

gerando assim uma construção coletiva e colaborativa do conhecimento.

São apenas essas as aplicações da tecnologia? São só esses os exemplos de

tecnologias? Não, existem muitas aplicações e muitas tecnologias disponíveis,

permitindo uma diversidade de formas de utilização, possibilitando a diversificação na

sala de aula.

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Da união entre tecnologia e conteúdos nascem oportunidades de ensino,

entretanto é necessário analisar se essas oportunidades são significativas, por

exemplo, quando as tecnologias ajudam a enfrentar desafios atuais, como encontrar

informações na internet e se localizar em um mapa virtual. Em outros casos, porém,

ela é dispensável, como no crescimento de uma semente, que não faz sentido ver em

uma animação se é possível ter a experiência real.

http://fazdecontaquesei.blogspot.com.br/2012/08/a-inclusao-da-tecnologia-na-educacao.html

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27. AS TECNOLOGIAS E O PROFESSOR

http://tecnologia.culturamix.com/noticias/como-usar-a-tecnologia-na-educacao

Atualmente o aprender não é mais um trabalho mecânico, mas sim um processo

de construção e transformação do conhecimento, no qual o papel do professor é de

fundamental importância como questionador, investigador e incentivador dessa

construção e transformação. É necessário ao professor mudar, aperfeiçoar, repensar

suas práticas pedagógicas e trabalhar de forma que sempre instigue no aluno a

posição de questionamento, permitindo que expresse suas ideias, sentimentos e

emoções, além de pensar sobre suas escolhas e na concretização dos seus objetivos.

A utilização da tecnologia na educação propõe uma nova forma de atuação dos

professores, não se limitando apenas a uma simples utilização tecnológica, mas sim

a uma nova forma de ensinar e aprender, deixando o professor de ser um transmissor

do conhecimento e passando a ser um facilitador desse conhecimento, por meio de

aulas diferentes, dinâmicas, que atendam a essa nova geração tecnológica, na qual

estamos vivendo. Dessa forma, o cenário tecnológico exige novos hábitos, uma nova

AULA 27

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gestão do conhecimento, na forma de conceber, armazenar e transmitir o saber,

dando origem, assim, a novas formas de simbolização e representação do

conhecimento.

Diante desses avanços tecnológicos, existe o desafio da mudança no trabalho

do professor, pois este precisa se adequar a uma nova postura, deixando de ser um

simples transmissor do conhecimento, para ser um orientador do processo de ensino-

aprendizagem, pois os alunos já vêm com uma grande bagagem de informações de

casa, proporcionadas pela TV, rádio, internet, celular, sendo necessária a organização

dessas informações para que a construção do conhecimento realmente aconteça;

caso contrário, de nada adianta toda essa tecnologia se não conseguimos fazer com

que o aluno adquira esse conhecimento.

São notáveis os benefícios da tecnologia na educação, entretanto ainda é

encontrada grande discussão entre os professores sobre o uso dessas tecnologias.

Existem duas vertentes: aqueles professores interessados na utilização da tecnologia,

que se preparam, buscam o conhecimento para o uso desses recursos e os aplicam

em sala de aula, proporcionando novas formas de ensinar e aprender, auxiliando no

processo de ensino-aprendizagem, e aqueles professores indecisos, inseguros,

hesitantes com esse novo método, principalmente por achar que os recursos vão

substituí-los. Uma forma equivocada de se pensar, pois o professor nunca será

substituído, já que ele é fundamental.

A mudança é dada pela substituição das formas do processo de ensino-

aprendizagem e, à medida que evoluímos, precisamos acompanhar as mudanças e

adequá-las à nossa prática docente, deixando de lado apenas o trabalho com o modo

tradicional de ensino, embutindo nesse modo os avanços existentes, que

proporcionam uma nova forma de aprender mais concreta.

O professor deve ter em mente que a tecnologia vem como um recurso, um

suporte a mais para o processo de ensino-aprendizagem, como uma ferramenta de

apoio, um instrumento inovador, tornando a aprendizagem mais eficiente e eficaz, e o

professor deve estar em processo permanente de aprendizagem e ter uma postura de

pesquisador, investigador e crítico.

A própria sociedade atual exige a mudança dos professores, porque ela

demanda profissionais críticos, criativos, com capacidade para aprender a aprender,

de trabalhar em equipe e conhecedores de diversos saberes, incumbindo ao professor

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formar esse profissional que construa o seu próprio conhecimento e que desenvolva

as competências exigidas pelo mercado de trabalho.

Precisamos de professores conscientes, que saibam utilizar os benefícios dos

recursos tecnológicos em favor da formação dos alunos, cientes das possibilidades

que essa nova forma de ensino-aprendizagem proporciona para o futuro cidadão.

Observamos as mudanças de paradigmas que estão ocorrendo, tratando as

abordagens de aprendizagem como abordagem heterônoma e abordagem autônoma,

que, embora tenham suas particularidades metodológicas, possuem o mesmo

objetivo, ou seja, a aprendizagem.

A abordagem heterônoma, que é a aprendizagem tradicional, é aquela que

conhecemos, que vivenciamos na escola, onde o professor é o responsável pelo

processo de ensino-aprendizagem, porém, atualmente, com as mudanças e

evoluções que estão acontecendo, estamos nos deparando com uma nova prática

pedagógica, isto é, a abordagem autônoma, em que o aluno passa a ser o responsável

pela construção do conhecimento, o responsável pelo processo de ensino-

aprendizagem e o professor é um facilitador, mediador e orientador desse processo.

Os alunos têm acesso a quaisquer informações, de qualquer lugar do mundo, de

forma rápida, prática e atrativa; sendo assim, é imprescindível o replanejamento do

processo de ensino-aprendizagem, sendo o principal ponto desse processo, não mais

o professor, mas sim o aluno, o que ele precisa aprender.

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28. O COMPUTADOR NA SALA DE AULA

https://12dimensao.wordpress.com/category/tecnologia-e-educacao/

Os computadores podem favorecer sobremaneira ao processo de educação

escolar. Para que se possa delinear as contribuições de tais equipamentos ao

processo ensino/aprendizagem, faz-se necessário buscar uma definição para

informática educativa, entendida como uma área científica que tem como objeto de

estudo o uso de equipamentos e procedimentos da área de processamento de dados

no desenvolvimento das capacidades do ser humano, visando à sua melhor

integração individual e social.

Diante de tal conceito, quando se trata da implantação da informática educativa

no contexto escolar, há que se considerar dois aspectos: o ensino da Informática,

incluindo disciplinas sobre processamento de dados no currículo escolar; e a

Informática no ensino, disponibilizando os recursos da computação para o

desenvolvimento das práticas educacionais escolares.

Em se tratando da primeira, sua operacionalização torna-se mais simples uma

vez que a inserção de disciplinas sobre processamento de dados no currículo pode

AULA 28

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ser efetivada com a contratação de professores com formação em Ciência da

Computação, construção de laboratório(s) com recursos computacionais, organização

do horário de utilização desse(s) laboratório(s) e alocação de mais disciplinas no

horário das turmas contempladas com o referido complemento curricular.

Porém, sob tal aspecto, corre-se o risco de que haja uma subutilização dos

recursos computacionais, pois é maior o risco de a Informática acabar servindo

apenas aos fins da própria Informática e, talvez, não fazendo jus ao adjetivo

"educativo".

Quando se trata, do uso de computadores como ferramentas auxiliares do

processo ensino/aprendizagem, há uma complexidade maior para sua

operacionalização pois, para que os recursos oferecidos pelos computadores possam

ser amplamente utilizados, faz-se necessário que todo corpo docente seja capacitado

e para tanto, deve ter sua resistência ao novo vencida. Além disso, a organização de

utilização do(s) laboratório(s) de Informática precisa disponibilizar horários e recursos

para o trabalho de diversas disciplinas e não para somente uma disciplina específica.

Cabe ressaltar, portanto, que;

(...) a presença isolada e desarticulada dos computadores na escola não é, jamais, sinal de qualidade de ensino; mal comparando, a existência de alguns aparelhos ultramodernos de tomografia e ressonância magnética em determinado hospital ou rede de saúde não expressa, por si só, a qualidade geral do serviço prestado à população. É necessário estarmos muito alertas para o risco da transformação dos computadores no bezerro de ouro â ser adorado em Educação. (CORTELLA, 1995, p. 34).

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http://pt.slideshare.net/auxiliadora974/slide-sobre-tecnologia-na-educao

29. JOGOS DIGITAIS EDUCACIONAIS

http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/12/escola-usa-jogo-virtual-para-ensinar-prevencao-contra-

enchentes-alunos.html

AULA 29

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Os jogos de vídeo games e computadores conquistaram um espaço importante

na vida de crianças, jovens e adultos e hoje é um dos setores que mais cresce na

indústria de mídia e entretenimento. Estudos recentes da consultoria

PricewaterhouseCoopers estimam que em 2008 o faturamento do mercado de jogos

deverá superar o do setor de música, que sempre teve destaque econômico.

Com um faturamento bilionário os jogos digitais já assumiram um papel de

destaque na cultura contemporânea, levando diversos pesquisadores a

desenvolverem estudos para entender porque os jogos digitais são tão atraentes e

quais impactos causam na vida das pessoas.

Muitos jovens seduzidos pelos jogos digitais permanecem longos períodos

totalmente empenhados nos desafios e fantasias destes artefatos de mídia, dando a

impressão de que são imunes a distrações e que nada é capaz de desconcentrá-los.

Mas os jogos digitais costumam absorver muitas horas dos jogadores e consomem

um tempo que poderia ser aproveitado em outras atividades, como o estudo, por

exemplo. Isto gera reclamações entre pais e professores, pois gostariam que seus

filhos e alunos aplicassem nos estudos o mesmo nível de atenção e comprometimento

dedicado aos jogos.

Conseguir desviar a atenção que os estudantes dão aos jogos para atividades

educacionais não é tarefa simples. Por isso, tem aumentado o número de pesquisas

que tentam encontrar formas de unir ensino e diversão com o desenvolvimento de

jogos educacionais. Por proporcionarem práticas educacionais atrativas e inovadoras,

onde o aluno tem a chance de aprender de forma mais ativa, dinâmica e motivadora,

os jogos educacionais podem se tornar auxiliares importantes do processo de ensino

e aprendizagem.

Mas para serem utilizados com fins educacionais os jogos precisam ter

objetivos de aprendizagem bem definidos e ensinar conteúdos das disciplinas aos

usuários, ou então, promover o desenvolvimento de estratégias ou habilidades

importantes para ampliar a capacidade cognitiva e intelectual dos alunos.

Durante muitos anos se discutiu a possibilidade dos vídeo-games influenciarem

negativamente os jogadores e estimularem a violência em crianças e adolescentes.

Nos últimos anos, porém, aumentou o interesse para a pesquisa dos aspectos

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positivos dos jogos, seus benefícios para os jogadores, potencialidades como recurso

didático e uso na educação.

Agora, ao invés das instituições de ensino fecharem as portas para os jogos,

existe um crescente interesse entre pesquisadores e professores em descobrir de que

formas os jogos digitais podem ser usados como recurso para apoiar a aprendizagem

e quais são os seus benefícios.

30. POTENCIALIDADES DOS JOGOS DIGITAIS

http://pt.slideshare.net/deborasebriam/games-na-educao

Uma das principais formas de acesso ao mundo da tecnologia para crianças e

jovens é o jogo digital, pois geralmente o primeiro contato com equipamentos

eletrônicos acontece por meio de um vídeo game. Os jogos digitais podem ser

definidos como ambientes atraentes e interativos que capturam a atenção do jogador

ao oferecer desafios que exigem níveis crescentes de destreza e habilidades.

AULA 30

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Mas para serem utilizados como instrumentos educacionais os jogos devem

conter ainda algumas características específicas para atender as necessidades

vinculadas à aprendizagem. Por isso os softwares educacionais, entre eles os jogos,

devem possuir objetivos pedagógicos e sua utilização deve estar inserida em um

contexto e em uma situação de ensino baseados em uma metodologia que oriente o

processo, através da interação, da motivação e da descoberta, facilitando a

aprendizagem de um conteúdo.

Quando preparados para o contexto educacional os jogos digitais podem

receber diferentes nomenclaturas. As mais comuns são jogos educacionais ou

educativos, jogos de aprendizagem ou jogos sérios (serious games), sendo que

alguns tipos de simuladores também podem ser considerados jogos educacionais.

Normalmente, quando se divulga a utilização de jogos educacionais, há um

destaque para o poder motivador dessa mídia. Mas o potencial deles vai muito além

do fator “motivação”, pois ajudam os estudantes a desenvolverem uma série de

habilidades e estratégias e, por isso, começam a ser tratados como importantes

materiais didáticos. A seguir são elencados alguns benefícios que os jogos digitais

educacionais podem trazer aos processos de ensino e aprendizagem:

Efeito motivador: Os jogos educacionais demonstram ter alta capacidade

para divertir e entreter as pessoas ao mesmo tempo em que incentivam o

aprendizado por meio de ambientes interativos e dinâmicos. Conseguem

provocar o interesse e motivam estudantes com desafios, curiosidade,

interação e fantasia. As tecnologias dos jogos digitais proporcionam uma

experiência estética visual e espacial muito rica e, com isso, são capazes

de seduzir os jogadores e atraí-los para dentro de mundos fictícios que

despertam sentimentos de aventura e prazer. Ter componentes de prazer e

diversão inseridos nos processos de estudo é importante porque, com o

aluno mais relaxado, geralmente há maior recepção e disposição para o

aprendizado.

Facilitador do aprendizado: Jogos digitais têm a capacidade de facilitar o

aprendizado em vários campos de conhecimento. Eles viabilizam a geração

de elementos gráficos capazes de representar uma grande variedade de

cenários. Por exemplo, auxiliam o entendimento de ciências e matemática

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quando se torna difícil manipular e visualizar determinados conceitos, como

moléculas, células e gráficos matemáticos. Os jogos colocam o aluno no

papel de tomador de decisão e o expõe a níveis crescentes de desafios para

possibilitar uma aprendizagem através da tentativa e erro. Projetistas de

jogos inserem o usuário num ambiente de aprendizagem e então aumentam

a complexidade das situações e, à medida que as habilidades melhoram,

as reações do jogador se tornam mais rápidas e as decisões são tomadas

com maior velocidade.

Desenvolvimento de habilidades cognitivas: Os jogos promovem o

desenvolvimento intelectual, já que para vencer os desafios o jogador

precisa elaborar estratégias e entender como os diferentes elementos do

jogo se relacionam. Também desenvolvem várias habilidades cognitivas,

como a resolução de problemas, tomada de decisão, reconhecimento de

padrões, processamento de informações, criatividade e pensamento crítico.

Aprendizado por descoberta: Desenvolvem a capacidade de explorar,

experimentar e colaborar, pois o feedback instantâneo e o ambiente livre de

riscos provocam a experimentação e exploração, estimulando a

curiosidade, aprendizagem por descoberta e perseverança.

Experiência de novas identidades: Oferecem aos estudantes

oportunidades de novas experiências de imersão em outros mundos e a

vivenciar diferentes identidades. Por meio desta imersão ocorre o

aprendizado de competências e conhecimentos associados com as

identidades dos personagens dos jogos. Assim, num jogo ou simulador em

que o estudante controla um engenheiro, médico ou piloto de avião, estará

enfrentando os problemas e dilemas que fazem parte da vida destes

profissionais e assimilando conteúdos e conhecimentos relativos às suas

atividades.

Socialização: Outra vantagem dos jogos educacionais é que eles também

podem servir como agentes de socialização à medida que aproximam os

alunos jogadores, competitivamente ou cooperativamente, dentro do mundo

virtual ou no próprio ambiente físico de uma escola ou universidade. Em

rede, com outros jogadores, os alunos têm a chance de compartilhar

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informações e experiências, expor problemas relativos aos jogos e ajudar

uns aos outros, resultando num contexto de aprendizagem distribuída.

Coordenação motora: Diversos tipos de jogos digitais promovem o

desenvolvimento da coordenação motora e de habilidades espaciais.

Comportamento expert: Crianças e jovens que jogam vídeo games se

tornam experts no que o jogo propõe. Isso indica que jogos com desafios

educacionais podem ter o potencial de tornar seus jogadores experts nos

temas abordados.

Embora seja difícil encontrar em um único jogo todas as potencialidades

apresentadas acima, procurou-se demonstrar como este tipo de mídia pode trazer

uma série de benefícios ao ser utilizada como recurso didático nas práticas de ensino.

No próximo módulo, apresentaremos as contribuições das novas tecnologias

ao sistema de EAD, aplicando recursos computacionais como internet, recursos

gráficos, interatividade, ambientes de aprendizagem na prática docente. A gente se

vê no próximo módulo. Até lá!

http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/02/o-uso-de-ambientes-virtuais-de.html

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QUESTÃO 01

Com o advento da revolução informacional, as novas tecnologias de ensino têm sido

gradativamente utilizadas na educação. Sobre esse assunto, assinale V para as

afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Surge uma nova linguagem comunicacional, sendo comuns os termos: realidade

virtual, ciberespaço, hipermídia, correio eletrônico, e as informações circulam de modo

a encurtar distâncias e a reduzir o tempo com a Internet.

( ) O computador pode ser considerado a grande vedete da revolução informacional,

representa a modernização, a eficiência dos serviços e o aumento da produtividade.

( ) Ferramentas como e-mails, Internet, audioconferência e videoconferência, por

serem excessivamente sofisticadas, são desprezadas na Educação Básica e na

Educação Profissionalizante.

( ) As novas tecnologias da informação e os diferentes meios de comunicação − rádio,

jornal, revista, computador, telefone, fax e outros, estão presentes na vida das

pessoas modificando, inclusive, seus hábitos, costumes e necessidades.

( ) A utilização das novas tecnologias, na educação, serve apenas para transformar

a relação pedagógica em situações de entretenimento, fator que certamente

desfavorece o processo cognitivo dos estudantes.

Assinale a sequência correta.

a) V, V, F, V, V

b) F, V, V, V, F

c) V, F, V, V, V

d) V, V, F, V, F

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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QUESTÃO 02

LETRAMENTOS E EDUCAÇÃO

Com as novas tecnologias, a comunicação mudou e muitos são os desafios

colocados para a escola. Os principais são tornar o aluno um produtor de conteúdo

(considerando toda a diversidade de linguagem) e um ser crítico. Vídeos que mostram

um acontecimento, como a queda de um meteorito na Terra, ou que transmitem em

tempo real uma posse presidencial. Fotos que revelam a cultura de um povo. Áudios

que contam as notícias mais importantes da semana. A sociedade contemporânea

está imersa nas novas linguagens (algumas não tão novas assim). As informações

deixaram de chegar única e exclusivamente por texto. Tabelas, gráficos, infográficos,

ensaios fotográficos, reportagens visuais e tantas outras maneiras de comunicar estão

disponíveis a um novo leitor. O objetivo maior da informação, seja para fins

educacionais, informativos ou mesmo de entretenimento, é atingir de maneira eficaz

o interlocutor.

Às práticas letradas que fazem uso dessas diferentes mídias e,

consequentemente, de diversas linguagens, incluindo aquelas que circulam nas mais

variadas culturas, deu-se o nome de multiletramentos. Segundo a professora Roxane

Rojo, esses recursos são “interativos e colaborativos; fraturam e transgridem as

relações de poder estabelecidas, em especial as de propriedade (das máquinas, das

ferramentas, das ideias, dos textos), sejam eles verbais ou não; são híbridos,

fronteiriços e mestiços (de linguagens, modos, mídias e culturas)”.

Assim como na sociedade, os multiletramentos também estão presentes nas

salas de aula. O papel da instituição escolar, diante do contexto, é abrir espaços para

que os alunos possam experimentar essas variadas práticas de letramento como

consumidores e produtores de informação, além de discuti-la criticamente. “Vivemos

em um mundo em que se espera (empregadores, professores, cidadãos, dirigentes)

que as pessoas saibam guiar suas próprias aprendizagens na direção do possível, do

necessário e do desejável, que tenham autonomia e saibam buscar como e o que

aprender, que tenham flexibilidade e consigam colaborar com a urbanidade”, enfatiza

Roxane. (V3_CADERNOS IFT_Multiletramentos.indd).

Ao ler o texto, podemos deduzir sua temática central corretamente em:

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a) A educação na sociedade contemporânea deve compreender o seu papel e não

aderir aos novos processos de comunicação introduzidos pela internet.

b) Vivemos numa sociedade letrada, na qual a escola é constantemente desafiada

diante das novas formas de comunicação por conta das novas tecnologias.

c) As informações no mundo em que vivemos nos chegam exclusivamente por texto

impressos com tabelas, gráficos, infográficos, reportagens visuais e tantas outras

maneiras de comunicar. d) O papel da instituição escolar, diante do contexto, é fechar

espaços para que os alunos não possam experimentar essas variadas práticas de

letramento.

QUESTÃO 03

O título do texto ‘MULTILETRAMENTOS E EDUCAÇÃO’ aponta para a:

a) A desconexão entre as múltiplas tecnologias do mundo das informações e a escola

no mundo contemporâneo.

b) A necessidade de fazer com que a educação esteja focada somente na leitura

escrita na internet.

c) A relação entre as múltiplas comunicações das novas tecnologias e uma educação

que consuma, produza e discuta criticamente as informações.

d) A defesa crítica das formas de leitura e escrita obsoletas na educação das escolas

brasileiras dentro das novas tecnologias.

QUESTÃO 04

No cenário atual há uma visão otimista com as possibilidades trazidas pelas novas

tecnologias às práticas da aprendizagem, como se elas automaticamente gerassem

uma relação social constituidora de nova consciência, mais ampliada e holística, com

melhor qualidade de vida e justiça social. Neste cenário, o desfio da escola é:

a) Compreender o novo momento com seus limites e possibilidades, buscando novas

formas de convivência social, em que a flexibilização e a interconexão em rede (sem

hierarquias) oportunizem a construção de projetos coletivos que articulem reações à

desigualdade e a exclusão social.

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b) Oportunizar a construção de novos conhecimentos e subsidiar novas formas de

intervenção.

c) Ignorar as novas tecnologias.

d) Apenas a alternativa “a” está correta.

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31. CONSTRUTIVISMO: UM CONCEITO DE CONSTRUÇÃO

http://slideplayer.com.br/slide/3775352/

Chamamos de aprendizagem ao processo pelo qual o indivíduo, inserido no

contexto social, elabora uma representação pessoal do objeto a ser conhecido. Esta

relação dinâmica ocorre no confronto do sujeito (seus conhecimentos anteriores) com

a realidade histórica e culturalmente determinada. Nesta perspectiva, o conhecimento

não é só transmitido de uma geração a outra, mas evolui com as novas

representações mentais do mundo em função das novas experiências e

interpretações da realidade realizadas por cada sujeito. Portanto, o conhecimento está

em constante transformação, superação e atualização.

AULA 31

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Os estudiosos da cognição, estudiosos da inteligência e da mente,

compreendem que o conhecimento é produzido internamente como uma construção

mental e individual do sujeito em uma relação que envolve o conhecimento existente

com o conhecimento novo. Não obstante, na prática, ainda prevalece um domínio dos

enfoques behavioristas no tocante à área da aprendizagem, privilegiando o meio na

relação de aprendizagem.

Uma tendência da psicologia cognitiva, influenciada principalmente pelos

trabalhos de Piaget, é o construtivismo. Nesta concepção, o pressuposto principal é

do sujeito como construtor do conhecimento. A aprendizagem é reconhecida como

um processo de reestruturação de conceitos prévios, que sempre existem em cada

indivíduo. Com base nesses conhecimentos, os conhecimentos novos são ancorados.

O construtivismo trata-se de um enfoque teórico que aborda o conhecimento como

uma construção humana de significados na interpretação do mundo. Portanto, é uma

teoria que busca enfocar as múltiplas faces do mundo vivido, onde os indivíduos são

observadores e analisadores das experiências dessa realidade, construindo e

percebendo de forma pessoal e particular, buscando interferir neste mundo.

A partir das contribuições dos autores considerados como os teóricos do

construtivismo, Vygotsky e Piaget, e das colocações de Jonassen, pode-se concluir

que a premissa fundamental do construtivismo é a do aluno/profissional como sujeito

ativo do seu próprio conhecimento.

A partir deste enfoque podemos compreender melhor o papel dos atores do

processo educativo; e especialmente os professores, que passam a ter postura de

orientadores ou facilitadores pedagógicos e preocupam-se em prover ambientes e

ferramentas que ajudem os alunos a interpretar as múltiplas perspectivas de análise

do mundo real, o que possibilita a construção de suas próprias perspectivas. David

Jonassen concebe a aprendizagem como possuindo algumas características

fundamentais para o desenvolvimento de um ambiente de aprendizagem

construtivista: Ativa/manipulativa, Construtiva, Reflexiva, Colaborativa, Intencional,

Complexa, Contextual e Coloquial.

A interatividade, a cooperação e a autonomia são características essenciais em

um ambiente de aprendizagem construtivista. Para melhor explicitar estas categorias,

torna-se essencial esclarecer que estas foram definidas com base na abordagem de

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autores que aprofundaram seus estudos sobre estes temas, como por exemplo:

Vygotsky, Piaget, Ausubel, Novak, Wilson, Moretto, Coll, Jonassen, dentre outros.

Vejamos agora as três caraterísticas primordiais para o aprendizado

construtivista:

1. Interatividade, envolve um relacionamento entre pessoas de experiências

diversas, entre ferramentas e atividades culturalmente organizadas. Ela

depende da relação entre grupos, desejos, motivações, culturas, interesses

individuais e sociais. Diante das considerações apresentadas, este estudo

toma como pressuposto que a interatividade é uma inter-relação mediatizada

pela comunicação que acontece durante o relacionamento de indivíduos e

grupos em uma comunidade de aprendizagem, onde os participantes avançam

em suas atividades e habilidades, realizando associações e interligando

informações através da participação com os outros nas atividades planejadas

pelo programa.

2. Cooperação é uma relação compartilhada estabelecida entre os participantes

do programa no desenvolvimento da aprendizagem e na realização de projetos

de interesse comum. Esta relação se caracteriza pela desigualdade do

conhecimento entre os participantes, pelo sistema de combinações e

compromissos estabelecidos na solução de problemas significativos. É uma

relação de troca compartilhada dada pelos diferentes perfis profissionais,

formas de atuação e experiências num contexto de trabalho complexo e

multifacetado.

3. Autonomia este estudo a considera como a capacidade que o aluno possui

em autodeterminar-se, escolher, apropriar-se e reconstruir o conhecimento

produzido culturalmente em função de suas necessidades e interesses.

Caracteriza-se pela responsabilização, auto-determinação, decisão, auto-

avaliação e compromissos a partir da reflexão de suas próprias experiências e

vivências.

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32. TEORIA PEDAGÓGICA E NOVAS TECNOLOGIAS

https://radiounifei.wordpress.com/2011/08/01/projeto-educacional-melhora-desempenho-de-aluno-em-escolas-

publicas-de-jose-de-freitas-no-piaui/

Os grandes mestres como Jean Piaget, Lev S. Vygotsyky e Seymour Papert

são alguns dos vários pesquisadores em educação que apoiam o desenvolvimento de

novas formas de despertar o interesse, desenvolver a mente, estimular a criatividade,

desenvolver o raciocínio. Levando em consideração as suas ideias defendidas, pode-

se dizer que o uso das Novas Tecnologias apresenta aspectos positivos diante dessas

ideias. Partindo das perspectivas construtivistas (Piaget), interacionistas (Vygotsky) e

construcionista (Papert), pode-se afirmar, que com o advento das Novas Tecnologias

de informação tem início uma etapa de transição quantitativa e qualitativa de

informações, pois uma fase de carência cede lugar a uma fase de abundância de

canais informativos.

Jean Piaget nasceu em Newchatel, na Suíça, no dia 09 de agosto de 1896 e

morreu no dia 16 de setembro de 1980. Pesquisador e estudioso intelectual criou o

método clínico, onde trabalhou a gênese das estruturas lógicas do pensamento da

criança. Suas pesquisas o levaram da biologia à filosofia e psicologia, aproximando

progressivamente a Biologia, a Cibernética, a Psicologia e a Matemática para explicar

o desenvolvimento da inteligência.

AULA 32

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Apesar de naturalista, começou explorar outros campos, principalmente a

sistemática dos processos mentais, entrando em contato com grandes mestres da

psiquiatria e psicanálise na Alemanha e França. Em Paris, estagiou no Instituto Binet,

onde ficou encarregado pela padronização francesa de alguns testes ingleses.

A divulgação de Piaget no Brasil tem início no final da década de 20. Através

do Movimento da Escola Nova abriu-se espaço para a propagação de suas ideias.

Posteriormente essa divulgação ocorreu a partir dos anos 60, após a aprovação da

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que criou espaço para a realização

de experiências pedagógicas nas quais educadores e pedagogos poderiam elaborar

e executar novas propostas e métodos de ensino. Nos anos 80 ocorreu a febre do

construtivismo escolar atingindo sistemas de ensino municipais e escolas particulares.

Piaget teve uma preocupação maior com o estudo do desenvolvimento mental

ou cognitivo, ou seja, com o desenvolvimento da forma como os indivíduos conhecem

o mundo exterior e com ele se relacionam. No quadro estão os principais períodos do

desenvolvimento mental e as características de cada um.

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Piaget considera que o processo de desenvolvimento é influenciado por fatores

como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos

esquemas e órgãos que implica na formação de hábitos), aprendizagem social

(aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e

equilibração (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na

busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido). De acordo com a

abordagem construtivista de Piaget, o indivíduo constrói significados pelas

experiências de acomodação e assimilação. O indivíduo entende novas experiências

relacionando-as com as experiências anteriores, o desequilíbrio ocorre. Este

desequilíbrio requer que o indivíduo reajuste seu esquema mental ou crie um novo

esquema para entender o evento que causou o desequilíbrio.

A interação com o ambiente faz com que o indivíduo construa estruturas

mentais e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a

interação organismo-meio e essa interação acontece através de dois processos

simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo

organismo ao longo da vida. A cognição irá se transformando em virtude de um

contínuo processo de experimentação dos conceitos elaborados pelo indivíduo, a

partir da ação. A aquisição do conhecimento é resultante do conflito conceitual entre

a realidade elaborada mentalmente pelo indivíduo e o fato concreto.

Piaget assumiu uma posição interacionista a respeito da inteligência. Para

Piaget o estudo da inteligência envolveria uma análise de como o ser humano se torna

progressivamente capaz de construir o conhecimento.

Segundo o construtivismo, todo e qualquer conhecimento é adquirido por um

processo de interações contínuas entre esquemas mentais da pessoa que conhece e

as peculiaridades do evento ou do objeto a conhecer. Não existem conhecimentos

resultantes do mero registro de observações. Todo o conhecimento pressupõe uma

organização que só os esquemas mentais do sujeito podem efetuar. O construtivismo

não é um método didático, trata-se da descrição da forma geral de funcionamento dos

seres vivos quando elaboram novas estruturas. O papel do professor se deduz a criar

situações que estimulem o processo construtivista do organismo com vistas à

elaboração de estruturas fundamentais de caráter universal das quais dependem as

aquisições de habilidades diversas, segundo o modelo cultural.

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122

Nesse processo construtivista, Piaget distingue três tipos de funções: as

funções do conhecimento, da representação e da afetividade. Essas funções possuem

as seguintes características:

As funções do conhecimento se relacionam ao desenvolvimento intelectual,

em especial ao do pensamento lógico, o qual constitui um instrumento

essencial na adaptação do sujeito ao mundo exterior.

As funções da representação dizem respeito às vivências representadas por

meio de símbolos (individuais) ou signos (coletivos e arbitrários), graças à

função semiótica ou simbólica; a criança pode expressar-se, representar a

seu modo o vivido.

As vivências e os desejos pessoais com carga afetiva são expressados

preferencialmente pelo símbolo, pela imitação, pelo desenho e pelo jogo,

enquanto os conhecimentos intelectuais são melhor expressados por signos

coletivos.

Essas funções se desenvolvem de maneira interdependente, indissociável e

complementar. A ação, sendo física ou mental, para alcançar um objetivo necessita

de instrumentos fornecidos pela inteligência, revelando um poder. Ao mesmo tempo

é preciso o desejo, algo que mobilizará o sujeito para agir em direção ao objetivo,

revelando um querer, o qual se encontra circunscrito na afetividade. Em relação à

escola, segundo a visão de Piaget, deve partir dos esquemas de assimilação da

criança, propondo atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrios e

reequilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do

conhecimento.

Para construir esse conhecimento, as concepções infantis combinam-se às

informações advindas do meio, na medida em que o conhecimento não é concebido

apenas como sendo descoberto espontaneamente pela criança, nem transmitido de

forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma

interação, na qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura ativamente

compreender o mundo que o cerca, e que busca resolver as interrogações que esse

mundo provoca.

Pedagoga e mestre em educação, os principais objetivos da educação referem-

se à formação de homens criativos, inventivos e descobridores, de pessoas críticas e

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ativas, e na busca constante da construção da autonomia. As implicações do

pensamento piagetiano para a aprendizagem:

Os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno, partir das

atividades do aluno.

Os conteúdos não são concebidos como fins em si mesmos, mas como

instrumentos que servem ao desenvolvimento evolutivo natural.

Primazia de um método que leve ao descobrimento por parte do aluno ao

invés de receber passivamente através do professor.

A aprendizagem é um processo construído internamente.

A aprendizagem depende do nível de desenvolvimento do sujeito.

A aprendizagem é um processo de reorganização cognitiva.

A interação social favorece a aprendizagem.

Os conflitos cognitivos são importantes para o desenvolvimento da

aprendizagem.

33. LEV VYGOTSKY

http://filosofas2014.blogspot.com.br/2014_11_01_archive.html

Professor e pesquisador, contemporâneo de Piaget, nasceu em Orsha,

pequena cidade da BieloRússia, em 17 de novembro de 1896. Construiu sua teoria

tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-

histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse

AULA 33

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124

desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico social. Sua questão central

é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio. A partir de

1924, em Moscou, aprofundou sua investigação no campo da Psicologia,

enveredando também para o da Educação de Deficientes. No período de 1925 a 1934,

desenvolveu, com outros cientistas, estudos nas áreas de Psicologia e anormalidades

físicas e mentais. Ao concluir a formação em Medicina foi convidado para dirigir o

Departamento de Psicologia do Instituto Soviético de Medicina Experimental. Faleceu

em 11 de junho de 1934.

A divulgação e circulação de suas obras foram proibidas durante muito tempo

na União Soviética, porque embora fosse um militante do Partido Comunista, ele

ressaltou o aspecto individual da formação da consciência e, portanto, a concepção

de que uma coletividade constitui-se através de pessoas com singularidades próprias.

Ao dizer que o sujeito constitui suas formas de ação em atividades e sua

consciência nas relações sociais, Vygotsky aponta caminhos para a superação da

dicotomia social/individual. As origens da vida consciente e do pensamento abstrato

devem ser procuradas na interação do organismo com as condições de vida social, e

nas formas histórico-sociais de vida da espécie humana. Deste modo, procurou

analisar o reflexo do mundo exterior no mundo interior dos indivíduos, a partir da

interação destes sujeitos com a realidade.

As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos

remetem às relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo

de construção de significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao

papel da escola na transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente

daqueles aprendidos na vida cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções

psíquicas superiores como internalização mediada pela cultura.

Os níveis de desenvolvimento de acordo com Vygotsky são representados pelo

real e pelo potencial. O real é adquirido ou formado determinando o que a criança já

é capaz de fazer por si própria, revela a possibilidade de uma atuação independente

do sujeito. O potencial relaciona-se à capacidade de aprender com outra pessoa

(VYGOTSKY, 1998).

A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas

zonas de desenvolvimento proximal (ZDPs) referentes à distância entre aquilo que a

criança faz sozinha e o que ela é capaz de fazer com a intervenção de um adulto. A

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125

aprendizagem e o desenvolvimento estão interrelacionados, um conceito que se

pretenda trabalhar, como por exemplo, em Física, requer sempre um grau de

experiência anterior para a criança.

A zona de desenvolvimento proximal refere-se, assim, ao caminho que o

indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de

amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas, estabelecidas no seu nível

de desenvolvimento real. A zona de desenvolvimento proximal é, pois, um domínio

psicológico em constante transformação; aquilo que uma criança é capaz de fazer

com a ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã. É como se o

processo de desenvolvimento progredisse mais lentamente que o processo de

aprendizado; o aprendizado desperta processo de desenvolvimentos que, aos

poucos, vão tornar-se parte das funções psicológicas consolidadas do indivíduo. O

desenvolvimento cognitivo é produzido pelo processo de internalização da interação

social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que o processo se constrói de fora

para dentro. Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos

instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental.

Segundo Vygostsky (1988), o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque

forma conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na

troca com outros sujeitos e consigo próprio que se vão internalizando conhecimentos,

papéis e funções sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria

consciência. Trata-se de um processo que caminha do plano social (relações

interpessoais), para o plano individual interno (relações intrapessoais). Não se

concebe uma construção individual sem a participação do outro e do meio social, o

que torna imprescindível a relação intersubjetiva, pois é nesse espaço relacional que

há a possibilidade do conhecimento.

Dessa forma a escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional

desencadeia o processo ensino-aprendizagem. A escola tem a função de favorecer o

desenvolvimento de certas capacidades, em lugar de limitar as possibilidades de

aprendizagem ao desenvolvimento real, como ainda acontece em nossas escolas. O

professor tem o papel explícito de interferir no processo educacional. Portanto, é papel

do docente provocar avanços nos alunos e isso se torna possível com sua

interferência na zona proximal. O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem,

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mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como:

valores, linguagem e o próprio conhecimento.

Em relação aos softwares educativos (SE) como ferramenta do processo de

ensino-aprendizagem, deve-se esperar que possua as seguintes características e

atuações: O SE deve ser um instrumento efetivo capaz de ampliar as possibilidades

de conhecimento do aluno, à medida que considere necessária articulação dos

conceitos espontâneos (conhecimentos prévios) com os conhecimentos que se deseja

levar o aluno a construir (conhecimentos científicos), e que explore as possibilidades

de interação intra e intergrupos visando a um trabalho didático capaz de privilegiar as

diferentes ZDPs dos alunos.

34. SEYMOUR PAPERT

http://idtoolbox.eseryel.com/seymour-paperts--constructionism.html

Seymour Papert é matemático e um dos maiores visionários do uso da

Tecnologia na educação, considerado um dos pais do campo da Inteligência Artificial.

Nascido e educado na África do Sul, onde participou ativamente do movimento

antiapartheid, Papert engajou-se em pesquisas na área de matemática na Cambridge

University no período de 1954-1958. Então trabalhou com Jean Piaget na University

of Geneva de 1958 a 1963. Sua colaboração principal era considerar o uso da

matemática no serviço para entender como as crianças podem aprender e pensar.

Em plena década de 1960, Papert já dizia que toda criança deveria ter um

computador em sala de aula. Na época, sua teoria parecia ficção científica. Entre 1967

AULA 34

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127

e 1968, desenvolveu uma linguagem de programação totalmente voltada para a

educação, o Logo, tendo como base a teoria de Piaget e algumas ideias da

Inteligência Artificial. Logo é uma linguagem de programação simples e estruturada

voltada à educação, que tem como objetivo permitir que uma pessoa se familiarize,

através do seu uso, com conceitos lógicos e matemáticos através da exploração de

atividades espaciais que auxiliam o usuário a formalizar seus raciocínios cognitivos.

Através do Logo as crianças podem ser vistas como construtoras de suas

próprias estruturas intelectuais. Ao utilizar o Logo, o computador é considerado uma

ferramenta que propicia à criança as condições de entrar em contato com algumas

das mais profundas ideias em ciências, matemática e criação de modelos. Ao

trabalhar com a Linguagem Logo, o erro é tratado como uma tentativa de acerto, ou

seja, uma fase necessária à nova estruturação cognitiva. O Logo envolve todo o

ambiente de aprendizagem. A abordagem Logo não é apenas a linguagem de

programação, mas principalmente uma forma de conceber e de utilizar as novas

tecnologias em Educação, abrangendo todo o ambiente de aprendizagem, que

envolve não só o aluno, o computador e o software, mas também o professor, os

demais recursos disponíveis no ambiente e as relações que se estabelecem entre

esses elementos.

Com essa concepção passa-se a adaptar e aplicar o construcionismo em

práticas pedagógicas com outros softwares, destacando-se os mais abertos, como os

sistemas de autoria, processadores de texto, editores de desenho, planilhas

eletrônicas, gerenciadores de banco de dados, redes de computadores, programas

de simulação e modelagem, etc.

Inicialmente a linguagem Logo foi implementada em computadores de médio e

grande porte, fato que fez com que, até o surgimento dos microcomputadores, o uso

do Logo ficasse restrito às universidades e laboratórios de pesquisa. As crianças e

professores se deslocavam até esses centros para usarem o Logo e nessas

circunstâncias os resultados das experiências com o Logo se mostraram interessantes

e promissores. O Logo foi a única alternativa que surgiu com uma fundamentação

teórica diferente no uso do computador na educação. Era passível de ser usado em

diversos domínios do conhecimento e com muitos casos documentados que

mostravam a sua eficácia como meio para a construção do conhecimento.

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A comunidade pedagógica só passou a incorporar as ideias de Papert a partir

de 1980, quando ele lançou o livro Mindstorms: Children, Computers and Powerful

Ideas. Esse livro mostrava caminhos para utilização das máquinas no ensino. Com a

disseminação dos microcomputadores, o Logo passou a ser adotado e usado em

muitas escolas. No período de 1983 até 1987 aconteceu uma verdadeira explosão no

número de experiências, na produção de material de apoio, livros, publicações e

conferências sobre o uso do Logo.

http://slideplayer.com.br/slide/1611985/

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35. DIFUSÃO DO CONSTRUTIVISMO

http://pt.slideshare.net/123cristina/psicologia-gentica-piaget

Uma das teorias mais importantes na educação, a Teoria Construtivista, surgiu

no século XX, a partir das experiências do biólogo, filósofo e epistemólogo suíço Jean

Piaget (1896-1980), o qual observando crianças desde o nascimento até a

adolescência - como um recém-nascido passava do estado de não reconhecimento

de sua individualidade frente ao mundo que o cerca indo até a idade de adolescentes,

onde já tem-se o início de operações de raciocínio mais complexas - percebeu que o

conhecimento se constrói na interação do sujeito com o meio em que ele vive. Para

este autor, o conhecimento:

AULA 35

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não pode ser concebido como algo predeterminado nem nas estruturas internas do sujeito, porquanto estas resultam de uma construção efetiva e contínua, nem nas características preexistentes do objeto, uma vez que elas só são conhecidas graças à mediação necessária dessas estruturas, e que essas, ao enquadrá-las, enriquecem-nas (PIAGET, 2007, p.1).

Rompendo com alguns paradigmas da educação, como a ideia de um universo

do conhecimento dado, seja pela bagagem hereditária (apriorismo) ou pelo meio físico

e social (empirismo) e adotada em escolas de todas as partes do mundo, a teoria

construtivista tem sido fonte de críticas, mas também de motivação e de pesquisa para

vários estudiosos.

A divulgação das ideias de Piaget no Brasil tem início no final da década de vinte,

no contexto do Movimento da Escola Nova, sendo que a crença liberal escolanovista

de que a escola seria o instrumento adequado à criação de uma sociedade solidária

e fraterna levou os educadores progressistas do início do século a acreditarem na

proposta de que a realização de inovações pedagógicas poderia mostrar melhores

resultados do que os obtidos pela escola tradicional, que não consolidara objetivos

sociais e democráticos.

A crítica aos métodos tradicionais e as novas propostas implicaram na revisão e

na alteração dos pressupostos científicos de fundamentação das atividades

pedagógicas. O movimento da Escola Nova buscou na Biologia e na Psicologia bases

de sustentação para uma ação pedagógica que privilegiou o aluno no processo

educacional. A Pedagogia escolanovista incluia em seus pressupostos os princípios

de atividade e de interesse e, Piaget, acrescentou o de cooperação, os quais poderiam

contribuir para a formação de indivíduos autônomos e solidários, conforme os

requisitos de uma sociedade justa. A inserção do escolanovismo no Brasil ocorreu,

principalmente, na escola pública, por meio de reformas educacionais realizadas nos

estados, as quais incorporaram os princípios ativos que foram veiculados por

educadores, em publicações e laboratórios de Psicologia, criados na época.

Jean Piaget esteve em terras brasileiras em 1949, representando a Organização

das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), num Seminário

de Educação e Alfabetização de Adultos, no Rio de Janeiro. Desde então, passou a

ser considerado por muitos como pedagogo, embora nunca tenha se dedicado à

Pedagogia. Porém, é inegável seu compromisso com a educação, assim como o são

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as implicações pedagógicas dos resultados de suas pesquisas sobre o

desenvolvimento intelectual das crianças.

Até os anos oitenta, a maioria dos piagetianos se dedicava aos aspectos

estruturais dos estágios de desenvolvimento da criança, a partir daí houve um

aumento de interesse pela pesquisa dos aspectos funcionais, ou seja, pela concepção

construtivista e interacionista do desenvolvimento. Diante deste contexto, leituras

parciais e distorcidas, bem como apropriações práticas indevidas da teoria

construtivista se difundiram no Brasil, o que gerou confusão nos professores que

trabalhavam de maneira tradicional e que passaram a realizar atividades basicamente

mecânicas com as crianças, distorcendo, assim, a teoria de Piaget, a qual não é

voltada para a ação pedagógica, mas para a construção do sujeito epistêmico.

http://cmapspublic.ihmc.us/rid=1HXD6M860-27GBX79-2LS/Piaget.cmap

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QUESTÃO 01

Na concepção construtivista da aprendizagem e do ensino, segundo Coll et alii (2006),

a escola

a) preocupa-se unicamente com o desenvolvimento cognitivo dos educandos, daí o

trabalho com as competências cognitivas.

b) contribui para o desenvolvimento global dos educandos, incluindo as capacidades

de equilíbrio pessoal e de inserção social.

c) desconsidera o caráter social e socializador que alguns teóricos procuram impor a

ela, passando a preocupar-se com a instrução dos alunos.

d) enfatiza o caráter ativo da aprendizagem, aceitando que esta é fruto de uma

construção na qual intervém apenas o sujeito que aprende.

QUESTÃO 02

Para Mauri, em Coll (2006), aprender consiste em construir conhecimento que já

existe na cultura (social e historicamente elaborado). É justamente esse processo de

elaboração pessoal que permite que o sujeito desenvolva sua mente, seu pensamento

e, em suma, suas diferentes capacidades, vivenciando uma aprendizagem

significativa.

Para que isso ocorra, o professor deverá

a) proporcionar atividades a serem realizadas pelo aluno de maneira solitária,

justamente para garantir a internalização dos saberes culturais implicados, sem

interferências, representando aquilo que foi aprendido.

b) proporcionar uma aprendizagem com memorização compreensiva do conteúdo, o

que permite ao aluno reproduzir posteriormente, em situações similares, o que foi

aprendido, aumentando sua autoestima.

c) corrigir os erros dos alunos e, a partir deles, mostrar a alternativa correta e solicitar

que a copiem para fixar o conteúdo de forma a permitir maior reflexão sobre o estudo

realizado e evitar os mesmos erros.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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d) oferecer desafios para que os alunos utilizem os conhecimentos que já possuem,

problematizando a realidade em que vivem, buscando respostas na interação com

outros, construindo novos conhecimentos e a si mesmos.

QUESTÃO 03

Sobre os postulados teóricos de Piaget e Vygotsky, podem ser consideradas corretas

as afirmações contidas em:

a) Piaget defende uma perspectiva construtivista do conhecimento, enquanto

Vygotsky defende uma concepção inatista do desenvolvimento;

b) Piaget sustenta que a construção do conhecimento procede do social para o

individual, ao passo que Vygotsky explicita a importância da mediação simbólica nos

processos de aprendizagem;

c) Piaget é um teórico construtivista por defender a ideia de construção do

conhecimento, enquanto Vygotsky revela-se como teórico interacionista por

fundamentar-se nas noções de equilíbrio e estrutura;

d) Piaget define o desenvolvimento como um processo de equilibração progressiva,

enquanto Vygotsky atribui à linguagem um papel fundante no psiquismo humano.

QUESTÃO 04

Com base na Teoria Piagetiana, relacione os conceitos da primeira coluna de acordo

com as definições apresentadas na segunda coluna:

1. Adaptação

2. Assimilação

3. Acomodação

4. Organização

5. Esquema

6. Estrutura

7. Invariantes

8. Funcionais Estágio

( ) É a unidade estrutural básica de pensamento e ação. É usado para processar e

identificar a entrada de estímulos. É construído pelo sujeito individualmente pelos

processos de assimilação e acomodação. Refere-se aos comportamentos possíveis

à cada estrutura.

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( ) É um dos componentes do desenvolvimento cognitivo. São maneiras de

organização do pensamento. São sistemas de esquemas que se relacionam e se

conservam buscando o equilíbrio. É o ‘órgão’ que o indivíduo possui para se relacionar

com o ambiente. As mudanças consistem no desenvolvimento intelectual.

( ) É um meio para compreender o processo de desenvolvimento do ser humano. São

formas de interagir com o ambiente que têm características semelhantes. Traduzem

diferentes formas de organização mental e de diferentes estruturas cognitivas. É um

instrumento metodológico, de classificação, que descreve o desenvolvimento do

pensamento ao longo de um continuum.

( ) É a tendência e habilidade de todas as espécies de sistematizar seus processos

em sistemas coerentes. Se não fosse essa característica, a cada desequilíbrio o

sistema acabaria.

( ) É a essência do funcionamento biológico e do funcionamento intelectual. Todos os

organismos vivos possuem e ocorre por meio de dois processos básicos.

( ) É um processo cognitivo em que o sujeito integra um novo dado aos esquemas já

existentes de modo a incorporá-lo à estrutura existente do sistema e que explica o

crescimento dos esquemas.

( ) É a variação de um esquema, a criação de novos esquemas ou a modificação de

velhos esquemas, e que explicam o desenvolvimento dos esquemas.

( ) É um dos conceitos mais fundamentais da teoria que explica o modo de

funcionamento intelectual e que constitui nossa herança biológica geral e permanece

constante durante toda vida. A sequência CORRETA é:

a) 8, 4, 6, 7, 1, 2, 3, 5.

b) 5, 6, 8, 4, 1, 2, 3, 7.

c) 5, 6, 7, 1, 4, 3, 2, 8.

d) 8, 5, 6, 1, 4, 3, 2, 7.

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36. TEORIA DE PIAGET E EAD

http://www.filorbis.pt/filosofia/psicCorrent03.html

A teoria de Piaget explica de forma satisfatória o processo de aprendizagem

mediante a participação do estudante na construção do próprio conhecimento. Sabe-

se que isso contribui para um ambiente de aprendizagem alegre e que eleva a

autoestima do aprendiz; ainda, forma indivíduos responsáveis e aptos a assumir

iniciativa no ambiente de trabalho.

O construtivismo é uma teoria psicopedagógica que diz respeito ao modo como

o aprendiz constrói o conhecimento. Essa construção se dá pela ação do aprendiz

sobre o objeto do conhecimento, mas é importante destacar que, para essa ação, ele

traz suas experiências e seus conhecimentos prévios. Segundo Piaget (Piaget, 1978),

há duas abordagens distintas para a implantação do conhecimento:

Ensino Condicionado: implantação do ensino sem a participação do aprendiz.

Ensino Cooperativo: onde o aluno participa no desenvolvimento do seu próprio

conhecimento.

O instrutor que tenta transpor sua metodologia educacional tradicional, muitas

vezes condicionada, acaba enfrentando sérios problemas em um ambiente de EaD.

Dentre os problemas gerados, o tédio é o principal fator de evasão de cursos on-line.

A eventual desmotivação do aprendiz pode estar diretamente relacionada com o

AULA 36

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despreparo dos instrutores. Quanto mais motivado for o aprendiz, mais conhecimento

será assimilado.

Para a construção de um ambiente de EaD participativo, a teoria de Piaget será

utilizada como motivação para se utilizar um conjunto com artefatos tecnológicos que

permitam ao estudante interagir com o objeto de aprendizagem.

A construção do conhecimento ocorre quando o aprendiz age, física ou

mentalmente, sobre os objetos, provocando o desequilíbrio do conhecimento

adquirido anteriormente. Esse desequilíbrio deve ser resolvido por meio de um

processo de assimilação e acomodação do novo conhecimento. Assim, o equilíbrio

será restabelecido, para, em seguida, sofrer outro desequilíbrio.

O desenvolvimento de cada processo significa:

Assimilação: É o processo cognitivo de novos conhecimentos.

Acomodação: É a modificação de um esquema ou de uma estrutura existente.

Equilibração: É o processo de passagem da assimilação para acomodação.

http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/psicologia/piaget_d.htm

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37. APRENDIZAGEM COLABORATIVA E COOPERATIVA

http://teoriasdaaprendizagemeisu.blogspot.com.br/2011/11/pois-o-legado-de-sua-teoria-nao.html

A aprendizagem colaborativa e a cooperativa são estratégias com mérito

motivacional reconhecido. Ligando estas formas de trabalho a processos de aprender

a aprender, resultados de estudos apontam para a geração de interatividade entre o

grupo e sempre que os elementos discordavam, tinham que negociar entre eles uma

resolução, responsabilizando-se, assim, pela construção do próprio processo de

aprendizagem.

Existem vários pontos de contato entre a aprendizagem colaborativa e

cooperativa com estratégias construtivistas de aprendizagem. As raízes do

construtivismo formaram a base da aprendizagem colaborativa. Por outro lado, a base

do trabalho cooperativo é formada por: aprendizagem centrada no aluno; motivação

intrínseca para a aprendizagem; a construção de conhecimento ao invés da

transmissão do conhecimento; e a aprendizagem flexível no lugar da demasiadamente

estruturada.

Destas bases, todas elas diamantes que poderiam ser trabalhados, salienta-se

a motivação intrínseca para a aprendizagem. A motivação intrínseca é a que vem dos

AULA 37

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alunos (…) quando querem aprender pelo gosto de aprender, porque estão

interessados no assunto. Ajudar os colegas vem (…) do gosto pelo esforço coletivo.

Os alunos aprendem em conjunto sem o recurso a notas, prémios ou outras

recompensas ou castigos. Dado que o gosto de aprender, por si só, catapulta ambos

os fatores alvo da intervenção para perto da meta, a aprendizagem colaborativa e

cooperativa não poderiam deixar de pertencer ao conjunto de estratégias deste

projeto. Resta clarificar as diferenças entre ambas, salientando caraterísticas com

interesse para o caso em questão.

A base da aprendizagem cooperativa e colaborativa é o construtivismo. A

aprendizagem colaborativa requer trabalho conjunto no sentido de um objetivo comum

(…) os alunos são responsáveis pela aprendizagem dos outros assim como pela sua

e atingir o objetivo implica os alunos ajudaram-se mutuamente na compreensão e na

aprendizagem. Por outro lado, a aprendizagem cooperativa é um processo com o

objetivo de facilitar a consecução de um produto final específico ou objetivo através

de trabalho em grupo. A supervisão do professor é necessária na aprendizagem

cooperativa, enquanto que na colaborativa os alunos têm praticamente toda a

responsabilidade de trabalharem em conjunto, construírem o conhecimento em

conjunto, (…) melhorarem em conjunto.

http://pt.slideshare.net/joanapontes/piaget-construtivismoiippt

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38. A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS A FAVOR DO CONHECIMENTO

http://www.ohistoriante.com.br/construtivismo.htm

Cada ser humano percebe o mundo de modo diferente e constrói a realidade à

sua maneira. A apropriação dessa realidade, a construção de significados, o

compartilhamento das percepções pessoais com outros sujeitos e a adaptação a

novos contextos, constituem o processo de construção do conhecimento. Ensinar vai

além de transmitir conteúdo e informação, resulta do entendimento que se faz das

interações com o meio ambiente. Permite desde a interação entre professor e aluno,

entre os próprios alunos e a interação entre os alunos e o conteúdo.

Na atualidade, esse processo se ancora, cada vez mais, nos contextos

elaborados pelas telecomunicações e pela informática nos quais o sujeito aprende

permeado de informações que chegam a qualquer hora e de qualquer lugar do mundo,

transformando as práticas tradicionais de conviver, trabalhar, educar e até mesmo de

pensar e adquirir conhecimento, influenciando diretamente no processo educacional.

A informação, o conhecimento, o saber e a aprendizagem são indissociáveis

do processo educativo. E, dependendo da forma como a tecnologia da informação for

utilizada, potencializará esse processo e, sabe-se que uso das tecnologias na prática

de ensino não é recente. A implementação de programas e políticas públicas que

AULA 38

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objetivam a adoção e a integração de ferramentas no contexto educacional brasileiro

está, presente há algumas décadas.

É o caso da internet que chegou visivelmente no início da década de 80 e vem

viabilizando a implementação de cursos à distância permitindo o encontro de

professores e alunos não somente em salas de aula como também através de redes,

provocando a revisão da estrutura disciplinar e mudanças básicas do ensino

presencial brasileiro. A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei

de Diretrizes e Bases (LDB) (BRASIL, 1996), amplia a dimensão axiológica do termo

educação colocando-o em um sentido abrangente, tratando não apenas da educação

formal, a não-formal, a continuada, a ambiental e outras já conhecidas, como também

da educação a distância.

Assim, na década de 90 com a LDB (BRASIL, 1996), percebe-se claramente a

necessidade do ensino mediado pela tecnologia, incorporando o ensino a distância ao

presencial. O Art. 32, parágrafo 4º da LDB (BRASIL, 1996, grifos do autor), aponta

que como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais o Ensino

Fundamental poderá ser à distância e reflete sobre a consequente ampliação das

possibilidades de acesso ao Ensino Fundamental (sendo democratizante), incluindo a

instrumentação eletrônica nos materiais de apoio ao ensino (sendo moderna),

agilizando a aprendizagem daqueles alunos que não tiveram acesso à escola na idade

própria (sendo compensatória) e reduzindo a distorção idade/série (sendo

reequacionadora).

Estudos também apontam os impactos das TICs no processo ensino e

aprendizagem e refletem sobre a importância de conhecer as tecnologias presentes

no contexto educacional e repensar as estratégias e concepções de ensino. Os

modelos tradicionais de ensino são cada vez mais inadequados, por isso, professores

e alunos são desafiados a encontrar novos modelos para novas situações, não se

limitando ao trabalho dentro de sala de aula. Poucas adaptações e pequenas

mudanças são feitas diante às grandes possibilidades das redes eletrônicas.

A educação do mundo de hoje tende a ser tecnológica, exigindo entendimento

e interpretação de tecnologias. Não há como separar tecnologia de educação.

Quanto à utilização da Internet no processo educativo, o professor deixa de ser

o repassador do conhecimento para ser o criador de ambientes de aprendizagem e

facilitador do processo pelo qual o aluno adquire conhecimento. Nessa perspectiva a

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presença das tecnologias no processo de ensino e aprendizagem abre espaço para

se repensar o fazer pedagógico e numa abordagem interacionista, proposta por

Vygotsky, possibilita a formação de um sujeito (aluno) mais autônomo, capaz de

enfrentar os desafios que a construção do conhecimento proporciona e contribuir para

a formação das competências necessárias para que os jovens venham a ter uma

inserção social adequada.

A escola é tida como o lugar principal para isso, uma vez que tem a

possibilidade de permitir a efervescência de ambientes concretizados em várias

dimensões e, dependendo das concepções de conhecimento e aprendizagem

assumidas pelo professor, permite a aprendizagem de conteúdos, atitudes,

habilidades e, consequentemente, o desenvolvimento de esquemas cognitivos.

Destaca-se a concepção construtivista, em que o indivíduo é considerado sujeito ativo

de seu próprio conhecimento.

http://pt.slideshare.net/fsoliveira/09-aula5-5-construtivismo-jean-piaget

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39. O CONSTRUTIVISMO PARA ALÉM DA ESCOLA

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0394.html

O termo construtivismo foi usado pela primeira vez nos anos 70 por Piaget,

embora seus primeiros trabalhos terem sido publicados anos antes, em 1950. Piaget

(1896-1980) e Vygotsky (1896-1934) são os principais representantes da concepção

interacionista construtivista e explicam o conhecimento mediante a participação tanto

do sujeito quanto dos objetos do conhecimento, “[...] que são mais ricas do que os

objetos podem fornecer por eles mesmos” (PIAGET, 1980, p.87), constituindo-se num

entrelaçar entre fatores internos (maturação) e os fatores externos (ações do meio).

Assim como as abordagens maturacionistas, Piaget enfatiza o processo de

desenvolvimento como objeto de estudo e enfatiza o papel dos fatores internos, como

a maturação ou a equilibração, na determinação desse processo e que a construção

do conhecimento vai depender tanto do meio físico como das condições do meio.

Já o enfoque de Vygotsky (2007) sugere que tanto o desenvolvimento quanto

a aprendizagem são consequências das condições sociais em que o indivíduo está

AULA 39

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143

imerso, abordando assim, a perspectiva histórico-cultural e afirma que o meio social é

determinante do desenvolvimento humano e que isso acontece pela aprendizagem da

linguagem. Tanto Piaget como Vygotsky contribuíram para aproximarem os

educadores do desenvolvimento da atividade da criança, para compreenderem seus

processos de elaboração conceitual e para perceberem as relações que estabelecem

com outras crianças e com os adultos. Tais atitudes dos educadores podem ajudar no

entendimento de outra relação: a do ensino mediado pela tecnologia. Essa mediação

não deve ser entendida como solução às práticas educacionais que insistem em

reproduzir conhecimento, mas como possibilidade de realmente incluir professores e

alunos na construção significativa do conhecimento.

O modo como o professor lida com a prática educativa é determinado pela

compreensão que ele tem sobre ela, podendo estar instrumentalizada e mediada pela

teoria, ajudando-o a compreender o que ocorre em sala de aula, marcando suas

decisões e modos de agir. Essa transferência da teoria para a prática, de usar os

pressupostos construtivistas no cotidiano escolar para mediar o processo de aquisição

de conhecimento, não é fácil e nem acontece de forma espontânea.

Isso porque é importante considerar como os professores e até mesmo os pais

aprenderam e aprendem, entender que a ideia de colocar o indivíduo como sujeito

ativo de seu próprio conhecimento é recente e os professores de hoje querem

aprender e não só ensinar, exigindo-lhes observação e reflexão sobre suas ações,

novas competências em sua formação.

O construtivismo é uma visão do conhecimento, os adultos têm o poder e o

dever de transmitir de modo informal, no cotidiano da casa ou da vida, ou formal, no

contexto da escola, o que crianças e jovens precisam aprender. O construtivismo se

opõe a um modo positivista e considera não só as intervenções do meio e as

condições hereditárias, como também a integração com a qualidade da experiência e

um processo de autoregulação que integra essas três características.

É, assim, uma proposta teórica e metodológica que pode e deve ser praticada

de vários e diferentes modos, permitindo interagir, rever e incrementar estratégias de

ensino, criar diferentes ambientes para a aprendizagem, permitir a troca de

informação e de experiência. Um bom exemplo disso é a utilização dos ambientes

virtuais de aprendizagem (AVAs) nas escolas, destacando-se como uma promissora

proposta pedagógica.

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Os AVAs constituem um espaço que permite o desenvolvimento das relações

com o saber mediadas pelas tecnologias. No âmbito da escola, são desenvolvidas

através de interações dos alunos com os conteúdos, dos alunos com outros alunos,

dos alunos com os professores, sob a influência do seu meio afetivo e social, tanto

dentro como fora da escola.

40. COOPERAÇÃO, COLABORAÇÃO E INTERAÇÃO

http://paraondevaiaeducacao.blogspot.com.br/2011/10/construtivismo-ou-o-novo-na-educacao.html

Durante muito tempo a escola teve por única tarefa transmitir à criança os

conhecimentos adquiridos pelas gerações precedentes e exercitá-la nas técnicas

especiais do adulto. Povoar a memória e treinar o aluno na ginástica intelectual

pareciam, pois, ser as únicas coisas necessárias, uma vez que se concebia a estrutura

mental da criança como idêntica à do homem feito e que portanto, parecia inútil formar

um pensamento plenamente constituído que apenas exigia ser exercitado. Nessa

concepção, a escola por certo supõe uma relação social indispensável, mas apenas

entre o professor e os alunos: sendo o professor o detentor dos conhecimentos exatos

e o perito nas técnicas a serem adquiridos, o ideal é a submissão da criança à sua

autoridade, e todo contato intelectual das crianças entre si nada mais é que perda de

tempo e risco de deformação ou de erros. Mas três tipos de observação vieram

complicar essa visão simplista das tarefas do ensino e da educação intelectual e impor

ao mesmo tempo a necessidade de colaboração dos alunos entre si.

AULA 40

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O professor hoje, não é mais o detentor do conhecimento, aquele que sabe

tudo e seus alunos são meros receptores do conhecimento. Com as milhares de

informações que estão ao alcance de todos principalmente na Internet, o trabalho

isolado do professor já não satisfaz mais. As mudanças de postura, a quebra de

paradigmas faz com que o trabalho do professor não seja mais isolado. Com isso o

trabalho em conjunto, cooperativo vem de encontro com as necessidades dos alunos

na busca da construção do conhecimento e o professor entra como mediador,

orientador deste conhecimento, aquele que mostra os caminhos para seus alunos em

conjunto buscarem de forma interativa o saber e a construção de novos saberes.

Neste ambiente o professor continuará sendo professor, mas um professor mediador

e orientador e não mais o detentor do conhecimento pois o trabalho cooperativo ele

aprenderá com seus alunos.

O trabalho cooperativo independe se o professor estará trabalhando com

crianças, adolescentes ou adultos, o que importa nesse trabalho é a troca e a busca

por um objetivo comum resultando na construção do saber que acontece através do

compartilhamento de informações e conhecimentos entre os participantes. A

cooperação, no sentido geral, consiste no ajustamento do pensamento próprio ou das

ações pessoais ao pensamento e às ações dos outros, o que se faz pondo as

perspectivas em relação recíproca. Assim, um controle mútuo das atividades é

exercido entre os parceiros que cooperam.

O trabalho cooperativo é uma forma de contribuir para o grupo de forma

individual, onde em um grupo cada um faz a sua contribuição sem que o grupo discuta

e reflita juntos sobre a contribuição dada. Um exemplo disso é um trabalho onde o

grupo deve ler e fazer uma análise de um livro e o mesmo decide dividir o livro em

capítulos e cada um lê e dá a sua contribuição da parte que ficou, e na apresentação

cada um contribuirá apenas com a parte que leu e fez a síntese.

Nesses casos o grupo encontra uma estratégia para solucionar um problema

de forma colaborativa através da interação e comunicação que são essencialmente

sociais.

A cooperação, com efeito, é um método característico da sociedade que se constrói pela reciprocidade dos trabalhadores e a implica, ou seja, é precisamente uma norma racional e moral indispensável para a formação das personalidades, ao passo que a coerção fundada apenas sobre a autoridade

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dos mais velhos ou do costume, nada mais é que a cristalização da sociedade já construída e enquanto tal personalidade não tem justamente nada de oposto às realidades sociais, pois constitui, ao contrário, o produto por excelência da cooperação. (PIAGET, 1998, p. 141)

Uma sociedade só cresce com a participação, cooperação e colaboração de

todos. Sem a interação do grupo, uns cooperando e colaborando com os outros

estaríamos ainda na "idade da pedra". Crescemos e construímos porque somos seres

capazes de conviver em uma sociedade onde cada um isoladamente contribui para

que a mesma se desenvolva trazendo benefícios para todos. No momento em que

estamos participando ativamente com o meio, estamos aprendendo e repassando

conhecimentos. A busca constante pelo aprendizado, faz com que as pessoas

construam seus conhecimentos de forma interativa com o meio.

Piaget (1998) destaca três pontos que devem ser considerados nos aspectos

da socialização intelectual da criança para avaliar o trabalho em grupo:

Primeiro: o indivíduo fechado no egocentrismo inconsciente, só se descobre quando

aprende a conhecer os outros.

Segundo: a cooperação é necessária para conduzir o indivíduo à objetividade, ao

passo que, por si só, o eu permanece prisioneiro de sua perspectiva particular

Terceiro: a cooperação é uma fonte de regras para o pensamento.

Os pontos apresentados por Piaget nos leva a pensar sobre o trabalho em

grupo que envolve principalmente a cooperação. Mas antes da cooperação, o saber

se abrir, conhecer os outros para poder conhecer a si mesmo é fundamental para o

trabalho em conjunto. Como poderíamos trabalhar se não conhecêssemos os nossos

colegas.

No trabalho cooperativo faz-se necessário o conhecimento do objetivo comum

do grupo, todos envolvidos em solucionar uma tarefa, alcançar o objetivo e para que

isso aconteça o grupo deve ter um equilíbrio, onde todos participam, evitando os

abusos de autonomia por parte do coordenador e o cuidado para não deixar alguém

de fora, sem participar. O trabalho em grupo quando acontece de forma normal, onde

todos cooperam, colaboram e interagem torna a aprendizagem significativa, pois com

as trocas eles constroem o conhecimento em conjunto.

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Com as experiências do grupo, os estudantes vão construindo seus

conhecimentos a partir das experiências dos colegas, tornando a aprendizagem

efetiva.

Para Vygotsky (1998), a interação social exerce um papel fundamental no

desenvolvimento cognitivo. Para ele, cabe ao educador associar aquilo que o aprendiz

sabe a uma linguagem culta ou científica para ampliar seus conhecimentos daquele

que aprende, de forma a integrá-lo histórica e socialmente no mundo, ou ao menos,

integrá-lo intelectualmente no seu espaço vital. Ainda Vygotsky, nos coloca que a

aprendizagem é mais do que a aquisição de capacidades para pensar, é a aquisição

de muitas capacidades para pensar sobre várias coisas. Certamente o ato de pensar

faz com que a aprendizagem aconteça, mas temos capacidade suficiente para pensar

sobre muitas coisas ao mesmo tempo, e construir o conhecimento a partir do ato de

pensar.

Trazendo estes conceitos para a área da informática na educação, podemos

considerar que, para um trabalho obter resultados positivos, podemos utilizar as

tecnologias da informação e comunicação de forma que possam contribuir para o

aprendizado dos estudantes. E para que isso ocorra o trabalho deve ser cooperativo,

colaborativo e interativo.

Cooperativo no sentido dos trabalhos em grupos, onde todos participam,

contribuem de forma conjunta para atingir os objetivos comuns do grupo. Esse

trabalho pode ser feito através do Chat ou a utilização do NetMeeting com o

compartilhamento de arquivos on-line, no caso de ser a distância, caso seja presencial

através da troca verbal de informações e expositiva. Colaborativa através da troca de

materiais encontrados, onde individualmente, cada integrante do grupo dá sua

contribuição. Essas contribuições podem ser de forma presencial ou a distância. A

distância as contribuições podem ser através de uma lista de discussão, email entre

outros. Interativa no sentido de tornar o trabalho integrado, onde todos possam

interagir para que o trabalho em grupo se torne significativo para os participantes.

Em ambientes de aprendizagem a distância devemos considerar importante

todos os aspectos, principalmente os cognitivos. É um estudo que deve ser levado a

sério, pois precisamos compreender como se dá os processos de aprendizagem à

distância, como acontece a construção do conhecimento nesses ambientes. As

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teorias são essenciais e fundamentais para podermos entender esses processos e

construir a nossa própria aprendizagem.

QUESTÃO 01

Com relação aos estágios (ou estádios) de desenvolvimento, de acordo com a Teoria

Piagetiana, assinale V para as sentenças VERDADEIRAS e F para as FALSAS.

( ) Os estágios do desenvolvimento são uma maneira de explicar a organização mental

e as idades cronológicas são norteadoras referindo-se às idades mais prováveis em

que a criança apresenta os comportamentos descritos em cada estágio.

( ) A ordem de sucessão dos estágios é constante, embora a criança possa omitir ou

pular qualquer um dos estágios dependendo dos estímulos do meio.

( ) O conceito de ‘estágio’ explica a forma de organização intelectual e pode ser

compreendido como uma escada em que cada vez que o sujeito atinge um degrau

superior, ou seja, uma estrutura mais complexa, deixa a estrutura menos complexa

para trás evoluindo em seu pensamento.

( ) O estágio sensório-motor caracteriza-se pela falta da função simbólica e por isso

não se pode considerar que haja inteligência propriamente dita.

( ) O estágio pré-operatório tem início com as primeiras simbolizações rudimentares

que aparecem no final do período sensório-motor, ou seja, há representação e por

isso o pensamento não está mais preso aos eventos perceptivos e motores.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

ASSISTA

Vídeo: Construtivismo na educação

https://www.youtube.com/watch?v=rfkrWF3wZ2o

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( ) O pensamento pré-operatório praticamente não pode ser considerado um

pensamento ‘bom’ pelas características que ele apresenta e que impedem que esse

seja um pensamento lógico.

( ) No período operatório concreto, os processos mentais da criança tornam-se

lógicos, ou seja, a criança tem em seu controle um sistema cognitivo coerente e

integrado com o qual organiza e age no mundo.

( ) As operações formais constituem o ápice do desenvolvimento intelectual; o estado

final de equilíbrio para o qual a evolução intelectual vinha-se dirigindo desde o

nascimento e, após este estágio, não há mais mudança qualitativa nas estruturas e

sim mudanças quantitativas. A sequência CORRETA é:

a) F, V, V, V, F, F, V, F.

b) V, V, F, V, V, F, F, V.

c) F, F, V, F, F, V, F, F.

d) V, F, F, F, V, V, V, V.

QUESTÃO 02

Com relação à construção do número na perspectiva Piagetiana, leia as afirmativas

abaixo:

I. O número não é empírico por natureza, a criança o constrói através da abstração

reflexiva pela sua própria ação mental de colocar coisas em relação; o conceito de

número não pode ser ensinado, pois a criança o constrói por si mesma, pela sua

capacidade de pensar; a adição não precisa ser ensinada, posto que a própria

construção do número envolve a repetida adição deste. Cada criança constrói o

número criando e coordenando relações.

II. O objetivo da matemática é aprimorar o raciocínio das crianças, tornando-as mais

capazes de refletir sobre sua realidade. A construção do número acontece

gradualmente por partes ao invés de tudo de uma vez, o que leva anos para ser

construído. A conservação, classificação e seriação são necessárias à construção da

noção de número pela criança, sendo que essas estruturas bem trabalhadas na pré-

escola possibilitarão à criança dispor de instrumentos intelectuais para compreender

o conceito numérico e as operações como adição, subtração, divisão e multiplicação.

III. O número é uma relação criada mentalmente pelo indivíduo. A criança constitui o

número em função da sua sucessão natural, e essa construção ocorre junto com as

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operações da lógica de classificação e seriação, ou seja, o número operatório é a

síntese de duas entidades lógicas: da inclusão de classe e da ordem serial, que a

criança elabora por abstração reflexiva. A construção do número também está

relacionada aos princípios da conservação, que é uma condição necessária de toda

atividade racional, inclusive do pensamento aritmético.

IV. Piaget estava muito mais interessado naquilo que poderíamos chamar de

prontidão para números do que nas realizações aritméticas como tais. Seu objetivo foi

o de investigar e diagnosticar a evolução de capacidades relacionadas à noção

numérica muito mais sutis e básicas do que aquelas envolvidas nas conhecidas

operações elementares de contar, somar, subtrair, etc.

Estão CORRETAS as afirmativas:

a) I e III, apenas.

b) II e IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) I, II, III e IV.

QUESTÃO 03

As reflexões teóricas sobre o processo ensino-aprendizagem permitem identificar o

movimento de ideias de diferentes correntes acerca dessa problemática. Sobre esse

assunto e de acordo com a teorização de Piaget, julgue os itens:

I. As contribuições da teoria construtivista de Piaget, sobre a construção do

conhecimento e os mecanismos de influência educativa, têm chamado a atenção para

os processos sociais e coletivos, que têm lugar em um contexto exclusivamente

focado no âmbito interpessoal e que procuram analisar como os alunos aprendem,

estabelecendo uma estreita relação com os processos de ensino em que estão

conectados.

II. Segundo Piaget, o pensamento é a base em que se assenta a aprendizagem, é o

modo pelo qual a inteligência se manifesta, e a inteligência é fenômeno biológico

condicionado pela base neurônica do cérebro e do corpo, sujeito ao processo de

maturação do organismo. A inteligência desenvolve uma estrutura e um

funcionamento, sendo a estrutura, de acordo com o autor, fixa e acabada.

III. Piaget destacou a importância de uma hierarquia de tipos de aprendizagem que

vão desde a simples associação de estímulos à complexidade da solução de

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problemas. Para este autor, a classificação de tipos de aprendizagem indica a

necessidade de utilização de diferentes estratégias de ensino.

IV. Toda aprendizagem precisa ser significativa para o aluno, de forma não

mecanizada, e deve estar relacionada com os conhecimentos, experiências, vivências

do aluno. Toda aprendizagem é pessoal, precisa visar objetivos realísticos, necessita

ser processo contínuo e estar embasada em um bom relacionamento entre os

elementos do processo (aluno, professor, colegas). É correto o que se afirma em:

a) todas as afirmativas são corretas.

b) I, III e IV, apenas.

c) III, apenas.

d) IV, apenas.

QUESTÃO 04

Para Piaget, o juízo moral, assim como o desenvolvimento, é permeado por fases

distintas e diretamente ligado ao modo pelo qual o sujeito relaciona-se com as outras

pessoas. Na heteronomia, que vai dos 6 até 10/11 anos de idade, a criança internaliza

as regras, toma consciência delas, pois já pode separar físico de psíquico. A isso,

Piaget denomina realismo moral. Assinale a alternativa que apresenta exemplo de

realismo moral.

a) A reciprocidade, pois a noção de justiça supera a fase do estrito igualitarismo para

basear-se na equidade. Os castigos convertem-se, assim, em algo motivado, não

necessário e recíproco.

b) A criança não segue regras coletivas. Quando se depara com crianças dessa idade,

percebe-se o que se chama de monólogo coletivo, pois estas estão na fase de

egocentrismo.

c) A criança passa a tomar decisões por si mesma, analisando e compreendendo as

regras de cunho universal.

d) A consideração da responsabilidade centrando-se unicamente nas consequências

materiais da ação, sem levar em conta a intenção que move a ação nem as

circunstâncias que a rodeiam.

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QUESTÃO 05

Sobre a construção do conhecimento, marque V para verdadeiro ou F para falso e,

em seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

( ) Segundo a teoria piagetiana, no processo de formação dos conceitos científicos,

as formas culturais internalizam-se durante o desenvolvimento dos indivíduos e é o

material simbólico que possibilita sua relação com os objetos do conhecimento.

( ) Pode-se afirmar que tanto Vygotsky quanto Piaget, em suas teorias, deram

destaque à atividade do sujeito na aquisição do conhecimento e ao qualitativo das

mudanças no desenvolvimento.

( ) Analisando o processo de desenvolvimento da escrita na criança, Vygotsky

assevera que a mecânica de ler o escrito, estimulada nas escolas, conduz

necessariamente ao domínio da linguagem escrita.

( ) É correto afirmar que as ideias de Piaget sobre o desenvolvimento da criança

centraram-se tão somente na teoria da equilibração das estruturas cognoscitivas,

desconsiderando os fatores sociais que incidem no desenvolvimento e que surgem

mais tardiamente na obra de Vygotsky.

a) F/ V/ F/ V

b) V/ V/ V/ F

c) V/ F/ F/ V

d) F/ V/ F/ F

QUESTÃO 06

Propor às crianças a brincadeira do faz-de-conta, como fala Lev Vygotsky, e/ou o jogo

simbólico, como descreve Jean Piaget, como condição para o desenvolvimento

infantil, requer uma forma de organização dos ambientes de aprendizagem que, na

perspectiva do sistema de ensino, é orientada pelo(a)

a) currículo e pelo projeto pedagógico da instituição educacional.

b) dinâmica dos cuidados com a alimentação.

c) dinâmica das ações que envolvem a higiene e a limpeza.

d) ritmo de cada criança, de cada família e de cada grupo social presente na

instituição. Não há como haver normas gerais.

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QUESTÃO 07

Para Piaget, o desenvolvimento mental dá-se espontaneamente a partir de suas

potencialidades e da sua interação com o meio. O processo de desenvolvimento

mental é lento, ocorrendo por meio de graduações sucessivas através de estágios:

período da inteligência sensório-motora, da inteligência pré- operatória, da inteligência

operatória concreta e da inteligência operatória formal. No estágio sensório-motor, a

criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a

rodeiam. Neste estágio, o bebê adquire o conhecimento por meio de suas próprias

ações que são controladas por informações sensoriais imediatas. Deste modo, é

correto afirmar que o período sensório-motor se caracteriza pelo(a)

a) afastamento do egocentrismo intelectual e social e pelo início da capacidade de

estabelecer relações e coordenar pontos de vista diferentes (próprios e de outrem) e

de integrá-los de modo lógico.

b) ampliação das capacidades já conquistadas. A criança já consegue raciocinar sobre

hipóteses na medida em que ela é capaz de formar esquemas conceituais abstratos

e através deles executar operações mentais dentro de princípios da lógica formal.

c) heteronomia, em que a moral é a autoridade, ou seja, as regras não correspondem

a um acordo mútuo firmado entre os jogadores, mas sim como algo imposto pela

tradição e, portanto, imutável.

d) exploração manual e visual do ambiente; pelas ações como agarrar, sugar, atirar,

bater e chutar; ou seja, ações que ocorrem antes do pensamento.

QUESTÃO 08

Leia o trecho abaixo, a respeito da teoria sobre a linguagem e o pensamento da

criança, para responder à questão.

“Segundo Piaget, o elo que liga todas as características específicas da lógica infantil

é o egocentrismo do pensamento das crianças. Ele reporta todas as outras

características que descobriu, quais sejam, o realismo intelectual, o sincretismo e a

dificuldade de compreender as relações, a este traço nuclear e descreve o

egocentrismo como ocupando uma posição intermédia, genética, estrutural e

funcionalmente, entre o pensamento autístico e o pensamento orientado.” IN:

Vygotsky, LS, Pensamento e Linguagem.

É correto afirmar que, para Piaget, o pensamento orientado

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a) é subconsciente, isto é, os objetivos que prossegue e os problemas que põe a si

próprio não se encontram presentes na consciência nem adaptados à realidade

externa, antes, esse pensamento cria para si próprio uma realidade de imaginação ou

sonhos. Tende a não estabelecer verdades, mas a recompensar desejos e

permanecer estritamente individual e incomunicável.

b) das crianças é individualista, situando-se a meio caminho entre o autismo no

sentido estrito da palavra e o pensamento socializado.

c) representa uma transição entre a lógica dos sonhos e a lógica do pensamento. No

discurso egocêntrico, a criança fala apenas dela própria, não se preocupa com o

interlocutor, não tenta se comunicar, não espera qualquer resposta e frequentemente

não se preocupa em saber se alguém a escuta.

d) é consciente, isto é, prossegue objetivos presentes no espírito de quem pensa. É

inteligente, isto é, encontra-se adaptado à realidade e esforça-se por influenciá-la. É

suscetível de verdade e erro e pode ser comunicado através da linguagem. É social

e, à medida que se desenvolve, vai sendo progressivamente influenciado pelas leis

da experiência e da lógica.

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41. A TECNOLOGIA COMBATENDO A INDISCIPLINA

http://www.positivo.com.br/pt/tecnologia-educacional

A indisciplina pode ser pensada como negação da disciplina, ou como

desordem proveniente da quebra das regras estabelecidas pelo grupo. Indisciplina é

sobretudo o professor que produz e comunica normas sociais que julga necessárias

para exercer sua ação pedagógica, e assim prescreve determinadas posturas e regras

a serem aceitas, muitas vezes sem a devida discussão com os alunos, e sem que

aquelas atendam suas expectativas e necessidades.

No âmbito escolar é muito comum ouvir que a indisciplina é um dos principais

fatores responsáveis pelo fracasso escolar, exemplificados principalmente pela

reprovação em massa, altos índices de evasão ou aprovação com baixo rendimento

qualitativo. Entretanto as causas da indisciplina são infindáveis, complexas de

analisar, produtos de uma mudança na conjuntura da sociedade onde a família

tradicional perdeu seu espaço para os novos diversificados tipos de relacionamentos

familiares não mais centrados na figura do pai, mãe e filhos, mas também na mudança

de relacionamento entre pais e filhos, muitas vezes confundidos como “diminuição da

autoridade dos pais” ou a falta do estabelecimento de limites locais que transfere a

responsabilidade de educar os filhos à escola, atribuindo a ela as eventuais falhas.

AULA 41

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O imediatismo também é apontado como uma das principais causas, impedindo

os alunos de se preocuparem com o futuro, buscando viver intensamente o presente,

sonhando em conquistar riqueza e poder sem fazer esforço e não analisam as

consequências desse comportamento.

A falta de objetivos e perspectivas é outro fator que não pode ser descartado,

como alto índice de desemprego, baixos salários e grande mercado de trabalho

informal, levam o jovem ao pessimismo e a visão errônea, achando impossível atribuir

significados à sua realidade.

A indisciplina tem ainda suas raízes centradas no estado de inércia das

escolas, onde a evolução e transformação dos métodos de ensino aprendizagem se

fazem de maneira muito lenta, não acompanhando a expectativa do aluno plugado

numa realidade centrada em inovações e alterações rápidas e incessantes, totalmente

adversa à vivência escolar, em descompasso com a sociedade, onde o mesmo tem

extrema dificuldade de identificar e se perceber como parte integrante desse processo

que completa a vida em sociedade.

As causas familiares da indisciplina são várias. É aí que os alunos adquirem os

modelos de comportamento que exteriorizam nas aulas. Em tempos a pobreza,

violência doméstica e o alcoolismo foram apontados como as principais causas que

minavam o ambiente familiar. Hoje aponta-se o dedo também à desagregação dos

casais, droga, ausência de valores, permissividade, demissão dos pais da educação

dos filhos, etc. Quase sempre os alunos com maiores problemas de indisciplina

provêm de famílias onde estes existem.

O que faz com que um aluno seja indisciplinado? Muitas vezes as razões de

fato não são do foro da educação. Em muitos casos tratam-se de questões que

deveriam ser tratadas no âmbito da saúde mental infantil e adolescente, da proteção

social ou até jurídica. O grande problema é que muitas vezes as escolas não

conseguem fazer esta triagem. Tentam resolver problemas para os quais não estão

preparadas ou nem sequer são da sua competência. Todos os alunos são

potencialmente indisciplinados, porque a escola é sempre sentida como uma

imposição por parte do Estado ou da família. É por isso que as aulas são locais de

constrangimentos e de repressão de desejos.

A organização escolar está longe de ser um modelo de virtudes. Funciona em

geral de modo pouco eficaz e eficiente. A excessiva dependência do Ministério da

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Educação, tende a reduzir os que nela trabalham a meros executantes, sem

capacidade de resposta para a multiplicidade problemas que enfrentam.

No passado o contributo dado pelas escolas para a indisciplina assentava na

questão da seleção que operavam. As escolas eram acusadas de discriminarem os

alunos à entrada e na constituição das turmas. A fazê-lo, criavam focos de revolta por

parte daqueles que legitimamente se sentiam marginalizados. A questão ainda é

colocada, mas não com acuidade que antes conheceu. Os contributos da escola para

a indisciplina são agora outros.

Há muito que a escola deixou de ter um papel integrador dos alunos. Embora

seja um espaço onde estes passam grande parte do seu tempo, nem sempre nela

chegam a perceber quais são os seus valores, regras de funcionamento, etc.

Na verdade, as escolas estão mal preparadas para enfrentarem a

complexidade dos problemas atuais, nomeadamente os que se prendem com a

gestão das suas tensões internas. A crescente participação de alunos, pais, entidades

públicas e privadas nas decisões tomadas nas escolas tornou-se uma fonte de

conflitos, que não raro acabam por gerar climas propícios à irrupção de fenômenos de

indisciplina.

Há professores que provocam mais indisciplina que outros. As razões porque

isto acontece é que são muito variáveis, entre as quais as principais são: falta de

capacidade para motivarem os alunos, nomeadamente utilizando métodos e técnicas

adequadas; falta de preparo para lidarem com situações de conflito; a forma agressiva

como tratam os alunos estimulando reações violentas; a rotulagem dos alunos; baixos

salários pagos para se dedicar a um ofício tão importante.

As escolas públicas são hoje frequentadas por populações escolares muito

heterogêneas, contando no seu seio com um crescente número de alunos que provém

de grupos sociais onde subsistem frequentemente graves problemas de integração

social. O Estado é atualmente um dos principais promotores da indisciplina nas

escolas. Não apenas através da regulamentação que produz sobre a matéria, mas

também das medidas que toma ou da morosidade dos processos que aprecia. A

ineficácia do sistema é neste domínio um poderoso estimulo à generalização de

práticas desviantes.

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42. REAL UTILIZAÇÃO DAS TIC

http://mostrapedagogicaetecnologias.blogspot.com.br/

A introdução no uso das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação

como recurso metodológico no espaço de ensino, tem resultado diferentes tipos de

reações e posicionamentos entre os professores, que podem ser citados os seguintes:

• Aqueles professores que concedem à TIC um poder mágico e acreditam que

somente o seu uso pode transformar o processo de ensino e aprendizagem, criando

uma relação cega que não permite desenvolver mecanismos críticos frente aos meios

e criam uma certa dependência da máquina;

• Os que não utilizam as tecnologias porque consideram que são culpadas de

quase todos os problemas que afetam a sociedade. Este tipo de professor com

resistência à mudança costuma opor-se enfaticamente a utilização das TICs,

desenvolvendo o que pode ser chamado de Tecnofobia.

• Também encontram-se na categoria da chamada Tecnofobia, os docentes

que consideram difícil seu uso, assim como aqueles que têm medo de receber

treinamento, porque se consideram incapazes ou envergonhados diante de seus

AULA 42

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alunos ou professores mais jovens que têm desenvolvido essas habilidades e

destrezas;

• Há ainda os professores que utilizam as tecnologias e aproveitam o melhor

delas; realizando uma crítica permanente sobre seus aspectos positivos e negativos,

isto é, aqueles que reconhecem a necessidade de sua vinculação com a educação e

assumem um papel de gestores da mudança de acordo com as necessidades e

expectativas dos alunos.

Quanto à utilização prática das TIC’s, as realidades encontradas entre os

docentes das escolas públicas, são da mais variada esfera onde podem ser

encontrados professores que as utilizam em suas práticas pedagógicas de maneira

crítica, contrastando com a situação de muitos professores que ainda não estão

utilizando em sua prática pedagógica diária, por uma série de justificativas entre as

quais a mudança que se processou de forma brusca, não acompanhada de um

processo de capacitação que integrasse a maioria dos docentes.

Além dos limites encontrados pelos educadores, que são de ordem primária

como o acesso e o conhecimento para manuseio dessas tecnologias e também de

ordem secundárias como a dificuldade de acompanhar a atualização do meio

tecnológico, cada vez mais dinâmico, e os problemas com o próprio funcionamento

dos equipamentos, existem outros obstáculos que dificultam o uso da tecnologia em

sua potencialidade como: necessidade de empregar uma metodologia adequada e

interativa para o aluno, ou seja, o professor necessita mudar para mudar o método e

também mudar o aluno; o preparo de atividades utilizando as Novas Tecnologias,

normalmente é mais trabalhoso do que ministrar aulas tradicionais, por isso, o

professor necessita de mais tempo e criatividade para formular as atividades; as

Novas Tecnologias não devem ser um substituto do quadro negro nem do professor.

Portanto o professor precisa ser criterioso quanto ao método empregado,

diversificando o conteúdo com textos, imagens, sons e outros atrativos, para estar

despertando e prendendo a atenção dos alunos e assim produzir aprendizagem

significativa; o professor necessita aprender uma maneira totalmente nova de

comunicar a mensagem adequada ao universo do adolescente e de garantir que a

aprendizagem aconteça utilizando as novas tecnologias; a concepção e a forma de

avaliação devem ser adequadas às metodologias e práticas utilizadas, para que o

processo se complemente em sintonia; é necessário aperfeiçoamento e

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aprimoramento constante do professor para desempenhar suas múltiplas funções

tornando o ensino não só mais eficiente, mas também melhor; o professor deve dispor

de uma formação em humanidades, preparado para integrar novas técnicas a seu

trabalho, em termos de atitudes, conhecimentos dos meios de comunicação e suas

possibilidades e, ainda, conhecimentos dos objetivos didáticos; o papel do professor

é o de coordenador do processo, o responsável na “sala de aula virtual”. Sua tarefa

inicial é a de sensibilizar os alunos, motivá-los para a importância da matéria,

mostrando entusiasmo, ligação da matéria com os interesses dos alunos.

43. RELAÇÕES ENTRE O CONSTRUTIVISMO E A PEDAGOGIA

http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0394.html

AULA 43

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A partir da transposição das principais concepções da teoria de Piaget para o

campo educacional torna-se importante a reflexão diante dos riscos de conceber a

perspectiva construtivista como aplicação de métodos pedagógicos.

Nessa perspectiva, ao considerar a educação como um processo mais amplo,

espontâneo e assistemático de ensino e aprendizagem, que acontece quando há

interação entre pessoas em diferentes meios sociais, a Pedagogia caracteriza-se

como um campo mais restrito, de teorização sobre a ação educativa. Além disso, cabe

à pedagogia tratar a ação educativa como ação pedagógica, conforme uma

perspectiva reflexiva, metódica e sistemática.

A Pedagogia é um saber de fronteira, ou seja, está permanentemente em

diálogo com outras áreas de conhecimento. Sendo assim, está em constante tensão

entre as demais formas de conhecimento e a especificidade de seus saberes.

Sobretudo, um dos desafios da pedagogia consiste em transformar o fazer

pedagógico, como experiência prática puramente espontânea, em agir pedagógico,

que deve ser constantemente confrontado com as teorias pedagógicas de maneira

reflexiva, distanciando-se da teoria como instrumento para a prática, ou seja, o agir

pedagógico como movimento questionador que está muito mais preocupado em

formular, adequadamente, perguntas do que em buscar respostas certeiras e

acabadas.

Nesse sentido, as teorias desenvolvidas a partir dos estudos na área da

Psicologia influenciam a construção das teorias pedagógicas relacionadas ao

processo de ensino e aprendizagem na escola, pois no ato de ensinar estão

imbricadas as noções do educador quanto à natureza da mente do aprendiz. Dessa

forma, “uma escolha de pedagogia inevitavelmente comunica uma concepção do

processo de aprendizagem e do aprendiz. A pedagogia jamais é isenta. Trata-se de

um meio que carrega sua própria mensagem” (BRUNER, 2001, p. 67).

Os principais pressupostos da teoria epistemológica de Jean Piaget

revolucionaram a maneira de conceber o desenvolvimento humano e contribuíram na

construção de novas teorias pedagógicas na medida em que o sujeito passa a ser

visto como capaz de construir o conhecimento na interação com o meio físico e social.

Assim, a concepção de inteligência “[...] como desenvolvimento de uma atividade

assimiladora cujas leis funcionais são dadas a partir da vida orgânica e cujas

sucessivas estruturas que lhe servem de órgãos são elaboradas por interação dela

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própria com o meio exterior” (PIAGET, 1987, p. 336), fundamenta teoricamente muitas

investigações no campo educacional em busca de novas práticas pedagógicas

embasadas no construtivismo.

O construtivismo não é uma prática nem um método, e sim uma teoria que

permite conceber o conhecimento como algo que não é dado e sim construído e

constituído pelo sujeito através de sua ação e da interação com o meio. Assim, o

sentido do construtivismo na educação diferencia-se da escola como transmissora de

conhecimento, que insiste em ensinar algo já pronto através de inúmeras repetições

como forma de aprendizagem. Na concepção construtivista a educação é concebida

como um processo de construção de conhecimento ao qual acorrem, em condição de

complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas

sociais atuais e o conhecimento já construído.

Enquanto para Piaget o interesse maior sobre os níveis de desenvolvimento é

teórico e epistemológico, para a escola o interesse é prático, ou seja, o enfoque está

nos resultados das práticas pedagógicas desenvolvidas em sala de aula no

aprendizado da criança. Assim, para evitar uma interpretação apressada e a tentação

de transformar uma teoria em receituário, Piaget afirmou que “a pedagogia está longe

de ser uma simples aplicação do saber psicológico” (1994, p. 301). Portanto, cabe à

Pedagogia, como um saber de fronteira, desenvolver pesquisas que contribuam para

a inovação das práticas pedagógicas à luz das teorias de diferentes áreas, em busca

de um agir pedagógico que leve os educadores e educandos a questionarem-se sobre

a construção, desconstrução e a provisoriedade do conhecimento.

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44. CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA

LÍNGUA PORTUGUESA

https://pedagogiaconcursos.com/jean-piaget-biografia/

Diante dos estudos de Piaget e os aportes teóricos da concepção construtivista

cabe destacar as principais contribuições para os processos de ensino e

aprendizagem da Língua Portuguesa, que no Brasil, tem na psicolinguista argentina

Emilia Ferreiro uma espécie de referência para o ensino, principalmente na

investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança

- ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas da autora, que estudou e trabalhou

com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à

escrita.

Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que

as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio

conhecimento - daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão

AULA 44

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para a prática escolar é transferir o foco da escola - e da alfabetização em particular -

do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno.

O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser

gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada

salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma re-elaboração dos esquemas

internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos,

e não simplesmente por repetir o que ouvem que as crianças interpretam o ensino.

Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um

aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele releu o conteúdo

aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi

ensinado. Nesse sentido, se pronunciam Ferreiro e Teberosky (1985, p.30):

Na teoria de Piaget, o conhecimento objetivo aparece como uma aquisição, e não como um dado inicial. O caminho em direção a este conhecimento objetivo não é linear: não nos aproximamos dele passo a passo, juntando peças de conhecimento umas sobre as outras, mas sim através de grandes reestruturações globais, algumas das quais são “errôneas” (no que se refere ao ponto final), porém “construtivas” (na medida em que permitem aceder a ele). Esta noção de erros construtivos é essencial.

Com base nesses pressupostos, Ferreiro critica a alfabetização tradicional,

porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por

meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons e sinais, por

exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial, entre outros). Dessa

forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as

letras) e se deixa de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da

natureza da escrita e sua organização. Cabe salientar que a alfabetização proporciona

um conjunto de prescrições sobre o uso do conhecimento, sendo um fenômeno

socialmente construído, uma ideologia de base histórica e um conjunto de práticas

comunicativas ligadas ao contexto e não apenas à capacidade de ler e escrever.

Portanto, para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre

isolado da escrita e, por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização,

os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras

aparentemente simples e sonoras (mama, bebê, papa), mas que, do ponto de vista

da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo

raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado

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para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela

estabelece com os textos inteiros sejam fundamentais desde o início.

Dessa maneira, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das

funções sociais da escrita, pois desempenhos díspares apresentados por crianças de

classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas

o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Neste contexto, uma das principais consequências da compreensão da obra de Emilia

Ferreiro na alfabetização é a recusa ao uso das cartilhas, uma espécie de bandeira

que a psicolinguista argentina ergue. Segundo ela, a compreensão da função social

da escrita deve ser estimulada com o uso de textos de atualidade, livros, histórias,

jornais, revistas. Para ela, as cartilhas, ao contrário, oferecem um universo artificial e

desinteressante. Em compensação, numa proposta construtivista de ensino, a sala de

aula se transforma totalmente, criando-se o que se chama de ambiente alfabetizador.

O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio

aprendizado, mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida

e o desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação,

vai estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do

mundo. Noções como proporção, quantidade, causalidade, volume e outras, surgem

da própria interação da criança com o meio em que vive. Vão sendo formados

esquemas que lhe permitem agir sobre a realidade de um modo muito mais complexo

do que podia fazer com seus reflexos iniciais, e sua conduta vai enriquecendo-se

constantemente. Assim, constrói um mundo de objetos e de pessoas onde começa a

ser capaz de fazer antecipações sobre o que irá acontecer.

Ambientes e condições necessárias são imprescindíveis tanto para professores

como para alunos, pois para manipular conceitos básicos que auxiliem na organização

de conhecimentos sobre a língua, é preciso formar, antes de tudo, professores que

tenham esta capacidade. Isso, pois, o sujeito não é uma entidade homogênea, exterior

à linguagem, mas o resultado de uma estrutura complexa, ou seja, nesta perspectiva,

as apropriações de estruturas sintáticas complexas exigem atividades mediante as

quais possa se realizar uma reflexão sobre a própria língua.

Assim, se evidencia que esta teoria condena a rigidez nos procedimentos de

ensino, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático alheio à

realidade do aluno, e que as disciplinas devem ser voltadas para a reflexão e

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autoavaliação. Portanto, mais do que uma linha pedagógica, o construtivismo é uma

teoria psicológica que busca explicar como se modificam as estratégias de

conhecimento do indivíduo no decorrer de sua vida.

http://pt.slideshare.net/rosinalvaoliveira18/construtivismo1

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45. CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET PARA O ENSINO E APRENDIZAGEM DA

MATEMÁTICA

http://kumonedna.blogspot.com.br/2013/01/decoreba-ou-construtivismo-de-jean.html

Assim como na Língua Portuguesa, o aporte teórico fornecido pela concepção

piagetiana sobre como a criança se desenvolve e conhece, gerou grandes avanços

nos estudos sobre os processos de ensino e aprendizagem da Matemática. Ao

considerar o conhecimento como matéria-prima do trabalho do professor, um dos seus

principais desafios é que o aluno entenda, por reflexão e tomada de consciência

própria, como realiza determinadas tarefas, ou seja, como as situações propostas pelo

professor podem promover a compreensão sobre o fazer.

Diante da concepção construtivista de que as práticas pedagógicas

desenvolvidas na escola promovem o desenvolvimento na medida em que o aluno,

como sujeito ativo, participa das atividades de maneira construtiva, cabe ao ensino da

Matemática, além de promover a aprendizagem de diferentes procedimentos de

resolução, seja na aritmética, álgebra ou geometria, proporcionar situações em que o

aluno compreenda tais procedimentos e construa seus próprios significados. No final

da década de 60, com a reforma educativa na França, surge uma área de

conhecimento denominada como Didática da Matemática, que dá início aos seus

estudos a partir do pressuposto de que o ensino da matemática não é o resultado da

AULA 45

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simples fusão de conhecimentos provenientes de domínios independentes, como a

matemática, a psicologia e a pedagogia, mas algo que exige pesquisas específicas.

Na perspectiva de ensino da Didática da Matemática, está incorporada a ideia

central dos estudos de Piaget sobre a aquisição do conhecimento, o qual não é

produzido somente pela experiência do sujeito sobre o objeto, tampouco já é inato,

preexistente no sujeito, mas é produzido através de construções sucessivas feitas

pelo sujeito em interação com o meio. Além disso, as pesquisas realizadas nesta área

demonstram um entendimento diante do fato que Piaget não formulou uma teoria do

ensino e da aprendizagem, muito menos os seus pressupostos servem como

diretrizes para a aplicação aos conteúdos matemáticos trabalhados na escola.

Ao contrário de uma aplicação dos pressupostos da teoria de Piaget ao ensino,

que muitas vezes concebe o professor como expectador passivo no processo de

aprendizagem, diante da ideia que o aluno irá construir autonomamente as estruturas

operatórias, as teorias construídas pela Didática da Matemática atribuem ao professor

um papel fundamental para provocar as situações de aprendizagem. Guy Brousseau,

um dos fundadores da Didática da Matemática francesa, concebe a aprendizagem

Matemática como uma modificação do conhecimento que o aluno deve produzir por

si mesmo, contudo, cabe ao professor provocá-la. Diante disso, o autor afirma que

uma situação de aprendizagem caracteriza-se pelo fato de que a resposta que o aluno

venha a formular diante da situação não seja a resposta que desejamos ensinar-lhe.

Portanto, ao utilizar conhecimentos anteriores para chegar a uma resposta inicial,

porém ainda provisória, o aluno deverá realizar modificações de seus sistemas de

conhecimento, ou seja, acomodações para responder à situação proposta.

A partir dessa concepção de aprendizagem, é possível perceber a incorporação

de um importante pressuposto da teoria de Piaget a respeito da acomodação. Nesse

sentido, Piaget destaca a importância da ação do sujeito sobre os objetos,

coordenando a cada ação vivida à dependência de uma ação anterior, considerando

que a ação humana tem duas dimensões a assimilação (transformações dos objetos)

e acomodação (transformações no sujeito), logo “as estruturas não estão pré-

formadas dentro do sujeito, mas constroem-se à medida das necessidades e das

situações” (PIAGET, 1987, p. 387).

Nesse sentido, outro ponto central das pesquisas da Didática da Matemática é

a construção do sentido do saber matemático, diante da concepção de que os

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conhecimentos matemáticos são construídos através da busca por respostas

mediante a natureza de diferentes problemas, surgidos em contextos distintos

constituídos historicamente. A principal lição que deve ser considerada no ensino é a

de que são os problemas que deram origem aos conhecimentos matemáticos,

portanto são eles que dão sentido à matemática produzida.

Em tal contexto, a resolução de problemas é fundamental para que os alunos

possam construir o sentido dos conceitos matemáticos. Contudo, apenas resolvendo

problemas não se aprende Matemática, é necessário, além disso, a reflexão

sistemática diante de cada situação e a análise dos procedimentos utilizados para

resolvê-los. Assim, evidencia-se a ideia de que primeiro as noções matemáticas sejam

usadas como ferramentas na resolução de problemas, para, assim, favorecer a

construção do sentido, depois essas ferramentas podem ser tomadas como objeto de

estudo. Nessa perspectiva, o aluno deve ser capaz não só de repetir ou refazer, mas

também de resignificar em situações novas, de adaptar, de transferir seus

conhecimentos para resolver novos problemas.

Outra importante etapa na resolução de problemas é a comunicação das

informações entre os alunos, durante e depois das resoluções. Desse modo, as

relações que envolvem a tríade aluno-professor-saber matemático e o ambiente da

sala de aula como meio de interação são fundamentais. A circulação do saber

possibilita a apropriação de estratégias mais adequadas, utilizadas e compartilhadas

por outros e a discussão diante dos erros acontecidos. Em contrapartida, a

socialização de estratégias realizada coletivamente, também favorece uma maior

tomada de consciência dos erros e dos acertos.

As contribuições da teoria de Piaget às pesquisas da Didática da Matemática

são evidentes. Assim, cabe aos educadores matemáticos a infindável missão de

estarem atentos ao que acontece em sala de aula e buscar suporte na teoria para

potencializar a aprendizagem matemática, para assim desenvolver plenamente as

capacidades de raciocínio e dedução dos alunos.

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http://pt.slideshare.net/Thiagodealmeida/vygotsky-e-a-teoria-sociohistrica

QUESTÃO 01

Quando a professora percebe que uma criança está na fase heterônoma do

desenvolvimento moral, expressando crenças e comportamentos tipicamente

estudados e descritos por Piaget, sabe que não pode ensinar ao aluno como adquirir

autonomia no pensamento e na ação. De fato, se ela se propusesse a fazer isso,

estaria, segundo o construtivismo, levando esse aluno a

a) pular um estágio importante do desenvolvimento cognitivo.

b) parar de atuar cognitivamente, por confiar na professora.

c) realizar uma aprendizagem exógena, para a qual não há maturação biológica.

d) distinguir entre o aparato jurídico e as regras éticas da sociedade em que vive.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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QUESTÃO 02

No ensino dos conteúdos, durante as aulas de Educação Física, há sempre valores

morais em jogo, tais como: a justiça e a injustiça, o certo e o errado, a solidariedade e

o egoísmo, o respeito e o desrespeito, dentre outros. Portanto, ensinar um

determinado movimento, habilidade ou fundamento dentro do contexto de um

conteúdo específico de ensino, é, antes de tudo, ensinar regras de comportamento e

de convivência social. Para Piaget (1994), a evolução da prática e da consciência da

regra abrange três fases que seguem a seguinte ordem de desenvolvimento:

a) heteronomia, autonomia e anomia.

b) anomia, autonomia e heteronomia.

c) heteronomia, anomia e autonomia.

d) anomia, heteronomia e autonomia.

QUESTÃO 03

Piaget, Vygostsky e Wallon consideram o jogo como um instrumento de grande

importância para o desenvolvimento dos indivíduos. De acordo com esses autores, os

aspectos envolvidos no jogo que abalizam a utilização do movimento incluem

a) a possibilidade de variação de situações motoras e a ampliação das relações

sociais, uma vez que os indivíduos interagem mais com o meio e com os outros.

b) a presença de regras e a imitação de movimentos, considerando que promovem

situações de interação entre os participantes.

c) a especialização dos movimentos e a sua aplicação restrita às atividades, visto que

os indivíduos estão cada vez mais competentes em determinadas habilidades.

d) o caráter de enfrentamento e o propósito individualista do movimento, aspectos

essenciais ao desenvolvimento dos indivíduos.

QUESTÃO 04

A organização dos conteúdos na escola deu lugar a diversas formas de relação e

colaboração entre as diferentes disciplinas que foram consideradas matérias de

estudo. Segundo os autores Boisot, Piaget, Hechausen, entre outros, podemos

estabelecer três graus de relações disciplinares:

1. Multidisciplinaridade.

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2. Interdisciplinaridade.

3. Transdisciplinaridade.

De acordo com as relações disciplinares citadas anteriormente, relacione as colunas

a seguir:

( ) É a relação entre duas ou mais disciplinas, que pode ir desde a simples

comunicação de ideias até a integração recíproca dos conceitos fundamentais e da

teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados da pesquisa.

( ) É a organização mais tradicional de conteúdos. Eles são apresentados por matérias

independentes umas das outras.

( ) O conjunto de matérias ou disciplinas é proposto simultaneamente, sem que

apareçam explicitamente as relações que podem existir entre elas.

( ) É o grau máximo de relações entre as disciplinas, daí que supõe uma integração

global dentro de um sistema totalizador. A sequência está correta em:

a) 1, 2, 3, 1

b) 3, 2, 1, 2

c) 2, 1, 1, 3

d) 1, 2, 2, 3

QUESTÃO 05

“Ao realizar aprendizagens significativas, o aluno constrói a realidade atribuindo-lhe

significados.” (César Coll) Segundo o modelo de equilibração das estruturas

cognitivas de Piaget, o primeiro passo para que o aluno realize uma aprendizagem

significativa com relação ao novo conteúdo de aprendizagem consiste no seguinte

procedimento:

a) partir da zona de desenvolvimento proximal

b) associar reequilíbrio posterior à assimilação

c) reconhecer a natureza da aprendizagem

d) romper com o equilíbrio inicial

QUESTÃO 06

De acordo com a concepção piagetiana, o pensamento da criança que se encontra no

período pré-operacional caracteriza-se por ser

a) real.

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b) fantasioso.

c) simbólico.

d) egocêntrico.

QUESTÃO 07

Jean Piaget apontou que o ingresso da criança no universo moral se dá pela

aprendizagem de diversos deveres a ela impostos pelos pais e adultos em geral (ex:

não mentir, não pegar as coisas dos outros, não falar palavrão) e que a criança aceita

regras morais provavelmente também quando já aceita como inquestionáveis

a) as atividades da escola.

b) as opiniões dos pais.

c) as regras dos jogos.

d) os passeios familiares.

QUESTÃO 08

De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo segue as seguintes etapas:

a) período sensório-motor, período das operações formais, período das operações

concretas;

b) período pré-operatório, período das operações formais, período das operações

abstratas;

c) período sensório-motor, período pré-operatório, período das operações concretas,

período das operações formais;

d) período sensório-motor, período pré-operatório, período das operações concretas.

QUESTÃO 09

Segundo Piaget, o quarto e último estágio principal do desenvolvimento cognitivo, que

ocorre durante a adolescência, quando o sujeito consegue manipular e organizar

ideias e objetos, é denominado de:

a) Operações informais

b) Operações concretas

c) Operações formais

d) Pré-operacional

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QUESTÃO 10

Segundo Piaget, a incapacidade de uma criança de transferir aprendizagem sobre um

tipo de conservação para outros tipos, é denominada:

a) Decolagem horizontal

b) Inferência transitiva

c) Operação concreta

d) Inclusão de classe

46. A RELAÇÃO DOS ALUNOS COM A TECNOLOGIA

http://www.portalmundook.com.br/portal/?p=3906

Com o uso das novas tecnologias, surgem novas linguagens, como a

informática e a internet, e a soma destas novas linguagens faz surgir uma nova cultura

que influencia, aos poucos, a sociedade. A escola, que evidentemente ocupa um lugar

na sociedade, torna-se, também, participante desta nova cultura.

AULA 46

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175

A escola tem em suas mãos a grande chance da transformação social e aos

professores cabe o desafio de iluminar caminhos, de realizar as aspirações humanas

e sociais. O aluno não deve ser olhado pelo professor como aprendiz apenas, mas

como pessoa que precisa aprender a conviver bem consigo e com os outros; aprender

a descobrir, nos textos que lê os vários olhares que, normalmente, estão encobertos.

A produção cultural que ocorre na escola acontece sempre mediada seja pelo

professor em sala de aula, seja pelo livro em uma leitura pessoal e silenciosa, ou ainda

pelo computador, quando se está no laboratório fazendo uma pesquisa na internet. O

aluno não pode mais esperar sair da escola para pôr em prática o que aprendeu, mas

deve relacionar o seu aprendizado com o momento de seu estudo. A escola pode

estabelecer com o aluno uma relação dialógica e dinâmica, deixando o sistema

tradicional da transmissão mecânica dos conhecimentos prontos e acabados. E pode

também, desenvolver um novo papel: da pesquisa, do raciocínio, da crítica, da

criatividade, da reflexão onde o decorar apenas, inexiste, ou seja, não tem mais lugar.

Com tantas facilidades de acesso às informações, o papel do professor,

também muda. Sua principal função passa a ser a de desafiar o aluno, orientá-lo a

organizar de forma crítica as informações às quais tem acesso. Quem ensina precisa

conhecer o conjunto de capacidades dos alunos, precisa estimular a inteligência e

não, apenas, tratá-los como meros aprendizes.

Papert (2008, p.51) diz que o computador mudou a situação porque ele é em si

um objeto interessante para ser explorado e porque acrescentou dimensões de

interesse a outras áreas de trabalho e a construção do conhecimento. Através dos

meios tecnológicos, desenvolve no aluno a capacidade de busca de novas

informações, de pesquisa, além de estimular a criatividade e a elaboração de

conceitos. Os hábitos e os comportamentos são, geralmente, construídos pelas

ferramentas existentes no meio da comunicação.

Os novos comportamentos e as novas formas de comunicação, oriundas do

desenvolvimento da tecnologia, refletem na escola e as práticas pedagógicas que

usam as novas mídias e tecnologias como ferramentas de aprendizagem oferecem

novas perspectivas aos alunos que, vivem em seu cotidiano, de uma forma ou de

outra, essa realidade de acesso às novas mídias e tecnologias. A leitura e a escrita

podem ser desenvolvidas por meio das tecnologias digitais e a escola pode se utilizar

deste recurso tornando acessível o seu uso e propondo atividades através de sites

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176

variados como “facebook” ou “orkut”. Nem todos os aplicativos foram criados com

objetivos educacionais, mas se forem adaptados corretamente, podem oferecer

resultados positivos, pois ocasionalmente chegam a ser mais envolventes do que as

aulas tradicionais.

A educação precisa ser transformada, não basta modernizá-la. Ensinar e

aprender são desafios enfrentados em todas as épocas, principalmente, nesse novo

modelo de gestão que enfatiza a informação e o conhecimento. A reflexão sobre a

prática produz conhecimento e desafia os professores que seguem aplicações

rotineiras, a deixarem de ser técnicos. Um profissional reflexivo deve sempre se propor

a responder a novas problemáticas e questões desafiantes, produzindo novos saberes

e novas técnicas a partir do contexto em que se encontra. A atividade da escola deve

transformar-se partindo do princípio de que o aluno é um centro de atividade e não

um receptáculo vazio a ser preenchido de conteúdos, frequentemente sem sentido e

a escola precisa transformar-se cada vez mais em laboratório, e ser cada vez menos

auditório.

Valente acentua que, o computador não é mais o instrumento que ensina o

aprendiz, mas a ferramenta com a qual o aluno desenvolve algo e, portanto, o

aprendizado ocorre pelo fato de estar executando uma tarefa por intermédio do

computador. O ensino pelo computador auxilia o aluno a adquirir conceitos sobre,

praticamente, qualquer domínio. O computador é uma ferramenta pedagógica que

permite ao aprendiz resolver problemas ou qualquer outro tipo de atividade, além de

comunicar-se.

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177

http://pt.slideshare.net/marciodveras/educao-digital-e-novas-tecnologias

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178

47. SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

http://internetnovastecnologiasnaeducacao.wikidot.com/tecnologia

Conceitualmente, sociedade da informação é um sistema sócio-político e

econômico em que o conhecimento e a informação constituem fontes fundamentais

de bem-estar e progresso. O desenvolvimento desta nova sociedade requer a prática

de princípios fundamentais como o respeito aos direitos humanos dentro de seu

contexto mais amplo. Podemos colocar o direito à educação no centro desta questão.

A sociedade da informação se apoia no uso intensivo das novas tecnologias,

particularmente, as tecnologias da informação e da comunicação e é uma forma de

organização social moderna, na qual as redes de comunicações e os recursos de

tecnologia de informação são altamente desenvolvidos, o acesso equitativo e

onipresente às informações, o conteúdo apropriado, em formatos acessíveis e

comunicação eficiente deve possibilitar que todas as pessoas alcancem o seu

potencial pleno. O controle e o domínio dessas tecnologias têm decidido a sorte das

sociedades.

AULA 47

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179

A sociedade da informação deve ter um viés inclusivo onde todas as pessoas

possam ter a liberdade e as condições para criar, receber, compartilhar e utilizar

informações e conhecimentos através da educação. Fica aqui uma questão: Como a

aplicação e uso dessas tecnologias na escola podem efetivamente contribuir para criar

a sociedade da informação? Existem metodologias que podem ser aplicadas de forma

genérica?

Muitos governos, no Brasil e no mundo, estão implementando programas de

reforma e modernização da administração pública e todos contemplam a realidade

das novas tecnologias e fomentam a expansão da sociedade da informação como

forma de responder aos desafios de desenvolvimento adicionais impostos pela

exclusão digital.

Nessa direção, têm buscado soluções viáveis para implantar uma infraestrutura

da informação e da comunicação que possibilite o acesso universal a essas

tecnologias. Uma infraestrutura de redes de informação e de comunicação bem

desenvolvida e acessível é essencial para o progresso social, econômico e bem-estar

de todos os cidadãos e comunidades. A melhoria da conectividade e acesso às redes

de comunicação das escolas é de importância especial neste sentido.

http://slideplayer.com.br/slide/379558/

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48. IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO

http://www.institutoinnovati.com/cursos_pos_fixo_educacao_novastecnologias.php

Nenhuma outra tecnologia introduziu tantas mudanças em tão pouco tempo e

com tanta profundidade, em todas as áreas da atividade humana, como a TIC,

intensificada nas últimas décadas com o uso do computador e da rede mundial de

computadores – a Internet. O contexto mundial apresenta um verdadeiro desafio

quanto à forma de assimilar as transformações que estão ocorrendo com o

desenvolvimento das telecomunicações, da informática e de suas interações com o

sistema educacional.

Como consequência de avanços tecnológicos, vivemos hoje uma economia, na

qual a informação e o conhecimento são considerados matérias primas de muitos

processos produtivos. Só este fato já seria suficiente para justificar a necessidade de

uma ampla revisão do sistema educacional em todos seus níveis. Neste cenário

emergente, até os ambientes de trabalho estão se transformando para ambientes de

aprendizagem permanente, como forma de acompanhar e se manter atualizado com

o ritmo do desenvolvimento. As informações e os conhecimentos são recursos

inesgotáveis, podendo ser reutilizados na geração e produção de novos

conhecimentos e informações. Por tal razão, as fontes de dados, de informações, as

comunicações simbólicas, etc., são consideradas valores fundamentais da nova

economia.

AULA 48

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181

O desenvolvimento da sociedade depende, hoje, da capacidade de gerar,

transmitir, processar, armazenar e recuperar informações de forma eficiente. Por isso,

a população escolar precisa ter oportunidades de acesso a esses instrumentos e

adquirir capacidade para produzir e desenvolver conhecimentos utilizando a TIC. Isto

requer a reforma e ampliação do sistema de produção e difusão do conhecimento,

possibilitando o acesso à tecnologia. Entretanto, o simples acesso à tecnologia, em

si, não é o aspecto mais importante, mas sim, a criação de novos ambientes de

aprendizagem e de novas dinâmicas sociais a partir do uso dessas novas ferramentas.

Comentamos a seguir, em caráter geral e de forma não exaustiva, alguns impactos

da TIC, com o objetivo de mostrar que as novas tecnologias afetam diretamente todos

os componentes e agentes do sistema educacional (Currículos, Alunos, Escolas e

Professores).

Currículos – A configuração tradicional dos currículos deve ser revista para

incorporar necessidades da era da informação. Como a atual organização dos

currículos pertence a uma era pré-digital, possivelmente os currículos serão

substituídos por sistemas nos quais o conhecimento pode ser obtido quando e onde

for necessário. Com o surgimento do hipertexto, da interatividade oferecida pelas

novas tecnologias, da ubiquidade proporcionada pelos meios de comunicação e pelas

possibilidades de acesso não linear às fontes de informação, novos modelos de

aprendizagem passaram a ser praticados ultimamente. As estruturas curriculares

atuais, caracterizadas por uma tradicional imobilidade, não consideram nem sequer

uma fração das inúmeras possibilidades oferecidas pela TI. O uso mais apropriado

das novas tecnologias em sala de aula se dá através de projetos multidisciplinares, o

que não corresponde, na prática, à atual organização dos currículos. Incluir TI nos

currículos não é exatamente o mesmo que incluir laboratório de informática no horário

de aulas: o impacto de uma hora por semana usando computadores em um laboratório

é insignificante.

Alunos – No passado, os alunos viam o professor como principal, ou única,

fonte de conhecimento e informação. Porém, agora têm idênticas possibilidades de

acesso às bases de dados das redes mundiais de computadores: bibliotecas, livros,

publicações, cursos, laboratórios virtuais, simuladores, listas de discussão, grupos de

intercâmbio, projetos cooperativos, e muitas outras possibilidades, superando em

todos os sentidos, as limitações do passado. Além disto, tanto os professores como

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os alunos podem contribuir para acrescentar informações às bases de dados

existentes, de maneira simples e rápida, seja publicando eletronicamente resultados

de seu trabalho, seja criando suas próprias páginas de informação na Internet,

alterando substancialmente o paradigma educacional vigente.

Escolas – O ritmo das escolas está longe de assimilar as mudanças na mesma

velocidade em que ocorrem no mundo à sua volta. Por isso, encontram-se diante da

urgente necessidade de promover a alfabetização digital de seus professores e

técnicos, requisito indispensável para introduzir as novas tecnologias no ambiente

educacional. A questão, entretanto, não se resolve apenas com a simples aquisição

da tecnologia, na sua dimensão física, representada pela aquisição de equipamentos,

novas instalações e até mesmo com a contratação de equipes especializadas para

esta finalidade. A experiência tem demonstrado a ineficácia de simplesmente instalar

computadores na escola, se as pessoas não souberem como integrá-los às diversas

atividades curriculares.

Professores – Em relação às novas tecnologias, os professores têm visões

pessimistas, otimistas ou indiferentes. A visão otimista considera as inúmeras

facilidades oferecidas pela TI e projeta para o futuro um mundo de maravilhas.

Entretanto, o problema de uso sistemático e organizado da TI na educação não é tão

simples como parece. A ausência de contexto, a quantidade e a velocidade da

informação e a virtualidade dos novos meios de informação estão exigindo do

professor um trabalho de acompanhamento e orientação muito mais intenso. No novo

contexto tecnológico, o professor passa a ter uma importância ainda maior, diante de

questões do tipo: Como ensinar a administrar as inúmeras possibilidades de receber

informações a qualquer hora e lugar? Como formar no aluno a capacidade analítica e

seletiva sobre as informações que recebe? Como aprimorar os processos intelectivos

de transformação da informação em conhecimento? Como podemos ver, há muitas

possibilidades, novas perspectivas, mas também grandes desafios a enfrentar.

Demandas educacionais na Sociedade da Informação – O documento

Sociedade da Informação no Brasil (MCT, 2000) enfatiza a necessidade de uma

metodologia adequada para introduzir a TIC na escola e considera que a Educação é

“o elemento-chave na construção de uma sociedade baseada na informação, no

conhecimento e no aprendizado. (...) Por outro lado, educar em uma sociedade da

informação significa muito mais que treinar as pessoas para o uso das tecnologias de

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informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências

suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de

bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com

fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar

criativamente as novas mídias (...). A necessidade mais urgente criada pelas novas

tecnologias é promover a alfabetização digital em âmbito nacional, necessário para

preparar a sociedade para as mudanças em curso.

As novas tecnologias da informação e comunicação, especialmente a Internet,

ampliaram o conceito de alfabetização para muito além do mero ato de ler e escrever.

Cada vez mais, o cidadão se vê diante da necessidade de conhecer novos modos de

representação do conhecimento, modelos de processamento simbólico e estruturas

de linguagens que vão além do texto impresso, exigindo competências de hierarquia

superior ao antigo conceito de alfabetização.

A implementação de programas de TIC nas escolas não se limita ao provimento

de infra-estrutura de recursos técnicos ou conhecimentos específicos sobre as novas

tecnologias. Torna-se, pois, imprescindível investir na formação de competências

pedagógicas e metodológicas voltadas para a concepção e organização de novos

ambientes de aprendizagem que permitam a formação de indivíduos capazes de lidar

positivamente com o novo mundo científico e tecnológico que nos rodeia.

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49. A METODOLOGIA DE PROJETOS E AS NOVAS TECNOLOGIAS

http://pt.slideshare.net/leandrotravassos/uso-das-novas-tecnologias-da-informao-e-comunicao-na-educao

A implantação da TIC na educação básica pode ser significativamente

enriquecida associando-a à Metodologia de Projetos – MP. Os pressupostos e as

diretrizes da MP trazem elementos úteis para evitar muitos problemas e ainda para

resolver outros, normalmente encontrados nas ações de implantação dessas

tecnologias, como em programas de Informática Aplicada à Educação – IAE. A

aplicação da MP no contexto da IAE demanda um esforço adicional no sentido de

conhecer com segurança e amplitude razoável o significado e as diretrizes da

metodologia de projetos. Consideramos, entretanto, que esse esforço é compensado

pelas vantagens advindas da aplicação segura de uma metodologia com potencial

extraordinário de promoção de mudanças significativas no processo educacional.

A contribuição especial que essa metodologia pode oferecer para a

implantação da TIC no ensino pode ser observada tanto no desenvolvimento de aulas

e laboratórios especializados de informática, como na realização de atividades de

ensino, estudo e pesquisa nos conteúdos curriculares em geral.

AULA 49

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185

Neste sentido, estamos considerando as aplicações da TIC em várias

instâncias: em aulas específicas de informática destinadas à aprendizagem dos

recursos correspondentes, em atividades complementares e extracurriculares

diversas, no desenvolvimento de projetos de trabalho e, sobretudo, no uso da

informática nas disciplinas gerais do currículo.

50. FUNDAMENTOS DA METODOLOGIA DE PROJETOS

Diversas publicações e experiências escolares apontam para o potencial da MP

como contribuição para a melhoria do processo educativo, especialmente no que diz

respeito à promoção de uma aprendizagem significativa, em contraposição à

aprendizagem tradicional do tipo verbal, retórica, livresca, de ênfase teórica e

descontextualizada.

A experiência dessa metodologia tem mostrado como a valorização e o

desenvolvimento de projetos de trabalho por parte de alunos e professores pode

representar uma forma importante de compensar ou equilibrar os problemas

decorrentes de uma ênfase exacerbada na utilização de recursos virtuais, à revelia

das situações reais e contextuais. Um dos pressupostos fundamentais da MP é a

consideração das situações reais, do contexto, da vida, no sentido mais amplo, que

devem estar relacionados ao objeto central do projeto em desenvolvimento.

Os seguintes pressupostos são fundamentais na Metodologia de Projetos:

• Realização de projetos de trabalho por grupos de alunos com o número de

participantes definido criteriosamente para cada experiência;

• Definição de um período de tempo limite para a concretização do projeto,

como fator importante no seu desenvolvimento e concretização (em geral, períodos

de 2 a 6 meses);

• A forma de escolha dos temas dos projetos, oferecendo liberdade para os

alunos (com negociação entre alunos e professores para considerar múltiplos

interesses e objetivos);

AULA 50

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186

• Os projetos devem contemplar uma finalidade útil de modo que os alunos

tenham uma percepção de um sentido real dos projetos propostos;

• Uso de múltiplos recursos no desenvolvimento dos projetos incluindo

aqueles que os próprios alunos podem providenciar junto a outras fontes, como a

comunidade em geral;

• Socialização dos resultados dos projetos em diversos níveis de

comunicação, como a própria sala de aula, a escola e a comunidade, incluindo a

apresentação dos resultados pelos autores.

As atividades orientadas pela Metodologia de Projetos possuem, ainda, as

seguintes características: constituem um objeto de realização concreta; têm algum

impacto no ambiente; modificam a relação professor-aluno; baseia-se em uma nova

abordagem dos saberes; propiciam uma nova concepção de avaliação; apresentam-

se como um desafio para os alunos; e têm uma dimensão coletiva.

A adoção dos princípios da MP significa uma forma de contribuir para a

superação de um modelo de educação centrada na abstração, no poder do verbo. É

oportuno enfatizar que essa hegemonia da educação verbal pode tornar-se ainda mais

poderosa como consequência indireta (sem que se o deseje) das novas formas de

valorização do fator informação, o qual se torna cada vez mais atraente e disponível

através das tecnologias da informação, reforçando, progressivamente, a dimensão

"virtual". Hoje sabemos que a hegemonia do verbo se contrapõe à construção do

conhecimento contextualizado.

Assim, a valorização das atividades de desenvolvimento de projetos, por parte

de alunos e professores, pode ser uma forma importante de compensar ou equilibrar

a tendência da nova era de (re)valorização da informação, na medida em que tais

atividades promovam uma interação forte com a dimensão da realidade. Destacamos

o fato importante de que a realização de projetos, segundo a concepção holística

atual, tem como base fundamental a interação e iteração fortes com a dimensão da

realidade, do conhecimento contextualizado, na medida em que coloca como desafio

básico aos atores desse processo o desenvolvimento de produtos efetivos que

possam ser compartilhados como contribuições para o desenvolvimento social

humano.

A tendência atual na direção de valorização da chamada dimensão virtual,

associada fortemente ao elemento informação, pode, em termos do desenvolvimento

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educacional dos jovens estudantes, induzir dificuldades e problemas complexos

relacionados às necessidades de formação integral do ser humano, a qual demanda

o desenvolvimento de um processo de ação, um equilíbrio fundamental entre os

fatores relativos à abstração racional e os fatores relativos ao desenvolvimento

sensível e sensório-motor.

Esses fatores constitutivos do ser estão necessariamente ligados à habilidade

de lidar com os elementos da realidade denominada de concreta. Esta é uma questão

epistemológica básica para as pesquisas e propostas atuais relativas ao

desenvolvimento de simulações e de software educativos.

A proposta de ensino através de projetos representa uma forma importante de

considerar todos os elementos imprescindíveis na formação integral do ser humano.

Assim, a conjugação harmônica entre os princípios da MP e as proposições e

demandas relativas à TIC torna-se uma necessidade de importância capital.

https://www.youtube.com/watch?v=-FoX50_ZORQ

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QUESTÃO 01

As transformações da sociedade contemporânea vêm produzindo mudanças no

campo da educação, em função da revolução informacional. A esse respeito, analise

as afirmações a seguir.

I – Observa-se o surgimento de uma nova linguagem comunicacional, envolvendo

termos como realidade virtual, ciberespaço, hipermídia, bem como a extensão dessa

linguagem a várias esferas da vida cotidiana, na expressão de sentimentos e

situações de vida.

II – As tecnologias informacionais permitem uma diminuição do acúmulo de

informações, o que facilita a aprendizagem em uma realidade tão complexa como a

do mundo contemporâneo.

III – As novas possibilidades de entretenimento e de educação produziram o

surgimento de diferentes novas agências educadoras, o que gerou mudanças na

educação escolar e fez do ambiente de trabalho um contexto de formação

permanente.

IV – As novas tecnologias exercem um papel de mediação e de tradução da realidade

social, tornando a informação um bem econômico ou uma mercadoria fundamental

para a ampliação do poder e da competitividade no mundo globalizado.

São corretas as afirmações

a) I e II, apenas.

b) II e III, apenas.

c) I, III e IV, apenas.

d) II, III e IV, apenas.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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QUESTÃO 02

Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que

ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes

digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios

dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos

da sociedade contemporânea.

Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e

a competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a

geração de riqueza. As tecnologias de informação e comunicação (TICs) proveem

uma fundação para a construção e aplicação do conhecimento nos setores públicos e

privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de

acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por

motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais.

Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmações a seguir.

I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas

públicas escolherem o público alvo de possíveis ações de inclusão digital.

II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações àqueles que

tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de

mobilidade social e econômica.

III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses estão

focados nas relações entre os indivíduos e, aqueles, na relação entre o indivíduo e o

conhecimento.

IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente

em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do

primeiro mundo.

É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.

b) II e IV.

c) III e IV.

d) I, II e III.

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QUESTÃO 03

Entre os princípios que norteiam o projeto político pedagógico (PPP), a valorização

do magistério se constitui uma questão central (Veiga, 2004). Pensar a formação

continuada dos profissionais da escola compromissada com a construção do PPP

implica em, EXCETO:

a) Propostas de formação com temáticas determinadas previamente pelos órgãos

oficiais, já que estes detém o conhecimento de como a escola deve funcionar.

b) Formação centrada na escola, onde sejam discutidas questões referentes a

comunidade escolar em todas as suas dimensões e a sua relação com a sociedade.

c) Discussão de temáticas como cidadania, avaliação, gestão democrática e novas

tecnologias de ensino.

d) Levantamento das necessidades de formação continuada dos profissionais que

atuam na escola.

QUESTÃO 04

“O processo exitoso de incorporação das tecnologias às escolas é consequência de

uma junção de variáveis de natureza política, educativa, econômica e infraestrutural,

cultural e organizativa-curricular" (Area, 2006). Entre os fatores que podem incidir no

sucesso da incorporação e integração das novas tecnologias de informação e

comunicação (TIC) ao ensino, podemos destacar:

a) O estudo da tecnologia de forma isolada, objetivando investigar a complexidade do

objeto.

b) A adoção individual do uso das TIC em sala de aula, a partir da possibilidade de

utilizá-las de acordo com cada conteúdo.

c) A construção de um projeto político-pedagógico que determine que cada professor

deve incorporar as TIC em suas aulas.

d) A dotação suficiente e adequada da infraestrutura e dos recursos informáticos na

escola e a predisposição favorável dos docentes com as TIC.

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191

QUESTÃO 05

Leia o fragmento retirado do livro - Com todas as letras - de Emília Ferreiro:

Em uma perspectiva construtivista, os pré-requisitos não são habilidades ou destrezas

que a criança deve demonstrar possuir antes que lhe autorizem a participar do ensino

formal... mas aquelas noções, representações, conceitos, operações, relações etc.,

que aparecem teoricamente fundamentadas e empiricamente validadas como as

condições iniciais sobre as quais - e dadas certas condições que se caracterizam

teoricamente como processos de desequilibração - se constroem as novas

concepções (FERREIRO, 1996, p. 67).

De acordo com o pressuposto acima descrito, um exemplo de pré-requisito sob a

perspectiva construtivista seria:

a) a capacidade de segmentar palavras e sílabas.

b) o domínio da escrita alfabética em situações socialmente aceitas.

c) a destreza em relacionar a escrita aos modelos textuais socialmente reconhecidos.

d) a percepção da utilização da escrita em situações socialmente determinadas.

QUESTÃO 06

A cibercultura pode ser vista como herdeira legítima (embora distante) do projeto

progressista dos filósofos do século XVII. De fato, ela valoriza a participação das

pessoas em comunidades de debate e argumentação. Na linha reta das morais da

igualdade, ela incentiva uma forma de reciprocidade essencial nas relações humanas.

Desenvolveu-se a partir de uma prática assídua de trocas de informações e

conhecimentos, coisa que os filósofos do Iluminismo viam como principal motor do

progresso. (...) A cibercultura não seria pós-moderna, mas estaria inserida

perfeitamente na continuidade dos ideais revolucionários e republicanos de liberdade,

igualdade e fraternidade. A diferença é apenas que, na cibercultura, esses “valores”

se encarnam em dispositivos técnicos concretos. Na era das mídias eletrônicas, a

igualdade se concretiza na possibilidade de cada um transmitir a todos; a liberdade

toma forma nos softwares de codificação e no acesso a múltiplas comunidades

virtuais, atravessando fronteiras, enquanto a fraternidade, finalmente, se traduz em

interconexão mundial. LEVY, P. Revolução virtual. Folha de S. Paulo. Caderno Mais,

16 ago. 1998, p.3 (adaptado). O desenvolvimento de redes de relacionamento por

meio de computadores e a expansão da Internet abriram novas perspectivas para a

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cultura, a comunicação e a educação. De acordo com as ideias do texto acima, a

cibercultura

a) representa uma modalidade de cultura pós-moderna de liberdade de comunicação

e ação.

b) constituiu negação dos valores progressistas defendidos pelos filósofos do

Iluminismo.

c) banalizou a ciência ao disseminar o conhecimento nas redes sociais.

d) incorpora valores do Iluminismo ao favorecer o compartilhamento de informações

e conhecimentos.

QUESTÃO 07

Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é

utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas.

Considere que João quer utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino

aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos. Nesse caso,

seu planejamento deve

a) ter como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes,

considerando as possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.

b) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo e os que

estão no banco de dados disponível nos computadores do laboratório de informática.

c) definir os conteúdos a serem trabalhados, utilizando a relação dos temas instituídos

no Projeto Pedagógico da escola e o banco de dados disponível nos computadores

do laboratório.

d) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando

a sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos

computadores do laboratório.

QUESTÃO 08

Estar no espaço lúdico com outras crianças é um primeiro passo no movimento de

brincar inclusivo. Alunos com limitações de movimento conseguem observar as ações

das pessoas no seu entorno, mas seu brincar pode se restringir bastante, pelo atraso

neuropsicomotor, pela incoordenação na manipulação dos objetos ou pela falta de um

sistema de comunicação e linguagem. REILY, L. Escola Inclusiva: linguagem e

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mediação. Campinas: Papirus, 2004, p.54 (com adaptações). Nesse sentido, a prática

pedagógica inclusiva, na perspectiva da mediação cultural de Vygotsky, deve enfatizar

I. o uso de situações-problema desafiadoras que coloquem o aluno, de forma

contextualizada, em atividade. II. a organização do planejamento didático de forma

que o aluno possa aprender por meio de observação e imitação. III. o ato de pensar

sobre o seu próprio processo em atividade, incentivando a conscientização sobre sua

aprendizagem. IV. a organização do currículo e de recursos que possibilitem o acesso

do aluno aos objetos de conhecimento lúdicos e desafiadores. É correto apenas o que

se afirma em:

a) I e II.

b) B I e III.

c) II e IV.

d) I, III e IV.

QUESTÃO 09

A escola delimita espaços. Servindo-se de símbolos e códigos, ela afirma o que cada

um pode (ou não pode) fazer, ela separa e institui. Informa o “lugar” dos pequenos e

dos grandes, dos meninos e das meninas. Através dos seus quadros, crucifixos,

santas ou esculturas, aponta aqueles/as que deverão ser modelos e permite, também,

que os sujeitos se reconheçam (ou não) nesses modelos [...] Currículos, normas,

procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais didáticos, processo de

avaliação são, seguramente, loci das diferenças de gênero, sexualidade, etnia, classe

— são constituídos por essas distinções e, ao mesmo tempo, seus produtores. Todas

essas dimensões precisam, pois, ser colocadas em questão. É indispensável

questionar não apenas o que ensinamos, mas o modo como ensinamos e que

sentidos nossos/as alunos/as dão ao que aprendem. Atrevidamente é preciso,

também, problematizar as teorias que orientam nosso trabalho (incluindo, aqui, até

mesmo aquelas teorias consideradas “críticas”). Temos de estar atentas/os,

sobretudo, para nossa linguagem, procurando perceber o sexismo, o racismo e o

etnocentrismo que ela frequentemente carrega e institui.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997,

p. 58 e 64.

Com base no texto acima, avalie as afirmações que se seguem.

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I. A escola define os espaços que cada um deve ocupar socialmente, visto que

reproduz modelos e condiciona os alunos a segui-los.

II. Os espaços delimitados pela escola representam a sala de aula em si, visto que é

o ambiente predominante em que acontece o processo de aprendizagem.

III. A delimitação de espaços pela escola só acontece no espaço escolar, visto que

o(a) aluno(a) o ignora nos momentos em que não está inserido no contexto

educacional.

IV. Os espaços delimitados pela escola representam a rotulação e o estabelecimento

de papéis e padrões de comportamento.

É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, III e IV.

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51. TECNOLOGIAS DIGITAIS (TDS) X TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (TES)

http://blackboard.grupoa.com.br/especialista-em-tecnologias-educacionais-fala-sobre-educacao-3-0/

Para entendermos as razões que justificam a inserção das Tecnologias Digitais

por meio dos Projetos de Aprendizagem é interessante que primeiro façamos uma

pequena reflexão sobre as formas como as TDs têm sido inseridas na educação e as

razões pelas quais essa inserção tem fracassado em muitos casos.

Os erros de implantação do uso pedagógico das TDs começa com os erros

conceituais sobre o que é tecnologia e qual sua relação com a educação. O mapa

conceitual mostrado a seguir tenta aclarar os conceitos de tecnologia, Tecnologia

Digital (TD), Tecnologia Educacional (TE), bem como as relações e inter-relações

entre eles.

AULA 51

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Como podemos ver nesse mapa conceitual, tecnologia é um conjunto de

técnicas, processos e métodos específicos de um dado ofício ou negócio. Tecnologia

Digital é qualquer tecnologia baseada na linguagem binária dos computadores. Assim,

quando pensamos no uso de tecnologias nas escolas não estamos falando

simplesmente no uso de “aparelhos tecnológicos digitais”, mas sim no conjunto de

técnicas, processos e métodos específicos para o ofício de ensinar.

Onde as TDs se inserem na educação nesse contexto? Elas se inserem da

mesma forma que todos as demais tecnologias não-digitais, como a lousa, o

mimeógrafo e o toca-fitas, como ferramentas auxiliares que potencializam as

Tecnologias Educacionais (TEs).

Veja também que nesse mapa conceitual a relação entre as TDs e a Educação

não é uma relação de mão dupla e que seus laços são frágeis. A escola que hoje

convive com as TDs já viveu séculos sem elas e viverá muitos outros séculos com

tecnologias que ainda serão inventadas. As tecnologias mudam, a escola se adequa

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a seu tempo e usa essas tecnologias, mas a escola não é uma aplicação da tecnologia

em si.

É fundamental compreender que as tecnologias próprias da Educação, como a

pedagogia, a didática, a prática de ensino e as diversas metodologias próprias de cada

área do saber, não são substituíveis pela Tecnologia Digital ou por qualquer outra

tecnologia. E embora isso nos pareça óbvio, não tem sido tão óbvio a ponto de que

se evitassem diversos erros ao longo do processo de inserção das TDs na Educação.

Para efeito puramente didáticos podemos dividir esses erros de concepção,

implementação e uso em três categorias básicas:

1. Ideológicos: Foco na tecnologia e não na pedagogia. A escola se preocupa

excessivamente em explorar o potencial das TDs e subestima sua Tecnologia

Educacional (TE) própria.

a) O foco correto deve ser no processo de ensino e aprendizagem (currículo,

metodologias, estratégias, etc.) e as TDs precisam ser inseridas como ferramentas

de apoio às TEs onde for cabível fazê-lo.

b) Esse erro de concepção levou a investimentos gigantescos em equipamentos

que não foram utilizados (laboratórios de informática inteiros), ou foram

subutilizados e hoje se encontram obsoletos em muitas escolas, sem manutenção

ou uso.

2. Estratégicos: Busca de atividades e projetos que possam ser desenvolvidas com

as TDs. Pressuposto de que é preciso estabelecer projetos específicos para o uso

das TDs.

a) O foco correto deveria ser a busca de TDs que facilitam o processo de ensino e

aprendizagem e o uso da tecnologia para o ensino e não do ensino para a

tecnologia.

b) Esse erro levou ao desenvolvimento de projetos e currículos que fracassaram

ao ser implementados porque não se inseriram verdadeiramente no processo de

ensino e aprendizagem.

3. Práticos: Capacitações de professores para o uso de softwares e TDs.

Compartimentação do conhecimento (TDs X TEs). Planejamento de aulas voltado

para o uso de TDs.

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a) O foco correto deveria ser a inclusão digital dos professores e alunos (uso efetivo

das TDs nas atividades do cotidiano). Disponibilização de recursos e oportunidades

e valorização da inovação que leva à melhoria da qualidade do ensino.

b) Esse erro levou milhares de professores a fazerem cursos e capacitações que

se mostraram inúteis porque não resultaram em um uso efetivo das TDs nas

práticas escolares e nem representaram um ganho significativo para professores e

alunos.

VAMOS REFLETIR

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199

52. PROJETOS DE APRENDIZAGEM COM TECNOLOGIAS DIGITAIS

http://slideplayer.com.br/slide/3009203/

Os Projetos de Aprendizagem são Projetos Educacionais que possuem uma

tecnologia educacional bem estabelecida.

Sabemos como e porque utilizá-los. Sabemos planejá-los e executá-los. Temos

objetivos para utilizá-los e estratégias para conduzi-los. Tudo isso nos dá segurança

para desenvolvê-los.

Permitem a ação de múltiplos agentes (interdiscilinaridade, transdiciplinaridade).

Isso nos permite atingir um número maior de atores potenciais para o uso das TDs e

facilitam a aprendizagem colaborativa de alunos e professores.

AULA 52

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200

Permitem o uso natural de diferentes TDs. Projetos possuem várias etapas,

vários atores e muitas ações simultâneas ou não. Tudo isso permite que diferentes

recursos tecnológicos compareçam em diferentes momentos e situações.

Projetos geram oportunidades de uso para as TDs.

São focados no processo e não nos resultados finais. As TDs têm a característica

natural delas: apoio ao desenvolvimento, à aprendizagem, ao “fazer”; são

“instrumentos para potencializar as ações” e não objetivos em si mesmas. As TDs

enriquecem o processo e não são objetivos finais.

Promovem a aprendizagem colaborativa. É no “aprender a aprender” e no

“aprender a fazer” que as TDs são aprendidas, e a aprendizagem colaborativa é

fundamental para esses processos. Os projetos têm naturalmente a característica de

aprendizagem colaborativa e permitem que não apenas os alunos aprendam

colaborativamente, mas também os seus professores.

Todas as condições acima são favoráveis tanto para a inserção das TDs quanto

para o sucesso do processo de ensino e aprendizagem que, ao fim e ao cabo, é o que

se deseja em uma escola.

http://polouabufrgspsicotic.pbworks.com/w/page/96673416/grupo3sc

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201

53. COMO IMPLEMENTAR AS TDS NOS PROJETOS DE APRENDIZAGEM?

http://www.positivoteceduc.com.br/agenda/positivo-informatica-tecnologia-educacional-bett-brasil-educar-2015/

Antes de se lançar à aventura de implementar as TDs nos Projetos de

Aprendizagem, ou em qualquer outro projeto, é necessário ter em mente que

precisamos:

→ Dispor de recursos tecnológicos (TDs) e facilitar o acesso a eles.

Não dá para levar classes inteiras para atividades em Salas de Informática com

três computadores capengas. Não dá para implementar o uso das TDs com Salas de

Informática trancadas com cadeado a maior parte do tempo, computadores quebrados

e obsoletos e a necessidade de uma burocracia gigantesca para seu uso. É preciso

ter bons equipamentos e acesso facilitado a eles.

AULA 53

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202

→ Planejar a inserção das TDs nas diferentes atividades do projeto em função de sua

utilidade e disponibilidade, visando sempre a melhoria da qualidade dos produtos ou

processos.

Primeiro planejamos o projeto, montamos as sequências didáticas, listamos as

atividades, etc., somente depois nos perguntamos “o que eu posso fazer melhor se

usar as TDs de que disponho?”. Propor a construção de um blog em uma escola onde

a imensa maioria dos alunos não tem acesso à Internet tem algum propósito? Propor

que os gráficos estatísticos sejam feitos usando-se uma planilha de cálculo quando

nem o professor nem os alunos sabem como fazê-lo, têm algum ganho? Esse ganho

compensa o custo-benefício da ação?

→ Documentar, relatar, analisar e registrar o uso das TDs e seu impacto nos Projetos

de Aprendizagem.

Usar TDs é algo ainda novo e muito pouco documentado. Muitas ações

envolvendo as TDs não surtem efeitos positivos. É preciso documentar e avaliar o

impacto desse uso para a tomada de decisões para os próximos projetos. A própria

documentação e análise do impacto do uso das TDs implica, muitas vezes, no uso

dessas TDs (documentos digitados, planilhas, apresentações, etc.).

→ Compartilhar experiências e aprendizagens (reuniões pedagógicas, formações,

dia-a-dia, etc.).

A forma mais rápida e eficaz de aprender a usar as TDs em uma escola é

compartilhar o conhecimento que se tem delas e de seu uso. Não dispomos de tempo

para “aprender tudo sobre um dado recurso antes de usá-lo”, o aprendizado se dá por

etapas somativas, de forma colaborativa e geralmente por tentativa e erro.

→ Promover uma política de inovação constante, dar continuidade aos projetos e

procurar envolver cada vez mais os diferentes agentes.

Equipamentos e softwares obsoletos e a falta de atualização sobre os novos

recursos tecnológicos à disposição torna o uso das TDs desinteressante para alunos

e professores. Que graça tem usar um computador velho e lento, rodando sobre um

sistema operacional ultrapassado e que vive travando?

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203

Que novas ideias surgiram nos projetos anteriores e que podem ser

implementadas agora? Quais são os novos agentes, alunos e professores, que podem

se interessar pelo uso das TDs? Como podemos seduzi-los?

→ Incentivar, valorizar, expor, divulgar e premiar as inovações que produzem bons

resultados.

De que adianta um projeto ter feito uso produtivo das TDs se isso não for

capitalizado como marketing para os próximos projetos e nem for divulgado para além

dos muros da escola?

Porque um professor deveria usar novamente as TDs se isso não é reconhecido

nem valorizado, nem mesmo quando tudo dá certo? Que valor tem um projeto

esquecido, um esforço não reconhecido ou mesmo um fracasso não compreendido?

→ Repensar o modelo de professor para incorporar um novo perfil profissional: o perfil

do “Professor Digital“.

O professor digital é o profissional que toda escola deseja ter, mas nenhuma

deseja pagar. O novo perfil do professor demanda uma dedicação muito maior “fora

da sala de aula” do que dentro dela. O professor digital tem o direito de errar, o

compromisso de aprender sempre e a certeza de que nunca saberá o suficiente. Esse

novo professor não é uma solução para os problemas da educação ou mesmo de sua

escola e, além disso, traz consigo novas demandas que são muitas vezes

compreendidas como problemas e não como soluções.

É preciso que a gestão da escola (e os gestores das políticas públicas)

compreenda as necessidades desse novo profissional e viabilizem a sua ação.

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204

54. PONTOS POSITIVOS NO USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA

EDUCAÇÃO

http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/01/tecnologia-e-educacao.html

O uso da tecnologia na educação pode trazer pontos positivos e negativos. Os

resultados dependem da forma de utilização das ferramentas tecnológicas. Abaixo se

pode ver uma relação desses pontos e suas implicações.

Velocidade e abrangência

A busca pela informação em mídias eletrônicas é rápida visto que é feita a partir

de algoritmos complexos de análise de dados que exibem os resultados em formato

de ranking, onde a informação mais relevante tende a aparecer em primeiro lugar. Os

resultados de pesquisas normalmente são associados a comentários de usuários que

já realizaram a mesma pesquisa no passado e avaliaram os resultados quanto à

veracidade, coerência e qualidade.

AULA 54

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205

Inovação

A tecnologia acelera a inovação visto que facilita a comunicação dos pares com

os mesmo objetivos e a divulgação dos resultados em âmbito global. Muitas ideias

surgiram do brainstorm (Técnica desenvolvida para explorar o potencial criativo de um

indivíduo ou grupo.) em mídias sociais, principalmente na comunidade open source

(ou software livre é um padrão de desenvolvimento aberto e sem restrições de

distribuição).

As ideias inovadoras são geralmente patrocinadas por empresas ou

investidores individuais e geram melhorias para a sociedade e oportunidades

comerciais. No caso da educação a tecnologia também incentiva a inovação, pois

oferece novas ferramentas de criação.

Interação

Softwares educativos permitem a interação do aluno com o conhecimento. O

aluno pode navegar no conteúdo interagindo com o mesmo no sentido de escolher o

quê, como, quando e em qual nível de detalhe quer estudar de acordo com seu nível

de curiosidade sobre o assunto. Tecnologias como enciclopédias digitais, jogos

educacionais, realidade aumentada e simulação bidimensional ou tridimensional

podem facilitar essa interação virtual aproximando o aluno da realidade do problema

apresentado e suas possíveis soluções.

Cooperação

A cooperação entre alunos de uma mesma sala de aula é influenciada por uma

série de fatores como: o grupo de valores e interesses no qual o aluno se insere, sua

personalidade, timidez ou extroversão, a disposição das carteiras na sala de aula, etc.

Esses fatores podem se apresentar como barreiras para a cooperação geral entre os

alunos. Essa barreira pode ser contornada ou diminuída, além do diálogo e da

socialização tradicionais, pela interação digital promovida por meio de redes sociais,

fóruns e listas de discussões. Alunos tímidos talvez se sintam mais a vontade para

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interagir com os colegas e para fazer perguntas ao educador. A colaboração por meio

das mídias sociais é o melhor caminho para o progresso humano.

Autonomia

A tecnologia incentiva à autonomia. Visto que o uso do computador ou

equipamento tecnológico é normalmente individual o usuário tende a ter um

comportamento autônomo, executando tarefas sozinha e buscando auxílio na própria

ferramenta tecnológica por meio de arquivos de ajuda, tutoriais e buscas na internet.

Lúdico

Os jogos educacionais, quando corretamente desenvolvidos, podem estimular

um aprendizado divertido principalmente na educação infantil. Os jogos de

computador ou videogames devem ser escolhidos coerentemente com a faixa etária

da criança e com a fase de desenvolvimento na qual ela se encontra. Os jogos podem

desenvolver o aprendizado de forma lúdica colocando em prática os efeitos benéficos

descritos por Vygotsky.

Operação Multitarefa

Essa característica pode ser positiva, pois abre novas possibilidades para o cérebro

humano. A operação multitarefa na solução de problemas pode aumentar a eficiência

e a produtividade.

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55. PONTOS NEGATIVOS NO USO DA TECNOLOGIA EDUCACIONAL NA

EDUCAÇÃO

https://radiopelaeducacao.wordpress.com/

Além dos pontos positivos podemos observar também alguns pontos negativos

do uso da tecnologia educacional na escola.

Identidade

O usuário pode assumir diferentes identidades na internet. A criação de um

perfil em uma rede social define suas características pessoais, seus atributos e

interesses. O nome real pode ser substituído por um usuário e as informações podem

ou não ser totalmente verdadeiras. O perfil por sua vez, pode representar não

necessariamente um indivíduo, mas também um grupo (banda, partido, empresa ou

organização), ou uma entidade com interesses específicos.

Muitos adolescentes criam perfis falsos, fazendo-se passar por outra pessoa –

normalmente uma personalidade famosa da música ou do cinema ou uma entidade

representando o nome de seu blog ou personagens alegóricos. Isso pode ser um

problema nos estágios intermediários de desenvolvimento da criança, pois é nessa

AULA 55

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fase, a adolescência, que ela desenvolve sua identidade e personalidade como ser

humano adulto.

Privacidade

Com a difusão em massa e em escala global a internet alterou o modo como

encaramos a privacidade. A informação passa a ser disponível a qualquer pessoa

conectada a rede e em qualquer parte do mundo. Essa informação pode ser distorcida

e novamente encaminhada trazendo danos irreversíveis.

Imediatismo

A informação de fácil acesso pode ocasionar uma característica negativa nos

usuários: o imediatismo. É característica dos nativos digitais o imediatismo. Para o

imediatista a informação deve estar disponível no momento em que será usada. Ao

surgir uma dúvida basta pesquisar em um site de busca, ler o primeiro hiperlink, que

deve ser obrigatoriamente o mais relevante. Esse é o vício que a busca rápida e de

fácil acesso impõe ao internauta.

Superficialidade

A internet está mudando para pior o funcionamento do cérebro humano. As

pessoas estão ficando “rasas”, ou seja, pensando com superficialidade. Para ele

consulta-se a internet sem se preocupar com a memorização e o entendimento

completo da área de conhecimento, mas apenas com o tópico de interesse imediato.

A WEB 2.0 é prejudicial visto que apesar de incentivar a colaboração, esta é feita na

maior parte das vezes de forma anônima em comentários sem preocupação com a

escrita formal.

Isolamento

A dependência da tecnologia pode causar outro problema mais sério: o

isolamento. A criança ou adolescente pode passar tantas horas imerso no ciberespaço

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que acaba cortando os laços sociais com as pessoas que o cercam. Essa conduta é

perigosa visto que enfraquece as habilidades interpessoais, empobrecendo o convívio

da pessoa com seus pares na família, escola e trabalho.

Pode ser um dos fatores coadjuvantes para o aparecimento de doenças

psiquiátricas como a depressão e a ansiedade. A escola não pode ser totalmente

substituída (principalmente na educação infantil) devido ao seu caráter socializante e

a “pedagogicidade indiscutível da materialidade do espaço” (FREIRE, 1996, p.45). É

na escola que a criança descobre a importância do trabalho em equipe e aprende a

se relacionar com outras crianças.

Sobrecarga cognitiva

Inteligência coletiva pode trazer sobrecarga cognitiva, ou seja, a alta

disponibilidade de informações e formas de comunicação também pode gerar

estresse. Assim, devemos aprender como a tecnologia funciona para não sermos

controlados por ela. A leitura na internet pode ser condicionante visto que as pessoas

têm a tendência de ler apenas as obras com as quais concordam.

http://gepoteriko.pbworks.com/w/page/78219062/CHARGES%20TECNOLOGIA

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QUESTÃO 01

Antes de compreender o que significam as inovações tecnológicas, temos de refletir

sobre o que são velhas e novas tecnologias. O atributo do velho ou do novo não está

no produto, no artefato em si mesmo, ou na cronologia das invenções, mas depende

da significação do humano, do uso que fazemos dele. Juliane Corrêa. Novas

tecnologias da informação e da comunicação; novas estratégias de

ensino/aprendizagem. In: Carla Viana Coscarelli (Org.).Novas tecnologias, novos

textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2003, p. 44 (com

adaptações).

Relacionando as ideias do fragmento de texto acima à formação e à ação do professor

em sala de aula, conclui-se que:

a) a chegada das inovações tecnológicas à escola torna obsoletos os saberes

acumulados pelo professor.

b) as inovações tecnológicas no campo do ensino-aprendizagem não garantem

inovações pedagógicas.

c) a inclusão digital é assegurada quando as escolas são equipadas com

computadores e acesso à Internet.

d) os novos modos de ler e escrever no computador devem ser transpostos para a

modalidade escrita da língua no espaço escolar.

QUESTÃO 02

Na escola em que João é professor, existe um laboratório de informática, que é

utilizado para os estudantes trabalharem conteúdos em diferentes disciplinas.

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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Considere que João quer utilizar o laboratório para favorecer o processo ensino-

aprendizagem, fazendo uso da abordagem da Pedagogia de Projetos. Nesse caso,

seu planejamento, o professor deve:

a) propor o estudo dos projetos concorrentes que foram desenvolvidos pelo governo

ao uso de laboratório de informática, relacionando o que consta no livro didático com

as tecnologias existentes no laboratório.

b) relacionar os conteúdos previamente instituídos no início do período letivo com os

que estão no banco de dados disponível nos computadores do laboratório de

informática.

c) estabelecer como eixo temático uma problemática significativa para os estudantes,

considerando as possibilidades tecnológicas existentes no laboratório.

d) listar os conteúdos que deverão ser ministrados durante o semestre, considerando

a sequência apresentada no livro didático e os programas disponíveis nos

computadores do laboratório.

QUESTÃO 03

Além de auxiliar no aprendizado, a tecnologia faz circular os textos de forma intensa,

aberta e universal e, acredito, vai criar um novo tipo de obra literária ou histórica.

Dispomos hoje de três formas de produção, transcrição e transmissão de texto: a mão,

por impressão e por meio eletrônico — e elas coexistem. Disponível em: Acesso em:

20 ago. 2011(com adaptações).

A partir da citação de Roger Chartier, reproduzida acima, o que se pode afirmar em

relação ao uso das tecnologias da informação e da comunicação no ensino da escrita

e da leitura?

a) A transformação da técnica de produção, reprodução e circulação da cultura escrita,

provocada pela tecnologia, reforça possibilidades diversas de acesso à leitura, mas

não descaracteriza outras formas e outros suportes.

b) Os instrumentos digitais móveis cada vez mais modernos, como, por exemplo, os

aparelhos celulares, favorecem a mobilidade da leitura, proporcionando aos seus

usuários a liberdade tão cerceada pelas convenções que a leitura impressa impõe.

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c) Os livros eletrônicos e os textos digitalizados, além de oferecerem inúmeras

facilidades para a leitura e para a pesquisa, detêm a primazia sobre a cultura

impressa.

d) A extinção da leitura em livros impressos no Brasil é inevitável, haja vista os leitores

hoje conviverem com repositórios digitais de leitura cada vez mais modernos, como

os tablets.

QUESTÃO 04

Paulo Freire ressalta que ensinar exige uma compreensão de que a educação é uma

forma de intervir no mundo. Nesse sentido, assinale a(s) preposição(ões) correta(s):

a) Quando educadores estão convencidos de que a sua prática é educativo-ética, eles

jamais se esquecem de que a educação é uma experiência especificamente humana,

capaz de transformar as pessoas para que elas transformem o mundo em que vivem.

b) Quando educadores estão convencidos de que a sua prática é educativa, eles não

precisam se lembrar de que a educação é uma experiência especificamente humana,

capaz de transformar as pessoas para que elas transformem o mundo em que vivem.

c) A educação só se configura como uma forma de intervenção no mundo porque não

dispõe de ideologias para afirmar suas práticas escolares e curriculares, apenas de

substratos de conhecimentos científicos.

d) A educação é uma forma de intervenção no mundo porque é a alavanca exclusiva

de transformação social, de tradução dos conteúdos curriculares em saberes

estruturados que vão forjar processos de avaliação e descontinuidades pedagógicas.

QUESTÃO 05

Aprendizagens têm implicações para o desenvolvimento humano. Podemos afirmar,

então, que:

a) Na escola, o que se aprende surge da experiência maniqueísta que separa o mundo

em partes boas e ruins, para então inscrever nos corpos o que produz significados e

o que se transforma em capacidade de pensar racionalmente.

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b) As aprendizagens se inscrevem na corporeidade do sujeito e geram continuidades

e descontinuidades subjetivas que diariamente agregam novos aspectos a sua

identidade, produzindo mudanças, resistências e conformismos.

c) Embora aprendizagens impliquem o desenvolvimento humano, na escola,

educandos pouco associam o que estudam com as suas condutas, aumentando a

visibilidade de suas indisciplinas no cotidiano.

d) Na escola, não existem aprendizagens, mas aprendizagem, o que é coerente com

a estrutura curricular formal que sistematiza e ordena o que vai ser ensinado em cada

série, de acordo com os interesses dos estudantes.

QUESTÃO 06

O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional – Proinfo

Integrado, instituído em 12 de dezembro de 2007, por meio do Decreto no 6.300,

congrega um conjunto de processos formativos, com objetivo principal de inserir as

tecnologias da informação e comunicação (TICs) nas escolas públicas brasileiras,

visando principalmente:

a) Possibilitar aos alunos das escolas de educação básica cursos de introdução à

informática.

b) Promover a inclusão digital dos professores e gestores escolares das escolas

públicas de educação básica.

c) Instalar ambientes tecnológicos nas escolas (laboratórios de informática com

computadores, impressoras e outros equipamentos e acesso à Internet banda larga).

d) Promover a integração das escolas públicas de educação básica por meio de

recursos on line.

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56. APRENDIZAGEM COOPERATIVA COMO POTENCIALIDADE PARA AS

NOVAS TECNOLOGIAS

https://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com.br/2015/04/educacao-e-construtivismo-metafisico.html

À luz do construtivismo, pode-se tentar compreender a aprendizagem

cooperativa. Segundo (Campos et al. 2003, apud KASSIS, 2007, online):

No construtivismo, o conhecimento é (re)construído pelo indivíduo nas interações com o ambiente externo. O aluno é o sujeito ativo no processo de aprendizagem, por meio da experimentação, da pesquisa em grupo, do estímulo à dúvida e ao desenvolvimento do raciocínio. Os conceitos são formados no contato com o mundo e com outras pessoas. O professor assume o papel de provocador e estimulador de novas experiências e deve ser capaz de propor estratégias ou caminhos para buscar respostas.

A teoria sociointeracionista de Vygotsky (1988), que prega a origem social da

inteligência, entende que a aprendizagem cooperativa acontece inicialmente de forma

interpsíquica, isto é, no coletivo, para depois haver a construção intrapsíquica.

AULA 56

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215

Partindo-se do pressuposto de que o conhecimento (ou aprendizagem) é construído

pelas interações do sujeito com outros indivíduos, estas interações sociais seriam as

principais desencadeadoras do aprendizado. As atividades interpessoais, segundo

ele, possibilitam mudanças cognitivas através da interação com a consequente

reelaboração e reconstrução das ideias.

Para Vygotsky, a colaboração entre alunos ajuda a desenvolver estratégias e

habilidades gerais de soluções de problemas pelo processo cognitivo implícito na

interação e na comunicação. Tal ponto converge quando as formas de organização

da nova sociedade serão o aprendizado cooperativo e a inteligência coletiva, definida

por ele como a capacidade de trocar ideias, compartilhar informações e interesses

comuns, criando comunidades e estimulando conexões.

O principal desafio da escola hoje é desenvolver uma cultura da colaboração

que independe de estar no virtual ou no presencial. “As escolas devem ajudar as

pessoas a avaliar e reconhecer o conhecimento que está nos outros. Talvez a escola

deva ser o lugar onde se aprende a gerir conhecimento e a produzi-lo coletivamente”

(LEVY, 2007, online). O autor atribui um papel fundamental ao educador como

mediador desse processo, pois não acredita que haja uma pura espontaneidade em

aprendizagens escolares. Ela precisa ser planejada e organizada. “As únicas redes

que funcionam sem mediador são as de entretenimento”. (LEVY, 2007).

A partir desses conceitos percebemos a necessidade de promover situações

em que prevaleça o grupo diante da individualidade, em que aprender constitua-se

em viver situações em que as pessoas sintam-se bem em compartilhar experiências,

de forma sistematizada, trazendo seu dia a dia para a escola. Nessa proposta de

aprendizagem cooperativa, cada um assume seu papel no grupo, responsabilizando-

se por ele, assumindo os créditos e as perdas, num processo que promova uma

dinâmica de interação.

Segundo Vygotsky e Freire os sujeitos constroem seu conhecimento à medida

que interagem. A interatividade, para Vygotsky, é entendida como um processo de

mediação entre sujeitos, numa construção de conhecimento partilhada, sendo

condição indispensável para a aprendizagem. Segundo ele, o diálogo, a cooperação

e a informação são enriquecidos pela heterogeneidade do grupo ampliando

consequentemente as capacidades individuais, sendo que as funções mentais provêm

das relações sociais.

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216

Para Freire (1991), o conhecimento se dá na relação sujeito-sujeito e sujeito

mundo, pressuposto básico para a educação libertadora num processo de comunhão

entre os homens e as mulheres, alimentando juntos o ideal utópico da mudança da

sociedade.

Pierre Lévy (1999) assim o define: “O termo “interatividade” em geral ressalta a

participação ativa do beneficiário de uma transação de informação. De fato, seria trivial

mostrar que um receptor de informação, a menos que esteja morto, nunca é passivo”.

Retomando, podemos entender interatividade como o uso de recursos

tecnológicos conectados em rede, que suscitam a participação e a reação. Disso

resulta um ambiente cujo domínio da mídia promove a liberdade de escolha.

O conceito de interatividade é muito usado hoje de forma diversificada, mesmo

quando se refere a ambientes educacionais mediados por computadores, ou a outros

ambientes de aprendizagem, como a sala de aula.

A partir de uma perspectiva construtivista entende-se que os ambientes online

não promovem a aprendizagem baseados num clique, mas concentram-se na

formação de espaços em que ideias são debatidas com liberdade e autonomia, nos

quais o aprendizado constitui-se num preparo para uma atuação cidadã. Nesse

sentido, a postura do educador passa a ser a de mediador e não transmissor de

conhecimento, propondo situações de aprendizagem centradas no educando.

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217

http://pt.slideshare.net/fsoliveira/09-aula5-5-construtivismo-jean-piaget

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57. O USO DO BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

https://www.oconhecimento.com.br/da-atracao-ao-relacionamento-o-blog-nas-instituicoes-de-ensino/

Um blog, blogue, weblog ou caderno digital é uma página da WEB, que permite

o acréscimo de atualizações de tamanho variável chamados artigos ou posts. Estes

podem ser organizados de forma cronológica inversa ou divididos em links

sequenciais, que trazem a temática da página, podendo ser escritos por várias

pessoas, dependendo das suas regras.

O blog conta com algumas ferramentas para classificar informações técnicas a

seu respeito, todas elas são disponibilizadas na internet por servidores e/ou usuários

comuns. As ferramentas abrangem: registro de informações relativas a um site ou

domínio da internet quanto ao número de acessos, páginas visitadas, tempo gasto, de

qual site ou página o visitante veio, para onde vai do site ou página atual e uma série

de outras informações. Os sistemas de criação e edição de blogs são muito atrativos

pelas facilidades que oferecem, pois dispensam o conhecimento de HTML, o que atrai

pessoas a criá-los.

AULA 57

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219

O que distingue os weblogs das páginas e sítios que se costuma encontrar na

rede é a facilidade com que podem ser criados, editados e publicados, sem a

necessidade de conhecimentos técnicos especializados. Dadas a essa informação e

aos serviços gratuitos, os blogs tiveram um crescimento considerável. A princípio foi

usado, pelos jovens, como diário virtual, porém, na virada do século, o blog passou a

ser utilizado como divulgador de temas e discursos variados num leque de

possibilidades, tais como: o entretenimento, corporativismo e atividades de

profissionais como jornalistas, empresários, políticos, escritores, professores e alunos

que aos poucos estão descobrindo e explorando a principal de suas características, a

interatividade, que pode levar à formação de redes colaborativas de aprendizagem.

Os Blogs são espaços interativos, onde tudo pode ser publicado e dito, sem

limites para o conteúdo, nem para quem pode ter um. Quaisquer pessoas ou

comunidades, de qualquer idade ou região podem criar um blog e postar as

informações que julgarem importantes para tal. A principal dinâmica do blog, diferente

de um diário, é que as postagens recentes ficam no princípio, ou seja: o que o

blogueiro escreveu por último, o usuário vê primeiro.

Alguns blogs possuem um formato diferente, de acordo com as pessoas que o

alimentam. Um exemplo é um blog em que as postagens são divididas em pastas

ordenadas numa sequência necessária aos propósitos do alimentador e aos objetivos

que quer alcançar frente aos usuários. Uma grande vantagem do uso dos blogs é a

gratuidade oferecida. Isso abre um leque de possibilidades, visto que poucos estão

dispostos a pagar por este espaço na web. Pelo exposto anteriormente, a cada dia,

mais pessoas aderem ao uso dos blogs, postando seus comentários num intenso

processo de colaboração.

Uma das aplicações mais interessante da Web para ambientes escolares é o

blog, que conforme exposto anteriormente fornece a interatividade, a partir das

postagens que vão desde um simples comentário até a inserção de artigos, imagens

e vídeos. Nas palavras de Freire (1996), “ninguém ensina ninguém; tampouco

ninguém aprende sozinho. Os homens aprendem em comunhão, mediatizados pelo

mundo”, fica clara a importância e eficiência do blog, do ponto de vista da construção

do conhecimento na relação aluno-pensamento, que vai além da relação entre

professor e aluno.

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220

Os blogs são aplicativos fáceis de usar que promovem o exercício da expressão

criadora, do diálogo entre textos, da colaboração. Blogs possuem historicidade,

preservam a construção e não apenas o produto (arquivos); são publicações

dinâmicas que favorecem a formação de redes.

Os diários eletrônicos, observados nesta perspectiva, têm o poder de mudar o

trabalho pedagógico promovendo o envolvimento dos participantes. Outra grande

vantagem do uso do blog na educação é a facilidade de o professor fazer

intervenções, corrigindo e orientando todas as postagens, sem o limite de tempo

imposto pela sala de aula, e da mesma forma o aluno pode realizar suas atividades

no seu ritmo, conforme sua agenda e disposição. Desta maneira o aluno tem ampliada

sua liberdade de expressão, embora necessitando da ciência de que, uma vez

postados, os seus comentários poderão ser vistos por todos, sem que possa controlar.

Este fato amplia a responsabilidade do professor blogueiro por tudo o que estiver

publicado, bem como a do aluno que participa.

Moran (2007) enfatiza o uso do blog educacional afirmando que “quando

focamos mais a aprendizagem dos alunos do que o ensino, a publicação da produção

deles se torna fundamental”. Desta forma, essa ferramenta pode constituir-se num

recurso de apoio à aprendizagem por ser um espaço de criação coletiva, que aproxima

professores e alunos, sem contar que, com o uso das TICs (Tecnologia da informação

e Comunicação), a escola cumpre o seu papel de preparar o aluno para os desafios

impostos pela sociedade, não na intenção da continuidade, mas da transformação da

realidade que ora se apresenta.

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58. COMPONENTES DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

http://www.blogderocha.com.br/ensino-online-e-alternativa-para-universitarios-conciliarem-trabalho-e-estudos/

O uso das ferramentas tecnológicas, que promovem a comunicação, auxiliam

professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem a distância, criando

novas possibilidades de ensino não presencial através da rede Internet.

Abaixo temos quatro características necessárias para o sistema de educação

a distância:

O aluno como sendo o centro do processo educativo.

O docente que será o motivador e possibilitador da aprendizagem cooperativa

e interativa no ambiente virtual.

A comunicação que poderá ser realizada através de material impresso,

audiovisual, telemática (Internet, softwares, CD-ROM, vídeo interativo, hipermídia,

entre outros) e a tutoria mediando o presencial e o virtual.

AULA 58

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222

A estrutura e organização dos materiais, da distribuição de materiais,

processos de comunicação e avaliação, fazem parte do processo inicial no

desenvolvimento de programas de ensino a distância.

Por mais que o professor exerça esta função, faz-se necessária a ação do tutor

que aqui passaria a se chamar de “monitor”, levando em consideração algumas

participações e auxílio ao professor quanto ao atendimento dos alunos em diferentes

horários.

Na sequência, apresenta-se os diferentes modelos de ensino a distância:

♣ Ensino por correspondência: material impresso (livros didáticos).

♣ Ensino a distância clássico: material diversificado como material impresso,

televisão, rádio, audiovisuais, tutores.

♣ Ensino a distância com base na pesquisa: caracterizado pela leitura de cursos

de ensino a distância impressos e na frequência parcialmente obrigatória em

seminários. Concede apenas o grau superior ou de mestre.

♣ Ensino a distância grupal: programações didáticas por rádio e televisão

associadas a atividades regulares obrigatórias, com presença.

♣ Ensino a distância autônomo: planejar, organizar e implementar

isoladamente. A universidade apenas aconselha, incentiva, assiste e fornece

certificado.

♣ Ensino a distância por teleconferência: oferecido por um consórcio de

universidades para estudantes das universidades-membro e também a outras

instituições.

♣ Ensino a distância com base em quatro formas de teleconferência: podem

participar estudantes avulsos e grupos de estudantes em seus locais de trabalho,

ligados por sua vez à atividade docente das universidades que cooperam com o

projeto.

Os modelos acima apresentados, são flexíveis e variáveis, o que torna o ensino

a distância adaptável às diferentes situações e necessidades.

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59. APRENDIZAGEM X ENSINO APOIADA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

http://inscricoes2016.com.br/ensino-medio-a-distancia-2016-online.html

A expressão ensino-aprendizagem é um dos jargões mais frequentemente

utilizado nos trabalhos que discutem pedagogia ou didática, não só em engenharia,

mas em qualquer área do conhecimento. Porém, o que realmente significa ensino-

aprendizagem?

Por muitos séculos tem-se acreditado que o conhecimento é como algo fluído,

que possa ser repassado de um professor de “magno saber” para um aluno que nada

sabe. Em outras palavras, acredita-se que é possível um professor ensinar (da origem

latina “insignare”, que significa a transmissão do conhecimento, de informação ou de

esclarecimentos úteis ou indispensáveis à educação e à instrução) um aluno, sendo

esta a base epistemológica da educação, em todos os níveis, na maioria das

instituições atuais.

AULA 59

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224

Os estudos científicos de Jean Piaget, realizados no século passado, sobre a

maneira pela qual o ser humano adquire conhecimento, apontam para outra direção.

Em sua Epistemologia Genética, Piaget considera que o desenvolvimento cognitivo

ocorre como consequência de uma interação entre o sujeito e o objeto fruto de seu

interesse. O cérebro humano funciona baseado em esquemas de significação, os

quais estão em permanente adaptação através de processos contínuos e simultâneos

de assimilação (os esquemas do sujeito modificam-se para incorporar os elementos

do objeto) e acomodação (os elementos do objeto são modificados pela ação do

sujeito).

Assim, para o crescimento cognitivo é necessário que ocorra um desequilíbrio

neste processo, o que ocasionará o aparecimento de novos esquemas a partir

daqueles já existentes, desencadeando uma espiral crescente ligada a inúmeras

outras, através das teias de significação individuais. Neste contexto, a aprendizagem

surge como um processo individual que ocorre internamente no sujeito.

Traduzindo-se estes conceitos para o plano pedagógico, percebe-se que a

figura de um professor que “ensina” um aluno torna-se incoerente e um novo papel é

designado ao professor. Nesta visão, o professor passará a auxiliar, incentivar e

proporcionar ao aluno a “construção” de seu conhecimento, razão pela qual a

aplicação da teoria piagetiana à educação leva o nome de Construtivismo.

Considerando-se serem basicamente estas as duas principais correntes

pedagógicas existentes no momento, em nossa sociedade ocidental, o termo ensino-

aprendizagem somente justifica-se como uma espécie de “caminho do meio”, o qual

não será trilhado no presente trabalho. Em função de sua base construtivista, será

adotada a promoção da aprendizagem, como vista pela teoria de Piaget, como

principal função da educação, neste caso.

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225

60. ENSINO APOIADO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS É ALTERNATIVA PARA

CONCILIAR ESTUDOS

http://thinking.media/2013/01/ensino-moedelo-negocios-reinventar/

Finalizando nossa disciplina de Educação e Novas Tecnologias, retomamos os

aspectos relacionados ao ensino utilizando as novas tecnologias direcionadas a

abordagem colaborativa, podemos refletir sobre nossa prática educacional e

evoluirmos dentro da nova era tecnológica. Diante destas transformações

tecnológicas, surgem novas exigências sociais refletindo na educação, impondo

questionamentos no papel da escola diante desta realidade, no seguinte aspecto:

Como as novas tecnologias, em especial o computador, foram incorporadas à escola?

Quais são as potencialidades que eles oferecem que diferem das formas

convencionais de ensino?

Embora estas questões sejam complexas, respondê-las exige um conjunto de

reflexões, pretende-se ressaltar elementos pertinentes à pesquisa, como a

importância de existir no ambiente escolar além de recursos tecnológicos, pessoas

capacitadas, para que se possa construir o conhecimento, pois a escola é o local de

construção do conhecimento, socialização do saber e trocas de experiências, por isso

AULA 60

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226

a necessidade de debates entre educadores e equipe pedagógica para a incorporação

do computador no ensino.

Lembrando que a escola deve estar à frente numa sociedade onde os

conhecimentos científicos ficam ultrapassados num curto espaço de tempo, assim,

não se pode admitir que justamente a escola, local onde se deveria produzir

conhecimento, fique a margem da maior fonte de informações disponíveis e mais, não

seja capaz de orientar sua utilização.

Sendo assim, faz-se necessário outro modelo educacional, uma vez que os

padrões atuais são incompatíveis a memorização, repetição de fatos e o professor

exclusivo detentor do saber. Com a grande quantidade de informações, faz pensar em

novas práticas pedagógicas não apenas nos conceitos disciplinares, mas a pesquisa

e seleção dessas informações adquiridas, para resolver problema e analisar as

possíveis soluções, as mais adequadas ao seu contexto, e também pelo fato de que

as novas linguagens estão imersas na sociedade e, com isso, possibilita novas formas

de leitura.

No entanto, o computador não pode ser visto apenas como um dos maiores

veículos de transmissão de informações, mas como poderosa ferramenta pedagógica,

pois somente quando compreendê-lo poderá utilizá-lo para diferentes situações de

aprendizagem, que envolvam desde procedimentos de problematização, observação,

registro, documentação e até formulação de hipóteses.

Uma das potencialidades dessa ferramenta é o acesso à internet, pois ela abre

caminhos para novas maneiras de adquirir conhecimento e fonte de ilimitadas

informações, que vão desde artigos científicos, livros, documentos, revistas e outros.

Como qualquer recurso tecnológico, esta deve ser entendida como um dos meios

alternativos para construir o conhecimento, visto que propicia ao indivíduo interligar-

se com o mundo, resultando em escolas mais flexíveis, menos autoritária, cedendo

lugar para ambientes aconchegantes, atrativos, estimuladores e criativos.

O papel do professor consiste em mediar à pesquisa e a apresentação dos

resultados, que podem ocorrer até em grupos. Entretanto, aparece o problema dos

embasamentos teóricos e metodológicos do professor, uma vez que só orienta aquele

que domina os conteúdos e a prática pedagógica, caso contrário, vira uma panacéia

na cabeça do docente, que ao invés de facilitar, complica mais a sua vida, porque

aquele que não é flexível, inovador, disposto a ouvir e trocar informações com seus

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alunos, bem como interagir, está simplesmente obsoleto na sociedade de

conhecimento.

Embora essas potencialidades sejam enriquecedoras elas apresentam limites

na prática pedagógica, isso não significa não abandonar os antigos métodos de

ensinar, mas utilizá-los dentro de uma visão pedagógica nova e criativa.

http://pt.slideshare.net/taitson/metodologia-outecnologia

ASSISTA:

Vídeo: Tecnologia X Metodologias

https://www.youtube.com/watch?v=mKbEbKQZVQU

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http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=443&evento=4

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QUESTÃO 01

Leia o texto. Os Objetos de Aprendizagem são elementos de uma nova metodologia

de ensino e aprendizagem baseada no uso do computador e da Internet. É uma

tecnologia recente que abre caminhos na educação a distância, trazendo inovações e

soluções que podem beneficiar todos os envolvidos no processo. Acerca dos objetos

de aprendizagem, marque as afirmações verdadeiras com (V) e as falsas com (F).

( ) Os objetos de aprendizagem são recursos digitais que podem ser usados,

reutilizados e combinados com outros objetos para formar um ambiente de

aprendizado rico e flexível.

( ) Os objetos de aprendizagem podem ser produzidos em qualquer mídia ou formato,

podendo ser simples como uma apresentação de slides ou complexos como uma

simulação.

( ) Os repositórios dos objetos de aprendizagem possibilitam atender somente aos

professores do ensino superior, com recursos de alta qualidade que podem ser

identificados e reutilizados em sua prática pedagógica.

( ) A Interoperabilidade e a flexibilidade não constituem características para o

desenvolvimento de objetos de aprendizagem.

( ) A utilização de objetos de aprendizagem representa um novo modo de aprender

mediada pelo computador, dessa forma constitui um recurso pedagógico que propicia

a participação ativa do aprendiz, eliminando a mediação do professor.

( ) Os objetos de aprendizagem que se utilizam das potencialidades interativas de

multimídia e hipermídia representam uma comunicação didática entre professor-

estudante e estudante-estudante.

Assinale a alternativa que contém a sequência CORRETA de cima para baixo.

a) F, V, F, V, F, V

ATIVIDADES DE FIXAÇÃO

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b) V, V, F, F, F, V

c) F, F, F, F, F, V

d) V, V, F, F, V, V

QUESTÃO 02

“A pedagogia tem efeitos disciplinares sobre a conduta humana e sobre os modos

como pensamos, falamos e atuamos em relação a questões educacionais. Tem

efeitos disciplinares sobre os modos como os indivíduos veem a si próprios e sobre

os modos como agem sobre si mesmos, bem como sobre os modos como significam

o mundo e as relações sociais e nelas interferem. A pedagogia está implicada na

produção e na fabricação de seres humanos exercendo uma forma de governo aqui

entendido como 'conduta da conduta' […] uma maneira de dirigir a conduta dos

indivíduos e da população […] de modo a atingir fins úteis” (GARCIA, 2002, p.23).

Analisando o excerto acima, assinale a alternativa CORRETA.

a) Os discursos pedagógicos são construídos a partir dos projetos de governo que

determinam técnicas e conteúdos produzindo modos de ser professor. Cada projeto

estabelece um tipo de poder sobre a formação educacional.

b) A pedagogia pode ser entendida como discurso e como uma tecnologia implicada

no governo da subjetividade dos sujeitos pedagógicos. O educador, ao falar, discursa

a partir de um determinado lugar estabelecido através dos saberes construídos pela

pedagogia.

c) A formação docente é constituída de práticas de poder governamentais

estabelecidas em legislação e desmembradas em documentos oficiais.

d) As práticas pedagógicas estão implicadas em relações hierárquicas de poder em

que docentes governam maneiras de construir saberes no decorrer do período

escolar, determinando modos de formação dos sujeitos.

QUESTÃO 03

Segundo Piaget quando acriança está passando pelo estágio operatório concreto,

suas operações mentais ainda se apoiam no plano tangível, sensorial, isto é,para agir

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é preciso necessariamente operar sobre os objetos. Dessa forma, podemos afirmar

que, o professor ao organizar o ensino de Ciências, a partir dos pressupostos do

construtivismo piagetiano:

a) Deve utilizar como fonte de instrução, somente o livro didático, considerando que

ele é um objeto concreto sobre o qual a criança vai operar;

b) Pode criar situações nas quais a criança possa manipular e agir sobre os objetos a

serem conhecidos;

c) Pode levar as crianças para passeios e visitas que as levem a construir o

conhecimento;

d) As alternativas B, C e D podem ser consideradas como metodologias de ensino

construtivistas piagetianas.

QUESTÃO 04

O uso das mídias e das tecnologias da informação e comunicação aparece, no

documento Ensino Fundamental de Nove Anos, como linguagem e produção cultural;

e nos PCN, como recurso e tema transversal. Essa temática é trabalhada no livro Liga,

roda, clica: estudos em mídia, cultura e infância, (FANTIN e GIRARDELLO, 2008) com

ênfase na necessidade de fontes de saber, tanto no campo da educação e

comunicação quanto nas experiências culturais críticas e participativas relacionadas

à infância e à mídia-educação. As autoras destacam que “A vida das crianças de hoje,

em toda a sua singularidade cultural, parece às vezes um matagal cheio de novos

desafios, que não se pode atravessar seguindo apenas as antigas estradas. Não há

mapas nem placas que garantam as direções, já que os mapas existentes se referem

a um tempo muito diferente, quando não havia internet nem celulares, nem a

pulverização das formas culturais que povoam o cotidiano das crianças de hoje. [...] A

velocidade das mudanças nos processos e tecnologias de comunicação, assim como

nas configurações culturais, acarreta desafios tão grandes para quem trabalha com

crianças, que é frequente um sentimento de vertigem e desorientação, particularmente

entre os professores.” (p.8-9)

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A partir da concepção de mídia-educação presente na obra das autoras e das

ideias relacionadas à temática apresentada, indique se são verdadeiras (V) ou falsas

(F) as afirmativas abaixo.

I. A educação para as mídias, também entendida como mídia-educação, é hoje

uma necessidade na formação dos professores e deve estar presente na prática

pedagógica escolar.

II. A educação para as mídias na escola é complexa e deve ser tratada

prioritariamente por especialistas das salas informatizadas ou das aulas de

informática.

III. As crianças interagem desde cedo com as tecnologias e necessitam de

intervenção adulta para mediar o que elas assistem na televisão e o que fazem na

internet no tempo livre.

IV. A cultura digital que os professores possuem em sua formação permite

trabalhar essa temática de forma segura com as crianças nas salas de aula das

escolas.

V. As produções culturais como livros e filmes, ao lado de videogame, celular e

Internet, também podem ser consideradas tecnologias que fazem parte da vida das

crianças.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.

a) V – V – V – F – F

b) F – V – V – F – V

c) V – F – V – F – V

d) V – F – F – V – V

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