Aula 02 - Proclamação Da República (1)
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A Proclamação da RepúblicaCrise do sistema imperial
Proclamação da RepúblicaRepresentação da Proclamação da República na antiga Praça da Aclamação, hoje praça da República no Rio de Janeiro.
Visconde de Ouro Preto
[...] o atual sistema de
Governo tem elasticidade
bastante para admitir a
consagração dos princípios
mais adiantados, satisfazer
todas as exigências [...]
reformas que não devem ser
adiadas para não se tornarem
improfícuas [...]
Apud Emília Viotti da Costa, Da Monarquia à República, p. 486-487.
A economia no final do Império
A política monetária do governo
imperial nos anos oitenta, traumatizada
pela miragem da “conversibilidade”,
por um lado conduzia a um grande
aumento da dívida externa e por outro
mantivera o sistema econômico em
regime de permanente escassez de
meios de pagamento.
Furtado, Formação Econômica do Brasil, capítulo 29.
Papel-moeda emitido, 1822-1889
Fonte: Ipeadata
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55.051.9
22.8
17.0 21.4 18.6
26.4
Taxa de câmbio – libra/mil-réis
Fonte: Ipeadata
Caio Prado Júnior
A história do segundo reinado
nos fornece em toda sua
evolução as mais evidentes
provas de que as instituições
imperiais representavam um
passado incompatível com o
progresso do país [...] A questão
servil é disto o mais frisante
exemplo.
Evolução Política do Brasil e Outros Estudos, 1933, p. 91.
Extinção do tráfico e abolição: exemplo das discrepâncias regionais
O Brasil e o fim do tráfico: três sistemas escravistas distintos
Norte: pecuária decadente com centro no Ceará
Nordeste: economia açucareira madura
Sudeste: economia cafeeira em expansão
Abolição: disputa entre as principais regiões cafeeiras paulistas
Oeste
Vale do Paraíba
Entrada de escravos e imigrantes no Brasil
Imigração total no país e em São Paulo
Período Brasil São Paulo1884-1887 145 880 53 023
1888-1890 304 054 157 781
1891-1900 1 129 315 733 335
1901-1920 1 469 095 857 149
Fonte: FAUSTO, Boris. (org) História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1977. Tomo 3 (O Brasil Republicano), Volume 1 (Estrutura de Poder e Economia), p. 22.
A incapacidade do governo
imperial para dotar o país de
um sistema monetário
adequado, bem como sua
inaptidão para encaminhar com
firmeza e positivamenmte a
solução do problema da mão-
de-obra, refletem em boa
medida divergências crescentes
de interesses entre distintas
regiões do país.
Celso Furtado
Furtado, Formação Econômica do Brasil, capítulo 29.
Martim Francisco Ribeiro de Andrada sobre a relação São Paulo - Brasil
Amazonas e Pará: “negociantes de borracha gêmeos”
Maranhão: “professor aposentado”
Ceará: “filante de refrescos”
Piauí: “fazendeiro endividado”
Pernambuco: “leão sem juba”
Paraíba: “ilustre desconhecida (usa vestido de cauda)”
Alagoas: “namorada do tesouro público”
Espírito Santo: “hoteleiro desempregado”
Rio de Janeiro: “velho feitor”
Município neutro: “bolontra e capoeira”
Propaganda separatista. S. Paulo independente. Apud COSTA, E. V. Da monarquia à República. São Paulo: UNESP, 1999, p. 476.
Martim Francisco Ribeiro de Andrada sobre a relação São Paulo - Brasil
Paraná: “trabalhador de braços atados”
Santa Catarina: “moça que promete”
Rio Grande do Sul: “curatelato de farda”
Goiás: “inutilidade modesta”
Minas Gerais: “mulher séria e devota”
Bahia: “mãe paralítica”
Mato Grosso: “assalariado sem serviço”
Governo Central: “pai da tribo” e “magnífico recebedor”
São Paulo: “pagador geral do Império”
Propaganda separatista. S. Paulo independente. Apud COSTA, E. V. Da monarquia à República. São Paulo: UNESP, 1999, p. 476.
Economia no final do Império
Base agrícola: café, açúcar e borracha
Impactos causados pela abolição
Impactos diferentes nas várias regiões
Fazendeiros necessitam de recursos para repor escravos e saldar
compromissos
Escassez de moeda
Restrição no crédito
Exportações brasileiras, 1821-1910
Fonte: FAUSTO, Boris. (org) História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1977. Tomo 3 (O Brasil Republicano), Volume 1 (Estrutura de Poder e Economia), p. 299.
Exportação de café em grão (sacas de 60 kg)
Fonte: Ipeadata
São Paulo: produção cafeeira por regiões (em arrobas)
1836 1854 1886 1920 19350
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4000000
6000000
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12000000
14000000
16000000
Norte Central Mogiana Paulista Araraquarense Noroeste Alta Sorocabana
Fonte: MILLIET, Roteiro do Café e outros ensaios.
Rede ferroviária e exportações de café pelo porto de Santos, 1870-1900
Fonte: MILLIET, Sérgio. Roteiro do Café e outros ensaios; MATOS, Odilon Nogueira de. Café e Ferrovias.
Sobre a queda da monarquia
A RepúblicaEntrega da mensagem a D. Pedro II no dia 16 de novembro de 1889 In URIAS, Antonio da Silveira.
Fonte: Galeria histórica da revolução brazileira de 15 de novembro de 1889 que occasionou a fundação da República dos Estados-Unidos do Brazil. Rio de Janeiro, 1890. Fundação Biblioteca Nacional. Divisão de Iconografia.
A queda da monarquia
Necessidade de ir além dos fatos e buscar as causas estruturais que
levaram ao acontecimento
Incapacidade do Império em acompanhar as novas demandas de um
país em desenvolvimento
Grande lavoura, abolição, aversão popular ao terceiro reinado, a
questão religiosa, a questão militar, o ideal republicano e a ideia de
federação, e a influência positivista, isoladamente não conseguem
explicar a mudança de regime
Conflitos e transformação
Abolição e imigração: fatos realmente marcantes na transição, mas
atingem regiões de diferentes maneiras
O ideal republicano e a ideia da federação
Processo de industrialização e urbanização: a ferrovia, os serviços
públicos, bancos e crédito, aumento populacional, formação de
mercado interno